Buscar

Poluição e Degradação Ambiental unidade 4

Prévia do material em texto

- -1
POLUIÇÃO E DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
CAPÍTULO 4 - QUAL A IMPORTÂNCIA DAS 
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O CONTROLE 
DOS IMPACTOS AMBIENTAIS?
Daniela Doms
- -2
Introdução
Atualmente, inúmeras tecnologias podem ser aplicadas aos processos produtivos no intuito de provocar um
impacto menor ao meio ambiente. Além disso, muitas empresas entendem essa necessidade de alterarem suas
tecnologias para uma produção mais limpa como um objetivo estratégico. Outras, no entanto, continuam a
degradar o meio ambiente. Assim, ficam alguns questionamentos: controlar a poluição ambiental é importante
para a saúde da sociedade? Qual é o papel do poder público no controle da poluição ambiental? Uma legislação
punitiva rígida é suficientemente eficaz para resolver o problema da degradação do meio ambiente?
Essas perguntas nos fazem refletir sobre as responsabilidades em torno da poluição e da degradação ambiental.
Afinal, seria somente o Estado capaz de impedi-la? Ou será que essa também é uma responsabilidade das
empresas e da sociedade?
O fato é que controlar os impactos ambientais não deve ser encarado como uma responsabilidade única do
Estado ou das empresas, embora tenham grande poder de atenuar esse processo. É válido ressaltar, portanto,
que a sociedade deve ampliar a consciência de que somos dependentes do meio ambiente, por isso, devemos
preservá-lo. Quanto maior for a pressão social sobre as empresas e os governos, maior e melhor serão os
resultados. Até porque, nossa legislação ambiental está entre as mais completas do mundo, mas há um
emaranhado de leis punitivas que não dão conta de prevenir a degradação.
Vamos nos aprofundar melhor sobre o tema a partir de agora!
4.1 Controle das emissões atmosféricas
O Protocolo de Kyoto foi um marco mundial na discussão sobre a redução da poluição do ar. A partir da
aprovação desse documento, diversas iniciativas surgiram com o intuito de contribuir para a redução da emissão
de poluentes atmosféricos, sendo que países de todo o mundo se uniram em busca de tecnologias capazes de
atenuar os impactos globais da poluição atmosférica, bem como a ameaça do aquecimento global.
No Brasil, a partir da Resolução CONAMA n. 5/89, foi instituído o Programa Nacional de Controle da Poluição do
Ar (PRONAR). Ele permitiu que fossem fixados os parâmetros para materiais particulados e gases poluentes
emitidos na atmosfera, estabelecendo limites máximos e evitando o comprometimento da qualidade do ar e suas
consequências à saúde humana. 
Na sequência, vamos tratar sobre os aspectos tecnológicos relacionados ao controle e monitoramento da
poluição, bem como sobre os padrões de qualidade ambiental adotados pelo Brasil.
4.1.1 Aspectos tecnológicos
Com a Resolução CONAMA n. 8/90, o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar (PRONAR) foi
complementado, e os limites máximos para a concentração de poluentes atmosféricos foram estipulados, com o
intuito de manter um . Contudo, foi em 2006 que, através da Resolução CONAMA n.padrão de qualidade do ar 
382, esse padrão deixou de ser um parâmetro flexível, pois, até então, variava de acordo com as tendências
meteorológicas para ser fixado a partir do tipo de fonte de poluente.
No entanto, a legislação brasileira, quando comparada à legislação dos Estados Unidos ou da União Europeia,
ainda se mostra bastante incipiente, especialmente no que diz respeito aos poluentes particulados inaláveis finos
( ), que, no Brasil, não são mencionados (SILVA; VIEIRA, 2017). A tabela a seguir nos mostra a comparação
entre os padrões primários estabelecidos pelos Estados Unidos e pela União Europeia em comparação aos do
Brasil.
- -3
Tabela 1 - Os padrões nacionais de qualidade do ar no Brasil necessitam ser mais rigorosos.
Fonte: SILVA e VIEIRA, 2017, p. 177.
Para o Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), em seu Primeiro Diagnóstico da Rede de Monitoramento da
Qualidade do Ar no Brasil (2014), ainda que as resoluções do CONAMA apresentassem aspectos bastante
positivos em relação à manutenção da qualidade do ar, o PRONAR não avançou de maneira significativa. Nele, foi
previsto a constituição de uma rede básica de monitoramento, que, de acordo com o IEMA (2014), nunca se
concretizou. Além disso, Silva e Vieira (2017, p. 178) apontam que
As redes de monitoramento no Brasil seguem os mesmos problemas que o estabelecimento de
padrões adequados de qualidade do ar. Em 2014 o Instituto de Energia e Meio Ambiente realizou o
Primeiro Diagnóstico da Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar no Brasil e registrou dados
alarmantes. Dentre as 27 unidades federativas, 15 não dispõem de nenhum dado referente a
qualidade do ar ou o monitoramento foi realizado por um curto período de tempo. O estudo elencou
três fragilidades no monitoramento da qualidade do ar. As redes que existem nem sempre
monitoram a totalidade de parâmetros regulados no país, não há monitoramento contínuo e a
descontinuidade compromete a representatividade dos dados apresentados
Temos, ainda, que as estações de monitoramento distribuídas pelo Brasil são bastante discrepantes e revelam
carências nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, conforme nos mostra a tabela na sequência.
- -4
Tabela 2 - As estações de monitoramento da poluição no Brasil não são bem distribuídas no território.
Fonte: SILVA e VIEIRA, 2017, p. 180.
Esse cenário evidencia que, em comparação a outros países, o Brasil precisa dar a atenção necessária para o
monitoramento da qualidade do ar, ampliando-o igualmente por todo o território e realizando investimentos
para a concretização de uma rede nacional de avaliação da qualidade. Dessa forma, podem ser estabelecidas
políticas públicas que consigam regular ou pôr fim às emissões de gases e partículas poluentes (SILVA; VIEIRA,
2017).
No que tange aos métodos de controle da poluição do ar, Lisboa e Schirmer (2007) apontam que existem dois
métodos básicos: e . Os métodos diretos são as técnicas de tratamentos,métodos indiretos métodos diretos
enquanto que os métodos indiretos envolvem modificações nos processos produtivos ou nos equipamentos
utilizados, ou seja, a partir de . Os autores ainda se referem aos métodos indiretos, como otecnologias limpas
controle que é conseguido
[...] através da modificação do equipamento/processo, alteração de matérias primas por outras
ecologicamente mais adequadas, manutenção dos equipamentos e operação dos mesmos dentro da
sua limitação etc., sempre com o objetivo de prevenir o escape ou formação dos gases. (LISBOA;
SCHIRMER, 2007, p. 4).
- -5
Em relação as medidas diretas, que dizem respeito às técnicas de tratamento, Lisboa e Schirmer (2007) indicam
as , como a incineração e a biofiltração; e as , que incluem atécnicas destrutivas técnicas recuperativas
absorção, a adsorção e a condensação. Ainda conforme os autores, essas técnicas passam por duas etapas:
1. Concentração dos poluentes na fonte para tratamento efetivo antes do lançamento na atmosfera: sistema de
ventilação local exaustora.
2. Retenção do poluente após geração através de equipamentos de controle de poluição do ar: equipamentos de
controle da poluição do ar.
