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RECURSOS ESTÉTICOS E COSMÉTICOS CAPILARES FISIOLOGIA E ANATOMIA DO PELO E A ESTÉTICA CAPILAR OLÁ! Você está na unidade Fisiologia e anatomia do pelo e a estética capilar. Conheça aqui os principais conceitos relacionados a estética capilar, como o que é a tricologia e o que ela estuda e a terapia capilar como recurso utilizado no tratamento de diversas patologias relacionadas fio de cabelo e couro cabeludo, tais como: alopecias, tricoses, dermatite seborreica e afins. Aprenda os conceitos relacionados ao cabelo e suas características estruturais, químicas e anatômicas. E como elas podem ajudar o profissional da Estética capilar a identificar patologias relacionadas ao fio de cabelo e ao couro cabeludo. Bons estudos! 1 Introdução a estética capilar Cabelos são conhecidos como a moldura do rosto e estão ligados a auto estima de cada indivíduo. Problemas relacionados a ausência de cabelos como a Alopecia, tem uma influência negativa na qualidade de vida e podem causar problemas nas interações sociais. Com isso cada vez mais há a necessidade de profissionais capacitas para lidar com as patologias que estão relacionadas a saúde do couro cabeludo e do fio de cabelo em si. Robbins em sua obra “Chemical and Physical Behavior of Human Hair” diz que: “O cabelo, além de ser um adorno, tem a função de proteger a cabeça dos raios solares, o que é feito através da melanina presente nele, a qual é também responsável pela sua coloração. O cabelo possui receptores nervosos que funcionam como sensores, os quais o levam a aumentar a proteção da cabeça quando necessário.” (ROBBINS, 2002, p. 483). Na medicina há um ramo especializado em tratamentos capilares, denominada como tricologia, está é a ciência responsável pelo o estudo das afecções relacionadas a estrutura capilar. Ligado a tricologia estão as terapias capilares que são os instrumentos com o qual o profissional da estética associado ao conhecimento da tricologia irá desenvolver o tratamento das afecções relacionadas ao couro cabeludo e distúrbios capilares. FIQUE DE OLHO A tricologia (ciência responsável pelo estudo do cabelo) tem como função auxiliar profissionais das diversas áreas do conhecimento a buscar soluções para desordens capilares e seus embelezamentos. Para Borges e Scorza na obra “Terapêutica em estética: conceitos e técnicas”. “A intervenção nas disfunções do fio e couro cabeludo é realizada mediante um trabalho interdisciplinar, que reúne profissionais da área de saúde e profissionais da estética. Entre os profissionais médicos atuam as especialidades de dermatologia, cirurgia plástica, endocrinologia, psiquiatria e hematologia. Outros profissionais como os psicólogos, fisioterapeutas, profissionais da estética (tecnólogos e esteticistas), profissionais que confeccionam próteses capilares e de visagismo são essenciais para alcançar os objetivos dos tratamentos capilares. Não podemos deixar de ressaltar a importância do profissional cabeleireiro nas finalizações e mudanças de cores e estrutura das fibras capilares.” (BORGES e Scorza, 2016, p. 580). 1.1 A diferença entre o terapeuta capilar e tricologista O terapeuta capilar é o profissional que está habilitado e especializado para realizar a análise e os cuidados relacionados a couro cabeludo e fios. Além do conhecimento sobre os produtos que serão aplicados durante os procedimentos. Geralmente o terapeuta capilar está associado ao profissional que possui graduação em estética e realiza uma pós-graduação na área da terapia capilar. É de responsabilidade do terapeuta capilar qualquer alteração que não inclua lesões cutâneas e que não necessite da utilização fármacos. Quando ocorre esse tipo de intercorrência é necessária a orientação dermatológica. O profissional atuante na terapêutica capilar precisa ter a formação adequada na área com foco em estudos relacionados às disciplinas de: anatomia, fisiologia, eletroterapia, cosmetologia capilar, além dos ativos utilizados para tratamento do escalpe (couro cabeludo), fibras capilares, tricoses