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Unidade II - Regionalizações do Brasil

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Regionalização do 
Brasil 
Regionalizações do Brasil 
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Flavio Bezerra da Silva 
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fatima Furlan 
5
•	Regionalizações do Brasil
•	Outras Propostas de Regionalizações
A leitura do texto teórico e execução das atividades são fundamentais para o 
acompanhamento do conteúdo a ser desenvolvido.
Nesta unidade, é fundamental perceber que existem diferentes 
propostas sobre regionalização do Brasil, tanto oriundas do 
governo federal, por meio do IBGE, quanto das propostas de 
geógrafos ou outros. 
É importante entender as mudanças do território brasileiro 
relacionando-as as diversas propostas de regionalização 
existentes ao longo do tempo.
Regionalizações do Brasil
6
Unidade: Regionalizações do Brasil 
Contextualização
As definições de regionalização, bem como seus critérios podem ser variadas. Tanto podem 
ser elaboradas por órgãos e instituições de planejamento, que podem criar regionalizações com 
fins práticos, por exemplo, para terem unidades de referência para fins estatísticos e/ou para 
políticas de desenvolvimento, quanto para fins de pesquisa, podendo ter diversas formas de 
apreensão e critérios para a divisão regional.
Exemplificando: Um governo estadual, por meio de sua Secretaria de Meio Ambiente, 
pode usar a concepção de região natural e dividir o espaço mediante divisões regionais que 
congreguem elementos naturais, tais como: formação geológica, relevo, clima e vegetação.
Já uma determinada Secretaria de Turismo e Cultura poderá dividir o mesmo Estado, usando 
critérios turísticos e culturais, dividindo-os assim em regiões com diferentes características 
turístico-culturais. 
O mesmo pode ocorrer com um pesquisador em Geografia, que ao estudar o fenômeno dos 
circuitos espaciais de produção venha a elaborar uma proposta de diferentes regiões produtivas 
do Brasil, dando ênfase à dimensão econômica neste caso.
Atualmente, do ponto de vista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil 
é dividido em cinco grandes regiões, sendo uma delas o Nordeste. Contudo, há possibilidades 
de pensarmos que no Nordeste também há várias regiões, seja considerando critérios naturais, 
sociais, econômicos ou outros, combinados ou não. Desse modo, podemos considerar o Sertão 
Nordestino uma região, o Vale do São Francisco outra e assim por diante. 
Em nível nacional, já houve no Brasil várias propostas de regionalizações, em nível de 
macrorregiões, oriundas principalmente do IBGE. No texto teórico, vamos conhecer algumas 
dessas divisões regionais. 
 
7
Regionalizações do Brasil
Ao longo da história, o Brasil passou por diversas divisões regionais, que foram propostas 
formalmente, mas também elaboradas por diferentes autores, geralmente geógrafos e engenheiros.
Como vimos, há diferentes propostas teóricas para definirmos região e regionalização e essas 
podem ocorrer segundo critérios naturais e fisiográficos, mas também econômicos, histórico-
culturais, políticos, entre outros, combinados ou não, bem como definidos tanto com finalidades 
teórico-acadêmicas quanto para a gestão e/ou planejamento.
No século XIX, já eram comuns as definições que distinguiam Norte e Sul do Brasil e 
suas expressões decorrentes: os sulistas e os nortistas. Já para fins de planejamento e gestão 
geralmente as divisões propostas tinham relação com a necessidade de realizar levantamentos e 
divulgação de dados estatísticos, como afirma a geógrafa Angélica Alves Magnago: 
A divisão regional, entretanto, é também uma tarefa executada 
para subsidiar o planejamento, especialmente ao que se 
refere à definição de uma base territorial institucionalizada 
para levantamento e divulgação de dados estatísticos. Essa 
característica leva a que os planejadores busquem um modelo 
de divisão regional onde as unidades identificadas tenham 
coerência interna e certo grau de permanência de seus 
elementos/atributos constitutivos. Só que o conceito de região, 
conforme Santos, não é um “edifício estável” (MAGNAGO, 
1995, p. 64). 
