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Gestão Escolar 80 horas

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Gestão Escolar 80 horas 
Ementa
Módulo I - Legislação educacional
Nesse módulo, são apresentados e discutidos conceitos estruturantes de administração e de
gestão escolar e o processo histórico dessa gestão, com destaque aos aspectos legais;
dispositivos jurídicos; fundamentos da gestão democrática e descentralização e autonomia da
gestão escolar.
Módulo II - Gestão estratégica
Nesse segundo módulo, a abordagem é referente às gestões: educacional, escolar,
pedagógica e dos processos de aprendizagem, com ênfase às avaliações internas e externas
das instituições. Portanto, visa possibilitar a compreensão de como o processo avaliativo pode
favorecer e orientar as políticas públicas educacionais e a tomada de decisões nas instituições
escolares.
Módulo III - Gestão dos aspectos pedagógicos: conceitos, funções e princípios
Nesse módulo, são apresentados e trabalhados conceitos e situações que propiciam reflexões
a respeito da gestão que possibilita articular e conectar elementos para que os resultados de
aprendizagem sejam alcançados com maior agilidade e eficácia. Para isso, discute desde a
caracterização da sala de aula, passando pela estrutura física e pedagógica desse espaço,
organização dos processo de ensino e, em especial, pelas especificidades dos estudantes.
Módulo IV - Liderança docente organizacional
Por fim, nesse quarto módulo, são apresentadas e discutidas situações que visam favorecer a
compreensão dos saberes docente dentro do gerenciamento das relações em sala de aula.
Portanto, são situações que envolvem liderança docente; gestão da aprendizagem; relações
interpessoais e mediação de conflitos.
Objetivos
Formação continuada de profissionais que atuam na rede pública da Educação Básica, em especial, gestores educacionais.
Metodologia
O curso foi desenvolvido no formato autoinstrucional para ser ofertado a distância via ambiente virtual de apren​​dizagem, no caso o AVAMEC. A modalidade de ensino a distância privilegia a autonomia do cursista uma vez que ele é o responsável por estabelecer a sua própria rotina de estudos, podendo realizar o curso a qualquer hora e em qualquer local desde que tenha acesso à internet. Portanto, deve ficar atento quanto à organização e a gestão do tempo, definindo o próprio ritmo de estudos.
Critérios de avaliação
O curso é gratuito, mas exige empenho e dedicação do cursista, tendo em vista a obrigatoriedade de estudo de todos os módulos e a realização das atividades nos prazos estipulados. No final de cada módulo existe uma atividade, sendo necessário o acerto de pelo menos, 60% das questões. Por isso, caso não se sinta seguro, releia o conteúdo, no todo ou em parte, antes de enviar a atividade. Essa é uma etapa importante porque, além de favorecer a internalização do conteúdo, possibilita fazer uma revisão do que foi visto e sanar as dúvidas.
Certificação
Para ser aprovado(a) e obter o certificado, é preciso concluir os módulos e realizar todas as atividades propostas e atingir, no mínimo, 60% de aproveitamento.
O certificado contém a carga horária do curso que é de 80 horas, o período de realização, o aproveitamento do participante nos estudos, e estará disponível para download na opção "Certificado", localizado no menu do curso.
Público alvo
O curso é destinado à formação continuada de profissionais que atuam na rede pública da Educação Básica.
Apresentação
Módulo I - Legislação educacional
1.1 Processo histórico da gestão escolar: aspectos legais e dispositivos jurídicos
1.2 Fundamentos da gestão democrática: CF 1988, LDB e PNE
1.3 Descentralização e autonomia da gestão escolar: formação cidadã e ética
Atividade autocorrigível
Referências
Módulo II - Gestão estratégica
2.1 Gestão educacional, escolar, pedagógica e dos processos de aprendizagem
2.2 Avaliação dos indicadores educacionais internos e externos
2.3 Principais avaliações externas realizadas no Brasil
Atividade autocorrigível
Referências
Módulo III - Gestão dos aspectos pedagógicos: conceitos, funções e princípios
3.1 Caracterização da sala de aula
3.2 Estrutura física e pedagógica da sala de aula
3.3 Organização do processo de ensino
3.4 Especificidades dos estudantes
Atividade autocorrigível
Referências
Módulo IV - Liderança docente organizacional
4.1 Liderança docente
4.2 Gestão da aprendizagem
4.3 Relações interpessoais
4.4 Mediação de conflitos
Atividade autocorrigível
Referências
O curso foi desenvolvido em parceria com o Laboratório de Tecnologia da Informação e Mídias Educacionais da Universidade Federal de Goiás (LabTIME/UFG), no formato autoinstrucional, ou seja, não conta com a figura de um tutor para interagir ou tirar dúvidas dos participantes.
A autonomia do cursista na administração do tempo e na organização da própria rotina de estudos é fundamental para o êxito na aprendizagem e alcance dos objetivos. Isso porque o curso pode ser realizado a qualquer hora e em qualquer local que tenha computador ou dispositivo móvel com acesso à internet.
O curso está estruturado em 4 (quatro) módulos compostos por seções de conteúdos relacionados à temática geral que é de gestão no âmbito educacional. Para favorecer a compreensão dos conteúdos abordados neste material, no decorrer da leitura o cursista entrará em contato com links para ampliar o conhecimento a respeito de determinados conceitos e informações; boxes com questões para reflexão; histórias fictícias de situações que podem ocorrer no cotidiano escolar, para análise e reflexão; atividades autocorrigíveis e pontuadas; e, ao final de cada módulo, acesso a leituras complementares por meio de uma lista de referências.
A presença e a participação do cursista em todos os módulos do curso o conduzirá ao estudo e ao entendimento de diversos conceitos a respeito de gestão educacional, bem como das legislações que norteiam essa temática.
Neste primeiro módulo, você terá a oportunidade de compreender ou expandir sua compreensão a respeito dos conceitos estruturantes de administração e de gestão escolar; do processo histórico dessa gestão, abrangendo seus aspectos legais e dispositivos jurídicos; e, ainda, de ampliar seus conhecimentos sobre os fundamentos jurídicos nacionais relacionados à temática.
Para uma melhor compreensão dos assuntos a serem trabalhados aqui, primeiro precisamos discutir e entender alguns conceitos básicos referentes à temática em questão.
Quando você pensa em g​​estão, o que vem à sua mente? Muito provavelmente a palavra gerir nos remete também à sua etimologia, que se traduz em "ação de administrar, de dirigir, gerência, gestão".
PARA REFLETIR
Como podemos pensar no ato de gestão em nosso cotidiano? 
Como você se relaciona com outras pessoas? 
Como se dão as suas decisões no dia a dia com a família, com os aspectos financeiro-econômico, com o seu trabalho e com os seus objetivos pessoais e profissionais?
Quando nos referimos a contextos subjetivos, ou seja, relacionados a cada pessoa, esse modelo de gestão pode parecer único. Porém, ao nos depararmos com alguns conceitos mais específicos, como a compreensão da gestão pública educacional, as discussões se encaminham para um olhar diferenciado, pois esses conceitos englobam as tomadas de decisões de uma maneira harmoniosa, visando um bem comum e o equilíbrio, além de exigir do gestor um papel de compromisso mais amplo com o contexto educacional. Ou seja, migra da esfera individual e assume contornos coletivos em todas as ações desenvolvidas por esse profissional.
Em âmbito educacional, em se tratando da gestão nas e das escolas brasileiras, as discussões nos encaminham para a compreensão dos aspectos históricos que circundam e norteiam todo o processo de gerência de pessoas, de instituições, de materiais e de recursos elementares, para que tenhamos elementos suficientes que nos ajudarão a pensar sobre esse percurso de maneira crítica, compreendendo o processo de gestão escolar como algo histórico e macro.
