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Anatomia do trato reprodutor do macho Testículo • Estrutura: - A superfície do testículo é revestida por uma cápsula fibrosa densa com 1 a 2 mm de espessura (túnica albugínea), a qual é composta de fibras colágenas e contem vasos sanguíneos maiores visíveis na superfície dos testículos em um padrão característico de cada espécie. A túnica vaginal visceral é uma membrana serosa com o peritônio que cobre a cápsula fibrosa e confere uma aparência lisa da superfície testicular. O parênquima do testículo normalmente se encontra sob pressão. Consequentemente, qualquer expansão significativa eleva a pressão intratesticular e produz dores graves como a que se observa durante inflamação (orquite). Os componentes de testículo conectivo do testículo se dispõem do exterior para o interior : • Cápsula Fibrosa (túnica albugínea) • Septos • Mediastino - A cápsula emite septos que se irradiam para dentro do testículo, dividindo o parênquima em lóbulos piramidais. Esses septos convergem centralmente para formar o mediastino do testículo. Esse mediastino pode ser axial ou ligeiramente deslocado em direção ao epidídimo. O parênquima do testículo compõe-se de: 1. Túbulos seminíferos contorcidos. 2. Túbulos seminíferos retos. 3. Rede do testículo. 4. Ductos eferentes. A parede desde túbulos contém células espermatogenéticas e células de sustentação, as quais possuem propriedades de sustentação e de produção de hormônios. Eles são responsáveis ela regulação da espermatogênese, fornecendo os nutrientes para as células O sistema genital masculino compreende os órgãos envolvidos no desenvolvimento, no amadurecimento, no transporte e no armazenamento dos gametas masculino. É formado por: Um par de testículo, epidídimo, ducto deferente, uretra e as glândulas genitais acessórias. espermatogenéticas durante os diferentes estágios de desenvolvimento e a liberação de espermatozoides no lúmen do túbulo. Cada túbulo seminífero contorcido apresenta forma de alças, de modo que se abre em uma rede de túbulos confluentes dentro do mediastino, chamada de rede do testículo. Antes de penetrar a rede do testículo, as extremidades dos túbulos seminíferos ficam retas para se tornarem os túbulos seminíferos retos. O tecido intersticial que preenche esse espaço entre os túbulos contém celular de Leydig, q s principais produtoras dos hormônios esteroides androgênicos como a testosterona. Cada rede do testículo é drenada por oito a doze ductos eferentes contorcidos que perfuram a cápsula fibrosa para penetrar na cabeça do epidídimo. ⬧ Epidídimo - O epidídimo é a estrutura adjacente ao testículo e consiste em rolos de túbulos contorcidos alongados, cuja união é mantida por tecido conectivo. Pode ser dividido em três segmentos: 1. Cabeça 2. Corpo 3. Cauda Cabeça- A cabeça do epidídimo está firmemente fixada à cápsula testicular e recebe os ductos eferentes do testículo. Imediatamente após penetrar m, os ductos eferentes de unem para formar o ducto do epidídimo. Corpo- Os ductos contorcidos formam o corpo do epidídimo, mantido no lugar por uma camada dupla de serosa. O espaço entre o corpo do epidídimo e o testículo é denominado bolsa testicular. Cauda- O ducto do epidídimo processe até a cauda do epidídimo. Ela se fixa a extremidade caudada do testículo pelo ligamento próprio do testículo e ao processo vaginal pelo ligamento da cauda do epidídimo. Esse ligamento projeta fibras na camada profunda do escroto, o ligamento do escroto, o qual é particularmente desenvolvido no garanhão e no cachaço. O ducto do epidídimo emerge em sua cauda e prossegue na forma de ducto deferente. No ducto do epidídimo, os espermatozoides amadurecem, o fluido testicular é absorvido, os fragmentos celulares sofrem fagocitose e os nutrientes para os espermatozoides são secretados. Os espermatozoides são armazenados na cauda do epidídimo até o momento da ejaculação. Comprimento do ducto do epidídimo nas espécies domésticas: • Equino: 72-81m • Touro: 40-50m • Carneiro: 47-52m • Cachaço: 17-18m • Cão: 5-8m • Gato: 4-6m Ductos deferentes O ducto deferente é a continuação direta do ducto do epidídimo. Sua origem é a parte ondulante da cauda do epidídimo e se torna reto gradualmente à medida que atravessa a margem medial do testículo. Ele ascende dentro do cordão ou funículo espermático e penetra a cavidade abdominal através do canal inguinal. O ducto deferente forma uma alça convexa cranialmente dentro de uma prega do peritônio, o mesoducto, e passa sob o ureter conforme alcança a face dorsal da vesícula urinária, atravessando a próstata até se abrir na parte proximal da uretra no calículo seminal. A porção terminal do ducto deferente se torna espessa pela presença de glândulas em sua parede para formar a ampola do ducto deferente. No cachaço, não há uma ampola evidente, mas existe uma parte glandular na extremidade do ducto deferente. No equino e nos ruminantes, o ducto deferente se une ao ducto excretor da glândula vesicular próximo a seu término. A passagem compartilhada desses dois ductos é conhecida como ducto ejaculatório. Envoltórios do testículo Os envoltórios do testículo não apenas cobrem o testículo, o epidídimo e partes do cordão espermático, mas também se moldam ao redor desses órgãos. As diferentes camadas dos envoltórios do testículo correspondem às camadas da parede abdominal. São as seguintes camadas: • Escroto – Pele externa; – Camada subcutânea fibromuscular (túnica dartos); – Fáscia espermática externa de dupla camada (fáscia spermatica externa), destacamentos das fáscias abdominais; – Músculo cremaster, um destacamento do músculo oblíquo interno do abdome, juntamente com sua fáscia. • Processo Vaginal – Fáscia espermática interna – Lâmina parietal da túnica vaginal. A pele externa, a túnica dartos subcutânea e a fáscia espermática externa formam o escroto. A fáscia espermática interna e a lâmina parietal da túnica vaginal formam o processo vaginal, uma expansão da cavidade peritoneal no escroto. O processo vaginal se prolonga para os compartimentos direito e esquerdo do escroto, os quais são divididos por um septo formado pela pele e pela camada subcutânea do escroto. O septo do escroto separadamente e é marcado externamente com a rafe do escroto. A pele do escroto costuma não apresentar pelos, exceto no gato e em determinadas raças de ovinos, nos quais é coberta por pelos. Ela apresenta uma grande quantidade de glândulas sudoríparas e sebáceas e se adere firmemente à túnica dartos subjacente. Internamente à túnica dartos, há uma camada delgada de tecido mole (fáscia subdartoica). A túnica dartos possui várias fibras de músculo liso, as quais se contraem para tensionar e retrair o escroto e, desse modo, contribuem para a regulação de temperatura do testículo. A túnica dartos é bastante desenvolvida no bovino, no qual pode alcançar 10 mm de espessura. A fáscia espermática externa se destaca das fáscias superficial e profunda do abdome na altura do escroto e é dividida em uma camada profunda e outra superficial. As duas camadas da fáscia espermática externa e da fáscia espermática interna e a túnica vaginal estão conectadas por tecido conectivo frouxo. Essa camada intermediária folgada permite o movimento do processo vaginal dentro do escroto. Ela possui importância clínica, já que facilita a castração por técnica fechada, na qual a túnica vaginal é ligada aos vasos sanguíneos e ao ducto deferente. O músculo cremaster é um destacamento do músculo oblíquo interno do abdome na altura do anel inguinalprofundo. Ele cobre parte do processo vaginal e é recoberto por uma camada delgada de tecido conectivo frouxo. Durante a contração, retrai o escroto e seu conteúdo em direção à região inguinal. Em roedores, abarca o processo vaginal como uma colher e, desse modo, os testículos podem ser retraídos para o abdome pelo canal inguinal. Processo Vaginal e Cordão espermático O processo vaginal é formado pela fáscia transversa e pelo peritônio como uma evaginação da cavidade abdominal através do canal inguinal. Ele envolve a cavidade vaginal e é formado antes