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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROFESSOR GEDIVAL SOUSA ANDRADE 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS DCHT – XXIV 
 CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL 
 
 
 
 
GILVAN BESSA OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARBORIZAÇÃO COMO UM REFLEXO DA DESIGUALDADE SOCIAL 
Relatório de Estágio II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
XIQUE-XIQUE - BAHIA 
2021
 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROFESSOR GEDIVAL SOUSA ANDRADE 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS DCHT – XXIV 
 CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL 
 
 
GILVAN BESSA OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
ARBORIZAÇÃO COMO UM REFLEXO DA DESIGUALDADE SOCIAL 
Relatório de Estágio II 
 
 
 
 
 
 
 
Relatório de Estágio apresentado à Universidade 
do Estado da Bahia – UNEB, para fins de 
avaliação no Componente Curricular de Estágio 
Supervisionado II do Curso de Bacharelado em 
Engenharia Sanitária e Ambiental. 
Orientador: Prof. Dr William Cristiane Teles 
Tonini. 
 
 
 
 
 
 
 
 
XIQUE-XIQUE - BA 
2021
 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROFESSOR GEDIVAL SOUSA ANDRADE 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS DCHT – XXIV 
 CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL 
 
 
TERMO DE APROVAÇÃO 
 
GILVAN BESSA OLIVEIRA 
 
ARBORIZAÇÃO COMO UM REFLEXO DA DESIGUALDADE SOCIAL 
Relatório de Estágio II 
 
 
Relatório de Estágio apresentado à 
Universidade do Estado da Bahia – UNEB, 
para fins de avaliação no Componente 
Curricular de Estágio Supervisionado II do 
Curso de Bacharelado em Engenharia 
Sanitária e Ambiental. 
 Aprovado em: ____ de _______ de _____. 
Média: _________. 
 
Banca Examinadora: 
 
 Coordenadora: ____________________________________ 
Prof.ª MSc. Tâmara Bastos Silva 
Universidade do Estado da Bahia (UNEB) 
 
 Orientador: __________________________________________ 
Prof. Dr. William Cristiane Teles Tonini 
Universidade do Estado da Bahia (UNEB) 
 
 Membro examinador: __________________________________________ 
Prof. ª. Dra. Rita Maria Costa Wetler Tonini 
Universidade do Estado da Bahia (UNEB) 
 
 
 
XIQUE-XIQUE - BA 
2021
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Título: Arborização como um reflexo da desigualdade social 
Instituição: Universidade do Estado da Bahia - UNEB 
Departamento: 
Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias (DCHT)/ 
Campus XXIV – Professor Gedival Sousa Andrade. 
Colegiado de curso: Bacharelado em Engenharia Sanitária e Ambiental 
Área de conhecimento: Engenharia Sanitária e Ambiental 
Subárea: Arborização Urbana 
Proponente: Gilvan Bessa Oliveira 
Orientador: 
 
Prof. Dr. William Cristiane Teles Tonini 
 
Carga Horária 150 h 
Palavras-chave: Arborização urbana, Planejamento ambiental, Inclusão social, Áreas 
verdes. 
 
 
 
 
Sumário 
 
1.INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 5 
2.JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 7 
3.OBJETIVOS ..................................................................................................................... 7 
3.1Objetivos específicos ...................................................................................................... 7 
4.RELATO DAS ATIVIDADES ........................................................................................ 8 
4.1.METODOLOGIA.......................................................................................................... 8 
5.RESULTADOS OBSERVADOS .................................................................................... 8 
6.CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 13 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 14 
FOLHA DE ASSINATURAS ........................................................................................... 16 
 