1.1 Processo histórico da gestão escolar: aspectos legais e dispositivos jurídicos
A partir desse momento, vamos conhecer os principais conceitosda gestão escolar ao longo do percurso histórico, evidenciando os aspectos mais relevantes desse trabalho na prática. Dessa maneira, poderemos compreender quais são os principais dispositivos jurídicos nacionais que estabelecem as práticas de gestão escolar na atualidade. Segundo Libâneo (2007) a gestão escolar é um “sistema que une pessoas, considerando o caráter intencional de suas ações e as interações sociais que estabelece entre si e com o contexto sócio-político, nas formas democráticas de tomada de decisões” (LIB NEO, 2007, p. 324).
PARA REFLETIR
Para você, o que seria uma boa gestão escolar?
Quais os impactos de uma gestão escolar bem direcionada?
A gestão das instituições escolares nas mais diversas experiências educacionais em nosso país, sempre foi pautada em práticas democráticas e participativas como as que conhecemos na contemporaneidade?​​​​​
Tomando por base essas questões, percebemos que há necessidade de uma discussão acerca do que se concebia sobre estar à frente dos processos gerenciais das instituições escolares. Visto que os estudos sobre essa temática até a Primeira República consistiam em apenas “memórias, relatórios e descrições de caráter subjetivo, normativo, assistemático e legalista” (SANDER, 2007a, p. 21).
O autor destaca o caráter jurídico dos escritos do período colonial até o início do século XX, e esses registros foram influenciados pelo direito romano e pela execução das práticas curriculares sedimentadas, homogeneizantes. Assim, para atender a essa demanda fechada em si mesma, a administração escolar seguia as regras da manutenção da ordem e direcionava suas ações ao alcance do progresso. Podemos afirmar que ela se dava em um modelo reducionista de condução das práticas de administração escolar.
Tomando por base essas questões, percebemos que há necessidade de uma discussão acerca do que se concebia sobre estar à frente dos processos gerenciais das instituições escolares. Visto que os estudos sobre essa temática até a Primeira República consistiam em apenas “memórias, relatórios e descrições de caráter subjetivo, normativo, assistemático e legalista” (SANDER, 2007a, p. 21).
O autor destaca o caráter jurídico dos escritos do período colonial até o início do século XX, e esses registros foram influenciados pelo direito romano e pela execução das práticas curriculares sedimentadas, homogeneizantes. Assim, para atender a essa demanda fechada em si mesma, a administração escolar seguia as regras da manutenção da ordem e direcionava suas ações ao alcance do progresso. Podemos afirmar que ela se dava em um modelo reducionista de condução das práticas de administração escolar.
PARA REFLETIR
Será que essas práticas de administração e gestão estavam sempre bem definidas para todos que faziam parte desse processo educacional?
Você já ouviu falar sobre o movimento escolanovista? 
O que você sabe sobre as ideias da Escola Nova, apresentadas ao país por Anísio Teixeira, Lourenço Filho e outros intelectuais no início do século XX?
Com o advento das ideias da Escola Nova, que se traduz em um movimento pedagógico, cujo objetivo era dar novos contornos às práticas educativas no país, a visibilidade da administração da escola também se refez. Esse marco escolanovista pretendia reconfigurar todo o processo de ensino e aprendizagem nas unidades escolares. As reflexões da Escola Nova refutavam toda e qualquer prática tradicional de escolarização.
Isso colocou em diálogo tanto as constantes práticas curriculares e a implementação desses currículos, quanto a própria identidade da escola, fazendo surgir a ideia de que, para a obtenção da qualidade educacional e os resultados favoráveis das aprendizagens dos estudantes, seria necessária a descentralização da figura do professor como único detentor do conhecimento. Dessa forma, as aprendizagens ocorreriam considerando o estudante como protagonista, e não mais o professor seria o centro do processo de aprendizagem.
Assim, considerando o cenário educacional em ebulição pelo ideal escolanovista, pela crescente expansão do capitalismo industrial no mundo e por transformações nos campos econômicos da sociedade à época, o ato de conduzir as escolas toma proporções mais densas em nosso país. E nossas reflexões sobre a gestão escolar têm sua gênese na abordagem Clássica da Administração, conforme países e representantes a seguir:
Importante destacar que as duas correntes se diferenciavam pelo seus objetivos, enquanto a corrente americana visava o desenvolvimento das tarefas em si, a francesa tinha como objetivo enfatizar e validar a estrutura (CHIAVENATO, 1983).
A partir da década de 1930, esses estudos se conectaram mais profundamente ao viés educacional em si. Os escritos de Anísio Teixeira Educação para a Democracia: introdução à administração escolar (1936), as ideias de Leão (1939), em sua obra Introdução à Administração Escolar, os postulados de Querino Ribeiro ao apresentar o Ensaio sobre uma teoria de Administração Escolar (1953) e as ideias de Lourenço Filho, ao publicar Organização e Administração Escolar: curso básico (1963), são marcos desse novo debate educacional.
A partir desses marcos históricos, houve a reconstrução de muitas ideias que se pautavam no surgimento de uma racionalidade pedagógica, estruturada no viés de outras ciências, como é caso do aporte teórico advindo da sociologia, da antropologia, da psicologia e outras áreas das ciências humanas.
Outro marco estrutural da sociedade, que inaugurou as primeiras décadas do século XX, foi a necessidade de obtenção de mão de obra para atender às exigências do mercado de trabalho. Esse modelo exigia habilidades técnicas que atendessem ao modelo fordista/taylorista.
Para conhecer mais sobre o modelo fordista/taylorista assista ao vídeo:
https://youtu.be/Knm9GPIuewQ
Assim, a escola foi ganhando contornos de panaceia, ou seja, todas as mazelas sociais seriam resolvidas por esse movimento de escolarização intensa, conforme apresenta Cury (1978) ao citar que:
O período, mais conturbado pelo desenvolvimento do modo de produção capitalista, acelerador do desenvolvimento urbano-industrial, cria um clima de ansiedade pelo bem-estar social e prosperidade nacional. E só uma educação “prática” (evidentemente própria da força de trabalho) voltada para tais objetivos seria capaz de superar o “atraso e ignorância”. Ao “entusiasmo pela educação” se sucede agora um “otimismo pedagógico”. Tal otimismo se expressou na proposta de reforma das escolas existentes. A disseminação escolar não basta e nem é adequada sem os princípios escola-novistas. A escola seria mais eficiente, seu espírito científico qualificaria o ensino, a psicologização do processo educacional capacitaria o aluno segundo suas virtualidades, a administração escolar racionalizaria o processo educacional. Enfim começa a se fazer presente no Brasil a idéia da Reconstrução social pela Reconstrução educacional (CURY, 1978, p. 19).
Notamos uma grande escalada educacional em um curto período temporal. Foi nesses contornos que a figura da administração escolar se compôs de grande responsabilidade e notoriedade social. O Manifesto dos Pioneiros, documento resultante dessas reflexões educacionais, revela exatamente que havia uma lacuna e, que por isso, existiam as fragmentações nos aspectos técnicos, filosóficos e sociais e um sistema desarticulado de “espírito filosófico e científico na resolução dos problemas da administração escolar” (MANIFESTO, 1932). Esses acontecimentos foram cruciais para a implementação do que se concebe por administração escolar. A partir disso, as universidades brasileiras, como a Universidade de São Paulo e o Instituto de Educação do Rio de Janeiro incluíram essa temática em diversos cursos.
PARA REFLETIR
Então, vamos pensar...
Para você, existe diferença entre administração escolar e gestão escolar?