Conforme se observa nos mapas da figura 1, houve diversos autores que propuseram 
diferentes divisões macrorregionais para o Brasil. É o caso da proposta do geógrafo Delgado de 
Carvalho, de 1913, considerada um marco conceitual e prático sobre a divisão regional, com 
cinco macrorregiões, mas que conserva muitas diferenças com as atuais cinco macrorregiões do 
IBGE. Na proposta de Carvalho, baseada em critérios naturais, havia as seguintes regiões: 
Setentrional (Amazonas, Pará e o território do Acre); Central (Mato Grosso e Goiás); Norte-
Oriental (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas); 
Oriental (Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo) e Meridional (São 
Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul).
8
Unidade: Regionalizações do Brasil 
Figura 1: Algumas Propostas de Divisão Regional do Brasil
GUIMARÃES, F. DE M.S. Divisão Regional do Brasil. Revista Brasileira de Geografia, 3(12), abr-junho. 1941.p.343.
A primeira divisão proposta pelo IBGE ocorreu na década de 1940, conforme se verifica na 
figura 2. O conceito usado foi de região natural, considerando-se as influências recíprocas entre 
diversos fatores naturais, sobretudo em relação ao clima, relevo e vegetação. 
Sobre as primeiras propostas de divisão regional do Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE) em seu site1 comenta sua participação nesse processo de regionalização: 
Os estudos da Divisão Regional do IBGE tiveram início em 1941 
sob a coordenação do Prof. Fábio Macedo Soares Guimarães. 
O objetivo principal de seu trabalho foi de sistematizar as 
várias “divisões regionais” que vinham sendo propostas, de 
forma que fosse organizada uma única Divisão Regional do 
Brasil para a divulgação das estatísticas brasileiras. Com o 
prosseguimento desses trabalhos, foi aprovada, em 31/01/42, 
através da Circular nº1 da Presidência da República, a primeira 
Divisão do Brasil em regiões, a saber: Norte, Nordeste, Leste, 
Sul e Centro-Oeste (IBGE, s/d). 
9
Importante ressaltar que a partir dos anos 1930, sobretudo no período do governo Vargas 
(1930-45), a questão de planejamento e regionalização do Brasil passa a ter relevância como 
forma de modernizar o Brasil.
Você Sabia ?
A criação do IBGE e do Conselho Nacional de Geografia (CNG), em 1937, e do Conselho 
Nacional de Estatística (CNE), em 1936, fez parte do projeto modernizador que criou várias 
instituições de caráter administrativo e planejador no Brasil. 
Nesse sentido, a Geografia, como disciplina escolar e também no Ensino Superior, servia 
para divulgar informações sobre o território brasileiro e, portanto, tinha uma função ideológica 
de difundir a concepção de brasilidade, civismo e da modernização brasileira. Já o IBGE, criado 
nesse período, serviria como instituição de pesquisa geográfica e estatística.
Em 1942, houve uma definição nacional para que todos os Ministérios adotassem a definição 
regional do IBGE. Então, o engenheiro Fábio Macedo Guimarães do CNG optou pela proposta 
de Delgado de Carvalho, com algumas mudanças, mas com ênfase em alguns elementos 
naturais, embora ambos reconhecessem que não havia um limite real entre as características 
naturais e os limites das regiões propostas (MAGNAGO, 1995). 
Figura 2: Divisão Regional do Brasil-IBGE - 1945
IBGE - Diretoria de Geociências
10
Unidade: Regionalizações do Brasil 
Com a criação do território federal de Fernando de Noronha, em 1942, assim como dos 
territórios federais do Amapá, Rio Branco (atual Roraima), Guaporé (atual Rondônia), Ponta 
Porá e Iguaçu em 1943, a divisão regional brasileira ficou sete macrorregiões, com seus 
respectivos estados-membros e territórios federais, conforme se verifica no mapa da figura 2. 
Segundo alguns autores, essa proposta considerava a divisão das macrorregiões por meio 
do conceito de regiões naturais, vinculada ao determinismo ambiental. Propunha,ainda, 
a redivisão sucessiva das regiões até chegar a 228 pequenas áreas, denominadas de zonas 
fisiográficas, que tinham como abordagem o possibilismo geográfico, combinando elementos 
naturais e humanos. 
Já na década de 1960, com a transferência da capital para Brasília e devido às transformações 
ocorridas no território brasileiro foram retomados os estudos para a revisão da Divisão Regional, 
em nível macrorregional, bem como das Zonas Fisiográficas.
