Buscar

PRENATAL RESUMO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PRÉ NATAL
A assistência pré-natal é um conjunto de cuidados destinados à mulher e ao feto que tem por objetivo oferecer o desenvolvimento saudável da gestação e boa evolução do parto. Objetivos: 2Promover e manter o bem-estar físico e emocional durante a gestação, parto e nascimento. 2Trazer informação e orientação sobre a gestação e do trabalho de parto. 2Identificar e tratar doenças pré-existentes da gestante.
Número de consultas: Pré-natal de risco habitual: mínimo de 6 primeiro trimestre: 1 consulta (até 13 semanas) – Consulta mensal segundo trimestre: 2 consultas (14 a 26 semanas) – Consulta mensal terceiro trimestre: 3 consultas (27 a 41 semanas) - 28 semanas consultas quinzenais – 36 semanas consultas semanais. Com os seguintes intervalos: Até a 28a semana = Mensal 28a a 36a semana = Quinzenal 36a a 41a semana = Semanal (Ministério da Saúde)
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO DA GESTANTE 
Realizada desde a primeira consulta até a última - em toda consulta. 
Triagem: anamnese + exame físico + exames complementares. 
Classificação de risco gestacional em habitual, moderado ou alto risco -> A partir disso, solicitar os exames necessários, fazer orientações sobe a gestação, sanando possíveis dúvidas da família.
Alguns fatores de risco que indicam encaminhamento à Unidades de Urgência/Emergência para internamento, referência ao pré-natal de alto risco: 2Síndromes hemorrágicas 2Suspeita de eclampsia 2Crise hipertensiva (PA >160x110) 2Aminiorrexe prematura - hemoglobina < 8 2Trabalho de parto prematuro 2Suspeita/diagnóstico de abdome agudo 2Cefaleia intensa e súbita. 
PRIMEIRA CONSULTA
Anamnese: idade, paridade, intervalo interpartal, história ginecológica detalhada..
*Realizar o cálculo da idade gestacional (IG) - calculada pela regra de Nagele Data da última menstruação (DUM), sendo realizada (números de dias corridos até a consulta) dividido por 7
*Calcular a data provável do parto (DPP): Somar 7 ao dia da DUM e 9 ao número referente ao mês em que a DUM ocorreu.
CARTEIRA DA GESTANTE
Deve ser preenchida em todas as consultas - dados da anamnese + exame físico + exames complementares. 
Cálculo da idade gestacional (IG) - (DUM) e pela ultrassonografia (USG) - preferencialmente de primeiro trimestre em que tenha sido medido o comprimento crânio-calcanhar (CCN)
 Altura uterina (AU): triagem para possíveis complicações gestacionais, como oligo ou polidrâmnio. Da 20ª a 32ª semana: Altura Uterina corresponde a Idade Gestacional -> Diferença de + ou – 3 solicitar USG (ultra sonografia) 
EXAME FÍSICO O exame físico deve ser completo - dados vitais e todos os sistemas. Enfatizar para a paciente as alterações fisiológicas da gestação e as que ainda podem surgir.
Particularidades na gestante: 1) Cálculo do IMC e estimativa de ganho de peso - IMC atual e estimativa de ganho de peso: avaliar conforme o IMC e a IG.
2) Exame físico obstétrico 3) Exame físico ginecológico. 
Sempre avaliar a) Pressão arterial b) Batimentos cardiofetais (BCF) c) Edema.