O que essas duas expressões têm em comum?
E, quais os pontos divergentes entre elas?
Antes de prosseguirmos com esses questionamentos, retomaremos a linha do tempo para nos ajudar a compreendera uma das perguntas iniciais do módulo, que nos instigou a pensar sobre essas práticas de administração e de gestão e suas definições.
Por volta da década de 1980, uma nova era referente aos desígnios societários emerge em nosso país. Após a efetiva instauração do capitalismo e as práticas de administração escolar serem centradas no tecnicismo, esse modelo se mostra insustentável para os novos paradigmas sociais no período citado anteriormente. Assim, surgem alguns movimentos que buscam a reorganização dos currículos escolares e a formação de cidadãos críticos e autônomos.
1.2 Fundamentos da gestão democrática: CF 1988, LDB e PNE
Com a decadência do modelo de sociedade e de administração escolar estritamente tecnicista, bem como considerando a ruptura do regime militar, os preceitos e discussões da educação se voltam também em torno da instauração do Estado Democrático de Direitos, assim pautados em uma Gestão Democrática. Por este viés, compreendemos a necessidade de uma conexão mais direta com esse ideal de constructo social baseado,
no exercício dos direitos sociais e individuais, na liberdade, na segurança, no bem-estar, no desenvolvimento, na igualdade e na justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias (CF, 1988).
Vale ressaltar nesse processo, também a luta dos movimentos populares para o alcance desses objetivos, implicando na reorganização dos currículos escolares, na formação dos professores e, principalmente, na abordagem e no surgimento da Gestão Democrática.
As ideologias se refizeram no sentido de formação de cidadãos autônomos, críticos, reflexivos, que atendessem às novas organizações culturais, sociais e econômicas. A exemplo, o modelo toyotista foi que demandou as novas configurações do trabalho, fortalecendo o absenteísmo estatal (saída da força centralizadora do Estado), flexibilizando os processos de produção. Assim, se assenta o projeto de qualidade e equidade educacional, tal qual como concebemos, a partir desse breve percurso histórico.
Após essas reflexões, voltamos a indagar…
PARA REFLETIR
Para você, existe diferença entre administração escolar e gestão escolar?
O que essas expressões têm em comum ou quais são os pontos divergentes entre elas?
Afirmamos que a compreensão dos termos administração e gestão escolar se ligam à ideia dos conceitos de sociedade vigente em cada período. Nesse aspecto, a administração é excessivamente hierárquica, burocratizada e controladora, privilegiando a uniformidade, a disciplina e a homogeneidade e dificultando qualquer aspecto que privilegie a criatividade, ou se traduz em práticas de programas empresariais que regulam as ações com foco no resultado imediatista.
Por outro lado, enquanto a compreensão do termo gestão se conecta aos ideais associados a um contexto plural, de ações interconectadas, de amplo alcance para todos que fazem parte do cenário educacional, como por exemplo, são as que preveem o desenvolvimento da cidadania, da democracia, dos valores humanos, e atividades que consideram o sentido mais amplo da palavra política e o gerenciamento social. Neste sentido, a palavra gestão em sua lógica "é caracterizada pelo reconhecimento da importância da participação consciente e esclarecida das pessoas nas decisões sobre a orientação, a organização e o planejamento do trabalho" (LUCK, 2007, p. 36).
Esse entendimento inicial nos permite ultrapassar os velhos paradigmas e posturas que ainda se estabelecem em algumas organizações educacionais, estes, muitas vezes resultantes de um período sem reflexão sobre essas práticas. As discussões apresentadas aqui, não se resumem a polarizar um ou outro conceito, mas compreender quais são esses ideários das políticas públicas educacionais emergentes, que se conectam a uma ideia de gestão democrática das instituições educacionais em nosso país. 
Você já tinha parado para pensar sobre essas questões?
Nos dias atuais, o cenário educacional necessita ser visto como espaço para a criação, contradição, surgimento de novos conhecimentos, sem deixar de lado sua ligação com o cenário político, social, econômico e cultural do nosso país. E quando nos remetemos ao processo de gerir essas instituições, esse contexto se torna ainda mais importante ao nos apropriar de toda a fundamentação legal estabelecida em nosso país. Isso nos auxilia a compreender em que momento da sociedade as discussões resultam em ordenamentos jurídicos que subsidiarão o trabalho de gestão educacional.
Afirmamos que a compreensão dos termos administração e gestão escolar se ligam à ideia dos conceitos de sociedade vigente em cada período. Nesse aspecto, a administração é excessivamente hierárquica, burocratizada e controladora, privilegiando a uniformidade, a disciplina e a homogeneidade e dificultando qualquer aspecto que privilegie a criatividade, ou se traduz em práticas de programas empresariais que regulam as ações com foco no resultado imediatista.
Por outro lado, enquanto a compreensão do termo gestão se conecta aos ideais associados a um contexto plural, de ações interconectadas, de amplo alcance para todos que fazem parte do cenário educacional, como por exemplo, são as que preveem o desenvolvimento da cidadania, da democracia, dos valores humanos, e atividades que consideram o sentido mais amplo da palavra política e o gerenciamento social. Neste sentido, a palavra gestão em sua lógica "é caracterizada pelo reconhecimento da importância da participação consciente e esclarecida das pessoas nas decisões sobre a orientação, a organização e o planejamento do trabalho" (LUCK, 2007, p. 36).
Esse entendimento inicial nos permite ultrapassar os velhos paradigmas e posturas que ainda se estabelecem em algumas organizações educacionais, estes, muitas vezes resultantes de um período sem reflexão sobre essas práticas. As discussões apresentadas aqui, não se resumem a polarizar um ou outro conceito, mas compreender quais são esses ideários das políticas públicas educacionais emergentes, que se conectam a uma ideia de gestão democrática das instituições educacionais em nosso país. 
Você já tinha parado para pensar sobre essas questões?
Nos dias atuais, o cenário educacional necessita ser visto como espaço para a criação, contradição, surgimento de novos conhecimentos, sem deixar de lado sua ligação com o cenário político, social, econômico e cultural do nosso país. E quando nos remetemos ao processo de gerir essas instituições, esse contexto se torna ainda mais importante ao nos apropriar de toda a fundamentação legal estabelecida em nosso país. Isso nos auxilia a compreender em que momento da sociedade as discussões resultam em ordenamentos jurídicos que subsidiarão o trabalho de gestão educacional.
Assim, a escola foi ganhando contornos de panaceia, ou seja, todas as mazelas sociais seriam resolvidas por esse movimento de escolarização intensa, conforme apresenta Cury (1978) ao citar que:
O período, mais conturbado pelo desenvolvimento do modo de produção capitalista, acelerador do desenvolvimento urbano-industrial, cria um clima de ansiedade pelo bem-estar social e prosperidade nacional. E só uma educação “prática” (evidentemente própria da força de trabalho) voltada para tais objetivos seria capaz de superar o “atraso e ignorância”. Ao “entusiasmo pela educação” se sucede agora um “otimismo pedagógico”. Tal otimismo se expressou na proposta de reforma das escolas existentes. A disseminação escolar não basta e nem é adequada sem os princípios escola-novistas. A escola seria mais eficiente, seu espírito científico qualificaria o ensino, a psicologização do processo educacional capacitaria o aluno segundo suas virtualidades, a administração escolar racionalizaria o processo educacional. Enfim começa a se fazer presente no Brasil a idéia da Reconstrução social pela Reconstrução educacional (CURY, 1978, p. 19).
