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françoise dolto

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Direito da criança
 Graças à descoberta da psicóloga experimental existe um número crescente de pessoas cuja atividade profissional é consagrada a psicotécnica, a orientação, a readaptação, a conselhos de todo tipo e, enfim, a psicoterapia. 
A psicotécnica ficou tão difundida que, por, assim dizer, não já criança de cidade que, durante sua escolaridade não tenha passado por algum teste individual ou coletivo. 
Com tanta diversidade, “psi”, conselheiros para pais em dificuldades que são acusados de passar a responsabilidade da criação dos filhos as mais de técnicos, como o fazem com automóveis - entregues aos mecânicos. O público diante de todos este aparato que se instaura em instituições, confunde o psicanalista como psicotécnico, o psicológico social, o médico especialista em psicossomática, o orientador profissional, o reeducador ou o experimentador. As pessoas acham quem o psicanalista vai fazer isto ou aquilo, vai influenciar, vai moralizar, vai estimular tornar razoável, em resumo, agir através de suas palavras como com um medicamento, por uma espécie de sugestão, para levar o sujeito a se comportar “bem”.
O psicanalista: não acrescenta nem uma palavra, apenas permite que as forças emocionais veladas, no jogo conflituoso, encontrem uma saída: resta ao consultaste dirigi-las por si mesmo. A psicanálise é e permanece o ponto de impacto de um humanismo que se esclarece desde Freud, pela descoberta dos processos inconscientes que agem sem o conhecimento do indivíduo e limitam sua liberdade.
A psicanálise terapêutica é um método de pesquisa da verdade individual, para além dos acontecimentos. Cuja realidade só tem sentido para um sujeito pela maneira colo de associou e como se sentiu modificado por ele. Pelo método de dizer tudo a quem tudo escuta, o paciente em análise remonta às fundações organizadoras da sua afetividade de menino ou menina. O ser humano choca-se contra os conflitos de sua impotência real e de seu insaciável desejo de amor e de comunicação, pelos pobres meios de suas necessidades pelos quais, assistindo por adultos, engana-se acreditando trocar amor em encontros corpo-a-corpo, armadilhas do desejo. Especificade do psicanalista clínico 
É necessário e interessante avaliar as motivações e as reações daqueles que, pela primeira vez, dirigem-se a um psicanalista, para si mesmos ou para uma pessoa queridas. Existem um mundo dinâmico, onde se exprimem as condutas humanas e suas desordens, assim como a especificidade da prática psicanalista mal sabendo a quem se dirige. Encaminhadas por seu médico, pelo educador, ou por alguém que conhece as dificuldades nas quais se encontram, mas que não pode ajudá-las diretamente; estas pessoas, em presença de um psicanalista começam a falar como o fariam com qualquer um e, no entanto, somente a maneira de escutar do psicanalista (uma escuta no sentido pleno do termo) faz com que seu discurso se modifique, tome um sentido novo para seus próprios ouvidos. O psicanalista não da nem tira razão; sem julgar, ele escuta.
Primeiro encontro psicanálise: o problema, portanto só é abordado em nível do objeto de queixa, e só há queixa em relação a objetos de caráter negativo para o ambiente: o sucesso escolar, por exemplo, parece sempre um objeto positivo em si, assim como ausência de perturbações do caráter que perturbem a tranqüilidade do ambiente. Para o psicanalista não são os sintomas aparentemente positivos ou negativos em si mesmo que importam, não é a satisfação ou a angústia dos pais - que, por outro lado podem ser totalmente saída e justificável. Qualquer que seja o estado atual aparente, deficiente ou perturbado, o psicanalista visa a ouvir; por trás do sujeito que fala aquele que permanece presente num desejo que a angústia comprova e máscara ao mesmo tempo, presente aprisionado neste corpo e nesta inteligência mais ou menos desenvolvida, e que busca a comunicação com outro sujeito.