ORIENTAÇÕES - Recomenda-se fazer uma série de orientações à gestante, principalmente na primeira consulta, sanando todas as suas dúvidas. Algumas orientações importantes: o Explicar sobre as modificações fisiológicas da gravidez que podem aparecer durante a gestação: o Náuseas, vômitos, pirose, sendo normal até a 18ª semana; o Estrias e “manchas” no rosto (cloasma) e no abdome (linha nigra) - Recomenda-se o uso de protetor e cremes hidratantes; o Aumento de volume e ingurgitação das mamas. Recomenda-se exposição ao sol diária, de 10 a 15 minutos na região mamilar; o Aumento da frequência miccional; o Dores em baixo ventre e na região lombar; o Constipação; o Hemorroidas; o Câimbras; o Intensificação do corrimento vaginal fisiológico;o Edema em membros inferiores - Orientar sobre o aumento do risco de trombose e recomendar o uso de meia elástica para reduzir o edema e o risco de trombose, principalmente no 3º trimestre; o Orientar quando a dieta e ao ganho ideal de peso - Reduzir ingesta de lipídeos e carboidratos aumentar a de alimentos ricos em ferro; o Orientar sobre a amamentação; o Profilaxia para doenças infectocontagiosas: Toxoplasmose - Ingerir apenas carnes bem cozidas, frutas e verduras lavadas e ter cuidado com gatos desconhecidos. o Doenças sexualmente transmissíveis (usar preservativos) o Zika vírus e Dengue - usar repelente 24 horas por dia e evitar áreas de risco; o Orientar quanto a alterações patológicas: sangramento vaginal, sintomas urinários, ausência de movimentação fetal e contrações;
o Evitar duchas vaginais, exercício físico extenuante e radiação ionizante; o Explicar os malefícios e contraindicar o uso de álcool, drogas ilícitas e tabaco; o Orientar sobre a atividade sexual durante a gestação, enfatizando que não tem restrições.
EXAME FÍSICO OBSTETRICO
Inicia-se com a inspeção do abdome - costuma ser globoso ou ovoide às custas de útero gravídico. É possível notar alterações na pele do abdome como o surgimento de estrias decorrente da distensão das fibras elásticas, bem como o surgimento da linha nigra decorrente da maior pigmentação da linha alba em mulheres de pele mais escura.
Passando para a palpação do abdome - realizar a palpação obstétrica - objetivos: 
2Avaliar o útero e possíveis alterações de tônus (hipertonia – descolamento prematuro de placenta) e superfície (irregularidade – miomas). 
2Determinar apresentação +situação +posição +insinuação fetal através das 4 manobras de Leopold- Zweifel (2ª metade da gestação)Situação fetal: relação entre o maior diâmetro fetal e maior diâmetro materno, podendo ser longitudinal ou transversa. 
A posição fetal: lado do dorso fetal em relação ao lado direito ou esquerdo materno. 
A apresentação fetal: grau de penetração do feto na bacia, podendo estar de maneira cefálica, pélvica ou córmica (feto na situação transversa). 
Insinuação: O quanto o feto está preenchendo a pelve materna. 
Cada manobra de Leopold é realizada com base em uma técnica e com um objetivo
1) Palpação do polo superior. 
2) Determinação do lado das pequenas partes. 
3) Palpação do polo inferior - A cabeça move-se livremente e as nádegas movem-se juntamente com o corpo. 
4) Apresentação de face: A proeminência da apresentação está do lado oposto às pequenas partes ou apresentação cefálica fletida: A proeminência da apresentação está do mesmo lado. 
Ausculta dos batimentos cardiofetais (BCF) O direcionamento dos aparelhos de ausculta – Pinard ou sonar - são mais bem escutados na região dorsal do feto sendo melhor guiar-se pela posição fetal. Os BCF são geralmente ouvidos entorno das 12 semanas com o sonar e entorno as 20 semanas com o Pinard. 
Sendo considerada normal a frequência entre 120-160 bpm.
MENSURAÇÃO DA ALTURA UTERINA
Objetivo: avaliar o crescimento fetal de acordo com a IG, diagnosticando crescimentos acima ou abaixo do esperado para determinado período da gestação. Realizada seguido a seguinte técnica: Gestante em decúbito dorsal com abdome descoberto, delimitar a borda superior da sínfise púbica e fixar a extremidade 0 cm da fita métrica na mesma, com a outra mão posiciona-se a fita entre os dedos indicador e médio procedendo a leitura da fita até a fossa cubital desta mão atingir o fundo uterino. A medida verificada (em centímetros) deve ser anotada no cartão da gestante e colocada na curva de valores da altura uterina.
EXAME FÍSICO GINECOLOGICO Compreendendo todas as etapas do mesmo: 
 a) Mamas Hipertrofia (aumento do volume) + Sinal de Hunter/Aréola gravídica: surgimento aréola secundária menos pigmentada e de limites imprecisos + Tubérculos de Montgomery na aréola primitiva: glândulas mamárias acessórias/sebáceas hipertrofiadas + Rede de Haller: trama de vasos venosos da pele evidentes em decorrência de melhor circulação
Mamilos invertidos/pouco desenvolvidos: orientar a paciente a exercitar a expressão para facilitar o momento da amamentação.
b) Abdome (já verificado no exame obstétrico) 
c) Inspeção da vulva 
d) Toque vaginal objetivos dentro do exame da assistência pré-natal: Diagnóstico de gestação + analisar a pelvimetria interna + analisar esvaecimento e dilatação do colo uterino. A pelvimetria auxilia na compreensão do prognóstico de ter um parto normal, calculando os diâmetros da pelve da gestante.
