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Qualidade e segurança do paciente Qualidade e segurança do paciente Com o avanço dos conhecimentos científicos na prestação de cuidados, apesar de esse cuidado passar a ser mais efetivo, ele também se tornou potencialmente perigoso. O grau de complexidade que o cuidado de saúde atingiu não deixa mais espaço para uma gestão de Saúde não profissionalizada. Os descompassos entre os estabelecimentos de Saúde inadequadamente geridos e a necessidade de lidar profissionalmente com organizações que operam em condições de alto risco tendem a provocar crises cada vez mais frequentes. Avedis Donabedian estabeleceu 7 atributos importantes aos cuidados em saúde que definem sua qualidade: Alguns conceitos-chave da Classificação Internacional de Segurança do Paciente da OMS: 1. Dano: comprometimento da estrutura ou função do corpo ou qualquer efeito dele oriundo, incluindo-se doenças, lesões, sofrimento, morte, incapacidade ou disfunção, podendo ser físico, social ou psicológico. 2. Risco: probabilidade de um incidente ocorrer 3. Incidente: evento que poderia ter resultado, ou resultou, em dano desnecessário ao paciente 4. Circunstância notificável: Incidente com potencial dano ou lesão. 5. Near miss: incidente que não atingiu o paciente. 6. Incidente sem lesão: Incidente que atingiu o paciente, mas não causou danos. 7. Evento adverso: Incidente que resulta em dano ao paciente. Quanto às ações para reduzir os riscos e mitigar os EAs, a OMS priorizou duas, que foram denominadas de desafios globais: Primeira: Reduzir a infecção associada ao cuidado em saúde, por meio da campanha de higienização das mãos. Segunda: Promover uma cirurgia mais segura, pela adoção de uma lista de verificação antes, durante e após o ato cirúrgico Outras soluções têm sido estimuladas pela OMS, tais como: evitar erros com medicamentos que tenham nomes e embalagens semelhantes; evitar troca de pacientes, ao prestar qualquer cuidado – administrar medicamento, colher amostra para exame, infundir bolsa de sangue e etc.; garantir uma correta comunicação durante a transmissão do caso; retirar as soluções eletrolíticas concentradas das áreas de internação dos pacientes e controlar a sua utilização; criar mecanismos de controle de soluções eletrolíticas concentradas; garantir a medicação correta em transições dos cuidados (conciliação medicamentosa); evitar a má conexão de tubos, catéteres e seringas; e usar seringas descartáveis. Antecedentes no brasil No Brasil, os órgãos e os serviços responsáveis por transfusões de sangue, pelo controle e prevenção da infecção associada ao cuidado em saúde e pelos serviços de anestesia podem ser considerados pioneiros Catarina Nykiel - 7° semestre no que tange às medidas que promovem a segurança do paciente. Estes, há anos, adotam medidas para garantir a segurança dos processos de cuidado, com bons resultados. Infelizmente, muitas dessas medidas ainda são pouco valorizadas por gestores e profissionais da Saúde. O licenciamento de estabelecimentos de Saúde e a inspeção deles são importantes estratégias de melhoria da qualidade desses estabelecimentos, desde que os roteiros de inspeção sanitária sejam abrangentes. A vigilância sanitária deve ser entendida como tecnologia relevante na verificação das condições de funcionamento dos estabelecimentos de Saúde e sobre os produtos, medicamentos e outros insumos utilizados no cuidado à saúde, à medida que esses estão disponíveis para o uso nos pacientes. As ações da vigilância possibilitam a verificação in loco da situação e a identificação de fontes potenciais de danos. Entre essas medidas, inclui-se a adoção da rotina de realização de auditorias internas periódicas. Acreditação: é uma metodologia de avaliação externa da qualidade dos estabelecimentos de Saúde, que consiste em um sistema de verificação de caráter voluntário em sua contratação, para determinar a conformidade com um conjunto de padrões, consistindo, assim, em um processo de avaliação dos recursos institucionais. A Rede Sentinela baseia-se em: 1. Busca ativa de eventos adversos 2. Notificação de eventos adversos 3. Uso racional das tecnologias em saúde. A partir de 2011, as instituições