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Hematita: Principais Características e Ocorrências

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HEMATITA – Fe2O3 
 A hematita é um óxido muito comum. É o principal minério de ferro (~70% Fe). 
 Hematita é um dos vários óxidos de ferro e forma uma solução completa (isomorfia) com ilmenita 
(FeTiO3) a temperaturas superiores a 950ºC. A temperaturas baixas continua ocorrendo certo grau muito 
baixo de mistura com ilmenita e também com MgTiO3. Os teores de titânio registrados devem-se a essa 
mistura. Teores de FeO devem ser originários de magnetitas que ocorrem misturadas. A hematita é dimorfa 
com maghemita. Cristais de hematita são raros, atingem até 13 cm e cristalizam como formas romboédricos 
complexos, pseudo-cúbicos, prismáticas e, raramente, escalenoédricas, com estrias triangulares em {0001} 
e {10-11}. As maclas que a hematita pode apresentar são lamelares e de interpenetração. 
 Hábitos comuns da hematita são tabular fino, micáceo e achatado, normalmente formando rosetas. 
Muito comuns são massas de hematita oolíticas, maciças, fibrosas radiadas, concrecionárias, colunares, 
terrosas, reniformes, botrioidais ou estalagtíticas. 
 Há nove variedades de hematita. “Kidney ore” são formas globulares, botrioidais, reniformes e 
mamelonadas; martita são pseudomorfos de hematita sobre magnetita; especularita é uma hematita em 
cristais tabulares com um brilho excepcional (especular); titanohematita é uma variedade de hematita rica em 
titânio; “tiger iron” é um depósito sedimentar metamórfico com camadas alternadas de hematita cinza e jaspe 
vermelho, chert ou quartzo olho-de-tigre. A iridescência apresentada às vezes pela hematita é formada por 
turgita, uma mistura de hematita e goethita, às vezes descrita como hematita hidratada. 
 
1. Características: 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Trigonal 
escalenoédrica. 
Cinza do aço a preto 
quando maciça ou em 
cristais. Vermelha em 
agregados finos ou 
terrosos. Embaça para 
iridescente 
ver acima. Não 
Tenacidade 
Quebradiça, elástica 
em lâminas finas. 
Maclas Fratura Dureza Mohs Partição 
em {0001} e {10-11}. Irregular a 
subconchoidal. 
5 - 6 Pode ocorrer em {0001} e 
{10-11} devido às maclas. 
Traço Brilho Diafaneidade Densidade (g/cm3) 
Vermelho brilhante a 
marrom/avermelhado 
Metálico, especular, 
submetálico a fosco. 
Opaco, transparente em 
flocos finos. 
5,26 
2. Geologia e depósitos: 
 A hematita é encontrada em ambientes geológicos magmáticos, hidrotermais, metamórficos e 
sedimentares. Hematita cristaliza em fontes quentes, fundos de lagos, ambientes vulcânicos, intemperismo 
(solo) e muitos outros. Forma as “banded iron formations” (BIFs) e é, de maneira geral, responsável pelas 
cores vermelhas de muitos materiais geológicos (solos, areias, etc.). 
 É mineral acessório em rochas ígneas félsicas, ocorre em veios hidrotermais de alta temperatura, em 
rochas de metamorfismo de contato, como cimento em rochas sedimentares e como constituinte principal em 
formações de ferro oolítico. A apresentação de todos os jazimentos foge do escopo desta abordagem. 
 