Os equipamentos de controle da poluição atmosférica são classificados em função do estado físico do poluente e
através de “[...] diversos parâmetros, como mecanismo de controle, uso ou não de água ou outro líquido, etc.”
(LISBOA; SCHIRMER, 2007, p. 6).
Quanto ao controle de , os equipamentos mais utilizados são os coletores secos e osmateriais particulados
úmidos.
Os podem ser mecânicos inerciais ou gravitacionais, mecânicos centrífugos, precipitadorescoletores secos
dinâmicos secos, filtros de tecido (como os de manga) e precipitadores eletrostáticos. Por outro lado, os 
 podem ser do tipo pulverizadores, como as torres de ; ou lavadores, como os ciclônicos,coletores úmidos spray
de leito móvel e venturi (LISBOA; SCHIRMER, 2007).
Temos, ainda, o controle de , que é realizado por equipamentos como absorvedores,gases e vapores 
adsorvedores e incineração de gás com chama direta ou catalíticos.
No próximoitem, vamos compreender como são classificados os gases poluentes.
VOCÊ QUER LER?
O artigo “Tecnologias Limpas: Porque não fazer já o que certamente virá amanhã”, de Asher
Kiperstok, traz à tona a necessidade de mudanças na forma de se pensar quanto ao processo
produtivo, caso queiramos atingir o desenvolvimento sustentável. O autor argumenta que é
grande a responsabilidade das agências reguladores e do setor produtivo para que ocorra, de
fato, uma mudança capaz de reduzir os impactos das atividades humanas através da
substituição de tecnologias. Você pode ler o arquivo completo com o : <link http://www.teclim.
>.ufba.br/site/material_online/publicacoes/pub_art69.pdf
VOCÊ QUER LER?
Para entendermos melhor sobre os coletores úmidos, sugerimos a leitura do artigo “Concepção
de um lavador de gases aplicado no tratamento de efluentes gasosos de churrasqueira”, escrito
por Alexandre Teixeira D’Ávila da Cunha. Nele, mostrou-se o modelo venturi para realizar a
lavagem de gases produzidos por churrasqueiras. Leia o texto através do : <link
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/176123/TCC%20Alexandre%
>.20Cunha.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.teclim.ufba.br/site/material_online/publicacoes/pub_art69.pdf
http://www.teclim.ufba.br/site/material_online/publicacoes/pub_art69.pdf
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/176123/TCC%20Alexandre%20Cunha.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/176123/TCC%20Alexandre%20Cunha.pdf?sequence=1&isAllowed=y
- -6
4.1.2 Classificação dos gases poluentes
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) indica que os poluentes atmosféricos são classificados em poluentes
primários e secundários.
Os são aqueles que contaminam diretamente o ar, sendo emitidos diretamente da fontepoluentes primários 
poluente para o meio ambiente. Um exemplo são os gases emitidos pelos automóveis, como o monóxido de
carbono, as fuligens, os óxidos de nitrogênio e de enxofre, entre outros.
Os , por sua vez, são resultados de reações entre os poluentes primários, as substânciaspoluentes secundários
que se encontram na camada mais baixa da atmosfera e a radiação solar. “[...] por exemplo, a decomposição de
óxidos de nitrogênio pela radiação ultravioleta oriunda do sol na formação de ozônio e nitratos de peroxiacetila”
(BRASIL, s./d., s./p.).
Para o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, s./d., s./p.), os poluentes do ar podem ser definidos como
[...] gases e partículas sólidas (poeiras, pós e fumos) resultantes das atividades humanas e de
fenômenos naturais dispersos no ar atmosférico. Desta forma, classificam-se nessa categoria, os
gases e partículas expelidos por veículos e indústrias e também aqueles oriundos da degradação da
matéria orgânica, vulcanismos e outros fenômenos naturais. Incluem-se nesta lista as substâncias
formadas pela reação de certos poluentes com a radiação advinda do sol.
Assim, a quantidade de substâncias poluentes no ar determina o nível de poluição atmosférica, e a interação
entre a atmosfera e as fontes de poluição define a qualidade do ar (CETESB, 2018b). Essa qualidade, então, vai
surtir efeitos diversos, tanto no meio ambiente quanto na saúde humana.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) aponta que o grupo de poluentes que indicam a
qualidade do ar são:
• Material Particulado (MP): Partículas Totais em Suspensão (PTS), Partículas Inaláveis ( ), Partículas 
Inaláveis Finas ( ) e Fumaça (FMC);
• Dióxido de Enxofre ( );
• Monóxido de Carbono (CO);
• Ozônio ( );
• Compostos Orgânicos Voláteis (COVs);
• Óxidos de Nitrogênio (Nox);
• Chumbo.
Quanto ao Material Particulado (MP), a CETESB (2001, s./p.) aponta que “Sob a denominação geral de Material
Particulado se encontra um conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumaças e todo tipo de material
sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho”. Sendo assim,
veículos automotores, processos industriais, queima de biomassa e ressuspenção de poeira são as principais
fontes de emissão desse material para a atmosfera.
No próximo tópico, vamos estudar as formas de poluição das águas superficiais e subterrâneas, compreendendo
a importância desse recurso para toda forma de vida na Terra. As fontes de poluição da água são classificadas
como difusas e pontuais. Vamos saber mais sobre isso?
4.2 Poluição das águas superficiais e subterrâneas
A crescente demanda hídrica por parte da população, da agricultura, das indústrias e da geração de energia
potencializará disputas pelos recursos hídricos. As previsões apontam que, até 2050, o setor de manufatura
aumente seu consumo de água em até 400%, assim como também aumentará o consumo de água para a geração
de energia. Embora os riscos de escassez sejam mais graves no Sul da África e no Norte da China, a ONU (2016)
afirma que há riscos de escassez de água em todo o mundo. A estimativa é que até o ano de 2050 cerca de 2,3
•
•
•
•
•
•
•
- -7
afirma que há riscos de escassez de água em todo o mundo. A estimativa é que até o ano de 2050 cerca de 2,3
bilhões de pessoas vivam sob grave restrição hídrica, pois o déficit hídrico mundial chegará a 40% em 2030, se
nada mudar.
A partir de agora, vamos compreender como ocorre a poluição da água a partir de duas classificações: fontes
pontuais e fontes difusas de contaminação.
4.2.1 Fontes pontuais ou difusas
As são aquelas que lançam cargas poluentes diretamente nos corposfontes pontuais de contaminação
hídricos, de maneira concentrada e em local específico. Os esgotos domésticos, os efluentes industriais, as
atividades de mineração e os navios petroleiros são exemplos de fontes de poluição pontual das águas. Esse tipo
de poluição pode ser facilmente identificado por ter uma localização específica, da mesma maneira que o
monitoramento e a regulação são facilitados.
No entanto, ao contrário das fontes pontuais, as apresentam maiores dificuldades quanto a suafontes difusas
origem e identificação, pois estão dispersas ao longo dos cursos d’água. As águas das chuvas, por exemplo,
arrastam consigo poluentes das áreas urbanas e rurais, os quais vão parar nos corpos d’água, como resíduos
sólidos e agroquímicos.
Barros (2008) nos explica que as fontes difusas de poluição podem ser caracterizadas quando cargas poluidoras
lançadas nos corpos d’água são intermitentes e estão relacionadas as precipitações e ao uso do solo na área da
bacia hidrográfica; quando os poluentes são transportados por longas extensões de áreas; e quando a
identificação de sua origem é impossível de ser realizada, impedindo, também, seu monitoramento.