O menor diâmetro da pelve é aquele que corresponde à distância entre as duas espinhas isquiáticas da paciente – é o diâmetro pelo qual o bebê irá passar durante o parto. Costuma medir em torno de 10 cm. 
e) Exame especular. Realizado na 1ª consulta quando houver queixa de perda de líquido amniótico, leucorreia ou sangramento. Através dele é possível caracterizar a parede vaginal e uterina, podendo perceber conteúdo vaginal decorrente de infecções ginecológicas e realizar o preventivo (citologia oncótica) caso não haja – Realizar seguimento em caso de lesão cervical.
Cloasma Gravídico: aumento da pigmentação da pele de áreas expostas à luz, como nariz e região zigomática, de tonalidade mais escura e fazendo uma mancha. Orientar uso de filtro solar.
QUEIXAS COMUNS - As queixas mais comuns são: náuseas, azia, cãibras nas pernas, dores lombares e pélvicas, obstipação, veias varicosas e edemas. A OMS em “Cuidados pré-natais para uma experiência positiva na gravidez” recomenda intervenções para estes sintomas fisiológicos mais comuns: 
ORIENTAÇÕES GERAIS - Orientações gerais para as gestantes: Evitar duchas vaginais – aumento das taxas de vaginose bacteriana Evitar esforço físico extenuante Evitar radiação ionizante Ressaltar que não há restrição para atividade sexual Drogas ilícitas/álcool/tabaco devem ser suspensos Medicamentos devem apenas ser utilizados sob prescrição médica.
Orientar quanto aos sinais de alarme - a gestante deve estar atenta para que procure um serviço de saúde para a devida avaliação e encaminhamentos: QPERDA DE LÍQUIDO QSANGRAMENTO GENITAL QREDUÇÃO DOS MOVIMENTOS FETAIS
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS – Suplementação
Dentro do campo de estímulo a boas práticas nutricionais e orientações quanto aos macronutrientes é fundamental também inserir orientações e prescrição de suplementação de micronutrientes (ou oligoelementos). As mais recomendadas são: 
 Ferro: Aumento do consumo de ferro durante a gravidez - revisões sistemáticas: suplementação de ferro reduz em 70% o risco de anemia na gestação e no puerpério. O Ministério da Saúde recomenda a ingesta de 40mg/dia de ferro elementar (200mg de sulfato ferroso) sempre 1 hora antes das refeições – manter por 3 meses no pós-parto ou pós-aborto.
 Ácido fólico (vitamina B9): Contribui para o fechamento do tubo neural na 6ª semana de gestação - Prevenção de defeitos de fechamento de tubo neural como espinha bífida, meningomielocele, acrania, anencefalia, meningocele e encefalocele. Populações de baixo risco: uso de 0,4-0,8mg/dia de ácido fólico 1 mês antes da gravidez até a 12ª semana de gestação. Populações de alto risco: dose de 5mg/dia.
 Cálcio: Suplementação em populações que possuem deficiência e, gestantes com risco de desenvolver hipertensão e pré-eclâmpsia. A suplementação pode ser feita com 1,5-2g de cálcio diariamente. A gestante precisa ter cerca de 30g de cálcio por dia para garantir uma boa formação do esqueleto fetal. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Exames que devem ser solicitados no 1º, 2º e 3º trimestre no pré-natal de risco habitual.
• 
• Tipagem sanguínea (ABO e Rh): Para selecionar pacientes com risco de isoimunização Rh. Em gestantes Rh negativo com parceiro Rh positivo - deve-se solicitar o Coombs indireto -> resultado negativo - repetir o exame a partir de 20 semanas -> Caso seja positivo: encaminhar para o pré-natal de alto risco. A imunoglobulina anti-D deve ser administrada entre 28 e 34 semanas de gravidez em gestantes com coombs indireto negativo e parceiros Rh positivo. No puerpério até 72h após o parto: Profilaxia com imunoglobulina anti-Rh: dose de 300 mcg para puérperas Rh negativo + coombs indireto negativo e recém-nascido Rh positivo. A imunoglobulina também está indicada dentro de 72h após: abortamento, gestação ectópica, gestação molar, sangramento vaginal ou após procedimentos invasivos. 
