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Aula6 - Generos discursivos no Ensino de lingua

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AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GÊNEROS DISCURSIVOS 
NO ENSINO DE LÍNGUA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa Daíne Cavalcanti da Silva 
 
 
 
 
02 
CONVERSA INICIAL – ATIVIDADES PRÁTICAS PARA O ENSINO DE LÍNGUA 
 Chegamos à última aula desta disciplina, na qual estudamos sobre o que 
são os gêneros discursivos, de acordo com a visão bakhtiniana e vimos como os 
gêneros do discurso são apresentados nos materiais didáticos e de que forma as 
quatro habilidades linguísticas do idioma podem ser desenvolvidas em sala de 
aula. Também estudamos sobre os gêneros discursivos digitais, que estão 
intrinsecamente ligados à realidade da sociedade digital. 
Ainda que tenham sido buscadas formas práticas de se trabalhar durante 
toda a disciplina, nesta aula, trabalharemos apenas a prática de alguns gêneros 
discursivos. Cada tema será uma prática que pode ser realizada em sala de aula. 
Espero que você aproveite as sugestões que serão apresentadas e as leve para 
o dia a dia profissional. 
CONTEXTUALIZANDO 
Como temos discutido desde o início da disciplina e como também trazem 
os documentos oficiais e autores na área de educação, o ensino sempre deve 
partir da realidade do aluno. 
Assim, todas as atividades aqui apresentadas precisam ser avaliadas com 
base em sua realidade social e na de seus alunos. Possivelmente, algumas 
atividades terão de ser adaptadas para que você as utilize em sua escola, outras 
poderão ser reproduzidas da forma como foram apresentadas e outras poderão 
ser enriquecidas, enfim, o ponto de partida será sempre o seu aluno. 
Nas atividades que serão aqui apresentadas, você trabalhará com 
diferentes gêneros e habilidades. Espero que aproveite e faça bom uso do 
material. 
TEMA 1 – PRODUÇÃO DE TEXTO 
O trabalho com produção de textos também deve considerar a diversidade 
de gêneros textuais e a realidade do aluno. O planejamento das aulas, além de 
prever a produção dos mais variados gêneros, deve considerar o contexto de 
produção, o interlocutor, o tema etc. Enfim, a concepção de gênero discursivo 
apontada por Mikhail Bakhtin deve ser a base para esse processo. 
 
 
03 
Neste tema, serão trabalhadas duas propostas de atividades de produção 
de texto: produção de texto com gêneros da esfera jornalística e produção de texto 
do gênero fanfic. 
1.1 Produção de jornal 
Ainda que possa parecer muito comum a produção de um jornal, essa 
atividade proporciona ao aluno o conhecimento sobre diferentes gêneros com 
conteúdos temáticos diversos e interlocutores variados. 
Você, professor, poderá fazer essa atividade em várias turmas para que, 
como resultado, tenha-se um jornal da escola com a participação de diferentes 
alunos. 
Será necessário que você conheça o perfil dos seus alunos para, então, 
iniciar o planejamento. Se possível, tome algumas decisões com auxílio dos seus 
alunos. 
Vejamos uma possibilidade de trabalho de produção de textos da esfera 
jornalística. 
• Reserve uma aula para que os alunos trabalhem com jornais, como 
atividade de reconhecimento. Eles devem entender a estrutura de um 
jornal: manchetes, divisão em cadernos, diferentes gêneros (fotografia, 
notícia, reportagem, anúncio, charge, nota, coluna etc.), periodicidade, 
linguagem utilizada, público leitor. É interessante que sejam vistos 
diferentes jornais: on-line e impresso, de grande circulação, de empresas, 
de bairros etc. 
• Após isso, é o momento de elencar como será o jornal a ser produzido. 
Convide um representante de cada turma para participar da definição. Essa 
produção pode se tornar um projeto na escola, com edições contínuas, 
porém, é importante que, após essas definições, seja elaborado um jornal 
piloto para, então, definir as próximas edições. As perguntas a seguir 
podem nortear as definições: 
a. Quais serão os cadernos/seções de cada jornal? 
b. Qual será o público leitor? 
c. Qual será o “tamanho” do jornal, de cada matéria? 
d. Será um jornal impresso ou on-line? 
e. Qual será a periodicidade do jornal? 
f. Qual será o nome do jornal? 
 