da descida embriológica dos testículos. O formato do processo vaginal se assemelha a uma garrafa com uma porção proximal estreita, cuja extensão depende da posição do escroto, e uma porção distal mais ampla, que se molda aos órgãos que envolve. A cavidade vaginal se comunica com a cavidade abdominal pelo óstio vaginal situado na abertura interna do canal inguinal. Normalmente, ela contém uma quantidade muito baixa de líquido peritoneal, o que auxilia na redução de atrito entre a parede e os órgãos que envolve. Eventualmente, uma alça do intestino ou parte do omento forma uma hérnia no processo vaginal. Essa condição é mais comum em espécies com um anel vaginal amplo, como o equino e o suíno. Como ela parece ser hereditária no suíno, os animais que desenvolvem essa condição não devem ser usados para reprodução. A porção proximal estreita do processo vaginal envolve o cordão espermático, o qual é composto pelo ducto deferente e pelos vasos e nervos testiculares, juntamente com suas membranas serosas. O cordão espermático se fixa ao mesofunículo, o qual é contínuo distalmente com o mesórquio. O ducto deferente é envolvido dentro de uma prega do mesofunículo. A prega vascular, também denominada mesórquio proximal, se fixa ao epidídimo e prossegue até o testículo como mesórquio distal. Posição do escroto A posição e a orientação do escroto variam consideravelmente entre os mamíferos domésticos. O escroto se situa na região inguinal no equino e no cão, abaixo da região inguinal em ruminantes, perineal no suíno e subanal no gato. Em ruminantes, os testículos são mantidos com o eixo longo na vertical e, desse modo, possuem um escroto profundo e pendular. Os testículos se orientam com o eixo longo na horizontal no equino e no cão, ao passo que no suíno e no gato eles são inclinados em direção ao ânus. Vascularização, drenagem linfática e inervação do testículo e seus envoltórios A artéria testicular se ramifica diretamente da aorta abdominal e segue a parede abdominal, suspensa dentro da prega vascular juntamente com a veia testicular. No interior do cordão espermático, a artéria testicular é extremamente contorcida. No bovino, 10 centímetros de cordão espermático contêm aproximadamente 7 metros de artéria. A artéria testicular projeta ramos para irrigar o epidídimo e a parte original do ducto deferente. As veias testiculares formam um plexo pampiniforme de elaboração complexa semelhante a uma malha ao redor das alças arteriais. Há anastomoses arteriovenulares entre a artéria testicular e as veias circundantes no cordão. O plexo pampiniforme por fim se reduz a uma veia única, a qual desemboca na veia cava caudal. O amplo contato entre os vasos no interior do funículo refrigera o sangue dentro da artéria em sua descida para o testículo. Os linfáticos do testículo desembocam nos linfonodos aórticos lombares e nos linfonodos ilíacos mediais. A linfa conduz uma fração substancial dos hormônios produzidos pelos testículos. No caso de tumor testicular, é fundamental remover o testículo afetado o quanto antes, já que o acesso aos linfonodos é impossível devido à sua localização na parede dorsal do abdome e da pelve. Os testículos recebem inervação do sistema nervoso autônomo. As fibras parassimpáticas se derivam do nervo vago e do plexo pélvico; as fibras simpáticas emergem do plexo mesentérico caudal e do plexo pélvico. Os envoltórios do testículo são vascularizados pela artéria e veia pudendas externas (a. et v. pudenda externa). Os linfáticos desembocam nos linfonodos escrotais ou inguinais superficiais. A inervação deriva dos ramos ventrais dos nervos lombares. Os nervos ílio- hipogástrico, ilioinguinal e genitofemoral contribuem para sua inervação. Uretra A uretra masculina se prolonga desde o óstio interno da uretra na extremidade caudada do pescoço da vesícula urinária até o óstio externo da uretra na extremidade livre do pênis. Conforme sua localização, ela pode ser dividida em uma parte pélvica e uma parte peniana. A parte pélvica pode ser subdividida em uma parte pré- prostática