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Introdução aos princípios ativos cosméticos APRESENTAÇÃO Eleger ativos e bases cosméticas corretamente são fundamentais para o sucesso efetivo nos tratamentos cosmético e estético, assim como compreender os mecanismos de ação dos ativos contribui para os resultados esperados. Além disso, distinguir ativos em função de sua origem e indicar vantagens e desvantagens em optar por um natural, orgânico ou sintético oportunizam a ampliação de novos nichos de mercado do mundo cosmético. Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá a diferenciar ativos cosméticos vegetais, sintéticos e semi-sintéticos quanto à composição química. Também, relacionará os princípios ativos do mecanismo de ação à função fisiológica e compreenderá as funções dos cosméticos "verdes" e orgânicos. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Diferenciar ativos cosméticos vegetais, sintéticos e semi-sintéticos quanto à composição química. • Relacionar os princípios ativos do mecanismo de ação à função fisiológica.• Reconhecer as funções dos cosméticos "verdes" e cosméticos orgânicos.• DESAFIO Para que as empresas IBD e Ecocert certifiquem os produtos cosméticos em orgânicos e naturais, é preciso cumprir as exigências legais, assim como as porcentagens mínimas para cada ingrediente nessas definições, as quais você pode acompanhar na tabela a seguir. A partir desses dados, para este Desafio, considere dois exemplos de formulações cosméticas e responda as questões a seguir. * Fórmula do produto 1: 90% argila natural, 7,5% extratos vegetais orgânicos e 2,5% conservante sintético permitido. * Fórmula do produto 2: 90% água potável, 9,5% água floral orgânica e 0,5% conservante natural. 1) Qual fórmula é considerada orgânica pela Ecocert e não orgânica pelo IBD? Justifique. 2) Qual formula é considerada orgânica pelo IBD e não orgânica pela Ecocert? Justifique. 3) Quando o IBD exclui em seu cálculo água e sal significa que a certificação orgânica torna-se mais rígida? Justifique. INFOGRÁFICO Nos rótulos dos produtos cosméticos, é indicada a lista de ingredientes que didaticamente, em função de suas atividades, podem ser classificados como ativos, adjuvantes, excipientes e veículos. Acesse o Infográfico a seguir, para conhecer as funções de cada um dos ingredientes de determinado produto. CONTEÚDO DO LIVRO Os ativos e a base cosmética em uma composição são de fundamental importância para relacionar todos os ingredientes e atuar sinergicamente em benefício à função fisiológica sob demanda. Além disso, ter conhecimento da origem do ativo possibilita compreender os mercados cosméticos natural e orgânico. No capítulo Introdução aos princípios ativos cosméticos, da obra Princípios ativos em estética, você estudará as diferenças entre ativos cosméticos vegetais, sintéticos e semi-sintéticos quanto à composição química, relacionando os princípios ativos do mecanismo de ação à função fisiológica e, por fim, analisando as funções dos cosméticos "verdes" e orgânicos. Boa leitura. PRINCÍPIOS ATIVOS EM ESTÉTICA Celio Takashi Higuchi Introdução aos princípios ativos cosméticos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Diferenciar ativos cosméticos vegetais, sintéticos e semi-sintéticos quanto à composição química. Relacionar os princípios ativos do mecanismo de ação à função fisiológica. Reconhecer as funções dos cosméticos “verdes” e orgânicos. Introdução Indicar produtos cosméticos corretamente em função da necessidade fisiológica da pele é de fundamental importância para mantê-la sempre em equilíbrio, ou seja, naquilo que a pele executa de funções essenciais. Assim, nos casos em que ocorrem deficiências bioquímicas, os ativos são indicados e utilizados como um auxílio. Por esse motivo, conhecer os mecanismos de ação dos ativos cos- méticos contribui muito para os resultados propostos nos tratamentos cosméticos e estéticos indicados e oferece vasta clareza sobre o que se pode esperar com relação aos principais benefícios inerentes à natureza física e química dos ativos. Neste capítulo, você vai aprender a diferenciar ativos cosméticos vegetais, sintéticos e semi-sintéticos quanto à composição química, re- lacionar os princípios ativos do mecanismo de ação à função fisiológica e compreender as funções dos cosméticos "verdes" e orgânicos. U N I D A D E 1 Ativos cosméticos vegetais, sintéticos e semi-sintéticos e sua composição química Diariamente, a população utiliza cosméticos sem saber que substâncias se encontram presentes em sua constituição. A grande maioria das pessoas é convencida pelos setores de marketing das marcas, por indicação de leigos ou até de especialistas. Entretanto, antes de se adquirir quaisquer produtos, é preciso ter o conhecimento da composição do cosmético por meio da lei- tura crítica do rótulo, visualizar e identifi car os ativos e as matérias-primas presentes nos produtos. Para que possamos diferenciar os ativos cosméticos em função de sua composição química, é necessário definir o que são cosméticos e quais são as suas principais funções. Além disso, é importante esclarecer que os ativos apresentam funções específicas, inclusive para atender interesses com fins comerciais. Produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes são preparações cons- tituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano — pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral —, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e/ ou corrigir odores corporais e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado (BRASIL, 2015). Nos rótulos de produtos cosméticos, os ingredientes apontam os nomes químicos por meio da Nomenclatura Internacional de Ingredientes Cosméticos — INCI (International Nomenclature of Cosmetic Ingredients). Trata-se de um sistema internacional de codificação para designar os ingredientes utilizados em produtos cosméticos que é reconhecido e adotado mundialmente. Visto que existem mais de 12 mil ingredientes utilizados em produtos cosméticos e que muitos possuem, além da denominação química, mais de um nome comercial, o INCI permite designar de forma única e simpli- ficada a composição dos ingredientes no rótulo dos produtos cosméticos. O objetivo do uso da nomenclatura INCI é facilitar a identificação de qualquer ingrediente de forma clara, precisa e imediata não só no Brasil, mas em qual- quer país no mundo e, principalmente do ponto de vista sanitário, proteger e resguardar a saúde da população (AGENCIA..., 2018). De acordo com a Anvisa (BRASIL, 2015), para que as empresas possam comercializar os produtos cosméticos que são sujeitos à vigilância sanitária, é preciso, necessariamente, atender aos critérios estabelecidos em leis e à regu- lamentação específica estabelecida. Tais critérios visam minimizar eventuais Introdução aos princípios ativos cosméticos2 riscos associados ao produto. Cabe à empresa fabricante ou à importadora a responsabilidade pela qualidade e pela segurança dos produtos registrados junto à Anvisa (BRASIL, 2015). Além disso, somente os produtos de grau 2 constantes no Anexo VIII da RDC nº. 07/2015 estão sujeitos ao procedimento de registro na Anvisa. São eles: protetores solares e bronzeadores, produtos infantis, alisantes capilares, repelentes de insetos e geis antisséptico para as mãos. Produtos de grau 2 possuem indicações específicas, cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e res- trições de uso. Define-se produtos de grau 1 como produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes cuja formulação cumpre com a definição adotada no item I do Anexo I da RDC nº. 07/2015 e que se caracterizam por possuir propriedades básicas ou elementares,cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não requeira informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso devido às características intrínsecas do produto, conforme mencionado na lista indicativa “Lista de tipos de produtos de grau 1” estabe- lecida no item I dessa seção. Define-se produtos de grau 2 como produtos de higiene pessoal, cosmé- ticos e perfumes cuja formulação cumpre com a definição adotada no item I do Anexo I da RDC nº. 07/2015 e que possuem indicações específicas, cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso, conforme mencionado na lista indicativa “Lista de tipos de produtos de grau 2” estabelecida no item II dessa seção (BRASIL, 2015). Didaticamente, os produtos cosméticos são divididos em função da com- posição cosmética da seguinte maneira: ativos cosméticos; adjuvantes; veículos e excipientes. Os adjuvantes, veículos e excipientes compõem a base cosmética do produto. A natureza da base pode ser de sólida a gasosa. Produtos como maquiagem, solução, gel, loção, espuma, máscara, gel-creme, creme e outros são exemplos dessa natureza. A função dos adjuvantes é conferir ação modificadora de propriedade ou corretiva. Os adjuvantes com essa ação modificadora de propriedade são os emolientes (ácidos graxos, ceras e silicones), umectantes, tensoativos, 3Introdução aos princípios ativos cosméticos espessantes, entre outros. O principal objetivo é alterar as características físico-químicas da base cosmética, não os considerando ativos propriamente. Nos adjuvantes com ação corretiva, incluem-se os corantes, fragrâncias e conservantes (sequestrantes, antioxidantes e antimicrobianos), entre outros. O seu objetivo principal é adicionar funções que permitam melhor aceitabi- lidade ao consumidor, como dar cor e aroma. Os conservantes são utilizados para garantir a validade do produto estabelecido e são matérias-primas que podem ser retiradas da composição sem comprometer a propriedade principal do produto cosmético (HIGUCHI, 2014). Os veículos e excipientes são considerados adjuvantes inertes que têm como finalidade dar forma ao cosmético, auxiliar na solubilização e veicular os ingredientes e ativos cosméticos. De forma objetiva e clara, os veículos apresentam natureza líquida, como, por exemplo, água, hidroalcoólico e ácido glicólico; como sólida, o talco. A base cosmética compõe praticamente a maior porcentagem do produto, não contribuindo diretamente no apelo de marketing, como ocorre com os ativos. Isso faz com que tenhamos interesse em compreender claramente o objetivo de cada atividade de um ativo. Os ativos podem ser de origem natural (vegetal, animal ou mineral), sinté- tica ou semi-sintética. É importante salientar que, nos últimos anos, o uso de ativos de origem vegetal tem crescido muito em função da preocupação e da conscientização com o meio ambiente. Entretanto, esse tipo ainda é muito raro no mercado cosmético e muitos desses ativos são modificados quimicamente, tornando-se semi-naturais ou semi-sintéticos (HIGUCHI, 2014). Quimicamente, os ativos são considerados substâncias químicas, assim como todos os outros ingredientes que compõem um produto cosmético. As áreas de aplicação de uso externo e em pele íntegra podem ser a pele, o sistema capilar, os lábios, as unhas e os órgãos genitais externos. Para serem considerados ativos cosméticos, eles devem garantir segurança e eficácia