 
04 
• Após essas definições, cada turma ficará responsável por uma seção ou 
caderno do jornal. 
• Em sua aula, trabalhe os diferentes gêneros textuais presentes no jornal. 
Enfatize os gêneros necessários para a produção do caderno de cada 
turma. Após o jornal pronto, trabalhe com os demais gêneros em cada 
turma. 
• A turma deve fazer uma reunião de pauta para definir quais serão os textos 
e quem serão os responsáveis pela produção de cada um. 
• É interessante que os alunos escrevam suas produções com base no 
contexto em que estão inseridos. Por exemplo: as notícias podem ser 
relacionadas com os acontecimentos ocorridos na escola ou na 
comunidade escolar. A seção de variedades pode falar sobre filmes, séries 
e livros que têm relação com os gostos dos alunos e do público leitor. 
• É importante lembrar aos alunos que as imagens de um jornal também são 
gêneros discursivos e que precisam ser pensadas e adequadas às 
propostas. 
• Reserve uma aula para falar sobre a linguagem usada nos gêneros da 
esfera jornalística. 
• Organize o trabalho de produção. É interessante que os alunos produzam 
as matérias em duplas ou trios e troquem os textos entre grupos para que 
seja feita a revisão. 
• Após todos os textos estarem prontos, você também deve revisá-los, ou 
fazer isso de forma coletiva, com reescrita. 
• Feitas todas as revisões e com os textos finalizados, será necessária a 
diagramação do jornal. É possível que os alunos consigam fazer. Caso não 
saibam, sugira a pesquisa de softwares que auxiliem na finalização do 
material. 
• A divulgação do jornal é muito importante. Seja on-line ou impresso, o 
trabalho deve ser levado ao público. Para isso, pode ser organizado um 
evento na escola ou pode ser aproveitada outra data em que já tenha 
alguma atividade escolar. 
Veja, a seguir, dois exemplos de jornais escolares: 
 
 
 
 
 
05 
Figura 1 – Exemplo 1 de jornal produzido em escola 
 
Fonte: Projeto..., 2011. 
 
 
06 
Figura 2 – Exemplo 2 de jornal produzido em escola 
 
Fonte: Schenini, 2018. 
Note, que nos exemplos anteriores, vemos dois jornais pequenos, mas que 
trazem diferentes gêneros. A organização do jornal da sua escola dependerá do 
perfil dos seus alunos, do desenvolvimento deles na habilidade de escrita e do 
engajamento na atividade. Vale ressaltar que toda atividade pode e deve ser 
adaptada à realidade da comunidade escolar, sua e de seus alunos. 
1.2 Produção de fanfic 
Você sabe o que é uma fanfic? De acordo com Neves (S.d., p. 5), fanfic 
é a abreviação do termo em inglês fan fiction, ou seja, “ficção criada por 
fãs”, no ciberespaço (blogs e comunidades virtuais), de forma individual 
ou coletiva. Trata-se de contos ou romances (re)escritos por terceiros, 
que não fazem parte do enredo oficial do livro, filme ou história em 
quadrinhos a que fazem referência. Uma das características que une 
essas expressões culturais e outras relacionadas à cultura participatória 
é o desejo de se expandir universos ficcionais sem o intuito de lucro. 
 
