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UNINGÁ – CENTRO UNIVERSITÁRIO 
Curso de Biomedicina EAD e Farmácia EAD
PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO ESCOLA E COMUNIDADE - PIESC II
CAMPANHA DE CONSCIENTIZAÇÃO PARA GARIS E CATADORES DE RECICLÁVEIS
Califórnia, 2022. 
EVÂNIA LUIZA MANGIALARDO BURILLI - FARMÁCIA
PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO ESCOLA E COMUNIDADE - PIESC II
CAMPANHA DE CONSCIENTIZAÇÃO PARA GARIS E CATADORES DE RECICLÁVEIS
Portfólio apresentado aos cursos de Biomedicina EAD e Farmácia EAD da UNINGÁ – Centro Universitário, para avaliação e conclusão da disciplina/projeto de PIESC II. 
Califórnia, 2022. 
1. LOCAL DE REALIZAÇÃO DO PROJETO
A Campanha é dirigida aos trabalhadores da coleta de lixo da Prefeitura Municipal de Califórnia – Pr (atualização), aos garis e aos catadores de recicláveis (conscientização e informação). 
Conforme os dados do IBGE, em 2010, o município contava com 8.069 habitantes, sendo fundado em 1955. A área do município é de 134 quilômetros quadrados e conta com os rios Taquara e Jacucaca. O clima é quente e pouco úmido. Dentre seus limites, o município é circundado por Apucarana, Marilândia do Sul e Londrina (CALIFÓRNIA, 2022). 
2. LEVANTAMENTO DE DADOS
O município conta com dois caminhões coletores de lixo e 8 trabalhadores para coleta e 10 trabalhadores para manutenção da limpeza das ruas, os garis, os quais são contratados temporariamente por meio de “Frentes de Trabalho”, sendo a mais recente em dezembro de 2021. Essa contratação temporária exige do município que haja preparação e treinamento para que os trabalhadores atuem na coleta de lixo ou limpeza das vias de forma adequada (garis). Dentre os catadores de recicláveis do município, foram identificados 10. 
Califórnia é um município pequeno, em que os serviços de limpeza e coleta de lixo são realizados com frequência. Há também a coleta seletiva de lixo em que a população é constantemente informada a separar o lixo. Para tanto, a prefeitura seleciona e distribui sacolas aos moradores para separação do plástico, vidro e papel em sacolas que são dispostas pela população nos portões e são coletadas por um caminhão coletor apenas para esse lixo selecionado, enquanto outro caminhão é destinado ao lixo orgânico e demais resíduos.
No início da pandemia de Covid-19, a população também foi orientada a marcar o lixo de residências em que havia pessoas com a doença para evitar a contaminação dos trabalhadores ao coletarem o lixo dessas famílias. 
	Dentre os equipamentos disponíveis aos coletores de lixo e garis, os trabalhadores dispõem de luvas de proteção, botinas de segurança, máscara respiratória, uniforme de segurança e protetor auricular. Tais Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são oferecidos pela Prefeitura Municipal. Porém as luvas e máscaras exigem maior número para uso dos trabalhadores, o que exige da Prefeitura Municipal buscar parcerias para complementação e apoio na aquisição desses itens também distribuí-los aos catadores de recicláveis. Sendo Califórnia um município pequeno, busca-se maior enfoque na participação da população local. 
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
	O cotidiano dos trabalhadores da coleta de lixo é marcado por riscos ocupacionais devido ao contato direto com materiais que podem acarretar danos à sua saúde. Os trabalhadores são expostos à contaminação de produtos químicos, lixo hospitalar, animais mortos, contaminação oral de gases e odores do chorume, risco de picadas de insetos e mordeduras de animais. Outro problema constante é o contato com materiais perfuro-cortantes e o risco de atropelamento em vias públicas. Já os garis são expostos à poeira podendo desenvolver alergias e doenças respiratórias (FILIPAK et. al., 2020). 
	Em termos de Saúde Mental, esses trabalhadores, embora desempenhem um papel importantíssimo à saúde da população, são desvalorizados socialmente, devido aos baixos salários e falta de reconhecimento da população. Por isso, faz-se necessário que haja campanhas de conscientização da população em cooperar e reconhecer a importância dos trabalhadores da limpeza pública, como também dos catadores de materiais de descarte para reciclagem. 
	Dentre os riscos do trabalho com a coleta de lixo são a sobrecarga física trazendo dores e cansaço, o risco de cortes e lesões na pele, o contato com material hospitalar e materiais cortantes, contaminação, risco de contrair doenças contagiosas como a leptospirose dentre outros. 