proximal, a qual conduz urina, e uma parte prostática, a qual recebe a companhia do ducto deferente e do ducto vesicular ou ejaculatório combinados. Na parte pré-prostática, há uma crista uretral que se projeta no lúmen e termina em um espessamento. O colículo marca as aberturas dos ductos deferentes (no equino e nos ruminantes, os ductos ejaculatórios combinados) e é acompanhado pelas aberturas muito menores pelas quais os vários ductos prostáticos liberam suas secreções. Ao deixar a cavidade pélvica, a uretra é envolvida por um tecido altamente vascularizado e prossegue como parte do pênis. Glândulas genitais acessórias As glândulas genitais acessórias situam- se na extensão da parte pélvica da uretra. Sua presença varia entre as espécies e pode incluir algumas das seguintes: ❖ Ampla do ducto deferente ou glândula ampular. ❖ Glândula vesicular ❖ Próstata ❖ Glândula bulbouretral O touro e o garanhão possuem o conjunto completo de glândulas acessórias. O cachaço possui as glândulas vesiculares, bulbouretrais e a próstata. No gato estão presentes a ampola do ducto deferente, as glândulas bulbouretrais e a próstata, e apenas a ampola do ducto deferente e a próstata estão presentes no cão. A ampola do ducto deferente envolve a parte terminal do ducto deferente e foi descrita anteriormente neste capítulo. Glândula vesicular As glândulas vesiculares pares estão presentes em todos os mamíferos domésticos, com exceção do cão e do gato. Em ruminantes e no equino, seu ducto excretor se une ao ducto deferente logo antes de seu término e essa passagem comum curta é denominada ducto ejaculatório. No cachaço, as glândulas vesiculares se abrem separadamente na uretra, próximas ao colículo seminal. A glândula vesicular do equino é um órgão oco relativamente grande com uma parede muscular espessa e uma superfície lisa. No touro e no cachaço, a superfície é irregular. A glândula vesicular é particularmente bem- desenvolvida no cachaço, apresentando um formato piramidal característico. No touro, essa glândula pode ser palpada transretalmente. Próstata A próstata está presente em todos os mamíferos domésticos. Em alguns ela é composta por duas partes, uma espalhada difusamente na parede da uretra pélvica, a parte disseminada, e a outra é um corpo compacto situado externamente à uretra. O equino possui apenas o corpo e os pequenos ruminantes possuem apenas a parte disseminada. O touro possui ambos, mas o corpo é pequeno e plano. No cão e no gato, há apenas vestígios da parte disseminada, mas o corpo é grande e globular. Ele é tão extenso nessas espécies que envolve completamente a uretra no cão e grande parte da uretra no gato. A hipertrofia da próstata é relativamente comum em cães mais velhos e pode levar a obstrução devido à pressão da próstata aumentada sobre o reto. Glândula bulbouretral A glândula bulbouretral par é encontrada em todos os mamíferosdomésticos, com exceção do cão. Ela se situa na face dorsal da uretra pélvica próxima à extremidade caudada. No garanhão, seu tamanho é o mesmo de uma noz, enquanto no touro chega ao tamanho de uma cereja. No gato, ela é bastante pequena e esférica. Seu tamanho é considerável no cachaço, onde se projeta em toda a extensão da parte pélvica da uretra, sendo seu formato cilíndrico. Em suínos castrados é consideravelmente menor, de forma que seu tamanho pode ser usado como indicativo de castração recente. Todas as glândulas genitais acessórias possuem cápsulas de tecido mole bem desenvolvidas e septos internos, os quais são ricos em fibras musculares lisas. Essas fibras musculares são inervadas pelo sistema nervoso autônomo e são responsáveis por expelir a secreção das glândulas. A testosterona possui um efeito positivo sobre a produção de secreções e contém frutose e citrato para nutrição, transporte e proteção dos espermatozoides. A testosterona também intensifica a movimentação dos espermatozoides e atua como agente de tamponamento fisiológico contra o ambiente ácido no interior da vagina. Pênis O pênis se origina como dois pilares do