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1Empreendedorismo Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no Brasil Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD 1ª Edição Copyright © 2019, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no Brasil Para início de conversa… .................................................................. 04 Objetivos .......................................................................................... 05 1. Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no Brasil ...................... 06 2. O Papel da Ciência e Tecnologia no Desenvolvimento Econômico 07 3. Evolução da Infraestrutura de Pesquisa no Brasil ...................... 11 4. O Atual Cenário no Brasil ...................................................... 14 Referências ....................................................................................... 17 Para início de conversa… Nesta unidade você compreenderá como o investimento em pesquisa nas empresas afeta a inovação, e como esta pode contribuir para o desenvolvimento econômico das nações. Também irá compreender como a infraestrutura destinada a pesquisa evoluiu no Brasil e qual é o atual cenário do país em pesquisa, desenvolvimento e inovação. 4 Empreendedorismo Objetivos ▪ Entender a relevância da inovação para o desenvolvimento econômico dos países. ▪ Compreender as estratégias dos países considerados os mais inovadores do mundo. ▪ Entender o atual estágio de evolução do Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. 5Empreendedorismo 1. Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no Brasil Como vimos na unidade anterior, inovação nas empresas é uma questão fundamental no atual cenário econômico para aquelas que buscam sucesso. Verificamos também que a inovação é o grande ativo das empresas, processo que impulsiona e renova as empresas, transformando novas ideias em resultados sustentáveis e fonte do crescimento das nações. Entendemos que quando procuramos “fazer diferente” estamos criando um diferencial competitivo para nossas empresas no mercado, agregando mais valor às nossas ofertas. Para entendermos um pouco melhor do impacto que a inovação causa na PIB do Brasil, podemos nos debruçar em uma pesquisa realizada em 2005 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) com 72 mil empresas brasileiras com mais de dez funcionários. Os dados da pesquisa demonstraram que, apesar destas empresas representarem apenas 1,7% da indústria, as que investem em inovação são responsáveis por 25,9% do faturamento industrial no Brasil e por 13,2% do número total de empregos gerados no país. Sabemos que o Brasil é apontado como o país que possui a maior população empreendedora do mundo. Dados da pesquisa GEM 2012 demonstram que de cada dez empresas que abrem as portas no país, sete são por oportunidade e apenas três por necessidade. O Nordeste confirma a mesma tendência, na região são abertas 60% mais empresas por oportunidade do que por necessidade. No entanto, apesar dos indicadores positivos da pesquisa GEM 2012, o conteúdo inovador das empresas brasileiras ainda é muito pequeno quando comparado a outros países, incluindo os países emergentes que, juntamente com o Brasil compõem o BRIC (Rússia, Índia e China), o que limita o desenvolvimento econômico e a taxa de crescimento do país. 6 Empreendedorismo As análises sobre países como os Estados Unidos, o Japão, a Coreia do Sul e a China demonstram que o extraordinário resultado que estes países têm em suas economias resultam de processos bem-sucedidos de desenvolvimento de incentivo à produção acadêmica e científica, assim como um adequado intercâmbio entre estes dois campos de estudo a partir da interação entre universidade e empresa. As políticas voltadas ao desenvolvimento da ciência e tecnologia adotadas nesses países previlegiaram a busca de uma estrutura produtiva aliada a um processo contínuo de aprendizagem e inovação buscando uma maior participação no mercado internacional. Na década de 1980, os países em desenvolvimento da América Latina adotaram uma postura passiva diante as principais transformações tecnológicas que ocorriam nos países desenvolvidos e do bloco asiático, sem procurar desenvolver internamente uma política coerente e consistente de ciência e tecnologia e sem criar canais que possibilitassem acesso a esse processo. 