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ATIVIDADE III

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ATIVIDADE III
POLUIÇÃO E DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
Durante muito tempo as empresas deram ênfase para os custos e para as vendas como fator imprescindível para os negócios. Preocupavam-se com a redução de custos minimizando a importância da correta manipulação dos resíduos, e estes muitas vezes eram expelidos para o meio ambiente sem a oportunidade de renovação ou trato adequado. Porém, a grande demanda por recursos naturais obriga as empresas que pretendem prosperar e manter-se no mercado, estejam atentas a todo tipo de problema ambiental que pode surgir, já que parte das agressões ao meio ambiente decorre das atividades de produção e consumo resultando nas chamadas externalidades ambientais (BRAGA; PAULANI, 2007).
Parte dessas agressões tende a ser atenuadas quando as empresas que se preocupam em associar o desempenho dos seus negócios ao meio ambiente e buscam incluir a vertente ambiental em suas estratégias empresarias, ordenando que nenhum produto seja arquitetado, produzido ou comercializado sem levar em conta os possíveis danos ao meio ambiente. (SANTOS, 2010).
Externalidades são “falhas de mercado nas quais efeitos de determinada atividade atingem terceiros (externos) nela não envolvidos” (DERANI, 2007, p.57). Dentro de um processo produtivo as externalidades ambientais surgem no momento em que o setor produtivo se utiliza do meio ambiente e seus recursos de forma gratuita. 
Externalidades ambientais são os efeitos transversais de bens ou serviços sobre outras pessoas que não estão diretamente evolvidas com a atividade. Referem-se ao impacto de uma decisão sobre aqueles que não participam dessa decisão (MANKIW, 2007), podendo gerar efeitos positivos ou negativos para a sociedade (MOURA,2003).
            Ely (1990) relata que, quando uma indústria emite fumaça na atmosfera ou joga resíduos diretamente no solo e nos rios, essa indústria prejudica outras empresas ou pessoas que dependem desses recursos, que, por sua vez, não são ressarcidas pelo agente poluidor. Outro exemplo de externalidade é quando uma empresa de fundição de cobre, ao provocar chuvas ácidas, prejudica a colheita dos agricultores da vizinhança. Esse tipo de poluição representa um custo para a agricultura, que sofre os danos causados pelas chuvas ácidas, e não para a indústria poluidora, por isso os custos de produção dessa indústria, nesse caso, são inferiores aos custos impostos à coletividade e, por consequência, o nível de produção dessa indústria é maior do que aquele que seria socialmente desejável (SOUSA, 2008).
            Sousa (2008) reporta que as externalidades levam os agentes não diretamente envolvidos na atividade geradora a usarem recursos para corrigir os efeitos por elas gerados. O modo mais comum de uso desses recursos são as internações hospitalares, decorrentes de doenças relacionadas à poluição. Embora representem, efetivamente, gastos (recursos públicos) para os doentes, esses não são contabilizados nos custos da empresa. Desse modo, o custo da poluição ou degradação não incide sobre os que geram esses custos, mas recai sobre a sociedade e sobre as gerações futuras.
Na categoria externalidades negativas estão inclusas os danos causados aos rios em decorrência de descargas de águas residuais contaminadas, aos ecossistemas devido à eliminação de resíduos sólidos, à poluição do ar por causa das atividades produtivas. Essas são chamadas de custos de externos porque na maioria das vezes não são compensados pelas empresas e recaem sobre a sociedade na forma de aumento no custo da água, problemas de saúde em decorrência da poluição e perda de serviços ambientais gerados pela degradação (EPA, 1995).
            Por outro lado, assim como as empresas geram externalidades negativas, também podem criar externalidades positivas. Ely (1990) descreve que uma externalidade positiva ocorre quando um proprietário de uma residência ou fábrica mantém seu jardim agradável e o prédio conservado, o que melhora os padrões de vida da vizinhança e gera a valorização real dos imóveis. Os beneficiários, por 
sua vez, também nada pagam pelos benefícios recebidos. Moura (2003) destaca como externalidade positiva a criação de abelhas, que proporcionam a polinização das plantas da vizinhança, melhorando a sua produtividade.
Uma externalidade positiva pode surgir quando uma empresa solta girinos e alevinos nos rios e nos lagos a fim de se reproduzirem, beneficiando toda a comunidade, uma vez que essa obterá alimentos a custos menores, sem pagar nada mais por isso. Uma empresa que desenvolve tecnologias e mecanismos que auxiliem na preservação ambiental e na manutenção das espécies, gerando empregos sem degradar o meio ambiente, também gera uma externalidade positiva. 
Sousa (2008) acredita que a educação também promove externalidades positivas porque os membros de uma sociedade, e não somente os estudantes, auferem os diversos benefícios gerados pela existência de uma população mais educada, os quais não são contabilizados pelo mercado. A autora destaca que a educação contribui para melhorar os níveis de saúde de determinada população, como, por exemplo, os níveis mais elevados de escolaridade materna reduzem as taxas de mortalidade infantil. Os benefícios indiretos da educação, por não serem precificados, não são computados nos benefícios privados, uma vez que incluem apenas as vantagens pessoais da educação, como, por exemplo, os salários obtidos em função do nível de escolaridade.
Jasch e Lavicka (2006) descrevem que uma empresa pode gerar múltiplos efeitos externos positivos em uma região, dentre os quais se pode citar o aumento do valor dessa região. E, se essa escolhe os seus fornecedores próximos, pode aumentar a estabilidade e o crescimento, gerando emprego e renda e proporcionando maior segurança para a população local.
Serôa da Motta (1997) destaca que as externalidades positivas, benefícios externos, deveriam ter preços positivos por representarem benefícios não apropriadamente pagos. Por exemplo, uma empresa desenvolve um método de produção ou administração de baixo custo que é absorvido gratuitamente por outra empresa; ou quando um fazendeiro preserva uma área florestal que favorece gratuitamente a proteção do solo de outros fazendeiros. Já as externalidades negativas, custos externos, deveriam ter preços negativos por significarem perda de utilidade principalmente àqueles de cunho ambiental. Por exemplo, a degradação ou exaustão de recursos ambientais decorrentes das atividades de produção e consumo de certos bens que prejudicam a saúde humana e a produção de outros bens que também destroem a fauna e flora.
Por isso, é importante que o governo atue para regular e fiscalizar a ocorrências das externalidades ambientais, criando mecanismos para sua redução. Tal objetivo necessita de políticas públicas eficientes e fiscalização pontual, para que se cumpram os pilares do desenvolvimento sustentável, capazes de promover a preservação e recuperação dos recursos naturais.

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