e atribuir funções específicas para os produtos cosméticos. Incluem- -se verificações de segurança, como a ausência de irritação, sensibilização, fototoxicidade e fotoalergia por meio de testes clínicos e/ou testes in vitro. Para que um ativo cosmético exerça seu efeito na pele, é necessário que sua molécula ultrapasse a barreira do estrato córneo e atinja seu local de ação — se o ativo não for capaz de permear através do estrato córneo, o produto não desem- penhará sua ação efetiva. Um ponto importante é que os ativos cosméticos devem penetrar até as camadas mais profundas da pele, principalmente da epiderme, para exercer sua ação, porém, não devem ser absorvidos pelo organismo, de modo a evitar um efeito sistêmico indesejado (COMISSÃO..., 2018). Introdução aos princípios ativos cosméticos4 Como já citado, os ativos cosméticos são classificados de acordo com as suas funções e origens em: Vegetais: são obtidos por meio de processos físico-químicos, com uso de solventes extratores, expressão a frio, enfleurage, maceração, entre outros para obter ativos de interesse. Tornam-se ativos cosméticos ao garantir segurança e eficácia comprovadas com relação aos benefícios à pele. Os ativos cosméticos vegetais são obtidos pelos metabólitos secundários das espécies vegetais e apresentam várias aplicações, sendo classificados em adstringentes, emolientes, umectantes, toni- ficantes, rubefacientes, calmantes, anti-inflamatórios, antioxidantes, antienvelhecimento, aromáticos, tintoriais, detergentes, antissépticos, antiseborreicos, anticelulite e protetores solares (CASTELLANI, 2012). Os metabólitos secundários têm um papel importante na adaptação das plantas aos seus ambientes; essas moléculas contribuem para que as mesmas possam ter uma boa interação com os diferentes ecossistemas. Os metabólitos secundários estão intimamente associados a estratégias de defesa das plantas (NASS, 2007). Sintéticos: os ativos e adjuvantes sintéticos são substâncias químicas sintetizadas em laboratórios, como, por exemplo, os aromatizantes, co- rantes, conservantes, silicones, tensoativos, entre outros. Esses ativos são muito utilizados devido ao seu baixo custo, à sua multifuncionalidade e eficácia; além disso, também prolongam a durabilidade dos produtos. Entre os ativos cosméticos sintéticos, incluem-se hidroquinona (clare- ador), retinol (antienvelhecimento), ureia (hidratante), hexilresorcinol (esfoliante) e adjuvantes como lauril éter sulfato de sódio (tensoativo), carboximetilcelulose (espessante), EDTA (sequestrante), BHT e BHA (antioxidante), entre outros. Semi-sintéticos: os ativos semi-sintéticos são ingredientes de origem natural, mas transformados segundo procedimentos químicos autori- zados (etoxilação, sulfonação, alquilação, esterificação, entre outros). Entre os ativos cosméticos semi-sintéticos, incluem-se gluconolactona (esfoliante), ácido lactobiônico (esfoliante), ácido ascórbico esterificado (antioxidante e clareador), entre outros. De acordo com Michalun e Dinardo (2016), os formuladores estão combi- nando ingredientes naturais ou semi-sintéticos com ingredientes sintéticos, criando um conjunto maior de ingredientes para formulação. O resultado é que produtos formulados com ingredientes naturais representam um dos 5Introdução aos princípios ativos cosméticos segmentos que mais cresce no mercado de cosméticos. Os ativos cosméticos vegetais incluem-se como ingredientes naturais desde que respeitados os critérios adotados pelas empresas certificadoras de cosméticos naturais e orgânicos. Os consumidores frequentemente se confundem ao procurar produtos que sejam realmente 100% naturais, pois o mercado cosmético dispõe, em seus produtos, termos como “derivado de matérias-primas naturais”, “extratos de plantas naturais”, “origem natural”, entre outros. Na verdade, todos os “produtos naturais” contêm certa porcen- tagem de ingredientes sintéticos (MICHALUN; DINARDO, 2016). A interação entre os ingredientes do veículo e os princípios ativos, bem como os próprios efeitos do veículo sobre a pele, podem influenciar decisivamente a eficácia e a segurança de um produto (CAMPOS; MERCÚRIO, 2012). Princípios ativos e função fisiológica A pele é considerada o maior órgão do corpo humano em peso e área de superfície (Figura 1). Essa área pode variar, aproximadamente, de 1,7 m² a 2,0 m² (em indivíduos adultos), correspondendo a em torno de 5,5% da massa corporal (CARVALHO, 2010; LEONARDI,2008). A pele recobre o corpo e é considerada a maior interface entre o meio ambiente e o corpo humano, estando exposta intensamente a variações como: temperatura, umidade, luz solar, xenobióticos ambientais e ocupacionais (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008). Introdução aos princípios ativos cosméticos6 Figura 1. Representação esquemática da anatomia de pele humana com as respectivas indicações de sua camada. Fonte: Soutor e Hordinsky (2015, p. 2). Os ativos cosméticos atuam sobre a pele influenciados por diversos fato- res, que incluem a região anatômica, condições da pele, idade, metabolismo cutâneo, descamação, irritação cutânea, sensibilização e fatores relacionados ao ativo e à formulação (COMISSÃO..., 2018). De acordo com a Anvisa (AGÊNCIA..., 2018), destaca-se, no Quadro 1, algumas funções dos ingredientes utilizados em cosméticos seguidas de suas definições e exemplos (MICHALUN; DINARDO, 2016): 7Introdução aos princípios ativos cosméticos Fonte: Adaptado de Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2018, documento on-line). Função Definição Exemplos