2. O Papel da Ciência e Tecnologia no Desenvolvimento Econômico Na década de 1960, o PIB da Coréia do Sul era comparável ao de países emergentes. Quarenta anos depois o PIB situava-se no mesmo patamar da União Europeia, atingindo em 2004 a marca de 1 trilhão de dólares, um PIB per capita ao redor de US$ 20.653. Nessa época, o PIB brasileiro estava em torno de US$ 605 bilhões, para uma população de aproximadamente 180 milhões de habitantes, um PIB per capita de US$ 3.361, ou seja, cerca de um sexto do valor alcançado pela Coréia do Sul. Leia a reportagem do Estadão sobre a Coreia do Sul, o berço da inovação mundial. Leia mais Saiba Mais 7Empreendedorismo https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,coreia-do-sul-o-berco-da-inovacao-mundial-imp-,649942 Avaliando os indicadores de produtividade no Brasil e comparando-os com países como os Estados Unidos e a Coréia do Sul, podemos perceber como este resultado foi construído. No Brasil, menos de 27% das pesquisas são desenvolvidas nas empresas. Nos Estados Unidos, 79% dos investimentos em pesquisa aplicada e 93% daqueles destinados a desenvolvimento estão concentrados nas empresas. Na Coreia do Sul, que nos últimos trinta anos saiu da categoria de país subdesenvolvido para nação industrializada, o indicador do envolvimento de pesquisa nas empresas é de 77%. Os dados da Pesquisa de Inovação Tecnológica (PINTEC) coletados pelo IBGE demonstram que os investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) alocados pela iniciativa privada no Brasil representa 0,55% do PIB, número inexpressivo quando comparados aos 1,87% nos Estados Unidos e aos 2,45% na Coreia do Sul. Quando analisamos os dados relativos ao emprego de cientistas atuando nas empresas, verificamos a mesma desproporção. No Brasil, existem menos de 50 mil cientistas atuando nas empresas, na Coreia do Sul este número é de 182 mil e nos Estados Unidos um milhão. O Índice Global de Inovação é um indicador mundial do nível de inovação dos países. Produzido juntamente pelo Grupo de Consulta de Boston (BCG), a Associação Nacional de Manufaturas (NAM) e o Instituto de Manufatura (MI), o índice é resultado de uma grande pesquisa que reflete tanto os resultados das empresas como a capacidade dos governos de promover a inovação através de políticas públicas de estado. Acesse os últimos resultados da pesquisa de Índice Global de Inovação. As empresas investem em pesquisa tecnologia para competir no mercado, aumentar o nível de excelência de seus produtos, criar novos Saiba Mais Leia mais 8 Empreendedorismo https://www.globalinnovationindex.org/Home mercados e se diferenciar da concorrência. O resultado desta ação é uma contribuição mais efetiva para o aumento do PIB, com aumento de emprego e renda. A série histórica referente aos números publicados por pesquisadores brasileiros em periódicos científicos internacionais indexados ao Institute for Scientific Information (ISI) superaram 250 artigos por milhão de habitantes (Gráfico 1), tendendo à médiamundial. Gráfico 1: Artigos publicados em periódicos indexados ao ISI por 1 milhão de habitantes Fonte: Radar IPEA 02/2013. Os dados do ISI demonstram que o investimento do Brasil ao longo dos últimos anos em uma sólida infraestrutura acadêmica destinada a inovação científica renderam bons frutos. No entanto, a falta de incentivo ao setor produtivo tem implicado em uma baixa produção tecnológica, estabelecendo um paradoxo ao provocar um distanciamento entre os indicadores brasileiros de produção científica e de produção tecnológica. O resultado deste distanciamento pode ser medido pelo baixo número de patentes de empresas brasileiras no escritório de patente norte americano (The United States Patent and Trademark Office - USPTO) da ordem de 0,1% do total mundial. Fato agravado devido a constatação de ao longo de toda a série de dados disponíveis este número não ter superado a marca de duzentos patentes por ano, contra alguns milhares da Coreia do Sul no período mais recente. 9Empreendedorismo Ciência e Tecnologia dependem do trabalho realizado por três tipos de organizações: as universidades, cujo papel é formar profissionais capazes de gerar conhecimento no setor produtivo e desenvolver parte do conhecimento necessário para a indústria ser competitiva; as empresas, responsáveis pelo desenvolvimento experimental ou tecnológico e a colocação no mercado de novos produtos e serviços e os institutos de pesquisa e laboratórios nacionais com ênfase na pesquisa aplicada. Cunha (1992) diz que a “competitividade autêntica” da indústria da América Latina continuará comprometida se não forem feitos esforços significativos direcionados para a aprendizagem, assimilação e desenvolvimento do conhecimento, capazes de criar internamente um “núcleo endógeno de inovação tecnológica”. A Política de Ciência e Tecnologia só se concretiza se a sua base de formulação estiver assentada na vontade política, tendo como sustentação um projeto nacional que defina o grau de dependência tecnológica desejada para a nação. O grau de dependência e de sofisticação da base técnica vai depender, na sua essência, da disposição dos segmentos de capitais em reivindicar e apoiar a Política de Ciência e Tecnologia, resultando no processo em que diferentes forças articulam-se no sentido de orientar, fornecer ou dificultar o movimento de criação e incorporação de novos conhecimentos científicos e tecnológicos ao sistema produtivo. (CUNHA, 1992, p.86) Essa expressiva diferença entre o número de publicações de produção científica e o de patentes registradas, ratifica a visão de que as políticas