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APOSTILA_06

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1Empreendedorismo
Pesquisa, 
Desenvolvimento e 
Inovação no Brasil
Núcleo de Educação a Distância 
www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
Reitor
Arody Cordeiro Herdy
Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação
Nara Pires
Pró-Reitoria de Programas de Graduação
Lívia Maria Figueiredo Lacerda
Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD
1ª Edição
Copyright © 2019, Unigranrio
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por 
fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio.
Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária
Carlos de Oliveira Varella
Núcleo de Educação a Distância (NEAD)
Márcia Loch
Sumário
Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no Brasil
Para início de conversa… .................................................................. 04
Objetivos .......................................................................................... 05
1. Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no Brasil ...................... 06
2. O Papel da Ciência e Tecnologia no Desenvolvimento Econômico 07
3. Evolução da Infraestrutura de Pesquisa no Brasil ...................... 11
4. O Atual Cenário no Brasil ...................................................... 14
Referências ....................................................................................... 17
Para início de conversa…
Nesta unidade você compreenderá como o investimento em 
pesquisa nas empresas afeta a inovação, e como esta pode contribuir para o 
desenvolvimento econômico das nações. Também irá compreender como a 
infraestrutura destinada a pesquisa evoluiu no Brasil e qual é o atual cenário 
do país em pesquisa, desenvolvimento e inovação.
4 Empreendedorismo
Objetivos
 ▪ Entender a relevância da inovação para o desenvolvimento 
econômico dos países.
 ▪ Compreender as estratégias dos países considerados os mais 
inovadores do mundo.
 ▪ Entender o atual estágio de evolução do Brasil em Pesquisa, 
Desenvolvimento e Inovação.
5Empreendedorismo
1. Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação 
no Brasil
Como vimos na unidade anterior, inovação nas empresas é uma 
questão fundamental no atual cenário econômico para aquelas que buscam 
sucesso. Verificamos também que a inovação é o grande ativo das empresas, 
processo que impulsiona e renova as empresas, transformando novas ideias 
em resultados sustentáveis e fonte do crescimento das nações.
Entendemos que quando procuramos “fazer diferente” estamos criando 
um diferencial competitivo para nossas empresas no mercado, agregando mais 
valor às nossas ofertas.
Para entendermos um pouco melhor do impacto que a inovação causa 
na PIB do Brasil, podemos nos debruçar em uma pesquisa realizada em 2005 
pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) com 72 mil empresas 
brasileiras com mais de dez funcionários.
Os dados da pesquisa demonstraram que, apesar destas empresas 
representarem apenas 1,7% da indústria, as que investem em inovação são 
responsáveis por 25,9% do faturamento industrial no Brasil e por 13,2% do 
número total de empregos gerados no país.
Sabemos que o Brasil é apontado como o país que possui a maior 
população empreendedora do mundo. Dados da pesquisa GEM 2012 
demonstram que de cada dez empresas que abrem as portas no país, sete 
são por oportunidade e apenas três por necessidade. O Nordeste confirma a 
mesma tendência, na região são abertas 60% mais empresas por oportunidade 
do que por necessidade.
No entanto, apesar dos indicadores positivos da pesquisa GEM 2012, 
o conteúdo inovador das empresas brasileiras ainda é muito pequeno quando 
comparado a outros países, incluindo os países emergentes que, juntamente 
com o Brasil compõem o BRIC (Rússia, Índia e China), o que limita o 
desenvolvimento econômico e a taxa de crescimento do país.
6 Empreendedorismo
As análises sobre países como os Estados Unidos, o Japão, a Coreia do 
Sul e a China demonstram que o extraordinário resultado que estes países têm 
em suas economias resultam de processos bem-sucedidos de desenvolvimento 
de incentivo à produção acadêmica e científica, assim como um adequado 
intercâmbio entre estes dois campos de estudo a partir da interação entre 
universidade e empresa.