e patologias capilares, como os fatores de penetração, adsorção e absorção de substâncias químicas, de redução e de oxidação, e as patologias do couro cabeludo (WICHROWSK, 2007). Wichrowsk, 2007 destaca ainda a necessidade da habilidade de manuseio sobre a utilização de equipamentos e recursos, tais como: equipamentos para avaliação capilar, como fichas de anamneses e recursos visuais (tricoscópio) recursos eletrofototerapêuticos, cosmetológicos, de terapêutica manual, entre outros. Já o tricologista é o profissional médico com especialização dermatologia e tricologia, este avalia e diagnóstica através de exames laboratoriais as alterações capilares. São de responsabilidade do médico tricologista os procedimentos invasivos como: mesoterapia, implantes capilares, dentre outros. Além da prescrição de fármacos. 2 Anatomia da pele De os órgãos do corpo humano a pele é considerada o maior deles. Ela representa 15% do nosso peso corporal. Apresenta diversas funções, mas a principal delas é a proteção. Para Cestari, 2018: FIQUE DE OLHO “A pele é um órgão de defesa e de revestimento externo, com capacidade de se adaptar às variações do meio ambiente e às necessidades do organismo que protege, cobrindo-o em sua totalidade. É multifuncional, desempenhando funções essenciais para a vida, como termorregulação, vigilância imunológica, sensibilidade e proteção contra agressões exógenas (químicas, físicas ou biológicas) e contra a perda de água e de proteínas para o meio externo. Recebe também estímulos do ambiente e colabora com mecanismos para regular sua temperatura.” (CESTARI, 2018, p. 180). Anatomicamente a pele é formada por três camadas distintas, firmemente unidas entre si: a epiderme, derme e hipoderme. A epiderme é considerada a camada mais externa, a derme a camada intermediária e hipoderme a mais profunda. Figura 1 - Estrutura da pele Fonte: shutterstock 142194067, mediapool, 2020. #PraCegoVer: Na imagem “Estrutura da pele” temos a figura de uma das camadas da pele divididas anatomicamente em epiderme, derme e hipoderme. A epiderme é a camada mais superficial da pele é avascular.Tem espessura irregular, variando conforme a região do corpo, sendo mais fina nas pálpebras e mais espessa nas palmas e plantas dos pés. A epiderme é formada por várias camadas (estratos) de células achatadas (epitélio pavimentoso) justapostas, são elas: a camada basal (estrato germinativo), a camada espinhosa, a camada granulosa, o estrato lúcido e a camada córnea. A camada basal é a camada de células mais interna, ela está em contato direto com a derme, possui células cúbicas que se multiplicam constantemente dando origem as camadas superiores. Na camada basal também são encontrados os queratinócitos, que são responsáveis pela produção de queratina. A camada espinhosa está acima da camada basal, possui células espinhosas justapostas e desmossomos, que são estruturas complexas que conferem à pele resistência a traumas mecânicos. A camada granulosa é rica em lipídios e proteínas além de outros componentes necessários para a morte programada das células e a formação da barreira superficial impermeável à água. Estrato lúcido possui células achatadas sem núcleo. Normalmente, está presente na pele onde não a presença de folículos pilosos, como as palmas das mãos e plantas dos pés. Estrato córneo é a camada mais superficial da epiderme. Possui células anucleadas e possuem um sistema de filamentos de queratina imerso em uma matriz contínua. Para Cestari, 2018: “A queratina é a proteína de suporte desta camada, conferindo-lhe elasticidade, resistência e impermeabilidade. Resulta da transformação dos elementos constitutivos da célula basal ao longo da sua migração em direção à superfície. No decorrer da sua migração,as células sintetizam elementos estruturais específicos, de natureza proteica (tonofilamentos, querato- - hialina) ou lipídicas (corpos lamelares de Odland). No final da diferenciação, estas células sofrem uma fase de transição que as leva à morte e as transforma nos constituintes da camada córnea em esfoliação