arco isquiático. Os pilares convergem para formar a raiz do pênis, a qual prossegue como o corpo do pênis até a glande do pênis. O pênis é suspenso entre as coxas na face ventral do tronco com sua extremidade livre voltada para o umbigo em todos os mamíferos domésticos, com exceção do gato, no qual ele se direciona caudalmente. O órgão é construído a partir de três colunas de tecido erétil, as quais são independentes na raiz do pênis, mas se combinam nos segmentos restantes do pênis. O pênis compõe-se das seguintes divisões e subdivisões: • Raiz do pênis com: - Pilares do pênis formado por duas lunas de tecido cavernoso. - Bulbo ímpar do pênis formado pelo corpo esponjoso do pênis. • Corpo do pênis com: - Corpo cavernoso - Corpo esponjoso • Glande do pênis com: - Corpo esponjoso - Osso peniano, uma modificação do corpo cavernoso (cão). As duas colunas dorsais de tecido erétil são conhecidas como os pilares do pênis e consistem em um centro de tecido cavernoso envolvido por uma camada espessa de tecido conectivo, a túnica albugínea. Os corpos cavernosos pares preenchidos com sangue convergem e prosseguem distalmente no corpo do pênis. O corpo cavernoso de cada pilar permanece distinto dentro do corpo, onde existe um septo entre eles. O dorso do pênis é marcado por um sulco raso, enquanto a face ventral apresenta um sulco profundo para acomodar a uretra e sua lâmina vascular, o corpo esponjoso. O corpo esponjoso ímpar fornece a terceira coluna de tecido erétil e é mais delicado que os corpos cavernosos com espaços maiores para o sangue separados por septos mais finos. O corpo esponjoso se origina na abertura pélvica caudal com alargamento repentino do pouco tecido esponjoso que circunda a parte pélvica da uretra. A expansão forma o bulbo do pênis, anteriormente denominado bulbo uretral, um sáculo esponjoso, preenchido com sangue e com dois lobos que se situa entre os pilares próximos ao arco isquiático. O bulbo forma uma união ininterrupta com o corpo esponjoso do pênis que envolve a uretra peniana. O corpo esponjoso se prolonga para além da extremidade distal do corpo cavernoso para formar a glande do pênis, a qual constitui o ápice do órgão inteiro. Na glande do pênis, está o óstio externo da uretra em todos os mamíferos domésticos, com exceção dos pequenos ruminantes, nos quais um processo uretral livre prolonga a uretra para além da glande. Há dois tipos diferentes de pênis nos mamíferos domésticos quanto à estrutura do corpo cavernoso. O tipo de pênis fibroelástico dos ruminantes e do suíno possui pequenos espaços sanguíneos divididos por quantidades substanciais de tecido fibroelástico resistente e é envolvido por uma túnica albugínea espessa que envolve tanto o corpo cavernoso quanto o corpo esponjoso. Nesses animais, o pênis em repouso exibe uma flexura sigmoide entre as coxas. Relativamente pouco sangue adicional é necessário para deixar esse tipo de pênis ereto, e o alongamento do pênis é alcançado principalmente ao se deixar a flexura sigmoide reta. No tipo de pênis musculo cavernoso, os espaços sanguíneos são maiores e a túnica e os septos interpostos são mais delicados e musculares. Esse tipo musculo cavernoso é encontrado no garanhão e em carnívoros. Um volume de sangue consideravelmente maior é necessário para se alcançar a ereção, a qual é marcada por um aumento significativo tanto de diâmetro como de comprimento do pênis (Figs. 10-1, 10-2 e 10-5). A glande do pênis exibe alterações específicas de cada espécie. No garanhão, a glande se assemelha a um cogumelo, sendo que a coroa é a parte mais larga. Na direção do corpo do pênis e por trás da corona, a glande é comprimida para formar o colo da glande. A extremidade livre da coroa é marcada por uma fossa central na qual a parte terminal da uretra se projeta A fossa da glande tende a acumular esmegma, cujo espessamento pode causar desconforto. No cão, a extremidade distal do corpo cavernoso é modificada para formar o osso peniano, o qual apresenta um sulco ventral para acomodar a uretra no interior do corpo