As angústias e aos pedidos de socorro dos pais e jovens, o psicanalista permite que se substitua a questão pessoal e específica do desejo mais profundo do sujeito que lhe fala. Este efeito revelador, ele o obtém pela sua escuta atenta e sua não-resposta direta ao pedido que lhe seja feito de agir para fazer desaparecer o sintoma, para acalmar a angústia. O psicanalista, ao suscitar a verdade do sujeito, suscita ao mesmo tempo o sujeito e sua verdade.
Em um segundo momento, que é o momento da cura psicanalista, o sujeito descobrirá por si mesmo sua verdade é a relativa liberdade de que dispõe por sua posição libidinal em relação ao seu ambiente; este segundo tempo tem como seu ligar de revelação a transferência.
Relações dinâmicas inconscientes pais-filhos: seu valor estruturante sadio ou patológico 
A criança pelos seus sintomas encarna e tornam presentes as conseqüências de um conflito vivo, familiar ou conjugal, camuflado e aceito pelos pais. É a criança que suporta inconscientemente o peso das tensões e interferências da dinâmica emocional inconsciente, que atua nos pais, cujo efeito de contaminação mórbida é tanto mais intensa quanto mais forem guardados o segredo e o silêncio a este respeito.
(Progenitora)
A angústia e o isolamento, os sentimentos ligados a culpabilidade irracional mágica nunca aplacada, provocarão, enquanto houver instinto de conservação, compensações racionais desculturalizantes. Depois de ter ultrapassado a idade das perturbações da debilidade mental reacional, depois da debilidade psicomotora, depois da debilidade escolar, pode se instalar o quadro clínico tardio das perturbações de caráter da incidência social extrafamiliar. A dissolução de relações reestruturou conduz ao aparecimento de neuroses ou da delinqüência; mais alem, será a involução psicótica ou a criminalidade. 
Para que a condição inter-relacional para a criança seja possíveis estes adultos devem ter assumido suas opções sexuais genial no sentido mais amplo do termo - emocional, afetiva e cultural - independentemente do destino desta criança. Isto quer dizer que o sentido de sua vida é o seu cônjuge, os adultos da sua faixa etária, seu trabalho, e não a criança ou crianças que tem aí seu encargo; isto quer dizer que o pensamento ou a preocupação com criança, o trabalho feito por ela, o amor por ela, jamais dominam sua vida emocional
Profilaxia mental de relações familiares patogênicas 
O que importa não são os fatos reais vividos por uma criança, mas, ao mesmo tempo, o conjunto das percepções que ela tem destes fatos e o valor simbólico que se depreende do sentido que tomam estas percepções para o narcisismo do sujeito. Este valor simbólico depende muito do encontro entre uma experiência sensível efetivamente nova e as palavras justas (ou não) que serão pronunciados (ou não) a este propósito pelas pessoas escutadas por ela; a estas palavras, ou a sua falta, se conservam e se reapresentarão a sua memória como representações, verdadeiras ou falsas do experienciado vivido.
Cada vez que, antes da idade da resolução edipiana (seis, sete anos no mínimo) um dos elementos estruturantes das premissas da pessoa é atingindo na sua dinâmica psicossocial (presença ou ausência de um dos pais num momento necessário, crise depressiva de um dos pais, morte ocultada, características anti-sociais do seu comportamento), a experiência psicanalítica nos mostra que a criança está completamente informada disto (inconscientemente) e que é induzida a assumir o papel dinâmico complementar regulador, como por uma espécie de homeostase da dinâmica triangular pai-mãe-filho. E isto que lhe é patogênico. Este papel patogênico, introduzido pela participação em uma situação real oculta, é superado, em partes ou totalmente, por palavras verdadeiras que verbalizam a sua situação dolorosa e que dão sentido para outro, ao mesmo tempo em que para ela, daquilo que está vivendo.
