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Fisiocracia

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Maria do Carmo Machado Fontes © 
 
1 
 
Fisiocracia 
CONTEXTO HISTÓRICO 
Manual do Stanley Brue -> História do 
Pensamento Econômico 
Restrito à França 
Vida muito curta 
Seu auge durou apenas 20 anos -> 
aproximadamente de 1756 até 1776, ano em 
que Adam Smith publica sua principal obra, A 
Riqueza das Nações 
Importância -> influenciou o pensamento 
liberal clássico 
● França do contexto 
Período pré-revolucionário 
Antigo Regime 
Fortes traços feudais 
Sociedade dividida em 3 estados 
 Primeiro estado -> nobreza e clero 
 Segundo estado -> administradores 
do reino, funcionários públicos, militares 
 Terceiro estado -> força de trabalho 
(camponeses) e mercadores 
A Fisiocracia vai representar a transição de 
uma sociedade tipicamente feudal para uma 
sociedade burguesa, com um novo modo de 
produção e um novo pensamento econômico 
Muitos pensadores vão, inclusive, atribuir a 
importância da Fisiocracia para a eclosão da 
Revolução Francesa 
Reconfiguração da estrutura social -> 
rearranjo das classes 
Mudança na estrutura econômica 
PRINCÍPIOS DEFENDIDOS PELOS FISIOCRATAS 
Principal autor -> François Quesnay 
1- A economia e os fenômenos 
econômicos seguem uma espécie de 
ordem natural, ou seja, podem ser 
compreendidos tais como os fenômenos da 
natureza 
Cabe ao teórico da economia descobrir as leis 
que regem o sistema capitalista, e assim, 
explicar os fenômenos econômicos tal como 
os físicos 
François vai comparar a Economia com a 
Biologia, e usa, inclusive, o conceito de 
organismo econômico para se referir aos 
sistemas econômicos 
As leis que explicam os fenômenos 
econômicos são de caráter universal, ou seja, 
se eu criar uma lei que explica o 
funcionamento da economia brasileira, ela 
poderá explicar qualquer outra economia 
nacional, como a argentina. Isso vai 
influenciar muito os neoclássicos 
Elementos são naturais, e não históricos 
2- Defesa do liberalismo econômico, isso é, 
a ideia do estado mínimo, livre comércio e 
contra qualquer tipo de entrave (laissez-faire), 
desregulamentação da economia 
Economia deve funcionar livremente, sem 
códigos e amarras. Na prática, isso significa 
uma defesa do estado mínimo 
Diretamente relacionado ao primeiro princípio: 
o homem não pode intervir no funcionamento 
dessas leis naturais, pois isso pode condenar 
as economias a não se desenvolverem 
integralmente 
Esse princípio fundamenta o Liberalismo 
Posteriormente, os neoclássicos só vão 
aprovar a intervenção na economia em casos 
que não afetem a ordem natural dos 
fenômenos econômicos 
3- Ênfase na agricultura, única atividade 
produtiva que produz um excedente 
econômico, e consequentemente, a 
riqueza 
Smith vai expandir essa noção posteriormente 
Mudança significativa na forma de se 
enxergar a riqueza 
Isso é perfeitamente aceitável em um contexto 
de França feudal, em que as indústrias 
estavam muito pouco desenvolvidas 
Esse excedente econômico está no PIB a 
partir do valor adicionado 
Isso vai influenciar diretamente o quinto 
princípio 
4- Compreensão de que a economia 
nacional e seus diferentes elementos 
constitutivos estão interrelacionados, ou 
seja, 
Autores fisiocratas não focaram tanto em dar 
recomendações de política econômica, 
diferentemente dos mercantilistas -> caráter 
mais científico 
Compreender as leis que fundamentam a 
economia trabalhando com o conceito de 
agregados económicos 
Introduziram de forma pioneira o conceito de 
renda nacional (renda agregada) 
Maria do Carmo Machado Fontes © 
 
2 
 
5- Defesa da taxação sobre as classes 
produtivas da economia, ou seja, que 
impostos fossem cobrados sobre os 
proprietários de terra, introduzindo o conceito 
de “tributação progressiva” na economia 
Tributação progressiva -> classes devem 
pagar impostos proporcionalmente a sua 
renda 
Sistema tributário brasileiro incide mais sobre 
o consumo, o que acaba fazendo com que ele 
seja regressivo, e, assim, afetando as classes 
mais baixas 
O sistema tributário progressivo vai focar mais 
na renda e na propriedade 
TABLEAU ÉCONOMIQUE OU QUADRO ECONÔMICO DE 
QUESNAY 
Muito semelhante ao fluxo circular da renda 
 
Agentes econômicos -> economia fechada e 
sem governo; agentes são a classe produtiva 
(empresários capitalistas ligados a agricultura, 
em termos atuais), proprietária (proprietários 
de terra, ou seja, os senhores feudais 
franceses ligados a nobreza), e estéril 
(artesãos, pequenos industriais, 
mercadores/comerciantes da época) 
Fazendeiros tem que arrendar as terras da 
nobreza, que receberá uma renda a partir 
dessa espécie de aluguel da sua terra, para 
viabilizar a produção 
 Fluxo circular da renda: economia 
fechada e sem governo; os agentes são as 
empresas e as famílias 
Ciclo começa com a classe proprietária já 
tendo um quantitativo de renda oriundo do 
ciclo produtivo anterior, que Quesnay afirma 
ser 2 milhões disponíveis para compra 
Classe estéril tem uma quantidade de 
produtos manufaturados provenientes do ciclo 
produtivos, que somando dá 2 bilhões 
Classe produtiva vai produzir um montante 
total de 5 bilhões. 2 bilhões irão para a própria 
classe produtiva sob a forma de sementes, 
rações, salários, insumos, etc. 3 bilhões serão 
disponibilizados para as demais classes, ou 
seja, será o excedente econômico 
O ciclo vai começar pelos gastos da classe 
proprietária, única classe que tem dinheiro de 
fato no início do ciclo. Essa classe proprietária 
vai gastar 1 bilhão em alimento ao setor 
produtivo e 1 bilhão em bens manufaturados. 
Essa compra representa receita para a classe 
produtiva e para a classe estéril 
Os 2 bilhões que a classe produtiva ainda 
possui serão vendidos para a classe estéril, 
isto é, para produtores e mercadores. Esse 
dinheiro será usado para pagar o 
arrendamento dos fazendeiros 
Introdução da ideia de equilíbrio econômico

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