 
07 
Em resumo, fanfic é a produção de um texto baseado em outro texto 
(independentemente do gênero), são histórias contadas com diferentes cenas e 
acontecimentos que não existem nos textos originais. 
E como trabalhar produção de textos do gênero fanfic? Como temos visto 
desde o início desta disciplina, a realidade do aluno é um fator condicionante no 
processo de ensino-aprendizagem. Logo, a possibilidade de escrever histórias 
sobre personagens que são conhecidos e admirados é um excelente ponto de 
partida. Vejamos como é possível iniciar o trabalho: 
• Inicialmente, você deve ler sobre o assunto. Ao fazer uma pesquisa na 
internet sobre fanfics, verá que existem vários sites de produção de fanfics. 
Faça cadastro em alguns, navegue por eles, veja as funcionalidades e, 
claro, leia algumas fanfics. 
• Vápara a sala de aula e pergunte sobre o tema para ver se os alunos o 
conhecem: já leram ou escreveram fanfic? 
• Leve-os ao laboratório de informática ou peça que eles acessem pelo 
celular ou em casa e pesquisem sobre o tema (a escolha da forma de 
acesso depende da realidade em que vocês estão inseridos). 
• Após ambientação dos alunos, peça que eles definam o que é fanfic. 
• Escolha um dos sites que você visitou, na sua pesquisa inicial, e 
recomende que todos se cadastrem nesse site para que iniciem a 
produção. 
• Peça aos alunos que se reúnam em grupos e que discutam sobre séries 
que conhecem ou histórias que todos os integrantes do grupo tenham lido. 
• A produção de fanfic tem como tipo textual a narrativa, assim, é importante 
trabalhar com os alunos as características de uma narrativa: enredo, 
personagens, fala (troca de turno), cenário, tempo etc. 
• Os alunos podem produzir fanfics que tenham vários capítulos, mais de 
uma temporada, enfim, são várias as opções, e os alunos podem continuar 
a produção mesmo fora da escola, sem os limites da disciplina. Porém, é 
importante que você, professor, estabeleça alguns critérios, por exemplo: 
a. Cada fanfic deve ter pelo menos dois capítulos. 
b. As narrativas devem trazer os personagens principais do texto de origem 
e estar relacionadas ao enredo principal. 
c. A fanfic deve trazer novos elementos e acontecimentos ao texto original. 
 
 
08 
• Após as produções finalizadas, reserve um período para que todos os 
alunos leiam as fanfics produzidas pelos colegas. Incentive-os a comentar 
e dar sugestões. 
• Você também deve participar desse processo. Nesse primeiro momento, 
faça o papel de leitor: considerando o enredo, imagine-se como um leitor 
do site que hospeda os textos. Em um segundo momento, utilize as fanfics 
para retomar os pontos do gênero discursivo e também da tipologia textual 
(sempre levando em conta o contexto de produção). Você pode fazer as 
considerações gramaticais sobre os textos produzidos pelos alunos. 
• Outra possibilidade de trabalho é a escrita colaborativa, disponível em 
muitos sites. 
A fanfic, por se tratar de um gênero discursivo digital, pode ser escrita por 
diferentes pessoas e permite interação. Alguns sites hospedeiros têm usuários 
que auxiliam os produtores na questão da língua portuguesa, dão sugestões para 
o enredo, produzem imagens para a capa, enfim, nesse ambiente colaborativo e 
de muita produção, o aluno exercita a criatividade e aprimora a escrita. 
Possivelmente, o gênero fanfic seja uma novidade para você e, talvez, para 
muitos alunos, porém, a diversidade de gêneros é uma das premissas no ensino 
de língua, pois é por meio deles que nos comunicamos. Assim, conheça esse 
novo gênero e trabalhe com ele. Será muito bom e trará bons resultados se você 
também produzir a sua fanfic para que os alunos leiam. 
TEMA 2 – PRODUÇÃO DE JOGOS 
As atividades lúdicas no processo de ensino-aprendizagem não são uma 
temática nova na educação, porém, mesmo que estejam em debate há muito 
tempo, convém trazê-las para nossa discussão. Quando falamos em jogos na 
escola, a possibilidade é ampla e, quando falamos em jogos nesta disciplina, 
pensamos nos gêneros discursivos envolvidos. 
Certamente, os jogos desenvolvem as habilidades linguísticas, promovem 
interação e fazem parte da realidade dos nossos alunos. A atividade aqui proposta 
é o desenvolvimento de um jogo de tabuleiro, com trilha/circuito. Nessa atividade, 
os alunos elaborarão seus próprios jogos, com a temática proposta por você. 
A seguir, veja como desenvolver a atividade: 
• Essa atividade deve ser realizada em grupos de no mínimo quatro alunos. 
Antes de desenvolvê-la, faça uma pesquisa sobre jogos de tabuleiro, caso 
 