Dessa forma, as fontes de poluição difusa devem ser monitoradas ao longo de toda a bacia hidrográfica, de modo
preventivo. Os padrões de qualidade da água tornam-se difíceis de serem estabelecidos quando há poluição
difusa, já que as cargas de poluentes podem variar de acordo com a intensidade e a duração das precipitações
(BARROS, 2008).
Na sequência, compreenderemos melhor sobre a contaminação das águas subterrâneas e o modo como ocorre
essa poluição.
4.2.2 Contaminação das águas subterrâneas
Nos últimos 50 anos, a intensidade de consumo e a consequente geração de resíduos e efluentes aumentou de
maneira vertiginosa, sobrecarregando a capacidade de regeneração dos ecossistemas, degradando e poluindo o
meio ambiente. Mesmo as águas subterrâneas, que contam com maior proteção do que as águas superficiais,
estão sendo contaminadas.
A seguir, vamos analisar um caso para nos aprofundarmos no tema.
- -8
Para a CETESB (2018a, s./p.), as principais fontes de potencial contaminação das águas subterrâneas são
[...] os lixões; aterros mal operados; acidentes com substâncias tóxicas; atividades inadequadas de
armazenamento, manuseio e descarte de matérias primas, produtos, efluentes e resíduos em
atividades industriais, como indústrias químicas, petroquímicas, metalúrgicas, eletroeletrônicas,
alimentícias, galvanoplastias, curtume, etc.; atividades minerárias que expõem o aquífero; sistemas
desaneamento “in situ”; vazamento das redes coletoras de esgoto; o uso incorreto de agrotóxicos e
fertilizantes; bem como a irrigação que pode provocar problemas de salinização ou aumentar a
lixiviação de contaminantes para a água subterrânea; e outras fontes dispersas de poluição.
Se pensarmos que apenas uma pequena porção (2,5%) de toda a água disponível na Terra pode ser utilizada
para o consumo humano, como é o caso da água doce, podemos notar a gravidade da poluição quanto aos
recursos hídricos. Além disso, é válido ressaltar que 96% dessa pequena porção de água disponível para o
consumo vem das águas subterrâneas. Dessa forma,
Países como Arábia Saudita, Dinamarca e Malta utilizam exclusivamente dessas águas para todo o
abastecimento humano. Enquanto que na Áustria, Alemanha, Bélgica, França, Hungria, Itália,
Holanda, Marrocos, Rússia e Suíça, mais de 70% da demanda por água é atendida por manancial
hídrico subterrâneo. (BRASIL, 2007, p. 7).
Segundo o IBGE (2000), no Brasil, as cidades de Ribeirão Preto (SP), Maceió (AL), Mossoró (RN) e Manaus (AM)
possuem abastecimento de água proveniente de fontes subterrâneas. No total, 55% dos distritos brasileiros
utilizam esse tipo de abastecimento, atendendo população, indústrias e agricultura. Assim, podemos
compreender que as águas subterrâneas também sofrem imensa pressão, especialmente pela extração de água
CASO
As empresas subsidiárias das multinacionais americanas “Eli Lilly do Brasil Ltda.” e da
“Antibióticos do Brasil Ltda.” (ABL), com sede na região de Campinas, em São Paulo; foram
acionadas judicialmente em 2008, após provocarem a contaminação do solo e do lençol
freático, bem como prejudicarem a saúde dos funcionários com lixo tóxico. A perícia apontou
que, nas águas subterrâneas do local da fábrica, haviam substâncias reconhecidamente tóxicas
e com alto potencial cancerígeno, como naftalina, benzeno, herbicidas e estireno.
As empresas não assumiram os riscos de contaminação dos funcionários, e muitos deles foram
atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que as organizações também se
recusaram a custear o tratamento de seus colaboradores. No entanto, assumiram a
contaminação do solo e da água.
Dessa maneira, em abril de 2018, as empresas foram condenadas a pagar uma indenização no
valor de 500 milhões de reais, sendo que, desse montante, 300 milhões foram destinados ao
pagamento de danos morais, enquanto que outros 150 milhões foram destinados para a
prestação de assistência aos trabalhadores que foram expostos aos riscos de contaminação. O
restante do montante de 500 milhões foi destinado à compra de equipamentos para o Hospital
de Campinas e para projetos de pesquisa que promovam a prevenção de acidentes.
Saiba mais sobre o assunto em: <http://cartacampinas.com.br/2018/04/farmaceutica-que-
>.contaminou-o-ambiente-e-funcionarios-e-condenada-a-pagar-r-500-milhoes/
http://cartacampinas.com.br/2018/04/farmaceutica-que-contaminou-o-ambiente-e-funcionarios-e-condenada-a-pagar-r-500-milhoes/
http://cartacampinas.com.br/2018/04/farmaceutica-que-contaminou-o-ambiente-e-funcionarios-e-condenada-a-pagar-r-500-milhoes/
- -9
compreender que as águas subterrâneas também sofrem imensa pressão, especialmente pela extração de água
em volume superior ao que a natureza pode repor, fato que pode levar à redução da quantidade que abastece as
nascentes, os rios e, consequentemente, os reservatórios (BRASIL, 2007).
Temos, ainda, no Brasil, a maior disponibilidade hídrica de todo o Planeta, o equivalente a 13,8% de toda a água
doce disponível. Contudo, esse recurso não está distribuído igualmente pelo mundo, sendo que, em algumas
regiões, há abundância, enquanto outras sofrem escassez, conforme vemos na tabela a seguir.
Tabela 3 - A disponibilidade de água não é igual em todo o mundo.
Fonte: BRASIL, 2007, p. 9.
As águas subterrâneas, ou aquíferos, são aquelas que se encontram abaixo da superfície da Terra, ou seja, o
caminho que a água percorre desde a superfície, passando pela zona não saturada (que é onde a água e o ar vão
preencher os espaços vazios entre os grãos de terra) e pela zona saturada (onde os espaços vazios são
preenchidos totalmente pela água). Entre a zona não saturada e a zona saturada, encontramos o lençol freático.
A figura a seguir ilustra o ciclo hidrológico.
- -10
Figura 1 - A água está sempre em movimento, alimentando os corpos hídricos.
Fonte: BRASIL, 2007, p. 10.
Os aquíferos podem ser classificados conforme a posição e a estrutura. De acordo com as definições dadas pelo
Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2007, p. 13), eles podem ser:
(a) – aquíferos que se localizam mais próximos à superfície. Como no caso do aquíferoLivres
Pantanal.
(b) – presença de uma camada de menor permeabilidade (confinante) que submete asConfinados 
águas a uma pressão superior à atmosférica, caso da porção central do Sistema Aquífero Guarani.
Nos aquíferos confinados os poços tubulares profundos podem ser jorrantes, isto é, a água jorra do
poço sem necessidade de equipamento de bombeamento.
(c) – situação intermediária entre os dois.Semi-confinados 
Os aquíferos têm diversas funções, sendo elas (BRASIL, 2007):
• de produção, já que conseguem fornecer água para múltiplos usos;
• de estocagem e regularização, que armazena a água das chuvas, distribuindo-a para rios e lagos;
• atuam como filtros naturais, que, quando a água não está contaminada, reduzem os custos de 
tratamento para o consumo humano;
• são transportadores da água pelo subsolo, possibilitando o abastecimento de poços;
• função ambiental, pois permitem a manutenção dos ecossistemas;
• função energética, possibilitando a geração de energia;
• função estratégica, já que protegem a água da evaporação.
