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DIREITOS HUMANOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS Professoras: Dra. Daniela Menengoti Ribeiro Me. Mariane Helena Lopes DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Pós-graduação e Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Pós-graduação e Extensão Fellipe de Assis Zaremba Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Designer Educacional Marcus Vinicius A. S. Machado Editoração Arthur Murilo Heicheberg Qualidade Textual Felipe Veiga da Fonseca C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; RIBEIRO, Daniela Menengoti; LOPES, Mariane Helena. DIREITOS HUMANOS E REALIDADES REGIONAIS. Daniela Menengoti Ribeiro; Mariane Helena Lopes. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 29 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Direitos Humanos. 2. Regionais. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 323 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 sumário 06| OS DIREITOS HUMANOS E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS 11| AS GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS E AS DIMENSÕES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS 17| A CRÍTICA AOS DIREITOS HUMANOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Compreender a diferença entre os direitos humanos e direitos fundamentais. • Classificar as gerações e dimensões desses direitos. • Conhecer a crítica aos direitos humanos. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Os direitos humanos e os direitos fundamentais • As gerações de direitos humanos e as dimensões de direitos fundamentais • A crítica aos direitos humanos DIREITOS HUMANOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS INTRODUÇÃO introdução Neste estudo aprenderemos sobre a diferença entre os direitos humanos e direitos fundamentais, pois não são raras as vezes que as expressões são con- fundidas e equivocadamente utilizadas. Do ponto de vista histórico, os direitos fundamentais são, originalmente, direitos humanos, uma vez que a concepção de direitos fundamentais é esta- belecida pelo ordenamento jurídico de cada país, normalmente especificados na Constituição, e os direitos humanos caracterizam-se pela proteção interna- cional e universal. Nessa perspectiva, enquanto os direitos fundamentais declaram direitos no âmbito de determinado Estado, os Direitos Humanos apontam para uma di- mensão não restrita ao direito positivo nacional, mas de abrangências e com princípios internacionais. Analisaremos as gerações e dimensões desses direitos. Adotaremos a expressão gerações para os direitos humanos e dimensões para os direitos fundamentais, porque o termo gerações supõe o processo de evolução de de- terminado direito, ao passo que dimensão nasce desse processo evolutivo já consolidado. Assim, seguindo a clássica categorização: os direitos civis e políticos cons- tituirão a primeira geração. Os direitos econômicos e sociais contemplarão a segunda geração. A terceira geração, por sua vez, incluirá os direitos com a preo- cupação surgida a partir do final da Segunda Guerra Mundial. Analisaremos ainda a quarta e quinta gerações, advindos dos novos direitos, que emergiram no final do século XX e que projetam desafiadoras discus- sões, mas que se identificam com a universalização de direitos fundamentais já existentes. Esse processo de reconhecimento de garantias dos direitos humanos nos sistemas normativos nacionais e internacionais resulta do processo de ama- durecimento histórico, e a positivação de tais direitos é etapa indispensável e indissociável para sua eficaz proteção. Pós-Universo 6 OS DIREITOS HUMANOS E OS direitos fundamentais Pós-Universo 7 Diante da importância temática, grande número de doutrinadores dedicam-se ao estudo e às reflexões acerca dos direitos dos homens. Não há, porém, quer na esfera conceitual, quer na terminológica, consenso doutrinário para a expressão direitos fundamentais, posto que, não raras vezes, expressões como direitos humanos, di- reitos do homem e direitos subjetivos lhe são equiparadas. Para refletirmos sobre este debate, faremos uma distinção entre a expressão direitos fundamentais e a expressão direitos humanos (SARLET, 2007, p. 33). Do ponto de vista histórico, os direitos fundamentais são, originalmente, direitos humanos. Estabelecendo, contudo, um corte epistemológico para estudar sincroni- camente os direitos fundamentais, deve-se distingui-los: “ [...] enquanto manifestações positivas do direito, com aptidão para a produ- ção de efeitos no plano jurídico, dos chamados direitos humanos, enquanto pautas ético-políticas, situadas em uma dimensão suprapositiva, deontica- mente diversa daquela em que se situam as normas jurídicas – especialmente aquelas de direito interno (GUERRA FILHO, 1997, p. 12). A concepção de direitos fundamentais é estabelecida pelo ordenamento jurídico de cada país, normalmente especificados na Constituição. Tal conjunto de direitos possui estatuto especial no direito interno das nações, sendo considerado exigência básica para que um Estado integre a comunidade internacional (BARRETO, 2010, p. 243). Assim, enquanto os direitos fundamentais declaravam direitos considerados básicos em determinado Estado, os direitos humanos apontavam para uma dimensão propriamente humana do cidadão, não restrita ao direito positivo nacional (BARRETO, 2010, p. 59), mas de abrangências e com princípios internacionais. Nestes termos, os direitos humanos expressam compromissos nacionais com valores destinados a es- tabelecer uma ordem internacional politicamente justa. Nas palavras de Marcelo Neves, “ [...] tanto os direitos humanos quanto os direitos fundamentais dizem res- peito à inclusão da pessoa e à diferenciação da sociedade. Os conteúdos praticamente coincidem. A diferença reside no âmbito de suas pretensões de validade. Os direitos fundamentais valem dentro de uma ordem consti- tucional estatalmente determinada. Os direitos humanos pretendem valer para o sistema jurídico mundial de níveis múltiplos, ou seja, para qualquer ordem jurídica existente na sociedade mundial (NEVES, 2009, p. 253). Pós-Universo 8 Na visão de John Rawls (1921 – 2002), os direitos humanos diferenciam-se das garantias constitucionais e exercem três papéis relevantes: a) sua observância representa condi- ção necessária para que seja legitimado um regime político e aceita sua ordem jurídica; b) o respeito aos direitos humanos no direito interno representa condição suficiente para excluir-se a intervenção de outras nações em seus assuntos internos por meio, por exemplo, de sanções econômicas ou do uso de força militar; e c) os direitos humanos estabelecem um limite último ao pluralismo entre os povos (RAWLS, 1996, p. 74-75). Segundo Konrad Hesse, “ um mesmo direito fundamental podia significar algo absolutamente diferen- te numa Constituição socialista e no texto constitucional de uma democracia ocidental; e, enquanto os direitos fundamentais ainda hoje, na Europa oci- dental e na América do Norte, são interpretados basicamente segundo seu significado originário (clássico) como liberdades individuais e direitos políticos, surgem, com peso desigual, outras dimensões: direitos sociais, de participa- ção, de prestações para a satisfação das necessidades materiaisbásicas da população; especialmente em Estados do Terceiro Mundo, direitos de grupos e de Estados, como o direito ao desenvolvimento, à paz e à proteção do meio ambiente ou o direito de participar do patrimônio comum da humanidade; os direitos humanos se veem, assim, coletivizados (HESSE, 2009, p. 25). Se no âmbito interno os direitos fundamentais dependem de normatização, os direitos humanos seguem caracterizados pela proteção internacional e universal, atingindo a todas as pessoas. Ou seja, a expressão direitos humanos guarda relação com os documentos de direito internacional, aspirando validade universal para todos os povos e épocas, de tal sorte que revelam inequívoco caráter supranacional (KROHLING, 2009, p. 24). Segundo Fábio Konder Comparato (2001, p. 136), “ninguém mais nega, hoje, que a vigência dos direitos humanos independe do seu reconhecimento constitucional, ou seja, de sua consagração no direito positivo estatal como direitos fundamentais”. Pós-Universo 9 Assim, não há dúvida de que os direitos fundamentais também são direitos humanos, de maneira que seu titular será sempre o ser humano, sendo aqueles os direitos reconhecidos e positivados na esfera do direito constitucional de determina- do Estado, ao passo que os direitos ligam-se intimamente aos documentos de direito internacional. Isso independe de sua vinculação com a Constituição, razão pela qual possuem validade universal para todos os povos e tempos, possuindo, assim, caráter supranacional. Desse modo, ao analisar-se a diferença entre direitos humanos e fun- damentais, é possível verificar que os termos são reciprocamente complementares (HESSE, 2009). Nas palavras de Ingo Wolfgang Sarlet, “ uma possível distinção é de que o termo “direitos fundamentais” se aplica para aqueles direitos do ser humano reconhecidos e positivados na esfera do direito constitucional positivo de determinado Estado, ao passo que a ex- pressão “direitos humanos” guardaria relação com os documentos de direito internacional, por referir-se àquelas posições jurídicas que se reconhecem ao ser humano como tal, independentemente de sua vinculação com determi- nada ordem constitucional, e que, portanto, aspiram à validade universal, para todos os povos e tempos, de tal sorte que revelem um inequívoco