Antioxidante Inibe reações promovidas pelo oxigênio, evitando a oxidação e a rancificação. Vitamina C Adstringente Contrai os poros da pele e reduz a quantidade de oleosidade. Bardana Emoliente Hidrata e suaviza a pele. Óleo vegetal em geral Umectante Mantém e retém a umidade. Aumenta o teor de água da pele e ajuda a mantê-la macia e suave. Glicerina Queratolítico Ajuda a eliminar as células mortas da camada córnea. Ácido salicílico Oxidante Altera a natureza química da substância pela adição de outro átomo de oxigênio ou remoção de hidrogênio. Peróxido de hidrogênio Redutor Altera a natureza química da substância pela adição de outro átomo de hidrogênio ou remoção de oxigênio. Hidróxido de amônio Tensoativo Diminui a tensão superficial da cosmética, bem como auxilia a distribuição uniforme do produto. Lauril éter sulfato de sódio (LESS) Quadro 1. Ingredientes cosméticos e suas funções Os antioxidantes referem-se à capacidade de um ingrediente de desacelerar, impedir ou bloquear a oxidação causada pelos efeitos nocivos dos radicais livres. A vitamina C atua como coenzima e, sob determinadas condições, como agente redutor e antioxidante (MICHALUN; DINARDO, 2016). Direta ou indiretamente, fornece elétrons a enzimas que requerem íons metálicos reduzidos. Age como cofator para prolil e lisil hidroxilases na biossíntese do colágeno (INFINITY PHARMA, 2012). Introdução aos princípios ativos cosméticos8 Os adstringentes são usados para reduzir o conteúdo de óleo na superfície da pele e reequilibrar seu nível ácido após o uso de certos produtos de higiene. A bardana é um bom exemplo de extrato vegetal que confere efeito adstringente (FLORIEN, 2016). Os emolientes possuem um efeito hidratante, reduzindo a evaporação da umidade da superfície da pele por meio da difusão de água na camada córnea e nos tecidos subjacentes. Os óleos vegetais, como de abacate, andiroba e amên- doas doces, são bons candidatos para esse efeito (INFINITY PHARMA, 2013). Os umectantes são utilizados em formulações cosméticas para aumentar o conteúdo de umidade da pele. Eles podem ligar-se à água, por isso são conside- rados hidratantes. “A glicerina é usada como solvente para diversas substâncias e também por sua ação umectante e protetora da pele” (INFINITY PHARMA, 2014, documento on-line). Os queratolíticos reduzem a adesão dos corneócitos, desprendendo-os, e, consequentemente, levando a esse processo na pele. “O ácido salicílico é um ativo biossintetizado do aminoácido fenilalanina, com ação queratolítica e antimicrobiana, que é bastante usado em pacientes que apresentam oleosidade excessiva, acne, calosidades e outras desordens da camada córnea da pele” (INFINITY PHARMA, 2017). Os oxidantes são utilizados para conferir meio oxidativo; os redutores, para reduzido. Esses meios favorecem reações químicas e aceleram a geração de produtos de interesse. São muito utilizados em aplicações capilares. O peró- xido de hidrogênio é encontrado em concentrações baixas (3-9%) como efeito oxidante para auxiliar na descoloração capilar. Em geral, os hidróxidos são considerados bons redutores e incluem, por exemplo, o hidróxido de amônio. Os tensoativos diminuem a tensão superficial e auxiliam na espalhabilidade de produtos quando aplicados à pele. O lauril éter sulfato de sódio confere “excelente solubilidade em água, alta detergência, alto poder espumante, emul- sionante e espessante na presença de eletrólitos (NaCl e NH4Cl)” (INFINITY PHARMA, 2014, documento on-line). A Anvisa informa, por meio de pareceres técnicos, se um determinado ingrediente inclui-se na lista de substâncias restritivas ou proibidas. As principais restrições podem ser em função de sua concentração, pH, local de aplicação e efeitos indesejáveis (AGÊNCIA..., 2018). 9Introdução aos princípios ativos cosméticos As funções dos cosméticos “verdes” e orgânicos No que se refere à biodiversidade, o Brasil tem excepcional força e respeito no cenário internacional, já que possui as maiores reservas de recursos naturais, diversos biomas e a mais rica biodiversidade tropical do mundo. Estima-se que o Brasil concentre mais de 20% do total mundial de espécies inventa- riadas, e as plantas e os microrganismos existentes no território brasileiro, e especialmente na Amazônia, destacam-se entre toda essa megabiodiversidade (BRASIL, 1998). Entretanto, há que se destacar as diferenças entre os cosméticos naturais/ orgânicos e os cosméticos com ativos naturais, isto é, aqueles produtos que contêm, em suas composições, ingredientes de origem natural, mas que apre- sentam, também em suas propriedades, variados graus e concentrações de componentes sintéticos, químicos e conservantes necessários para manter a estabilidade e durabilidade dos produtos (JONES; DUERBECK, 2004). Por esse motivo, é importante destacar que muitas empresas vendem seus produtos baseadas no argumento de que eles são cosméticos naturais. Considerar uma matéria-prima ou um cosmético orgânico (“verde”) repre- senta exibir certificações sobre diversas questões: o cultivo ou a retirada das matérias-primas de forma sustentada, sem uso de agrotóxicos ou sacrifício de um animal, pesquisa in vitro e ex vivo, cadeia produtiva que minimize o uso de água industrial, energia ou geração de resíduos (contaminantes ou sólidos) e embalagens ecologicamente corretas. É importante observar e atentar para todos esses critérios e cuidados, independentemente do que seja orgânico ou natural, diferença que consiste na porcentagem de matérias-primas presentes, e considerar que, de acordo com o