superficial.” (CESTARI, 2018, p. 210) Figura 2 - Estrutura da epiderme Fonte: shutterstock 1360275428, mediapool, 2020. #PraCegoVer: na imagem, temos a figura das subdivisões da epiderme: estrato córneo, estrato lúcido, estrato espinhoso, estrato granuloso e estrato basal. A derme é a camada intermediária, está localizada sob a epiderme. É constituída por um tecido fibroso chamado colágeno, responsável por conferir a resistência a essa pele. E a elastina responsável pela elasticidade. Na derme são encontrados os vasos sanguíneos, os nervos, glândulas e folículos pilosos. A derme é dividida estruturalmente em camadas: a derme papilar (superficial), a derme reticular (profunda) e a e a derme perianexial. A derme papilar é altamente vascularizada. É formada por feixes delicados de fibras colágenas e elásticas, dispostas em uma rede frouxa, circundada por abundante gel de mucopolissacarídeos. A derme reticular representa 4/5 da espessura da derme, estando localizada abaixo do nível das cristas epidérmicas. A derme perianexial possui a mesma composição da derme papilar, mas localiza-se em torno dos anexos cutâneos. A hipoderme é uma camada de tecido conjuntivo frouxo rica em fibras e em células que armazenam gordura, os adipócitos. A hipoderme também atua como reserva energética, proteção contra traumas mecânicos e isolantes térmicos. 2.1 Anatomia do couro cabeludo O couro cabeludo ou escalpo é uma estrutura constituída por uma barreira física protetora onde estão implantados os cabelos. Ele é formado por 5 camadas. cujas três primeiras (escalpo propriamente dito) estão intimamente conectadas e se movem como uma unidade. Escalpo vem da palavra em inglês “ scalp” (Skin: Pele, Close subcutaneous tissue: Tecido Conectivo Denso , Aponeurose: Gálea Aponeurótica , Loose subaponeurotic tissue: Tecido Subaponeurótico , pericranium: Periósteo Externo do Crânio). Que dá o origem a palavra couro cabeludo. Pele: espessa, com grande quantidade de glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas e folículos pilosos. Possui suprimento arterial e drenagem venosa abundantes, e a pilificação. Epiderme – Epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. Derme – Tecido Conjuntivo Propriamente Dito. Tecido conectivo denso: constituído por um estrato adiposo, avascular, e um estrato membranáceo vascular, mais profundo. O último possui grande vasos sanguíneos e nervos. Galea aponeurótica: anatomicamente, a gálea aponeurótica ou, simplesmente, gálea é a estrutura fibrosa que une os dois ventres do músculo frontal, que é o músculo mimético do couro cabeludo. Tecido subaponeurótico: é denominada como área perigosa, porque infecções podem se estender facilmente através das veias emissárias nela presente, para as estruturas intracranianas. Ela que permite movimentos livres das três primeiras camadas. É facilmente rompida em feridas profundas do couro cabeludo. Periósteo: camada de tecido conjuntivo denso que forma o periósteo externo da calvária. Possui baixa capacidade osteogênica, visto que os ossos da calvária crescem por ossificação endocondral nas fontanelas. 2.2 Fisiologia e anatomia do cabelo Os fios de cabelo têm início no terceiro mês de vida intra-uterina. O cabelo tem como principal função a proteção contra agentes externos como: micro- organismos, bactérias e vírus, principalmente em áreas caracterizadas como “porta de entradas” tais como: a região da boca, nariz, ouvido ânus e região genital. Se tratando de couro cabeludo os fios de cabelo possuem a importante função de proteção ao crânio. O cabelo é uma fibra de pequeno diâmetro, formado por células mortas queratinizadas que chegam até a derme e que forma o canal folicular. O pelo se forma dentro de uma estrutura localizada na derme, chamada folículo piloso. FIQUE DE OLHO Você já nasceu com todos os seus folículos pilosos presentes, e com praticamente todos em fase anágena. Porém, na fase adulta, apenas 85 a 90% dos seus pelos encontram-se nessa fase, considerando que o ciclo de crescimento de seus pelos esteja saudável. Segundo Rivitti e Sampaio, 