O Brasil nesse período pós anos 1960, passava por um processo de integração territorial 
motivado entre outros pelo Plano de Metas e pela criação de rodovias integrando o território 
e as regiões brasileiras, que se inicia no governo JK (1956-1961) e continua nos governos 
militares (1964-1985). 
Outros fatores importantes foram a transferência da capital do país para o Brasil central e a 
ampliação dos movimentos migratórios internos do campo para a cidade- denominado de êxodo 
rural, com concentração e crescimento maior das metrópoles de São Paulo e Rio de Janeiro.
Nesse período, o planejamento regional e a abordagem Pragmática, Teórico-quantitativa e 
Sistemática, ganham força no meio acadêmico, bem como nas produções do IBGE, dando 
ênfase à concepção regional mediante a elaboração de propostas com o conceito de região 
homogênea e também de região funcional, esta última evidenciando as hierarquizações e 
polarizações no território brasileiro. 
Em 1969 (ver mapa da figura 3), o IBGE elabora e aprova uma nova divisão regional 
na qual procurou adotar o critério de regiões homogêneas, combinando-se características 
econômicas, naturais e demográficas. Conforme explica Magnago:
Em 8 de maio de 1969 [...] resolveu aprovar uma nova divisão 
regional [...] O modelo oficializado identificava cinco novas 
Grandes Regiões (especialmente para fins didáticos) e unidades 
menores, as microrregiões homogêneas (para tabulações 
de dados e estratos de amostragem do sistema estatístico, 
agrupadas por estados) [...] (MAGNAGO, 1995, p. 76). 
Explicando em outros termos, de um lado houve a definição das novas cinco grandes 
regiões (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul) e de outro a criação das microrregiões 
homogêneas, cujos critérios principais relacionavam-se à dimensão econômica, ou seja, a 
microrregião era uma região com certa uniformidade, agrupada conforme critérios principalmente 
econômicos. Assim por exemplo, na Região Norte havia 28 microrregiões, no Nordeste (128), 
no Sudeste (111), no Sul (64) e no Centro-Oeste (30). 
11
Em 1976, o IBGE, baseando-se na Teoria Geral dos Sistemas e em procedimentos 
quantitativos cria as mesorregiões homogêneas, como unidades intermediárias entre as 
macrorregiões e as microrregiões.
Figura 3: Divisão Regional do Brasil-IBGE - 1970
IBGE - Diretoria de Geociências
 Mais recentemente, no período pós Constituição Federal de 1988, período conhecido como 
neoliberal, houve diversas transformações normativas e de gestão no território nacional, entre 
elas podemos citar: maior descentralização de poder e recursos para os municípios; mudanças 
na Política Nacional do Meio Ambiente; que foi criada inicialmente em 1981; privatizações e 
criação de agências reguladoras e fiscalizadoras em nível federal, caso da Agência Nacional do 
Transporte Aquaviário (ANTAQ) e da Agência Nacional do Petróleo (ANP); maior estabilidade 
monetária; maior inserção do capitalismo no campo, com ampliação da produção e dos 
territórios do agronegócio etc. 
12
Unidade: Regionalizações do Brasil 
Figura 4: Divisão Regional do Brasil-IBGE - 1990
IBGE - Diretoria de Geociências
Do ponto de vista da Geografia Política e da questão política houve a criação do Estado de 
Tocantins e a elevação dos territórios federais do Amapá e de Roraima à categoria de Estados, 
bem como a extinção do território de Fernando de Noronha e sua anexação à Pernambuco.
Neste período, a divisão regional das macrorregiões proposta pelo IBGE continua a ser 
cinco (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste), conforme figura 4, sendo que a região 
Norte incorporou o Tocantins recém-criado, do antigo norte de Goiás. 
Já as definições das mesorregiões e microrregiões, agora denominadas de geográficas, 
passaram por mudanças conceituais e de divisão, sobretudo devido ao avanço do capitalismo 
no campo e por conta também das transformações produtivas em algumas regiões, bem como 
por causa do desmembramento do estado de Goiás (originando Tocantins) e pela criação de 
novos municípios em nível nacional. 