brasileiras voltadas para CT&I têm ênfase na produção científica, deixando de incentivar a produção tecnológica e a articulação entre universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo. O Brasil iniciou tardiamente (segunda metade do século XX) seu processo de industrialização. Da mesma forma tardia foi a construção de sua infraestrutura de instituições de nível superior voltadas para o ensino, ocorrida a menos de 100 anos, enquanto na Itália elas já existem desde o século XV. 10 Empreendedorismo Os cursos de especialização lato e stricto sensu (pós-graduação, mestrado e doutorado) só ganharam impulso a partir dos anos 1970, com a política de bolsas no exterior para mestrandos e doutorandos destinadas a formação de pesquisadores e mecanismos de financiamento para a pesquisa científica para as universidades e institutos de pesquisa (CNPq, Finep, Capes e Fundações de Amparo à Pesquisa). Além disto, não houve uma preocupação de criar um sistema que incentivasse o desenvolvimento tecnológico nas empresas. Em resumo, o que vimos no Brasil a partir de 1970 foi a expansão do parque industrial brasileiro majoritariamente ainda constituído de empresas que agregam pouco valor aos seus produtos, fabricando localmente produtos de concepção estrangeira, sob licença ou em parceria comercial e sem centros de pesquisa no Brasil concebidos nos departamentos de P&D das matrizes. Não obstante, vale aqui ressaltar o resultado que o Brasil conseguiu nos segmentos aeronáutico com a Embraer (1969) e agrícola com a Embrapa (1973), empresas que investem maciçamente em pesquisa e inovação tecnológica. Conheça o trabalho desenvolvido na agricultura brasileira pela Embrapa. 3. Evolução da Infraestrutura de Pesquisa no Brasil No período subsequente, são criados o Instituto de Biologia de São Paulo, a Universidade de São Paulo e o Instituto de Biofísica do Rio de Janeiro, que serviram de base para o desenvolvimento da Física, Química e Genética no Brasil. No início do século XX, o governo brasileiro focou em ações no desenvolvimento da Ciência orientada ao aperfeiçoamento de produtos destinados exportação, aproveitamento dos recursos minerais e a expansão da educação técnica. Saiba Mais Assista agora 11Empreendedorismo https://www.youtube.com/watch?v=i5pWmi1pVnQ Na década de 1940, são criadas a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), a Sociedade para o Progresso da Ciência (SBPC) e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (SBpF). Segundo Albuquerque (1995), essas associações exerceram influência para a criação do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) em 1951, que inicialmente concentrou esforços no estudo da energia nuclear, projeto barrado pelo governo norte americano, fato que implicou na reorientação do CNPq para a produção de ciências exatas e biológicas. Cunha (1983) analisa que o CNPq contribuiu muito para a modernização do ensino superior. Os professores bolsistas assimilavam conhecimento nas universidades estrangeiras e o reproduziam em suas universidades de origem. Albuquerque (1995) cita, também por essa época, a criação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), considerado por Cunha (1983) uma referência de modernização do ensino superior no Brasil. Na metade dos anos 1950, surge o Plano de Metas de Juscelino. Apesar de importante no processo de aceleração da industrialização no Brasil devido ao aumentando do parque industrial, o plano de Juscelino não incentivou o desenvolvimento tecnológico no país e cooperou com o aumento da dívida pública do país. O PAEG restringiu-se à política educacional e, de acordo com Guimarães e Ford (apud ALBUQUERQUE, 1995), não privilegiava os investimentos em pesquisa e facilitou a entrada de capital estrangeiro, tal como aconteceu com o Plano de Metas de Juscelino. É desse período o Fundo de Tecnologia (FUNTEC) do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDE) e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Para Santos (1998), o PED mudou o tratamento da questão tecnológica no país, com um programa de capacitação científica e tecnológica associado a uma estratégia industrial e a uma infraestrutura institucional. O PED ia além do atendimento das necessidades tecnológicas do sistema produtivo, promovia a capacitação tecnológica do país. Albuquerque (1995) reforça essa ideia quando fala que o PED propunha acelerar o ritmo de incorporação de tecnologia ao sistema produtivo e empreender esforço próprio de pesquisa. A ação governamental ficaria com o CNPq, que através 12 Empreendedorismo do Plano Básico Científico e Tecnológico (PBDCT), traria recursos públicos e captaria recursos privados para programas de pesquisa. Santos (1998), o objetivo do PBDCT era o fortalecimento da infraestrutura e da capacidade inovativa da empresa nacional e o desenvolvimento de áreas tecnológicas prioritárias, assim como uma integração das universidades com a indústria. O Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND, 1972/74) propôs