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ECG normal

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1 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
Eletrocardiograma normal 
ECG = REGISTRO DA ATIVIDADE ELÉTRICA DO CORAÇÃO 
ATENÇÃO! Paciente hígido pode ter ECG patológico e 
cardiopata pode ter ECG normal? SIM. Por isso, sempre é 
válido salientar que A CLÍNICA É SOBERANA – o ECG é um 
EXAME COMPLEMENTAR. 
IMPORTÂNCIA DO ECG: APLICAÇÕES 
Diagnóstico e acompanhamento. 
 Isquemia miocárdica e infarto = DIAGNÓSTICO 
 Sobrecarga de pressão e volume nas cavidades 
cardíacas (antrais ou ventriculares) 
 Arritmias de excitação e condução = DIAGNÓSTICO 
 Efeito de medicamentos (digitálicos) e alterações 
eletrolíticas (potássio) 
 Funcionamento de marca-passos mecânicos = 
ACOMPANHAMENTO 
 Avaliação para atividades/exercícios físicos 
PROPRIEDADES FUNCIONAIS CARDÍACAS 
 AUTOMATISMO (CRONOTROPISMO) → 
Capacidade do coração GERAR seus próprios 
estímulos elétricos, de célula a célula, 
independentemente de influências extrínsecas ao 
órgão 
 CONDUTIBILIDADE (DROMOTROPISMO) → 
Capacidade da célula miocárdica CONDUZIR seu 
próprio estímulo; condução do processo de 
ativação elétrica por todo o miocárdio 
 EXCITABILIDADE (BATMOTROPISMO) → 
Capacidade da célula miocárdica REAGIR quando 
sofre um estímulo 
FASES MECÂNICAS 
 CONTRATIBILIDADE (INOTROPISMO) → 
Capacidade/ propriedade do coração se CONTRAIR 
ATIVAMENTE em sua totalidade = SÍSTOLE 
 DISTENSIBILIDADE (LUSITROPISMO) → 
Capacidade/ propriedade de RELAXAMENTO em 
sua totalidade = DIÁSTOLE 
SISTEMA DE CONDUÇÃO 
O coração é formado por três tipos principais de músculo: 
1) Músculo ATRIAL 
2) Músculo VENTRICULAR 
3) FIBRAS MUSCULARES especializadas → 
EXCITATÓRIAS e CONDUTORAS 
Essas estruturas promovem os variados ritmos e velocidade 
de condução, formando um sistema excitatório para o 
coração. 
O coração tem três tipos de células especializadas a partir 
das suas distintas funções eletrofisiológicas: 
(1) Células de condução → Especializadas em uma 
condução rápida e eficaz da corrente para as 
regiões mais distantes do coração; formam o 
“circuito de fios do coração”. São finas e alongadas. 
(2) Células marcapasso (AUTOMATISMO/ 
CRONOTROPISMO) → Se despolarizam 
independentemente do estímulo de outras células, 
logo, determinam o ritmo cardíaco. Em condições 
normais, é a fonte normal de eletricidade do 
coração e GERAM SEU PRÓPRIO ESTÍMULO (logo, 
NÃO SÃO MODULADAS PELO SN SIMPÁTICO OU 
PARASSIMPÁTICO) 
(3) Células miocárdica (CONTRAÇÃO/INOTROPISMO) 
→ Dão a capacidade de contração/bomba do 
coração; faz do coração uma máquina contrátil 
 
ATENÇÃO! O AUTOMATISMO É CARACTERÍSTICO DAS 
CÉLULAS MARCAPASSO. Entretanto, em casos de isquemia/ 
injúrias ao tecido cardíaco, outras células podem adquirir 
essa propriedade – podendo levar o paciente a distúrbios do 
ritmo cardíaco, como arritmias. 
As células de marcapasso são capazes de se despolarizar 
espontaneamente de forma repetida. A frequência da 
despolarização é determinada pelas características elétricas 
inatas das células e estímulos neuro-hormonais externos. 
O coração possui terminações simpáticas 
(cardioaceleradoras – adrenalina, por exemplo) e 
parassimpáticas (cardioinibidoras – estímulo vagal, por 
 
 
2 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
exemplo), sendo modulado por estímulos simpáticos e 
parassimpáticos das cadeias aórticas-ganglionares, para-
aórticas e paravertebrais + nervo vago. 
 
O SISTEMA DE CONDUÇÃO tem início no NÓ SINOATRIAL, 
localizado na desembocadura da VCS. A partir dele, o 
estímulo segue para os FEIXES INTERNODAIS, que o conduz 
para o átrio esquerdo e o nó interventricular. O NÓ 
INTERVENTRICULAR encontra-se em uma local de junção e 
é uma estrutura mais especializada, tendo a finalidade de 
retardar a condução do estímulo para conseguir coordenar a 
sístole e a diástole – para que não ocorram 
simultaneamente. Depois do nó interventricular, tem-se o 
FEIXE DE HIS, que começa em sua porção penetrante e 
divide-se em ramos direito e esquerdo. O ramo direito é 
fino, frágil e incontínuo, segue pelo septo interventricular e 
vai para o ventrículo direito. O ramo esquerdo também 
segue pelo septo interventricular, mas, a nível do anel 
aórtico, se subdivide em três porções: anteroposterior (na 
porção anterior) e posteromedial e posteroinferior (na 
porção posterior) – denominado RAMIFICAÇÃO DE 
PURKINJE. 
ATENÇÃO! As vias de condução nos átrios têm maior 
variabilidade anatômica, sendo as principais as fibras do 
topo do septo intra-arterial, na região denominada feixe de 
Bachman, que permitem a rápida ativação do átrio esquerdo 
a partir do direito. 
Então, o estímulo segue: 
NÓ SINOATRIAL → FEIXES INTERNODAIS (átrio esquerdo e 
nó interventricular) → NÓ INTERVENTRICULAR → FEIXE DE 
HIS → Ramo direito (FFI = Fino, Frágil e Incontínuo) e ramo 
esquerdo (subdividido ao nível do anel aórtico em porção 
anteroposterior, posteromedial e póstero inferior). 
 