• Hemograma: EritrogramaNormal: valor de hemoglobina (Hb) ≥ 11g/dL, Anemia leve a moderada: entre 11 e 8 g/dL Anemia grave: Hb < 8 - encaminhamento da gestante para o pré-natal de alto risco. Leucograma - costuma ser aumentado na segunda metade da gravidez – as plaquetas apresentam tendência de queda. 
• Urina tipo I e Urocultura: Solicitação de urina tipo I no pré-natal de baixo risco e solicitação de urocultura apenas para: Piúria, bacteriúria ou hematúria. 
FEBRASGO: recomenda a solicitação da urocultura para rastrear bacteriúria assintomática, a qual em 30% dos casos evolui para pilonefrite durante a gestação.
• Rubéola: Brasil - não há rastreio de rubéola em mulheres em período reprodutivo - orientação é que o rastreio da imunidade da gestante para rubéola no início do pré-natal. Gestantes IgG positivo têm risco mínimo de transmissão vertical. IgG negativo são suscetíveis vacinadar após o parto.
• Toxoplasmose: Gestantes IgG e IgM negativos: suscetíveis – orientar sobre à prevenção + repetir o exame trismestralmente. IgG positiva e IgM negativa = paciente possui imunidade. Se IgG negativa e IgM positiva (possivelmente infecção recente): repetir exame em 15 dias -> se o IgG permanecer negativo fala-se em falso positivo e se positivos: infecção aguda: solicitar teste de avidez para IgG - alto (infecção antiga) e baixo (infecção recente). 
• Sífilis: O diagnóstico de sífilis no 1º trimestre permite o tratamento até 30 dias antes do parto. O exame mais utilizado: o VDRL. É possível solicitar testes treponêmicos como FTA-Abs que confirma a infecção. 
• Citomegalovírus: Não há consenso para solicitação desta sorologia uma vez que o diagnóstico é difícil, bem como a maior parte das infecções ocorre por reativação em mulheres previamente infectadas, além do fato de não haver tratamento que previna a infecção fetal. 
• Hepatites B e C: Realizar a dosagem de HBsAg -> negativo: repetir no 3º trimestre e positivo: pesquisar os outros antígenos e anticorpos. O rastreio para o vírus C é reservado para gestante de risco: usuárias de drogas injetáveis, presidiárias, HIV positivas ou com parceiros HIV positivo, expostas a hemoderivados ou que receberam transfusão, gestantes com múltiplos parceiros, tatuadas ou com alteração da função hepática.
• HIV: Apenas uma sorologia durante o pré-natal (MS). FEBRASGO considera a repetição no final da gravidez por considerar que a mulher pode estar na “janela imunológica”.
• TSH: A gestante pode desenvolver patologias da tireoíde na sua fase reprodutiva. Considera-se TSH < 2,0 normal durante a gravidez.
• Parasitológico de Fezes: Em pacientes com anemia ou que vivem em regiões onde a prevalência de parasitose é alta. 
• Cultura de Estreptococo do Grupo B (GBS): Apesar desta bactéria fazer parte da flora vaginal e intestinal está associada ao aumento de morbimortalidade perinatal, podendo ser transmitida ao recém-nascido levando a pneumonia, septicemia e meningite. O exame deve ser realizado por volta das 35 semanas coletando cultura do introito vaginal e perianal para que seja realizada a profilaxia adequada intraparto. Profilaxia é indicada nas situações: 
Antibioticoterapia de escolha: Penicilina G cristalina dose de ataque 5 milhões de UI, EV, dose de manutenção 2,5 milhões UI, EV, 4/4h até o nascimento. Para pacientes alérgicas a penicilina, deve-se usar estearato de eritromicina 500mg 6/6h ou clindamicina 900mg 8/8h. 