3. Associações Minerais: 
 A hematita associa-se a um número muito grande de minerais, não há paragênese típica. 
4. MICROSCOPIA DE LUZ TRANSMITIDA: 
Índices de refração: nω: 3,150 – 3,220 nε: 2,870 – 2,940 
ND Cor / pleocroísmo: marrom-vermelho profundo em cristais muito pequenos ou ao longo das bordas, 
com pleocroísmo entre vermelho amarronzado e vermelho amarelado ou 
marrom. Mas geralmente a hematita é opaca, mesmo em lâminas com 
espessura inferior a 30 micra. 
Relevo: muito alto, extremo. 
Clivagem: sem informações 
Hábitos: sem informações 
NC Birrefringência e cores 
de interferência: 
birrefringência máxima de 0,280: cores de altas ordens (lembram um creme 
claro). 
Extinção: paralela. 
Sinal de Elongação: SE(-), geralmente impossível de determinar. 
Maclas: sem informações 
Zonação: sem informações 
LC Caráter: U(-), geralmente impossível de determinar. Ângulo 2V: 
Alterações: muitas vezes a hematita é produto de alteração. Pode alterar a goethita e siderita. 
Pode ser confundida com: muitos outros minerais opacos, tendo em vista que as reflexões vermelhas 
ocorrem apenas ocasionalmente. É necessário usar outra técnica analítica para sua identificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hematita (opaca) e quartzo em itabirito, a ND (à esquerda) e a NC (à direita). Os cristais de hematita tendem 
a tabulares, um hábito bem característico. 
 
Muito diagnósticas para hematita são as reflexões 
internas de cor vermelho-sangue que se associam ao 
mineral. Às vezes são abundantes como aqui;
normalmente são raras. Estas reflexões são diminutas: 
a imagem foi obtida com a objetiva de médio aumento 
(10x) e zoom. NC. 
 
5. MICROSCOPIA DE LUZ REFLETIDA: 
Preparação da amostra: a hematita possui uma dureza muito elevada e é um dos minerais de minério de 
mais difícil polimento. Hematita é muito mais dura que magnetita e ilmenita, algo menos dura que cassiterita. 
e aproximadamente tão dura quanto a pirita. Depois de um desbaste cuidadosamente executado, com muita 
paciência e o dobro ou triplo do tempo necessário para outros minerais se consegue polimento excelente. 
Seções paralelas a {0001} são mais difíceis de polir que seções perpendiculares a elas. Especialmente difícil 
é o polimento dos agregados mamelonados e botrioidais vermelhos (“Glaskopf” = cabeça de vidro) e os 
agregados formados por fibras longas paralelas, que ficam se soltando durante o polimento, arruinando a 
polimento da seção toda. 
 
ND Cor de reflexão: Branca com um tom azul. Se titanífera é mais cinza-branco. 
Comparada com a cor da pirita, a cor da hematita é cinza claro azulado. 
Comparada com as cores da magnetita, da ilmenita e da cuprita, a cor da 
hematita é branca. 
Comparada com a cor da calcocita, a cor da hematita é levemente 
amarronzada. 
Pleocroísmo: Não. 
Refletividade: 26 a 29,64%. Se 
titanífera é mais refletiva. 
Birreflectância: Distinta, mas fraca. Se 
titanífera possui birreflectância maior. 
NC Isotropia / Anisotropia: Anisotropia nítida em tons de cinza-azul a cinza-amarelo. Extinção definida. 
Reflexões internas: Esparsas, raras, pequenas, em vermelho-sangue profundo. A quantidade 
de reflexões depende do polimento: quanto melhor o polimento, menos 
reflexões haverá. 
Pode ser confundida com: De uma maneira geral o reconhecimento da hematita é fácil. Características 
são a alta dureza, o má polimento, a fraca, mas nítida anisotropia, a cor branca-azulada e as reflexões 
internas vermelhas. Lepidocrocita é semelhante; em agregados de grão muito fino esta diferenciação pode 
ser impossível. 
 
