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[Escola] [Título do curso] [TÍTULO DO DOCUMENTO] [Subtítulo do documento] Franco Matias Luís Krieger Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 1 Direito Constitucional para a PRF – Reta Final Direito Constitucional: 1 Poder constituinte. 1.1 Fundamentos do poder constituinte. 1.2 Poder constituinte originário e derivado. 1.3 Reforma e revisão constitucionais. 1.4 Limitação do poder de revisão. 1.5 Emendas à Constituição. 2 Fundamentos constitucionais dos direitos e deveres fundamentais. 2.1 Direitos e deveres individuais e coletivos. 2.2 Direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. 2.3 Direitos sociais, nacionalidade, cidadania e direitos políticos. 2.4 Garantias constitucionais individuais. 2.5 Garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos. 2.6 Remédios constitucionais. 3 Poder Executivo. 3.1 Forma e sistema de governo. 3.2 Chefia de Estado e chefia de governo. 3.3 Atribuições e responsabilidades do presidente da República. 3.4 Da União: bens e competências (arts. 20 a 24 da CF). 4 Defesa do Estado e das instituições democráticas. 4.1 Forças Armadas (art. 142, CF). 4.2 Segurança pública (art. 144 da CF). 4.3 Organização da segurança pública. 4.4 Atribuições constitucionais da Polícia Rodoviária Federal. 5 Ordem social. 5.1 Base e objetivos da ordem social. 5.2 Seguridade social. 5.3 Meio ambiente. 5.4 Família, criança, adolescente, idoso, índio. Sumário 1 Poder constituinte. 1.1 Fundamentos do poder constituinte. 1.2 Poder constituinte originário e derivado. 1.3 Reforma e revisão constitucionais. 1.4 Limitação do poder de revisão. 1.5 Emendas à Constituição. ............................................................................................................................... 2 1 Poder constituinte. 1.1 Fundamentos do poder constituinte. 1.2 Poder constituinte originário e derivado. ............................................................................................................................................. 2 1.3 Reforma e revisão constitucionais. 1.4 Limitação do poder de revisão. 1.5 Emendas à Constituição. . 4 2 Fundamentos constitucionais dos direitos e deveres fundamentais. 2.1 Direitos e deveres individuais e coletivos. 2.2 Direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. 2.3 Direitos sociais, nacionalidade, cidadania e direitos políticos. 2.4 Garantias constitucionais individuais. 2.5 Garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos. 2.6 Remédios constitucionais. ..................................................................................................................................................13 2 Direitos e garantias fundamentais: direitos sociais. ...........................................................................46 2 Direitos e garantias fundamentais: nacionalidade. .............................................................................54 2 Direitos e garantias fundamentais: cidadania e direitos políticos; partidos políticos; garantias constitucionais individuais; garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos......................................61 3 Poder Executivo. 3.1 Forma e sistema de governo. 3.2 Chefia de Estado e chefia de governo. 3.3 Atribuições e responsabilidades do presidente da República. 3.4 Da União: bens e competências (arts. 20 a 24 da CF). ...................................................................................................................74 Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 2 3 Poder Executivo. 3.1 Forma e sistema de governo. 3.2 Chefia de Estado e chefia de governo. 3.3 Atribuições e responsabilidades do presidente da República. ...............................................................75 3.4 Da União: bens e competências (arts. 20 a 24 da CF). ......................................................................86 4 Defesa do Estado e das instituições democráticas. 4.1 Forças Armadas (art. 142, CF). 4.2 Segurança pública (art. 144 da CF). 4.3 Organização da segurança pública. 4.4 Atribuições constitucionais da Polícia Rodoviária Federal. ........................................................................... 100 4 Defesa do Estado e das instituições democráticas. 4.1 Forças Armadas (art. 142, CF). 4.2 Segurança pública (art. 144 da CF). 4.3 Organização da segurança pública. .......................................................... 100 4.4 Atribuições constitucionais da Polícia Rodoviária Federal.............................................................. 105 5 Ordem social. 5.1 Base e objetivos da ordem social. 5.2 Seguridade social. 5.3 Meio ambiente. 5.4 Família, criança, adolescente, idoso, índio. .......................................................................... 109 1 Poder constituinte. 1.1 Fundamentos do poder constituinte. 1.2 Poder constituinte originário e derivado. 1.3 Reforma e revisão constitucionais. 1.4 Limitação do poder de revisão. 1.5 Emendas à Constituição. 1 Poder constituinte. 1.1 Fundamentos do poder constituinte. 1.2 Poder constituinte originário e derivado. O poder constituinte é o poder de estabelecer a Constituição de um estado, ou de modificar a Constituição que já existe. A teoria do poder constituinte foi criada pelo francês Emmanuel Sieyès em sua obra: o que é o terceiro estado. O titular do poder constituinte é o povo, eis que a este cabe determinar a criação ou modificação de uma Constituição. A forma de exercício desse poder pode se dar de duas formas: 1) democrática: é o poder constituinte legítimo, se dá pelo povo. Ocorre pela assembleia constituinte ou convenção, onde o povo escolhe seus representantes (democracia representativa). 2) autocrática (outorga): poder constituinte usurpado. A Constituição é criada pela vontade do detentor do poder, sem a participação do povo. Dentre os tipos das espécies de poder constituinte, podemos elencar dois, o originário e o derivado. Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 3 Poder Constituinte Originário O poder constituinte originário (também chamado de poder constituinte inaugural, de primeiro grau, inicial ou genuíno) é o poder de elaborar uma Constituição. Segundo a doutrina, esse poder apresenta 5 (cinco) características: é um poder político, inicial incondicionado, permanente e autônomo (ilimitado). Vejamos cada uma: I) Político: é um poder político, pois cria a ordem jurídica (ordenamento jurídico) de um Estado. Essa inicia com ele. II) Inicial: ao criar um novo Estado, rompe com a ordem jurídica anterior, dando início a uma nova ordem jurídica. III) Incondicionado: não está sujeito a qualquer forma ou procedimento para a sua manifestação. IV) Permanente: o poder constituinte originário não se esgota com a elaboração de uma nova Constituição. Ele pode se manifestar a qualquer tempo. Permanece em estado de “stand-by”, aguardando uma convocação para sua manifestação. V) Ilimitado ou autônomo: O Poder Constituinte Originário não necessita respeitar os limites determinados pelo direito anterior, ou seja, a ordem jurídica pré estabelecida não limita a atividade de criar uma Constituição nova. STF: o poder constituinte não possui qualquer limite imposto pelo ordenamento jurídico interno ou de ordem suprapositiva. STF: não há possibilidade de se invocar direito adquirido contra normas constitucionais originárias. STF (ADI2356 e 2362): a eficácia das regras jurídicas produzidas pelo poder constituinte (redundantemente chamado de "originário") não está sujeita a nenhuma limitação normativa, seja de ordem material, seja formal, porque provém do exercício de um poder de fato ou suprapositivo. Poder Constituinte Derivado Também chamado de constituído (de segundo grau), é o poder de alterar/modificar a Constituição Federal e, inclusive, o de confeccionar as Constituições estaduais. Opoder constituinte derivado é criado pelo poder constiuinte originário, possuindo previsão e regulamentação no texto da Constituição, tratando-se de um poder limitado, podendo ser objeto de controle de