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Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira Instituto de Desenvolvimento Rural Curso: Agronomia Disciplina: Manejo Integrado de Pragas, Doenças e Plantas Daninhas Docente: Dr. Joaquim Torres Filho Discentes: Bubacar Baldé; José Manuel dos Passos Lima e Maria Marly do Nascimento. PLANO DE MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS DO CAJUEIRO SÍTIO VENEZA – ARACOIABA/CE REDENÇÃO-CE 2021/2022 1. INTRODUÇÃO O Sítio Veneza está localizado no distrito de Vazantes em Aracoiaba-CE. A propriedade tem um total de 20 hectares, no qual foi adquirida recentemente pelo Sr. Antônio Vanderlei da Silva. Atualmente o proprietário pretende plantar 5 hectares de mudas de cajueiro anão-precoce, na área já existe algumas plantas de cajueiro comum, no qual o mesmo pretende retirar as plantas que aparentam estar mais velhas e o restante será realizado a substituição da copa, sendo feito o corte no tronco dessas plantas, e posteriormente será realizado o enxerto nas brotações. Nesse sentindo, iremos orientar o proprietário sobre as medidas e as etapas de planejamento a serem adotadas para que mesmo possa ter sucesso em seu sistema de cultivo. A elaboração do Plano de Manejo Integrado de Doenças do Cajueiro servirá como suporte para guiar o proprietário nas suas tomadas de decisões. A cultura do cajueiro (Anacardium occidentale) O cajueiro é uma planta nativa do Nordeste Brasileiro com considerável capacidade adaptativa a solos de baixa fertilidade, a temperaturas elevadas e ao estresse hídrico. Devido a essas características, o cajueiro se tornou uma importante fonte de renda para os estados do Nordeste, principalmente para aqueles que possuem regiões semiáridas, demonstrando a sua grande importância econômica e social para a região nordestina. O cajueiro pertence à família das Anacardiáceas. Esta família inclui também outras espécies conhecidas, como sejam a mangueira (Mangifera indica), o cajá (pondias spp.) e a siriguela (Spondias purpúrea). Do cajueiro aproveita-se praticamente tudo, sendo o principal produto á amêndoa da castanha-de-caju, localizada no interior da castanha. Já o pedúnculo do caju (pseudofruto) é processado por indústrias ou minifábricas para a obtenção do suco ou da polpa congelada, a ser utilizada na fabricação de sucos, cajuínas e outras bebidas. O pedúnculo também pode ser aproveitado para a fabricação de diversos produtos (principalmente doces) e na alimentação animal, além de que o caju inteiro também é comercializado in natura em feiras e supermercados. 2. HISTÓRICO DA ÁREA DE PLANTIO O proprietário atual: Sr. Antônio Vanderlei da Silva. O tamanho da propriedade: 20 hectares, sendo 15 coberto com vegetação nativa e 5 ha na qual será usado para o plantio de mudas de cajueiro anão-precoce, o proprietário pretende desmatar mais uma área para o plantio de mais mudas. Cultivos anteriores eram de feijão segundo relato dos antigos proprietário do sítio, na área se encontra plantas de cajueiro comum, na qual será realizado alguns tratos culturais para a recuperação das copas de alguns, tendo em vista que as plantas doentes e velhas serão desmatadas. A forma de trabalho e de gestão da propriedade é de sistema de agricultura familiar. Recentemente foi realizado a coleta do solo da área para fins de análise física e química. No qual o laudo da análise já foi recebido e foi realizado a interpretação e recomendação de adubação e calagem para a cultura desejada. O proprietário já comprou 6 toneladas de calcário dolomítico para o preparo da área e para o preparo das covas, e 100 kg de super fosfato simples e 50 kg de FTE BR12 também para o preparo das covas. Na ocasião será adquirido pelo proprietário esterco bovino e caprino para também serem utilizados para o preparo das covas. A recomendação tanto para o preparo da área como para o preparo das covas foi seguindo a metodologia de recomendação da Embrapa Agroindústria Tropical. O proprietário comprou 1000 mudas de cajueiro anão-precoce da Tropical Plant, um viveiro de produção de mudas credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que fica localizado em Pacajús-Ce, mais precisamente próximo ao campo experimental da Embrapa Agroindústria Tropical, as margens da BR-116 no km 43. Foram compradas 350 clones do BRS 226, 350 clones do CCP 76, 250 clones do BRS 189 e 50 clones do Embrapa 51. Foto 1. Registro da viagem que fiz juntamente com o Sr. Antônio Vanderlei da Silva, ao viveiro de produção de mudas da Tropical Plant em Pacajus-CE, na qual foram compradas 1000 mudas de clones de cajueiro anão-precoce. As escolhas dos clones citados acima foram levados em consideração para além dos aspectos de produção, mais também a resistência desses clones as diversas fitomoléstias, conforme pode ser visualizado na figura abaixo. Tive carta branca do Sr. Antônio Vanderlei para eu mesmo (Manuel) fazer as escolhas dos clones. 