	Os trabalhadores da coleta de resíduos realizam suas atividades ao ar livre, sendo expostos ao calor, frio e chuva. O caminhão também produz ruídos ao compactar o lixo, enquanto a coleta ocorre. As atividades são ainda realizadas em morros, ruas de asfalto precário podendo acarretar quedas, eles se movimentam correndo pelas ruas para realizar a coleta do dia em tempo hábil. Já os garis também executam suas tarefas e ritmo acelerado, carregam vários sacos de lixo ao mesmo tempo, segurando pelas mãos, sob os braços e apoiando-os no tórax. Com isso podem desenvolver doenças ocupacionais como lesões cortantes e problemas na coluna vertebral (ANDRADE, 2018). 
	Desse modo, os fatores que resultam em doenças do trabalho são chamados de agentes ambientais que podem ser classificados em riscos físicos, químicos e biológicos, como também há os riscos de acidentes ergonômicos. 
	Os agentes físicos para doenças ocupacionais são o ruído, as vibrações e temperaturas extremas de calor e frio. Isso pode acarretar problemas como a redução da capacidade auditiva do trabalhador, câncer de pele, devido à exposição ao sol, dores pelo corpo. Quanto mais frequente à exposição aos riscos, maior será o número de trabalhadores que apresentarão problemas ocupacionais e menor será o tempo em que permanecerão em suas funções (ANDRADE, 2018). 
	Para minimizar esses riscos recomenda-se a hidratação constante com água, como também o uso do protetor solar, roupas adequadas, chapéus ou bonés. 
	Já os riscos químicos, os agentes ambientais causadores podem ser encontrados na forma sólida, líquida ou gasosa, principalmente quando os trabalhadores lidam com resíduos industriais. Enquadram-se ainda, em áreas da prática da agricultura, a manipulação e o descarte dos resíduos tóxicos de agrotóxicos e demais substâncias. Para tanto o descarte da embalagem desses produtos deve ser feita de forma criteriosa. Esses agentes poderão afetar as vias respiratórias, cutânea, digestiva e ocular sob a forma de poeiras, fumos, gases, vapores e líquidos. Portanto, é preciso orientar e supervisionar os trabalhadores quando ao uso correto das EPIs com muita frequência durante o desempenho de suas funções. 
	Já os riscos biológicos envolvem o contato com vírus, bactérias, protozoários, parasitas, fungos e bacilos em que os trabalhadores poderão estar expostos. Nesse período de pandemia, houve uma preocupação quanto à manipulação e descarte de resíduos doméstico de famílias acometidas pela Covid-19, uma doença viral e altamente infecciosa.
 As micoses também são comuns aparecendo com maior frequência em mãos e pés, acarretadas pela poeira, onde as luvas e calçados não protegem. Sabe-se ainda que os trabalhadores da limpeza urbana podem apresentar índices altos de doenças coronarianas e hipertensão arterial. (ANDRADE, 2018). 
	Enquanto os fatores ergonômicos estão relacionados a fatores fisiológicos e psicológicos durante a execução das atividades comprometendo sua saúde. Exemplo disso são os movimentos repetitivos, levantamento e transporte de pesos, movimentos viciosos, trabalho de pé, esforço físico muito intenso, postura inadequada, controle rígido da produtividade, desconforto acústico e térmico, imposição de rimos excessivos, jornada de trabalho muito longas, estresse físico e mental. Tais riscos poderão produzir fadiga, dores musculares, hipertensão arterial, diabetes, úlceras, acidentes e problemas na coluna vertebral (ANDRADE, 2018). 
	Para minimizar tais riscos, a informação e conscientização dos gestores públicos, como também da população e dos trabalhadores da coleta de resíduos e limpezaurbana são fundamentais. Por isso, a criação de campanhas torna-se muito importante, principalmente no que diz respeito ao uso adequado de EPIs pelos trabalhadores e o investimento na aquisição desses recursos pelas prefeituras municipais. 
	Segundo Andrade (2018), a classificação desses riscos pode ser apresentada da seguinte forma: 
	Riscos levemente prejudiciais: ferimentos superficiais, pequenos cortes e contusões, irritação dos olhos pela poeira, desconforto temporário (ex.: dor de cabeça); 
Riscos prejudiciais: queimaduras, torções, pequenas fraturas, surdez, dermatite, asma, problema de saúde levando a incapacidade permanente de pequeno porte; 
Riscos extremamente prejudiciais: amputações, fraturas importantes, envenenamento, ferimentos fatais; câncer ocupacional, doenças agudas fatais, outras doenças graves que diminuem a vida.	