5 
 
RESUMO 
As áreas verdes são um indicador de qualidade ambiental no ambiente urbano além de ser 
obrigatórias por lei. O crescimento descontrolado das cidades, tem como consequência o 
negligenciamento quanto ao planejamento arbóreo, acerca de sua implantação, nas vias e locais 
públicos, causando, impactos no microclima urbano. Quando não há a presença arbórea, ou são 
plantadas sem um planejamento prévio, geram uma interferência na qualidade do ambiente 
urbano, além de que, a falta desses espaços voltados para o lazer prejudica na qualidade de vida 
dos habitantes das cidades. Dito isso o presente artigo tem como objetivo demonstrar através 
de revisão literária e imagens de satélite a diferença entre a presença arbórea em bairros de 
diferentes classes social. Foi observado que os bairros de ricos são em sua totalidade bem 
planejados e a arborização é indispensável na sua implantação. Por outro lados as classes sociais 
mais baixas sofrem com o descaso, em bairros com pouco ou nenhum planejamento. Deste 
modo é essencial que o poder público adote medidas para que essas diferenças possam ser 
sanadas. 
 
 
1.INTRODUÇÃO 
 
O acelerado crescimento populacional atrelado à falta de planejamento urbano adequado 
contribui para uma expansão desenfreada e desordenada das cidades, dificultando a convivência 
social (NOGUEIRA et al., 2007). Além de causar impactos nos setores econômicos e 
ambientais, contribuindo significativamente nas alterações climáticas e em prejuízo na 
qualidade de vida das populações (LABAKI et al., 2011; OLIVEIRA et al., 2013). 
Cidades como Curitiba-PR e Goiânia-GO expandiram sua área urbana sem deixar de 
lado as áreas verdes, construindo espaços como parques, praças e jardins, canteiros centrais das 
avenidas destinados à vegetação. Muitos afirmam que a criação desses espaços não estava 
centrada na preocupação com a qualidade de vida dos habitantes, mas sim com a estética, com 
o embelezamento ou apenas com o intuito de criar áreas de lazer. O fato é que a vegetação 
presente nesses espaços contribui para o seu uso e favorece condições de conforto térmico 
(SHAMS et al. 2009) 
Conforto térmico é nada mais que um ambiente com temperaturas que disponibilize uma 
sensação agradável ao corpo humano. Assim, conforto térmico consiste no conjunto de 
condições em que os mecanismos de autorregulação são mínimos, ou ainda na zona delimitada 
por características térmicas em que o maior número de pessoas manifeste se sentir bem 
(GOMES; AMORIM, 2003); Segundo Bartholomei (2003) conforto ambiental é a sensação de 
bem-estar relacionada a fatores ambientais como umidade ,temperatura ambiente relativa, 
níveis de iluminação, níveis de ruído, velocidade do ar, dentre outros, levando em consideração, 
a individualidade do ser humano, pois as sensações variam de pessoa para pessoa. 
6 
 
 Esse novo ambiente construído vem sofrendo significativa alteração climática, com 
prejuízo para a qualidade de vida das populações (LABAKI et al., 2011; OLIVEIRA et al., 
2013). Assim, uma arborização urbana bem planejada oferece inúmeros benefícios seja na 
saúde, economia ou estética pois uma cidade bem arborizada fica mais bonita, gera um conforto 
aos que ali residem. Quando bem planejada, a arborização tem o poder de valorizar áreas 
urbanas e as edificações doentorno imediato (GONÇALVES et al., 2012). 
Em Belém-PA foi observado uma diferença entre as áreas arborizadas dos bairros 
considerados de elite em comparação à zona periférica do município como mostrado na figura 
1 e 2, bairros de Umaziral e Jurema respectivamente, o primeiro sendo o m² mais caro da cidade 
e o segundo o mais pobre. Os autores se depararam com uma arborização bem cuidada e 
planejada as nos bairros nobres e vegetação mal planejada, arbustiva e pontual nos bairros 
periféricos (LIMA et al., 2020). 
 
Figura 1: Bairro de Umaziral em Belém PA. Fonte: Google Earth 
 
Figura 2: Bairro de Jurema em Belém PA. Fonte: Google Earth. 
 