As políticas voltadas ao desenvolvimento da ciência e tecnologia 
adotadas nesses países previlegiaram a busca de uma estrutura produtiva 
aliada a um processo contínuo de aprendizagem e inovação buscando uma 
maior participação no mercado internacional.
Na década de 1980, os países em desenvolvimento da América Latina 
adotaram uma postura passiva diante as principais transformações tecnológicas 
que ocorriam nos países desenvolvidos e do bloco asiático, sem procurar 
desenvolver internamente uma política coerente e consistente de ciência e 
tecnologia e sem criar canais que possibilitassem acesso a esse processo.
2. O Papel da Ciência e Tecnologia no 
Desenvolvimento Econômico
Na década de 1960, o PIB da Coréia do Sul era comparável ao de 
países emergentes. Quarenta anos depois o PIB situava-se no mesmo patamar 
da União Europeia, atingindo em 2004 a marca de 1 trilhão de dólares, um 
PIB per capita ao redor de US$ 20.653. Nessa época, o PIB brasileiro estava 
em torno de US$ 605 bilhões, para uma população de aproximadamente 180 
milhões de habitantes, um PIB per capita de US$ 3.361, ou seja, cerca de um 
sexto do valor alcançado pela Coréia do Sul.
Leia a reportagem do Estadão sobre a Coreia do Sul, o berço da 
inovação mundial. 
Leia mais
Saiba Mais
7Empreendedorismo
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,coreia-do-sul-o-berco-da-inovacao-mundial-imp-,649942
Avaliando os indicadores de produtividade no Brasil e comparando-os 
com países como os Estados Unidos e a Coréia do Sul, podemos perceber 
como este resultado foi construído.
No Brasil, menos de 27% das pesquisas são desenvolvidas nas 
empresas. Nos Estados Unidos, 79% dos investimentos em pesquisa aplicada 
e 93% daqueles destinados a desenvolvimento estão concentrados nas 
empresas. Na Coreia do Sul, que nos últimos trinta anos saiu da categoria de 
país subdesenvolvido para nação industrializada, o indicador do envolvimento 
de pesquisa nas empresas é de 77%.
Os dados da Pesquisa de Inovação Tecnológica (PINTEC) coletados 
pelo IBGE demonstram que os investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento 
& Inovação (PD&I) alocados pela iniciativa privada no Brasil representa 
0,55% do PIB, número inexpressivo quando comparados aos 1,87% nos 
Estados Unidos e aos 2,45% na Coreia do Sul.
Quando analisamos os dados relativos ao emprego de cientistas 
atuando nas empresas, verificamos a mesma desproporção. No Brasil, existem 
menos de 50 mil cientistas atuando nas empresas, na Coreia do Sul este 
número é de 182 mil e nos Estados Unidos um milhão.
O Índice Global de Inovação é um indicador mundial do nível de 
inovação dos países. Produzido juntamente pelo Grupo de Consulta de Boston 
(BCG), a Associação Nacional de Manufaturas (NAM) e o Instituto de 
Manufatura (MI), o índice é resultado de uma grande pesquisa que reflete 
tanto os resultados das empresas como a capacidade dos governos de promover 
a inovação através de políticas públicas de estado.
Acesse os últimos resultados da pesquisa de Índice Global de Inovação. 
 
 
As empresas investem em pesquisa tecnologia para competir no 
mercado, aumentar o nível de excelência de seus produtos, criar novos 
Saiba Mais
Leia mais
8 Empreendedorismo
https://www.globalinnovationindex.org/Home
mercados e se diferenciar da concorrência. O resultado desta ação é uma 
contribuição mais efetiva para o aumento do PIB, com aumento de emprego 
e renda.
A série histórica referente aos números publicados por pesquisadores 
brasileiros em periódicos científicos internacionais indexados ao Institute for 
Scientific Information (ISI) superaram 250 artigos por milhão de habitantes 
(Gráfico 1), tendendo à médiamundial.