O SISTEMA DE CONDUÇÃO VAI DO NÓ SINUSAL ATÉ A 
RAMIFICAÇÃO DE PURKINJE. 
 
ELETROFISIOLOGIA CARDÍACA 
Atividade elétrica do coração = Diferença de cargas e 
concentração iônica entre os meios intra/extracelular e 
sucessiva inversão do potencial da membrana gerado pelo 
influxo e efluxo desses íons. 
As células cardíacas em estado de repouso são 
eletricamente polarizadas – com seu meio interno 
carregado negativamente em relação ao meio externo. A 
polaridade é mantida pelas bombas de membrana a partir 
da manutenção da distribuição adequada de íons. Os 
principais íons são: 
→ Potássio (↑ [ ] DENTRO da célula – 30 a 50x) 
→ Sódio (↑ [ ] FORA da célula – 10x) 
→ Cálcio (↑ [ ] FORA da célula) 
→ Magnésio 
→ Cloro 
 
ATENÇÃO! Entre os íons, os principais envolvidos são SÓDIO 
E POTÁSSIO. Entretanto, o POTÁSSIO É O MAIOR 
RESPONSÁVEL PELA MANUTENÇÃO DO POTENCIAL DE 
REPOUSO DA MEMBRANA porque é menor e tem maior 
permeabilidade em relação ao íon sódio. 
ATENÇÃO! A DESPOLARIZAÇÃO é o EVENTO ELÉTRICO 
FUNDAMENTAL do coração. A propagação da 
despolarização gera um impulso elétrico, que é propagado 
de célula a célula, formando uma onda de despolarização 
transmitida por todo o coração. Essa onda representa o fluxo 
de eletricidade/corrente elétrica, detectado pelos eletrodos 
 
 
3 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
do ECG. Após a despolarização completa, ocorre a 
restauração do potencial de repouso da membrana com a 
repolarização (inversão do fluxo iônico pelas bombas 
transmembranas – com uso de atp), que também é 
registrado pelos eletrodos. 
 
ESTADO DE REPOUSO: ↑ K+ INTRACELULAR, com tendência 
para migrar para o meio extra celular; ↑ Na+ 
EXTRACELULAR, com tendência a migrar para o meio 
intracelular. 
→ K+ É RESPONSÁVEL PELA MANUTENÇÃO DO 
POTENCIAL DE REPOUSO DA MEMBRANA ao 
tornar o meio intracelular NEGATIVO (ddp – 90mV) 
= CÉLULA CARDÍACA EM REPOUSO, EM CONDIÇÃO 
POLARIZADA 
Durante o REPOUSO TODOS os pontos da membrana intra e 
extracelular possuem o mesmo potencial. 
Entretanto, durante a ATIVAÇÃO DO POTENCIAL DE AÇÃO, 
há redução da resistência e aumento da condutância, 
permitindo o deslocamento das cargas com inversão da 
polaridade e consequente DESPOLARIZAÇÃO CELULAR. 
O POTENCIAL DE AÇÃO é dividido em quatro fases: 
FASE 0: fase ASCENDENTE e RÁPIDA. 
→ INFLUXO RÁPIDO DE Na+ = DESPOLARIZAÇÃO 
FASE 1: REPOLARIZAÇÃO PRECOCE por causa diminuição 
abrupta da permeabilidade à entrada do Na+ e saída do K+ 
+ entrada de Cl-, deslocando a curva para perto da linha de 
potencial zero 
→ Continua influxo de Na+ 
→ EFLUXO DE K+ 
→ INFLUXO DE Cl- 
FASE 2: REPOLARIZAÇÃO LENTA = PLATÔ, por causa da saída 
de K+ e entrada de Ca2+, gerando uma estabilização relativa 
em torno da linha de potencial zero 
→ Continua efluxo de K+ 
→ INFLUXO DE Ca2+ 
RESPONSÁVEL PELA DIFERENÇA DE TEMPO ENTRE A 
CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO DOS ÁTRIOS E 
VENTRÍCULOS 
FASE 3: REPOLARIZAÇÃO RÁPIDA, causada pela grande saída 
deK+ da célula, com deslocamento da curva em direção à 
linha de base → O potencial de membrana retorna para 
-90mV, mas com distribuição iônica invertida (célula 
negativa fora e positiva dentro) 
→ Potencial de membrana –90mV, mas com 
DISTRIBUIÇÃO IÔNICA INVERTIDA 
FASE 4: REPOUSO ELÉTRICO OU FASE DIASTÓLICA, devido à 
troca de íons com saída de Na+ e entrada de K+ COM GASTO 
ENERGÉTICO + saída de Ca2+. O potencial de membrana 
continua em -90mV. 
→ Manutenção do potencial de membrana de -90mV 
com troca iônica para que a célula retorne ao 
potencial de repouso, com mais Na+ EXTRA e K+ 
INTRA. Para isso: 
− EFLUXO DE Na+ 
− INFLUXO DE K+ 
− EFLUXO DE Ca2+ 
 