•
•
•
•
•
•
•
- -11
Figura 2 - Os aquíferos podem ser classificados como livres, confinados e semi-confinados.
Fonte: BRASIL, 2007, p. 13.
Em geral, as águas subterrâneas têm um padrão de qualidade elevado, contudo, a poluição vem sendo um fator
de risco. Somente em São Paulo, de acordo com dados da CETESB (2016), existiam 1.822 casos confirmados de
contaminação de águas subterrâneas no ano de 2006. 10 anos depois, o total de áreas contaminadas passou para
5.376, evidenciando o ritmo acelerado de contaminação.
Hirata (2014) aponta que, em todo o mundo, o nitrato é o contaminante mais comum encontrado nas águas
subterrâneas, cuja principal fonte de contaminação é o esgoto, mas também envolve o uso de fertilizantes
nitrogenados pelas atividades agrícolas. O autor afirma, ainda, que as concentrações acima de 10mg/L podem
provocar doenças em crianças com menos de cinco anos, e que “Há igualmente suspeitas de que, em
concentrações bastante menores, ele também seja carcinogênico [que pode provocar câncer]” (HIRATA, 2014, s.
/p.).
Hirata (2014, s./p.) é pesquisador do Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas (CEPAS), vinculada à
VOCÊ QUER VER?
O programa “Diálogos”, da TV UNESP, traz uma entrevista com o professor Rodrigo Manzione,
da UNESP Ourinhos, falando sobre a importância das águas subterrâneas, especialmente sobre
a importância do Aquífero Guarani para o abastecimento de água em São Paulo. O professor
ainda comenta sobre a importância da gestão pública para a conservação do recurso. Veja o
vídeo completo, intitulado “Águas subterrâneas e o Aquífero Guarani”, em: <https://www.
>.youtube.com/watch?v=wzeRS7aWonY
https://www.youtube.com/watch?v=wzeRS7aWonY
https://www.youtube.com/watch?v=wzeRS7aWonY
- -12
Hirata (2014, s./p.) é pesquisador do Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas (CEPAS), vinculada à
Universidade de São Paulo, e avalia que existe uma infinidade de substâncias que podem contaminar as águas
subterrâneas, provocando danos à saúde humana:
Um grupo de contaminantes bastante preocupantes são os solventes sintéticos clorados. Esses
apresentam grande toxicidade e são bastante persistentes e móveis em aquíferos. O interessante é
que, devido a sua grande volatilidade, esses contaminantes não têm a mesma importância para as
águas superficiais.Isso faz com que os órgãos de controle ambiental do Brasil não deem atenção a
eles em programas de monitoramento regular nas águas subterrâneas. Metais pesados formam outro
grupo bem importante e nocivo às águas subterrâneas, embora eles não apresentem a mesma
mobilidade que o nitrato ou os solventes clorados nos aquíferos.
Zoby (2008, p. 9), por sua vez, aponta que a construção de poços sem critérios técnicos adequados também
coloca em risco a qualidade das águas subterrâneas. Para o autor, os principais fatores na construção de poços
que podem afetar a qualidade das águas superficiais são
[...] o não isolamento das camadas indesejáveis durante a perfuração, como por exemplo, a parte de
rochas alteradas mais superficiais, que são mais vulneráveis à contaminação; ausência de laje de
proteção sanitária e altura inadequada da boca do poço; proximidade com pontos potencialmente
contaminantes da água como fossas, postos de gasolina, lixões; não desinfecção do poço após a
construção; não cimentação do espaço anelar entre o furo e o poço, que facilita a entrada de águas
superficiais.
Além da contaminação pelo esgoto através de altas concentrações de nitrato, bactérias e vírus, Zoby (2008, p.
10) também menciona que as águas subterrâneas podem ser (e são) contaminadas através da má disposição dos
resíduos sólidos, cujo chorume é o principal poluente: “O chorume é um líquido negro formado por compostos
orgânicos e inorgânicos, apresenta altas concentrações de matéria orgânica e metais pesados. A infiltração do
chorume contamina o solo e pode atingir a água subterrânea”.
A toxidade de muitos dos processos produtivos das indústrias também é tida como fonte de contaminação das
águas subterrâneas. Nesse contexto, Zoby (2008) nos explica que, em São Paulo, as indústrias são responsáveis
por 18% das áreas contaminadas. Além disso, os postos de combustíveis também são fonte contaminante dos
recursos hídricos subterrâneos, especialmente em relação aos acidentes e vazamentos de combustíveis.
4.2.3 Os Impactos da poluição das águas
Para a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU, 2016), a combinação da demanda crescente e o consumo
elevado da água com a variabilidade hidrológica resultará na escassez do recurso. Atualmente, estima-se que
cerca de 1,8 bilhão de pessoas não tenham acesso seguro à água para potável. A ONU (2016) alerta, ainda, que
esse número pode ser maior, visto que cerca de 2,4 bilhões de pessoas não possuem instalações sanitárias
adequadas, e, desse total, “[...] 1 bilhão de pessoas defecam a céu aberto” (ONU, 2016, p. 3).
- -13
Até o ano de 2050, a estimativa é de que a população mundial aumente em 33%, passando para 9,3 bilhões de
pessoas, sendo que a maioria estará vivendo em áreas urbanas. De acordo com a ONU (2016), a população
urbana dobrará, atingindo 6,3 bilhões de pessoas, consequentemente, a demanda por alimentos crescerá 60%.
No mundo todo, a agricultura consome 70% da água doce, sendo que, desse total, 38% das áreas irrigadas
utilizam água subterrânea. Nos países em desenvolvimento, essa porcentagem sobe para 90%. Além disso,
estimativas projetam que, caso não haja melhoria na eficiência do uso da água, o consumo pela agricultura
aumentará em 20% até 2050.
A partir desse contexto, temos a evidência de uma grave crise de escassez dos recursos hídricos, deixando
explícito a emergência de melhorias, especialmente relacionadas ao uso eficiente da água. O conceito de
sustentabilidade exposto no Relatório de Brundtland — que diz respeito a necessidade de utilizarmos os
recursos hoje, pensando em preservá-los para as gerações futuras — deve ser considerado, pois nossa geração
pode estar condenando as gerações futuras a severas dificuldades de sobrevivência.
Na sequência, vamos nos aprofundar quanto ao transporte de contaminantes na natureza, e compreender como
a poluição promove impactos sistêmicos em todo o meio ambiente.
4.3 Poluentes no ambiente
Compreender os processos de transporte de contaminantes é importante para conseguirmos prever os impactos
causados pela disposição de resíduos no meio ambiente. No solo, os processos de transporte e acumulação de
contaminantes vão depender do tipo de solo em questão e da natureza do contaminante, uma vez que esses dois
fatores vão determinar a maneira como o contaminante vai reagir. Assim, podemos compreender que os
mecanismos de transporte são indicadores de como cada poluente é capaz de migrar e poluir o meio ambiente,
afetando a saúde humana.
4.3.1 Processos de transporte, dispersão e degradação de poluentes
A maneira como os contaminantes vão migrar pelo solo pode ser caracterizada por dois processos: os físicos e os
químicos. Nos , temos a advecção e a dispersão hidrodinâmica, enquanto que os processos físicos processos
 envolvem diversas reações entre o contaminante e o solo. Daí a importância de conhecermos asquímicos
propriedades físicas e químicas, tanto do solo quanto do contaminante, pois, dessa maneira, é possível prever
como se dará o transporte do contaminante e identificar a melhor forma de impor barreiras, sejam elas artificiais
ou naturais (CAMPANA, 2014).