caráter supranacional (internacional) (2006, p. 62). A expressão gerações de direitos induz ao equívoco de considerar-se um proces- so substitutivo e de sucessão cronológica, e de suposta caducidade, portanto, dos direitos de gerações anteriores – o que não é verdadeiro (BONAVIDES, 1997). Com efeito, o vocábulo dimensão substitui o termo geração de forma mais adequada, contemplando a visão integral dos direitos humanos. Para Willis Santiago Guerra Filho, tal contexto “ [...] não se justifica apenas pelo preciosismo de que as gerações anteriores não desaparecem com o surgimento das mais novas. Mais importante é que os direitos gestados em uma geração, quando aparecem em uma ordem jurídi- ca que já traz direitos da geração sucessiva, assumem uma outra dimensão, pois os direitos de geração mais recentes tornam-se um pressuposto para entendê-los de forma mais adequada, e, consequentemente, também para melhor realizá-los (1997, p. 13). Pós-Universo 10 No caso do direito individual de propriedade, num contexto em que se reconhe- ce a segunda dimensão dos direitos fundamentais, o mesmo só pode ser exercido observando-se sua função social e, com o aparecimento da terceira dimensão, ob- servando-se igualmente sua função ambiental (GUERRA FILHO, 1997). Para Willis Santiago Guerra Filho (2005, p. 670), “as diversas gerações de direitos humanos correspondem às dimensões dos direitos fundamentais”, porque o termo gerações supõe o processo de evolução de determinado direito, ao passo que di- mensão nasce desse processo evolutivo já consolidado. Portanto, as gerações de direitos humanos evoluem e se positivam no plano internacional para, poste- riormente, com a afirmação no direito interno, manifestar-se como dimensão de direitos fundamentais. Assim, em vez de gerações é melhor falarmos em dimensões de direitos fun- damentais, distinguindo a formação sucessiva de uma primeira, uma segunda, uma terceira, uma quarta e, mais recentemente, uma quinta geração. Pós-Universo 11 AS GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS E AS dimensões de direitos fundamentais Pós-Universo 12 Os direitos humanos de primeira geração são direitos civis e políticos, ou direitos do homem. Trata-se dos direitos individuais vinculados à liberdade, à propriedade, à segurança e à resistência às diversas formas de opressão. São “direitos inerentes à in- dividualidade, tidos como atributos naturais, inalienáveis e imprescritíveis, que por serem de defesa e serem estabelecidos contra o Estado, têm especificidade de direi- tos “negativo” (WOLKMER; LEITE, 2001). Nas palavras de Wolkmer e Leite (2001, p. 7), tais direitos apareceram ao longo dos séculos XVIII e XIX, “como expressão de um cenário histórico marcado pelo ideário do jusnaturalismo secularizado, do racionalismo iluminista, do contratualismo socie- tário, do racionalismo individualista e do capitalismo concorrencial”. O período consolida a hegemonia da classe burguesa, que decorre, principal- mente, da insatisfação dos governados com a realidade política, econômica e social da época e estabelece, como fontes legais institucionalizadas dos direitos civis clás- sicos de primeira dimensão, a notável Declaração de Direitos da Virgínia, de 1776, e da França, de 1789. Tais direitos e garantias foram posteriormente positivados pela Constituição norte-americana de 1787, e, pelas Constituições francesas de 1791 e 1793, além da importante influência exercida no Código Napoleônico de 1804, fiel tradutor do espírito liberal-individual (WOLKMER; LEITE, 2001). Segundo Celso Lafer, “ os direitos humanos da Declaração de Virgínia e da Declaração Francesa de 1789 são, neste sentindo, direitos humanos de primeira geração, que se baseiam numa clara demarcação entre Estado e não-Estado, fundamentada no contratualismo de inspiração individualista. São vistos como direitos ine- rentes ao indivíduo e tidos como direitos naturais, uma vez que precedem o contrato social (2009, p. 126). Tais direitos civis e políticos foram consagrados nos sistemas jurídicos por meio do processo histórico e implementados pelas etapas da justificativa e fundamentação, gozando, atualmente, de argumentos que aprofundaram a importância da temática dos direitos humanos para a construção do Estado Liberal de Direito (BARRETO, 2010). Pós-Universo 13 Para Fábio Konder Comparato (2001, p. 51): “ [...] representaram a emancipação histórica do indivíduo perante os grupos sociais aos quais ele sempre se submeteu: a família, o clã, o estamento, as organizações religiosas. Mas em contrapartida, a perda da proteção familiar, estamental ou religiosa tornou o indivíduo muito mais vulnerável às vicis- situdes da vida. A sociedade liberal ofereceu-lhe, em troca, a segurança da legalidade, com a garantia da igualdade de todos perante a