• Rastreamento de cromossomopatia fetal: Feito através do teste de DNA livre fetal (corresponde a pesquisa de DNA fetal livre na corrente sanguínea da mãe). Deve ser realizado com pacientes com 10 semanas de gestação ou mais. É possível por meio deste rastreio identificar as síndromes de: Down, Patau e Edwards, além de identificar alterações nos cromossomos sexuais como nas síndromes de Turner e Kleinefelter.
• Glicemia em jejum e Teste Oral de Tolerância à Glicose (75g): Na 1ª consulta do pré-natal solicitar a glicemia em jejum para todas as gestantes. FLUXOGRAMA DE SEGUIMENTO:
ULTRASSONOGRAFIA 
• Exames Ultrassonográficos: De acordo com o Ministério da Saúde, não existem estudos que comprovem benefícios que impactem na morbimortalidade da realização de exames ultrassonográficos de rotina durante a gestação, de modo que a não realização dos mesmos não constitui uma omissão ou reduz a qualidade do pré-natal, não constituindo, portanto, um exame obrigatório a ser realizado. Recomenda-se ao menos uma por trimestre (mesmo não reduzindo morbimortalidade).
O ultrassom pode ser útil em situações específicas: Preocupações como restrição do crescimento fetal; Investigação do bem-estar fetal; Avaliação de complicações clínicas. 
• USG inicial - 1º trimestre: Datação da gravidez - calculando a IG com maior precisão (estimada pelo comprimento da coroa-nádega - CCN). Avaliar gestação múltipla e viabilidade fetal. Detecção precoce e manejo das condições que se apresentarem no início da gravidez. 
Gestações gemelares: Sinal do T: gestações gemelares de placenta única (univitelina). Sinal do Lambda: gestação gemelar com duas placentas.
• USG 1º trimestre: Realizada entre a 11ª e 14ª semana - podendo realizar triagem de cromossomopatias: Avaliação do osso nasal - eleva o índice de detecção precoce de síndrome de Down em 88%; Avaliação da translucência nucal e presença do ducto venoso inseridas na avaliação das cromossomopatias. -> USG inicial: O mais cedo possível – objetivo: determinar a IG, detectar precocemente uma gestação múltipla (encaminhar ao alto risco).
USG MORFOLÓGICA do primeiro trimestre - realizada entre a 11ª e a 13ª semana + 6 dias. Pode avaliar: Translucência nucal (TN), osso nasal (ON), regurgitação tricúspide, ducto venoso, Doppler de artérias uterinas (estimar risco de pré-eclâmpsia) e medida de colo uterino. As medidas principais são: Transluscência Nucal + Osso Nassal -> se normais, é possível excluir 80% de doenças causadas por aneuploidias.
• USG 2º trimestre: Entre a 20ª e 24ª semana - já e possível avaliar todos os sistemas do feto podendo perceber possíveis malformações. Estudo do fluxo das artérias uterinas materna- identificar mulheres com risco de desenvolver pré-eclâmpsia e fetos que com maior risco de crescimento restrito. Medir o colo da paciente (cervicometria): Para estimar o risco de parto prematuro colo < 25mm: 7,7 vezes mais risco de parto prematuro - Indicação de uso de progesterona até as 36 semanas. 
USG morfológica do 2º trimestre - entre 20 e 24 semanas. Preconizada com objetivo de avaliar: Malformações fetais, medida de colo uterino (ideal medir com 22 semanas), Doppler de artérias uterinas, biometria (comprimentos da cabeça, abdome, fêmur), peso fetal, localização da placenta e avaliação do líquido amniótico (medido por maior bolsão ou pelo ILA).
Perfil biofísico fetal (PBF) - a partir de 28 semanas - Sistema de pontuação que contabiliza a movimentação fetal, respiratória, tônus e líquido, sendo que cada variável vale 2 pontos. Se pontuar menos que 8 recomendar avaliação complementar (exemplo: cardiotocografia).
• USG 3º trimestre (obstétrico): Entre 34 semanas. Objetivo: Avaliar o crescimento fetal,quantidade de líquido amniótico e a placenta.
VACINAS
Vacinas que utilizam vírus vivos são contraindicadas pelo risco de transmissão fetal, já as de vírus inativado são consideradas mais seguras após o 4º mês de gestação. 