13
 
 Importante
O IBGE explica a nova definição de mesorregião geográfica da seguinte forma:
 Entende-se por mesorregião uma área individualizada em uma Unidade da Federação que 
apresenta formas de organização do espaço geográfico definidas pelas seguintes dimensões: o 
processo social como determinante, o quadro natural como condicionante e a rede de comunicação 
e de lugares como elemento de articulação espacial. Essas três dimensões possibilitam que o 
espaço delimitado como mesorregião tenha uma identidade regional. Essa identidade é uma 
realidade construída ao longo do tempo pela sociedade que ai se formou. O conhecimento da 
realidade brasileira evidencia que o Agreste, a Mata e o Sertão Nordestino; o Sul de Minas Gerais; 
O Triângulo Mineiro: a Campanha Gaúcha; as áreas coloniais Antiga e Nova do Rio Grande do 
Sul; o Vale do Itajaí; o Norte do Paraná; o Pantanal Mato-Grossense; a Bragantina são unidades 
espaciais identificadas como mesorregiões (IBGE, 1990, p. 8). 
Em relação às microrregiões, são definidas como porções menores que se encontram nos 
limites das mesorregiões. Tais microrregiões não têm necessariamente homogeneidade interna, 
mas sim uma especificidade de produção em relação à estrutura agropecuária, industrial, 
do extrativismo mineral ou pesca. Além disso, houve também considerações a respeito dos 
fluxos de atividades comerciais e de serviços, incluindo-se atividades rurais e urbanas nas 
microrregiões (IBGE, 1990). 
Tais especificidades econômicas que norteariam a definição das microrregiões poderiam ser 
relativas a uma condição natural ou relacionadas à dinâmica econômica. Desse modo, para a 
definição das microrregiões usaram dois indicadores principais, a saber: a estrutura da produção 
e a interação espacial, essa última principalmente a partir da hierarquia urbana. 
Em geral, tais definições regionais do IBGE têm como principais objetivos:
•	 Elaborar	e	desenvolver	políticas	públicas	tendo	como	referências	as	regiões	propostas;
•	 Tornarem-se	referências	para	fins	estatísticos	e	de	comparação	da	dinâmica	econômica,	
social e econômica do Brasil;
•	 Dar	subsídio	ao	governo	quanto	à	localização	de	atividades	econômicas,	sociais	e	tributárias;	
•	 Dar	 subsídio	 ao	 planejamento	 e	 a	 outros	 setores	 técnicos	 sobre	 a	 identificação	 das	
características espaciais das regiões propostas, bem como especificamente sobre as regiões 
metropolitanas e outras formas de aglomerações urbanas e rurais.
É relevante ressaltar que as Regiões Metropolitanas também são criações formais elaboradas 
pelo governo. As primeiras regiões metropolitanas do Brasil foram criadas pelo governo federal 
na década de 1970, caso da Região Metropolitana de São Paulo, entre outras. Atualmente, 
pós 1988, com a nova Constituição Federal, foi delegado aos estados à criação de novas 
regiões metropolitanas. 
14
Unidade: Regionalizações do Brasil 
Outras Propostas de Regionalizações
Existem outras propostas de regionalização do Brasil elaboradas por geógrafos, que se 
tornaram bastante difundidas. Vamos especificar as propostas de Pedro Geiger e Milton Santos.
O geógrafo Pedro Pinchas Geiger, em 1967, propôs a divisão regional do Brasil em 
3 complexos regionais, que tornou-se conhecida como regiões geoeconômicas, são elas: 
a Amazônia, o Nordeste e o Centro-Sul, baseando-se em aspectos históricos, econômicos e 
culturais. Compunha-se na época da seguinte divisão:
•	 A	Amazônia	(PA,	AP,	AM,	RR,	AC,	RO,parte	do	MT,	de	GO	e	do	MA);
•	 O	Nordeste	(PI,	CE,	RN,	PB,	PE,	SE,	AL,	BA,	parte	do	MA	e	norte	de	MG);
•	 O	Centro-Sul	(MG,	ES,	RJ,	SP,	PR,	SC,	RS	e	parte	de	GO	e	MT).
Figura 5: Complexos Regionais-Geiger
Adaptado de geografia.seed.pr.gov.br
15
Magnago comenta a proposta de Pedro Geiger:
Geiger apregoava [...] que o processo de regionalização estava 
vinculado à homogeneização do País, considerando, porém, 
que o desenvolvimento capitalista traria consigo especialização 
de regiões em determinadas produções ou atividades. Baseado, 
portanto, no reconhecimento da importância da divisão 
territorial do trabalho que, em sua opinião, homogeneizaria e, 
ao mesmo tempo, diversificaria o espaço territorial brasileiro, 
o autor propôs uma nova abordagem para identificação de 
regiões no País (MAGNAGO, 1995, p. 76). 
