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2 semestre agronomia

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Sistema de Ensino Presencial Conectado
Agronomia
ADRIANO MATIAS EPIFANIO GEMMER
MARCELO DE GAMARGO
tatiane deoti
produção textual interdisciplinar em grupo
Chapecó - SC
2020
ADRIANO MATIAS EPIFANIO GEMMER
MARCELO DE GAMARGO
tatiane deoti
produção textual interdisciplinar em grupo
Trabalho apresentado à Universidade Pitágoras - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Fundamentos de cálculo aplicado, Química orgânica, Bioquímica, Anatomia e Fisiologia Vegetal, Microbiologia Agrícola e Seminário interdisciplinar lI.
Orientador: Junior 
Tutora: Juliana Oliveira Damasceno Astafieff
Chapecó - SC
2020
SUMÁRIO
 1 INTRODUÇÃO	3
2 DESENVOLVIMENTO	4
3 CONCLUSÃO	11
4 REFERÊNCIAS	12
INTRODUÇÃO
Os citros compreendem um grande número de espécies do gênero Citrus e entre outros gêneros afins ou ainda de alguns híbridos da família Rutaceae, podendo ser dado alguns exemplos como, laranjas, limões, tangerinas entre outros.
De acordo com algumas escritas chinesas, o citros vem sendo cultivado a mais de 2000 anos a.C., (FUNDECITRUS, 2006), mas mesmo sendo uma cultura muita antiga existe alguns males que até hoje assombram os agricultores, e um deles é o cancro cítrico.
O cancro cítrico é caudado pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri, a primeira incidência da bactéria no Brasil foi relatada em 1957 na região de Presidente Prudente – SP. Por sua disseminação ser muito fácil, seu principal vetor é o próprio homem, pois às vezes não se dá a importância devida a esta doença. Nenhuma das variedades e espécies são imunes à patologia, sendo alguma delas mais resistentes.
A doença manifesta-se por lesões, parecidas com verrugas em folhas, ramos e frutos, ocasionando a queda de folhas e frutos, consequentemente tendo uma diminuição na produção. As lesões podem ter variações nas suas características, podendo ser confundidas com outras doenças e ou pragas. Por isso, sempre que há suspeita de contaminação em um pomar, o material é recolhido e levado para análise em laboratório.
DESENVOLVIMENTO
Os citros são um grupo de espécies vegetais com alto potencial de produção, porém, suscetíveis a várias doenças. Entre as doenças causadas por bactérias que afetam essa cultura, estão as Xanthomonas, um grande gênero de bactérias Gramnegativas, predominantemente fitopatogênicas, que causam doenças em centenas de hospedeiros vegetais, ocasionando perdas de alto impacto econômico.
Avaliando a contaminação e propagação da doença a mesma ocorre de forma rápida como podemos ver no gráfico a baixo. Após o período de 13 dias a contaminação em porcentagem já chegou a 89,66%, chegando a uma contaminação total da caixa em 20 dias.
O gênero Citrus tem um alto potencial produtivo, sendo considerada uma das culturas frutíferas mais importantes e com abrangência de cultivo. Nos maiores países produtores de citros, a citricultura é considerada um importante “commodity” para o comércio global e de grande valor econômico, tanto para fruto fresco ou processado. As regiões produtoras mais significativas estão nas Américas (liderada pelo Brasil, Estados Unidos, México e Argentina), bacia do Mediterrâneo (liderada pela Espanha, Itália, Egito e Turquia), sul e leste da Ásia (liderada pela China, Índia e Japão) (TALON, GMITTER, 2008). O Brasil lidera a produção mundial de laranjas desde a década de 1980 e até hoje se mantém nesta posição, seguido por Estados Unidos e China (NEVES et al., 2010; CONAB, 2017). O cinturão citrícola, engloba São Paulo e Triângulo Mineiro, é a região brasileira responsável por mais de 80% da produção de laranjas (NEVES et al., 2010). O Brasil é, também, o maior produtor e exportador de suco de laranjas do mundo, contribuindo com 60% da produção mundial. 
 	Em 1983, na Universidade de Kaiserlautem, o professor Timm Anke observou que um fungo (Strobilus tenacellus) que habitava cones de Pinus produzia uma substância que inibia o crescimento de outros fungos. Essa substância foi isolada, sua estrutura foi identificada e denominada de estrobilurina – A. Nos testes em casa de vegetação, verificou-se baixa atividade fúngica e alguns sintomas de fitotoxicidade nas culturas testadas. O motivo era a instabilidade da molécula, já que as ligações duplas eram facilmente rompidas pela ação da luz e do oxigênio. Com a alteração de algumas ligações químicas, obtiveram-se moléculas análogas, que possuíam a combinação de atividade antifúngica e com maior estabilidade do composto.