Notamos uma grande escalada educacional em um curto período temporal.Foi nesses contornos que a figura da administração escolar se compôs de grande responsabilidade e notoriedade social. O Manifesto dos Pioneiros, documento resultante dessas reflexões educacionais, revela exatamente que havia uma lacuna e, que por isso, existiam as fragmentações nos aspectos técnicos, filosóficos e sociais e um sistema desarticulado de “espírito filosófico e científico na resolução dos problemas da administração escolar” (MANIFESTO, 1932). Esses acontecimentos foram cruciais para a implementação do que se concebe por administração escolar. A partir disso, as universidades brasileiras, como a Universidade de São Paulo e o Instituto de Educação do Rio de Janeiro incluíram essa temática em diversos cursos.
Assim, podemos compreender melhor as ideias sobre administração escolar, firmadas em uma relação espaço-temporal, irradiada por ideias culturais, sociais, psicológicas, econômicas e políticas desse período retratado.
Como podemos observar, nesses últimos registros surgiu a expressão 'administração escolar'.
PARA REFLETIR
Então, vamos pensar...
Para você, existe diferença entre administração escolar e gestão escolar?
O que essas duas expressões têm em comum?
E, quais os pontos divergentes entre elas?
Antes de prosseguirmos com esses questionamentos, retomaremos a linha do tempo para nos ajudar a compreender a uma das perguntas iniciais do módulo, que nos instigou a pensar sobre essas práticas de administração e de gestão e suas definições.
Por volta da década de 1980, uma nova era referente aos desígnios societários emerge em nosso país. Após a efetiva instauração do capitalismo e as práticas de administração escolar serem centradas no tecnicismo, esse modelo se mostra insustentável para os novos paradigmas sociais no período citado anteriormente. Assim, surgem alguns movimentos que buscam a reorganização dos currículos escolares e a formação de cidadãos críticos e autônomos.
1.2 Fundamentos da gestão democrática: CF 1988, LDB e PNE
Com a decadência do modelo de sociedade e de administração escolar estritamente tecnicista, bem como considerando a ruptura do regime militar, os preceitos e discussões da educação se voltam também em torno da instauração do Estado Democrático de Direitos, assim pautados em uma Gestão Democrática. Por este viés, compreendemos a necessidade de uma conexão mais direta com esse ideal de constructo social baseado, no exercício dos direitos sociais e individuais, na liberdade, na segurança, no bem-estar, no desenvolvimento, na igualdade e na justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias (CF, 1988).
Vale ressaltar nesse processo, também a luta dos movimentos populares para o alcance desses objetivos, implicando na reorganização dos currículos escolares, na formação dos professores e, principalmente, na abordagem e no surgimento da Gestão Democrática.
Vale ressaltar nesse processo, também a luta dos movimentos populares para o alcance desses objetivos, implicando na reorganização dos currículos escolares, na formação dos professores e, principalmente, na abordagem e no surgimento da Gestão Democrática.
PARA REFLETIR
Para você, existe diferença entre administração escolar e gestão escolar?
O que essas expressões têm em comum ou quais são os pontos divergentes entre elas?
Afirmamos que a compreensão dos termos administração e gestão escolar se ligam à ideia dos conceitos de sociedade vigente em cada período. Nesse aspecto, a administração é excessivamente hierárquica, burocratizada e controladora, privilegiando a uniformidade, a disciplina e a homogeneidade e dificultando qualquer aspecto que privilegie a criatividade, ou se traduz em práticas de programas empresariais que regulam as ações com foco no resultado imediatista.
Por outro lado, enquanto a compreensão do termo gestão se conecta aos ideais associados a um contexto plural, de ações interconectadas, de amplo alcance para todos que fazem parte do cenário educacional, como por exemplo, são as que preveem o desenvolvimento da cidadania, da democracia, dos valores humanos, e atividades que consideram o sentido mais amplo da palavra política e o gerenciamento social. Neste sentido, a palavra gestão em sua lógica "é caracterizada pelo reconhecimento da importância da participação consciente e esclarecida das pessoas nas decisões sobre a orientação, a organização e o planejamento do trabalho" (LUCK, 2007, p. 36).
Esse entendimento inicial nos permite ultrapassar os velhos paradigmas e posturas que ainda se estabelecem em algumas organizações educacionais, estes, muitas vezes resultantes de um período sem reflexão sobre essas práticas. As discussões apresentadas aqui, não se resumem a polarizar um ou outro conceito, mas compreender quais são esses ideários das políticas públicas educacionais emergentes, que se conectam a uma ideia de gestão democrática das instituições educacionais em nosso país.
Nos dias atuais, o cenário educacional necessita ser visto como espaço para a criação, contradição, surgimento de novos conhecimentos, sem deixar de lado sua ligação com o cenário político, social, econômico e cultural do nosso país. E quando nos remetemos ao processo de gerir essas instituições, esse contexto se torna ainda mais importante ao nos apropriar de toda a fundamentação legal estabelecida em nosso país. Isso nos auxilia a compreender em que momento da sociedade as discussões resultam em ordenamentos jurídicos que subsidiarão o trabalho de gestão educacional.
Para uma melhor compreensão a respeito das estratégias do PNE 1, vamos entender o que estabelece cada uma delas.
Em suma, todos os entendimentos são voltados ao contexto da democratização que pode ser compreendida, a partir do viés da gestão escolar em duas vertentes. Quando há o contexto de democratização, surgem dois aspectos estruturantes, conforme a figura a seguir:
PNE
19.1) priorizar o repasse de transferências voluntárias da União na área da educação para os entes federados que tenham aprovado legislação específica que regulamente a matéria na área de sua abrangência, respeitando-se a legislação nacional, e que considere, conjuntamente, para a nomeação dos diretores e diretoras de escola, critérios técnicos de mérito e desempenho, bem como a participação da comunidade escolar;
19.2) ampliar os programas de apoio e formação aos (às) conselheiros (as) dos conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb, dos conselhos de alimentação escolar, dos conselhos regionais e de outros e aos (às) representantes educacionais em demais conselhos de acompanhamento de políticas públicas, garantindo a esses colegiados recursos financeiros, espaço físico adequado, equipamentos e meios de transporte para visitas à rede escolar, com vistas ao bom desempenho de suas funções;
19.3) incentivar os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a constituírem Fóruns Permanentes de Educação, com o intuito de coordenar as conferências municipais, estaduais e distrital bem como efetuar o acompanhamento da execução deste PNE e dos seus planos de educação;
19.4) estimular, em todas as redes de educação básica, a constituição e o fortalecimento de grêmios estudantis e associações de pais, assegurando-se-lhes, inclusive, espaços adequados e condições de funcionamento nas escolas e fomentando a sua articulação orgânica com os conselhos escolares, por meio das respectivas representações;
19.5) estimular a constituição e o fortalecimento de conselhos escolares e conselhos municipais de educação, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar e educacional, inclusive por meio de programas de formação de conselheiros, assegurando-se condições de funcionamento autônomo;
19.6) estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos (as) e seus familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de gestão escolar e regimentos escolares,assegurando a participação dos pais na avaliação de docentes e gestores escolares;
19.7) favorecer processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira nos estabelecimentos de ensino;
19.8) desenvolver programas de formação de diretores e gestores escolares, bem como aplicar prova nacional específica, a fim de subsidiar a definição de critérios objetivos para o provimento dos cargos, cujos resultados possam ser utilizados por adesão.