 
09 
não os conheça. É importante que os alunos também conheçam tais jogos 
para que consigam realizar a atividade. Talvez, seja preciso você reservar 
uma aula para que eles joguem alguns desses jogos. 
• Materiais necessários: circuito impresso, lápis de cor, papel-cartão, 
canetinhas, peões. 
• Entregue a cada grupo uma base de circuito, você pode criar uma base ou 
usar uma disponível na internet. 
Figura 3 – Exemplo 1 de base de circuito 
 
Figura 4 – Exemplo 2 de base de circuito 
 
• Cada grupo deverá, de acordo com a base escolhida, criar um jogo. Você 
pode escolher a temática: um exemplo seria trabalhar com atividades de 
gramática, em que cada grupo poderia ter uma classe gramatical para 
desenvolver o jogo, em língua materna ou estrangeira. 
 
 
010 
• O tabuleiro será o mesmo para todos os alunos, mas eles poderão colorir 
e criar obstáculos e regras específicas. 
• Essa atividade tem vários objetivos: a criação do jogo, a pesquisa sobre a 
temática do jogo (para criação e também para jogar) e a escrita do gênero 
discursivo: regras do jogo. 
• Leve em conta esses fatores para orientar quanto às regras do jogo: 
a. Para escrever as regras, é importante que os alunos conheçam esse 
gênero discursivo. Na aula inicial que foi destinada para conhecer jogos, 
os alunos devem ter visto as regras do jogo, mas é importante que vocês 
elenquem novamente as principais informações: número de 
participantes, quem inicia a partida, como jogar (distribuição de cartas, o 
que ocorre em ações diferentes etc.), quem ganha, entre outras. 
b. A linguagem também precisa ser pensada. Normalmente, as regras do 
jogo têm uma linguagem dialógica. Às vezes, verbos no imperativo 
também são comuns. 
c. Dependendo do jogo, são necessárias ilustrações para que o comando 
dado seja entendido. 
d. Oriente os alunos a criarem o jogo e as regras e a trocarem de jogo com 
outro grupo. O grupo que recebeu o novo jogo deve se guiar pelas regras 
e anotar as dúvidas e o que não funcionou no jogo. Após terminar a 
partida, os jogos, as regras e as anotações voltam para os criadores para 
que sejam feitas as adaptações necessárias. 
Essa atividade de criação de jogos proporciona aos alunos a possibilidade 
de adaptarem os conteúdos à sua realidade e de desenvolverem a escrita de 
gêneros mais técnicos, como é o gênero regras do jogo. Os alunos deverão 
perceber a necessidade de adaptação da linguagem, pois trabalharão com escrita, 
revisão e reescrita. Outro ponto a se destacar é a diferença na forma de interação 
que ocorre entre a fala e a escrita, pois, ao ler as regras de um jogo, não se pode 
interrogar a pessoa que a escreveu quando alguma informação não é clara. 
As bases criadas para o jogo podem ser usadas com diferentes temáticas, 
sendo criadas apenas novas regras e novas cartas. Esta pode ser uma exigência 
para a criação: que o jogo possa ser adaptado para diferentes temáticas. Oriente 
os alunos a criarem jogos mais rápidos, que possam ser jogados durante uma 
aula de 50 minutos. 
 