 	O desafio tornou-se realidade: uma molécula com forte atividade fungicida e amplo espectro de controle nos testes de estufa, superior à molécula natural. Dentre as alternativas de estrutura molecular, foi selecionada a de melhores características de eficácia, segurança e economicidade.
Modo de ação:
Os fungicidas mesostêmicos do grupo das estrobilurinas reagem com substâncias lipídicas da superfície da planta apresentando, por isso, um prolongado efeito protetor ao serem lentamente liberadas. 
 	Estrobilurinas são: compostos de ação mesostêmica, translaminares, ação similar ao ácido salicílico ativadores da nitrato redutase, ação esporocida,
não curativos residual prolongado maior espectro de ação.
 	O modo de ação de um fungicida refere-se primeiramente ao seu posicionamento na planta; se permanece em sua superfície após a deposição ou se pode ser absorvido e translocado pelo seu sistema condutor. Refere-se também, se para ser absorvido pelo esporo dos fungos, é requerida a germinação do propágulo ou não.
De um modo geral, quando se aborda o tema modo de ação refere-se principalmente aos fungicidas utilizados nos órgãos aéreos das plantas. Uma substância química é mesostêmica quando apresenta estreita afinidade com a superfície foliar vegetal, podendo ser absorvida pela camada de cera, formando um depósito na superfície do órgão suscetível. Posteriormente, o produto pode ser redistribuído na superfície da planta por sua fase vapor. A substância mesostêmica penetra nos tecidos apresentando atividade translaminar, porém com translocação vascular (via xilema ou floema), mínima ou inexistente.
Por exemplo, os fungicidas do grupo das estrobilurinas (azoxistrobina e cresoxim metilico) apresentam propriedades mesostêmicas. Fungicidas com esta propriedade não são sistêmicos nem protetores, porém, formam um depósito livre que pode ser redistribuído pela água; mais coeso na superfície da folha, resistente às intempéries; fortemente associado com a camada de cera cuticular, muito resistente à remoção ou lixiviação pela chuva, possibilitando um efeito residual longo.
A redistribuição na superfície foliar ocorre através da absorção contínua, a partir da camada de cera cuticular das folhas para o interior do órgão, e também através da fase de vapor e reabsorção pela cera cuticular e uma fração que penetra no tecido foliar.
Mecanismo de ação:
Mecanismo de ação descreve o(s) processo(s) bioquímico(s) de como a substância química mata a célula. Logo o significado de mecanismo de ação de um fungicida difere de modo de ação. As substâncias fungicidas depositadas na superfície dos órgãos suscetíveis, são absorvidos pela célula do fungo, geralmente através do tubo germinativo (protetor). Uma vez dentro da célula, passam a agir sobre as organelas celulares interferindo em suas funções podendo, finalmente determinar sua morte.
Os pesticidas (fungicidas) da classe das estrobilurinas são substancias naturais isoladas principalmente de cogumelos (bassidiomicetos). Seu nome é derivado dos cogumelos do gênero Strobilurus. Estrobilurina-A foi o primeiro pesticida dessa classe e que foi isolado a partir de culturas de líquidos de Strobilurus tenacellus por Anke et al. Todas as estrobilurinas naturais possuem a estrutura do acrilato (E)-3-metoxi-2-(5-fenilpenta-2,4-dienil), sendo que a diferença entre cada uma delas é decorrente dos tipos de substituintes do anel aromático nas posições 3 e 4.
Fórmula molecular da FLUOXASTROBINAs infecções entre plantas e bactérias fitopatogenicas podem ser classificadas como compatíveis ou incopatveis. Na interação compatível, o patógeno invade o tecido vegetal e é capaz de mascarar ou sobrepujar os mecanismos de defesa da planta hospedeira, desenvolvendo-se nos tecido vegetais e levando a manifestação de sintomas através de mecanismos de patogenicidade e virulência que envolvem a produção de toxinas, secreção de enzimas líticas extracelulares e liberação de fatores de virulência nos meios extra e intracelulares da planta. 
Estes fatores são capazes de modular, interferir ou mesmo suprimir as respostas de defesa da planta. Na interação incompatível, o patógeno é restringido ao sitio de infecção. A interpretação molecular para este tipo de interação prediz que um gene de avirulência do patógeno codifica uma proteína elicítora capaz de interagir especificamente com um receptor R de planta, leva uma rápida ativação das vias de transdução de sinais que resulta na resposta da resistência, a qual está frequentemente assoviada a reação de hipersensibilidade. 