 
Mas, como o coração é formado por diferentes células, 
existem DOIS TIPOS DE POTENCIAL DE AÇÃO: 
a) Resposta RÁPIDA → Explicado acima 
− Fases 0 a 4 (0: despolarização → 1: 
repolarização inicial → 2: platô/repolarização 
lenta → 3: repolarização rápida → 4: repouso 
elétrico) 
− Células CONTRÁTEIS e SISTEMA 
ESPECIALIZADO DE CONDUÇÃO 
b) Resposta LENTA 
− Encontrado nos NÓS SINOATRIAL (SA) E 
ATRIOVENTRICULAR (AV) 
− Diferenças: 
 
 
4 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
1) NÃO TEM CANAL RÁPIDO DE Na+ → 
SUBSTITUÍDOS PELO INFLUXO DE Ca2+ 
POR CANAIS ESPECIALIZADOS 
2) NÃO HÁ FASE DE POTENCIAL FIXO DE 
REPOUSO → A DESPOLARIZAÇÃO É 
GRADUAL (diastólica) e atinge potenciais 
diastólicos máximos de -65mV 
 
Resposta RÁPIDA Resposta LENTA 
0: despolarização 
(influxo rápido de Na+) 
0: despolarização 
(influxo Ca2+) 
1: repolarização 
inicial/precoce 
(influxo de Na+, efluxo de 
K+, influxo de Cl-) 
--- 
2: platô 
(efluxo K+, influxo Ca2+) 
--- 
3: repolarização rápida 
(-90mV e cargas 
invertidas) 
3: repolarização 
(efluxo K+) 
4: repouso elétrico 4: despolarização 
espontânea/gradual 
(influxo Na+, potencial 
máximo -65mV) 
ATENÇÃO! 
 O INFLUXO DE Ca2+ é responsável pela 
DESPOLARIZAÇÃO no POTENCIAL DE AÇÃO COM 
CÉLULAS DE RESPOSTA LENTA 
 Após a interrupção do influxo de Ca2+, ocorre o 
INFLUXO DE K+ e, consequentemente a 
REPOLARIZAÇÃO 
 
SISTEMA DE CONDUÇÃO E REGISTRO DO ECG 
TODAS AS ONDAS DO ECG SÃO MANIFESTAÇÕES DO 
PROCESSO DE DESPOLARIZAÇÃO E REPOLARIZAÇÃO 
SOFRIDO PELAS CÉLULAS CARDÍACAS. 
CADA CÉLULA GERA UM VETOR 
O VETOR SEMPRE “OLHA” PARA O LADO POSITIVO A SER 
DESPOLARIZADO 
O vetor resultante tende a nascer no nó sinusal. 
 
A PRIMEIRA ONDA DO ELETRO é formada pelo estímulo das 
CÉLULAS DO NÓ SINUSAL/SINOATRIAL (células P – “pálida”) 
→ Marcam o passo, ritmo, determinam a frequência do 
coração. O estímulo [POTENCIAL DE AÇÃO DA LINHA AZUL) 
tem a morfologia do potencial de ação diferente da última 
célula cardíaca ventricular e cinza). 
 
A morfologia do potencial de ação muda a partir do 
momento em que o estímulo sai do nó sinusoidal e segue 
pelos feixes internodais – fica mais alargado, lentificado. 
No nó atrioventricular, o estímulo é bloqueado em 0,04s, 
permitindo que a contração e relaxamento dos átrios e 
ventrículos aconteçam em ritmos diferentes, 
potencializando o bombeamento sanguíneo. 
CONSTRUÇÃO DA ONDA 
Os eletrodos podem ser colocados em QUALQUER LUGAR 
da superfície corporal para registrar a atividade elétrica do 
coração. 
Assim, percebe-se que AS ONDAS REGISTRADAS POR UM 
ELETRODO POSITIVO NO BRAÇO ESQUERDO SÃO 
DIFERENTES DAS REGISTRADAS POR UM ELETRODO 
POSITIVO DO BRAÇO DIREITO. Por quê? 
 
 
5 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
 Uma onda de despolarização se movendo em 
direção a um eletrodo positivo causa uma 
DEFLEXÃO POSITIVA no ECG; já uma se movendo 
para longe de um eletrodo positivo gera uma 
DEFLEXÃO NEGATIVA 
 
Figura 1 Onda de despolarização movendo-se para a esquerda, ou seja, 
para LONGE do eletrodo positivo. No ECG, forma-se uma DEFLEXÃO 
NEGATIVA. 
 