constitucionalidade. Suas características são: jurídico, derivado, limitado (subordinado) e condicionado. Vejamos cada uma: Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 4 I) Jurídico: justamente por estar previsto e regulado pela Constituição. II) Derivado: deriva do poder constituinte originário. III) Limitado ou Subordinado: a Constituição elenca limitações ao seu exercício, as quais não podem ser desrespeitadas (visto que seriam inconstitucionais). Aqui temos a presença das cláusulas pétreas na CF. IV) Condicionado: o seu exercício é regrado pelo texto da Constituição, o que se confirma na obediência ao procedimento da aprovação das emendas constitucionais (art. 60, CF/88). O Poder Constituinte Derivado possui duas subdivisões, quais sejam: Poder Constituinte Reformador e Poder Constituinte Decorrente. Poder Constituinte Derivado Reformador É o poder de alterar/modificar a Constituição, desde que sejam respeitadas as normas e limitações estabelecidas pelo poder constituinte originário. O exercício desse poder foi previsto, na CF/88, ao Congresso nacional para que exerça a alteração do texto da CF/88 em duas situações: emendas constitucionais (art. 60) e revisão constitucional (ADCT, art. 3º). Poder Constituinte Derivado Recorrente É o poder que a CF/88 concede aos estados-membros para que se organizem, elaborando suas próprias Constituições (art. 25, CF/88), desde que sejam respeitadas as regras e limitações estipuladas pela Constituição Federal. STF (RE 577.025): a Lei Orgânica do Distrito Federal (DF) é norma equiparada à Constituição estadual, possuindo natureza de Constituição local. Por outro lado, os Municípios não dispõem do poder constituinte derivado decorrente, ainda que possuam autonomia política, administrativa, financeira e elaborem a sua própria Lei Orgânica (art. 29 da CF/88). 1.3 Reforma e revisão constitucionais. 1.4 Limitação do poder de revisão. 1.5 Emendas à Constituição. A reforma constitucional é o processo formal de mudança da Constituição, através do poder constituinte derivado reformador. Os procedimentos para tal reforma estão previstos na própria CF. Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 5 Pode-se dizer que a reforma constitucional engloba dois meios de modificação da Constituição, através do poder constituinte derivado reformador: revisão (ADCT, art. 3º da CF) e emenda (art. 60, CF). Obs: a única possibilidade de alteração formal da CF/88, atualmente, é através das emendas constitucionais. Revisão Constitucional Esse procedimento único foi previsto no art. 3º do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias): Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. Os constituintes da época mantiveram como provisórios a forma republicana e o sistema presidencialista, até a escolha que iria ser realizada em 1993. Tratou-se de um procedimento previsto pelo poder constituinte originário, que ocorreu 5 anos após a promulgação da CF/88 (1993), no qual estava previsto a escolha da forma de governo (Monarquia ou República) e o sistema de governo (Parlamentarismo ou Presidencialismo) e algumas importantes alterações, a depender do modelo escolhido. Uma vez encerrado o processo de revisão constitucional, mantendo-se a forma de governo Republicana e o sistema de governo Presidencialista, a revisão mudou pouca coisa na CF/88. As emendas constitucionais de revisão possuíram um procedimento simplificado, tempo certo para a sua realização um processo único (5 anos após a promulgação da CF/88, limitado pela CF/88 e inaplicável aos estados-membros. STF (ADI 1722): ao Poder Legislativo estadual não está aberta a via de introdução, no cenário jurídico, do instituto da revisão constitucional. Emenda Constitucional É a única possibilidade de alteração formal da CF/88, atualmente, é através das emendas constitucionais. É um procedimento mais dificultoso que o de aprovação das leis. É permanente, podendo ser realizado a qualquer tempo. Tal procedimento é previsto no art. 60 da CF/88: CF/88 - Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 6 I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. Quórum de aprovação das emendas § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. A proposta será: 1) discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional - em dois turnos. 2) considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. Cláusulas Pétreas § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. As cláusulas pétreas não podem ser objetos de emenda tendentes a sua abolição, no todo ou em parte. Entretanto, nada impede o legislador de modificá-los para ampliar, aumentar ou abranger ainda mais respectivos direitos fundamentais. § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. Limitações do Poder de Revisão Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 7 As limitações ao poder constituinte derivado reformador são impostas pelo poder constituinte originário, as quais são: a) Temporais: a Constituição determina um período em que seu texto não poder sofrer modificações. Ex: parte da doutrina cita o ADCT. b) Circunstanciais: é vedada a modificação durante acontecimentos excepcionais. Ex: estado de sítio, estado de defesa e intervenção federal (art. 60, §1º); c) Materiais: certas matérias não podem ser abolidas do texto da Constituição pelo poder reformador. Se dividem em: c.1) Limitações materiais explícitas: cláusulas pétreas - art. 60, §4º; c.2) Limitações materiais implícitas: não mencionadas expressamente na CF/88, também não poderão ser abolidas. Ex: a) a titularidade do poder constituinte originário e derivado; b) as normas que dispõem sobre o processo de tramitação e votação das propostas de emenda. d) Processuais ou Formais: o processo legislativo de modificação da Constituição possui algumas exigências, mais rigoroso do que o processo de modificação das demais leis do ordenamento. Ex: Legitimados para a proposta de emenda, aprovação em dois turnos em cada casa do Congresso Nacional por 3/5 (três quintos) dos votos dos respectivos membros. STF (ADI2356 e 2362): as normas produzidas pelo poder reformador, essas têm sua validez e eficácia condicionadas à legitimação que recebam da ordem constitucional. Daí a necessária obediência das emendas constitucionais às chamadas cláusulas pétreas. Como foi cobrado pelo Cespe em concursos policiais 01) (CESPE/2018 – PC-MA – Delegado) O poder constituinte originário é fático e soberano, incondicional e preexistente à ordem jurídica. ( )Certo ( ) Errado 02) (CESPE/2016 – PC-PE – Delegado) Acerca do poder de reforma e de revisão constitucionais e dos limites ao poder constituinte derivado, julgue as seguintes afirmativas. Além dos limites explícitos presentes no texto constitucional, o poder de reforma da CF possui limites implícitos; assim, por exemplo, as normas que dispõem sobre o processo de tramitação e votação das propostas de emenda não podem ser suprimidas, embora inexista disposição expressa a esse respeito. Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 8 ( ) Certo ( ) Errado 03) (CESPE/2016 – PC-PE – Delegado) Acerca do poder de reforma e de revisão constitucionais e dos limites ao poder constituinte derivado, julgue as seguintes afirmativas. Emendas à CF somente podem ser apresentadas por proposta de um terço, no mínimo, dos membros do Congresso Nacional. ( ) Certo ( ) Errado 04) (CESPE/2016 – PC-PE – Delegado) Acerca do poder de reforma e de revisão constitucionais e dos limites ao poder constituinte derivado, julgue as seguintes afirmativas. Emenda e revisão constitucionais são espécies do gênero reforma constitucional, não havendo, nesse sentido, à luz da CF, traços diferenciadores entre uma e outra. ( ) Certo ( ) Errado 05) (CESPE/2016 – PC-PE – Delegado) Acerca do poder de reforma e de revisão constitucionais e dos limites ao poder constituinte derivado, julgue as seguintes afirmativas. Não se insere no âmbito das atribuições do presidente da República sancionar as emendas à CF, mas apenas promulgá-las e encaminhá-las à publicação. ( ) Certo ( ) Errado 06) (CESPE/2016 – PC-PE – Delegado) Acerca do poder de reforma e de revisão constitucionais e dos limites ao poder constituinte derivado, julgue as seguintes afirmativas. Se uma proposta de emenda à CF for considerada prejudicada por vício de natureza formal, ela poderá ser reapresentada após o interstício mínimo de dez sessões legislativas e ser apreciada em dois turnos de discussão e votação. ( ) Certo ( ) Errado 07) (CESPE/2016 – PC-PE – Agente) Assinale a opção correta a respeito da Constituição Federal de 1988 (CF) e dos poderes constituintes. A CF pode ser modificada pela atuação de poder constituinte derivado, obedecidas as normas nela inseridas pelo poder constituinte originário. ( ) Certo ( ) Errado 08) (CESPE/2015 – PRF – Policial Rodoviário Federal) No que se refere ao direito constitucional, julgue o item a seguir. Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 9 Por integrarem o rol dos direitos fundamentais e estarem entre as denominadas cláusulas pétreas constitucionais, os direitos e as garantias individuais não podem ser objeto de deliberação de eventuais propostas de emenda constitucional que objetivem aboli-los, no todo ou em parte, do ordenamento jurídico pátrio. ( ) Certo ( ) Errado 09) (CESPE/2013 – PC-BA – Investigador) Considerando os princípios fundamentais da CF, julgue o item que se segue. Considera-se inconstitucional por violação a uma das cláusulas pétreas proposta de emenda constitucional em que se pretenda abolir o princípio da separação de poderes. ( ) Certo ( ) Errado 10) (CESPE/2009 – PC-ES – Agente) Um deputado federal subiu à tribuna da Câmara dos Deputados para defender um projeto de emenda constitucional com a finalidade de instituir a pena de morte no Brasil. O deputado, durante seu discurso em plenário, no momento em que informava aos colegas da proposta realizada, disse que discordava da vedação constitucional absoluta da pena de morte. Com referência à situação hipotética acima apresentada, aos direitos fundamentais, em especial ao direito à vida, julgue o item que se segue. O projeto de emenda constitucional é de duvidosa constitucionalidade, já que não se admite emenda constitucional que tenha por fim abolir direitos e garantias individuais. ( ) Certo ( ) Errado Comentários 01) (CESPE/2018 – PC-MA – Delegado) O poder constituinte originário é fático e soberano, incondicional e preexistente à ordem jurídica. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: certa. O poder constituinte originário é fático e soberano, incondicional e preexistente à ordem jurídica. 02) (CESPE/2016 – PC-PE – Delegado) Acerca do poder de reforma e de revisão constitucionais e dos limites ao poder constituinte derivado, julgue as seguintes afirmativas. Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 10 Além dos limites explícitos presentes no texto constitucional, o poder de reforma da CF possui limites implícitos; assim, por exemplo, as normas que dispõem sobre o processo de tramitação e votação das propostas de emenda não podem ser suprimidas, embora inexista disposição expressa a esse respeito. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: certa. Limitações Materiais: certas matérias não podem ser abolidas do texto da Constituição pelo poder reformador. Se dividem em: Limitações materiais explícitas: cláusulas pétreas - art. 60, §4º; Limitações materiais implícitas: não mencionadas expressamente na CF/88, também não poderão ser abolidas. Ex: a) a titularidade do poder constituinte originário e derivado; b) As normas que dispõem sobre o processo de tramitação e votação das propostas de emenda. 03) (CESPE/2016 – PC-PE – Delegado) Acerca do poder de reforma e de revisão constitucionais e dos limites ao poder constituinte derivado, julgue as seguintes afirmativas. Emendas à CF somente podem ser apresentadas por proposta de um terço, no mínimo, dos membros do Congresso Nacional. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: errada. Membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal. CF/88 - Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 04) (CESPE/2016 – PC-PE – Delegado) Acerca do poder de reforma e de revisão constitucionais e dos limites ao poder constituinte derivado, julgue as seguintes afirmativas. Emenda e revisão constitucionais são espécies do gênero reforma constitucional, não havendo, nesse sentido, à luz da CF, traços diferenciadores entre uma e outra. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: errada. O Poder Constituinte Derivado é responsável pelas alterações no texto constitucional, sendo previsto na CF/88 a sua manifestação por meio de reforma (art. 60, CF/88) ou de revisão (art. 3º do ADCT). Vimos que são institutos diversos, que não se confundem. Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 11 05) (CESPE/2016 – PC-PE – Delegado) Acerca do poder de reforma e de revisão constitucionais e dos limites ao poder constituinte derivado, julgue as seguintes afirmativas. Não se insere no âmbito das atribuições do presidente da República sancionar as emendas à CF, mas apenas promulgá-las e encaminhá-las à publicação. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: errada. CF/88 – art. 60, § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. 06) (CESPE/2016 – PC-PE – Delegado) Acerca do poder de reforma e de revisão constitucionais e dos limites ao poder constituinte derivado, julgue as seguintes afirmativas. Se uma proposta de emenda à CF for considerada prejudicada por vício de natureza formal, ela poderá ser reapresentada após o interstício mínimo de dez sessões legislativas e ser apreciada em dois turnos de discussão e votação. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: errada. CF/88 – Art. 60, § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. 07) (CESPE/2016 – PC-PE – Agente) Assinale a opção correta a respeito da Constituição Federal de 1988 (CF) e dos poderes constituintes.A CF pode ser modificada pela atuação de poder constituinte derivado, obedecidas as normas nela inseridas pelo poder constituinte originário. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: certa. A CF pode ser modificada pela atuação de poder constituinte derivado, devendo ser respeitadas as normas previstas pelo poder constituinte originário. 08) (CESPE/2015 – PRF – Policial Rodoviário Federal) No que se refere ao direito constitucional, julgue o item a seguir. Por integrarem o rol dos direitos fundamentais e estarem entre as denominadas cláusulas pétreas constitucionais, os direitos e as garantias individuais não podem ser objeto de deliberação de eventuais propostas de emenda constitucional que objetivem aboli-los, no todo ou em parte, do ordenamento jurídico pátrio. ( ) Certo ( ) Errado Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 12 Comentário: certo. As cláusulas pétreas não podem ser objetos de emenda tendentes a sua abolição, no todo ou em parte. Entretanto, nada impede o legislador de modificá-los para ampliar, aumentar ou abranger ainda mais respectivos direitos fundamentais. 09) (CESPE/2013 – PC-BA – Investigador) Considerando os princípios fundamentais da CF, julgue o item que se segue. Considera-se inconstitucional por violação a uma das cláusulas pétreas proposta de emenda constitucional em que se pretenda abolir o princípio da separação de poderes. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: certa. CF/88 - § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. 10) (CESPE/2009 – PC-ES – Agente) Um deputado federal subiu à tribuna da Câmara dos Deputados para defender um projeto de emenda constitucional com a finalidade de instituir a pena de morte no Brasil. O deputado, durante seu discurso em plenário, no momento em que informava aos colegas da proposta realizada, disse que discordava da vedação constitucional absoluta da pena de morte. Com referência à situação hipotética acima apresentada, aos direitos fundamentais, em especial ao direito à vida, julgue o item que se segue. O projeto de emenda constitucional é de duvidosa constitucionalidade, já que não se admite emenda constitucional que tenha por fim abolir direitos e garantias individuais. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: certa. CF/88 - § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 13 2 Fundamentos constitucionais dos direitos e deveres fundamentais. 2.1 Direitos e deveres individuais e coletivos. 2.2 Direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. 2.3 Direitos sociais, nacionalidade, cidadania e direitos políticos. 2.4 Garantias constitucionais individuais. 2.5 Garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos. 2.6 Remédios constitucionais. Os direitos e garantias fundamentais estão disciplinados no Título II da CF (arts. 5º a 17), os quais foram divididos em cinco grupos: Direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º); Direitos sociais (arts. 6º a 11); Direitos de nacionalidade (arts. 12 e 13); Direitos políticos (arts. 14 a 16); e Direitos de existência dos partidos políticos (art. 17). Lembrando que há diversos direitos fundamentais presentes em outros dispositivos, que são, por esse motivo, denominados “direitos fundamentais não-catalogados” (fora do catálogo próprio). Por exemplo, direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225/CF). O caput do art. 5º da Constituição afirma que os direitos e garantias fundamentais são garantidos aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país. Todavia, a expressão “estrangeiros residentes no País” deve ser entendida como “estrangeiros sob as leis brasileiras”. Ou seja, aplica-se a estrangeiros residentes ou não residentes, enquanto estiverem sob o manto do nosso ordenamento jurídico, e até mesmo para os apátridas (aqueles sem nacionalidade). Mas nem todos os direitos fundamentais são destinados a estrangeiros. A ação popular, por exemplo, é garantia que não poderá ser estendida a estrangeiros em geral, pois apenas o cidadão é legitimado ativo. CF/88 - Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à Vida, à Liberdade, à Igualdade, à Segurança e à Propriedade, nos termos seguintes (VLISP): I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição. Temos aqui o princípio da isonomia, também conhecido como princípio da igualdade, o qual representa o símbolo da democracia, pois indica um tratamento justo para os cidadãos. É essencial dentro dos princípios constitucionais, porém complexo e para sua completa compreensão é necessário entender o contexto cultural e histórico em que foi criado. Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 14 Desde muito tempo, esse princípio tem feito parte das antigas civilizações. Ao longo da história, foi muitas vezes desrespeitado, assumindo um conceito errado, por entrar em atrito com os interesses das classes dominantes. Quando a CF/88 prevê que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” estamos tratando da chamada igualdade formal. De acordo com ela, é vetado que os legisladores criem ou editem leis que a violem. O princípio da igualdade garante o tratamento igualitário de acordo com a lei para os cidadãos. Ainda, temos a chamada igualdade material. Vejamos as duas: • Igualdade Formal: é aquela presente na Constituição Federal e que trata da igualdade perante a lei. De acordo com o artigo 5º, isso quer dizer que homens, mulheres e todos os cidadãos brasileiros são iguais conforme a legislação. • Igualdade Material: tipo de igualdade, em que todos os seres humanos recebem um tratamento igual ou desigual, de acordo com a situação. Quando as situações são iguais, deve ser dado um tratamento igual, mas quando as situações são diferentes é importante que haja um tratamento diferenciado. De acordo com a doutrina jurídica, esse princípio pode ser usado para limitar o legislador (não será possível criar outras leis que violem o princípio da igualdade), limitar o intérprete da lei (consiste na aplicação da lei de acordo com o princípio), limitar o indivíduo (que não poderá apresentar condutas contrárias a igualdade, ou seja, realizar atos preconceituosos, racistas ou discriminatórios). Esse princípio deve ser interpretado de forma que seja dado tratamento equivalente aos iguais, mas que sejam desigualmente tratados os desiguais, na medida das suas desigualdades (igualdade material). Segundo o texto constitucional, homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações (art. 5º, I/CF). Mas a lei pode criar distinções entre homens e mulheres, desde que haja razoabilidade para o critério eleito para a discriminação. Por exemplo, concurso para agente penitenciário em uma delegacia feminina que só admita a inscrição de mulheres. O limite de idade para inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser pretendido (Súmula 683 do STF). Ou seja, pode haver determinadas distinções por critério de idade, desde que haja justificativa e razoabilidade. Estão plenamente de acordo com o princípio da igualdade as políticas de “cotas” e outras ações afirmativas, eis que representam meio apto a efetivar a igualdade material e permitir a suplantação de desigualdades ocasionadas por situações históricas particulares.Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 15 Princípio da Legalidade CF/88 – Art. 5º - II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Tal princípio visa combater o poder arbitrário do Estado, pois somente mediante espécies normativas elaboradas segundo as regras do processo legislativo pátrio podem-se criar obrigações para os indivíduos. Aos particulares é lícito fazer tudo aquilo que a lei não proíba (não é necessária uma lei autorizando determinado comportamento, basta que não exista uma norma que o proíba). D Diferentemente, para os agentes públicos, o princípio da legalidade tem outra conotação, eis que ele somente pode agir conforme o estabelecido em lei (se não houver previsão legal para determinada atuação, não há possibilidade de o poder público proceder daquela forma). É o princípio da legalidade estrita (ou restrita). Liberdade de Expressão IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional. O conceito de liberdade de expressão é extremamente abrangente e tem diversas implicações: desde um cidadão expor sua opinião; um político, sua ideologia; um artista, sua arte; um jornalista, sua investigação, e por aí vai. Além de garantir a expressão, o direito também se refere ao amplo acesso à informação a partir de diferentes e variadas fontes, dentro de um ambiente democrático, que garanta as liberdades de expressão e de imprensa. É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato (art. 5º, IV). A vedação ao anonimato objetiva possibilitar a responsabilização de quem cause danos a terceiros. Afinal, a Constituição também assegura o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem (art. 5°, V). Assim, veiculada expressão indevida de juízos e valores é cabível o direito de resposta – acumulável com a indenização por danos morais e materiais – aplicável tanto às pessoas físicas e quanto às jurídicas que sejam ofendidas. É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença (art. 5º, IX). Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 16 STF: o Supremo Tribunal Federal declarou inexigível (com fundamento nos direitos fundamentais à liberdade de pensamento e de sua expressão, de criação artística, produção científica) autorização de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo também desnecessária autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes). Atenção: NÃO existem direitos fundamentais absolutos. Assim, a incitação ao racismo, assim como o discurso de ódio e violência, não estão protegidos pela liberdade de expressão. Liberdade de Consciência e de Crença VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; Escusa de consciência: ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei (art. 5º, VIII). Ou seja, o indivíduo pode não cumprir obrigação a todos imposta e não ser privado de direitos, desde que cumpra prestação alternativa fixada em lei. STF (RE 494601) - É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana. Liberdade de trabalho/profissão XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. Liberdade de Locomoção XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens. Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 17 A violação a esse direito poderá ensejar a impetração do remédio constitucional chamado habeas corpus. Liberdade de Reunião XVI – todos podem reunir se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. Requisitos para o exercício da liberdade de reunião: - Reunião pacífica. - Sem armas. - Não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local. - Prévio aviso à autoridade competente. Forma coletiva de exercício da liberdade de expressão, uma vez que consiste no direito de determinados agrupamentos de pessoas reunirem-se temporariamente para a livre manifestação dos seus pensamentos. É também direito individual, pois assegura a qualquer indivíduo a livre opção de participar ou não de determinada reunião. Haverá restrição ao direito de reunião na hipótese de decretação do estado de defesa e suspensão no caso de decretação do estado de sítio (art. 136, §1º, I, “a” e art. 139, IV, ambos da CF). São limitações circunstanciais. Atenção nestes dois pontos: Marcha da maconha STF (ADPF 187) - passeata pela liberalização do uso da maconha (marcha da maconha) foi uma manifestação considerada legítima pelo STF. Os direitos constitucionais de reunião e de livre expressão do pensamento garantem a realização dessas marchas. Ressaltaram que a liberdade de expressão e de manifestação somente pode ser proibida quando for dirigida a incitar ou provocar ações ilegais e iminentes. Eventual ausência de aviso prévio à autoridade competente STF (RE 806.339) - Eventual ausência de prévio aviso para o exercício do direito de reunião não transforma a manifestação em ato ilícito. - Ainda, de acordo com a jurisprudência do STF (806.339) – A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte: “A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 18 satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local”. Liberdade de Associação XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; A liberdade de associação é plena e também se relaciona ao exercício da liberdade de expressão. Diferencia-se, entretanto, do direitode reunião; porque a associação reveste-se de caráter de permanência, de continuidade (ao contrário da natureza ocasional e temporária da reunião). Sobre a liberdade de associação, o dispositivo mais importante (mais cobrado em concursos) é o art. 5°, XIX, da CF/88, segundo o qual as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado. Ou seja, suspensão ou dissolução das associações são temas que exigem reserva de jurisdição (estão protegidos contra a atuação administrativa). Assim, a associação poderá ter suas atividades suspensas ou ser dissolvida por determinação judicial. Mas, atenção! Como o caso de dissolução é mais gravoso, ele (somente a dissolução compulsória) exige trânsito em julgado. Representação Judicial - As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente (art. 5º, XXI). Trata-se de hipótese de representação judicial (desde que expressamente autorizada, uma associação poderá ajuizar ação judicial em nome de um indivíduo, no interesse dele. Nesse caso, a associação é mera representante do indivíduo interessado). Inviolabilidades X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 19 XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráfcas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; Direito à intimidade e à privacidade - Para a reparação por dano moral não é necessário que tenha havido dano material e essas indenizações podem ser concomitantes. A reparação por dano moral não exige ofensa à reputação do indivíduo (o mero desconforto causado pela publicação de uma foto não autorizada já geraria direito à reparação). As pessoas jurídicas também estão protegidas pela inviolabilidade da honra e da imagem. Inviolabilidade domiciliar – como regra, é inviolável o domicílio, mas a própria CF admite exceções: (1) flagrante delito ou desastre; (2) prestação de socorro; ou (3) durante o dia, por determinação judicial. Assim, temos que: (1) por determinação judicial, só será possível ingressar na residência sem o consentimento do morador durante o dia; (2) no caso de flagrante delito ou desastre ou para prestar socorro não é necessário que a ação ocorra durante o dia, podendo ocorrer de dia ou à noite. Segundo o STF, essa inviolabilidade não alcança somente “casa”, residência do indivíduo. Alcança, também, qualquer recinto fechado, não aberto ao público, ainda que de natureza profissional (escritório do advogado, consultório do médico, dependências privativas da empresa, quarto de hotel etc.). O sigilo bancário somente pode ser atingido por (quebra do sigilo): por determinação judicial; por determinação do Plenário da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; por determinação de CPI; por determinação do Ministério Público, desde que no âmbito de procedimento administrativo visando à defesa do patrimônio público; por determinação das autoridades e agentes fscais tributários da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente, nos termos dos arts. 5º e 6º da LC 105/2001. Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 20 As autoridades policiais (Polícia Federal, polícias civis etc.), o Ministério Público (ressalvada a situação excepcional descrita acima) e os tribunais de contas não dispõem do poder de determinar quebra de sigilo bancário. Como nenhum direito fundamental é absoluto, caso a inviolabilidade da correspondência tiver sendo utilizada para acobertar práticas ilícitas, aquela garantia poderá ser afastada (por exemplo, se presidiários estiverem planejando um sequestro por meio de cartas, o direito à proteção da vida irá preponderar, e poderá ser admitida a violação da correspondência). No caso das comunicações telefônicas, o próprio dispositivo constitucional (art. 5º, XII) estabelece quais seriam os requisitos para a violação do sigilo: • ordem judicial (reserva de jurisdição, não se admite interceptação por ordem administrativa ou de CPI); • nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer; e • para fins de investigação criminal e instrução processual penal (não pode em âmbito de processo administrativo). Os dados colhidos em interceptações telefônicas (judicialmente autorizadas para produção de provas em investigação criminal ou instrução processual penal) podem ser utilizados em procedimento administrativo disciplinar, contra as mesmas pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra outros servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa prova. Você não pode confundir sigilo telefônico com sigilo das comunicações telefônicas: quando se fala em quebra do sigilo telefônico, trata-se de acesso aos dados de ligações telefônicas (quem ligou para quem, quando, quanto tempo durou a ligação). Quando se fala em interceptação telefônica, trata-se de gravação das conversas estabelecidas entre os interlocutores, ou seja, refere-se ao conteúdo da conversa. Quando falamos em “interceptação telefônica” ou “sigilo das correspondências”, pretendemos proteger a comunicação, a correspondência em si, enquanto em trânsito e lacrada. Por isso, essa garantia não veda a apreensão de uma carta já aberta e guardada ou a utilização, como prova, de e-mails armazenados num celular ou no HD de um computador regularmente apreendidos. Direito de Propriedade XXII – é garantido o direito de propriedade; XXIII – a propriedade atenderá a função social; Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 21 XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvada os casos previstos nesta Constituição; XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do “de cujus”. O direito de propriedade é garantia individual e relativa, considerando que deve respeitar o conceito de função social que consta nos artigos 182, §2º (propriedade urbana) e 186 (propriedade rural), da CF/88. Nos termos do art. 5º, XXIV, da CF/88, a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos na Constituição (arts. 182, §4º, 184 e 243).Observe que a desapropriação pode ser fundada em necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, ou seja, mesmo que a propriedade atenda sua função social. Na dúvida, lembre-se da desapropriação de terrenos urbanos para o alargamento de uma avenida. Além da desapropriação, a requisição administrativa é outra limitação ao direito de propriedade (no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano - art. 5°, XXV). Nessa hipótese, ao contrário da desapropriação, a propriedade do bem continua sendo do indivíduo (ele só “empresta” ao Estado, o qual o indenizará, posteriormente, se houver dano). Vale destacar que foi conferida proteção especial à pequena propriedade rural produtiva (a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento - art. 5°, XXVI). Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 22 Dentro da esfera de proteção do direito de propriedade, a Constituição garante também o direito de herança (art. 5°, XXX) e regula a sucessão de bens de estrangeiros situados no Brasil, protegendo os filhos e cônjuge brasileiros (a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do “de cujus”, o falecido - art. 5°, XXXI). O direito de propriedade abrange também os bens incorpóreos, protegendo a propriedade industrial (relacionada às marcas e às patentes) e os direitos autorais. Quanto ao direito autoral, a Constituição garante aos autores o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar (art. 5°, XXVII). No caso da propriedade industrial, a Constituição prevê que a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País (CF, art. 5º, XXIX). Obs: No caso de direito autoral (sobre obras literárias, por exemplo), é garantido o direito exclusivo permanente, sendo que a lei estabelecerá o período de utilização por parte dos herdeiros. Diferentemente, no tocante aos inventos industriais, a lei poderá limitar o período de utilização do próprio autor (“privilégio temporário”). Direito à Informação XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. É garantia de natureza administrativa, que decorre do princípio da publicidade dos atos da Administração Pública. Porém essa garantia não é absoluta, já que o Poder Público pode recusar-se a fornecer a informação quando esta for imprescindível à segurança do Estado e da sociedade, nos termos da lei nº 12.527/2011. Ressalte-se, ainda a criação da comissão da verdade, instituída pela lei 12.528/2011. Importante dizer que quando houver negativa administrativa sobre informações pessoais a ação constitucional cabível poderá ser o habeas data, mas quando o direito denegado for informações de interesse coletivo ou geral, a ação constitucional cabível a espécie será o mandado de segurança (art. 5º, LXIX e LXXII). Direito de Petição e de Certidão XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 23 b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situação de interesse pessoal; O Direito de Petição é garantia de índole administrativa que não se confunde com o direito de ação, por isso não tem o peticionário de demonstrar lesão ou ameaça de lesão a interesse, pessoal ou particular. Visa defender direito, noticiar ilegalidade ou abuso de autoridade, constituindo uma prerrogativa democrática, de caráter essencialmente informal (apesar da forma escrita), independentemente do pagamento de taxas e está desvinculado da comprovação da existência de qualquer lesão a interesses próprios do solicitante. O direito de certidão é consagrado como garantia constitucional de natureza individual, exercido na seara administrativa. Tem como objetivo o esclarecimento de situações pretéritas pessoais, onde o Estado se obriga a prestá-lo sob pena de responsabilidade política, civil e criminal, ressalvados as hipóteses constitucionais de sigilo. Negado o direito, caberá mandado de segurança (art. 5º, LXIX), e não habeas data, não podendo ser invocada para se ter acesso a documento a respeito de terceiro (a menos que este tenha lhe conferido mandato de representação). Direitos de segurança Neste ponto, cabe informar que a previsão do art. 5º no tocante ao direito à segurança refere-se a uma segurança jurídica, de índole processual e de garantias constitucionais penais. Sendo assim, analisaremos estes dois aspectos. a) Princípios e regras aplicáveis ao direito e ao processo: XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Podemos apontar três postulados constitucionais que consubstanciam as garantias processuais do indivíduo no nosso Estado Democrático de Direito: • Inafastabilidade da jurisdição: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito (CF, art. 5°, XXXV). • Devido processo legal: ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal (CF, art. 5°, LIV). Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 24 • Princípios do contraditório e da ampla defesa: assegura-se aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (CF, art. 5º, LV). O direito ao contraditório engloba os seguintes direitos: • Direito de ser informado e ter acesso às informações do processo; • Direito de se manifestar sobre os elementos do processo; e • Direito de ver os seus argumentos considerados. Não ofende o princípio da inafastabilidade da jurisdição a previsão contratual de que sejam solucionados pela via arbitral os conflitos sobre direitos patrimoniais disponíveis. Na hipótese, abre- se mão da via judicial, e não do direito de ação ou do acesso à jurisdição (uma vez que jurisdição há, porém privada). STF – Súmula 667: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa. STF – Súmula Vinculante 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. STF – Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. STF – Súmula Vinculante 28: É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário. STF – Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos deprova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. STF – Súmula Vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. Duplo grau de jurisdição: Segundo o Supremo Tribunal Federal o princípio do duplo grau de jurisdição não é uma garantia constitucional absoluta. Ou seja, não está proibida a existência de processos de instância única (como é o caso da competência originária do próprio STF para julgamento das mais altas autoridades da República, em que a decisão não pode ser submetida a outra instância, nos termos do art. 102, I, “b” da CF/88). Princípio do Juiz Natural XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção; Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 25 LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; Esse direito fundamental está previsto em dois incisos do art. 5º da Constituição: - não haverá juízo ou tribunal de exceção (inciso XXXVII) e ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente (inciso LIII). Esse princípio apresenta duas finalidades: proibir a criação de tribunais de exceção (tribunal instituído por casuísmo, criado após o fato que está acarretando o julgamento); e garantir o respeito às regras que estabelecem a competência de julgamento de modo objetivo, assegurando a imparcialidade do órgão julgador. Júri Popular XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; STF - Súmula Vinculante 45: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual. Inadmissibilidade das provas ilícitas LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; Doutrina da ilicitude por derivação (ou teoria dos frutos da árvore envenenada): são ilícitas não só a prova originária obtida por meios ilícitos como também todas as demais produzidas a partir dela (isto é, são ilícitas a prova originária e todas as provas dela derivadas). Entretanto, a existência de prova ilícita não torna o processo nulo como um todo. Se detectadas provas ilícitas nos autos de processo, deve ser feito o chamado “desentranhamento”; isto é, as provas ilícitas serão retiradas do processo. E o processo pode ter sua regular continuidade com base em outras provas lícitas autônomas. STF - Uma prova ilícita pode vir a tornar-se lícita, desde que em legítima defesa. Por exemplo, uma gravação clandestina (originalmente ilícita) pode ser utilizada como prova, desde que realizada em legítima defesa de um dos interlocutores. Provas ilícitas = aquelas colhidas em ofensa às normas de direito material. Provas ilegítimas = aquelas produzidas em ofensa ao direito processual. Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 26 Celeridade processual - A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação (art. 5º, LXXVIII). Publicidade dos atos processuais - A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem (art. 5º, LX). Assistência jurídica gratuita - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos (art. 5°, LXXIV). Assistência jurídica gratuita será prestada pela defensoria pública e contempla não só a assistência de advogado, mas também de perito. A Constituição Federal estabelece ainda que são assegurados, independentemente do pagamento de taxas, para os reconhecidamente pobres, na forma da lei, o registro civil de nascimento e a certidão de óbito (art. 5º, LXXVI), mas não para casamento, b) Garantias Constitucionais Penais: XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Princípio da Reserva Legal e da Anterioridade - Em face do princípio da reserva legal, lê-se: “não há crime sem lei que o defina e não há pena sem cominação legal”, entendendo ser indispensável uma descrição específica da conduta tida como lesiva ao bem juridicamente protegido. Em sentido formal, a reserva legal cuida-se de que a matéria deve resultar de lei aprovada pelo Congresso Nacional. Quanto ao princípio da anterioridade, diz-se: não há crime sem lei “anterior” que o defina e não há pena sem “prévia” cominação legal (nullun crimem, nulla poena sine praevia lege). Princípio da retroatividade da lei penal mais favorável ao réu (lex mitior) – A regra é a irretroatividade In Pejus, pois a lei nova desfavorável ao réu (lex gravior) não retroage para atingir delitos praticados antes do início da sua vigência. Quando se trata de lei mais benéfica para o réu, a retroatividade existe, inclusive com relação à eficácia da coisa julgada, aplicando-se também durante o processo de execução da pena. XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 27 Crimes Imprescritíveis (RaÇão): • Racismo • AÇão de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. Crimes Insuscetíveis de Graça e Anistia (3TH): • Tortura • Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins • Terrorismo • Crimes Hediondos Obs: A lei 8072/90 (lei dos Crimes Hediondos) prevê que: Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: I - anistia, graça e indulto. Crimes Inafiançáveis • Racismo • AÇão de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. • Tortura • Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afns • Terrorismo • Crimes Hediondos - Graça e indulto: são atos de clemência do poder executivo, extinguindo ou diminuindo a pena dada ao condenado (art. 84, XII). Chama-se graça se o perdão for individual e indulto se for coletivo. - Anistia: é um perdão concedido por lei, portanto deve submeter-se ao congresso nacional (art. 48, VIII). Penas Permitidas e Proibidas: XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes (PPMPS): a) Privação ou restrição da liberdade; b) Perda de bens; c) Multa; d) Prestação social alternativa; Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 28 e) Suspensão ou interdição de direitos. XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; Direitos e Garantias relativos à prisão XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridadefísica e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; LXI- ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; STF – Súmula Vinculante 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 29 Como foi cobrado pelo Cespe em concursos policiais 01) (CESPE/2020 – PC-SE – Delegado) Com base nas normas que regem a organização policial, julgue o item a seguir. A segurança pública é direito fundamental previsto na Constituição Federal de 1988 e assegurado tanto aos brasileiros quanto a estrangeiros residentes no Brasil. ( ) Certo ( ) Errado 02) (CESPE/2019 – PRF – Policial Rodoviário Federal) À luz da Constituição Federal de 1988, julgue o item que se segue, a respeito de direitos e garantias fundamentais e da defesa do Estado e das instituições democráticas. São constitucionalmente assegurados ao preso o direito à identificação dos agentes estatais responsáveis pela sua prisão e o direito de permanecer em silêncio. ( ) Certo ( ) Errado 03) (CESPE/2019 – PRF – Policial Rodoviário Federal) À luz da Constituição Federal de 1988, julgue o item que se segue, a respeito de direitos e garantias fundamentais e da defesa do Estado e das instituições democráticas. Em caso de iminente perigo público, autoridade pública competente poderá usar a propriedade particular, desde que assegure a consequente indenização, independentemente da comprovação da existência de dano, que, nesse caso, é presumido. ( ) Certo ( ) Errado 04) (CESPE/2018 – PC-SE – Delegado) Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coletivos e às garantias constitucionais. O princípio da individualização da pena determina que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, razão pela qual as sanções relativas à restrição de liberdade não alcançarão parentes do autor do delito. ( ) Certo ( ) Errado 05) (CESPE/2018 – PC-SE – Delegado) Com relação aos direitos e às garantias fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988, julgue o item a seguir. Dada a previsão constitucional de que nenhuma pena passará da pessoa do condenado a outrem, o ordenamento jurídico veda que obrigações de reparação de danos sejam estendidas aos sucessores do condenado. ( ) Certo ( ) Errado Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 30 06) (CESPE/2018 – PC-MA – Médico Legista) De acordo com o rol de direitos e deveres individuais e coletivos elencados no art. 5.° da Constituição Federal de 1988 (CF), Em nenhuma circunstância haverá penas cruéis ou de morte, de caráter perpétuo, de trabalhos forçados ou de banimento. ( ) Certo ( ) Errado 07) (CESPE/2018 – PC-MA – Médico Legista) De acordo com o rol de direitos e deveres individuais e coletivos elencados no art. 5.° da Constituição Federal de 1988 (CF), A definição do estabelecimento prisional onde será cumprida a pena independe do delito, da idade e do sexo do apenado. ( ) Certo ( ) Errado 08) (CESPE/2018 – PC-MA – Médico Legista) De acordo com o rol de direitos e deveres individuais e coletivos elencados no art. 5.° da Constituição Federal de 1988 (CF), Será protegida a livre manifestação do pensamento, inclusa a anônima. ( ) Certo ( ) Errado 09) (CESPE/2018 – PC-MA – Médico Legista) De acordo com o rol de direitos e deveres individuais e coletivos elencados no art. 5.° da Constituição Federal de 1988 (CF), Será ampla a liberdade de associação, independentemente de autorização dos poderes públicos. ( ) Certo ( ) Errado 10) (CESPE/2016 – PC-GO – Agente) Observadas as ressalvas constitucionais e jurisprudenciais, os espaços que poderão ser protegidos pela inviolabilidade do domicílio incluem: I. o local de trabalho do indivíduo. II a embarcação em que o indivíduo resida e(ou) exerça atividade laboral. III o recinto ocupado provisoriamente pelo indivíduo. IV o imóvel que o indivíduo ocupe por empréstimo. V o quarto de hotel que seja ocupado pelo indivíduo. ( ) Certo ( ) Errado 11) (CESPE/2015 – PRF – Policial Rodoviário Federal) O princípio constitucional da igualdade estabelece que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. ( ) Certo ( ) Errado 12) (CESPE/2013 – PRF – Policial Rodoviário Federal) Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos e garantias fundamentais previstos na CF. Aos que comprovem insuficiência de recursos é assegurada a gratuidade na prestação de assistência jurídica integral pelo Estado. Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 31 ( ) Certo ( ) Errado 13) (CESPE/2013 – PRF – Policial Rodoviário Federal) Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos e garantias fundamentais previstos na CF. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. ( ) Certo ( ) Errado Comentários 01) (CESPE/2020 – PC-SE – Delegado) Com base nas normas que regem a organização policial, julgue o item a seguir. A segurança pública é direito fundamental previsto na Constituição Federal de 1988 e assegurado tanto aos brasileiros quanto a estrangeiros residentes no Brasil. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: certa. CF/88 - Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. STF (HC 94.477): é estendido a proteção do rol dos direitos fundamentais a estrangeiros, ainda que em trânsito pelo país. 02) (CESPE/2019 – PRF – Policial Rodoviário Federal) À luz da Constituição Federal de 1988, julgue o item que se segue, a respeito de direitos e garantias fundamentais e da defesa do Estado e das instituições democráticas. São constitucionalmente assegurados ao preso o direito à identificação dos agentes estatais responsáveis pela sua prisão e o direito de permanecer em silêncio. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: certa. CF/88 - Art. 5º: LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial. Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 32 03) (CESPE/2019 – PRF – Policial Rodoviário Federal) À luz da Constituição Federal de 1988, julgue o item que se segue, a respeito de direitos e garantias fundamentais e da defesa do Estado e das instituições democráticas. Em caso de iminente perigo público, autoridade pública competente poderá usar a propriedade particular, desde que assegure a consequente indenização, independentemente da comprovação da existência de dano, que, nesse caso, é presumido. ( ) Certo ( ) ErradoComentário: errada. CF/88, art. 5º, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. 04) (CESPE/2018 – PC-SE – Delegado) Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coletivos e às garantias constitucionais. O princípio da individualização da pena determina que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, razão pela qual as sanções relativas à restrição de liberdade não alcançarão parentes do autor do delito. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: errada. Cuidado. Princípio da Intrascendência ou pessoalidade da pena: a pena não passará da pessoa do acusado. CF/88 - Art. 5º, XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. 05) (CESPE/2018 – PC-SE – Delegado) Com relação aos direitos e às garantias fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988, julgue o item a seguir. Dada a previsão constitucional de que nenhuma pena passará da pessoa do condenado a outrem, o ordenamento jurídico veda que obrigações de reparação de danos sejam estendidas aos sucessores do condenado. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: errada. CF/88 - Art. 5º, XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. 06) (CESPE/2018 – PC-MA – Médico Legista) De acordo com o rol de direitos e deveres individuais e coletivos elencados no art. 5.° da Constituição Federal de 1988 (CF), Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 33 Em nenhuma circunstância haverá penas cruéis ou de morte, de caráter perpétuo, de trabalhos forçados ou de banimento. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: errada. CF/88 – Art. 5º, XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis. 07) (CESPE/2018 – PC-MA – Médico Legista) De acordo com o rol de direitos e deveres individuais e coletivos elencados no art. 5.° da Constituição Federal de 1988 (CF), A definição do estabelecimento prisional onde será cumprida a pena independe do delito, da idade e do sexo do apenado. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: errada. CF/88 – Art. 5º, XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado. 08) (CESPE/2018 – PC-MA – Médico Legista) De acordo com o rol de direitos e deveres individuais e coletivos elencados no art. 5.° da Constituição Federal de 1988 (CF), Será protegida a livre manifestação do pensamento, inclusa a anônima. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: errada. CF/88 – Art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. 09) (CESPE/2018 – PC-MA – Médico Legista) De acordo com o rol de direitos e deveres individuais e coletivos elencados no art. 5.° da Constituição Federal de 1988 (CF), Será ampla a liberdade de associação, independentemente de autorização dos poderes públicos. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: certa. CF/88 – Art. 5º, XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar. CESPE 2018 - será ampla a liberdade de associação, independentemente de autorização dos poderes públicos. Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 34 10) (CESPE/2016 – PC-GO – Agente) Observadas as ressalvas constitucionais e jurisprudenciais, os espaços que poderão ser protegidos pela inviolabilidade do domicílio incluem: I. o local de trabalho do indivíduo. II a embarcação em que o indivíduo resida e(ou) exerça atividade laboral. III o recinto ocupado provisoriamente pelo indivíduo. IV o imóvel que o indivíduo ocupe por empréstimo. V o quarto de hotel que seja ocupado pelo indivíduo. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: certo. CF/88 – Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. STF (RHC 90376/RJ): o conceito de "casa", para os fins da proteção jurídico-constitucional a que se refere o art. 5º, XI, da Lei Fundamental, reveste-se de caráter amplo, pois compreende, na abrangência de sua designação tutelar, (a) qualquer compartimento habitado, (b) qualquer aposento ocupado de habitação coletiva e (c) qualquer compartimento privado onde alguém exerce profissão ou atividade. 11) (CESPE/2015 – PRF – Policial Rodoviário Federal) O princípio constitucional da igualdade estabelece que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: certo. A questão refere-se à igualdade formal, prevista na CF/88, art. 5°: todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. A igualdade material tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida e na proporção de suas desigualdades (princípio da isonomia). 12) (CESPE/2013 – PRF – Policial Rodoviário Federal) Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos e garantias fundamentais previstos na CF. Aos que comprovem insuficiência de recursos é assegurada a gratuidade na prestação de assistência jurídica integral pelo Estado. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: certa. CF/88 - art. 5, LXXIV: o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. 13) (CESPE/2013 – PRF – Policial Rodoviário Federal) Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos e garantias fundamentais previstos na CF. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. Viviana Leal de Souza vika_voa@hotmail.com 35 ( ) Certo ( ) Errado Comentário: certa. CF/88, art. 5º, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. Remédios Constitucionais Habeas Corpus LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 1. Objeto tutelado: liberdade de locomoção. Só será cabível o remédio constitucional quando houver ofensa ou ameaça à liberdade de locomoção. Se, em virtude da ilegalidade ou do abuso de poder, o indivíduo estiver sob o risco de uma penalidade de multa ou de afastamento do cargo, por exemplo, não será cabível habeas corpus. 2. Ofensa indireta - O habeas corpus é cabível não só contra ofensa direta, mas também quando se estiver diante de ofensa indireta ao direito de locomoção (a ofensa indireta ocorre quando o ato impugnado poderá resultar em procedimento que, no final, resulte na reclusão do impetrante). STF (AI 573623 QO/RJ) - O habeas corpus é medida idônea para impugnar decisão judicial que autoriza a quebra de sigilos fiscal e bancário em procedimento criminal, haja vista a possibilidade destes resultarem em constrangimento à liberdade do investigado. STF – Súmula 693 - Não cabe habeas corpus para impugnar decisão condenatória à pena de multa, ou relativa a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. STF – Súmula 694 - Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública. STF – Súmula 695 - Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.
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