Gráfico 1: Artigos publicados em periódicos indexados ao ISI por 1 milhão de habitantes Fonte: Radar IPEA 02/2013.
Os dados do ISI demonstram que o investimento do Brasil ao longo 
dos últimos anos em uma sólida infraestrutura acadêmica destinada a inovação 
científica renderam bons frutos. No entanto, a falta de incentivo ao setor 
produtivo tem implicado em uma baixa produção tecnológica, estabelecendo 
um paradoxo ao provocar um distanciamento entre os indicadores brasileiros 
de produção científica e de produção tecnológica.
O resultado deste distanciamento pode ser medido pelo baixo número 
de patentes de empresas brasileiras no escritório de patente norte americano 
(The United States Patent and Trademark Office - USPTO) da ordem de 
0,1% do total mundial. Fato agravado devido a constatação de ao longo 
de toda a série de dados disponíveis este número não ter superado a marca 
de duzentos patentes por ano, contra alguns milhares da Coreia do Sul no 
período mais recente.
9Empreendedorismo
Ciência e Tecnologia dependem do trabalho realizado por três tipos de 
organizações: as universidades, cujo papel é formar profissionais capazes de 
gerar conhecimento no setor produtivo e desenvolver parte do conhecimento 
necessário para a indústria ser competitiva; as empresas, responsáveis pelo 
desenvolvimento experimental ou tecnológico e a colocação no mercado de 
novos produtos e serviços e os institutos de pesquisa e laboratórios nacionais 
com ênfase na pesquisa aplicada.
Cunha (1992) diz que a “competitividade autêntica” da indústria 
da América Latina continuará comprometida se não forem feitos esforços 
significativos direcionados para a aprendizagem, assimilação e desenvolvimento 
do conhecimento, capazes de criar internamente um “núcleo endógeno de 
inovação tecnológica”.
A Política de Ciência e Tecnologia só se concretiza se a sua base 
de formulação estiver assentada na vontade política, tendo como 
sustentação um projeto nacional que defina o grau de dependência 
tecnológica desejada para a nação. O grau de dependência e 
de sofisticação da base técnica vai depender, na sua essência, da 
disposição dos segmentos de capitais em reivindicar e apoiar a 
Política de Ciência e Tecnologia, resultando no processo em que 
diferentes forças articulam-se no sentido de orientar, fornecer 
ou dificultar o movimento de criação e incorporação de novos 
conhecimentos científicos e tecnológicos ao sistema produtivo. 
(CUNHA, 1992, p.86)
Essa expressiva diferença entre o número de publicações de produção 
científica e o de patentes registradas, ratifica a visão de que as políticas 
brasileiras voltadas para CT&I têm ênfase na produção científica, deixando de 
incentivar a produção tecnológica e a articulação entre universidades, centros 
de pesquisa e o setor produtivo.
O Brasil iniciou tardiamente (segunda metade do século XX) seu 
processo de industrialização. Da mesma forma tardia foi a construção de sua 
infraestrutura de instituições de nível superior voltadas para o ensino, ocorrida 
a menos de 100 anos, enquanto na Itália elas já existem desde o século XV.
10 Empreendedorismo
Os cursos de especialização lato e stricto sensu (pós-graduação, 
mestrado e doutorado) só ganharam impulso a partir dos anos 1970, com 
a política de bolsas no exterior para mestrandos e doutorandos destinadas 
a formação de pesquisadores e mecanismos de financiamento para a 
pesquisa científica para as universidades e institutos de pesquisa (CNPq, 
Finep, Capes e Fundações de Amparo à Pesquisa). Além disto, não houve 
uma preocupação de criar um sistema que incentivasse o desenvolvimento 
tecnológico nas empresas.
Em resumo, o que vimos no Brasil a partir de 1970 foi a expansão do 
parque industrial brasileiro majoritariamente ainda constituído de empresas 
que agregam pouco valor aos seus produtos, fabricando localmente produtos 
de concepção estrangeira, sob licença ou em parceria comercial e sem centros 
de pesquisa no Brasil concebidos nos departamentos de P&D das matrizes.