Substituição de papéis na situação triangular pai-mãe-filho 
Toda substituição da mãe no papel do pai é patogênica, seja porque a mãe decreta o pai insuficiente, colocando-se no seu lugar, seja pela ausência dele ou que ela não se refira aodesejo dele. Toda substituição do pai no papel da mãe, se está ausente ou é realmente perigosa decidida um estado doentio atual, tem o mesmo papel patogênico de desvio de a situação triangular, se não se faz referência ao desejo dela, conhecido pela criança. Cada vez que se substitui o papel responsável dos genitores, impotentes para desempenhá-los, alguma outra pessoa entre os irmãos ou ascendentes (a avó ou a irmã assumindo o papel da mãe, o irmão mais velho no papel de pai) também há desvio, pois a situação trintiraria pode existir, mas a pessoa sustenta a imago paterna (ou materna) não está marcada por uma rivalidade sexual pelo papel real do cônjuge genital da mãe do sujeito. (Ou do pai do sujeito), isto é, derivação regularizador, pela angústia de castração, de suas aspirações incestuosas. Todas estas substituições, próteses enganadoras que, no entanto tornam a vida material às vezes mais fácil, aparentemente ou de momento evitando à criança as provações da verdadeira solidão e abandono, não oferecem perigo se o fato da relação real desta pessoa substituta é constantemente sublinhada como não sendo de direito natural, mas alguém que “faz às vezes” do genitor ausente, deixando a criança sua livre opção natural e a liberdade de assumir em confiança suas próprias iniciativas.
A sociedade e a escola: seu papel patogênico ou profilático 
Psicanalistas e os casos a serem tratados: casos de desordens profundas da vida simbólica, as quais datam da idade de antes de quatro anos, e não destas dificuldades reacionais sadias a vida escolar efetivamente patogênica. 
Quantas energias sufocadas ou desperdiçadas em pura perda e que poderiam ser deixadas a seu livre movimento, com um sistema escolar que confirmaria, ao invés de infirmar, o livre acesso as iniciativas e as curiosidades inteligentes dos futuros cidadãos; que os levaria a um controle de suas capacidades, a cada instante portador de pleno sentido; a um por em ordem, para e por si mesmo, dos conhecimentos e das técnicas adquiridas por desejo, e não por obrigação ou por submissão perversa ao medo das sanções e a imperativos impessoais.
Como enquadrar uma psicanálise de crianças 
Psicoterapias de crianças menores e maiores de sete, oito anos 
Em geral, de toda criança de menos sete, oito anos, pois muitos problemas, aparentemente graves, são apenas reacionais a uma situação de casal perturbada e, desta forma, a uma relação pervertida do pai com a criança, ou da mãe com a criança 
A psicoterapia assim iniciada com a criança sozinha arriscaria perturbar mais a família ou por a criança na condição de uma psicoterapia interminável. 
A perturbação real de um casal, que cada um relata nas primeiras entrevista com o psicoterapeuta às vezes é completamente alheia a qualquer causa proveniente desta criança. Mas está perturbação faz com que esperem dela uma compensação para suas dificuldades pessoais; e culpam-na por frustrá-los 
Freqüentemente, descobrimos, nessas pessoas, que da perturbação do casal se origina uma armadilha agindo de forma diferente; armadilha da paternidade para a virilidade adulta do pai.
A angústia que resulta dos comportamentos familiares em relação aos desejos edipianos da criança, as discórdias que provoca entre os pais, perturbam são somente a vida familiar, mas inclusive a vida social desta criança, por comportamentos desadaptados a sua idade ou perturbações psicossomáticas
O impacto da relação inconsciente de cada um deste país nos seus próprios filhos faz com que, às vezes, seu filho parasite a sua maneira espontânea de reagir a sua responsabilidade parental; e isto no caso em que a paternidade ou a maternidade não tenham feito, propriamente falando, mas mantido neles uma identificação com seus próprios pais, na época em que tinham a mesma idade que agora tem seu filho.
Depois de sete, oito anos - após ter visto os pais-, se a criança está pessoalmente desejosa de fazer a criança assumir sua própria psicoterapia por um pagamento simbólico.
Dificuldade de uma cura 
A criança não pode saber o que é uma psicoterapia psicanalítica como o pode um adulto, que leu sobre a questão ou que, tendo tentando outras terapêuticas, chegou, diante do impasse no qual se encontra a se decidir por uma psicanálise ou uma psicoterapia psicanalítica, quer dizer, pagando o preço total, parcial, e se deslocando do seu lugar habitual de vida e de trabalho para ir ao consultório do seu psicanalista.