3. OBJETIVO Elaborar um plano de Manejo Integrado de Doenças do cajueiro no sítio Veneza localizado em Aracoiaba-CE. Objetivos específicos Auxiliar o proprietário no preparo do solo e das covas para o transplantio das mudas de cajueiro, bem como na escolha destas mudas. Orientar o proprietário acerca dos tratos culturais a serem adotados buscando reduzir o aparecimento e grau de infestação de patógenos na área. Indicar os métodos utilizados para manter a cultura do cajueiro livre de patógenos e/ou evitar a disseminação desses patógenos até que a cultura possa se estabelecer na área e ao longo do seu ciclo produtivo. 4. DOENÇAS DE GRANDE IMPORTÂNCIA DO CAJUEIRO Oídio (Oidium anacardii Noack) É causado pelo fungo Oidium anacardii Noack, até poucos anos atrás, foi considerado uma doença secundária na cajucultura do Brasil, pois os sintomas ocorriam em folhas maduras formando um revestimento ralo, branco-acinzentado e pulverulento nas duas faces das folhas. No entanto, nos últimos anos tem-se verificado uma maior ocorrência da doença, principalmente nas brotações novas e maturis do cajueiro. O oídio tem prejudicado totalmente a produção e a qualidade do pedúnculo. Atualmente, a doença tem sido observada em diferentes clones de cajueiro. Danos: Observa-se uma predominância de ataque nos tecidos juvenis, inflorescências, pedúnculos e frutos, causando abortamento de flores, deformações, rachaduras e varíolas nos pedúnculos e frutos. Por essa razão, os danos causados tornam-se muito mais preocupantes, uma vez que tanto o pedúnculo quanto a castanha, que são os principais produtos comercializados, são severamente afetados. Controle: O oídio pode ser controlado por meio de pulverizações com fungicidas à base de enxofre, inclusive com o enxofre elementar em pó. Os fungicidas tebuconazol (0,75 mL/L), enxofre formulado (3 g/L) e triflumizol (0,5 g/L) se mostraram eficientes no controle do oídio. Importante salutar que o uso de mudas sadias para o transplantio no campo é uma importante medida para minimizar problemas de infecção desta fitomoléstia, bem como também o produtor procurar trabalhar com clones resistentes. Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) A doença é causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides, e caracteriza-se por lesões numerosas que podem ocorrer em ambas as faces das folhas, ramos, flores, frutos e pedúnculos. A antracnose é muito severa em tecidos jovens que brotam durante ou imediatamente após o período chuvoso. Quando o período de elevada umidade prolonga-se até o início da frutificação, os danos à produção são bastante significativos. Esse fungo pode sobreviver em restos de cultura do cajueiro ou em folhas presas à planta. O fungo pode ser disseminado pelo vento ou principalmente pela água da chuva ou da irrigação. A alta umidade relativa do ar e o orvalho que causa o molhamento das folhassão fatores climáticos importantes para a infecção do fungo nos tecidos da planta. Danos: Em plantas adultas no campo, a antracnose é reconhecida pelas lesões necróticas, irregulares, de coloração parda em folhas jovens, tornando-se avermelhadas à medida que as folhas envelhecem. O ataque intenso provoca distorções nas folhas e queda prematura. Em frutos, pedúnculos e hastes, a antracnose apresentasse na forma de manchas necróticas, escuras e alongadas, podendo, também, causar a queda de maturis. Controle: As medidas de controle da antracnose incluem métodos profiláticos, como a limpeza e destruição de restos culturais infectados e a proteção da planta com fungicida à base de oxicloreto de cobre, por meio de pulverizações quinzenais, na dose de 350 g do produto comercial por 100 litros de água na época de lançamento foliar. Importante salutar também o uso de mudas sadias e também trabalhar com clones resistentes a doença. Mofo-preto do cajueiro (Pilgeriella anacardii Arx & Müller) O fungo Pilgeriella anacardii Arx & Müller é o agente causal do mofo-preto. Os sintomas da doença são caracterizados pelo crescimento do fungo na página inferior da folha, que assume uma forma de feltro, de coloração