Toxoides como a vacina antitetânica são permitidos - a OMS recomenda tal vacina para todas as mulheres grávidas. No Brasil, temos tanto a dT (difteria-tétano), como a DTPa (tríplice bacteriana: difteria+ tétano+coqueluche) que fazem essa prevenção para tétano, mas que precisam de uma atenção durante a gestação quanto as doses das mesmas seguindo orientação do fluxograma: 
USO DE MEDICAÇÕES DURANTE A GESTAÇÃO
Teratogênese medicamentosa: A indicação para uso medicamentoso segue as instruções da FDA (Food and Drug Administration – EUA), que classifica as substâncias nas categorias A, B, C, D e X segundo seu risco teratogênico.
 
Outras substâncias e fatores ambientais que podem gerar danos ao feto: álcool, cigarro, maconha, cocaína, mercúrio, chumbo, rubéola, citomegalovírus, toxoplasma, desnutrição materna, estresse materno.
PARTO PREMATURO
A OMS definiu o parto prematuro ou pré-termo como o nascimento que ocorre após 20 semanas e antes de completadas 37 semanas de gestação. 
Prematuro extremo: Nasceu antes da 28ª semana de gestação
Muito prematuro: Nasceu entre a 28ª e a 32ª semana de gestação
Moderadamente prematuro: Nasceu entre a 32ª e a 34ª semana de gestação
Prematuro tardio: Nasceu entre a 34ª e a 37ª semana de gestação 
Parto prematuro = síndrome que está associada com maior morbidade neonatal e pode ter consequências adversas para a saúde a longo prazo. 
FATORES ANTECEDENTES de parto prematuro: 
Fatores de risco de uma gravidez anterior: Nascimento prematuro anterior - maior fator de risco! Histórico de gravidez múltipla Histórico de abortos induzidos ou abortos espontâneos
Fatores de risco antes da gravidez ou durante a gestação: Concepção por meio de uma técnica de reprodução assistida - sobretudo quando essa gravidez for de múltiplos fetos Múltiplos fetos concebidos naturalmente Pouco ou nenhum cuidado pré-natal Tabagismo Infecções durante a gestação sem tratamento, como infecções do trato urinário, doenças sexualmente transmissíveis ou infecção do útero (infecção intra-amniótica) Histórico de cirurgia no colo do útero e/ou fraqueza do colo do útero (insuficiência cervical)
Doenças cardíacas Hipertensão arterial Doença renal Diabetes Pré-eclâmpsia ou eclampsia Separação prematura da placenta (ruptura prematura da placenta) Ruptura prematura da placenta Anemia Má nutrição durante gestante Intervalo intergestacional ≤ 1 ano Idade materna inferior a 20 anos ou superior a 35 anos. 
PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES PARA O RN PREMATURO
Maioria das complicações é causada por órgãos e sistemas que ainda não se desenvolveram/ amadureceram totalmente. O risco aumenta de acordo com o grau de prematuridade.
a) Subdesenvolvimento do cérebro
Respiração inconsistente: A região do cérebro que controla a respiração regular imatura: respiração inconsistente, com pausas curtas na respiração ou períodos em que a respiração cessa completamente por 20 segundos ou mais = apneia da prematuridade.
Dificuldade em coordenar a alimentação e a respiração: As partes do cérebro que controlam os reflexos que envolvem a boca e a garganta são imaturas: Prematuros não conseguem sugar e engolir normalmente.
Maior risco de apresentar hemorragia cerebral.
b) Subdesenvolvimento do aparelho digestivo e fígado
Episódios frequentes de regurgitação: O recém-nascido prematuro tem reflexos de sucção e deglutição imaturos e seu estômago pequeno se esvazia lentamente – pode originar episódios frequentes de regurgitação (refluxo).
Episódios frequentes de não tolerar a alimentação: O intestino se movimenta muito lentamente - O bebê não consegue digerir facilmente leite materno ou fórmula láctea e tem dificuldade em defecar. 
Danos intestinais: Prematuros podem desenvolver um quadro no qual uma parte do intestino fica gravemente lesionada e pode causar infecção: enterocolite necrosante).