 
 
011 
TEMA 3 – SEQUÊNCIA DIDÁTICA 
Como temos comentado desde o início da disciplina, a inserção dos 
gêneros do discurso no ensino de línguas se tornou muito comum, embora muitos 
adotem uma visão estruturalista. 
Dentro dessa inserção dos gêneros discursivos, muitos professores e 
pesquisadores têm adotado o uso de sequências didáticas para trabalharem os 
gêneros discursivos, por isso, veremos um exemplo de trabalho com sequência 
didática para o gênero charge. 
Antes da sequência didática, vejamos seu conceito: “Sequência didática é 
um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em 
torno de um gênero textual oral ou escrito” (Dolz; Noverraz; Schneuwly, 2004, p. 
97). 
Esses autores definiram a sequência didática com a seguinte organização: 
Figura 5 – Ordem de trabalho em uma sequência didática 
 
 
 
Fonte: Dolz, Noverraz e Schneuwly, 2004, p. 98. 
Apresentação da situação: é o momento em que se constrói a 
representação da situação de comunicação e da atividade a ser executada. Nesse 
momento, apresenta-se um problema de comunicação para que os alunos 
cheguem ao exemplodo gênero que será trabalhado. Essa fase está dividida em: 
“a) apresentação de um problema de comunicação bem definido; b) preparação 
dos conteúdos e seleção dos gêneros adequados ou de interesse dos alunos na 
condução de leitura e produção escrita” (Dolz; Noverraz; Schneuwly, 2004, p. 
100). 
Produção inicial: nessa fase, são fornecidas aos alunos “todas as 
informações necessárias para que conheçam o projeto comunicativo visado e a 
aprendizagem de linguagem a que está relacionado” (Dolz; Noverraz; Schneuwly, 
2004, p. 100). 
Apresentação 
da situação 
PRODUÇÃO 
INICIAL 
 
PRODUÇÃO 
FINAL 
 
Módulo 
1 
 
Módulo 
2 
 
Módulo 
n 
 
 
 
012 
Módulos: aqui “trata-se de trabalhar os problemas que apareceram na 
primeira produção e de dar os instrumentos necessários para superá-los” (Dolz; 
Noverraz; Schneuwly, 2004, p. 100). 
Essa é apenas uma noção geral sobre sequências didáticas. Em uma 
pesquisa na internet, você poderá acessar várias sequências didáticas e ler mais 
sobre esses autores. 
A seguir, veja um passo a passo de como trabalhar uma sequência didática 
para o gênero charge: 
• Apresente a situação de interlocução. Faça questionamentos aos alunos 
para que reflitam sobre o caráter crítico do gênero a partir das seguintes 
perguntas: 
a. Vocês já assistiram a diferentes noticiários sobre um mesmo assunto? 
b. Perceberam que, ao ser vinculada na mídia, uma notícia é exposta de 
uma forma que reflete a visão de quem a notícia ou do meio que a 
vincula? 
c. Já viram as charges presentes nos meios de comunicação? 
d. As charges têm por intuito criticar ou satirizar uma situação por meio de 
imagens. Em sua maioria, estão sempre ligadas a uma das matérias 
vinculadas pela imprensa no dia da publicação. 
• Faça pesquisa e atividades de leitura para reconhecimento do gênero. Para 
a pesquisa, os alunos devem trazer jornais e revistas e, em sala de aula, 
buscar charges, identificando o tema debatido pelo texto. Como atividades 
de leitura, sugerimos para análise duas charges que têm por tema a 
escolha do Brasil como sede para as olimpíadas de 2016. Os dois textos 
foram publicados no jornal Folha de Londrina, no caderno Opinião, dias 
após o resultado da escolha do país-sede para as olimpíadas de 2016, 
divulgação que aconteceu no dia 2 de outubro de 2009. O texto 1 foi 
publicado no dia 3 de outubro de 2009 e o texto 2, no dia 4 de outubro de 
2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
013 
Figura 6 – Texto 1 
 