lei. São, assim, direitos projetados para proteger o direito individual à liberdade, à segu- rança, à integridade física e à moral da pessoa humana contra os abusos do poder soberano do Estado absolutista. “Esses direitos correspondem essencialmente às obrigações de não fazer para o estado liberal. Fala-se também em ‘direitos-absten- ção’, porque eles exigem do Estado tão somente a não-intervenção no exercício das liberdades individuais.” (SALMON, 2001, p. 397). Pode-se creditar o surgimento e o resguardo dessa geração de direitos à moral individualista e secular, que coloca o indivíduo como centro do poder, combatendo, de outra parte, os arranjos entre poder político e religioso, e assinalando a seculari- zação do poder do Estado (BOBBIO, 2004). São, portanto, direitos que abrigam as liberdades individuais impondo limitações ao poderdo Estado, decorrentes da evolução do direito natural sob a perspectiva de ênfase jusnaturalista centrada no homem, e influenciados pelos ideais iluministas de Rousseau, Locke e Montesquieu. Caracterizam-se, outrossim, por surgir no contexto da formação do constitucionalismo político clássico, que sintetiza as teses do Estado Democrático de Direito, da teoria da tripartição dos poderes, do princípio da soberania popular e da doutrina da universalidade e garantias fundamentais (WOLKMER; LEITE, 2001). Os direitos humanos de segunda geração consistem nos direitos econômi- cos, sociais e culturais, ou direitos humanos fundados social e politicamente sobre os conceitos de igualdade e de justiça social. Estão elencados nesta geração o direito ao trabalho, à saúde, à educação etc. A contextualização histórica dos direitos de segunda geração é nitidamente marcada pelo surto do processo de industrialização e os graves impasses socioeco- nômicos que varreram a sociedade ocidental entre a segunda metade do século XIX e as primeiras décadas do século XX (WOLKMER; LEITE, 2001). Pós-Universo 14 O capitalismo concorrencial evoluiu para a dinâmica financeira e monopolista, e a crise do modelo liberal de Estado possibilitou o nascimento do Estado do Bem- Estar Social, que passou a arbitrar as relações entre o capital e o trabalho. O período ainda registra o desenvolvimento das correntes socialistas, anarquistas e reformistas (WOLKMER; LEITE, 2001). Os direitos sociais ou prestacionais contribuem na transição do constitucionalis- mo liberal – fundado na construção do individualismo, na inação do poder estatal e na propriedade privada – para o constitucionalismo social, uma vez que determinam ou exigem do Estado, enquanto ente propiciador da liberdade humana, a efetiva ga- rantia e eficácia do direito fundamental prestacional. A despeito das conquistas provenientes das lutas sociais pelo reconhecimento e a eficácia dos direitos civis e políticos de primeira geração, bem como dos direitos eco- nômicos, sociais e culturais, outros valores metaindividuais, coletivos e difusos (LEITE, 2001) – como a solidariedade e a fraternidade –, até então não debatidos pela sociedade ocidental, foram colocados em pauta por ocasião do final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e passaram a ser chamados de direitos humanos de terceira geração. Acerca dos direitos mais citados e reconhecidos consensualmente como de terceira dimensão estão o direito à paz, à autodeterminação dos povos, ao desenvol- vimento, ao meio ambiente e à qualidade de vida bem como o direito à conservação e utilização do patrimônio histórico e cultural, e o direito à comunicação. Em razão das transformações sociais ocorridas nas últimas décadas, outros direitos podem ser inseridos na terceira dimensão, como os direitos de gênero, os direitos da criança, do idoso, dos deficientes físicos e mentais, das minorias (étnicas, religio- sas, sexuais) e os novos direitos da personalidade (à intimidade, à honra, à imagem). Nesses termos, a solidariedade (DUGUIT, 2004) e a fraternidade respondem às preo- cupações e às aspirações de paz, de desenvolvimento e de um ambiente saudável, que ganharam impulso no período Pós-Segunda Guerra Mundial (1945 – 1950). Tais direitos transcendem, assim, os Estados, refletindo os objetivos da comunidade internacional: “ A explosão das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, a mutilação e o extermínio de vidas humanas, a destruição ambiental e os danos causados à natureza pelo desenvolvimento tecnológico desencadearam a criação de instrumentos normativos no âmbito internacional. Igualmente uma política go- vernamental em defesa dos consumidores foi sendo estabelecida nas décadas de 1970 e 1980 nos Estados Unidos e na Europa (WOLKMER; LEITE, 2001, p. 11). Pós-Universo 15 Ingo Wolfgang Sarlet (2007, p. 130) destaca que o titular desta geração de direitos não é mais o homem individualmente considerado, posto que ela respeita à prote- ção de categorias ou grupos de pessoas, trazendo “ [...] como nota distintiva o fato de se desprenderem, em princípio, da figura do homem indivíduo como seu titular, destinando-se à proteção de grupos humanos (família, povo, nação), e caracterizando-se, consequentemente, como direitos de titularidade coletiva ou difusa [...]