 Na proposta do autor, as macrorregiões seriam grandes espaços econômicos, diferenciados 
por nível de desenvolvimento e que teriam internamente outras regiões. Segundo as regiões ou 
complexos regionais tinham as seguintes características (GEIGER, 1969):
•	 A Amazônia seria uma imensa região, com grandes vazios populacionais e com 
duas macrocefalias, ou seja, duas cidades que concentram atividades e população- 
Manaus e Belém;
•	 O Nordeste congregaria desde regiões tradicionais - caso do Recôncavo Baiano e Zona 
da Mata Pernambucana - até as capitais que polarizam atividades, caso de Fortaleza, 
Recife e Salvador;
•	 E por fim, o Centro-Sul, que para o autor era o grande espaço econômico do país, 
formado por grandes espaços econômicos do Sudeste, que reúne áreas de polarizações e 
industrialização mais intensas do Brasil; o Sul, com diversas regiões oriundas da moderna 
colonização europeia, também com suas regiões agrícolas e com duas polarizações 
principais: Porto Alegre e Curitiba; e o Centro-Oeste como região complementar e 
periférica onde predominaria a atividade pecuária.
Importante lembrar que essa visão sobre as regiões data de 1969 e o território brasileiro passou por 
várias transformações, impulsionadas por novas divisões territoriais do trabalho e/ou sobreposições 
de antigas formas de produção, sobretudo pós anos 1990. Contudo, isso não invalida, a divisão 
proposta por Geiger e sua concepção teórico-metodológica para definir as divisões regionais. 
Geiger reforça o papel do planejamento regional do governo federal na época, buscando ao 
menos no discurso diminuir as disparidades e desigualdades espaciais entre as regiões brasileiras. 
Desse modo, afirma o autor:
Diante deste quadro, o planejamento nacional vem dando 
maior ênfase ao ataque à permanência de violentos desníveis 
que separam as três grandes unidades, e considera como 
regiões problemas a Amazônia e o Nordeste. Através de 
política ditada pelo poder federal, canalizam-se recursos e 
favorecem-se estas chamadas macrorregiões, onde atuam 
SUDAM e SUDENE, com incentivos fiscais, objetivando a 
multiplicação e renovação de empreendimentos econômicos 
(GEIGER, 1969, p. 17.)
16
Unidade: Regionalizações do Brasil 
Apesar de ter uma política específica para o Nordeste e para a Amazônia, objetivadas pelos 
órgãos da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) e pela Superintendência 
do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), o autor considerava um equívoco como se 
realizava na prática a atuação dessas entidades, já que como disse o autor: “Como vimos o 
Nordeste é muito vasto para ser tratado como região única para um planejamento integrado - 
econômico-social e físico” (GEIGER, 1969, p. 17).
Desse modo, embora o autor tenha proposto a divisão macrorregional em Amazônia, 
Nordeste e Centro-Sul, reconhecia a importância de se pensar a existência de regiões dentro 
dessas macrorregiões, destacando-se assim as diferenças e especificidades internas de cada 
complexo regional proposto. 
Mais recentemente, o geógrafo Milton Santos e Maria Laura Silveira propuseram uma 
nova forma de divisão regional do Brasil. A proposta dos autores divide o Brasil em quatro 
macrorregiões ou “4 Brasis”, a saber: Amazônia, Centro-Oeste, Nordeste e Região Concentrada 
(ver mapa da figura 6), assim compostas:
•	 A Região da Amazônia: formada pela atual região Norte do IBGE, com exceção de Tocantins;
•	 A Região Centro-Oeste: formada pela atual região Centro-Oeste do IBGE e também o 
estado de Tocantins;
•	 A Região Nordeste: formada pela atual região Nordeste do IBGE;
•	 E a Região Concentrada: formada pelas atuais regiões Sudeste e Sul.