Fonte: Jacobsen, 2009, p. 2. 
Figura 7 – Texto 2 
 
Fonte: Jacobsen, 2009, p. 2. 
• Para que os alunos possam entender o contexto de produção e a função 
social dos textos 1 e 2 (charges), questione-os: 
a. Por quem foram produzidos? 
b. Quando e onde foram publicados? 
c. Para quem o texto foi feito? 
• Depois, como conteúdo temático, peça que os alunos respondam às 
seguintes questões, com base nos textos 1 e 2 (charges): 
a. Observando as charges, você consegue identificar qual o tema 
abordado? Por meio de quais recursos presentes no texto foi possível 
essa identificação? 
b. Quais são as pessoas ou locais retratados? 
 
 
014 
c. No texto 1, a cena demonstra um atropelamento, que não aconteceu de 
modo real. O que o texto retrata com tal cena? 
d. No texto 2, consta o nome da cidade. Se essa informação fosse omitida, 
você conseguiria identificar o local? Justifique. 
e. No texto 2, o autor fala em “tiro ao alvo”. Qual a crítica presente ao 
descrever a ação como um esporte? 
f. Ao ler o texto 2 e entender a mensagem transmitida, você concorda com 
a escolha do Rio de Janeiro para sede das Olimpíadas em 2016? 
Justifique. 
g. Sabendo que o Rio de Janeiro é uma das cidades mais violentas do país, 
quais as possíveis consequências, em sua opinião, de ter um evento tão 
grande nessa cidade? 
• Trabalhe mais algumas reflexões com os alunos, a fim de fazer uma análise 
linguística. Use como base o texto 1: 
a. O personagem pergunta se alguém anotou a placa. Que tipo de 
pronome é este? Por que o personagem o escolheu? 
b. O texto não explicita a palavra “olimpíada”. Por meio de qual recurso é 
possível reconhecer o tema tratado?. 
c. Ao ler os outros textos do jornal, da mesma edição em que a charge foi 
publicada, é possível compreender o fato de que o motorista não era 
esperado. Que fator não verbal demonstra isso na charge? 
d. O personagem que foi atropelado pede uma permissão para falar. Que 
elemento nos permite fazer tal inferência? 
e. Assim como em tiras e em histórias em quadrinhos, é comum o 
aparecimento de estrelinhas como as que aparecem na charge. Qual o 
significado delas, dentro de textos não verbais? 
f. Quais outros recursos são frequentemente utilizados em textos que são 
imagens? Cite alguns e explique a função deles dentro do texto. 
• Para finalizar a sequência didática, é hora da produção de texto. Veja como 
fazer: 
a. Nos jornais, revistas e outros suportes trazidos pelos alunos, eles 
selecionarão charges e as separarão por tema, montando um mural. 
b. Haverá um grupo para cada tema selecionado e os alunos do grupo 
deverão explicar aos demais qual o contexto da charge. Se houver mais 
de um ponto de vista dentro da mesma temática, esses deverão ser 
expostos aos demais alunos. 
 
 
015 
c. Ao término das apresentações, os alunos deverão saber reconhecer o 
gênero charge como um texto que apresenta uma crítica social ou 
política e serem capazes de fazer a leitura do texto com base em todos 
os elementos presentes. 
d. Por fim, os alunos farão o caminho inverso: com base em uma charge 
escolhida por eles, produzirão um texto argumentativo com o mesmo 
ponto de vista e assunto abordados na charge. 
Note que essa sequência didática trabalha o gênero discurso em seu 
contexto de produção e também a gramática em seu contexto de uso. Há muitas 
sequências didáticas prontas na internet e você pode utilizá-las adaptando-as 
para a sua realidade e a de seus alunos, mas é importante que você leia sobre o 
assunto e elabore suas próprias sequências, de acordo com o seu planejamento. 
TEMA 4 – TEXTO NÃO VERBAL 
Dentre os gêneros do discurso, há vários tipos de texto e, muitos deles, não 
são facilmente compreendidos pelos alunos, como os não verbais, bastante 
presentes em gêneros como as histórias em quadrinhos (HQs). 
Figura 8 – Texto não verbal em quadrinho 
 