A descoberta dos pais sobre psicanálise: quando os adultos pensam que uma criança teria a lucrar com as trocas inter humanas e criativas, ela pode ser levada a um psicanalista. Em muitos casos, já são os professores, e às vezes, os médicos que despertam os pais para o conhecimento deste tipo de psicoterapia, e freqüentemente com conhecimento de causa. Já é muito importante que os pais compreendam do que se trata que não são aulas de reeducação, mas uma psicoterapia, que concerne ao passado festa criança e a reconstituição da sua história. Porém o problema mais importante é o de que a própria criança percebe o objetivo a que se propõe o psicanalista ao recebê-la
Encaminhamento da cura: o contrato e seu estudo 
No que diz respeito, após ter tido ao menos uma entrevista com cada um dos pais separadamente, depois com a criança na presença deles, se avalio que a criança está realmente suscetível de aproveitar um tratamento psicanalítico, decido com ela, diante de seus pais, por uma experiência de três sessões duraste as quais a questão de continuar ou não se discutirá entre a criança e eu, e somente se ela se mostra interessada. Por esse modo de trabalho. 
Criança aceita o contrato 
É no dia em que ela aceita decidir por si mesmos ficar sem a presença dos seus pais que eu lhe pedi o pagamento simbólico, e que falo somente com ela, mesmo que peça que seus pais assistam a consulta. Nesse dia, não me dirigo a eles, e é ela que faz uma sessão comigo, diante deles. Assim, a criança sabe que, se não traz a prova do seu desejo de uma sessão de trabalho o analista o interpreta como “não-desejo” e a respeita na sua recusa deliberada. 
Após algumas sessões com os pais, quando a criança se recusou a vir e são os pais que vem por ela, sessões que peço aos pais para lhe anunciar, cada vez, como uma vista que me fazem em seu lugar, é muito frequente que a criança comece a dar aos pais um desenho para a analista, perguntando-lhe se eu posso dizer qualquer coisa pelo desenho. 
Relação do psicoterapeuta com os pais 
É indispensável que a criança saiba que este trabalho que visa à elucidação do seu desejo, reconduzindo as lembranças de infância das quais fala, associando-as aos acontecimentos atuais da sua vida emocional, é um trabalho desejado também por seus pais.
Quaisquer que sejam as palavras ditas pela criança ao seu psicanalista e a compreensão das pulsões em jogo nela, os pais, assim como os educadores e os professores, a partir do momento em que a criança pode aproveitar uma psicoterapia, não têm mais que se preocupar em não traumatizar seu filho pelo seu modo de ser com ele; e insisto sempre para que os pais continuem a agir como quiserem e sem se sentir julgados pelo psicanalista.
Pelas palavras destes pais, as quais o psicanalista convida a criança presente a prestar atenção para melhor compreender sua família, ouvem-se histórias de relacionamento familiares, tanto do lado paterno como do materno.
Os efeitos secundários de melhora ou da cura da criança- falo da cura de sua neurose- seguidamente tem efeitos secundários catastróficos na sua família; e isto porque o adolescente poupa suas resistências graças à transferência, e agora é uma das pessoas de sua família que exprime as resistências induzidas pelo comportamento negativo da criança a seu respeito.
Relação do psicoterapeuta com os educadores e professores
Pode acontecer que um educador ou um professor, interessado pelas mudanças de uma criança em contato com a psicoterapia, queira compreender o que se passa e peça para falar com psicoterapeuta da criança. Também pode acontecer que um professor ou educador, de umamaneira consciente ou inconsciente, sinta-se questionado por uma criança cujo comportamento muda, na sua aula, graças à cura psicanalítica.
Nosso papel como psicanalistas não é o de permanecer na nossa torre de marfim, mas de fazer compreender ao conjunto da população e particularmente aos adultos encarregados da formação dos jovens, o papel que pode ter a psicanálise para as crianças em grandes dificuldades intelectuais, sociais ou caracteriais. 