Programa Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS Lei nº. 12305/10 (BRASIL, 2010), o setor cosmético é obrigado a atender às normas regulamentadoras de gerenciamento e a gestão integrada de resíduos sólidos. Por esse motivo, por exemplo, as embalagens são o grande destaque para todos os setores por serem biodegradáveis ou retornáveis. No Brasil, as duas empresas certificadoras de cosméticos orgânicos e naturais são IBD e Ecocert Brasil. Segundo o IBD, existem os cosméticos orgânicos e os cosméticos feitos com matérias-primas orgânicas. Os cosméticos orgânicos devem possuir, no mínimo, 95% de matérias-primas certificadas como orgânicas, excluindo água e sal no cálculo. Os 5% restantes podem ser compostos por água e por outras matérias-primas naturais. Para os naturais, é necessário um mínimo 95% de ingredientes naturais ou de origem vegetal (sobre o total de ingredientes). Introdução aos princípios ativos cosméticos10 Para saber mais sobre o IBD Certificações, acesse o link a seguir. https://goo.gl/vauv8f A Ecocert segue esses mesmos princípios de definição de um cosmético orgânico. Já para os cosméticos feitos com matérias-primas orgânicas, a Ecocert define que eles devem possuir, no mínimo, 70% e, no máximo, 95% de matérias-primas certificadas como orgânicas. A Ecocert tambémdefine que os cosméticos naturais podem ter, no mínimo, 95% do conteúdo total de matérias-primas naturais. Os outros 5% podem ser constituídos por substâncias sintéticas listadas pela certificadora, mas que não estão inseridas nas matérias- -primas proibidas para cosméticos naturais. São produtos livres de corantes sintéticos, fragrâncias sintéticas, polietilenoglicóis, quaternários de amônio, preservantes sintéticos (parabenos) e derivados do petróleo (ECYCLE, 2013). Para conhecer a Ecocert Brasil, organismo de inspeção e certificação a serviço do homem e do meio ambiente, acesse o link a seguir. https://goo.gl/maZnxZ Os cosméticos orgânicos são considerados bons produtos, pois apresentam os seguintes pontos positivos: respeito maior em função da compatibilidade da pele, causando menores processos irritativos ou alérgicos por serem mais receptivos devido às restrições de matérias-primas; substituição de produtos à base de substâncias sintéticas por naturais, com eficácia e menores efeitos tóxicos; em sua grande maioria, as matérias-primas são consideradas biodegra- dáveis e pouco poluentes. 11Introdução aos princípios ativos cosméticos Os pontos negativos são: em alguns produtos, o resultado esperado é menor para cosméticos orgânicos, como, por exemplo, baixa formação de espuma para produtos com fins de higiene, o que faz com que o público consumidor não os compre por achar que não têm qualidade; preços bem superiores aos dos cosméticos sintéticos, que apresentem os mesmos resultados finais. As matérias-primas vegetais orgânicas são mais íntegras em função do baixo processo de síntese química e, dessa forma, contribuem com mais possibilidade benéfica de suas propriedades que uma substância sintética que apresenta somente uma propriedade esperada. Os óleos vegetais penetram na pele de forma mais efetiva que os óleos minerais. Além disso, os óleos vegetais são ricos em nutrientes como vitaminas e sais mine- rais. Por outro lado, os óleos minerais não penetram com facilidade e apresentam a sensação de matéria-prima densa e de baixa espalhabilidade (ECYCLE, 2013). Os anti-idades faciais orgânicos apresentam eficácias comprovadas em fun- ção dos benefícios de suas matérias-primas, ricas em ácidos graxos essenciais orgânicos, vitaminas A, C e E orgânicas. Em função de apresentarem maior compatibilidade com a pele, os resultados são mais efetivos e apresentam menores contraindicações. Os protetores solares orgânicos têm a mesma eficiência dos tradicionais e, além disso, são extremamente interessantes, pois são livres de filtros quími- cos, como, por exemplo, PABA e benzofenonas, já relatados como potenciais alergênicos. Além disso, são formulados com óxido de zinco, dióxido de titânio micronizado e antioxidantes naturais, como óleo de semente de uva e chá verde. Os produtos orgânicos para cabelos são realmente eficientes, pois apre- sentam, por exemplo: substituição do lauril éter sulfato de sódio (LESS), matéria-prima extremamente agressiva e irritativa na pele, por derivados naturais, como o milho ou a cana-de-açúcar, que realiza a função de limpeza e formação de espuma de maneira mais suave e menos agressiva e, além disso, livre de sal e silicone, deixando os cabelos menos ressecados e menos densos. Os cosméticos orgânicos são indicados para que tem suscetibilidade ao quadro alérgico em função do uso de conservantes naturais, não uso de ma- térias-primas derivadas do petróleo e matérias-primas livres de agrotóxicos. Entretanto, não se deve considerar que são hipoalergênicas, já que, nesse sentido, são necessários testes para comprovação (HIGUCHI, 2013). Introdução aos princípios ativos cosméticos12 Além do apelo da sustentabilidade, um bom produto se elege pela compo- sição das matérias-primas. Em outras palavras, a matéria-prima deve, sim, respeitar o meio ambiente, mas também atender no que se refere à sua natureza e à compreensão do mecanismo de ação. Deve-se pesquisar a toxicidade, irrita- bilidade e alergenicidade, elegendo o produto de menores atividades apontadas. Portanto, considerar a responsabilidade da matéria-prima é compreender sua responsabilidade de ação no produto (orgânico) e sua aplicabilidade (pele) (HIGUCHI; DIAS; TENGUAN, 2012). No Brasil, Yamada