esponjoso. O envolvimento parcial da uretra dentro do sulco do osso peniano impede a passagem de cálculos uretrais, os quais podem ficar alojados na extremidade proximal do osso. A glande do pênis é bastante avantajada e se divide em uma parte longa, a parte longa da glande e uma parte proximal expandida, o bulbo da glande. A forma característica das duas partes da glande corresponde ao formato do bulbo vestibular da fêmea. A separação forçada do macho e da fêmea caninos durante o coito pode causar lesões graves aos dois animais. O pênis do gato tem características que o tornam único entre os mamíferos domésticos, devido à sua orientação caudal em estado de repouso. No gato, o osso peniano mede de 5 a 8 mm e não possui sulco ventral. A glande dispõe de papilas queratinizadas, as quais se direcionam proximamente em estado de repouso e se irradiam em todas as direções durante a ereção. As papilas diminuem de tamanho com a castração. Durante a ereção, a direção do pênis se inverte com o auxílio do ligamento da extremidade do pênis. A obstrução da uretra por cálculos é bastante comum no gato. No suíno, a terminação livre do pênis gira em torno de seu eixo longitudinal, de modo semelhante a um saca-rolhas, em cujo topo há uma pequena glande (Fig. 10-26). Embora a anatomia geral inclua o pênis do suíno no tipo fibroelástico, há evidências histológicas que sustentam a opinião de alguns autores de que o pênis do suíno é do tipo musculo cavernoso. No touro, a extremidade livre do pênis é coroada por uma pequena glande, a qual é assimétrica e ligeiramente espiralada. A uretra termina em uma projeção baixa com uma abertura oblíqua e estreita em sua ponta. A extremidade do pênis é bastante característica em pequenos ruminantes, nos quais o processo uretral prossegue (cerca de 4 cm no ovino e 2,5 cm no caprino) além da glande substancial. O processo uretral contém tecido erétil. Prepúcio O prepúcio, ou bainha, é uma dobra de pele que cobre a extremidade livre do pênis em estado de repouso. Ele consiste em uma lâmina externa e outra interna, as quais são contínuas no óstio prepucial. O prepúcio equino possui uma característica distinta ao apresentar uma prega adicional que permite o alongamento considerável do pênis durante a ereção. Divertículo prepucial Septo Pênis com glande do pênis Óstio prepucial Prepúcio e da glande do pênis do cachaço (representaçãoesquemática). Cavidade prepucial Corpo cavernoso Corpo esponjoso Uretra Prega prepucial Prega prepucial Glande do pênis Fossa da glande do pênis Processo uretral Ânulo prepucial Óstio. A lâmina externa é a pele da superfície exterior, a qual prossegue como a bainha interna no ânulo prepucial. Por fim, ela forma uma camada visceral, a qual é aplicada diretamente sobre a parte distal do pênis. A lâmina interna possui uma grande quantidade de tecido linfoide e glândulas sebáceas modificadas que secretam esmegma, o qual facilita a introdução do pênis na vagina. A lâmina externa é marcada por uma rafe mais ou menos distinta como a continuação da rafe do escroto. O prepúcio pode ser retraído e projetado por meio de diversos músculos estriados, os quais podem ser entendidos como destacamentos do músculo cutâneo do tronco. Os músculos prepuciais caudais estão presentes em todas as espécies domésticas, exceto no equino, e servem para retrair o prepúcio e expor a extremidade do pênis. Os músculos prepuciais craniais que projetam o prepúcio são encontrados apenas em ruminantes. No touro e no cachaço, pelos longos circundam a entrada para o prepúcio. No cachaço, o prepúcio se dobra sobre si dorsalmente para formar o divertículo prepucial, o qual é dividido em dois compartimentos por um septo mediano. Ele possui uma capacidade de cerca de 135 ml e contém fluido de aroma pungente composto de resquícios celulares e urina, responsáveis pelo odor característico. Músculos do pênis Os músculos do pênis compreendem: ⬧ Músculo isquiocavernoso. ⬧ Músculo bulboesponjoso. ⬧ Músculo retrator do pênis par Os músculos isquiocavernoso pares são fortes, emergem