Figura 6: Os “Quatro Brasis” 
Adaptado de geografia.seed.pr.gov.br 
17
Pela proposta, Milton Santos e Maria Laura Silveira (2001), no livro “O Brasil: Território 
e sociedade no início do século XXI” apresentam os “quatro Brasis”, com as seguintes 
características, aqui resumidas: 
•	 A Região Concentrada é onde o meio técnico-científico-informacional foi implantado 
sobre um meio mecanizado e constitui-se numa região de alta densidade técnica e de 
informação concentradas, com um conjunto de atividades especializadas de terciário ou 
quaternário superior, tendo a cidade de São Paulo como polo nacional de serviços e 
difusão de informações;
•	 O Centro-Oeste é uma região de ocupação periférica, no qual se assenta sobre o cerrado 
uma agricultura globalizada e moderna;
•	 O Nordeste é uma região com povoamento antigo, com uma agricultura em geral de baixa 
mecanização, mas com exceções, caso da agricultura irrigada do Vale do São Francisco;
•	 E a Amazônia, com rarefações demográficas, com densidades maiores em Manaus, tendo 
a Zona Franca de Manaus como um polo industrial. 
Milton Santos e Maria Laura Silveira tratam a concepção dessas quatro regiões, como uma 
realidade dinâmica, cujos processos políticos e econômicos vão alterando algumas das suas 
características ao longo do tempo. Citam a Amazônia e o Centro-Oeste, por exemplo, como 
regiões que alcançam grandes transformações no final do século XX e início do século XXI. 
Dizem os autores:
O Centro-Oeste (e mesmo a Amazônia) apresenta-se 
extremamente receptivo aos novos fenômenos da urbanização, 
já que era praticamente virgem, não possuindo infraestrutura 
de monta nem outros investimentos fixos vindo do passado 
e que pudessem dificultar a implantação de inovações. [...] 
Desse modo, ali o novo vai dar-se com maior velocidade e 
rentabilidade (SANTOS;SILVEIRA, 2001, p. 274). 
 Desse modo, o Centro-Oeste, exatamente por não ter uma ocupação densa no passado 
(com baixa infraestrutura e densidade técnica), apresenta-se atualmente como uma região 
de crescimento econômico, pois a falta de rugosidades espaciais (objetos pretéritos) facilita a 
inserção de novas modalidades de produção e novos sistemas de objetos, caso, por exemplo, 
do agronegócio.
Finalizando esta unidade, é fundamental perceber que há diferentes formas de regionalizar o 
Brasil, seja formalmente pelo IBGE, seja por outros geógrafos, caso da proposta de complexos 
regionais de Geiger.
A partir daqui, optamos pela divisão proposta por Milton Santos e Maria Laura Silveira dos 
“quatro brasis” para aprofundarmos o estudo das regiões brasileiras. 
18
Unidade: Regionalizações do Brasil 
Material Complementar
Para aprofundamento dos temas discutidos na unidade, sugerimos a leitura do material a seguir: 
MAGNAGO, Angélica. Alves. A divisão regional brasileira: uma revisão bibliográfica. Rio de 
Janeiro, Revista Brasileira de Geografia (RBG), v. 57, n. 4, 1995, p. 65-92. Disponível em: 
http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/RBG/RBG%201995%20
v57_n4.pdf. 
http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS - RJ/RBG/RBG 1995 v57_n4.pdf
http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS - RJ/RBG/RBG 1995 v57_n4.pdf
19
Referências
GEIGER, Pedro Pinchas. Regionalização. Rio de Janeiro, Revista Brasileira de Geografia 
(RBG), v. 31, n. 1, 1969, p. 5-25. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Divisão regional do 
Brasil em mesorregiões e microrregiões geográficas.Rio de Janeiro, DEGEO, v. 1, 1990. 
Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/DRB/
Divisao%20regional_v01.pdf. Acesso em 20/05/2014. 
MAGNAGO, Angélica. Alves. A divisão regional brasileira: uma revisão bibliográfica. Rio de 
Janeiro, Revista Brasileira de Geografia (RBG), v. 57, n. 4, 1995, p. 65-92. Disponível em: 
http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/RBG/RBG%20
1995%20v57_n4.pdf. 
SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria L. O Brasil: território e sociedade no século XXI. 3. ed. Rio 
de Janeiro: Record, 2001.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: Técnica e tempo. Razão e emoção. São Paulo: 
Edusp, 2006.
20
Unidade: Regionalizações do Brasil 
Anotações
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000

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