Figura 2 Com a movimentação da onda para a esquerda, logo, para 
LONGE do eletrodo positivo, há formação de uma DEFLEXÃO NEGATIVA 
no ECG 
SE O ELETRODO POSITIVO FOR COLOCADO NO MEIO DA 
CÉLULA: 
 Inicialmente, enquanto a onda SE APROXIMA do 
eletrodo positivo, o ECG registra uma DEFLEXÃO 
POSITIVA 
 
 No momento em que a onda atinge o eletrodo, as 
cargas positivas e negativas se equilibram e se 
NEUTRALIZAM – o ECG RETORNA À LINHA DE BASE 
 
 À medida que a onda de despolarização se afasta do 
eletrodo, o ECG regista uma DEFLEXÃO NEGATIVA 
 
 Quando as células miocárdicas estão 
completamente despolarizados, o ECG RETORNA À 
LINHA DE BASE 
 
ATENÇÃO! 
Os efeitos da REPOLARIZAÇÃO sobre o ECG são similares aos 
da despolarização, exceto que as CARGAS SÃO INVERTIDAS. 
 Uma onda de REPOLARIZAÇÃO movendo-se em 
direção a um eletrodo positivo inscreve uma 
DEFLEXÃO NEGATIVA no ECG; 
 Uma onda de REPOLARIZAÇÃO se movendo para 
longe de um eletrodo positivo produz uma 
DEFLEXÃO POSITIVA no ECG. 
 
Uma onda perpendicular produz uma onda bifásica; 
contudo, a deflexão negativa da onda bifásica precede a 
deflexão positiva. Assim, a onda bifásica também será 
invertida. 
 
Na situação A, a corrente de despolarização está se 
aproximando do eletrodo na superfície, gerando uma 
deflexão positiva no ECG. Na situação B, a corrente está se 
afastando, gerando uma deflexão negativa. Na situação C, 
o eletrodo está perpendicular à corrente de 
despolarização, delineando uma onda bifásica. 
 
 
6 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
 
ELETROCARDIÓGRAFO 
Os eletrodos são colocados aos pares nos braços (faces 
anteriores dos punhos), pernas (faces ântero-mediais) e 
tórax do paciente. 
Os eletrodos os braços e pernas fornecem a base para as 6 
derivações dos membros (bipolares, unipolares). Os outros 
6 eletrodos do tórax formam as 6 derivações precordiais. 
Coloca-se o eletrodo vermelho no braço direito, o amarelo 
no braço esquerdo, o preto no pé direito e o verde no pé 
esquerdo. As peras são colocadas em locais específicos da 
superfície torácica. 
 
DERIVAÇÕES 
DERIVAÇÃO = LINHA IMAGINÁRIA que liga dois eletrodos, 
possibilitando a FORMAÇÃO DO VETOR RESULTANTE DA 
DERIVAÇÃO. Logo, são obtidas a partir de dois eletrodos 
dispostos em determinados pontos do corpo que registram 
uma corrente elétrica a partir da DIFERENÇA DE POTENCIAL 
ELÉTRICO ENTRE DOIS PONTOS. 
Nas derivações bipolares, indicam a diferença entre dois 
eletrodos. Já nas unipolares, a diferença entre um ponto 
virtual/referência e um eletrodo. 
As derivações são utilizadas para analisar o coração em 
campo bidimensional – formam o plano frontal e o 
horizontal. 
 
DERIVAÇÕES DO PLANO FRONTAL/PERIFÉRICAS 
DERIVAÇÕES BIPOLARES OU DE EINTHOVEN 
 D I (+BE, -BD) → Ângulo de orientação 0° 
 
 D II (+PE, -BD) → Ângulo de orientação +60° 
 
 D III (+PE, -BE) → Ângulo de orientação -120° 
 
As três derivações bipolares são representadas no coração 
como um triângulo: 
 
 
7 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
 
DERIVAÇÕES “UNIPOLARES” 
 aVr (+BD) → Demais membros negativos. Ângulo 
de orientação -150° 
 aVI (+BE) → Demais membros negativos. Ângulo de 
orientação -30° 
 aVf (+PE) → Demais membros negativos. Ângulo de 
orientação +90° 
 
 
ATENÇÃO! PRECISA SABER A GRADUAÇÃO/ORIENTAÇÃO 
DO PLANO FRONTAL: 
 
 
ATENÇÃO! 
(1) Nos planos bipolares, sempre um eletrodo será 
negativo e outro positivo para conseguir gerar a 
diferença de potencial 
(2) A direção do vetor muda de acordo com a derivação 
(3) Unipolares são colocados em apenas um ponto 
(4) O eletrodo PRETO SEMPRE É O TERRA DE TODAS AS 
DERIVAÇÕES 
(5) O VETOR SEMPRE É “PUXADO” PARA O ELETRODO 
POSITIVO 
 
(6) As derivações II, III e aVf são denominadas 
“derivações inferiores” – registram melhor a 
superfície inferior do coração; as derivações I e aVl 
são as “derivações laterais esquerdas; e a 
derivação aVr é a única derivação lateral direita 
VERDADEIRA 
 
 
DERIVAÇÕES DO PLANO HORIZONTAL 
 
 
8 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1São as DERIVAÇÕES PRECORDIAIS. Fazem com que as forças 
se movam ANTERIOR e POSTERIORMENTE. 
Nesse caso, os eletrodos tornam-se positivos um de cada 
vez. 
 V1 – 4º EIC, linha paraesternal D 
 V2 – 4º EIC, linha paraesternal E 
 V3 – Entre V2 e V4 
 V4 – 5º EIC, na linha hemiclavicular 
 V5 – 5º EIC, linha axilar anterior 
 V6 – 5º EIC, linha axilar média 
 