Para Demuelenaere (2004, p. 31),
A contaminação do solo é a principal causa da deterioração das águas subterrâneas (Boscov, 1997).
VOCÊ SABIA?
No mundo todo, 500 milhões de pessoas enfrentam a escassez dos recursos hídricos. Cerca de 2
/3 da população mundial fica em torno de um mês sem água, enquanto que outras três bilhões
de pessoas passam cerca de quatro meses sem o recurso. Temos, ainda, que cerca de dois
bilhões de pessoas chegam a ficar metade de um ano, ou seja, seis meses, sem água. As
estimativas apontam que esse quadro tende a se agravar até o ano de 2050 (ONU, 2016).
- -14
A contaminação do solo é a principal causa da deterioração das águas subterrâneas (Boscov, 1997).
Os processos de contaminação no solo ocorrem lentamente e, freqüentemente, sem conseqüências
trágicas imediatas, porém em longo prazo, podem ter efeitos sérios e possivelmente irreversíveis. Os
contaminantes podem ter sido produzidos no estado líquido (efluentes) ou resultarem da
degradação ou percolação de águas pluviais por resíduos sólidos (chorume ou percolado).
A é um processo em que o contaminante é carregado pela água em movimento. Assim, osadvecção
contaminantes não possuem interação com o solo, mas são conduzidos pela água. Já a dispersão hidrodinâmica
consegue espalhar o contaminante no solo, pois há interação com o meio poroso. Dessa forma, o contaminante
polui mais do que quando transportado por advecção, podendo ocorrer pela ou dispersão mecânica difusão
.molecular
A dispersão mecânica envolve as variações de velocidade do contaminante no meio poroso. Demuelenaere
(2004, p. 33) esclarece que,
Numa escala microscópica, a dispersão mecânica resulta de três mecanismos básicos (Freeze e
Cherry, 1979). O primeiro ocorre em canais individuais, devido à rugosidade da superfície dos poros.
As moléculas que estão mais próximas dos grãos têm maior atrito, portanto, movem-se mais
lentamente. O segundo processo depende do tamanho dos poros na trajetória. Com a diferença na
área superficial de contato entre o fluido e a superfície rugosa, a velocidade será maior ou menor. O
terceiro processo está relacionado com a tortuosidade, ou comprimento da trajetória de fluxo.
A difusão molecular, por sua vez, é influenciada pela energia cinética que movimenta íons e moléculas do
contaminante, que se deslocam das áreas de maior concentração para as de menor concentração. Esse tipo de
transporte ocorre sem fluxo de água (DEMUELENAERE, 2004).
Agora que entendemos melhor, precisamos analisar as propriedades físico-químicas que determinam a migração
dos poluentes no meio ambiente, bem como compreender como essas propriedades influenciam para que a
contaminação se estenda pelo ecossistema.
4.3.2 Propriedades físico-químicas
As propriedades físico-químicas influenciam o transporte e o destino dos poluentes no meio ambiente, por isso,
saber a solubilidade em água de determinado contaminanteé muito importante para entendermos como o
contaminante pode migrar na natureza. Além disso, alguns fatores podem influir na solubilidade de um poluente,
como a temperatura e o pH. Quando um contaminante é bastante solúvel em água, por exemplo, ele adsorve
menos ao solo, ou seja, possui baixa aderência ao solo, por isso, é facilmente transportado pela água das chuvas,
que o carreará para as águas superficiais e subterrâneas.
A solubilidade de um contaminante também afeta sua capacidade de passar do estado líquido ao gasoso, por isso,
geralmente, são mais fáceis de ser biodegradados (DEMUELENAERE, 2004). A capacidade de passar do estado
líquido para o gasoso é chamada de , podendo ser medida com a pressão de vapor, que indica avolatilidade
velocidade com que um contaminante pode atingir o ar a partir do solo ou da água. A taxa de volatilidade de um
contaminante pode ser afetada por fatores como a velocidade dos ventos e a temperatura, entre outros. Por
exemplo, quando um contaminante tem maior capacidade de adsorção, ou seja, de aderência ao solo ou de
solubilidade na água, suas probabilidades de evaporação são menores e possuem menos chances de chegarem ao
ar. O contrário, quando um contaminante tem alta pressão de vapor, significa que possui alta volatilidade e
maiores chances de atingir o ar (DEMUELENAERE, 2004).
De acordo com Demuelenaere (2004), o peso molecular do contaminante, sua capacidade de solubilidade e sua
pressão de vapor indicam a volatilidade do contaminante. Isso é o que demonstra a constante da Lei de Henry.
Dessa forma, se um contaminante apresenta alta pressão de vapor comparado a solubilidade em água, a
tendência é que o contaminante evapore. Do contrário, se a solubilidade em água é maior do que a pressão do
vapor, o contaminante se dissolverá na água. Ou seja, quanto maior for a constante de Henry de um
- -15
vapor, o contaminante se dissolverá na água. Ou seja, quanto maior for a constante de Henry de um
contaminante, maior serão as chances de inalação.
Como vimos, quanto maior for a aderência de um contaminante ao solo, ou seja, quanto maior for a sua
capacidade de adsorção, menor são as chances de ele ser carregado pelas águas das chuvas, indo parar nas águas
superficiais e subterrâneas.
O Coeficiente de Partição do Carbono Orgânico (Koc), também chamado de Coeficiente de Adsorção, mede a
tendência de um composto orgânico em se fixar no solo ou em sedimentos. Cada composto orgânico possui um
Koc, e este independe das propriedades do solo. Assim, quanto maior o Koc, maior é a firmeza com que o
composto orgânico se fixa ao solo (CAMPANA, 2014).
Há que se considerar, também, o Coeficiente de Partição Octanol/Água (Kow), que indica a capacidade de um
contaminante em se acumular na gordura animal através da cadeia alimentícia, ou seja, a bioconcentração de
contaminantes. Quanto maior for o coeficiente de Kow, maior será a bioconcentração de contaminantes.
Coeficientes menores de Kow indicam que o contaminante tende a se distribuir mais na água e no ar (CAMPANA,
2014).
A degradação e a transformação química dos contaminantes são difíceis de serem calculadas com precisão, pois
dependem das características físicas e biológicas das áreas contaminadas. Quanto maior for a matéria orgânica
presente no solo, maior será a biodegradação, ou seja, a capacidade de romper os compostos orgânicos. A
degradação de contaminantes também pode ocorrer através de processos químicos que ocorrem no ar e na água,
como oxidação, hidrólise e fotólise (CAMPANA, 2014).
No próximo item, vamos abordar as tecnologias que são capazes de remediar e tratar a contaminação do meio
VOCÊ O CONHECE?
William Henry nasceu em 12 de dezembro de 1775, em Manchester, na Inglaterra. Formou-se
em medicina, mas se dedicou mais arduamente à química, focando suas pesquisas nos gases,
contribuindo para o entendimento de como a água os absorve através de diferentes
temperaturas e pressões. Esses estudos foram determinantes para a ciência, bem como sua
teoria ficou conhecida como “Lei de Henry”.
VOCÊ QUER LER?