do arco isquiático e envolvem os pilares até a altura de sua fusão na raiz do pênis. O músculo bulboesponjoso é a continuação extrapélvica do músculo uretral estriado, o qual envolve a parte pélvica da uretra. Ele se prolonga distalmente na superfície do corpo esponjoso em uma distância que varia conforme o tipo de pênis. Em animais com pênis fibroelástico, ele se limita ao terço proximal do pênis; no garanhão, ele prossegue até a extremidade do pênis. O músculo retrator do pênis também é par e emerge das vértebras caudais, descendo através do períneo ao redor do ânus para alcançar o pênis. Em espécies com uma flexura sigmoide (ruminantes e suíno), ele se fixa ao arco caudal dessa flexura; em espécies com pênis musculocavernoso, ele segue o músculo bulboesponjoso até a extremidade do pênis. O músculo retrator compõe-se principalmente de fibras musculares lisas. Vascularização, drenagem linfática e inervação da uretra e do pênis A uretra, as glândulas genitais acessórias e o pênis são irrigados por ramos da artéria pudenda interna. Um ramo, a artéria prostática, irriga os órgãos genitais situados na cavidade pélvica. Na altura do arco isquiático, a artéria pudenda interna se divide em artéria do bulbo do pênis, que irriga o corpo esponjoso, artéria profunda do pênis, que irriga o corpo cavernoso, e artéria dorsal do pênis, que segue a extensão do pênis para irrigar a glande. A artéria pudenda interna é aumentada por ramos da artéria pudenda externa para vascularização da extremidade do pênis e forma anastomose com a artéria dorsal do pênis para vascularizar também o prepúcio. No garanhão, formam-se anastomoses adicionais entre a artéria dorsal do pênis e a artéria obturatória. Os vasos linfáticos dos órgãos genitais situados na cavidade pélvica fluem para os linfonodos ilíacos mediais e para os linfonodos sacrais. Os vasos linfáticos do pênis e do prepúcio escoam para os linfonodos inguinais (do escroto) superficiais. A inervação do pênis é realizada pelo nervo pudendo par, o qual transporta múltiplas fibras parassimpáticas. Encontra-se uma grande quantidade de terminações nervosas na glande do pênis e na lâmina interna do prepúcio. Ereção e ejaculação No início da ereção, o fluxo sanguíneo para o pênis aumenta enquanto as paredes das artérias irrigadoras relaxam. Ao mesmo tempo, o fluxo venoso se obstrui na raiz do pênis, onde as veias são comprimidas contra o arco isquiático, o que causa um efeito maior sobre o corpo cavernoso do que sobre o corpo esponjoso; este último, portanto, é preenchido depois do corpo cavernoso. O processo continua e se intensifica após a introdução do pênis e a pressão interna do tecido erétil se eleva ainda mais. Após a ejaculação, o corpo cavernoso se esvazia antes do corpo esponjoso, e a pressão cai rapidamente. Em espécies com pênis fibroelástico, pouco sangue adicional é necessário para distender os espaços cavernosos. Portanto, obtém-se ereção total mais rapidamente. O pênis não aumenta muito de tamanho e sua projeção ocorre em grande parte devido ao recolhimento da flexura sigmoide. No tipo musculocavernoso de pênis, os espaços cavernosos são muito maiores e é necessário reter um volume maior de sangue para obter ereção total. Portanto, esse processo requer mais tempo e há um aumento muito maior da extensão e do diâmetro do pênis. A ereção ocorre antes da ejaculação. O sêmen é transportado continuamente em direção à ampola do ducto deferente através de movimentos peristálticos do ducto do epidídimo e do ducto deferente, causados por células musculares lisas no interior de suas paredes. A atividade secretora do revestimento do ducto do epidídimo é regulada por andrógenos, os quais têm efeito positivo sobre a motilidade espermática. Expressões clínicas relacionadas ao sistema genital masculino: orquite, orquiectómica, funiculite, epididimite, prostatite, cisto paraprostático, priapismo, fimose, criptorquidismo, neoplasia de células de Sertoli, hérnia inguinal, torções testiculares etc.
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