Como V1 está diretamente sobre VD, V2 e V3 sobre o septo 
interventricular, V4 sobre o ápice do VE e V5 e V6 sobre a 
lateral do VE: 
 V2 e V4 são denominados derivações anteriores 
 V5 e V6, junto com D I e aVl formam as derivações 
laterais esquerdas 
 aVr e V1 são as derivações do ventrículo D 
SISTEMA HEXAXIAL DE BAILEY/ROSA DOS VENTOS 
A metade inferior sempre é POSITIVA; e a superior sempre é 
NEGATIVA. 
 
 
 
 
AS DERIVAÇÕES NÃO DEVEM SER ANALISADAS 
SEPARADAMENTE. ELAS SÓ DEVEM SER ANALISADAS 
LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO TODO O 
ELETROCARDIOGRAMA uma vez que cada uma delas é 
uma visão diferente da MESMA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA. 
 
DERIVAÇÕES ESPECIAIS 
Muito específico. Não será cobrado em prova. 
Entretanto, é importante saber que 80% do VD é irrigado 
pela coronária direita. Por isso, se for necessário estudar o 
ventrículo direito, deve-se fazer as derivações direitas V3R, 
V4R, V5R e V6R + derivações posteriores no espaço 
paravertebral V7,V8 e V9 → Investigação de INFARTO 
INFERIOR. 
 
 
9 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
V3 a V6 são as mesmas derivações do lado esquerdo, mas 
são colocadas agora do lado direito. 
 
CALIBRAGEM 
As ondas produzidas pela despolarização e repolarização das 
células miocárdicas são registradas no papel do ECG. 
E, como qualquer onda, possuem (1) duração (medida em 
segundos), (2) amplitude (medida em MV) e (3) configuração 
(forma e aspecto). 
 
O papel do ECG é padronizado, com linhas claras e escuras 
verticais e horizontais. As linhas claras formam 
quadradinhos de 1x1mm e as escuras, quadrados maiores de 
5x5mm. 
O EIXO HORIZONTAL registra o TEMPO. A distância os 
quadradinhos (linhas claras) equivalem a 0,04s e a dos 
quadrados maiores (linhas escuras) é 5x maior (0,20s). 
O EIXO VERTICAL registra a VOLTAGEM. A distância de um 
quadradinho é de 0,1 mV e de um quadrado maior também 
é 5x maior (0,50 mV). 
 
 
Os quadradinhos pequenos vão formar o quadrado grande. 
Então, falando do quadrado grande: na horizontal vai ter 
0,2s e na vertical 0,5mV. 
 
ATENÇÃO! N é a velocidade normal. Em pacientes obesos 
pode colocar 2N (maior tempo para registro das ondas por 
causas da maior densidade corporal e atraso do registro 
delas). Em pacientes muito magros pode precisar fazer N/2. 
INTERPRETAÇÃO DO ECG 
 Cada derivação registra o fluxo médio de corrente 
em determinado movimento (vetor médio) 
 O ângulo de orientação do vetor corresponde à 
direção média do fluxo da corrente e seu 
comprimento representa a voltagem (amplitude) 
alcançada 
 Em um período do ciclo, como na despolarização 
ventricular, os vetores de todas as correntes podem 
ser somados em um único vetor (vetor dos vetores) 
 O traçado do ECG é formado pela derivação DII, que 
capta o fluo de condução na região do ápice 
cardíaco 
 Quadradinho = 0,04 s; quadrado grande 0,50 s → 
HORIZONTAL 
 Quadradinho = 0,1 mV; quadrado grande 0,50 mV 
→ VERTICAL 
 
ONDA P: inicia-se no AD, pelo nó AS – se despolariza primeiro. 
O vetor de fluxo de corrente aponta da direita para a 
esquerda e levemente para baixo. As derivações laterais 
esquerdas (D I, aVl, V5 e V6) e inferiores (D II e aVf) se 
aproximam, registrando uma deflexão positiva. D III e V1 
também são inferiores, mas mais à direita (+120°). Logo, são 
perpendiculares ao fluxo da corrente, registrando uma 
ONDA BIFÁSICA. 
→ DI, aVl, V5 e V6; D II e aVf – DEFLEXÃO POSITIVA 
 