 Forma dos grãos: geralmente a hematita é idiomórfica, tabular ou tabular fina segundo (0001, mas 
tamanho, forma e textura dependem muito das condições de formação das hematitas e, por isso mesmo, 
variam muito. Hematitas formadas a altas temperaturas possuem formas curtas, compactas; aquelas de 
ambientes com metasomatismo de contato frequentemente são praticamente isométricas. Em corpos 
ultramáficos intrusivos (diabásios) as hematitas podem formar escamas muito finas, dispersas e sem o 
desenvolvimento nítido de faces. Em alguns casos a hematita se apresenta em formas mamelonadas ou em 
fibras longas; neste caso é fácil confundi-la com lepidocrocita. Em jazimentos que sofreram intenso tectonismo 
se formam inicialmente placas finas, que por recristalização originam depois corpos ovais, pouco 
intercrescidos entre si. As placas estão dispostas paralelamente na rocha, exatamente como micas em mica-
xistos, envelopando e contornando inclusões e idioblastos. Os cristais tabulares de hematita podem estar 
intensamente deformadas e dobradas mesmo em uma rocha praticamente indeformada. 
 Maclas lamelares segundo {10-11} são muito frequentes e visíveis especialmente a NC. Uma 
quantidade menor das lamelas originou-se durante o crescimento; a maior parte das lamelas é de pressão, 
tem origem por deformações tectônicas, ocorrem sempre em grupos e normalmente de acordo com várias 
faces de {10-11}.As lamelas podem ocorrer de acordo com diferentes sistemas e podem mostrar maclas 
transversais. As muitas maclas reconhecidas macroscopicamente em cristais de hematita não possuem 
importância na microscopia. 
 Partições {0001} e {10-11} frequentemente são visíveis ao microscópio, especialmente em hematitas 
que sofreram esforços tectônicos. 
 Translações segundo {0001} também são frequentes. Muito frequentemente ocorrem lado a lado com 
a formação de lamelas de macla por deslizamento segundo {10-11} na deformação plástica da hematita. Isso 
explica as ondulações observadas em hematitas de muitas ocorrências. Mas em muitas ocorrências de forte 
impacto tectônico não se observa essas translações pois houve recristalização. 
 Desmisturas: ilmenita e hematita possuem relações complicadas de desmisturas. Até 
aproximadamente 10% FeTiO3 permanece em solução, originando hematitas com traço mais marrom, 
reflexões internas mais raras e refletividade mais baixa. Em algumas hematitas ocorrem desmisturas 
aciculares de rutilo, seguindo 3 orientações diferentes. Minúsculas (>1μm) desmisturas granulares de 
cassiterita podem ocorrer também. Hematitas de alto brilho e intenso podem mostrar minúsculas 
desmisturas(?) aciculares paralelas, observáveis apenas com muito cuidado, imersão em óleo e nicóis não 
exatamente cruzados; pode se tratar de micro lamelas de macla. 
 “Titanohematita” ou “ilmenita branca” é hematita com até 10% de FeTiO3 em solução sólida. Sua 
refletividade é mais baixa, a birreflectância e a anisotropia são mais fortes. Sempre apresentam maclas 
lamelares e não mostram reflexões internas vermelhas. Se o conteúdo de FeTiO3 é acima de 10%, formam-
se intercrescimentos orientados de ilmenita e hematita-Ti. Podem ocorrer pequenas lamelas de hematita-Fe 
em ilmenita. 
 Substituições de hematita por magnetita são um produto comum de metamorfismo de contato em 
rochas intrusivas e extrusivas, mas também são encontradas em outras situações. Frequentemente formam-
se pseudomorfoses muito bem desenvolvidas. Neste caso, pode haver restos de magnetita na hematita, o 
que explica o magnetismo destas hematitas. A substituição de hematita por pirita ocorre em formações 
extrusivas-hidrotermais com certa frequência, especialmente impregnações de hematita em brechas tufáceas, 
onde todos os estágios de transformação podem ser observados. Intemperismo normal conduz à formação 
de limonita, mas de forma muito lenta. Raras são substituições de hematita por siderita ou calcopirita. 
 Martitização: a hematita substitui magnetita, um processo denominado de martitização. O processo 
pode formar cristais grandes de hematita a partir da magnetita. Em alguns casos o processo resulta em 
grandes cristais idiomórficos de hematita com alguns restos dispersos de magnetita, o que explica o 
magnetismo destas hematitas. Por outro lado, não são raras hematitas com magnetismo polar de composição 
exatamente Fe2O3 sem inclusões de magnetita ou maghemita; seu magnetismo foi explicado por alguns 
autores pelo impacto de raios. 
 Inclusões DE hematita em cromita podem ocorrer. 
 Inclusões EM hematita podem ser de rutilo granular ou acicular. 
 Intercrescimentos de exsolução podem ocorrer de hematita com ilmenita, magnetita, rutilo, cassiterita 
e franklinita. Os intercrescimentos orientados de alguns desses minerais com hematita não necessariamente 
foram formados por exsolução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cristais de hematita poligonais em itabirito. À esquerda, a ND e à direita, a NC+2º. A ND é possível 
perceber a birreflectância dos cristais e, a NC, as cores de anisotropia. Não se observa nenhuma reflexão 
interna vermelha. A ND, quartzo em preto. A NC, quartzo com reflexões internas em laranja. 
 