2014 os pelos podem ser classificados em: Lanugos: muito finos e encontrados nos fetos. Velos: considerados fracos, pequenos e claros, recobrindo a superfície corporal. Terminais: consideravelmente fortes, espessos, longos, grosseiros e escuros, estando presentes nas regiões genitais, nas axilas, no couro cabeludo e em determinadas regiões da face. A haste capilar é a parte visualizada acima da epiderme, ela é formada por células mortas compostas por uma resistente proteína chamada queratina. A raiz é considerada a parte viva do pelo, está localizada abaixo da pele. E é envolvida pelo folículo piloso. (APLEGATE, 2012). No cabelo, podemos observar três partes principais: medula, córtex e cutícula. Medula: é a parte mais interna central do cabelo, sendo também a parte mais interna. Sua função ainda é muito discutida, visto que sua porção vai desaparecendo em direção à ponta do cabelo, e estudos recentes indicam uma associação dessa estrutura com o início da fase de germinação do pelo, apresentando a função de direcionar o novo pelo em direção ao poro. Cortex: é a porção intermediária do fio e é conhecido como “corpo e o coração da fibra”, sua parte mais volumosa, compõe em média 70% da massa do fio do cabelo. É uma camada composta de feixes de queratina, repletos de grânulos de melanina, que dá a cor aos cabelos. Além dos queratinócitos que são células responsáveis pela produção de queratina. Suas células possuem o formato cilíndrico e dão toda resistência necessária para o fio de cabelo. Cutícula: é formada por células sobrepostas como se fossem “ escamas de peixe” é a parte mais externa do fio. Sua função é proteger o córtex e criar uma barreira para produtos químicos. É translúcida e não tem cor. A cutícula é responsável pelo brilho aos cabelos. FIQUE DE OLHO Os pelos contêm melanina no córtex e na medula. A coloração dos pelos varia conforme a quantidade de melanina presente nessas estruturas. Elder (2011) explica que a melanina é produzida nos melanócitos e é incorporada às futuras células do pelo por meio do processo de fagocitose da porção distal dos prolongamentos dendríticos. Pelos brancos não possuem pigmento cortical e, de acordo com Tortora e Derrickson (2016), esse fenômeno ocorre devido a um declínio na síntese de melanina e ao acúmulo de bolhas de ar na haste do pelo. Figura 3 - Estrutura da pele e divisão das partes do fio de cabelo Fonte: shutterstock 407881708, mediapool, 2020. #PraCegoVer: Na imagem "Anatomia do pelo", temos a figura de uma das camadas da pele, ilustrando a anatomia do pelo e as divisões das partes do fio de cabelo. O bulbo piloso é constituído pelo folículo piloso com todas as suas estruturas. Seria a nascente do cabelo propriamente dita. O Folículo piloso é responsável pela formação e crescimento do fio. É uma estrutura pequena em formato de saco. Assim, é constituído por: Matriz: onde cria e gera o fio de cabelo. Papila dérmica: estrutura formada por células dermais que são entrelaçadas em vasos capilares responsáveis pela nutrição do pelo. Junto ao folículo piloso temos estruturas que são considerados anexos da pele. A glândula sebácea e sudoríparas, músculo eretor do pelo, juntos eles formam a unidade pilossebácea. O músculo eretor do pelo é um pequeno feixe de fibras musculares. Sua contração determina que o pelo fique “arrepiado” e também comprime as glândulas sebáceasocasionando a excreção de sebo para a superfície. As glândulas sebáceas são estruturas saculares que produzem o sebo cuja função é lubrificar os pelos e a pele. Glândulas sudoríparas são responsáveis pela secreção do suor. O orifício onde desemboca o suor é chamado de poro. 2.3 O ciclo de vida do pelo O cabelo tem sua origem no folículo piloso através dos nutrientes que recebe da papila dérmica. Sendo cada folículo independente si, ou seja, cabelo cresce independentemente do crescimento dos outros folículos. Haja vista que se todos os folículos estivessem sincronizados, os cabelos cresceriam ao mesmo tempo. Nessa situação, haveria um período em que o homem ficaria totalmente calvo