A pesquisa “Contaminação por metais pesados em peixes e água da bacia do rio Cassiporé,
Estado do Amapá, Brasil”, de Daniel Padilha de Lima, Cesar Santos, Roberto de Souza Silva,
Eliane Tie Oba Yoshioka e Roberto Messias Bezerra, evidencia os níveis de bioacumulação de
metais pesados em peixes da Bacia do Rio Cassiporé, no Amapá, bem como as altas
concentrações de cobre e zinco nos músculos dos peixes, que, posteriormente, serão
transferidos aos seres humanos através da alimentação. Você pode ler o artigo completo em: <
https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1022219/1
>./CPAFAP2015Contaminacaopormetaispesadospeixes.pdf
https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1022219/1/CPAFAP2015Contaminacaopormetaispesadospeixes.pdf
https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1022219/1/CPAFAP2015Contaminacaopormetaispesadospeixes.pdf
- -16
No próximo item, vamos abordar as tecnologias que são capazes de remediar e tratar a contaminação do meio
ambiente, buscando evitar as consequências da poluição ambiental.
4.3.3 Remediação de áreas contaminadas
Atualmente, existem várias tecnologias de remediação e tratamento de áreas contaminadas. Dessa forma,
escolher a técnica adequada depende do conhecimento acerca da área contaminada e do tipo de contaminante.
Para Dyminski (2006, p. 09), é preciso levar em consideração as técnicas que se adéquem à proteção da saúde
humana e do meio ambiente, considerando:
a) incertezas no que se refere à disposição do poluente no terreno;
b) persistência, toxidez, mobilidade e tendência à bioacumulação das substâncias;
c) riscos à saúde humana a curto e longo prazo;
d) custos de manutenção a longo prazo;
e) possibilidade de custos futuros de limpeza se a remediação não funcionar;
f) risco potencial à saúde e meio ambiente associado com escavação, transporte, redisposição ou
confinamento.
O ideal é que, quando o tratamento do solo se dá em conjunto com o tratamento da água, ele seja capaz de
reduzir permanentemente “[...] o volume, a toxidez ou mobilidade das substâncias poluentes” (DYMINSKI, 2006,
p. 10). As técnicas menos desejáveis são aquelas que transportam e dispõe em outro local as substâncias tóxicas
sem o devido tratamento. Aliás, algumas dessas técnicas são baseadas em processos físico-químicos, outras,
através da biotecnologia. Entre as técnicas baseadas nos processos físico-químicos, podemos citar o Air Stripping
/Sparging, a extração de gás do solo (SVE), a adsorção por carbono, a injeção de vapor e a oxidação química. Já a
biotecnologia utiliza técnicas de biorremediação, que faz uso de organismos biológicos capazes de reduzir ou
transformar os contaminantes.
Mesmo com inúmeras tecnologias capazes de impedir ou remediar as consequências da poluição ambiental, é
preciso, também, avaliar de que maneira as políticas públicas contribuem, ou não, para que a degradação do
meio ambiente seja minimizada.
4.4 Políticas públicas e mecanismos de controle 
socioambiental
Ainda que a Constituição Federal compreenda o meio ambiente como um interesse comum da sociedade,
comprometendo-se a protegê-lo; e a nossa Legislação Ambiental esteja entre as mais completas do mundo, Silva
e Vieira (2017) apontam que há uma ineficácia nas normas jurídicas ambientais, alegando que há um
emaranhado legislativo dotado de poder coercitivo, mas não preventivo.
4.4.1 A Legislação Ambiental brasileira
A Constituição Federal de 1988, em seu capítulo III, art. 225, diz que todos têm o direito de um meio ambiente
ecologicamente equilibrado, reforçando que este é um bem de uso comum da sociedade e essencial à qualidade
de vida. O artigo afirma, ainda, que é dever do poder público preservar o meio ambiente para as gerações
presente e futura.
Silva e Vieira (2017, p. 4) elencam que
Um levantamento realizado pelo próprio Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
- -17
Um levantamento realizado pelo próprio Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis – IBAMA relacionou nada menos nada mais que 67 (sessenta e sete) leis
ordinárias, 27 (vinte e sete) decretos-leis, 325 (trezentos e vinte e cinco) decretos, 61 (sessenta e
uma) resoluções expedidas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA e, finalmente, 481
(quatrocentos e oitenta e uma) portarias e instruções normativas emitidas apenas pelos diversos
órgãos federais que atuam no campo ambiental.
Ainda assim, os autores argumentam que os dispositivos normativos estão destinados aos infratores, ou seja, dão
conta dos crimes cometidos através de punições, sanções e penas. Contudo, não se constituem de modo eficaz
como instrumentos que sejam capazes de prevenir crimes ambientais, fragilizando a proteção dos recursos
naturais. Nesse sentido, Silva e Vieira (2017) questionam se as normas jurídicas são, de fato, capazes de impedir
a ocorrência da degradação ambiental, ainda que sejam normas rígidas; e se podem ser consideradas como a
solução para os nossos problemas ambientais.
Nesse sentido, podemos perceber que não basta elaborar leis proibitivas em uma sociedade em que a pobreza é
um grande problema, afinal, como exigir que as pessoas cumpram essas leis se o próprio governo não cumpre
sua função de fornecer a infraestrutura básica que permita a proteção do meio ambiente? Vamos entender
melhor sobre o assunto com o item a seguir.
4.4.2 Pobreza e meio ambiente
Em nossa legislação, há diversas normas jurídicas proibitivas, como a prevista no Decreto n. 3.179/99, em seu
art. 41, inciso V, que diz que é proibido jogar lixo na via pública. No entanto, como garantir a eficácia dessa
norma quando o serviço público é ausente e não chega nas comunidades mais pobres? E quando o serviço de
coleta de lixo, quando existe, é precário?
Com isso, temos a necessidade de reduzir as desigualdades sociais, ampliando e permitindo acesso dos cidadãos
de baixa renda aos direitos básicos dos quais são excluídos. É, então, a maneira pela qual a proibição “não jogar
lixo na via pública” poderá se tornar eficaz. Nesse sentido, a manutenção das desigualdades sociais impede o
desenvolvimento sustentável.
Além disso, os interesses econômicos não podem se sobressair às questões ambientais, pois a degradação
ambiental afeta toda a coletividade, devendo, assim, ser sumariamente garantido o equilíbrio dos ecossistemas
para que, consequentemente, a sociedade possa ser beneficiada pelos serviços prestados pela natureza.
Nesse contexto, estimular a educação ambiental e aumentar a conscientização dos cidadãos também deve ser
objetivo das políticas públicas, que procuram garantir o desenvolvimento de programas capazes de conduzir a
sociedade para práticas de reciclagem, reutilização e reaproveitamento de materiais.
4.4.3 A emergência do desenvolvimento sustentável
Se, por um lado, nos países em desenvolvimento, a desigualdade social, a utilização de técnicas que degradam o
meio ambiente e os interesses econômicos privados predominam em detrimento aos interesses da população,
sobretudo a mais pobre; por outro lado, são os países desenvolvidos os que mais consomem recursos naturais.
Além das desigualdades socioambientais internas, a análise sobre a degradação e a poluição ambiental deve
considerar, também, as desigualdades geográficas, especialmente as entre os países desenvolvidos e os em
desenvolvimento (GALDINO, 2015).