Para sua avaliação, deverão ser consideradas algumas medidas de controle, tais como o número de pessoas expostas, a frequência e duração do perigo, as falhas de utilidades, como água e eletricidade, a proteção proporcionada pelos EPIs e taxa de uso dos mesmos, os erros não intencionais ou violações intencionais dos mesmos (ANDRADE, 2018). 
Especificamente sobre a aplicação da NR 6, “compreende-se por EPI todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho” (BRASIL, 2017). 
Cabe à responsabilidade pela aquisição dos EPIs pelo empregador, como também informar, conscientizar e exigir seu uso, como também substituí-los quando danificados. Quanto ao trabalhador, cabe responsabilizar-se pelo uso do equipamento, guarda-lo e conservá-lo. 
Os principais EPIs para realização das atividades da coleta de resíduos e limpeza pública são: óculos para proteção da poeira e agentes químicos; luvas para proteção de agentes abrasivos, cortantes e perfurantes; calçados de proteção contra agentes biológicos, químicos e queda de objetos sobre os artelhos; máscaras para proteção das vias respiratórias, fardamento para proteção do corpo, protetor solar para proteger do câncer de pele, protetor auricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora, capuz de segurança para proteger a cabeça da insolação (ANDRADE, 2018). 
Portanto, faz-se necessário que haja um profissional responsável para supervisionar e exigir o uso adequado os equipamentos para que ações sejam tomadas em caso de não conformidade com o processo e prevenção dos acidentes e minimização dos riscos. 
Nesse sentido, com o aumento do consumo da população com a produção de resíduos sólidos em ascensão, a quantidade de resíduos depositados em lixões a céu aberto causa prejuízo a qualidade do meio ambiente, ao solo e à saúde da população. Desse modo, a solução para parte desse problema está na Logística Reversa com a implantação de ações diversas para se realizar o reaproveitamento, a reutilização e a reciclagem de produtos (LEITE, 2009). 
Cabe à gestão pública criar campanhas que envolvam a população em assumir sua responsabilidade nesse processo agindo em cooperação às políticas públicas para resíduos sólidos com sua participação na seleção de materiais e embalagens para coleta. A coleta seletiva tem por objetivo reduzir o volume de lixo encaminhando a um final adequado, sendo selecionados, reciclados e transformados em novos produtos. 
A coleta seletiva parte da triagem dos resíduos sólidos conforme sua origem, ou seja, os papéis, os plásticos, os vidros e os metais. Com a redução do lixo poderá haver ganhos ambientais e para a saúde da população, como também na participação da população como cidadãos nesse processo individual para o bem-comum. 
A coleta seletiva pode ser definida como um método de recolhimento de resíduos que podem ser reciclados. Para facilitar a participação da população na separação do lixo, um código de cores pode ser utilizados para as latas de lixo onde os resíduos são destinados: lata de lixo azul para papel e papelão; lata de lixo vermelha para plástico; lata de lixo verde para vidro; lata de lixo amarela para metal. Mas segundo o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), esse código pode ser amplificado para dez cores, sendo: lata de lixo preta para madeira; lata de lixo laranja parra resíduos sólidos; lata de lixo branca para resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde; lata de lixo roxa para resíduos radioativos; lata de lixo marrom para resíduos orgânicos; lata de lixo cinza para resíduos gerais não recicláveis ou contaminado não passível de separação (ARAÚJO et. al, 2021). 
Isso posto, a Logística Reversa trata-se de uma importante estratégia para sustentabilidade. Seu conceito não se aplica apenas ao meio empresarial, mas amplia-se em vários contextos da sociedade. Essas ações de Logística Reversa favorecem a participação da população para preservação do meio ambiente por meio de uma responsabilidade compartilhada entre a gestão pública, privada e da população em geral. Tais práticas são um convite ao exercício da cidadania no cuidado ao meio ambiente e à própria saúde da população e dos trabalhadores que lidam com os resíduos diversos. 
Vale ressaltar que a Logística Reversa também favorece a implementação de projetos sociais em que os trabalhadores e catadores de recicláveis tem seu papel ressignificado pela sociedade, além de possibilitar uma fonte de renda que pode ser digna e valorizada devido à sua função ao bem-estar do planeta e da população como um todo. É preciso que haja muitas campanhas de conscientização da população em reconhecer e ressignificar a importância dos catadores de recicláveis, muitas vezes vistos como incômodos à população. 