antes de recuperar cabelos novamente. De acordo com RIVITTI, 2014. Os cabelos crescem por entre ciclos sucessivos, não de forma continuamente. Entre os ciclos existem as fases de crescimento, repouso e queda, indicando que há um padrão cíclico no desenvolvimento e na multiplicação das células da matriz folicular. A esse padrão dá-se o nome de ciclo de crescimento do pelo. O período durante o qual o cabelo cresce chama-se fase anágena que dura aproximadamente 2 a 8 anos e corresponde ao crescimento do cabelo. Nesta etapa em que o bulbo capilar está em plena atividade: as células da matriz do fio crescem e se dividem continuamente, e o comprimento do cabelo vai aumentando. Representa 85% dos cabelos da nossa cabeça. Para Borges, 2016 a fase anágena: “Também está relacionada aos níveis de hormônios andrógenos circulantes, variando nas diferentes regiões do corpo. Os andrógenos prolongam a fase anágena nos folículos do corpo e a reduzem em algumas áreas do couro cabeludo.” Na fase seguinte é o momento em que a matriz entra em repouso e o fio de cabelo começa a se desprende da comunicação vascular, para de se proliferar e a bainha começa a atrofiar, está fase é conhecida como catágena ou fase de regressão. Dura em média 2 a 3 semanas e existe menos de 1% do total de cabelo nesta fase. Telógena é o momento em que o fio está passando pelo processo de desprendimento, o fio vai se tornando mais superficial até o momento da queda em si. Cerca de 10 a 20% dos fios estão neste momento. Este ciclo dura em média de 3 meses. Vale ressaltar que perdemos em média de 80 a 100 fios de cabelos diariamente e isto em nada prejudicará o volume dos cabelos, uma vez que ao final de um ciclo outro já se iniciará em seguida. As fases do ciclo do crescimento do pelo são: Anágena: crescimento Catágena: repouso Telógena: desprendimento De acordo com literaturas mais recentes mais duas fases existiriam, sendo conhecidas como fase exógena ou momento exato em que o fio se desprende do folículo piloso, que duraria uma fração de segundos em que a queda acontece. FIQUE DE OLHO Durante a gravidez aumenta a duração da fase anágena, e após o parto, com a queda dos níveis de estrógeno e progesterona, muitos folículos entram na fase catágena, aumentando assim durante alguns meses a fase telógena, o que causa a queda de cabelos após a gravidez. A outra fase existiria ainda na fase telógena, caracterizada pelo surgimento de um fio anágeno pouco desenvolvido que recebe a denominação de neógeno, esse fio, porém, não se desenvolveria devido a ação de enzimas que inibem o desenvolvimento do mesmo. Assim que este fio cair, tais enzimas deixam de ser produzidas, e o fio neógeno poderá se desenvolver, tornando-se assim um novo fio anágeno. E o Intervalo de tempo entre o despredimento do fio (exogeno) e o de um novo anágeno, caracterizaria a fase quenógena. 2.4 Tipos de cabelos Os cabelos possuem variações de quantidade, cor, aspecto racial e textura. Neste tópico serão citados os principais tipos de cabelo: Quanto ao aspecto racial distingue-se em 3 tipos básicos relacionados às raças: Mongoloide, caucasiano e negroide. Mongoloide: são caracterizados por serem mais grossos, extremamente lisos e com formato redondo. Tendem a ser mais oleosos. Caucasiano: cabelos com característica ondulada, é um cabelo típico Brasileiro. Apresentam formato oval. Negroide: cabelo que apresentam formatura chata. Tendem a acumularem uma maior oleosidade no couro cabeludo e pontas mais ressecadas. Figura 4 - Tipos de cabelo quanto à raça Fonte: shutterstock 1161650947, mediapool, 2020. #PraCegoVer: Na imagem “Tipos de cabelo quanto à raça temos três garotas com etnias diferentes representando os tipos de cabelo quanto a raça. A primeira garota tem o cabelo liso representa o tipo de cabelo mongoloide, a segunda garota tem o cabelo cacheado desde a raiz até as pontas e representa o cabelo negroide. Na terceira imagem uma garota com o cabelo ondulado representando o cabelo caucasiano. O couro cabeludo também pode ser analisado quando ao grau de atividade da glândula sebácea. oleoso ou seborréico: sebo fluente e brilhante; mistos: oleoso e seco em pontos específicos; seco: por alipsia (falta ou diminuição de óleo). sensível: extremamente reagentes a fatores exógenos (sol, poeira, produtos químicos, cloroetc); normal: saudável, sem oleosidade ou desidratação, PH levemente ácido. De acordo com a pigmentação residual a variedade das cores dos cabelos é devida a 2 tipos de melanina: Eumelanina - cabelo castanho e preto. Feomelanina - cabelo castanho avermelhado e louro. 