A propósito de “sínteses”
 Quando a psicanálise recebe os pais, a criança está presente para escutar, para fazer suas colocações. Estas recepções dos pais com a criança são indispensáveis em certos momentos da cura, seja porque a criança assim o pede, seja porque os pais o fazem. Estes o fazem mais frequente nos momentos em que a criança está muito difícil de suportar em casa, estão angustiados e querem vir falar com o psicanalista l.
Estes momentos de recepção dos pais e da criança no curso do tratamento são extremamente fecundos porque, diante da criança, os pais contam o que se passa para eles na realidade, e o analista os escuta pedindo de vez em quando o assentimento da criança ou lhe perguntando o que ela pode responder a seus pais, ou mesmo perguntando se o que seus pais dizem, é, segundo ela, o testemunho da realidade.
As objeções a esta técnica 
Como já falei sobre isto nas instituições, sei que duas injeções são habitualmente enunciadas: uma, segundo a qual os educadores não se sentiriam livres para falar; a outra, de que a criança poderia sofrer pelo fato de se falar dela de uma maneira que não seria satisfatória para a sua pessoa. 
Nestas duas objeções só vejo resistências e projeções por parte dos educadores. Se a criança sofre pelo fato de se falar dela da maneira como vai se falar, é porque os educadores não acreditam que um ser humano, qualquer que seja sua idade, deva encontrar-nos outros o espelho daquilo que da a ver, a ouvir, a compreender.
Se o psicanalista está lá para ajudar uma criança a progredir, não está lá para fazê-la acreditar que a realidade não existe, nem as exigências sociais em relação a todos os da sua idade
Crianças sem pais
Ha crianças que vivem totalmente pensionistas, sem mesmo volta à casa de seus pais, salvo durante as férias. A instituição, vendo-as em dificuldades, às vezes lhe permite usufruírem de uma psicoterapia, sendo acompanhadas ao local das consultas por um educador. Sempre prefiro que os pais sejam prevenidos deste tratamento decidido pela direção pedagógica a qual confiaram à educação de seus filhos
É no caso destes tratamentos de crianças precocemente abandonadas que nos apercebemos que o complexo de Édipo é inerente ao desenvolvimento de todos os seres humanos, independentemente do fato de que há adultos que 
É no caso destes tratamentos de crianças precocemente abandonadas que nos apercebemos que o complexo de Édipo é inerente ao desenvolvimento de todos os seres humanos, independentemente do fato de que há adultos que se impliquem, reconhecendo-os como seu filho ou sua filha. A
Modalidade de castração: diferença entre a criança e o adulto 
A diferença entre a psicanálise de adultos e a psicanálise de crianças provém do fato de que muita das crianças trazidas por sua inadaptação ainda não atravessaram os componentes pulsionais, orais e anais, que precedem a instalação do complexo de Édipo: não podem falar corretamente, apresentam retardos psicomotores que traduzem um não-investimento do seu próprio corpo por uma imagem do corpo devidamente castrada para as pulsões orais no desmame, para as pulsões anais na separação do corpo-a-corpo por ocasião de suas necessidades. 
Nosso trabalho de analistas, quando se trata destes pequeninos, ou destas crianças que vivem ainda como pequeninos devido às suas perturbações, é de compreender em que pé está à relação mãe-filho, pai-filho, quando a entrega da autonomia da nutrição, da toalete, do sono, da autonomia em sociedade, no grupo reduzido da relação parentais. Inúmeras crianças estão no nível de receber a castração edipiana, mas é devido aos pais que não a receber. Estes não podem suportar de se castrarem a si mesmos do seu próprio desejo. 
Inúmeras crianças estão no nível de receber a castração edipiana, mas é devido aos pais que não a receber. Estes não podem suportar de se castrarem a si mesmos do seu próprio desejo concernente a esta criança, seu objeto parcial, a qual quer comandar, induzir ou assumir todo o desejo deles, enquanto que a justo título ela deve furtar-se a isto, mas o fez com tais sentimentos de culpa que não pode, desta forma, se autonomizar. O prejuízo é ainda maior: trata-se de neurose organizada em adultos que se tornam genitores patogênicos para seus filhos. 