Fonte: Shutterstock. 
A compreensão dos textos não verbais é essencial para a interpretação de 
alguns gêneros. Vejamos uma atividade que pode ser feita com os alunos para 
iniciar a compreensão do texto não verbal. 
• Comece perguntando a eles o que é um texto. 
• Possivelmente, eles dirão que texto são várias palavras escritas. Então, 
mostre a eles alguns textos não verbais e peça que digam o que significa. 
Use alguns dos exemplos nas figuras. 
 
 
 
016 
Figura 9 – Exemplo 1 
 
Fonte: Shutterstock. 
 
Figura 10 – Exemplo 2 
 
Fonte: Shutterstock. 
Figura 11 – Exemplo 3 
 
Fonte: Shutterstock. 
 
 
017 
• A intenção dessa atividade é que os alunos percebam que um texto não é 
formado apenas por palavras, mas que texto é o que tem um sentido, 
independentemente de haver palavras, apenas imagens ou ambos: 
palavras e imagens. 
• Com base nessa compreensão, traga histórias em quadrinhos para que os 
alunos leiam, identifiquem e compreendam os textos não verbais e sua 
função dentro do gênero discursivo. 
• Nesse contexto, é possível trabalhar a linguagem usada no gênero, por 
exemplo, as onomatopeias. 
Figura 12 – Exemplo de onomatopeia em texto não verbal 
 
Fonte: Shutterstock. 
• Após os alunos compreenderem o papel do texto não verbal em alguns 
gêneros, é interessante que produzam uma história em quadrinhos. 
Seguindo a mesma lógica da criação de jogos, pode ser entregue a mesma 
base para os alunos e pedir que eles criem suas próprias histórias. Veja 
nas imagens alguns exemplos de bases: 
Figura 13 – Exemplo 1 de base paraHQs 
 
Fonte: Shutterstock. 
 
 
018 
Figura 14 – Exemplo 2 de base para HQs 
 
Fonte: Shutterstock. 
 
Figura 15 – Exemplo 3 de base para HQs 
 
Fonte: Shutterstock. 
TEMA 5 – TEATRO 
Pensando no desenvolvimento das quatro habilidades linguísticas, o 
trabalho com teatro trará bons resultados, pois os alunos deverão ler, terão de 
falar, precisarão ouvir e aguardar seu turno e, muitas vezes, terão de reescrever 
algumas falas. 
Um planejamento simples para o trabalho com teatro é a reescrita de 
importantes peças, adaptando-as para uma versão mais contemporânea, como é 
o caso do texto de Macbeth, de Willian Shakespeare: 
 
 
 
 
 
 
019 
 
ATO I 
CENA I 
 
Lugar deserto. Trovões e relâmpagos. Entram três bruxas. 
 
PRIMEIRA BRUXA ─ Quando estaremos à mão, com chuva, raio e trovão? 
SEGUNDA BRUXA ─ Depois de calma a baralha e vencida a batalha. 
TERCEIRA BRUXA ─ Hoje mesmo, então, sem falha. 
PRIMEIRA BRUXA ─ Onde? 
SEGUNDA BRUXA ─ Da charneca ao pé. 
TERCEIRA BRUXA ─ Para encontrarmos Macbeth. 
PRIMEIRA BRUXA ─ Graymalkin, não faltarei. 
SEGUNDA BRUXA ─ Paddock chama. 
TERCEIRA BRUXA ─ Depressa! 
TODAS ─ São iguais o belo e o feio; andemos da névoa ao meio. 
 
