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OBRIGAÇÕES de DAR COISA INCERTA (1)

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1 
 
DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES - DN3 
CLASSIFICAÇÃO BÁSICA: (principal) - continuação 
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA – também conhecida como obrigação genérica. 
Indica que a obrigação tem por objeto uma coisa indeterminada, pelo menos inicialmente, sendo ela 
somente indicada pelo gênero e pela quantidade, restando uma indicação posterior quanto à sua 
qualidade que, em regra, cabe ao devedor. (arts. 243 e 244 CC) 
O objeto obrigacional deve ser determinável (conforme dispõe o art. 104, inc. II, do CC). 
Ex.: Duas partes pactuam a entrega de um animal que faz parte do rebanho do vendedor (devedor 
da coisa). Nesse caso, haverá a necessidade de determinação futura do objeto, por meio de uma 
escolha. (coisa incerta é coisa indeterminada, porém suscetível de determinação futura). 
A determinação se faz pela escolha, denominada concentração (ato unilateral) que, em regra 
cabe ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação. 
O devedor, por sua vez, não poderá dar a pior coisa ao credor, nem é obrigado a dar a melhor. 
(princípio da equivalência das prestações, pelo qual a escolha do devedor não pode recair sobre a 
coisa que seja menos valiosa. Em complemento, o devedor não pode ser compelido a entregar a 
coisa mais valiosa, devendo o objeto obrigacional recair sempre dentro do gênero intermediário). 
O Art. 244 do CC busca a vedação do enriquecimento sem causa (arts. 884 a 886 do CC), 
sintonizada com a função social obrigacional e com a boa-fé objetiva. (norma de ordem pública, que 
não pode ser afastada por vontade dos contratantes ou negociantes) 
Após a escolha feita pelo devedor (cientificado o credor), a obrigação genérica é convertida em 
obrigação específica (art. 245 do CC). Feita essa conversão aplicam-se as regras previstas para a 
obrigação de dar coisa certa (arts. 233 a 242 do CC). 
Em regra, Antes da concentração, não há que se falar em inadimplemento da obrigação genérica, 
em regra. 
 O art. 246 do CC consagra a regra de direito pela qual o gênero nunca perece (genus nunquam 
perit): antes da escolha (individualização) não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da 
coisa, ainda que em decorrência de caso fortuito (evento imprevisível) ou força maior (evento 
previsível, mas inevitável). 
Pelo art. 498, parágrafo único, do CPC/2015, in verbis: “tratando-se de entrega de coisa determinada 
pelo gênero e pela quantidade, o autor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, 
ou, se a escolha couber ao réu, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz”. 
(TARTUCE, Flávio Manual de direito civil: volume único. 10. ed. rev, atual. e ampl. – Rio de 
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. P. 534 a 545 - adaptado) 
 
 
 
 
 
Artigos Código Civil (243 A 246 DO CC) 
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. 
2 
 
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário 
não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. 
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. 
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força 
maior ou caso fortuito.

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