 
Cristais de hematita tabulares em rocha, a ND à esquerda e a NC à direita. A ganga a ND é cinza escura 
e a NC apresenta muitas reflexões internas de cores variadas. O hábito das hematitas é muito típico. 
Também é característica a presença de buracos (pontos pretos) nos cristais, que surgem em função da 
dificuldade de polimento. 
Jaspilito a ND (esquerda) e a NC (direita). Trata-se de uma formação ferrífera bandada (“BIF – banded 
iron formation”) com hematita finamente granular (a ND: branca; a ND: escura com anisotropia em cinza) 
e jaspe, que é sílica com finíssimas inclusões de hematita e, por isso mesmo, vermelha. A ND o jaspe é 
cinza escuro e a NC apresenta intensas reflexões internas em laranja e vermelho. 
 
 
Minério de ferro oolítico a ND (esquerda) e a NC (direita). A ND, em cores mais escuras, os oólitos são 
formados principalmente por hidróxidos de ferro como goethita e outros. Hematita é clara. A NC, a 
hematita mostra cores cinzentas e a goethita reflexões internas em amarelo, laranja e outros. 
 
Hematita a NC mostrando uma reflexão interna 
vermelha. Essas reflexões em vermelho 
sangue, em seções de polimento bom, são 
pequenas e raras. É necessário um certo 
cuidado para detectá-las. 
 
A NC, magnetita (isótropa (preta)), ganga 
(reflexões internas laranja) e hematita em finas 
lamelas claras que se dispõe em padrão 
paralelizado, formadas pelo processo de 
martitização da magnetita. É muito comum. 
 
Hematitas a NC mostrando maclas complexas. Em alguns casos se assemelham às maclas polisintéticas 
dos plagioclásios, em outros casos lembram microclínio e pode haver grãos com vários padrões de macla 
na mesma seção polida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agregado de cristais tabulares de hematita, da variedade especularita, a ND (esquerda) e a NC (direita). 
Minerais da ganga (quartzo, etc.) em cinza escuro e preto a ND e com reflexões internas amarelas a NC. 
A cor de reflexão da hematita é branca e a NC o mineral apresenta-se muito escuro. É útil descruzar os 
nicóis em 2º para melhorar as observações. O hábita tabular é muito típico para hematita. 
6. MICROSCOPIA DE LUZ OBLÍQUA: 
 Desligando a luz do microscópio e iluminando a lâmina obliquamente por cima com uma luz LED forte, 
a hematita mostra uma cor cinza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Versão de dezembro de 2021 
 
Ilustração da técnica de Luz Oblíqua. 
A luz LED precisa ser forte. 
 
 
 
Esquerda: hematita em cristais tabulares em itabirito a ND sob Luz Transmitida. 
Direita: a mesma situação sob Luz Oblíqua. É possível reconhecer apenas a cor cinza, o que exclui 
minerais amarelos (pirita, calcopirita). Não é possível distinguir hematita de magnetita e ilmenita nesta 
técnica. 
 
Itabirito a Luz Oblíqua, mostrando bandas 
alternadas de grãos de hematita (cinza) e de 
quartzo (reflexões claras, a amareladas).

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