marrom-escura. A doença ocorre a partir do início do período chuvoso e atinge o ponto mais elevado exatamente ao término desse período, que coincide com o início do lançamento foliar do cajueiro. O mofo-preto é facilmente reconhecido no campo, pois, como o próprio nome indica, é caracterizado pela formação de uma crosta preta, com aspecto de feltro, inicialmente na forma de pequenas manchas escuras (1 mm a 2 mm) na face inferior da folha. Posteriormente, essas manchas se aglutinam, podendo cobrir toda a folha. Danos: O fungo é um parasita obrigatório que penetra via estômatos e cresce somente na página inferior da folha. Inicialmente, se observam lesões pequenas que evoluem até cobrir completamente a folha, que tende a ficar com uma coloração verde pálida. Ataques severos causam acentuada queda das folhas. Plantas muito atacadas têm sua produtividade significativamente reduzida. Não há registro de que o fungo infecta inflorescência, castanha e pedúnculos. A produção final da planta pode ficar comprometida devido ao ataque do fungo. Controle: Atualmente, a única medida de controle do mofo-preto é a proteção da folhagem por meio de pulverizações quinzenais com fungicidas à base de oxicloreto de cobre, nas mesmas dosagens recomendadas para o controle da antracnose. As pulverizações devem começar logo no início da estação chuvosa e prosseguir até perto do final desta estação. Importante salutar também a escolha pelo produtor de escolher trabalhar clones resistentes a doença. Resinose (Lasiodiplodia theobromae) A doença é causada pelo fungo Lasiodiplodia theobromae, que pode infectar também outras fruteiras tropicais como a mangueira, a ateira, a gravioleira, o coqueiro, a cajazeira, a aceroleira, o sapotizeiro, etc. A doença tem sua importância praticamente restrita à região do Semiárido, onde representa uma ameaça para o cajueiro pelo caráter destrutivo dos sintomas. A disseminação pode se dar pelas sementes, propágulos vegetativos e porta-enxertos, sem sintomas. Danos: Os sintomas da resinose em plantas adultas se caracterizam pelo escurecimento, entumescimento e rachadura da casca, formando cancros no tronco e ramos, seguidos de intensa exsudação de goma. Abaixo da casca, observa-se um escurecimento dos tecidos que se prolonga até a parte interna do lenho. Com o avanço da doença, sintomas de deficiências nutricionais, murcha, queda de folhas, morte descendente e seca dos ramos são observados, até o colapso total da planta. Controle: Atualmente, para controlar ou prevenir a resinose num pomar, devem-se tomar os seguintes cuidados: usar mudas provenientes de matrizes sadias, proteger as plantas sadias contra infecções, evitando ferimentos, desinfetar os instrumentos de corte, remover e destruir plantas ou tecidos infectados e usar clones resistentes. Ressalta-se que tem sido observado em algumas propriedades que cirurgias no tronco (remoção dos tecidos atacados) com posterior pincelamento com calda bordalesa, apresentam certo efeito positivo no controle da doença. Podridão-preta-da-haste (PPH) (Lasiodiplodia theobromae) Causada também por Lasiodiplodia theobromae (o mesmo fungo da resinose), A PPH caracteriza-se pelo escurecimento dos tecidos da haste terminal do cajueiro, com sintomas leves iniciais, necrose dos tecidos apicais em estádio mais avançado e com eventuais exsudações de goma em pontos específicos. Este sintoma progride até a necrose total, com queima e seca descendente do ramo, tornando a copa parcialmente destruída pela doença. Danos: Em estádios mais avançados, pode ser observada a exsudação de uma goma no broto terminal. O sintoma avança até a necrose total (podridão preta), queima e seca descendente do ramo, tornando a copa parcialmente destruída pela doença. Plantas com sintomas de PPH apresentam muitas brotações secas sobre toda a planta. Controle: O manejo da doença tem sido obtido, experimentalmente, por meio da poda dos ramos afetados seguida da aplicação de fungicidas, porém a eficiência desses procedimentos ainda é limitada quando as condições de umidade e temperatura são favoráveis. Novos estudos necessitam ser realizados com moléculas mais modernas existentes hoje no mercado. Quanto à resistência genética, os clones resistentes à resinose também têm se revelado resistentes à PPH. Mancha-de-xanthomonas (Xanthomonas campestris pv. mangiferaeindicae) É causada pela bactéria Xanthomonas campestris pv. mangiferaeindicae. Essa doença pode tornar-se importante em função das alterações climáticas, principalmente em