4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
A campanha foi realizada em etapas distintas, em que na primeira parte foi realizada uma observação à rotina dos trabalhadores da coleta de lixo do município e do trabalho dos garis durante dois dias. Observou-se toda a jornada de trabalho dos envolvidos, interagindo com os trabalhadores em momentos possíveis a saber as principais dificuldades de suas atividades. 
A coleta de lixo é realizada no município durante o dia, entre as 7h e 17h com intervalo para almoço e descanso. Há um caminhão para coleta do lixo domiciliar não separado e outro para coleta do lixo para reciclagem, dispostos em sacolas distribuídas pela prefeitura para separação do lixo e sua coleta. Segundo os trabalhadores, a maior parte da população já aderiu a essa ação, que é realizada com sucesso. O município também incentiva as escolas a tratarem dessas ações entre os alunos para conscientização e educação das famílias, no que diz respeito ao consumo e descarte. 
Também foi realizada uma sondagem aos trabalhadores sobre as principais dificuldades do trabalho, em que citaram: coletar o lixo e acompanhar o caminhão correndo, durante o dia todo; dores na coluna; o fardamento não evitar o calor; o risco constante de se cortar as mãos, uma vez que a população ainda não se conscientizou da importância de colocar avisos nos sacos de lixo quando há vidros quebrados, agulhas e outros elementos cortantes e a falta de EPIs para substituição quando necessário, como luvas de borracha. 
Para envolvimento dos gestores e trabalhadores foi agendada uma palestra sobre a importância dos EPIs, para aquisição e uso. 
Ao final da palestra foi realizada uma interação, em que os secretários e demais funcionários do setor relataram que há falta de recursos suficientes para aquisição e substituição de EPIs sempre que necessário (aos catadores de recicláveis) como também em estabelecer parcerias com o setor privado para sua aquisição, uma vez que o município é pequeno. Mas há uma pessoa com a função específica de supervisionar e exigir o uso de EPIs pelos trabalhadores da coleta. Há EPIs para os trabalhadores do município, mas não há verba para distribuição de luvas para os catadores independentes de recicláveis. 
Por isso, foi agendada uma palestra convidando os funcionários municipais do setor, os trabalhadores da coleta de resíduos, osgaris e os catadores de recicláveis do município que trabalham de forma independente. O objetivo da palestra era de conscientizar sobre a importância da aquisição e rigor no uso de EPIs para realização da rotina de trabalho dos envolvidos. 
Os coletores de lixo do município e garis relataram que o município dispõe dos EPIS, exceto filtro solar. Relataram ainda o desconforto de usar a máscara diante do calor e a fadiga de realizar a coleta correndo, enquanto os garis relataram dores nos ombros diante do peso dos escovões para varredura das ruas e a alergias motivadas pela poeira, mesmo o uso das máscaras. Já os catadores de recicláveis queixaram-se de dores na coluna por empurrar muito peso nos carrinhos, mas se protegem com óculos de sol, bonés, porém nem sempre sobra dinheiro para substituição de luvas.
Sendo a escola um espaço para Educação para o Meio Ambiente e Saúde, escolheu-se fazer uma campanha on-line a todos os alunos, durante a pandemia de covid-19 sobre o lixo e a importância dos trabalhadores e catadores individuais, diante do aumento da produção de lixo durante esses dois últimos anos de pandemia. Os alunos e suas famílias foram convidados a participar de uma arrecadação on-line para doação de qualquer valor para compra e aquisição de luvas de borracha para sua distribuição aos catadores. Foram adquiridas 5 caixas de luvas de borracha e distribuídas aos catadores. A campanha foi realizada via “whatssap” e Google Meet. Após a aquisição e recebimento das luvas, foram distribuídas aos catadores de reciclados participantes da palestra e aos garis. 
A troca de informações entre os participantes foi muito positiva, em que cada segmento de participantes relatou suas dificuldades tendo em vista a busca de uma solução para os problemas. Observou-se que a maioria dos trabalhadores da coleta, os garis e catadores de recicláveis conhecem os EPIs e sempre utilizam quando disponíveis. 
3.1 REGISTRO FOTOGRÁFICO DE CADA ETAPA E DA AÇÃO EXECUTADA.
Figura 1 – O município de Califórnia – Pr. 