. As novas gerações de direitos resultam, destarte, das novas reivindicações fundamen- tais do ser humano, geradas, dentre outros fatores, pelo impacto tecnológico, pelo estado de beligerância e pelo processo de descolonização do pós-guerra. Na denominação adotada pela ONU, os direitos contemporaneamente consi- derados de terceira e até mesmo de quarta dimensão, assim como os das gerações anteriores, têm servido como ponto de apoio às reivindicações jurídicas dos despri- vilegiados. “Estes direitos têm como titular não o indivíduo na singularidade, mas, sim grupos humanos como a família, o povo, a nação, coletividades regionais ou étnicas e a própria humanidade.” (SARLET, 2009, p. 131). É o exemplo por excelência do direito à autodeterminação dos povos, expresso nos artigos 1º, § 2º, e 55 da Carta das Nações Unidas, consagrado também no artigo 1º do Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, reafirmados nos mesmos termos no artigo 1º do Pacto dos Direitos Civis e Políticos (BRASIL, 2014, on-line)1 e reconhecidos, pacificamente, por todos os Estados como um direito de titularidade coletiva. Tradicionalmente, os direitos humanos são divididos em três gerações: os direitos civis ou negativos, que não exigem nenhuma despesa do Estado; os direitos sociais ou positivos, que implicam intervenção e despesa ao Estado; e os direitos coletivos ou de terceira geração. A quarta geração de direitos humanos é reconhecida doutrinariamente por referir-se aos direitos ligados à biotecnologia, à bioética e à regulação da engenharia ge- nética. “Trata-se dos direitos específicos que têm vinculação direta com a vida humana, como a reprodução humana assistida (inseminação artificial), aborto, eutanásia, trans- plante de órgãos, engenharia genética e outros” (WOLKMER; LEITE, 2001, p. 12). Pós-Universo 16 Esses novos direitos, que emergiram no final do século XX, projetam desafiado- ras discussões, pois identificam-se com a universalização de direitos fundamentais já existentes, como o direito à democracia direta, à informação e ao pluralismo, por exemplo – o que explica o descompasso e os limites da ciência jurídica convencional para regulamentar e proteger com efetividade tais procedimentos. “Daí a priorida- de de se redefinirem as regras, os limites e as formas para o bem-estar e não para a ameaça ao ser humano” (WOLKMER; LEITE, 2001, p. 13). Há doutrinadores que consideram ainda a existência de uma quinta geração de direitos humanos, advinda das tecnologias de informação, do ciberespaço e da realidade virtual em geral, decorrentes da contínua e progressiva evolução da socie- dade (WOLKMER; LEITE, 2001). Outrossim, os direitos reconhecidos como do homem na sua singularidade – sejam eles os de primeira ou de segunda dimensão – têm a titularidade inequívoca do indivíduo. Já os direitos de terceira, de quarta e de quinta dimensões podem im- plicar conflitos no que tange à titularidade do indivíduo e/ou da coletividade, diante da multiplicidade de grupos (trabalhadores, mulheres, minorias étnicas etc.) que even- tualmente sobrepõem-se uns aos outros. Segundo Norberto Bobbio (2004, p. 23), “o problema fundamental em relação aos direitos do homem, hoje, não é tanto o de justificá-los, mas sim o de protegê- -los”. Noutras palavras, o processo de reconhecimento das garantias dos direitos humanos nos sistemas normativos nacionais ou internacionais resulta do proces- so de amadurecimento histórico, e a justificação e a fundamentação dos direitos é etapa indispensável e indissociável da sua proteção. Pós-Universo 17 A CRÍTICA AOS DIREITOS HUMANOSPós-Universo 18 Enquanto os defensores dos direitos humanos baseiam seus fundamentos no jus- naturalismo e no historicismo, os críticos centram sua oposição em duas correntes: a político-ideológica, de que participam conservadores liberais, anarquistas e mar- xistas, todos concordes em que todos concordam que torno da noção de que os direitos humanos encobrem os verdadeiros problemas da sociedade; e a corrente com base na justificação filosófica, que contesta a conceituação dos direitos humanos (WOLKMER; LEITE, 2001). Participam dessa última corrente os críticos empiricistas, que se subdividem em tradicionalista Edmund Burke (1729 – 1797) e utilitarista Jeremy Bentham (1748 – 1832); o crítico providencialista Joseph de Maistre (1753 – 1821); e os críticos his- toricistas, que se subdividem em historicistas racionalistas Benjamin Constant (1767 – 1830) e Auguste Comte (1798 – 1857), historicista organicista Friedrich Carl von Savigny (1779 – 1681) e Friedrich Hegel (1770 – 1831) e historicistas materialistas Karl Marx (1818 – 1883) e August Ferdinand Bebel (1840 – 1913). Edmund Burke foi um famoso político inglês do século XVIII, e opõe-se à Revolução Francesa, que, para ele, possuía bases frágeis, por adotar uma teoria dos direitos humanos com preposições simples, universais e dogmáticas, que fazia apelo às leis da razão, claras e indiscutíveis e que se justificavam a si próprias. Em sua principal obra, as “Reflexões sobre a Revolução em França”, o autor incentivou os dirigentes europeus a resistir à Revolução Francesa. Joseph de Maistre foi uma das vozes mais influentes do pensamento con- trarrevolucionário no período seguinte a Revolução Francesa de 1789. Para o filósofo e diplomata, Deus é o verdadeiro protagonista e sujeito da histó- ria. Argumentava também em favor da suprema autoridade do Papa, quer em matéria religiosa, quer em termos políticos. É o autor da célebre frase: “cada povo tem o governo que merece”. Fonte: as autoras. saiba mais Pós-Universo 19 Marx questionou de modo particular as condições materiais e econômicas, assina- lando “a necessidade de analisar os efeitos que produzem o progresso técnico e as mudanças da estrutura econômico-social sobre os direitos do homem considera- dos como ideias, como conceitos operantes e como instrumentos eficazes” (CARR; ARON, 2002, p. 10). Quis sugerir, destarte, que todas as manifestações de vida, incluí- das as sociedades humanas, evoluem e mudam, e também os direitos do homem, quer sejam individuais, quer sejam de grupos. Ao analisar Marx, Costa Douzinas (2009, P. 171) destaca que: “ [...] a liberdade que eles proclamam é negativa, baseada numa sociedade de mônadas isoladas que se veem como uma ameaça e um obstáculo para seus fins. A propriedade privada dos meios de produção separa as pessoas das fer- ramentas de seu trabalho e as divide em capitalistas e escravos do trabalho assalariado. As liberdades de opinião e expressão são o equivalente espiritual da propriedade privada, uma postura que pode ter sido levemente exagera- da num momento de convulsão política, quando Marx escreveu, mas que soa mais plausível na era de Murdoch, Turner e Gates. A igualdade formal promove a desigualdade real e mina as relações reais e diretas entre as pessoas. Nas palavras de Vicente de Paulo Barreto (2010, p. 22-23), “ [...] crítica aos direitos humanos tornou-se, principalmente sob a influência do marxismo e do positivismo, mais radical, passando a identificar no estado de direito e nas declarações de direito das constituições simples constru- ções formais, que excluíam das garantias efetivas grandes contingentes da população. A crítica baseada na insuficiência conceitual e na ineficácia dos direitos humanos teve seu alicerce no pensamento do historiador do direito e filósofo francês Michel Villey. Para o autor, a avalanche dos direitos humanos surgiu, num primeiro momento, como instrumento de proteção do indivíduo frente ao Estado, terminou por bene- ficiar determinadas classes sociais – a dos proprietários, constituindo, portanto, um direito dos ricos –, além de prejudicar a liberdade de opinião, impedindo aos cató- licos o exercício da liberdade religiosa, e os direitos garantidores da felicidade, da saúde e da cultura para todos de forma igualitária, o que veio a justificar diferentes formas de despotismo (VILLEY, 2007). Pós-Universo 20 Ideias como as de Michel Villey, juntamente com o marxismo, o positivismo e a influência marcante do cientificismo nas ciências sociais, marcaram, na segunda metade do século XX, a contestação aos direitos humanos e a tentativa de construir- -se um direito sem direitos humanos (BARRETO, 2010). Contemporaneamente, tal negação foi reforçada pela obra de François Ewald, que analisa o direito como simples nome, sem qualquer substância, designando prá- ticas jurídicas reveladas pelo positivismo crítico. Para François Ewald, os direitos humanos são formas jurídicas de diferentes ex- periências, o que impossibilita sua análise enquanto parâmetros universais. O autor não se preocupa em estabelecer princípios racionais que justifiquem uma categoria de direitos comuns a todos os seres humanos (BARRETO, 2010). A razão central de se considerar os fundamentos dos direitos humanos no mesmo nível de importância analítica da sua positividade, destarte, reside no fato de que sua eficácia encontra-se ligada à fundamentação ética que os envolve. Um dos principais argumentos favoráveis à tese de que os direitos humanos não são universais baseia-se na constatação empírica da existência de uma grande diver- sidade de moralidades e de sistemas jurídicos. “ O debate sobre o multiculturalismo