Não obstante, vale aqui ressaltar o resultado que o Brasil conseguiu 
nos segmentos aeronáutico com a Embraer (1969) e agrícola com a Embrapa 
(1973), empresas que investem maciçamente em pesquisa e inovação 
tecnológica.
Conheça o trabalho desenvolvido na agricultura brasileira pela 
Embrapa. 
3. Evolução da Infraestrutura de Pesquisa no Brasil
No período subsequente, são criados o Instituto de Biologia de São 
Paulo, a Universidade de São Paulo e o Instituto de Biofísica do Rio de 
Janeiro, que serviram de base para o desenvolvimento da Física, Química e 
Genética no Brasil.
No início do século XX, o governo brasileiro focou em ações no 
desenvolvimento da Ciência orientada ao aperfeiçoamento de produtos 
destinados exportação, aproveitamento dos recursos minerais e a expansão da 
educação técnica.
Saiba Mais
Assista agora
11Empreendedorismo
https://www.youtube.com/watch?v=i5pWmi1pVnQ
Na década de 1940, são criadas a Fundação de Amparo à Pesquisa 
do Estado de São Paulo (FAPESP), a Sociedade para o Progresso da 
Ciência (SBPC) e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (SBpF). Segundo 
Albuquerque (1995), essas associações exerceram influência para a criação 
do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) em 1951, que inicialmente 
concentrou esforços no estudo da energia nuclear, projeto barrado pelo 
governo norte americano, fato que implicou na reorientação do CNPq para a 
produção de ciências exatas e biológicas.
Cunha (1983) analisa que o CNPq contribuiu muito para a modernização 
do ensino superior. Os professores bolsistas assimilavam conhecimento nas 
universidades estrangeiras e o reproduziam em suas universidades de origem. 
Albuquerque (1995) cita, também por essa época, a criação do Instituto 
Tecnológico da Aeronáutica (ITA), considerado por Cunha (1983) uma 
referência de modernização do ensino superior no Brasil.
Na metade dos anos 1950, surge o Plano de Metas de Juscelino. Apesar 
de importante no processo de aceleração da industrialização no Brasil devido 
ao aumentando do parque industrial, o plano de Juscelino não incentivou o 
desenvolvimento tecnológico no país e cooperou com o aumento da dívida 
pública do país.
O PAEG restringiu-se à política educacional e, de acordo com 
Guimarães e Ford (apud ALBUQUERQUE, 1995), não privilegiava os 
investimentos em pesquisa e facilitou a entrada de capital estrangeiro, tal 
como aconteceu com o Plano de Metas de Juscelino. É desse período o Fundo 
de Tecnologia (FUNTEC) do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDE) 
e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
Para Santos (1998), o PED mudou o tratamento da questão tecnológica 
no país, com um programa de capacitação científica e tecnológica associado 
a uma estratégia industrial e a uma infraestrutura institucional. O PED ia 
além do atendimento das necessidades tecnológicas do sistema produtivo, 
promovia a capacitação tecnológica do país.
Albuquerque (1995) reforça essa ideia quando fala que o PED propunha 
acelerar o ritmo de incorporação de tecnologia ao sistema produtivo e empreender 
esforço próprio de pesquisa. A ação governamental ficaria com o CNPq, que através 
12 Empreendedorismo
do Plano Básico Científico e Tecnológico (PBDCT), traria recursos públicos e 
captaria recursos privados para programas de pesquisa. Santos (1998), o objetivo 
do PBDCT era o fortalecimento da infraestrutura e da capacidade inovativa da 
empresa nacional e o desenvolvimento de áreas tecnológicas prioritárias, assim 
como uma integração das universidades com a indústria.
O Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND, 1972/74) 
propôs o desenvolvimento de novos setores com alta intensidade tecnológica, 
a modernização das indústrias tradicionais e a expansão das exportações 
de manufaturados. Apesar das intenções do programa de capacitar o país 
tecnologicamente durante o processo de industrialização, não houve um esforço 
de investimentos em P&D, restringindo-se apenas ao uso e aprendizado das 
práticas deprodução.
O Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND 1974/76) 
tinha uma proposta geral de completar a estrutura industrial. Santos (1998) 
e Albuquerque (1995) atentam que o plano foi colocado num período de 
conjuntura internacional desfavorável. A prioridade seria o setor de bens 
intermediários e de capital e enfatizava, segundo Santos (1998), a importância 
do desenvolvimento tecnológico aliado à política de recursos humanos. Foi 
implementado o Segundo Plano Básico de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico (II PBDCT) que priorizou o setor energético para diminuir a 
dependência do país às fontes externas, e criados os Núcleos de Articulação 
com as Indústrias (NAIs). Coutinho e Ferraz (1994) observam que nesse 
período não houve grandes esforços privados internos em P&D e que a 
demanda por serviços tecnológicos não atendia às expectativas esperadas.
O Terceiro Plano Nacional de Desenvolvimento (III PND 1980/1985) 
foi concentrado na área de informática. Foi criada a Secretaria Especial 
de Informática (SEI) para direcionar ações nesse setor. Como resultado, 
Fajnylber (apud ALBUQUERQUE, 1995) aponta um significativo sucesso 
em tecnologia de produto, porém reduzido no que concerne à tecnologia 
de processo produtivo. A falta de um amplo planejamento deixou essa 
política restrita ao instrumento de reserva de mercado (LUCENA apud 
ALBUQUERQUE, 1995). É desse período o Programa de Apoio ao 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT) que, como observa 
Galvão (apud Santos, 1998, p.109): “articulava as quatro principais agências 
de fomento a C&T – CNPq, FINEP, STI/MIC e CAPES”.
13Empreendedorismo
O governo Sarney apresenta o I plano Nacional de Desenvolvimento da 
Nova República (I PND- NR), cria o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) 
e edita o I Plano Nacional de Informática (I PLANIN), dando continuidade 
à política de informática do período anterior (ALBUQUERQUE, 1995). A 
política industrial foi centrada no Programa de Desenvolvimento Tecnológico 
Industrial (PDTI).
Cunha (1992) caracteriza os anos 1990 com um período de uma ampla 
e abrangente revolução científica e tecnológica, com mudança nos padrões 
internacionais de competitividade, nas relações comerciais internacionais e no 
processo produtivo e na organização da sociedade.
Nesse período, o Governo Collor deu ênfase a importação de tecnologia 
voltada à produção, não havendo qualquer preocupação de formar um sistema 
nacional de inovação. Albuquerque (1995) confirma essa política ao falar do 
Programa de Competitividade Industrial (PCI) que facilitou as importações 
e o Plano de apoio à Capacitação Tecnológica da Indústria (PACTI) que 
selecionava as empresas que obteriam os recursos públicos alocados para a 
tecnologia industrial. Santos (1998) cita a Política Industrial e de Comércio 
Industrial (PICE) cujo objetivo era expor a indústria brasileira à competição 
internacional com menos proteção e maior abertura externa e o Programa 
Brasileiro de Qualidade e Produtividade, com a finalidade de modernizar a 
empresa brasileira através da promoção da qualidade e produtividade.
O Governo Itamar Franco recria Ministério da Ciência e Tecnologia 
(MCT), no entanto o Plano Real corta o orçamento deste Ministério.
4. O Atual Cenário no Brasil
Segundo o ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, em 
entrevista publicada na Rede Brasil Atual, durante o governo Lula, a Ciência e 
Tecnologia viveram um de seus melhores momentos. Comenta o ex-ministro 
“Pela primeira vez, o orçamento destinado ao setor não foi vítima de cortes 
para estabilizar outras áreas do governo, como aconteceu com o governo 
Fernando Henrique durante os primeiros anos do Plano Real”.