A hipersensibilidade caracteriza-se pela morte celular programada das células vegetais atacadas pelo patógeno e das células adjacentes ao sitio de infecção, levando ao bloqueio e eliminação do patógeno no sitio de infecção. A diferença básica entre interação compatível e incompatível esta relacionada a presença, ausência ou não funcionalidade do gene de resistência na planta ou do gene de avirulência no patógeno.
 	A disseminação da bactéria ocorre de forma direta, principalmente por chuvas associadas a ventos, mas também, por contaminação em práticas do manejo da cultura. A penetração da bactéria no tecido do hospedeiro ocorre por meio de aberturas naturais, como estômatos e hidatódios ou ferimentos, podendo sua entrada ser facilitada por galerias feitas pela larva minadora dos citros (Phyllocnistis citrella) (BRUNINGS; GABRIEL, 2003). A colonização no mesofilo do hospedeiro ocorre de forma pontual, a medida que o patógeno se utiliza dos nutrientes do espaço intercelular para sua multiplicação. Nesse processo, produzem enzimas que degradam a parede celular, promovem o aumento da permeabilidade e o rompimento da membrana plasmática, o que libera nutrientes para a multiplicação bacteriana. Ademais, o patógeno induz hipertrofia e hiperplasia exacerbada de células do mesofilo. Como resultado, a epiderme é rompida e a bactéria alcança a superfície da planta, podendo iniciar novos ciclos da doença.
As plantas C3 recebem este nome por conta do ácido 3-fosfoglicérico formado após a fixação das moléculas de CO2. Estes vegetais compreendem a maioria das espécies terrestres, ocorrendo principalmente em regiões tropicais úmidas.
 	As plantas C4 possuem grande afinidade com o CO2. Elas recebem este nome devido ao fato do ácido oxalacético possuir 4 moléculas de carbono, formado após o processo de fixação de carbono. Devido à alta afinidade com o CO2, as plantas C4 apresentam uma grande vantagem em relação às plantas C3: elas podem sobreviver em ambientes áridos. Isto se dá porque as plantas C4 só atingem as taxas máximas de fotossíntese sob elevadas intensidades de radiação solar, fazendo com que fixem mais CO2 por unidade de água perdida. Ou seja, elas são mais econômicas quanto ao uso da água, elas perdem menos água que as C3 durante a fixação e a fotossíntese.
As plantas CAM são ainda mais econômicas quanto ao uso da água do que as plantas C4! Elas ocorrem em áreas desérticas ou intensivamente secas. A abertura dos estômatos (estruturas que controlam a entrada e saída de gases nas plantas) durante a noite, evitam a grande perda de água, ao mesmo tempo em que o CO2 é fixado, por meio do ácido málico. Durante o dia, os estômatos se fecham (não há grande perda de água) e o CO2 fixado é então utilizado na realização da fotossíntese sob elevadas intensidades de radiação solar. São também “plantas de sol”, assim como as C4.
 	A fotossíntese ocorre em duas grandes etapas, que envolvem várias reações químicas: a primeira é a fase clara (também chamada de fotoquímica) e a segunda é a fase escura (também conhecida como fase química).Em linhas gerais, os eventos principais da fotossíntese são a absorção da energia da luz pela clorofila; a redução de uma aceptor de elétrons chamado NADP, que passa a NADPH2; a formação de ATP e a síntese de glicose. A fase escura da fotossíntese não precisa ocorrer no escuro. O que o nome quer indicar é que ela ocorre mesmo na ausência de luz – ela só precisa de ATP e NADH2 para ocorrer.
 	Uma planta "normal" - que não tenha adaptações fotossintéticas para reduzir a fotorrespiração - e chamada de planta C3. A primeira etapa do Ciclo de Calvin é a fixação do dióxido de carbono pela rubisco, e as plantas que usam apenas este mecanismo "padrão" de fixação do carbono são chamadas de plantas C3, assim denominadas devido ao composto de três carbonos (3-PGA) produzido pela reação. Cerca de 85%, percent das espécies de plantas do planeta são plantas C3, incluindo o arroz, trigo, soja incluindo o citros.
O método de coloração utilizado para diferenciar espécies bacterianas em dois grupos, bactérias gram-positivas e gram-negativas é chamado de Coloração de Gram, criado em 1884, por Christian Joaquim Gram e modificada por Hucker em 1921. Essa separação permite separar as bactérias em dois grupos distintos, as Gram positivas (que se coravam em roxo) e as Gram negativas (que se coravam em vermelho). A coloração de Gram é um importante teste realizado nos laboratórios de microbiologia, sendo um recurso auxiliar no diagnóstico de doenças bacterianas. Quando observadas sob microscopia eletrônica de transmissão, as bactérias Gram positivas apresentam uma parede celular espessa (de 20 a 80 nm), de aspecto homogêneo, enquanto as células Gram negativas exibem uma parede mais delgada (de 9 a 20 nm) e de aspecto bastante complexo, aparentemente apresentando mais de uma camada. 