Hiperbilirrubinemia: fígado demora a eliminar a bilirrubina (o pigmento biliar amarelo da decomposição de glóbulos vermelhos) do sangue. Assim a bilirrubina se acumula - dá à pele e às partes brancas dos olhos uma tonalidade amarelada (icterícia) – é removida por meio da evacuação. Níveis elevados de bilirrubina podem gerar querníctero: um tipo de lesão cerebral causada por depósitos de bilirrubina no cérebro.
c) Subdesenvolvimento do sistema imunológico
Os recém-nascidos prematuros têm uma quantidade menor dos anticorpos protetores da mãe = risco maior de ter infecções -> infecção sanguínea (sepse do recém-nascido) ou dos tecidos ao redor do cérebro (meningite). O uso de dispositivos invasivos aumenta ainda mais o risco.
d) Subdesenvolvimento dos rins
Feto - os resíduos produzidos são removidos pela placenta e excretados pelos rins da mãe. A função renal é reduzida em recém-nascidos muito prematuros - rins subdesenvolvidos: dificuldade em regular a quantidade de sais e outros eletrólitos como a quantidade de água no organismo. Problemas renais geram insuficiência de crescimento e um acúmulo de ácido no sangue (acidose metabólica).
e) Subdesenvolvimento dos pulmões
A formação dos alvéolos (sacos que absorvem oxigênio do ar e removem o dióxido de carbono do sangue) não ocorre antes do começo do terceiro trimestre da gravidez. Os tecidos dos pulmões não fabricam surfactante (a produção geralmente não é adequada até entre a 34ª e a 36ª semana) - Sem ele os alvéolos tendem colapsar no final de cada respiração - Risco de ter problemas de respiração, incluindo a síndrome da angústia respiratória (SAR). 
A displasia broncopulmonar (DBP) é um distúrbio pulmonar crônico que pode ocorrer em recém-nascidos prematuros -especialmente em bebês menos maduros. A maioria dos bebês que tem DBP já teve uma síndrome da angústia respiratória e precisou de tratamento com um ventilador. Na DBP, ocorre o desenvolvimento de tecido cicatricial nos pulmões e o bebê precisa de ajuda contínua para respirar.
f) Subdesenvolvimento dos olhos
A retina: Tecido sensível à luz localizado no fundo do olho e alimentada por vasos sanguíneos - Os vasos sanguíneos crescem a partir do centro até as margens da retina durante a gestação e não terminam de crescer até a gestação estar quase a termo. É possível que os vasos sanguíneos parem de crescer e/ou cresçam de maneira anômala - criando tecido cicatricial que pode repuxar a retina = retinopatia da prematuridade. Em casos mais graves, a retina se descola do fundo do olho e causa cegueira. 
O recém-nascido prematuro também corre um risco maior de apresentar outros problemas oculares, como miopia, desalinhamento dos olhos (estrabismo) ou ambos.
g) Dificuldade em regular os níveis de glicose no sangue
Caso não seja alimentado em intervalos regulares, o recém-nascido prematuro pode apresentar níveis baixos de glicose no sangue (hipoglicemia). 
Além disso, o recém-nascido prematuro tende a apresentar níveis de glicose no sangue elevados (hiperglicemia)caso ele tenha uma infecção ou sangramento no cérebro ou receba um excesso de glicose por via intravenosa. 
h) Problemas cardíacos
Um problema comum entre os bebês menos maduros é o duto arterioso patente (DAP) - vaso sanguíneo no feto que conecta a artéria pulmonar e aorta - o vaso sanguíneo pode permanecer aberto, o que resulta em um excesso de fluxo sanguíneo através dos pulmões, o que exige que o coração trabalhe mais. 
i) Dificuldade em regular a temperatura corporal
Uma vez que a superfície cutânea de recém-nascidos prematuros é grande em relação ao peso e eles tendem a perder calor rapidamente e ter dificuldade em manter uma temperatura corporal normal podendo levar a hipotermia. 
SUS - Programas para benefícios da gestante: 1) Rede Cegonha - Atua nas consultas pré-natais, possui um canal para dúvidas das gestantes (direitos do trabalho, direitos sociais, serviços de adoção, direito estudantil, dicas do que levar para o hospital no dia do parto, como tirar a certidão, colocação de DIU, amamentação, parto humanizado). 2) O Mãe Paulistana - Programa que visa redução da mortalidade - Assistência até o segundo ano de vida do bebê. Oferece Bilhete Único especial, facilita a realização dos exames do recém-nascido, oferece cirurgias corretivas: fissura lábio palatal, displaxia coxofemoral, hipospádia.

Continue navegando