e os direitos humanos tornou-se central na arena das controvérsias políticas da atualidade, em virtude de, na cultura Ocidental, a exclusão religiosa, social, econômica ou política sempre ter re- fletido a violação dessa categoria de direitos (BARRETO, 2010, p. 238). Tais violações, no entanto, não representam a negação ou a rejeição dos direitos humanos. A própria história tem demonstrado que eles adquirem força e, ao serem negados, convertem-se em argumentos poderosos contra os próprios atos de prepo- tência que os negam. Assim, aceitar o argumento de que a diversidade de moralidades e de sistemas jurídicos regulam, de forma diferenciada, uma mesma categoria de di- reitos, implica retirar o caráter universal dos direitos humanos, é consequência de uma leitura simplificada da questão. Pós-Universo 21 Vicente de Paulo Barreto adverte ainda para o fato de que esses valores, escon- didos sob o manto de interpretações e práticas hegemônicas de tradição cultural, aparecem sob forma de movimentos de protesto e heterodoxias: “ O exame do movimento dos direitos humanos nos países islâmicos, por exemplo, demonstra precisamente o processo progressivo de conscientiza- ção por parte dos governos e dos movimentos religiosos, pressionados pelo movimento de crítica interna da própria sociedade. Tomemos, por exemplo, o exame do caso da prática cultural da mutilação genital feminina [...] ocorrem na atualidade, fugas de jovens em países africanos para escapar da mutilação. O simples fato de existir esse nível de rebeldia em países de cultura tradicio- nal, e teoricamente uniforme, faz com que se admita a existência de grupos sociais, que se opõem às práticas tradicionais (BARRETO, 2010, p. 241). A construção de uma teoria justificadora dos direitos humanos pressupõe superar o desafio das contradições entre universalistas e relativistas (BARRETO, 2010). Ou seja, “para que seja possível a construção de um argumento universalista, que não fique prisioneiro do monismo moral, torna-se necessário não se abstrair das realidades sociais” (BARRETO, 2010, p. 239). Nesse sentido é que a construção do argumento do mínimo universal passa pelo reconhecimento de que é possível chegar-se a algumas características comuns dos seres humanos,que servem de fundamento para estabelecer-se uma sociedade se- dimentada nos laços de solidariedade e edificada por meio do diálogo intercultural. Habermas entende que os direitos humanos são produtos do mundo da vida e é no interior do debate público, com a participação efetiva dos cida- dãos, que deve ocorrer a produção desses direitos como normas e princípios. A partir desta abordagem, sugiro a leitura e reflexão do texto: MARTINS, Clélia Aparecida. Normas - o estabelecimento dos direitos humanos. Trans/ Form/Ação [online]. 2013, vol.36, n.spe, pp. 121-148. Disponível em: <http:// dx.doi.org/10.1590/S0101-31732013000400009. Acesso em: 9 Jun. 2015. Fonte: as autoras. saiba mais atividades de estudo 1. Quando falamos em direitos fundamentais não há um consenso doutrinário, seja na esfera conceitual, seja na terminológica. Por essa razão, um grande número de doutrinadores se dedica a estudar essa área. No que diz respeito a distinção entre a expressão direitos fundamentais e direitos humanos, analise as assertivas abaixo: I) Os direitos humanos são originalmente direitos fundamentais. II) Os direitos fundamentais são originalmente direitos humanos. III) Os direitos humanos expressam compromissos nacionais com valores destina- dos a estabelecer uma ordem internacional politicamente justa. IV) Os direitos fundamentais são estabelecidos pelo ordenamento jurídico de cada país, sendo normalmente especificados na Constituição Federal. É correto o que se afirma em: a) I e III apenas. b) II e IV apenas. c) II, III e IV apenas. d) I, II e III apenas. e) I, II, III e IV. 2. A expressão gerações de direito induz a ideia de considerar a existência de um pro- cesso substitutivo e de sucessão cronológica, e de uma suposta caducidade, portanto, dos direitos de gerações anteriores. Sobre a expressão gerações, assinale a alterna- tiva correta: a) O vocabulário geração deve ser mantido como a melhor expressão para se definir os direitos humanos. b) O vocábulo dimensão contempla a visão integral dos direitos humanos, sendo justificado apenas pelo preciosismo das gerações anteriores. c) As diversas gerações de direitos humanos correspondem às dimensões dos di- reitos fundamentais. d) As gerações de direitos humanos evoluem e se positivam no plano internacional para, posteriormente, com a afirmação no direito interno, manifestar-se como di- mensão de direitos fundamentais. e) Nenhuma das alternativas está correta. atividades de estudo 3. Os direitos humanos de primeira geração são direitos civis e políticos, ou chamados direitos