regiões de ventos fortes, úmidas e com temperaturas noturnas mais baixas. A mancha- de-xanthomonas exige água livre em níveis ótimos para que ocorra a infecção. No campo, mesmo em épocas mais secas, o orvalho noturno contribui para a infecção pela bactéria. Danos: Os sintomas podem ser observados nas folhas e castanhas. Nas folhas, as manchas são marrom escuras e, geralmente, se desenvolvem primeiro na nervura central da folha. Com o progresso da doença, as lesões se espalham severamente em todas as direções da folha causando amarelecimento necrose (morte do tecido) e queda da folha. Nos frutos, a doença causa manchas aquosas, encharcadas (semelhantes a uma mancha oleosa) nas castanhas ainda verdes. Essas manchas podem se juntar (coalescer), aumentar de tamanho, escurecer com a evolução da doença e tornar-se deprimidas após a maturação da castanha. As castanhas desenvolvidas, quando atacadas, mostram uma lesão úmida e de coloração cinza- claro. Controle: No início da doença, frutos e folhas afetados devem ser coletados e queimados. Na falta de bactericidas agrícolas registrados para a cultura, devem-se pulverizar as plantas com oxicloreto de cobre nas épocas mais favoráveis à doença. Mancha-angular (Septoria anacardii) Essa doença, de ocorrência endêmica e secundária para o cajueiro, pode futuramente se tornar problema para as regiões produtoras. É relativamente fácil de ser identificada pelas características que apresenta, como pequenas manchas escuras, angulares, de 1 mm a 2 mm, circundadas por um halo clorótico amarelado, facilmente visível contra a luz. Eventualmente, pode-se observar uma coloração clara (cor de palha) no centro da lesão. Dano: Os sintomas ocorrem somente nas folhas e são observados inicialmente em folhas jovens como lesões pequenas e arredondadas que evoluem para manchas angulares em folhas maduras do cajueiro. Controle: Nenhuma medida de manejo tem sido ainda preconizada para essa doença, mas acredita-se que medidas utilizadas tanto para a antracnose quanto para o mofo- preto poderiam ter efeito também para essa doença. 5. MEDIDASDE CONTROLE E MANEJO ALTERNATIVO DE DOENÇAS DO CAJUEIRO NA PROPRIEDADE SÍTIO VENEZA, ARACOIABA-CE. Redução da fonte de inóculo Medidas culturais Algumas medidas de cunho culturais devem ser realizadas em conjuntas com o objetivo de reduzir a fonte de inóculo e taxa de progresso das doenças. Nesse sentido, para a adoção dessas práticas faz-se necessário conhecer bem o patógeno e cultura a ser trabalhada, nesse caso, o cajueiro. Sendo necessário o conhecimento da etiologia, buscando entender a causa das doenças, entender como, onde e por quanto tempo o patógeno sobrevive na ausência do hospedeiro e das medidas de manejo para o seu efetivo controle. Recomenda-se antes de se fazer o transplantio das mudas de cajueiro no campo, que o proprietário faça uma boa aração no solo, revolvendo bem as camadas do solo para que possa expor as partículas de patógenos, como esporos de fungos, a ação de raios solares. Sugere-se fazer uma boa correção com o uso de calcário dolomítico, afim de elevar o pH e reduzir a acidez do solo, e uma boa adubação principalmente nas covas de plantio visando conferir resistência ás plantas. Lembrando sempre que tanto a correção e adubação devem ser recomendadas na dose de acordo com o resultado da análise de solo, e seguindo as recomendações da Embrapa Agroindústria Tropical para o plantio do cajueiro. É fundamental o plantio das mudas na época da quadra chuvosa, que vai de Janeiro a Abril, tendo em vista que nesse período as plantas demandam uma grande quantidade de água visando o estabelecimento dessas plantas na área. É de extrema importância, adotar uma densidade de plantio, com um espaçamento adequado, para favorecer a ventilação e a insolação entre as plantas, bem como podas leves, para abrir a copa e aumentar a aeração e a penetração dos raios solares. Nas plantas de cajueiro comum que estão presentes na área, é aconselhado se fazer uma poda de limpeza, visando abrir a copa, eliminar ramos e partes vegetais que esteja atacado por patógenos, na ocasião, é recomendável a queima desses restos vegetais, visando eliminar e reduzir fontes de inóculo dos patógenos. Em casos de plantas com um certo grau de infestação bem elevada e que aparentam estar velhas, é recomendável a eliminação por completo desta plantas (‘‘Roguing’’), em casos específicos a poda drástica poderá ser também aplicada. Importante salutar que essas medidas devem ser tomadas, conforme a diagnose