Após todas as discussões acerca da administração e da gestão escolar, analise a postura de dois gestores nos cenários a seguir:
Cenário 1
 
Mensalmente, a gestora Maria realiza, junto com os professores, estudos sobre as práticas exitosas na escola e faz reflexões acerca dessas vivências desenvolvidas com os estudantes no decorrer do mês. Essa prática, segundo Maria, fortalece os vínculos com as famílias, com o corpo docente e demais funcionários da escola, pois permite um acompanhamento de qualidade em todas as atividades desenvolvidas. Maria adota uma postura de escuta e, ouvindo um pouco dos relatos também dos demais funcionários, atende às demandas administrativas e planeja suas ações a partir desse cenário de envolvimento e escuta sensível. Maria considera importante esses ajustes, para que possam planejar novas estratégias de avaliação de seu trabalho e encaminhar novas demandas para que a aprendizagem em sua escola ocorra de maneira significativa, prevendo o acesso e a permanência dos estudantes na instituição.
Cenário 2
O gestor Henrique, considera importante que cada professor de sua equipe pedagógica busque estreitar os vínculos com as famílias, sem envolver a gestão da escola. Para Henrique, cada professor deve ter autonomia para buscar as estratégias e estudar as maneiras de garantir os direitos e o protagonismo dos estudantes. Henrique é um gestor que procura resolver as questões administrativas, pois o pedagógico é um trabalho do docente. Além disso, ele se preocupa com as próximas decisões que deve tomar sozinho para a condução dos trabalhos na unidade escolar. Para ele, o trabalho de escolha de ações estratégicas não pode ser compartilhado, pois isso enfraquece sua autonomia ante ao que ele pensa sobre a gestão escolar.
PARA REFLETIR
Diante desses dois cenários, você consegue perceber os elementos da administração e da gestão escolar? 
Há uma postura única da gestora Maria e do Henrique? 
Qual desses cenários seria o mais propício na condução para a efetivação de uma gestão democrática?
Anote suas considerações e reflita sobre quais posturas seriam necessárias tanto Maria quanto Henrique adotarem para aprimorar o desempenho como gestores, pautado no viés democrático.
1.3 Descentralização e autonomia da gestão escolar: formação cidadã e ética
A mudança paradigmática da gestão, que perpassou a administração escolar e assume contornos mais democráticos e participativos, envolve os conceitos de descentralização e autonomia num conjunto de práticas que se voltam a esses pressupostos educacionais mais amplos, como a formação cidadã e ética nos espaços formais de educação.
A descentralização se volta a um caráter de tomada de decisões ligadas ao que Gadotti (2014) apresenta como um duplo pilar da democracia: "a democracia representativa e a democracia participativa (direta)". O autor observa que a participação social e popular são princípios dos ideais democráticos na medida em que:
A participação popular e a gestão democrática fazem parte da tradição das chamadas “pedagogias participativas”, sustentando que elas incidem positivamente na aprendizagem. Pode-se dizer que a participação e a autonomia compõem a própria natureza do ato pedagógico. Formar para a participação não é só formar para a cidadania, é formar o cidadão para participar, com responsabilidade, do destino de seu país; a participação é um pressuposto da própria aprendizagem (GADOTTI, 2014).
A perspectiva de fortalecimento da liderança do gestor, prevendo a participação de todos os segmentos da comunidade escolar, se apresenta como meios adequados para a finalidade do ato de educar, de construção e de reconstrução social e da superação do estagnado e limitado modelo de administração escolar, implantado em outros momentos históricos. Ainda segundo Gadotti (2014), devemos conceber a diferença entre Participação Social e Participação Popular.
Como bem definido por Gadotti (2014):
Participação Social se dá nos espaços e mecanismos do controle social como nas conferências, conselhos, ouvidorias etc. São os espaços e formas de organização e atuação da Participação Social. É assim que ela é entendida como categoria e como conceito metodológico e político pelos gestores públicos que a promovem. Essa forma de atuação da sociedade civil organizada é fundamental para o controle, a fiscalização, o acompanhamento e a implementação das políticas públicas, bem como para o exercício do diálogo e de uma relação mais rotineira e orgânica entre os governos e a sociedade civil.
Participação Popular corresponde às formas mais independentes e autônomas de organização e de atuação política dos grupos das classes populares e trabalhadoras e que se constituem em movimentos sociais, associações de moradores, lutas sindicais etc. A Participação Popular corresponde a formas de luta mais direta, por meio de ocupações, de marchas, de lutas comunitárias etc. Embora dialogando e negociando pontualmente com os governos, em determinados momentos, essas formas de organização e mobilização não atuam dentro de programas públicos e nem se subordinam às suas regras e regulamentos.
É por meio desse viés que o constructo social define que a participação, seja ela por um ou outro itinerário, deve ocorrer nos mais diversos meios de comunicação, discussão e aprimoramento das políticas públicas, seja na vertente macro ou voltada ao atendimento das especificidades das demandas locais. O pensamento de participação e engajamento no planejamento e desenvolvimento de ações de melhoria educacional deve centrar-se em todas as formas subjetivas, nas minorias, na inclusão, nos ritmos, na igualdade de gênero e espaços adequados para tal fim.
Para alcançar esses objetivos, alguns instrumentos são utilizados pela gestão escolar nos espaços organizacionais educativos. 
PARA REFLETIR
Você sabe quais são esses instrumentos? 
Já ouviu falar nos organismos colegiados? E no Conselho escolar? 
Sabe algo sobre os Grêmios estudantis? Como se constitui um Projeto Político-Pedagógico? 
Já estudamos as diferenças entre administração e a gestão escolar, fazendo algumas reflexões sobre o papel do gestor e as possíveis mudanças após os marcos regulatórios, especialmente com a promulgação da Constituição Federal de 1988. Fato esse que engendrou novos conceitos às condições de organização escolar. Agora, que tal conhecermos um pouco mais esse trabalho de implementação dos instrumentos utilizados como forma de favorecer e ampliar a participação da comunidade escolar no desenvolvimento da gestão participativa na escola?
Essa participação nas ações desenvolvidas pela gestão não pode ocorrer sem um objetivo ou meramente desconexa com as pluralidades socioculturais brasileiras. Sabemos que em cada estado, em cada município e até mesmo em cada instituição formal de educação existem as características inerentes que requerem desse gestor a observação atenta das necessidades e das peculiaridades da comunidade atendida. Para compreender melhor essas questões, vamos conhecer alguns modelos, alguns instrumentos e mecanismos de gestão que se estabeleceram ao longo das últimas décadas.
Fórum Nacional de Educação (FNE)
As reivindicações realizadas pelos militantes educacionais, após a Constituição de 1988, resultaram na criação do Fórum Nacional de Educação (FNE), definido pelo MEC como "um espaço de interlocução entre a sociedade civil e o Estado brasileiro". A partir das discussões na Conferência Nacional de Educação (CONAE) no ano de 2010, foi deliberada a criação desse FNE, e também do Plano Nacional de Educação (PNE). Vale relembrarque, como vimos anteriormente, esse Plano também se efetiva como política nacional de qualidade da aprendizagem e gestão democrática. A conferência oportunizou, ainda, o debate a partir da temática "Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação: O Plano Nacional de Educação, Diretrizes e Estratégias de Ação". Dentre outras, uma das atribuições do FNE estabelecida pelo seu regimento interno é o acompanhamento das ações do PNE.
Vale aqui o seguinte destaque!
A Conferência Nacional de Educação do ano de 2022 já está sendo programada e traz como abordagem central um documento de referência intitulado: Inclusão, Equidade e Qualidade: compromisso com o futuro da educação brasileira.