(saem) 
 
 
Fonte: Shakespeare, 2017, p. 8. 
Essa atividade tem como intenção que os alunos criem uma cena ou ato 
de uma peça de teatro que seja adaptação de outra peça. É possível a produção 
sem que haja uma peça como base? Sim, é possível, porém, propor a adaptação 
permite que os alunos trabalhem a habilidade da escrita e a adequação da 
temática ao contexto. Veja um planejamento para a atividade: 
• Escolha uma peça de teatro (a atividade pode ser feita em língua materna 
ou estrangeira). 
• Explique para os alunos o contexto de produção da peça e compare com o 
contexto atual. 
• Leia a peça escolhida com os alunos. Isso pode ser feito durante todas as 
aulas ou você pode solicitar que leiam em casa. Escolha a melhor opção 
para a sua realidade. 
• Divida os capítulos/atos entre a turma e peça que os alunos reescrevam 
sua parte de forma mais contemporânea. O que deve ser observado: 
 
 
020 
a. A temática deve ser mantida e também os personagens (podendo 
haver adaptação). 
b. A história precisa ter um cenário descrito. 
c. Informações sobre a ação dos personagens precisam ser descritas. 
d. Os diálogos precisam ser reescritos em uma linguagem mais adequada 
ao contexto da história. 
e. O fim da história pode ser modificado, se assim desejarem. 
f. Os alunos deverão escrever e encenar a história. 
• Para apresentação, organize um evento e chame outras turmas, se 
possível. Os alunos podem confeccionar ingressos para a entrada. 
A ideia dessa atividade é trabalhar também com gêneros literários, ter a 
leitura como fruição e desenvolver a escrita criativa, a comunicação oral e corporal 
e a interação entre os alunos. 
FINALIZANDO 
Estamos encerrando nossa aula de práticas para o ensino. É fato que as 
atividades aqui apresentadas não são extraordinárias ou inéditas, mas são 
diversificadas e nos permitem trabalhar com diferentes gêneros discursivos e 
campos do conhecimento humano. 
Todas essas atividades podem ser aplicadas e adaptadas para o seu 
contexto, e o importante é que você tenha o aluno como ponto norteador. É 
partindo da realidade do aluno que você irá usar ou refutar qualquer atividade que 
seja proposta. 
Espero que esta disciplina tenha contribuído para sua formação docente, 
permitindo-lhe ver e rever suas ações a fim de oferecer um ensino de língua que 
seja reflexivo e tenha o aperfeiçoamento da comunicação como objetivo. 
Para finalizar, lembre-se: nos comunicamos por meio de gêneros do 
discurso, e não por palavras soltas. Todos os enunciados têm discursos, vozes, e 
é importante que você, professor, conheça as vozes que formam o seu discurso 
e o discurso dos seus alunos, assim, terá êxito nas suas ações do processo de 
ensino-aprendizagem. 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na 
escola. São Paulo: Mercado das Letras, 2004. 
JACOBSEN, M. Rio 2016. Folha de Londrina, 3 out. 2009. Folha Opinião. p. 2. 
PROJETO jornal escolar 1ª edição: produção dos alunos do 6º e 7º ano do ens. 
fundamental. 2011. Disponível em: 
<http://unirturma4.blogspot.com.br/2011/11/producao-dos-alunos-do-6-e-7-ano-
do-ens.html>. Acesso em: 14 jan. 2018. 
SCHENINI, F. Professora ajuda estudantes a realizar sonho de fazer jornal. 
Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/jornal.html?idEdicao=29>. 
Acesso em: 14 jan. 2018. 
SHAKESPEARE, William. Macbeth. Disponível em: 
<http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/macbethr.pdf>. Acesso em: 21 dez. 
2017. 
 
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/macbethr.pdf
	Conversa inicial – Atividades práticas para o ensino de língua
	essa atividade tem como intenção que os alunos criem uma cena ou ato de uma peça de teatro que seja adaptação de outra peça. É possível a produção sem que haja uma peça como base? Sim, é possível, porém, propor a adaptação permite que os alunos trabal...