et al. (2013), sobre o mercado de cosméticos naturais e certificados organicamente, apontam a baixa demanda e venda de cosméticos orgânicos ou naturais devido a fatores como o não interesse sobre o conceito de sustentabilidade ao que se aplica o cosmético, a falta de regulamentação sobre o registro de cosméticos orgânicos, que não fideliza o consumidor, preço mais elevado em relação ao produto de concorrência de origem sintética e que atingem a mesma proposta de ação e, por fim, falta de informação mais clara nos rótulos (Figura 2). Figura 2. Requisitos mínimos necessários que se encontram em produtos cosméticos orgânicos. Fonte: Venimo/Shutterstock.com. 13Introdução aos princípios ativos cosméticos No mercado cosmético, são comumente utilizados ativos cosméticos naturais e sin- téticos no mesmo produto. Veja exemplos disso: Extrato de mel: promove nutrição para ajudar a manter a umidade natural da pele. Extrato de geleia real: devolve aminoácidos, vitaminas e minerais que melhoram a hidratação. Trimetilglicina (TMG): poderoso umectante que hidrata a pele. Esferas de carvão vegetal ativado: absorvem e eliminam as toxinas e impurezas retidas nos poros. Também protegem da ação nociva causada pela poluição, de forma a reduzir a ocorrência de alergias e impedir o ressecamento. Barosma betulina: reduz os poros e controla a oleosidade excessiva. Ácido salicílico, zinco, melaleuca e própolis: com propriedades antissépticas, anti- -inflamatórias e antiacne, controlam a oleosidade, combatem o aparecimento de espinhas e melhoram a aparência da pele. Silício orgânico: promove uma reparação celular. Aloe Vera: ajuda na limpeza e possui ação antibacteriana enquanto hidrata, nutre, regenera e cicatriza a pele. Blend de fitocosméticos botânicos (como alecrim, menta e sálvia): ricos em taninos e flavonoides, proporcionam assepsia e redução da oleosidade. 1. Os ingredientes cosméticos indicados nos rótulos de produtos cosméticos respeitam um sistema internacional de codificação reconhecido e adotado mundialmente. Além disso, há objetivos claros e precisos de uso. Assinale a alternativa que aponta o sistema adotado e seus principais objetivos, respectivamente: a) TMG — facilitar a identificação de qualquer ingrediente de forma clara, precisa, imediata e, do ponto de vista sanitário, proteger e resguardar a saúde da população. b) INCI — facilitar a identificação de qualquer ingrediente de forma clara, precisa, imediata e, do ponto de vista sanitário, proteger e resguardar a saúde da população. c) INCI — descentralizar a identificação de qualquer ingrediente de forma distinta para cada país integrante e não incluir necessariamente a atenção do ponto de vista sanitário. d) TMG — descentralizar a identificação de qualquer ingrediente de forma distinta para cada país integrante e não incluir necessariamente a atenção do ponto de vista sanitário. Introdução aos princípios ativos cosméticos14 e) RDC — facilitar a identificação de qualquer ingrediente de forma clara, precisa, imediata e, do ponto de vista sanitário, proteger e resguardar a saúde da população. 2. Os ativos cosméticos devem garantir segurança e eficácia, atribuir funções específicas para os produtos cosméticos e exercer seu efeito na pele. De acordo com essa afirmação, assinale a alternativa que a complementa corretamente. a) Não devem ser absorvidos pelo organismo para que se evite um efeito sistêmico indesejado. b) Podem ser absorvidos pelo organismo para que exerçam um efeito sistêmico desejado. c) Não devem ser absorvidos pelo organismo para que exerçam um efeito sistêmico desejado. d) Podem ser absorvidospelo organismo para que exerçam um efeito sistêmico indesejado. e) Não devem ser absorvidos pelo organismo para que se evite um efeito sistêmico desejado. 3. Indique a alternativa que aponta corretamente exemplos de adjuvantes com ação corretiva e suas principais funções gerais, respectivamente. a) Emolientes, umectantes, tensoativos e conservantes — alterar as características físico- químicas da base cosmética. b) Emolientes, fragrâncias e espessantes — alterar as características físico-químicas da base cosmética. c) Corantes, fragrâncias e conservantes — alterar as características físico-químicas da base cosmética. d) Corantes, fragrâncias e conservantes — permitir melhor aceitabilidade ao consumidor, como dar cor, e conservantes para garantir a validade do produto estabelecido. e) Corantes, fragrâncias e tensoativos — garantir a validade por meio do uso de tensoativos. 4. No laboratório de química, um profissional responsável por síntese química propôs coletar uma espécie de uma determinada planta com fragrância desejada e realizou um processo de etoxilação, obtendo um produto mais estável e com melhor eficácia. Com base nessa afirmação, assinale a alternativa correta. a) O ingrediente é sintético independemente de ter passado, ou não, no processo químico. b) O ingrediente é vegetal mesmo após o processo químico. c) O ingrediente deixou de ser vegetal e tornou-se semi-sintético em função do processo químico. d) O ingrediente é semi-sintético independemente de ter passado, ou não, no processo químico. e) O ingrediente deixou de ser semi-sintético e tornou-se sintético em função do processo químico. 5. De acordo com as empresas certificadoras de cosméticos orgânicos e naturais IBD e Ecocert Brasil, existem cosméticos orgânicos, naturais e os feitos com matérias- primas orgânicas. Assinale a alternativa que indica corretamente as porcentagens exigidas. 