SAIBA MAIS
Acesse o documento na íntegra, em:
http://fne.mec.gov.br/images/conae2022/documentos/DOCUMENTO_REFERENCIA_CONAE_2022_APROVADO_30_07.pdf
Conselho Nacional de Educação (CNE)
Como característica principal, o Conselho Nacional de Educação (CNE) se apresenta como órgão de articulação das ações e políticas públicas voltadas ao âmbito educacional. O CNE tem função normativa, deliberativa e de assessoramento ao Ministro de Estado da Educação (MEC). Com esse perfil, esse dispositivo permite a participação dos estados e dos municípios na gerência, implementação e avaliação dos assuntos educacionais pertinentes a cada um dos entes, zelando pela qualidade do ensino, se perfazendo como elemento crucial que assegura a participação da sociedade para o aprimoramento do processo de ensino e de aprendizagem no país.
Conselhos estaduais e municipais de educação (CEE e CME)
Seguindo a mesma proposta do Conselho Nacional de Educação, cada estado e cada município também pode criar seu próprio conselho e articular suas ações com os mesmos propósitos de criar legislações próprias e deliberar sobre matérias educacionais em suas redes de atuação. Nesse sentido, uma das atribuições do órgão nacional se volta a implementar "um diálogo efetivo, articulado e solidário, com todos os sistemas de ensino (em nível federal, estadual e municipal), em compromisso com a Política Nacional de Educação, em regime de colaboração e de cooperação."
Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação (Consed)
Outro instrumento de natureza de direito privado que visa à discussão, formulação, acompanhamento e implementação de políticas públicas é o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação (Consed). Como membros dessa associação estão os secretários estaduais de educação. Fundado em 1986, o Consed possui caráter filantrópico, ou seja, sem fins lucrativos, e promove a integração das redes educacionais a nível dos entes estaduais, por meio de suas respectivas secretarias e do Distrito Federal. Em consonância com o CNE, o Consed se articula para a tomada de decisões tanto a nível dos estados, bem como estabelecendo diálogos com os municípios que estão sob sua jurisprudência. Assim, o regime de colaboração se estabelece entre as unidades federativas, as quais pactuam políticas de aprimoramento e aumento da qualidade educacional ofertada nos estados e municípios brasileiros.
MÓDULO II
GESTÃO ESTRATÉGICA
Esperamos que você tenha compreendido os conceitos estruturantes de administração e da gestão escolar no módulo anterior e ampliado seus conhecimentos a respeito dos fundamentos jurídicos nacionais dessa temática. Neste segundo módulo, estudaremos um pouco mais sobre gestão educacional, gestão escolar, gestão pedagógica e gestão dos processos de aprendizagem, com ênfase nas avaliações dentro e fora das instituições. Assim, o objetivo é que você compreenda como o processo avaliativo pode favorecer e orientar as políticas públicas educacionais e a tomada de decisões nas instituições escolares. 
Então vamos em frente, primeiro entender a diferença entre esses tipos de gestão e depois aprofundar um pouco a compreensão a respeito de cada um deles.
2.1 Gestão educacional, escolar, pedagógica e dos processos de aprendizagem
Como já estudamos no módulo anterior, as práticas de gestão escolar estão situadas em princípios democráticos, de efetivação de direitos de aprendizagem, que devem considerar o estudante o centro do processo criativo e reconfiguração do cenário educacional brasileiro. Nesse sentido, as práticas na e para a estruturação desse processo democrático nos impulsionam a compreender alguns termos estruturantes: democracia, cultura, educação e política. 
Segundo o dicionário Aurélio, esses termos são definidos da seguinte maneira:
democracia como um “Regime que se baseia na ideia de liberdade e de soberania popular; regime em que não existem desigualdades e/ou privilégios de classes: a democracia, em oposição à ditadura, permite que os cidadãos se expressem livremente”.
cultura como um “Conjunto dos hábitos sociais e religiosos, das manifestações intelectuais e artísticas, que caracteriza uma sociedade: cultura inca; a cultura helenística”.
educação como “Ação ou efeito de educar, de aperfeiçoar as capacidades intelectuais e morais de alguém: educação formal; educação infantil”.
política como “Ciência do governo dos povos”.
A partir dessa compreensão, percebemos que, a cada tipo de gestão educacional, os conceitos anteriores também são definidores das ações sociais e pedagógicas.
Observe os seguintes cenários:
Cenário 1
 
Em parceria com a Articulação Social das Comunidades Quilombolas de Mirandiba (ASCQUIMI) desde 2019, e com o apoio do Fundo Malala, o Centro de Cultura Luiz Freire (CCLF) desenvolve o projeto Diretrizes Curriculares Municipais da Educação Escolar Quilombola no município de Mirandiba, localizado no Sertão do Pajeú a 486 km do Recife.
Com o objetivo de fortalecer a luta das comunidades quilombolas pelo seu direito à educação escolar de qualidade, levando em consideração a história do território e os seus conhecimentos ancestrais, a primeira fase do projeto dedicou esforços para emplacar essa reivindicação na Câmara Municipal de Mirandiba e aprovar a Lei Municipal Nº 683/2020, que determina a educação quilombola na cidade de acordo com os princípios educacionais definidos pelas comunidades. A conquista é pioneira no Brasil e, pela primeira vez, as Diretrizes da Educação Escolar Quilombola se transformaram em uma política de estado.
Fonte: https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2021/09/grupo-e-formado-para-monitorar-diretrizes-municipais-da-educacao-quilo.html
Cenário 2
Espaço de resistência da comunidade quilombola Invernada dos Negros, o prédio público foi derrubado arbitrariamente. Sociedade civil pede providências.
Na última quinta-feira, 1 de abril, a demolição de uma escola pública localizada no Distrito de Ibicuí, em Campos Novos, pegou a comunidade quilombola de surpresa e causou comoção dos movimentos sociais e de representantes políticos catarinenses.
“Foi no final da tarde e ficamos sabendo pelas redes sociais. Havia vários vídeos circulando e, logo que soubemos, fomos até lá e nos deparamos com nossa escola totalmente destruída”, relata Edson Camargo, liderança na Comunidade de Remanescentes Quilombolas Invernada dos Negros, presidente do PT em Abdon Batista/SC e militante das causas sociais.
A escola abrigava a Educação Quilombola da comunidade de Invernada dos Negros, conforme Resolução da Educação Quilombola N° 0086/2019, do Conselho Estadual de Educação, em diálogo com a Coordenadoria de Educação de Campos Novos, intermediado e registrado pelo Ministério Público Federal e tinha três turmas (Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio), com cerca de cem estudantes, sendo grande parte idosos.
Fonte: https://catarinas.info/escola-quilombola-e-demolida-sem-autorizacao-do-estado/
PARA REFLETIR
Em qual dos dois cenários está havendo a relação dialógica com os termos apresentados?
Você poderia intervir em algum desses cenários para a garantia de uma gestão educacional democrática?
Nos dois cenários apresentados, como você articula os termos cultura, educação, política e democracia?
De quais modos as ações externas influenciam no desenvolvimento das práticas que se organizamem torno da gestão e das práticas na escola?
Em qual dos dois cenários presenciamos a construção do sujeito solidário, coletivo, responsável, livre e autônomo?
Você sabe a diferença entre a gestão educacional, gestão escolar, gestão pedagógica e gestão dos processos de aprendizagem? Sabe onde estão os fatores convergentes e divergentes?
Vamos lá, entender a diferença entre eles.
	
Conforme a Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9394/1996), a educação é "inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho." Para Luck (2009), o gestor deve ter em sua jornada uma visão sistêmica e abrangente de escola, mobilizando os talentos, desenvolvendo as competências, habilidades e atitudes dos participantes da comunidade escolar, na promoção de educação de qualidade.
Portanto, o objetivo é articular sempre os diversos conhecimentos para o alcance dessa qualidade, pautada na equidade, com foco no pertencimento dessa realidade cultural, educacional incorporando práticas da gestão democrática, que fazem dessa melhoria uma continuidade na formação cidadã. Por esse motivo, um gestor deve entrelaçar os múltiplos conhecimentos ao seu dia a dia, visando uma atuação mais segura na condução dos trabalhos e no alcance dos objetivos.