 
10 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
→ aVr – DEFLEXÃO NEGATIVA 
→ D III e V1 – ONDA BIFÁSICA 
→ Ângulo normal de orientação = 0 a +70° 
ONDA Q SEPTAL: o septo interventricular é o primeiro a se 
despolarizar – da esquerda para a direita, a partir do 
fascículo septal do ramo esquerdo. NEM SEMPRE É 
REGISTRADA NO ECG. Mas, quando registrada, aparece 
principalmente como uma deflexão negativa nas derivações 
laterais esquerdas (DI, aVl, V5 e V6). Também podem ser 
perceptíveis nas derivações inferiores (DII, aVf, V3 e V4). 
ONDAS R e S: nessa onda, o VE domina o restante do 
complexo QRS porque é mais maciço em relação ao VD. O 
vetor médio da corrente elétrica fica voltado para a 
ESQUERDA, entre 0 e 90°. No plano frontal, as derivações 
laterais (DI, aVl, V5 e V6) formam grandes deflexões 
positivas [ONDA R]. Já a derivação lateral direita (aVr e V1) 
registra uma deflexão negativa profunda [ONDA S]. As 
derivações V3 e V4 representam uma zona de transição 
(modificação do complexo QRS de predominantemente 
negativo para predominantemente positivo) – ONDA 
BIFÁSICA. 
ONDA T: representa a repolarização ventricular. Como é um 
processo que envolve gasto de energia, é muito sensível a 
sofrer influencia de vários fatores, tanto cardíacos quando 
hormonais e neurológicos. A repolarização ocorre de forma 
inversa, começando na última região da despolarização e 
voltando, em direção oposta à despolarização. Por isso, as 
ondas da repolarização se afastam, formando uma onda R 
alta e uma onda T positiva (normal → amplitude da onda T 
cerca de 1 a 2 terços da onda R correspondente). 
Como a maior parte do intervalo QT corresponde à 
repolarização ventricular, a onda T é mais larga que o 
complexo QRS. 
O intervalo QT também é PROPORCIONAL À FREQUÊNCIA 
CARDÍACA – quanto mais rápido o coração bate, mais rápida 
precisa ser a repolarização para prepara-lo para a próxima 
contração. Por isso, quando o coração está batendo mais 
devagar (bradicardia), o intervalo QT é alargado. 
 
PASSOS PARA A INTERPRETAÇÃO DO ECG: 
 
Identificação; Ritmo; Frequência; Eixo; Onda P; Intervalo 
PR; Complexo QRS; Segmento ST Ponto J; Onda T; Intervalo 
QT, onda U 
RECURSO MNEMÔNICO: REDEFINA 
R Ritmo regular ou irregular 
E Eixo elétrico 
D Derivação correta 
E Elementos padronizados – velocidade e amplitude 
F Frequência cardíaca 
I Intervalos PR e QT 
N Nome do paciente 
A Amplitude e morfologia das ondas P, QRS e T + 
segmento ST 
IDENTIFICAÇÃO 
(1) Informações do paciente (idade, sexo, peso, 
altura, dados clínicos) 
(2) Identificação das DERIVAÇÕES 
(3) Observar a QUALIDADE DO TRAÇADO (ausência 
de interferência elétrica e tremor muscular) 
(4) Identificar a onda P, o complexo QRS e a onda T 
RITMO 
REGULAR OU IRREGULAR? 
✓ Avaliar a DISTÂNCIA DE UMA ONDA R ATÉ A 
PRÓXIMA ONDA R. 
SINUSAL OU NÃO SINUSAL? 
SINUSAL: 
✓ Relação A/V 1:1 (1 ONDA P : 1 COMPLEXO QRS) 
✓ Onda P POSITIVA em DI, DII e aVf (eixo 0 a +75°) 
 
 
11 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
 
✓ 1 ONDA P ANTES DE CADA COMPLEXO QRS 
✓ Ondas P com mesma MORFOLOGIA 
FREQUÊNCIA CARDÍACA 
1 quadradinho tem 0,04 s → 1500 x 0,04 = 60 s (1 min) 
 1500/N de quadradinhos → Dividir 1500 pelo 
número de quadradinhos do intervalo RR: 1.500/20 
= 75 bpm 
 
 300/N de quadrados grandes → Dividir 300 pelo 
número de quadrados grandes no intervalo RR 
 
 
SE RITMO IRREGULAR OU BRADICARDICO 
Contar quantos complexos QRS existem em um intervalo de 
10 seg que é o D2 longo; e multiplique por 6 OU quantos QRS 
tem em 6 seg (30 quadrados grandes); e multiplique por 10 
 
1) Conta os QRS em 30 quadrados grandes (= 6 
segundos) e multiplica por 10 SE REGISTRO TIPO 
FOTO; DII longo 
2) Conta os QRS em 50 quadrados grandes (= 10 
segundos) e multiplica por 10 SE REGISTRO TIPO 
PAISAGEM; DII longo 
 
 
EIXO ELÉTRICO NORMAL E SEUS DESVIOS 
EIXO ELÉTRICO = REPRESENTAÇÃO DE UMA 
DESPOLARIZAÇÃO OU REPOLARIZAÇÃO COMPLETA DE 
UMA CÂMARA CARDÍACA, a partir do desenho de seus 
vetores sequenciais, que representam a soma de todas as 
forças elétricas em um determinadomomento. 
O vetor médio representa a média de todos os vetores 
instantâneos e sua direção determina a média o eixo elétrico 
médio. 
DESVIOS 
ATENÇÃO! Procurar no plano frontal ou periférico as duas 
derivações nas quais a inscrição do QRS seja maior. 
 
ENTRE -30° E 90°: EIXO NORMAL. Para que o complexo QRS 
se situe dentro desse intervalo, o QRS deve ser positivo nas 
derivações I e aVf. 
 
 
12 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
 
ENTRE -30° E -90°: EIXO COM DESVIO PARA A ESQUERDA. 
 
ENTRE +90° E +180°: EIXO COM DESVIO PARA A DIREITA. 
 