Ao observarmos mais detalhadamente a condição de degradação ambiental global, percebemos que as fontes
poluidoras convergem com o estilo de vida social, fundamentado pelas desigualdades sociais. Indústrias e
agroindústrias lideram o da degradação socioambiental (DERÍSIO, 2012).ranking
- -18
Pobreza, modo de produção social e o estilo de vida da sociedade de consumo estão colocando em risco a
capacidade de regeneração dos ecossistemas. Consequentemente, a sociedade sofre com o aumento de doenças e
a escassez dos recursos naturais, em uma tendência que vai ao esgotamento, caso não sejam redefinidos os
padrões sociais (DERÍSIO, 2012).
Além disso, a urbanização sem o devido planejamento urbano, a administração pública ineficiente, os processos
produtivos degradantes e a consciência ambiental da sociedade devem passar por mudanças que sejam capazes
de conduzir efetivamente ao desenvolvimento sustentável, para que o modo como utilizamos os recursos
naturais não comprometam a capacidade de sobrevivência das gerações futuras.
Síntese
Neste último capítulo, pudemos conhecer alguns dos equipamentos de controle da poluição do ar, bem como os
processos físico-químicos que promovem o transporte dos poluentes pelo solo e pela água. Também vimos a
importância das águas subterrâneas para o abastecimento humano e os crescentes processos de degradação que
comprometem a sua utilização. Com isso, também finalizamos a disciplina de Poluição e Degradação Ambiental.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
• avaliar a importância do controle das emissões atmosféricas;
• entender a necessidade de monitoramento constante e nacional da qualidade do ar;
• conhecer a importância das águas subterrâneas e seu processo de degradação;
• entender como se dá o transporte de poluentes.
Bibliografia
BARROS, A. M. de L. : aplicação do modelo MONERIS à baciaModelagem da poluição pontual e difusa
hidrográfica do rio Ipojuca. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Pernambuco,
Pernambuco, 2008. Disponível em: <https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/4919/1/arquivo2190_1.
>. Acesso em: 08/06/2018.pdf
BRASIL. Decreto n. 3.179, de 21 de setembro de 1999. Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. . Brasília,Diário Oficial da União
1999. Disponível em: < >. Acesso em: 05/06/2018.http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3179.htm
______. Ministério do Meio Ambiente. : Um Recurso A Ser Reconhecido e Protegido. Brasília:Águas Subterrâneas
VOCÊ SABIA?
De acordo com provisões da ONU, o consumo mundial de recursos naturais pode ser três vezes
maior do que o atual até o ano de 2050, o que promoverá um grande impacto nos
ecossistemas. Conforme pesquisadores, esse impacto pode ser determinante para a
humanidade, impondo-nos um imenso desafio: o de manter o crescimento econômico,
diminuindo as desigualdades sociais e a miséria, sem que haja aumento na demanda dos
recursos naturais.
•
•
•
•
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/4919/1/arquivo2190_1.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/4919/1/arquivo2190_1.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3179.htm
- -19
______. Ministério do Meio Ambiente. : Um Recurso A Ser Reconhecido e Protegido. Brasília:Águas Subterrâneas
Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, 2007. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas
>. Acesso em: 05/06/2018./167/_publicacao/167_publicacao28012009044356.pdf
______. Presidência da República. . Brasília, 1988.Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
Disponível em: < >. Acesso em: 05http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
/06/2018.
______. Resolução CONAMA n. 5, de 5 de agosto de 1993. Dispõe sobre o gerenciamento de resíduos sólidos
gerados nos portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários e estabelecimentos prestadores de serviços
de saúde. (Revogadas as disposições que tratam de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde pela
Resolução n. 358/05). . Brasília, 1993. Disponível em: <Diário Oficial da União http://www.mma.gov.br/port
>. Acesso em: 05/06/2018./conama/legiabre.cfm?codlegi=130
______. Resolução CONAMA n. 8, de 6 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o estabelecimento de limites máximos
de emissão de poluentes no ar para processos de combustão externa de fontes fixas de poluição. Diário Oficial
. Brasília, 1990. Disponível em: < >.da União http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=105
Acesso em: 05/06/2018.
______. Resolução CONAMA n. 382, de 26 de dezembro de 2006. Estabelece os limites máximosde emissão de
poluentes atmosféricos para fontes fixas. . Brasília, 2006. Disponível em: <Diário Oficial da União http://www.
>. Acesso em: 05/06/2018.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=520
CAMPANA, F. M. V. . Tese (Mestrado em Engenharia Mecânica) –Remediação de Poluentes em aquíferos
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.
CARTA Campinas. Farmacêutica que contaminou o ambiente e funcionários é condenada a pagar R$ 500
. 26 abr. 2018. Disponível em: <milhões http://cartacampinas.com.br/2018/04/farmaceutica-que-contaminou-
>. Acesso em: 08/06/2018.o-ambiente-e-funcionarios-e-condenada-a-pagar-r-500-milhoes/
CETESB. Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. : Poluição das águas subterrâneas.Águas Subterrâneas
São Paulo, 2018a. Disponível em: <http://cetesb.sp.gov.br/aguas-subterraneas/informacoes-basicas/poluicao-
>. Acesso em: 05/06/2018. das-aguas-subterraneas/
______. Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Qualidade das águas subterrâneas do estado de São
. São Paulo: CETESB, 2016.Paulo 2013-2015
______. Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. : Poluentes. São Paulo, 2018b. DisponívelQualidade do Ar
em: < >. Acesso em: 05/06/2018. http://cetesb.sp.gov.br/ar/poluentes/
______. Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. . São Paulo, 11 jun. 2001. Disponível em: <Poluentes
http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/Ar/ar_saude.asp>. Acesso em: 05/06/2018.
CUNHA, A. T. D. da et al. Concepção de um lavador de gases aplicado no tratamento de efluentes gasosos de
.churrasqueira Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental) –
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2016. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br
/bitstream/handle/123456789/176123/TCC%20Alexandre%20Cunha.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso
em: 05/06/2018. 
DEMUELENAERE, R. G. de A. Caracterização de Propriedades de Transporte de metais Pesados em Solos
. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Pontifícia Universidade Católica doResiduais do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: <http://www.civ.puc-rio.br/wp-content/view/down_pdf.
>. Acesso em: 05/06/2018. php?pdf=../pdf/200.pdf
DERÍSIO, J. C. . 4 ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2012.Introdução ao controle de poluição ambiental
DYMINSKI, A. S. Contaminação de solos e águas subterrâneas. Paraná: Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, 2006. Disponível em: <http://www.cvs.saude.sp.gov.br/up/Contaminacao%20de%20solos.pdf>. Acesso
em: 08/06/2018.