Figura 2 – Panfleto para Contratação de Frentes de Trabalho para coletores e garis 
Figura 3 – Caminhão de coleta seletiva de lixo do município 
Figura 4 – Trabalhadores da Coleta de Lixo do Município em atuação 
Figura 5 – Palestrar com garis, coletores de lixo e coletores de recicláveis 
Figura 6 – Sacola para coleta seletiva de lixo distribuída para a população 
Figura 7 - Carrinhos para coleta seletiva de lixo 
Figura 8 – Garis
Figura 9 – Caixa recebida após a compra das luvas em cores sortidas
Figura 10 – Distribuição das luvas aos catadores de recicláveis do município
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Esta prática de elaboração e implementação de uma campanha de atualização aos coletos de lixo e conscientização para garis e catadores de recicláveis constitui-se como uma valiosa oportunidade para se compreender sobre questões referentes ao Meio Ambiente, Saúde, Saúde do Trabalhador, Coleta de Resíduos, Coleta de Resíduos Domésticos, Coleta Seletiva, Logística Reversa e a importância da atuação dos coletores de resíduos, garis e catadores de recicláveis que constituem-se como grande cuidadores da população. No entanto, embora desempenhem atividades de alto risco à saúde, exaustão, são frequentemente desvalorizados pela sociedade. Muitas vezes, os catadores de recicláveis são vistos como “intrusos”, “invasores” e não como colaboradores da limpeza da cidade junto dos garis e coletores de resíduos. Enquanto os trabalhadores contratados pelo município possuem EPIs à disposição, os catadores de recicláveis, não raro, não dispõem de apoio nem de recursos pessoais para investir em EPIs para desempenhar seu trabalho. Portanto, o investimento em campanhas torna-se essencial para tratar de diversas questões, principalmente da conscientização dos catadores sobre os EPIs, como também da sociedade em mobilizar recursos para sua aquisição. Defende-se aqui, que a Educação é o principal veículo de formação de cidadãos, por isso, a escola é um espaço onde as gerações se encontram para debater questões importantes como essa. Sendo Califórnia um município com poucas empresas que poderiam atuar como patrocinadoras da campanha, escolheu-se mobilizar a comunidade escolar local para arrecadação de fundos para a compra de luvas de borracha, sobretudo como oportunidade de discutir na escola tais questões. Desse modo, os alunos atuam como multiplicadores do sentido da campanha e da ressignificação do papel dos catadores de recicláveis, garis para e a coleta seletiva do município. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ANDRADE, M. R. L. Avaliação dos riscos ocupacionais e medidas de proteção individual utilizadas pelos trabalhadores de uma empresa de coleta e lixo na cidade de Porto do Mangue/RN. [Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Ambiental]. Mossoró, RN, 2018. 70f. Disponível em: https://repositorio.ufersa.edu.br/bitstream/prefix/3574/2/Michele%20RLA-MONO.pdf Acesso em: 17 jan. 2022. 
ARAÚJO, L. P. O.; MENDONÇA, F. J. S. D. F.; TAVARES, F. R. M.; KOHLRAUSH, T. B.; CHAVES, J. I. M. Diagnóstico para as práticas de descarte dos resíduos sólidos em comunidades. Revista Produção Online. Florianópolis, SC, v. 21, n. 3, p. 930-950, 2021. Disponível em: https://producaoonline.org.br/rpo/article/view/4349/2081 Acesso em: 21 jan. 2022. 
BRASIL. MINISTERIO DO TRABALHO. 2017a. NR 6: Equipamento de proteção individual - EPI. Portaria GM nº 3214, 08 de junho de 1978, alterada pela portaria MTb nº 870, 06 de julho de 2017, publicada no D.O.U. 07/07/2017. Disponível em: < http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR6.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2022. 
CALIFÓRNIA, Prefeitura Municipal de Califórnia. Nossa Cidade. Disponível em: http://www.california.pr.gov.br//index.php?sessao=b054603368kcb0&id=1304 Acesso em: 19 jan. 2022. 
FILIPAK, A.; STEFANELLO, S.; OKADA, J. M.; HUNZICKER, M. H.; SANTOS, D. V. D. D. O motor é a gente mesmo: cuidado com a saúde dos trabalhadores de reciclagem. Interface, set. 2020. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/icse/2020.v24suppl1/e190472/pt/ Acesso em: 10 jan. 2022. 
LEITE, P. R. Logística Reversa, meio ambiente e competitividade. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

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