As Gram negativas apresentavam mais complexidade superficial, possuem uma fina camada de peptidoglicano e, exteriormente, uma membrana externa. Já as Gram Positivas a superfície mais lisa e homogênea, são fundamentalmente compostas por uma espessa camada de peptidoglicano. A coloração de Gram envolve uma série de procedimentos antes de chegar à etapa final de leitura da lâmina preparada: envolve a confecção do esfregaço, sua fixação e passa pela coloração propriamente. Nesta, o corante Cristal Violeta adsorvese nas células, forma um complexo com o iodo (Lugol) e após a etapa diferencial, com álcool-acetona, as células são contra coradas com Fucsina de Gram. Neste estudo avaliou-se a influência de variações na referida coloração considerando os tempos de exposição aos corantes Cristal Violeta e a Fucsina de Gram e o emprego ou não de lavagens com água entre as etapas. Os resultados obtidos mostraram que as diferenças nos procedimentos aplicados em cada técnica testada não alteraram o resultado quando comparados a lâminas padrão. Quando há o tratamento com álcool, os lipídeos das bactérias gram negativas são retirados da parede celular, aumentando a permeabilidade da mesma e fazendo com que estas bactérias percam o primeiro corante (cristal violeta). 
Já nas Gram positivam quando submetidas o tratamento com álcool, por possuírem uma menor concentração de lipídeos, se tornam desidratadas diminuindo a permeabilidade da parede celular e retendo o primeiro corante. A introdução de colorações, no estudo dos microrganismos, veio a contribuir substancialmente com a Microbiologia, por quatro razões principais: Permitem uma visualização melhor das células, já que nas preparações sem corantes são reveladas apenas o contorno e a conformação dos arranjos; também nesse processo é visível a caracterização de alguns componentes intracelulares podem levar à diferenciação entre os grupos de microrganismos e podem, eventualmente, identificar alguns grupos.
	 
CONCLUSÃO
Diante disso, o objetivo desse trabalho foi a análise e descrição, em nível anatômico e ultraestrutural, dos processosde infecção de bactérias do gênero Xanthomonas, causadoras de doenças em citros.
	O processo de infecção de um patógeno e a resposta de defesa da planta são processos complexos que interligam diversos fatores e variáveis. A compreensão desses processos em sua totalidade requer a sobreposição de diferentes abordagens. Esse trabalho traz contribuições para o estudo da interação Xanthomonas-citros, fornecendo informações sobre a interação de diferentes estirpes com o hospedeiro suscetível e a resposta de defesa de laranja. 
	A presença do cancro cítrico nos pomares acarreta em dois principais problemas econômicos para os citricultores: o aumento nos custos de produção decorrente do seu manejo integrado ou da erradicação de plantas e pomares; e as dificuldades no comércio de frutas frescas para regiões livres do patógeno, pois o cancro cítrico é uma “praga quarentenária”. Além disso, existe grande prejuízo econômico no mercado de frutas frescas, que não aceita os frutos com lesões cancrosas, depreciando seu valor comercial.
REFERÊNCIAS
FUNDECITRUS. Manual cancro cítrico. http://www.fundecitrus.com.br/ manuais/fundec_manual_cancro1106.pdf
BALARDIN, Ricardo. Fungicidas sistêmicos: benzimidazóis, triazóis e estrobilurinas. Disponível em: <https://elevagro.com/materiais-didaticos/fungicidas-sistemicos-benzimidazois-triazois-e-estrobilurinas/>. Data de acesso: 14 de abril de 2020.
AMARAL, A. M. do, CARVALHO, S. A., DOMINGUES, A. D., DEZOTTI, D. F., BAPTISTA, J. C., MACHADO, M. A. Reação de acessos de citros à Xanthomonas axonopodis pv. citri sob condições de casa-de-vegetação. Fitopatologia Brasileira, Uberlândia, v.28, p.S284, 2003.
BITANCOURT, A. A. O cancro cítrico. Biológico, v.23, p.101-111, 1957.
FUNDECITRUS (Fundo de Defesa da Citricultura). Levantamento de doenças dos citros: HLB, CVC e Cancro cítrico no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste mineiro.
CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira. Laranja, safra 2013/2014. Terceiro Levantamento - São Paulo e Triângulo Mineiro. Brasília, DF, p. 1-11, dez. 2013.

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