15Introdução aos princípios ativos cosméticos AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Pareceres sobre cosméticos. 2018. Dispo- nível em: <http://portal.anvisa.gov.br/cosmeticos/pareceres>. Acesso em: 14 out. 2018. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Regularização de Produtos Cosméti- cos: nomenclatura de ingredientes. 2018. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov. br/registros-e-autorizacoes/cosmeticos/produtos/nomenclatura-de-ingredientes>. Acesso em: 14 out. 2018. BRASIL. Lei nº. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sóli- dos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília, DF, 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/ Lei/L12305.htm>. Acesso em: 14 out. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº. 07, de 10 de fevereiro de 2015. Dispõe sobre os requisitos téc- nicos para a regularização de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e dá outras providências. Brasília, DF, 2015. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/ documents/10181/2867685/RDC_07_2015_.pdf/>. Acesso em: 14 out. 2018. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Superintendência da Zona Franca de Manaus. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Produtos Potenciais da Amazônia: relatório técnico. Brasília, DF: MMA, 1998. a) Cosméticos naturais devem possuir, no mínimo, 70% e, no máximo, 95% de matérias-primas certificadas como orgânicas. b) Cosméticos orgânicos devem possuir, no mínimo, 70% e, no máximo, 95% de matérias-primas certificadas como orgânicas. c) Cosméticos feitos com matérias-primas orgânicas devem possuir, no mínimo, 95% de matérias-primas certificadas como orgânicas. Os 5% restantes podem ser compostos por água e por outras matérias-primas naturais. d) Cosméticos naturais devem possuir, no mínimo, 95% de matérias-primas certificadas como orgânicas. Os 5% restantes podem ser compostos por água e por outras matérias-primas naturais. e) Cosméticos orgânicos devem possuir, no mínimo, 95% de matérias-primas certificadas como orgânicas. Os 5% restantes podem ser compostos por água e por outras matérias-primas naturais. Introdução aos princípios ativos cosméticos16 CARVALHO, D. Pele: abordagem cosmetoxicológica. Cosmet Toiletries, v. 22, p. 30, 2010. CASTELLANI, D. C. Cosmecêuticos botânicos. In: COSTA, A. Tratado Internacional de Cosmecêuticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. COMISSÃO DA INDÚSTRIA COSMÉTICA. Eficácia de produtos cosméticos: importância da penetração de ativos na pele. 2018. Disponível em: <http://www.crf-pr.org.br/ uploads/comissao/6301/eficacia_de_produto_cosmeticos_importancia_da_pene- tracao_de_ativos_na_pele.pdf>. Acesso em: 14 out. 2018. ECYCLE. Conheça as diferenças entre cosméticos naturais, orgânicos, convencionais. 2013. Disponível em: <https://www.ecycle.com.br/component/content/article/67-dia-a- -dia/2099-cosmeticos-organicos-naturais-convencionais-deferencas-tipos-materia-prima- -composicao-definicao-consumidor-como-fazer-receitas.html>. Acesso em: 14 out. 2018. FLORIEN. Bardana. 2016. Disponível em: <http://florien.com.br/wp-content/uplo- ads/2016/06/BARDANA.pdf>. Acesso em: 14 out. 2018. HIGUCHI, C. T. Composição cosmética. 2014. Disponível em: <http://negocioestetica. com.br/site/composicao-cosmetica-primeiro-interpretar-para-depois-indicar/>. Acesso em: 14 out. 2018. HIGUCHI, C. T. O uso racional de cosméticos e o seu descarte consciente e apelo do uso por produtos de origens orgânica e natural. InterfacEHS, v. 8, n. 3, p. 138-142, dez. 2013. HIGUCHI, C. T.; DIAS, L. C. V.; TENGUAN, R. H. Regulamentação de cosméticos orgânicos no Brasil: apelo sustentável à pele. InterfacEHS, v. 7, n. 1, p. 82-83, 2012. INFINITY PHARMA. Ácido salicílico. 2017. Disponível em: <https://infinitypharma.com. br/uploads/insumos/pdf/%C3%81/Acido%20salicilico.pdf>. Acesso em: 14 out. 2018. INFINITY PHARMA. Glicerina vegetal. 2014. Disponível em: <https://infinitypharma.com. br/uploads/insumos/pdf/g/glicerina.pdf>. Acesso em: 14 out. 2018. INFINITY PHARMA. Lauril éter sulfato de sódio. 2014. Disponível em: <https://infini- typharma.com.br/uploads/insumos/pdf/l/lauril-eter-sulfato-de-sodio.pdf>. Acesso em: 14 out. 2018. INFINITY PHARMA. Óleos vegetais. 2013. Disponível em: <https://infinitypharma.com. br/uploads/insumos/pdf/o/oleos.pdf>. Acesso em: 14 out. 2018. INFINITY PHARMA. Vitamina C. 2012. Disponível em: <https://infinitypharma.com.br/ uploads/insumos/pdf/v/Vitamina_C.pdf>. Acesso em: 14 out. 2018. JONES, A.; DUERBECK, K. Natural ingredients for cosmetics: EU Market Survey. Centre for the Promotion of Imports from developing countries (CBI), Set. 2004. JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 11. ed. Guanabara Koogan, 2008. LEONARDI, G. R. Cosmetologia aplicada. 2. ed. São Paulo: Santa Isabel; 2008. 17Introdução aos princípios ativos cosméticos MICHALUN, M. V.; DINARDO, J. C. Milady Dicionário: ingredientes para cosmética e cuidados da pele. São Paulo: Cengage Learning, 2016. NASS, L. L. Recursos genéticos vegetais. Brasília, DF: Embrapa Recursos Genéticos Vegetais e Biotecnologia, 2007.YAMADA, D. A. S. et al. Discussão crítica da legislação orgânica aplicada aos produtos cosméticos sustentáveis e investigação científica na prática do consumo. InterfacEHS, v. 8, n. 3, p. 3-20, 2013. SOUTOR, C.; HORDINSKY, M. Dermatologia Clínica. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2015. Leituras recomendadas BRUNETON, J. Elementos de fitoquímica y de farmacognosia. Zaragoza: Acribia,1991. CAMPOS, P. M. B. G. M.; MERCÚRIO, D. G. Formas e veículos cosmecêuticos. In: COSTA, A. Tratado Internacional de Cosmecêuticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. GARCIA, C. F.; LUCAS, E. M. F. Química Orgânica: estrutura e propriedades. Porto Alegre: Bookman, 2016. MONTEIRO, J. M.; ALBUQUERQUE, U. O.; ARAÚJO, E. L. Taninos: uma abordagem da quí- mica a ecologia. Química Nova, v. 28, n. 5, p. 892-896,2005. 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Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Os ingredientes indicados nos rótulos de produtos cosméticos respeitam um sistema internacional de codificação reconhecido e adotado mundialmente. Além disso, há objetivos claros e precisos do uso. Assinale a alternativa correta que aponta o sistema adotado e seus principais objetivos, respectivamente. A) TMG: facilitar a identificação de qualquer ingrediente de forma clara, precisa e imediata e, do ponto de vista sanitário, proteger e resguardar a saúde da população. B) INCI: facilitar a identificação de qualquer ingrediente de forma clara, precisa e imediata e, do ponto de vista sanitário, proteger e resguardar a saúde da população. C) INCI: descentralizar a identificação de qualquer ingrediente de forma distinta para cada país integrante e não incluir necessariamente a atenção do ponto de vista sanitário. D) TMG: descentralizar a identificação de qualquer ingrediente de forma distinta para cada país integrante e não incluir necessariamente a atenção do ponto de vista sanitário. E) RDC: facilitar a identificação de qualquer ingrediente de forma clara, precisa e imediata e, do ponto de vista sanitário, proteger e resguardar a saúde da população. 2) Os ativos cosméticos devem garantir segurança e eficácia, além de atribuírem funções específicas para os produtos cosméticos e exercerem seu efeito na pele. De acordo com essa afirmação, assinale a alternativa que a complementa corretamente. A) Não devem ser absorvidos pelo organismo para evitar um efeito sistêmico indesejado. B) Podem ser absorvidos pelo organismo para que exerçam um efeito sistêmico desejado. C) Não devem penetrar até as camadas mais profundas da pele. D) Podem ser absorvidos pelo organismo para que exerçam um efeito sistêmico indesejado. E) Não devem ser absorvidos pelo organismo para evitar um efeito sistêmico desejado. 3) Indique a alternativa que aponta corretamente exemplos de adjuvantes com ação corretiva e suas principais funções gerais. A) Emolientes, umectantes, tensoativos e conservantes: alterar as características físico- químicas da base cosmética. B) Emolientes, fragrâncias e espessantes: alterar as características físico-químicas da base cosmética. C) Corantes, fragrâncias e conservantes: alterar as características físico-químicas da base cosmética. D) Corantes, fragrâncias e conservantes: permitir melhor aceitabilidade ao consumidor e garantir a validade do produto estabelecido. E) Corantes, fragrâncias e tensoativos: garantir a validade do produto estabelecido. 4) No laboratório de química, um profissional responsável em síntese química propôs coletar uma espécie de uma determinada planta com fragrância desejada e realizar um processo de etoxilação, obtendo um produto mais estável e com melhor eficácia. Com base nisso, aponte a alternativa correta. A) O ingrediente é sintético, independemente se passou ou não no processo químico. B) O ingrediente é vegetal, mesmo após o processo químico. C) O ingrediente deixou de ser vegetal e tornou-se semi-sintético em função do processo químico. D) O ingrediente é semi-sintético, independemente se passou ou não no processo químico. E) O ingrediente deixou de ser semi-sintético e tornou-se sintético em função do processo químico. 5) De acordo com as duas empresas certificadoras de cosméticos orgânicos e naturais, IBD e Ecocert Brasil, existem os cosméticos orgânicos, os naturais e os feitos com matérias-primas orgânicas. Assinale a alternativa que indica corretamente as porcentagens exigidas. A) Os cosméticos naturais devem ter, no mínimo, 70% e, no máximo, 95% de matérias- primas certificadas como orgânicas. B) Os cosméticos orgânicos devem ter, no mínimo, 70% e, no máximo, 95% de matérias- primas certificadas como orgânicas. C) Os cosméticos feitos com matérias-primas orgânicas devem ter, no mínimo, 95% de matérias-primas certificadas como orgânicas. Os 5% restantes podem ser compostos por água e outras matérias-primas naturais. D) Os cosméticos naturais devem ter, no mínimo, 95% de matérias-primas certificadas como orgânicas. Os 5% restantes podem ser compostos por água e outras matérias-primas naturais. E) Os cosméticos orgânicos devem ter, no mínimo, 95% de matérias-primas certificadas como orgânicas. Os 5% restantes podem ser compostos por água e outras matérias-primas naturais. NA PRÁTICA Analisar criteriosamente os ativos cosméticos presentes na formulação cosmética é de suma importância para compreender as principais funções do produto. Na Prática, você verá a lista de ingredientes de um óleo para banho e os mecanismos de ação dos ativos cosméticos vegetais relacionados. Confira, a seguir. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Regulamentação de cosméticos orgânicos no Brasil: apelo sustentável a pele Neste artigo, é abordado o empenho das empresas brasileiras em comercializar produtos orgânicos certificados pelas empresas Ecocert e IBD. Aproveite a leitura. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Nomenclatura de ingredientes Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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