do homem. No que diz respeito aos direitos humanos assinale a alternativa correta: a) Os direitos de primeira geração são vinculados à liberdade, à propriedade, à se- gurança e a resistência às diversas formas de opressão. b) São direitos relacionados a liberdade e a dignidade da pessoa humana. c) Esses direitos correspondem essencialmente às obrigações de fazer para o estado liberal. d) Os direitos de primeira geração e) Nenhuma das alternativas está correta. resumo Neste estudo apresentamos a distinção entre os direitos humanos e direitos fundamentais, des- tacando que a diferença reside no âmbito da validade. Os direitos fundamentais valem na ordem constitucional e os direitos humanos pretendem valer para a ordem jurídica internacional. Podemos afirmar, então, que os direitos fundamentais são, originalmente, direitos humanos, uma vez que a concepção de direitos fundamentais é estabelecida pelo ordenamento jurídico de cada país, e os direitos humanos caracterizam-se pela proteção internacional e universal. Vimos que tais direitos são doutrinariamente divididos em gerações de direitos humanos e di- mensões de direitos fundamentais. O termo gerações foi empregado para os direitos humanos, porque pressupõe um processo de evolução de determinado direito, ao passo que dimensão nasce desse processo evolutivo já firmado. A primeira geração de direitos humanos são os civis e políticos, que abrange os direitos individuais vinculados ao valor de liberdade. Caracterizam-se de segunda geração os direitos econômicos e sociais, fundados na ideia de igualdade e justiça social. A terceira geração, por sua vez, inclui os direitos denominados de difusos, surgidos a partir do final da Segunda Guerra Mundial, e que en- volvem direitos relativos à coletividade, fundados no valor de fraternidade e solidariedade. A quarta e quinta gerações, advindos dos novos direitos, emergem no final do século XX e pro- jetam novas discussões e novas demandas, mas se identificam com a universalização de direitos já reconhecidos. Foi possível verificar que, o reconhecimento dos direitos humanos, nos sistemas normativos na- cionais e internacionais, resulta do processo de amadurecimento histórico, e a positivação de tais direitos é fundamental para sua eficácia. No entanto, para que seja possível a construção de um argumento universalista, é preciso estar atento às realidades sociais. material complementar Uma teoria dos Direitos Fundamentais Autor: José Emilio Medauar Ommati Editora: Lumen Juris Direito Sinopse: já em sua terceira edição, a obra passou por revisões, atuali- zações e ampliação, tendo em vista a aprovação do Novo Código de Processo Civil. Dessa forma, o capítulo relativo aos direitos processuais na Constituição de 1988 foi revisto e ampliado, de modo a discutir se as inovações trazidas pelo Novo Código de Processo Civil são compatíveis com os direitos pro- cessuais estabelecidos na Constituição de 1988. Sempre a partir da Teoria do Direito como integridade, de Ronald Dworkin, a obra pretende demonstrar a possibilidade de utilização de tal teoria para uma compreensão adequada dos direitos fundamentais estabelecidos no Texto Constitucional de 1988. Demonstra também os principais erros e acertos da doutrina e da jurisprudência nacionais em relação à compreensão, interpretação e aplicação que fazem dos diversos direitos fundamentais em nosso ordenamento jurídico. referências ARON, Raymond. Duas declarações de direitos. In: GROCE, Benedetto; CARR, Edward Hallett; ARON, Raymond. Declarações de direitos. Ed. atual. e rev. por EaD/CEE/MCT, 2. ed. Brasília: Senado Federal, Centro de Estudos Estratégicos, Ministério da Ciência e Tecnologia, 2002, p. 27-47. BARRETO, V. P. O fetiche dos direitos humanos e outros temas. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010. BOBBIO, N. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. BONAVIDES, P. Curso de direito constitucional. 7. ed. São Paulo: Malheiros, 1997. COMPARATO, F. K. A afirmação histórica dos direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 2001. COSTA, D. O fim dos direitos humanos. São Leopoldo: Unisinos, 2009. DUGUIT, L. Fundamentos do direito. 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Acesso em: 01 nov. 2018. resolução de exercícios 1. c) II, III e IV apenas. 2. d) As gerações de direitos humanos evoluem e se positivam no plano internacional para, posteriormente, com a afirmação no direito interno, manifestar-se como di- mensão de direitos fundamentais. 3. a) Os direitos de primeira geração são vinculados à liberdade, à propriedade, à segu- rança e a resistência às diversas formas de opressão. _kih957wetk8k _2jxsxqh _GoBack _2p2csry _8u0b3wvlnsi7 Os direitos humanos e os direitos fundamentais
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