Refletir sobre as ações é fundamental para o educador, e aqui fazemos essa relação com o gestor escolar, pois este sempre estará na condição de educar permanentemente. Sistematizar as atividades de pensar sobre o que se faz como gestão, facilita a construção desse conhecimento articulado com as demandas da sociedade (FREIRE, 2019).
Nesse sentido, as práticas articuladas pelos gestores são imbuídas de aprendizagens cotidianas, que refletem o papel da sociedade e a interferência de ações políticas pedagógicas que visam a transformação da realidade social. A autora observa que, ao pensarmos sobre algo, ao comparar, observar, interpretar, classificar e sintetizar são movidas operações mentais que nos auxiliam na aquisição de processos cada vez mais complexos de conhecimento.
Segundo Freire (2019), cada ação desperta disciplina e produz conhecimentos, conforme as definições a seguir:
Comparar: exercita a observação de diferenças e semelhanças. Busca elementos que coincidem e os que não. Observa o que há em um e o que falta em outro. Possibilita a construção de critérios para a operação de "classificação".
Classificar: exercita a análise e a observação para, segundo os critérios, agrupar objetos, ideias, acontecimentos. Quando classificamos, pomos em ordem nossa experiência, segundo os critérios que têm significados para nós. 
Sintetizar: implica em abstrair, analisar, ordenar por em uma sequência e sintetizar. Sintetizar é estabelecer de modo breve condensado A Essência das ideias centrais como cisão sem omissão de pontos importantes.
Interpretar exercita a leitura de significados. Quando interpretamos um fato, um acontecimento, um comportamento explicamos a partir do significado que lemos. Interpretar, portanto, é ação de dar e extrair significados. Interpretamos lendo significados, de nossa experiência e dos demais, construindo nossa hipótese de leitura. Ler a realidade significativa do grupo demanda muito mais exercício desta operação mental (FREIRE, 2019, p. 50-51).
Nesse sentido, podemos pensar em uma escola com o viés da democracia, partindo do princípio de que a gestão escolar também estabelece práticas fundadas na garantia dos direitos de aprendizagem e de desenvolvimento das crianças e adolescentes brasileiros. Para esse alcance, o gestor deve transpor as áreas de desafios e transformá-las em resultados positivos para a escola. A utilização de técnicas e ferramentas para obtenção desse domínio e consequentes práticas pedagógicas qualitativas para a escola, propiciam uma atuação mais segura ao gestor escolar.
O pensamento crítico estabelece meios de conexão com a comunidade escolar, com os diversos atores sociais e com os conhecimentos a serem mobilizados nesse cenário educacional brasileiro. Conforme as ideias de Luck (2009):
O objetivo maior da comunidade educacional revela-se, portanto, o de se estabelecer uma comunidade de ensino efetivo, onde persevere, coletivamente, não somente o ideal de ensinar de acordo com o saber produzido socialmente, mas o de aprender, em acordo com os princípios de contínua renovação do conhecimento, criando-se um ambiente de contínuo desenvolvimento para alunos, professores, funcionários e é claro, os gestores (LUCK, 2009, p.16).
Filomena Siqueira e Silva (2020), realizou um estudo e confrontou a relação direta entre eficácia escolar, liderança e aprendizagem nas escolas estaduais brasileiras. A autora observa que houve transformação no cenário das escolas públicas brasileiras, porém que ainda são encontrados desafios referentes à qualidade da oferta pública educacional, conforme revelam os baixos resultados de aprendizagem, identificados no país.
Você sabia que existem políticas instituintes que acompanham e monitoram sistematicamente a aprendizagem dos estudantes brasileiros? E sabe, por exemplo, como ocorre o processo de mensuração dos índices educacionais?
2.2 Avaliação dos indicadores educacionais internos e externos
Para o entendimento do trabalho da gestão educacional, devemos estabelecer que avaliar deve ser um dos pilares para a obtenção de resultados educacionais qualitativos. Inicialmente, podemos dividir a avaliação em dois contextos: 
interno/institucional e
externo/ governamental.
O primeiro, requer do gestor a incorporação de ações contínuas de reflexão acerca do gerenciamento das ações na própria escola. Isso permite a constatação dos desafios e oportunidades a nível apenas da unidade escolar, possibilitando o planejamento de atividades que subsidiem o aprimoramento das práticas escolares como um todo. O segundo viés é estabelecido partindo de um conjunto de ações intersetoriais de alcance nacional, estadual e municipal voltadas ao cumprimento de melhorias educacionais.
Assim, destacamos que a avaliação interna diz respeito aos processos inerentes à implementação das ações a nível de unidade escolar, como o monitoramento do projeto político-pedagógico, por exemplo. Enquanto a avaliação no contexto macro, pode ser compreendida como a análise e (re)formulação de políticas públicas mais abrangentes, de caráter mais integrador e articulado. Sendo a União, por meio de seus órgãos colegiados, como o Ministério da Educação (MEC) e o Conselho Nacional de Educação (CNE) a maior responsável pelo acompanhamento desse percurso avaliativo.
Mas, o que são as avaliações externas?
Podemos definir essas avaliações como monitoramentos realizados por órgãos institucionais que aplicam testes (provas) baseados em descritores e índices de qualidade educacional a nível nacional e internacional. Essas avaliações são estruturadas em um contexto externo ao da instituição, pois se destinam a avaliar como se dá o processo educacional naquele espaço educativo, partindo de um pressuposto e do entendimento de políticas públicas educacionais efetivas e mais amplas.
Para Veloso (2020), as avaliações possuem múltiplos propósitos e contextos distintos quando se pensa em uma "avaliação da aprendizagem e para a aprendizagem". Dentre eles, orientar as intervenções pedagógicas, prever o monitoramento do estudante, aprimorar o processo de ensino e aprendizagem e fornecer feedbacks a cada estudante (aluno/família), percebendo as características individuais e coletivas.
A diferença entre uma e outra proposta avaliativa, está na percepção de como se dá a aprendizagem dos estudantes e como cada uma das propostas fornece subsídio para o professor retomar e refinar a sua prática pedagógica. Munido de resultados advindos das intervenções avaliativas realizadas, ao longo do percurso formativo de cada estudante, esse professor pode intervir nas bases e nas condições reais de ensino e de aprendizagem. Para Black e Wiliam (1988),a avaliação formativa resulta em melhorias no aprendizado dos estudantes.
Em um processo de acompanhamento das aprendizagens contínuo e continuado, de contraposição ao modelo classificatório, conforme afirma Fernandes (2006), surgem as ideias de: avaliação autêntica (Tellez, 1996; Wiggins, 1989a, 1989b, 1998); avaliação contextualizada (Berlak, 1992a, 1992b); avaliação formadora (Nunziati, 1990; Abrecht, 1991); avaliação reguladora (Allal, 1986; Perrenoud, 1988a, 1988b); regulação controlada dos processos de aprendizagem (Perrenoud, 1998a, 1998b); e avaliação educativa (Gipps, 1994; Gipps & Stobart, 2003; Wiggins, 1998).
E diante dessas discussões: como o gestor escolar pode participar ativamente desse movimento e cultura avaliativa nas instituições escolares?
