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@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues CONTRACEPÇÃO MÉTODOS DE BARREIRA PRESERVATIVO MASCULINO O preservativo masculino de látex é um método acessível e de escolha para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Apresenta índice de Pearl muito acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Sua falha de uso, na prática, é de 15 gestações a cada 100 mulheres por ano. Para obter o máximo de eficácia, é necessário o uso correto, e então ocorrem apenas 2 gestações a cada 100 mulheres por ano. Em geral, não apresenta efeitos colaterais, salvo casos raros de reação alérgica aguda – na maioria dos casos, ao látex. O risco de ruptura do preservativo é de aproximadamente 3% e está relacionado ao atrito.26 O uso de lubrificantes à base de água pode diminuir esse risco. Não se devem usar produtos à base de petróleo, como o óleo mineral, pois uma exposição a eles – mesmo sendo rápida – é suficiente para reduzir muito a resistência dos preservativos. PRESERVATIVO FEMININO O preservativo feminino é uma bolsa cilíndrica feita de plástico fino, transparente e suave, limitado por dois anéis flexíveis, um em cada extremidade. Pode ser inserido antes da relação sexual, não se desloca durante a ereção peniana e não precisa ser retirado imediatamente após a ejaculação. O preservativo feminino também é eficaz em prevenir DSTs, pois protege os órgãos genitais internamente e, inclusive, a base do pênis. Contudo, apresenta baixa adesão por ser caro e pouco prático. Provoca ruídos inconvenientes e é inadequado para algumas posições sexuais. A ruptura do preservativo feminino pode ser menos frequente que a do masculino; o deslizamento parece ser mais comum, sobretudo nas mulheres iniciantes. Tem menor eficácia que o preservativo masculino, com até 21 gravidezes a cada 100 mulheres por ano no uso corrente e 5 gravidezes a cada 100 mulheres por ano em condições ideais de uso. ESPERMICIDA Disponível em tabletes de espuma, geleia ou creme, funciona provocando a morte dos espermatozoides ou desacelerando seus movimentos. O mais utilizado é o nonoxinol-9. É introduzido no interior da vagina, antes da relação sexual, podendo acompanhar o diafragma. Seu uso com preservativos masculinos foi proscrito pela OMS, pois pode aumentar o risco de contaminação pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). O espermicida é sempre prescrito com o diafragma. O nonoxinol-9 é tóxico para os lactobacilos que normalmente colonizam a vagina. As mulheres que usam espermicidas com regularidade apresentam maior colonização vaginal pela bactéria Escherichia coli e podem estar predispostas a bacteriúria por E. coli após a relação sexual. DIAFRAGMA O diafragma é um dispositivo de látex em formato de capuz que cobre o colo uterino. Apresenta-se em diferentes tamanhos, o qual deve ser indicado pelo ginecologista. Tem ação mecânica, impedindo a ascensão dos espermatozoides no trato genital. A eficácia depende da colocação correta antes da relação sexual. O diafragma pode ser introduzido algumas horas antes da relação sexual. Se houver outra relação sexual, deve-se pôr mais geleia espermicida na vagina sem retirar o diafragma. Este deve ser mantido no lugar durante, no mínimo, 6 h após a relação sexual para que se possibilite a imobilização dos espermatozoides. Depois de removido, deve-se lavar com água e sabão, esperar secar e guardar em local fresco. Não deve ser pulverizado com talco, uma vez que a exposição genital a esse produto eleva o risco de câncer de ovário. Riscos O uso do diafragma, em particular o uso prolongado durante múltiplas relações sexuais, parece aumentar o risco de infecções vesicais. O risco de cistite eleva-se com o número de dias de uso do diafragma em 1 semana.49 Pode-se usar um diafragma menor de vedação ampla ou um capuz cervical em caso de cistite recorrente, embora o problema possa estar relacionado não apenas à compressão mecânica, mas também às alterações da flora vaginal produzidas pelo espermicida.
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