Duarte et al. (2018) apuraram em um estudo realizado através de levantamento de dados 
no IBGE, que quanto menor a renda média dos residentes, menor é a disponibilidade de áreas 
7 
 
verdes. O estudo demonstrou ainda que locais “com menor incidência de extrema pobreza 
possuem maiores percentuais de arborização no entorno do domicílio”. Tais estudos vem a 
demonstrar que a arborização pode ser um indicador de desigualdade social. 
 Em grande parte das zonas urbanas brasileiras, a arborização é concentrada nas áreas 
mais privilegiadas, principalmente nos centros. As zonas periféricas normalmente não são 
incluídas no planejamento arbóreo por não fazerem parte da zona turística dos municípios, 
impedindo assim que seus residentes usufruam dos benefícios das áreas verdes. Deste modo a 
presente pesquisa se dá por meio de uma revisão bibliográfica acerca da problemática da falta 
de áreas verdes nos bairros carentes em contrapartida aos bairros de luxo que em sua quase 
totalidade dispõe de parques e arborização abundante para sua população. 
 
2.JUSTIFICATIVA 
 
A arborização urbana proporciona tanto beneficios ambientais, como, também, 
melhorias para a saúde dos seus habitantes , alguns estudos demonstram que existe uma relação 
entre áreas verdes e a diminuição da mortalidade devido “, ao aumento do engajamento social, 
aumento da atividade física , a redução da exposição à poluição e a melhoria da saúde mental” 
(JAMES et al., 2016) e uma melhor saúde mental e física devido ao aumento na prática de 
exercícios ao ar livre e o aumento na sensação de relaxamento dos frequentadores destes locais 
(LONDE E MENDES, 2014). Desse modo, a arborização nas áreas urbana deve ser vista como 
uma ferramenta importante de promoção a saúde e pode contribuir na melhoria da crise urbana 
e ambiental atual. 
3.OBJETIVOS 
 
As atividades desenvolvidas durante o estágio, tiveram como objetivo analisar através 
de revisão literária e de imagens de satélite a diferença na presença arbórea em vias públicas 
em alguns bairros. 
3.1Objetivos específicos 
 Identificar possíveis consequências devido à ausência de arborização para a 
população; 
 Comparar através do Google Earth a presença arbórea nas vias públicas em 
bairros de diferentes classes sociais; 
 Relacionar arborização com o poder aquisitivo dos moradores. 
8 
 
4.RELATO DAS ATIVIDADES 
 
Os seguintes procedimentos metodológicos foram seguidos para obter e analisar as 
diferenças nos planejamentos arbóreos. 
4.1.METODOLOGIA 
 
Para efetivação deste artigo foi aplicado o método de revisão bibliográfica, tendo como 
base a pesquisa de artigos científicos publicados nacionais e internacionais e imagens obtidas 
através do software livre Google Earth. Os portais de busca Science Direct, Web of Science, 
elsevier e o Google acadêmico foram usados para a coleta dos artigos, estas bases de dados 
fornecem uma amostra significativa da literatura em revistas científicas e publicações 
relevantes. 
As publicações revisadas foram limitadas em estudos atuais, porém, algumas referências 
mais antigas e que não possuem atualizações foram utilizadas, compilando informações 
conceituais e pesquisas realizadas na área. 
Método de pesquisa consiste em uma análise que diferencia os conteúdos dos artigos 
em publicações que relacionam à arborização urbana com o status financeiro dos moradores de 
seu entorno, seus benefícios, os malefícios da sua ausência, principais consequências da falta 
de um planejamento arbóreo e a exclusão das periferias do mesmo. 
 
5.RESULTADOS OBSERVADOS 
 
Quando analisada por faixa de renda em cidades brasileiras, foi revelado que quanto 
menor a renda, menor é a disponibilidade de áreas verdes próximas as residências. Deste modo, 
as residências com um rendimento de até ¼ de salário mínimo dispõe de um percentual de 
56,8%, ao mesmo tempo que em domicílios com uma renda superior a 2 salários mínimos esta 
porcentagem sobe para 79%, isto é, uma diferença de quase 20%, figura 3 (IBGE 2010). 
9 
 
 
Figura 3: Percentual de arborização por faixa de renda. Fonte: IBGE(2010). 
 