2.5 Características quanto ao grau de oleosidade Está relacionada com a atividade realizada pela glândula sebácea. O formato desse cabelo também irá influenciar neste diagnóstico. Cabelos lisos tendem a distribuírem a oleosidade como um todo. Já cabelos cacheados costumam acumular a oleosidade em maior quantidade no couro cabeludo. Visto que seu formato em espiral dificulta a chegada do sebo até as pontas. Quanto ao grau de oleosidade são encontrados 3 tipos de cabelos: Normal: aparência saudável, brilhante com vida, equilíbrio e volume. Oleoso: pouco volume. Brilho decorrente do excesso de oleosidade no couro cabeludo. Pesado e aparência de sujo. Seco: falta de brilho, aspecto seco, geralmente armados. Volumosos de toque áspero. Misto: muito comum, tende a ser oleoso no couro cabeludo e ressecado nas pontas. Quanto à resistência: Está ligada com ao ato de resistir, ou seja, a facilidade com que esse cabelo irá se romper. Fraca: quando o fio de cabelo apresenta baixa resistência à tensão (ao ser puxado), rompendo-se facilmente. Média: apresenta uma resistência média à tensão criada, rompendo com força média. Forte: apresenta alta resistência quando criada a tensão, dificilmente rompe. Quanto à densidade: A densidade está relacionada com a quantidade de cabelo presentes no couro cabeludo. Normalmente, ela varia de 175 a 300 fios por centímetro quadrado e sofre influência de características pessoais, como idade e sexo. Geralmente o teste de densidade é feito com o terapeuta segurando os fios de cabelo em um “rabo de cavalo” é analisado a quantidade de cabelo presente ali. Densidade alta: são cabelos volumosos, com muitos fios por centímetro quadrado. Densidade normal: cabelos com volume normal. Densidade baixa: são cabelos ralos, com pouco fios por centímetro quadrado. 3 As propriedades do cabelo O fio de cabelo possui alguns elementos básicos em sua composição. São ele, Carbono, Hidrogênio, Nitrogênio, Oxigênio e Enxofre. Juntos esses elementos formam uma proteína chamada queratina que representa 85% da composição do cabelo, completado por 12% de água e 3% de lipídios. Sant’ana (2000) fala em seu artigo sobre a queratina: “A queratina em seu estado natural pertence a um grupo de proteínas denominadas alfa-queratina. Queratinas são definidas por Lundgren e Ward como ‘sistemas celulares naturais de proteínas fibrosas ligadas transversalmente pelo enxofre de resíduos cisteicos,o que os torna altamente resistentes a ataques químicos. Tal como outras proteínas, fibras queratinosas são polipeptídios, compostas por diversos tipos de resíduos de alfa-aminoácidos.” A cisteína é um dos principais aminoácidos presentes na queratina é um importante componente na manutenção da saúde e nos crescimentos dos fios de cabelo. A cisteína pode ser encontrada em alguns alimentos, como carne, peixes, ovos, sojas e alguns produtos lácteos. De maneira geral os aminoácidos são como “tijolinhos” interligados a outros nutrientes para exercer alguma função especifica no organismo. No caso, da cisteina ela é ligada a outros aminoácidos existentes na fibra capilar, referente ao córtex e atua principalmente na no crescimento e na saúde dos fios. Quanto mais uma pessoa expõe o seu cabelo a processos químicos esses aminoácidos presentes no córtex vão se deteriorando. Com isso se faz necessários o uso de procedimentos repositores de massa, tais como cauterização, reconstrução e reposições capilares. Lista dos aminoácidos existentes: Alanina. Arginina. Asparagina. Aspartato. Cisteína. Glicina. Glutamato. Glutamina. Prolina. Serina. Tirosina. Fenilalanina. Histidina. Isoleucina. Leucina. Lisina. Metionina. Treonina. Segundo (Nogueira, 2008). Quimicamente cerca de 90% da massa seca do cabelo constitui - se em proteínas e os outros são lipídeos 4%, açúcares 1%, cinza 0,5% zinco (200ppm) e melanina 4% estes valores podem variar de acordo com idade, sexo, hábitos de fumo e cor. Sendo assim, o cabelo é formado de um conjunto de várias ligações peptídicas, que conferem aos fios de cabelos algumas capacidades, entre elas estão: resistência à tração, resistência a enzimas e resistência aos produtos químicos. Algumas outras características estão relacionadas ao cabelo ser: sensível aos produtos alcalinos como os amoníacos, que são: tinturas e permanentes; insolúvel na água e solventes orgânicos; sensível aos agentes oxidantes, exemplo a descoloração. 3.1 A cor do cabelo O componente principal pela coloração dos fios é a melanina, esses grânulos de melanina são produzidos por uma célula chamada queratinócitos e estão presentes na camada intermediária do fio, o córtex e em menor quantidade na camada mais interna, a medula. Há dois tipos principais de melanina: a eumelanina e a feomelanina, as quais produzem as cores do castanho ao preto e do marrom- -avermelhado ao loiro, respectivamente (Robbins, 2002). A eumelanina e a feomelanina são formadas a partir de reações químicas envolvendo espécies químicas intermediárias altamente reativas. A baixa atividade dos melanócitos tem como resultado os cabelos grisalhos ou brancos, mas isto também pode estar relacionado ao tamanho e distribuição dos grânulos das melaninas e com os tipos de pigmentos presentes nos fios capilares. Uma pessoa pode apresentar os dois tipos de pigmentos, dependendo da quantidade de cisteína presente nos melanócitos (Robbins, 2002). É ISSO AÍ! Nesta unidade, você teve a oportunidade de: aprender sobre a Anatomia da pele e estrutura do couro cabeludo; aprender papel do terapeuta capilar nas disfunções estéticas capilares; aprender sobre a estrutura do fio de cabelo, fases de crescimentos e seu desenvolvimento; desenvolver habilidades de avaliação da estrutura capilar; sobre as propriedades da fibra capilar e sua composição química. REFERÊNCIAS APPLEGATE, Edith; Anatomia e Fisiologia. Elsevier Brasil, São Paulo, 2012. BARRETT, K.E.; BARMAN, S.M.; BOITANO, S.; BROOKS, H.L. Fisiologia Médica de Ganong. 24ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. BORGES, F.D.S; SCORZA, F.A. Terapêutica em estética: Conceitos e Técnicas. São Paulo: Editora Phorte, 2016. DICCINI, S., YOSHINAGA, S. N., MARCOLAN, J. F. Repercussões na auto estima provocadas pela tricotomia em craniotomia. Enfermagem da Universidade Fereral de São Paulo, São Paulo, 2009. CAVALCANTI, C. P. Protocolos de tratamento da alopécia: uma revisão de literatura. Monografia (Especialização em Farmácia), Universidade Estadual da Paraíba, Paraíba, 2015, 30p. CESTARI, S.C.P. Dermatologia Pediátrica. São Paulo, 2018. Editora: Atheneu. FRANÇA, S. FERNANDES, K. Caracterização dos cabelos submetidos ao alisamento/relaxamento e posterior tintura. São Paulo, 2014. Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica: texto e atlas. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2013. p. 354. NOGUEIRA, A. A.; GOMES NETO, J. A.; NÓBREGA, J. A. Determination of vanadium in human hair slurries by electrothermal atomic absorption spectrometry. Communications in Soil Science and Plant Analysis, 2007. MACHADO, R. Apostila de Terapia capilar. Rio de Janeiro, 2012. RIVITI, E. Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti. Ed. Artes Médircas, São Paulo, 2014. ROBBINS, C. R. Chemical and physical behavior of human hair. 4th ed. New York: Springer-Verlag, 2002. p. 483. SANT’ANNA, A. L. S. Estudo da deposição de ceramidas sobre a fibra capilar para o combate a danos cuticulares. 2000. 80 f. Dissertação de Mestrado – Instituto de Química - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. WICHROWSKI, L. Terapia Capilar. Porto alegre: Alcance, 2007.
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