que desejam participar da “Rede Sentinela”, além de terem que criar uma gerência de risco, necessitam apresentar uma “política de gestão de risco” que descreva estratégias para a identificação, a avaliação, o monitoramento e a comunicação de riscos e, ainda, demonstram como ocorre a integração da sua gerência de risco com outras instâncias que lidam com risco nas instituições, tais como, comissões de controle de infecção, núcleos de epidemiologia, de qualidade, entre outras. Nesse contexto, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), por meio da Portaria MS/GM nº 529, de 1° de abril de 2013, com o objetivo geral de contribuir para a qualificação do cuidado em saúde. O maior desafio do sistema expressa-se nos estabelecimentos de Saúde e em particular nos hospitais, com prontos-socorros das grandes cidades com demanda excessiva e hospitais de pequeno porte com baixa taxa de ocupação. O PNSP tem quatro eixos: a. O estímulo a uma prática assistencial segura b. envolvimento do cidadão na sua segurança c. inclusão do tema no ensino; d. incremento de pesquisa sobre o tema. A cultura de segurança do paciente é elemento que perpassa todos esses eixos O modelo do queijo suíço que mostra uma abordagem sistêmica para gerenciar o erro ou a falha. O modelo mostra que quando não há camadas de queijo (barreiras), os buracos se comunicam. O vetor, mostrado na figura, representa que o risco não encontrou barreiras e atingiu o paciente. As barreiras que impedem que o risco atinja o paciente podem ser: profissionais atualizados; uso de protocolos clínicos; uso de check list cirúrgico; protocolos de higiene das mãos; dose unitária de medicamentos etc. Reason parte do pressuposto de que é impossível eliminar falhas humanas e técnicas. Errar é humano, mas há mecanismos para evitar o erro e mitigar os eventos adversos. O PNSP pode ajudar a Catarina Nykiel - 7° semestre informar, a organizar e a articular esses mecanismos, mas precisa encontrar um ambiente favorável às mudanças. Grupos de Trabalho do Segundo Desafio Global para Segurança do Paciente: - Prevenção de infecção do sítio cirúrgico: medidas comprovadas, como profilaxia antimicrobiana uma hora antes da incisão e esterilização efetiva dos instrumentos, são seguidas de maneira inconsistente. Isso ocorre frequentemente não em decorrência dos custos ou da falta de recursos, mas por deficiências na sistematização. Os antibióticos, por exemplo, são administrados no período perioperatório tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento, mas são administrados cedo demais, tarde demais ou simplesmente de maneira irregular, tornando-os ineficientes na redução do dano ao paciente. - Anestesia segura: a taxa de mortalidade associada à anestesia nos países em desenvolvimento parece ser 100-1.000 vezes mais alta, indicando uma carência séria e contínua de anestesia segura para cirurgias nesses cenários. - Equipes cirúrgicas eficientes: a equipe de trabalho é o centro de todos os sistemas que funcionam de maneira eficaz e envolvem muitas pessoas. Na sala de operações, onde as tensões podem ser altas e vidas estão em jogo, a equipe de trabalho é um componente essencial da prática segura. A qualidade da equipe depende de sua cultura e de seus padrões de comunicação, bem como das habilidades médicas e da consciência dos membros sobre os riscos envolvidos. A melhora de suas características deve ajudar a comunicação e reduzir os danos ao paciente. ● Dez objetivos essenciais para a segurança cirúrgica Catarina Nykiel - 7° semestre ● Lista de verificação de segurança cirúrgica A Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica da OMS foi desenvolvida para ajudar as equipes cirúrgicas a reduzir a ocorrência de danos ao paciente. Ela se baseia em 3 princípios: ismplicidade, aplicabilidade e mensuração. PRÉ AULA: 4. Risco = Probabilidadede um incidente ocorrer 5. Near miss = incidente que não atingiu o paciente 6. Todas as respostas são verdadeiras 7. É impossível eliminar as falhas humanas e técnicas 8. Contribuir com a qualificação do cuidado em saúde, em todos os serviços de saúde públicos e privados Catarina Nykiel - 7° semestre
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