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Qualidade e Segurança do Paciente

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Júlia Figueirêdo – HM VI 
QUALIDADE E SEGURANÇA DO PACIENTE: 
A atual complexidade existente nas formas 
de cuidado à saúde faz com que não exista 
mais espaço para serviços de gestão não 
profissionalizados, visto que estes 
favorecem o surgimento de situações de 
crise. 
De forma a assegurar a prática do postulado 
primum non nocere (primeiro não causar 
dano), diversas figuras históricas se 
dedicaram a melhorar a qualidade em 
saúde. 
Um exemplo proeminente é o de Avedis 
Donabedian, que estabeleceu sete 
atributos que podem ser utilizados para 
nortear ações na atenção em saúde. 
Esses conceitos são identificados por 
eficácia, efetividade, eficiência, 
otimização, aceitabilidade, 
legitimidade e equidade. 
 
Conceituação dos sete atributos da qualidade do 
cuidado em saúde 
Durante a contemporaneidade, por sua vez, 
o Instituto de Medicina dos EUA incorporou a 
segurança do paciente aos eixos básicos 
da qualidade, junto a pilares como a 
centralidade no indivíduo, a oportunidade 
do cuidado, a eficácia, eficiência e equidade 
deste. 
Nesse contexto, na intenção de unificar 
definições e prevenir erros em saúde, a 
Organização Mundial da Saúde (OMS) criou 
a Classificação Internacional de Segurança 
do paciente, que conta com alguns pontos-
chave, a saber: 
 Segurança do paciente: reduzir, a um 
mínimo aceitável, o risco de dano 
desnecessário associado ao cuidado 
em saúde; 
 Dano: é o comprometimento estrutural 
ou funcional do corpo físico, psicológico 
e social, bem como qualquer impacto 
dele decorrente (ex.: lesões, doenças, 
morte, incapacidades); 
 Risco: representa a probabilidade de 
ocorrência de um incidente; 
 Incidente: evento que poderia ter 
resultado (ou resultou) em dano 
desnecessário; 
 Circunstância notificável: representa 
um incidente com potencial de dano; 
 Near miss: descreve incidentes que não 
atingiram o paciente; 
 Incidente sem lesão: evento que 
acometeu o paciente, porém não 
implicou em dano; 
 Efeito adverso: descreve o incidente que 
resulta em dano ao indivíduo. 
Para mitigar esses desfechos, foram 
consolidados pela OMS os desafios 
globais, definidos por: 
 Redução de infecções associadas ao 
cuidado em saúde: alcançada por meio 
de campanhas de higiene das mãos; 
 Promoção de cirurgias mais seguras: 
implementa o uso de listas de 
verificação antes, durante e após o ato 
cirúrgico. 
No Brasil, por sua vez, o Ministério da Saúde 
instituiu o Programa Nacional de 
Segurança do Paciente (PNSP) em 2013, 
por meio da Portaria MS/GM nº 529, visando 
contribuir para a qualificação do cuidado 
em saúde, seja no setor público ou privado. 
Júlia Figueirêdo – HM VI 
Os objetivos específicos desse programa 
são: 
 Promover e apoiar a implementação de 
iniciativas voltadas à segurança do 
paciente nos diversos serviços de 
atenção à saúde; 
 Envolver os pacientes e os familiares 
nesse processo de cuidado; 
 Ampliar o acesso da sociedade às 
informações relativas à segurança do 
paciente; 
 Produzir e disseminar conhecimentos 
sobre o tema; 
 Fomentar a inclusão do tema nas 
bases curriculares de cursos da área 
da saúde. 
 
 
 
 
Vale ressaltar, no entanto, que é impossível 
eliminar falhas humanas e técnicas do 
processo de cuidado (“errar é humano”), 
porém existem mecanismos que minimizam 
a chance de equívocos, mitigando efeitos 
adversos. 
Dentre essas “barreiras”, podem ser 
elencados protocolos clínicos, a 
atualização profissional e o uso de 
checklists em centro cirúrgico. 
 
Modelo do queijo suíço de James Reason, que 
evidencia que sempre existirão erros capazes de 
ultrapassar as “barreiras de contenção” criadas 
 
CIRURGIA SEGURA: 
Para consolidar a concretização do segundo 
desafio global para a segurança do 
paciente (descrito anteriormente), uma série 
de grupos de trabalho foi estabelecida, a 
saber: 
 Prevenção de infecção do sítio 
cirúrgico: busca incentivar a aplicação 
adequada de medidas como a profilaxia 
antimicrobiana pré-cirúrgica; 
 Anestesia segura; 
 Equipes cirúrgicas eficientes: estimula 
o estabelecimento de boas relações 
entre os componentes da equipe de 
trabalho, com comunicação adequada; 
 Mensuração da assistência cirúrgica: 
objetiva a ampliação do acesso a dados 
associados a procedimentos cirúrgicos, 
de modo a avaliar sua segurança. 
Estes grupos, por sua vez, definiram dez 
objetivos essenciais a serem seguido por 
toda equipe durante a abordagem cirúrgica, 
sendo também compilados sob a forma da 
lista de verificação de segurança 
cirúrgica da OMS. 
Objetivos essenciais para a segurança cirúrgica 
Esses guias podem ser condensados em 
quatro eixos básicos: estímulo a uma prática 
assistencial segura; o envolvimento do 
cidadão na sua segurança; a inclusão do 
assunto no ensino; e o incremento de 
pesquisa sobre o tema. 
Júlia Figueirêdo – HM VI 
A execução adequada dessa lista de 
verificação requer aplicações antes, durante 
e após a conclusão do procedimento 
cirúrgico, implementando medidas de 
contenção para possíveis complicações 
identificadas nesse processo. 
Ressalta-se que é necessária a 
participação multiprofissional para 
conclusão da checagem (enfermeiros, 
técnicos, anestesista e cirurgiões). 
 
Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica da OMS (versão do Colégio Brasileiro de Cirurgiões)

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