O impacto da realidade na cura 
Qualquer que seja a realidade da vida diária ou o modo de vida familiar da criança, todas as afirmações concernentes a realidade de sua vida cotidiana, ou as afirmações que a fazem interpretar, a sua maneira, aquilo que diz nas sessões, o que se passa a sua volta, devem ter como efeito na sessão que a atitude do psicanalista induz a criança a buscar por si mesmo o que pensa e o que sente; e remontando no tempo da sua história, em que está repetindo na realidade um desejo do passado ou a lembrança de situações do passado que quer continuar a perpetuar, enquanto ao mesmo tempo está crescendo, e a presença ao seu redor de outras crianças de sua idade faz-na constatar uma diferença entre seus hábitos e os dela em sociedade. É assim que a pessoa do psicanalista se torna o apoio de um ego auxiliar do narcisismo, qualquer que seja agressivo ou não do analisando de sessão em sessão a fim de que possam chegar às fantasias as reações as mais arcaicas da criança e suas lembranças mais antigas 
Todo professor, todo educador, todo pai, na vida real, não tem de se ocupar do que a criança fantasia sobre o que este adulto diz ou fez. Não tem que saber o que a criança repete por ocasião de um dos seus atos ou de seus comportamentos, sensações experimentadas na época de traumatismo passados e sempre atuais para ela, e que são devidas a sua fixação sobre tal ou qual pessoa. A criança procura, então, manipular estes adultos para obter deles satisfações regressivas que obtém, às vezes de certos educadores que fazem armadilhas e caem nela, e pais tornados impotentes a toda educação.
Relatividade do outro (e dos outros) diante do Édipo 
Todos os julgamentos desfavoráveis sobre um professor ou um pai são feridos narcísicos para uma criança pequena que deseja e tem necessidade de encontrar, em todo adulto que se ocupa dela, a presentificaçao do seu ego ideal.
Psicanálise exercida numa instituição
É, portanto, um desafio conduzir um tratamento psicanalítico, incluindo nele, de maneira institucional, possibilidades de encontro entre fantasia e realidade. Uma criança neurótica transfere sobre as pessoas do seu ambiente as emoções passadas; é por isso que se comporta de maneira inadaptada. Fala-se transferência quando a imaginação a faz projetar seus fantasmas sobre a realidade e impede está criança de ver a realidade tal como ela é. 
O papel do psicanalista é o de decodificar este imaginário que é um invasor, estranho ao momento e ao lugar atuais. Seu trabalho implica uma não- ingerência na maneira de viver a criança com seu ambiente, ao mesmo tempo em que uma não-resposta as perguntas e as afirmações da criança sobre o julgamento deste psicanalista quanto à realidade da qual pode ser testemunha.
Projeto terapêutico e projeto pedagógico 
 O projeto terapêutico psicanalítico é totalmente diferente do projeto pedagógico. O primeiro permite a criança, através de associações livres (o menos perturbado possível pelas resistências inconscientes do analista) desbloquearem suas pulsões recalcadas, exprimi-las através de fantasia na transferência e, reconhecendo-as, decodificá-las em relação à época em que foram recalcadas e as relações interpessoais ou traumática intrapessoais desta época, que são revocadas emocionalmente pela criança, tanto sobre a pessoa do analista no momentoem que são revividas, como às vezes também sobre pessoas do ambiente imediato da criança
Ela (a criança) tem que compreende o papel que lhe pertence e o seu próprio papel segundo a lei no seu conjunto, e, isto em relação aos imperativos reais desta lei, imperativos aos quais todo mundo está submetido. 
Bloqueio no projeto pedagógico 
Durante todo o discurso do texto, a contribuição para a reflexão para reavaliar a cura psicanalítica em crianças desadaptada a coletividade. É interesse da criança e de toda uma sociedade inteira que este trabalho considerável que atualmente se faz, concernente a infância desadaptada, seja realmente eficaz.

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