ENTRE -90° E -180°: considerado DESVIO EXTREMO porque 
não tem como saber se o desvio é para a E ou D. 
ATENÇÃO! Por causa das diferentes inclinações fisiológicas 
do coração, a faixa de normalidade do vetor QRS médio 
passa de +90° e 0° para +90° a -30°. O vetor QRS médio 
aponta para a esquerda e para baixo, representando a 
corrente de despolarização ventricular. Para que o QRS se 
situe dentro desse intervalo, ele deve ser positivo em DI e 
aVf. 
 
 
 
 
 
 
EIXOS ELÉTRICOS 
ONDA P → DESPOLARIZAÇÃO ATRIAL: EIXO 0° a +75°. O EIXO 
ESTÁ ONDE A ONDA P FOR MAIS POSITIVA. 
COMPLEXO QRS → DESPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR: -30° a 
+90°. 
ONDA T → REPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR: -10° a +90°. 
CICLO CARDÍACO 
DESPOLARIZAÇÃO ATRIAL 
 Início no NÓ SINOATRIAL de forma ESPONTÂNEA 
→ É um evento invisível no ECG 
 Transmissão do estímulo elétrico pelas células do 
miocárdio 
 
 
13 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
DESPOLARIZAÇÃO DAS CÉLULAS MIOCÁRDICAS ATRIAIS = 
CONTRAÇÃO ATRIAL 
 
A despolarização e contração atrial são traduzidas no ECG 
como a ONDA P. Como o nó AS encontra-se no átrio direito, 
ele se despolariza antes do átrio esquerdo. Por isso, 
predominantemente, a primeira parte da onda P representa 
a despolarização do átrio direito e a segunda parte a do 
átrio esquerdo. Quando a despolarização atrial está 
completa, o ECG torna-se eletricamente silencioso. 
 
Existe uma pausa entre a condução do estímulo elétrico dos 
átrios para os ventrículos. Isso acontece por causa do NÓ 
ATRIOVENTRICULAR (AV), que diminui a velocidade de 
condução do estímulo para permitir que os átrios terminem 
sua contração antes que os ventrículos comecem a se 
contrair, possibilitando o total esvaziamento sanguíneo 
atrial. 
ATENÇÃO! O NÓ SINOATRIAL e o NÓ ATRIOVENTRICULAR 
sofrem influência do SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO. 
Logo, estimulação simpática = acelera a transmissão da 
corrente; estimulação vagal = reduz a velocidade. 
 
DESPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR 
Após cerca de um décimo de segundo, a onda de 
despolarização sai do nó AV e segue para os ventrículos. 
O sistema de condução ventricular é composto por: (1) FEIXE 
DE HIS, (2) RAMOS DO FEIXE DE HIS e (3) FIBRAS TERMINAIS 
DE PURKINJE. 
 
AS FIBRAS DE PURKINJE FORNECEM A CORRENTE ELÉTRICA 
PARA O MIOCÁRDIO VENTRICULAR 
DESPOLARIZAÇÃO DAS CÉLULAS DO MIOCÁRDIO 
VENTRICULAR = CONTRAÇÃO VENTRICULAR 
A contração ventricular é marcada por uma grande 
DEFLEXÃO no ECG denominada COMPLEXO QRS. O complexo 
QRS consiste em várias ondas distintas e a sua amplitude é 
muito maior do que a onda P porque os ventrículos têm uma 
massa muscular muito maior em relação aos átrios. 
 
Por se tratar de várias ondas, a conformação do complexo 
QRS pode variar muito. Por isso, foi criado um padrão para 
identificar cada componente. 
✓ Se a 1ª deflexão for para baixo → ONDA Q 
✓ Se a 1ª deflexão for para cima → ONDA R 
✓ Se houver uma segunda deflexão para cima, existe 
a LINHA R (R’) 
✓ A primeira deflexão para baixo após uma deflexão 
para cima é denominada ONDA S 
*Por isso, se a primeira onda do complexo for uma 
onda R, a deflexão seguinte é chamada onda S (ao 
invés de onda Q) 
*Uma deflexão para baixo só pode ser chamada 
onda Q se for a primeira onda do complexo 
*Qualquer outra deflexão para baixo é chamada 
onda S 
✓ Se TODA a configuração consistir em uma única 
deflexão para baixo, denomina-se ONDA QS 
 
 
14 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
 
REPOLARIZAÇÃO 
Após a despolarização das células, ocorre o PERÍODO 
REFRATÁRIO, no qual elas são resistentes a outra 
estimulação. Depois, elas se REPOLARIZAM – restauram a 
eletronegatividade intracelular para que possam ser 
reestimuladas. 
ATENÇÃO! O átrio também sofre repolarização, mas, ela 
coincide com o período de despolarização ventricular e 
acaba sendo mascarado por ele (mais intenso) 
A REPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR forma a ONDA T no ECG. E, 
como a repolarização ventricular é um processo mais lento 
do que a despolarização, a onda T é MAIS LARGA DO QUE O 
COMPLEXO QRS em condições normais. 
 