14 Empreendedorismo
Segundo o blog “Amigos do Presidente Lula”, durante o governo Lula, 
foi dado um maior apoio aos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia 
(INCT), com o investimento adicional do BNDES de R$ 70 milhões, 
elevando para R$ 600 milhões, distribuídos em 101 unidades de pesquisa. A 
responsabilidade de repassar a verba ficou com o CNPq, junto como o Centro 
de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE/MCT).
Uma das preocupações do governo Lula foi a de descentralizar o 
investimento em PD&I. Assim, os institutos selecionados foram distribuídos 
pelas cinco regiões do país (8 no Norte, 14 no Nordeste, 3 no Centro-Oeste, 
13 no Sul e 63 no Sudeste).
No governo Dilma, em dezembro de 2004, é promulgada a Lei 10.973 
(Lei da Inovação) que tem como objetivo criar um ambiente propício às 
parcerias estratégicas entre o poder público, agências de fomento, empresas 
nacionais, instituições científicas e tecnológicas e organizações de direito 
privado sem fins lucrativos voltadas para a atividade de P&D.
A Lei 11.196 (Lei do Bem) proclamada em novembro de 2005 surge 
com o objetivo de estimular as empresas a investirem em pesquisa e inovação 
tecnológica, oferecendo um conjunto de instrumentos de apoio na forma de 
incentivos fiscais.
A “Lei do Bem” oferece a possibilidade de subvenção a projetos de 
empresas considerados importantes para o desenvolvimento tecnológico, 
com subsídio para a fixação de pesquisadores nas empresas, programas de 
financiamento à inovação, programas de capital empreendedor e com um 
arcabouço legal mais propício para a interação entre a universidade e a 
empresa.
Conheça um pouco mais sobre a Lei de Inovação Tecnológica assistindo 
à entrevista de Ronaldo Mota, Secretário do Desenvolvimento 
Tecnológico e Inovação do MCTI. 
Assista agora
Saiba Mais
15Empreendedorismo
https://www.youtube.com/watch?v=Q_YItJ-mQfM
Todo esse arcabouço, que modernizou o panorama institucional, deriva 
das Diretrizes de Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior 
(Brasil, 2003), anunciadas pelo governo federal em novembro de 2003, e deve 
ser aprofundado com o lançamento do Plano de Desenvolvimento da Produção 
lançado em maio de 2008. O objetivo de longo prazo é a transformação da 
base produtiva brasileira para elevá-la a um patamar de maior valor agregado, 
via inovação e diferenciação de produtos.
“Inovar para competir. Competir para crescer”. Este é o slogan do 
Plano Brasil Maior (PBM), lançado em 02 de agosto de 2011 pela presidente 
Dilma Rousseff.
O programa estabelece diretrizes para uma nova política industrial, 
tecnológica, de serviços e de comércio exterior para o período de 2011 a 2014, 
está em linha com a principal exigência do mercado global e também dos 
consumidores.
O PMB concebido para aperfeiçoar medidas da Política Industrial, 
Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE –2003/2007) e Política de 
Desenvolvimento Produtivo (PDP – 2008/2010), engloba ações para fortalecer 
a empresa nacional no mercado doméstico e externo. Tem, em seu universo, 
forte estímulo à inovação para transformar boas ideias em produtos e serviços 
e, assim, tentar aumentar a competitividade da empresa nacional.
Iniciamos este capítulo conhecendo o cenário mundial no que se 
refere à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Seguiremos 
avaliando a posição do Brasil em relação aos países mais evoluídos do mundo 
e entendendo as ações que estão em andamento para incentivar a produção 
tecnológica no Brasil.