inicial do pomar. Nesse sentido de forma clara e objetiva, para uma melhor sistematização das medidas que são essenciais visando a redução da fonte de inóculo e a redução da taxa de progresso das doenças, recomendamos as principais medidas a serem implementadas no sítio Veneza, visando desde o transplantio das mudas de cajueiro até o ciclo de produção, e durante a sua fenologia. Controle cultural Uso de material propagativo sadio (Mudas de viveiros certificados pelo MAPA); Preparo do solo (Uma boa aração); Fertilização e calagem (preparo da cova); Densidade de plantio recomendada para o clone a ser trabalhado; Incorporação de matéria orgânica no solo; Eliminação de plantas vivas doentes (’’Roguing’’); Eliminação ou queima de restos culturais (folhas, panículas, galhos...); Podas de limpeza (cuidado com a copa, deixar bem aberta para favorecer a ventilação e a insolação); Limpezas dos equipamentos (Tesoura de poda); Consorciação de culturas (feijão, sorgo granífero, amendoim, gergelim....) Importante frisar que o uso das técnicas culturais citadas acima, aplicadas de forma isoladas quase sempre serão insuficientes para se chegar a um controle adequado das doenças. Sendo necessário a combinação destas técnicas com outras formas de controles de fitomoléstias, para se ter uma melhor eficiência no controle e manejo dessas doenças. Veremos outras formas de controle a seguir: Controle químico No controle químico, salutar o uso de fungicidas a base de enxofre e cobre conforme a recomendação dos manuais da Embrapa Agroindústria Tropical, visando o controle de doenças fúngicas. Entretanto, é fundamental que as medidas alternativas possam ser implementadas, justamente buscando reduzir a aplicação desses fungicidas, ou a utilização desses métodos de forma integrada. Controle biológico O controle biológico é também fundamental no manejo integrado de doenças, no cajueiro podemos listar para o controle do Oídio a aplicação de calda de manipueira na proporção de 1:7. Para o controle da Antracnose, a aplicação de calda composta por leite, açúcar, esterco bovino fresco e cinzas de madeira é também recomendado como forma de controlar esta fitimoléstia. No controle da Resinose, a remoção dos tecidos atacados no tronco, para a aplicação com calda bordalesa (Sulfato de Cobre e cal virgem), tem demonstrado eficiência no controle desta doença. Controle genético No controle genético, a utilização de clones comerciais resistentes, faz se necessário para que o produtor possa ter economia com os gastos, e que o uso de Figura 1. Sintomas de Oídio nas folhas de cajueiro. controle alternativo ao uso de fungicidas possa ter eficiência no controle das fitomoléstias. CCP 76, Embrapa 51, BRS 226, BRS 189, BRS 253 e o BRS 275, são alguns exemplos de clones resistentes as principais fitomoléstias para a cultura do cajueiro. 6. CONCLUSÃO Para tanto, podemos concluir que a adoção de boas práticas que integram o manejo integrado de doenças, é essencial e fundamental para a redução do nível de dano econômico das doenças, bem como a redução das fontes de inóculo e de progresso da doença na área na qual serão inseridas as mudas de cajueiro anão- precoce. Importante salutar que o uso de medidas alternativas no manejo das doenças no cajueiro, contribuem para a redução na aplicação de produtos químicos, garantindo uma melhor qualidade nos produtos a serem comercializados, seja para a produção de amêndoa ou para o caju de mesa, e buscando prezar sempre pela sustentabilidade da área de cultivo. 7. REFERÊNCIAS SERRANO, Luiz A. L; PESSOA, Pedro F. A. P. Aspectos econômicos da cultura do cajueiro. Sistema de Produção do Caju. Embrapa Agroindústria Tropical, 2016. p. 1– 193. Disponível em: <https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo>. Acesso em: 03 Fev. 2022. Caju: o produtor pergunta, a Embrapa responde / João Pratagil Pereira de Araújo, editor técnico. – 2. ed. rev. e ampl. – Brasília, DF: Embrapa, 2015. Disponível em: <https://doi.org/10.15847/cehc.edittip.2013v020>. Acesso em: 03 Fev. 2022. 8. ANEXOS Figura 2. Sintoma de Antracnose no maturí. Figura 7. Sintomas avançado da mancha-angular em folha jovem do cajueiro. Figura 3. Sintoma avançado de mofo-preto na folha. Figura 4. Cancro no tronco do cajueiro formado pela infecção de Lasiodiplodia theobromae. Figura 5. Sintoma de podridão-preta-da-haste no ramo terminal do cajueiro Figura 6. Sintoma da mancha-de-xanthomonas na nervura central da folha do cajueiro.
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