Ao se analisar as circunstâncias de moradia, os resultados obtidos demonstraram que 
nas moradias consideradas em condições adequadas que são aquelas, particulares permanentes 
com rede de abastecimento de água, rede de esgoto e coleta de lixo, o percentual de arborização 
foi de 71,5%, nas semi-adequadas que são os domicílios particulares permanentes e com pelo 
menos um serviço inadequado, foi de 59,8%, e nas consideradas inadequadas que são s 
domicílios particulares permanentes, com abastecimento de água proveniente de poço ou 
nascente ou outra forma, sem banheiro e sanitário ou com escoadouro ligado à fossa rudimentar, 
vala, rio, lago, mar ou outra forma e lixo queimado, enterrado ou jogado em terreno baldio ou 
logradouro, em rio, lago ou mar ou outro destino , foi de 45,1%.Deste modo, quanto piores as 
condições das moradias, menor é o acesso a áreas verdes ,figura 4,(IBGE 2010). 
 
Figura 4: Percentual de arborização em torno das moradias. Fonte: IBGE(2010). 
56,80%
65,90%
79%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
¼ de salário mínimo 1 salário mínimo 2 ou mais salários mínimos
71,50%
59,80%
45,10%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
Adequadas Semi-adequadas Inadequadas
10 
 
 Ao se comparar os dados referentes à arborização em volta dos domicílios, aos dados 
de ocorrência de extrema pobreza, disponibilizados pelo IBGE(2010), é possível constatar que 
nas regiões com as menores taxas de extrema pobreza, possuem os maiores indicies de arvores 
no entorno das residências. Assim pode se constatar que a ligação entre a presença de extrema 
pobreza e a falta de arborização pode ser uma consequência da falta de um planejamento urbano 
adequado nos bairros de classes sociais baixas, e por consequência um retrato da desigualdade 
social presente no Brasil. 
Na figura 5 pode-se observar a diferença entre dois bairros da cidade de São Paulo, que 
são vizinhos mas possuem realidades totalmente diferentes, a direita da imagem o bairro do 
Morumbi, com um m² avaliado em aproximadamente 7000 R$, notoriamente planejado, com 
ruas largas e arborizadas. Já a esquerda da imagem está a comunidade de Paraisópolis, a 
segunda maior favela da cidade com 80.000 moradores segundo o último censo, moradores 
esses que vivem amontoados em um local sem nenhum planejamento, com ruas estreitas e sem 
presença de espaços verdes essenciais para o bem estar dos residentes 
 
 
Figura 5:Fronteira entre Paraisópolis e o Morumbi Fonte:Google Earth 
 
E esse não é um problema exclusivo de cidades grandes, as medias e pequenas passam 
pela mesma dificuldade, segundo IBGE(2010) quanto menor o município, maior a sua 
densidade arbórea. Mas isso não quer dizer que a arborização é distribuída por igual para a 
população, na figura 6 e 7 podemos observar isso, em Xique-Xique na Bahia, com uma 
população estimada em47000 habitantes e um percentual de arborização urbana de 88%, 
IBGE(2021). 
11 
 
 
Figura 6 :Centro de Xique-Xique, ruas planejadas e arborizadas Fonte:Google Earth. 
 
 
Figura 7 :Periferia de Xique-Xique, ruas sem planejamento. Fonte:Google Earth. 
 
Duarte et al. (2016) discorrem que a implementação da arborização nas cidades está 
ligado a um investimento nas infraestruturas urbanas que insiram em seu planejamento o 
propósito de implementar áreas verdes nas cidades, em especial nos bairros periféricos com o 
intuito de reduzir a desigualdade no acesso à arborização. 
 Uma vida de qualidade está atrelada ao meio em que se vive, dessa maneira, a saúde 
das populações urbanas também está relacionada aos espaços verdes. Em um estudo Moreira et 
al (2007) relacionaram à arborização com o IDH em alguns bairros de São Paulo, quanto maior 
a densidade arbórea maior o IDH. 
Em Tampa (Flórida, EUA), tem-se um exemplo, em que locais com maior concentração 
de residentes de baixa renda e afro-americanos também possui a menor cobertura arbórea. Os 
autores, explicam que isso acontece, pois nos bairros ricos há um melhor planejamento da 
infraestrutura devido há um maior investimento público e privado em arborização, o que tem 
12 
 