GALDINO, A. M. R. . Curitiba: Intersaberes, 2015.Introdução ao estudo da Poluição dos ecossistemas
HIRATA, R. “As águas subterrâneas são um recurso pouco entendido e ainda pouco apreciado”. Entrevista
http://www.mma.gov.br/estruturas/167/_publicacao/167_publicacao28012009044356.pdf
http://www.mma.gov.br/estruturas/167/_publicacao/167_publicacao28012009044356.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=130
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=130
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=105
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=520
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=520
http://cartacampinas.com.br/2018/04/farmaceutica-que-contaminou-o-ambiente-e-funcionarios-e-condenada-a-pagar-r-500-milhoes/
http://cartacampinas.com.br/2018/04/farmaceutica-que-contaminou-o-ambiente-e-funcionarios-e-condenada-a-pagar-r-500-milhoes/
http://cetesb.sp.gov.br/aguas-subterraneas/informacoes-basicas/poluicao-das-aguas-subterraneas/
http://cetesb.sp.gov.br/aguas-subterraneas/informacoes-basicas/poluicao-das-aguas-subterraneas/
http://cetesb.sp.gov.br/ar/poluentes/
http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/Ar/ar_saude.asp
http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/Ar/ar_saude.asp
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/176123/TCC%20Alexandre%20Cunha.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/176123/TCC%20Alexandre%20Cunha.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.civ.puc-rio.br/wp-content/view/down_pdf.php?pdf=../pdf/200.pdf
http://www.civ.puc-rio.br/wp-content/view/down_pdf.php?pdf=../pdf/200.pdf
http://www.cvs.saude.sp.gov.br/up/Contaminacao%20de%20solos.pdf
- -20
HIRATA, R. “As águas subterrâneas são um recurso pouco entendido e ainda pouco apreciado”. Entrevista
especial com Ricardo Hirata. , 2014. Disponível em: <Instituto Humanitas UNISINOS http://www.ihu.unisinos.
br/entrevistas/527810-as-aguas-subterraneas-sao-um-recurso-pouco-entendido-e-ainda-pouco-apreciado-
>. Acesso em: 05/06/2018. entrevista-especial-com-ricardo-hirata
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. , 2000.Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB
Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/multidominio/meio-ambiente/9073-
>. Acesso em: 05/06/2018. pesquisa-nacional-de-saneamento-basico.html
IEMA. Instituto de Energia e Meio Ambiente. Primeiro diagnóstico da rede de monitoramento da qualidade
, abr. 2014. Disponível em: <do ar no Brasil http://www.forumclima.pr.gov.br/arquivos/File/Rosana
>. Acesso em: 05/06/2018. /Diagnostico_Qualidade_do_Ar_Versao_Final_Std.pdf
KIPERSTOK, A. Tecnologias limpas: porque não fazer já o que certamente virá amanhã. Revista Baiana de
, Camaçari, v. 14, n. 2, p. 45-51, 1999. Disponível: <Tecnologias http://www.teclim.ufba.br/site/material_online
>. Acesso em: 05/06/2018. /publicacoes/pub_art69.pdf
LIMA, D. P. de et al. Contaminação por metais pesados em peixes e água da bacia do rio Cassiporé, Estado do
Amapá, Brasil. , v. 45, 2015. Disponível em: <Acta Amazonica https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice
>. Acesso em: 05/06/2018./bitstream/doc/1022219/1/CPAFAP2015Contaminacaopormetaispesadospeixes.pdf
LISBOA, H. de M.; SCHIRMER, W. N. : metodologia de controle da poluiçãoControle da poluição atmosférica
atmosférica. Universidade de São Paulo, nov./out. 2007. Disponível em: <http://www.fap.if.usp.br/~hbarbosa
>. Acesso em: 05/uploads/Teaching/FisPoluicaoAr2016/Lisboa_Cap7_controle_poluicao_atmosferica_2007.pdf
/06/2018. 
ONU. Organização das Nações Unidas. Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos
: Água e Emprego, fatos e números. 2016. Disponível em: <Recursos Hídricos 2016 http://unesdoc.unesco.org
>. Acesso em: 05/06/2018./images/0024/002440/244041por.pdf
SILVA, A. F.; VIEIRA, C. A. Aspectos da poluição atmosférica: uma reflexão sobre a qualidade do ar nas cidades
brasileiras. , v. 3, n. 1, p. 166-189, 2017.Revista Ciência e Sustentabilidade Disponível em: <https://periodicos.
ufca.edu.br/ojs/index.php/cienciasustentabilidade/article/view/180>. Acesso em: 05/06/2018.
TV UNESP. . 24 jan. 2017. Disponível em: <Diálogos | Águas subterrâneas e o Aquífero Guarani https://www.
>. Acesso em: 05/06/2018.youtube.com/watch?v=wzeRS7aWonY
ZOBY, J. L. G. Panorama da qualidade das águas subterrâneas no Brasil. In: XV CONGRESSO BRASILEIRO DE 
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS, 2008. Natal: 2008. Disponível em: <Anais eletrônicos... https://aguassubterraneas.
>. Acesso em: 05/06/2018.abas.org/asubterraneas/article/view/23802/15867
http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/527810-as-aguas-subterraneas-sao-um-recurso-pouco-entendido-e-ainda-pouco-apreciado-entrevista-especial-com-ricardo-hirata
http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/527810-as-aguas-subterraneas-sao-um-recurso-pouco-entendido-e-ainda-pouco-apreciado-entrevista-especial-com-ricardo-hirata
http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/527810-as-aguas-subterraneas-sao-um-recurso-pouco-entendido-e-ainda-pouco-apreciado-entrevista-especial-com-ricardo-hirata
https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/multidominio/meio-ambiente/9073-pesquisa-nacional-de-saneamento-basico.html
https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/multidominio/meio-ambiente/9073-pesquisa-nacional-de-saneamento-basico.html
http://www.forumclima.pr.gov.br/arquivos/File/Rosana/Diagnostico_Qualidade_do_Ar_Versao_Final_Std.pdf
http://www.forumclima.pr.gov.br/arquivos/File/Rosana/Diagnostico_Qualidade_do_Ar_Versao_Final_Std.pdfhttp://www.teclim.ufba.br/site/material_online/publicacoes/pub_art69.pdf
http://www.teclim.ufba.br/site/material_online/publicacoes/pub_art69.pdf
https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1022219/1/CPAFAP2015Contaminacaopormetaispesadospeixes.pdf
https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1022219/1/CPAFAP2015Contaminacaopormetaispesadospeixes.pdf
http://www.fap.if.usp.br/~hbarbosa/uploads/Teaching/FisPoluicaoAr2016/Lisboa_Cap7_controle_poluicao_atmosferica_2007.pdf
http://www.fap.if.usp.br/~hbarbosa/uploads/Teaching/FisPoluicaoAr2016/Lisboa_Cap7_controle_poluicao_atmosferica_2007.pdf
http://unesdoc.unesco.org/images/0024/002440/244041por.pdf
http://unesdoc.unesco.org/images/0024/002440/244041por.pdf
https://periodicos.ufca.edu.br/ojs/index.php/cienciasustentabilidade/article/view/180
https://periodicos.ufca.edu.br/ojs/index.php/cienciasustentabilidade/article/view/180
https://www.youtube.com/watch?v=wzeRS7aWonY
https://www.youtube.com/watch?v=wzeRS7aWonY
https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/23802/15867
https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/23802/15867
	Introdução
	4.1 Controle das emissões atmosféricas
	4.1.1 Aspectos tecnológicos
	4.1.2 Classificação dos gases poluentes
	4.2 Poluição das águas superficiais e subterrâneas
	4.2.1 Fontes pontuais ou difusas
	4.2.2 Contaminação das águas subterrâneas
	4.2.3 Os Impactos da poluição das águas
	4.3 Poluentes no ambiente
	4.3.1 Processos de transporte, dispersão e degradação de poluentes
	4.3.2 Propriedades físico-químicas
	4.3.3 Remediação de áreas contaminadas
	4.4 Políticas públicas e mecanismos de controle socioambiental
	4.4.1 A Legislação Ambiental brasileira
	4.4.2 Pobreza e meio ambiente
	4.4.3 A emergência do desenvolvimento sustentável
	Síntese
	Bibliografia

Continue navegando