16 Empreendedorismo
Referências
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias 
em negócios. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 
ESTADÃO. Coreia do Sul, o berço da inovação mundial. 2010. Disponível 
em: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,coreia-do-sul-o-berco-
da-inovacao-mundial-imp-,649942. Acesso em: 23 ago. 2019.
FERRARI, Roberto. Empreendedorismo para computação: criando 
negócios de tecnologia. Rio de Janeiro: Elsevier, Campus, 2010. 
GGI. Global Innovation Index 2019. Disponível em: https://www.
globalinnovationindex.org/Home. Acesso em: 23 ago. 2019.
MAXIMIANO, Antonio C. A. Administração para empreendedores. 2 ed. 
São Paulo: Pearson, 2011. 
TV BRASILGOV. Embrapa completa 39 anos promovendo pesquisa e 
levando desenvolvimento ao campo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=i5pWmi1pVnQ. Acesso em: 23 ago. 2019.
______. NBR Entrevista - Balanço Lei do Bem. Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=Q_YItJ-mQfM. Acesso em: 23 ago. 2019.
17Empreendedorismo
	Título da Unidade
	Objetivos
	Introdução
	Do Mercantilismo à Revolução Industrial e Perfil do Empreendedor
	Para início de conversa…
	Objetivos
	1.	A Era do Mercantilismo 
	1.1	A Revolução Industrial 
	1.2	A Revolução Industrial no Brasil 
	1.3	A Terceira Fase da Revolução Industrial 
	1.4	A Era Pós-industrial 
	1.5	Definindo o Empreendedorismo 
	1.6	Característica do Empreendedor 
	Síntese 
	Referência
	_fyjfntpojgho
	_mnyx1ccapcfb
	_nmdzp8j6rrxs
	A Era do Empreendedorismo e o fenômeno Brasileiro
	Para início de conversa…
	1.	Empreendedorismo na Era do Conhecimento.
	2	Comportamento do Mercado na Sociedade Informatizada.
	3.	Desenvolvimento e Financiamento Colaborativo
	4.	Oportunidades Empreendedoras na Era
		da Informação
	5.	O cenário empreendedor brasileiro.
	6.	Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor
	7.	Números do Empreendedorismo No Brasil
	8.	Expectativas para o Empreendedorismo no Brasil
	Considerações Finais 
	Referências
	O processo Empreendedor e a Educação para o Empreendedorismo
	Para início de conversa…
	1.	A Motivação e o Processo Empreendedor
	2.	As Fases do Processo Empreendedor
	3.	A Identificação da Oportunidade
	4.	O Planejamento
	5.	A Captação de Recursos
	6.	Banco de Fomento Brasileiro - BNDES
	7.	A Administração do Negócio
	9.	Visão Estratégica da Educação Empreendedora
	Considerações Finais
	Bibliografia
	_8jvqr9cc2mem
	_npefd8gd3rha
	_woryos13gqhj
	_8ukc50t5fp8
	_4193lq1ei43q
	_m15k30yiufzb
	Gestão Empreendedora e suas Implicações para as Organizações no Século XXI
	Para início de conversa…
	Objetivos
	1.	O Intraempreendedorismo
	1.1	O Intraempreendedorismo e a cultura organizacional
	2.	Empresas empreendedoras
	3.	Processo Evolutivo do Empreendedorismo
	4.	Perfil Empreendedor
	5.	Empreendedores e Gestores
	6.	Oportunidades de Empreendimentos
	Considerações Finais
	Bibliografia
	Empreendedorismo
e Inovação
	Para início de conversa…
	Objetivos
	1.	O Conceito de Inovação
	2.	Inovação nas Organizações
	3.	Empresas Inovadoras
	4.	Aprendendo a Inovar
	Referências
	Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no Brasil
	Para início de conversa…
	Objetivos
	1.	Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação 
no Brasil
	2.	O Papel da Ciência e Tecnologia no Desenvolvimento Econômico
	3.	Evolução da Infraestrutura de Pesquisa no Brasil
	4.	O Atual Cenário no Brasil
	Referências

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