como resultado uma maior cobertura arbórea, e presença de árvores nativas 
(CHAKRABORTY, 2009). 
Takano et al. (2002) notaram uma ligação positiva entre a longevidade da população em 
Tóquio e o acesso às áreas verdes. A visita em áreas verdes, jardins botânicos e parques em 
geral foram associadas ao bem-estar das pessoas, como a redução da pressão arterial, estresse, 
e batimento cardíaco (LEWIS, 1995). 
Em Indianápolis (EUA), crianças que vivem em bairros mais arborizados tiveram 
menores IMCs (Índice de Massa Corporal) após 2 anos, provavelmente por ter um aumento de 
tempo gasto ao ar livre e atividades físicas, sendo um preventivo em potencial contra a 
obesidade infantil (BELL; WILSON; LIU, 2008). Já na Nova Zelândia foi observado que 
crianças que vivem em locais com mais áreas verdes tiveram menos propensão a desenvolver 
asma (DONOVAN et al., 2018). 
Os idosos segundo alguns estudos são mais vulneráveis às mudanças bruscas de 
temperatura no ambiente (CASAS et al., 2016; HAJAT et al., 2014), sendo que uma das 
principais causas de ondas de calor é a ausência de arborização nas cidades (NURUZZAMAN, 
2015). Sendo assim, se torna essencial para a proteção dos idosos, que eles sejam menos 
afetados nesse sentido, e, para isso, o aumento da arborização é crucial para se criar um conforto 
térmico no contexto urbano (LIVESLEY; MCPHERSON; CALFAPIETRA, 2016). 
As principais consequências da falta de arborização para os habitantes das cidades, são: 
redução da umidade do ar, modificação direta dos ventos, maior incidência da radiação solar, 
aumento da temperatura do ar, alteração dos ciclos de chuvas, além da formação de ilhas de 
calor, que é a formação de bolsões de calor nos centros urbanos em comparação com o meio 
rural. Essas consequências atingem principalmente as populações mais carentes, por não ter 
acesso a espaços verdes, que funcionam como atenuadores dessas condições (ABREU, 2008). 
Com base nos levantamentos de dados obtidos através de pesquisas bibliográficas, e 
como foi explicado no texto, verifica- se que existe uma segregação no que se diz respeito a 
planejamento arbóreo, enquanto os bairros ricos possuem grande parte ou a totalidade das áreas 
verdes nas cidades, na periferia os moradores tem que se contentar com o que nasce 
espontaneamente devido ao descaso do poder público. É indispensável o envolvimento de 
arquitetos, engenheiros, paisagistas, órgãos públicos, privados e toda a comunidade em geral, 
criando assim um planejamento inclusivo beneficiando todos os moradores da cidade e não so 
os mais ricos, para que dessa forma, o projeto tenha sucesso. 
 
13 
 
 
6.CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Uma densidade maior de cobertura verde está associada em sua grande maioria a bairros 
das classes com renda mais alta. Bairros das periferias são densamente povoados e sem nenhum 
planeamento havendo uma disputa por qualquer m² o que gera uma alta impermeabilização e 
nenhuma ou quase nenhuma área verde para socialização dos moradores. Os benefícios ao bem-
estar da população gerados pelas áreas verdes talvez sejam tão importantes quanto os benefícios 
para o meio ambiente, o que justifica os esforços do poder público para implantar e manter 
essas áreas nos bairros de baixa renda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
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16 
 
FOLHA DE ASSINATURAS 
 
 
 
 
Discente: ___________________________________________________ 
 Gilvan Bessa Oliveira 
 Universidade do Estado da Bahia - UNEB 
 
 
 
Orientador: __________________________________________________ 
 Prof. Dr. William Cristiane Teles Tonini 
 Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

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