Com propósito de realizar um processo contínuo e continuado de acompanhamento das aprendizagens, é que o gestor deve ter um planejamento em seu cotidiano para atender às demandas que surgem dessa cultura avaliativa. Dentre elas, podemos citar o sistemático acompanhamento do planejamento docente; propor que os professores diversifiquem os meios de avaliação, por exemplo inserindo as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação; motivar a equipe docente às discussões coletivas do sistema avaliativo dos estudantes, tanto em âmbito interno, quanto prevendo a aplicação das avaliações internas; realização de grupos de estudos por componentes curriculares e/ou diversificado; prever a avaliação como processo inter e transdisciplinar; fortalecer a participação dos estudantes e famílias no engajamento das ações avaliativas.
Você sabe quais são as principais avaliações externas existentes em nosso país?
2.3 Principais avaliações externas realizadas no Brasil
Conforme já vimos anteriormente, cada modelo de gestão diz respeito a objetivos distintos. A gestão educacional é mais ampla que a escolar, que tem princípios diferentes da gestão pedagógica, que se difere da gestão dos processos de aprendizagem. E as avaliações externas também seguem essa mesma lógica. Elas evidenciam as aprendizagens em diferentes contextos e se destinam à compreensão desse cenário nacional, estadual e municipal, por unidade escolar e por estudante. Isso dependerá dos objetivos de cada avaliação.
Para entender melhor cada uma das avaliações é preciso conhecê-las.
Compreendendo que a avaliação é um instrumento que norteia as diversas práticas pedagógicas no sentido de diagnosticar, favorecer e gerar dados para gestores, professores, familiares e estudantes, acerca das aprendizagens dos estudantes, destacamos que o Brasil realiza esse monitoramento por meio de alguns instrumentos.
Como exemplo dessas avaliações citamos: o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), Exame Nacional para a Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA). A nível internacional, os estudantes brasileiros são submetidos ao Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA).
Vamos ao detalhamento de cada uma dessas avaliações.
Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB): tem como objetivo avaliar, em larga escala, as aprendizagens dos estudantes e os fatores que podem influenciar no desempenho deles, explicitando a qualidade na oferta e a permanência no sistema educacional. O SAEB é composto por algumas avaliações externas: a Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb) e a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc) são as principais. Antes, a Avaliação Nacional da Aprendizagem também fazia parte desse contexto avaliativo, no momento essa aplicação está em estudo. Como resultado dessas avaliações, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) no país é calculado.
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM): tem como objetivo avaliar o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Portanto, essa avaliação é realizada pelos estudantes tanto da rede pública quanto da rede privada de todo o país. Em 2009, o exame aperfeiçoou sua metodologia e passou a ser utilizado como mecanismo de acesso ao ensino superior em diversas universidades e faculdades brasileiras. 
Exame Nacional para a Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA): é direcionado aos jovens e adultos residentes no Brasil ou no exterior que não tiveram a oportunidade de concluir seus estudos em idade própria. O ENCCEJA se destina à certificação de jovens e adultos oriundos da modalidade educacional Educação de Jovens e Adultos(EJA) e os torna aptos a ingressarem no ensino superior. O diferencial entre o ENEM e o ENCCEJA, é que neste último os participantes obtêm o certificado por área e podem fazer a escolha por essas áreas a cada ano, sem uma obrigatoriedade na aprovação em todas em um processo único como no ENEM.
Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA): tem um contexto diferenciado em relação às outras avaliações, pois é a partir de um estudo comparativo entre países participantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a cada três anos, que os indicadores de leitura, de matemática e de ciências dos estudantes que têm idade de 15 anos são avaliados.
Você percebe como a figura do gestor interfere diretamente nos processos qualitativos da avaliação e da aprendizagem dos estudantes?
neste módulo, identificamos que o papel dessa gestão democrática se traduz em conectar elementos para que os resultados de aprendizagem sejam alcançados com maior agilidade e eficácia. Para dar continuidade às nossas reflexões a respeito desse papel do gestor, no próximo módulo discutiremos mais sobre como a gestão da sala de aula também se apresenta como elemento crucial para o desenvolvimento das habilidades, competências e atitudes dos estudantes.
Transpor os saberes!
A proposta nesse momento é que você crie situações fictícias, conforme as orientações a seguir, para executar os conceitos estudados no módulo. Não é necessário compartilhar ou enviar esta atividade!
Situação 1 - gestor educacional 
Imagine que você está atuando como Ministro da Educação. Registre em um e-mail fictício, um caderno, uma agenda ou outro instrumento de seu interesse, quais as políticas públicas que você proporia para a mudança nos resultados das avaliações de seu país? Ou seja, você vai exercitar esse papel de gestor educacional. 
Escreva um e-mail fictício para alguém planejando cada passo dessas políticas públicas, prevendo meios, prazos de execução e recursos exequíveis. Insira os elementos que você considera indispensáveis nessa execução. Deixe a imaginação fluir! Se achar necessário, utilize o modelo a seguir.
Situação 2 - gestor escolar
Imagine que sua escola tem um índice a ser alcançado no IDEB. Sua instituição necessita construir um planejamento para que esse resultado seja satisfatório. Registre como você, gestor escolar, definiria essas ações e quais os atores envolvidos nesse processo de elaboração, visto que a gestão democrática envolve não somente a figura do gestor, mas a tomada de decisões em conjunto. Se achar necessário, utilize o modelo a seguir.
Para encerrar…
Esperamos que você tenha compreendido bem os conceitos apresentados e discutidos nesse módulo, e que tenha percebido como o processo avaliativo pode favorecer e orientar as políticas públicas educacionais e a tomada de decisões nas instituições escolares.
Conforme já mencionado, no próximo módulo discutiremos mais sobre como a gestão da sala de aula também se apresenta como elemento crucial para a tomada de decisões e, em especial, para o desenvolvimento de habilidades, de competências e de atitudes dos estudantes.
Para refletir um pouco mais a respeito do que você leu ao longo desse material, resolva a seguinte atividade.
Atividade avaliativa
Leia as questões a seguir, reflita sobre o que leu em cada uma e responda a todas elas.
1. As práticas de gestão escolar situadas em princípios democráticos, buscam efetivar direitos de aprendizagem, considera o estudante o centro do processo criativo e de reconfiguração do cenário educacional brasileiro.Nesse contexto, as práticas na e para a estruturação desse processo democrático nos impulsionam a compreender alguns termos estruturantes como:
2. Considerando os modelos de gestão abordados e discutidos nesse módulo, leia os fragmentos de textos a seguir e descubra o modelo que completa corretamente cada um deles. Basta clicar na seta e selecionar a opção correta.
BRASIL. LEI n.º 9394, de 20.12.96 estabelece as diretrizes e bases da educação nacional”. In: Diário da União, ano CXXXIV, n. 248, 23.12.96.
 
LÜCK, Heloísa Dimensões de gestão escolar e suas competências. Heloísa Lück. – Curitiba: Editora Positivo, 2009. ISBN - 978-85-385-0027-8
 
SILVA, Filomena Siqueira, Eficácia escolar, liderança e aprendizagem nas escolas estaduais brasileiras: uma análise multivariada em painel. Tese (doutorado CDAPG) – Fundação Getúlio Vargas, Escola de Administração de Empresas de São Paulo, 2020.
 
FERNANDES, D.Revista Portuguesa de Educação, 2006, 19(2), pp. 21-50 2006, CIEd - Universidade do Minho Disponível em: https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/5495/1/Para%20uma%20teoria%20da%20avaliac%cc%a7a%cc%83o%20formativav19n2a03%283%29.pdf
 
FREIRE, Madalena. Educando o olhar da observação. In: FREIRE, Madalena. Educador, educa a dor. São Paulo: Paz e Terra, 2008. p. 45-46.
 
VELOSO 2020, Palestra e material disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=R5Nih199Hns&t=1577s https://drive.google.com/file/d/1kd80PGJylUrpiOPuAxe_Ay6UbjrZvNYk/view

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