 
 
ELETROCARDIOGRAMA NORMAL 
 
ONDA P 
 
= DESPOLARIZAÇÃO ATRIAL 
MORFOLOGIA: ARREDONDADA e MONOFÁSICA. 
 Pontiaguda → Taquicardia, CRIANÇAS (normal) 
 V1 em 50% é difásica, plus-minus 
 
 
15 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
DURAÇÃO (DII): até 0,11 seg em ADULTOS 
AMPLITUDE: até 0,25 mV 
EIXO: entre 00 e +750 (média +500) 
Lembrar: ONDA P SEMPRE DEVE SER POSITIVA EM DI para 
que isso ocorra. 
 
 
INTERVALO PR 
 Indica o tempo desde o início da despolarização 
atrial até o início da despolarização ventricular 
 
 Medir do início da onda P ao início do QRS 
 Varia de acordo com: 
(1) IDADE 
− NORMAL – Até 0,12s em ADULTOS 
− Se até 0,2 s → Síndrome de Wolff 
Parkinson White (WPW) 
− Se > 0,20 → Bloqueio A/V 
(2) FR 
 
ATENÇÃO! Síndrome de Wolff Parkinson White (WPW) → 
Existência de vias acessórias anormais que conectam o átrio 
ou a junção AV ao ventrículo, fora do sistema His-Purkinje, 
promovendo uma pré-excitação ventricular. Logo, não 
acontecerá o retardo fisiológico para esvaziamento 
completo atrial antes do início da contração ventricular, 
havendo um “by-pass” com ativação elétrica prematura 
ventricular. Essa alteração causa: 
→ Intervalo PR curto (< 0,12 s em adultos ou < 0,09 s 
em crianças) 
→ QRS mais alargado (> 0,12 s), com empastamento 
em sua porção inicial (onda delta) e porção final 
normal 
→ Alterações secundárias do ST-T, geralmente 
opostas à polaridade da onda delta 
 
COMPLEXO QRS 
 
= DESPOLARIZAÇAO VENTRICULAR 
MORFOLOGIA: VARIÁVEL. 
 A ativação ventricular é representada por 3 vetores 
→ VETOR MAIS IMPORTANTE – PAREDE LATERAL 
 O coração pode apresentar rotação sobre os seus 
eixos 
DURAÇÃO (DII): até 0,11 seg em ADULTOS 
 Bloqueio de ramo (E ou D) 
 
 
 
16 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
AMPLITUDE: VARIÁVEL. 
EIXO: entre -300 e +900 (média +600) 
ECG NORMAL: PRECORDIAIS 
 
 A onda R tende a crescer e a onda S a desaparecer 
→ Segue o sentido da despolarização (V1 a V6) 
SEGMENTO ST 
 Indica o tempo final da despolarização ventricular 
até o início da repolarização ventricular 
 
 Medida do final do complexo QRS (PONTO J) até o 
início da onda T 
 DEVE ESTAR NO MESMO NÍVEL DO PR 
 Alterações do segmento ST: 
(1) Supradesnivelamento (oclusão total da 
artéria) 
− LESÃO MIOCÁRDICA (FASE INICIAL IAM) 
− Pericardite aguda 
(2) Infradesnivelamento 
− LESÃO MIOCÁRDICA (FASE INICIAL IAM) 
− Ação digitálica 
 
ONDA T 
 
= REPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR 
 Onda ÚNICA e ASSIMÉTRICA porque a transmissão 
do estímulo pelo ramo ascendente é mais lenta do 
que pelo descendente e pelo ápice cardíaco 
arredondado 
 ISQUEMIA MIOCÁRDICA MODIFICA A ONDA T 
− Onda T POSITIVA e apiculada → Isquemia 
subendocárdica, hipercalemia 
− Onda T NEGATIVA e apiculada → Isquema 
subepicárdica, padrão strain (SVE) 
NÃO MEDE AMPLITUDE E DURAÇÃO 
 
INTERVALO QT 
 Mede o tempo do início da despolarização 
ventricular até o final da repolarização ventricular 
 
= PERÍODOS REFRATÁRIOS RELATIVO E ABSOLUTO 
 Vai do início do complexo QRS até o final da onda T 
 Cálculo pela FÓRMULA DE BAZETT: QTc = QT / √RR 
 Pode estar alterado em: 
(1) Distúrbios eletrolíticos 
(2) Medicamentos → B-bloqueadores, digitálicos,amiodarona, antifúngicos 
 Patológico se > 0,45 seg em HOMENS e > 0,47 em 
MULHERES 
 
 
17 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
 
ONDA U 
 Representa potenciais tardios entre um final de 
um complexo e o início de outro 
 
 Sua amplitude normal é geralmente proporcional 
à onda T e corresponde de 5 a 25% dela 
 Mais bem observada nas derivações V2 e V3 → 
Pode atingir até 2mm 
 PODE ESTAR PRESENTE EM INDIVÍDUOS NORMAIS 
 Origem: 
− Repolarização tardia das fibras de Purkinje 
− Repolarização demorada dos músculos 
papilares 
− Potenciais residuais tardios do septo 
interventricular 
 
 
 
 
EXEMPLOS: 
ECG 1 
 
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ECG 2 
 
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ECG 3 
 
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18 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
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ECG 4 
 
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ECG 5 
 
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ECG 6 
 
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ECG 7 
 
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REFERÊNCIAS: 
1. ECG essencial, eletrocardiograma na prática 
médica, 7ª Edição. Porto Alegre, 2013

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