o desenvolvimento de novos setores com alta intensidade tecnológica, a modernização das indústrias tradicionais e a expansão das exportações de manufaturados. Apesar das intenções do programa de capacitar o país tecnologicamente durante o processo de industrialização, não houve um esforço de investimentos em P&D, restringindo-se apenas ao uso e aprendizado das práticas deprodução. O Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND 1974/76) tinha uma proposta geral de completar a estrutura industrial. Santos (1998) e Albuquerque (1995) atentam que o plano foi colocado num período de conjuntura internacional desfavorável. A prioridade seria o setor de bens intermediários e de capital e enfatizava, segundo Santos (1998), a importância do desenvolvimento tecnológico aliado à política de recursos humanos. Foi implementado o Segundo Plano Básico de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (II PBDCT) que priorizou o setor energético para diminuir a dependência do país às fontes externas, e criados os Núcleos de Articulação com as Indústrias (NAIs). Coutinho e Ferraz (1994) observam que nesse período não houve grandes esforços privados internos em P&D e que a demanda por serviços tecnológicos não atendia às expectativas esperadas. O Terceiro Plano Nacional de Desenvolvimento (III PND 1980/1985) foi concentrado na área de informática. Foi criada a Secretaria Especial de Informática (SEI) para direcionar ações nesse setor. Como resultado, Fajnylber (apud ALBUQUERQUE, 1995) aponta um significativo sucesso em tecnologia de produto, porém reduzido no que concerne à tecnologia de processo produtivo. A falta de um amplo planejamento deixou essa política restrita ao instrumento de reserva de mercado (LUCENA apud ALBUQUERQUE, 1995). É desse período o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT) que, como observa Galvão (apud Santos, 1998, p.109): “articulava as quatro principais agências de fomento a C&T – CNPq, FINEP, STI/MIC e CAPES”. 13Empreendedorismo O governo Sarney apresenta o I plano Nacional de Desenvolvimento da Nova República (I PND- NR), cria o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e edita o I Plano Nacional de Informática (I PLANIN), dando continuidade à política de informática do período anterior (ALBUQUERQUE, 1995). A política industrial foi centrada no Programa de Desenvolvimento Tecnológico Industrial (PDTI). Cunha (1992) caracteriza os anos 1990 com um período de uma ampla e abrangente revolução científica e tecnológica, com mudança nos padrões internacionais de competitividade, nas relações comerciais internacionais e no processo produtivo e na organização da sociedade. Nesse período, o Governo Collor deu ênfase a importação de tecnologia voltada à produção, não havendo qualquer preocupação de formar um sistema nacional de inovação. Albuquerque (1995) confirma essa política ao falar do Programa de Competitividade Industrial (PCI) que facilitou as importações e o Plano de apoio à Capacitação Tecnológica da Indústria (PACTI) que selecionava as empresas que obteriam os recursos públicos alocados para a tecnologia industrial. Santos (1998) cita a Política Industrial e de Comércio Industrial (PICE) cujo objetivo era expor a indústria brasileira à competição internacional com menos proteção e maior abertura externa e o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade, com a finalidade de modernizar a empresa brasileira através da promoção da qualidade e produtividade. O Governo Itamar Franco recria Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), no entanto o Plano Real corta o orçamento deste Ministério. 4. O Atual Cenário no Brasil Segundo o ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, em entrevista publicada na Rede Brasil Atual, durante o governo Lula, a Ciência e Tecnologia viveram um de seus melhores momentos. Comenta o ex-ministro “Pela primeira vez, o orçamento destinado ao setor não foi vítima de cortes para estabilizar outras áreas do governo, como aconteceu com o governo Fernando Henrique durante os primeiros anos do Plano Real”. 14 Empreendedorismo Segundo o blog “Amigos do Presidente Lula”, durante o governo Lula, foi dado um maior apoio aos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), com o investimento adicional do BNDES de R$ 70 milhões, elevando para R$ 600 milhões, distribuídos em 101 unidades de pesquisa. A responsabilidade de repassar a verba ficou com o CNPq, junto como o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE/MCT). Uma das preocupações do governo Lula foi a de descentralizar o investimento em PD&I. Assim, os institutos selecionados foram distribuídos pelas cinco regiões do país (8 no Norte, 14 no Nordeste, 3 no Centro-Oeste, 13 no Sul e 63 no Sudeste). No governo Dilma, em dezembro de 2004, é promulgada a Lei 10.973 (Lei da Inovação) que tem como objetivo criar um ambiente propício às parcerias estratégicas entre o poder público, agências de fomento, empresas nacionais, instituições científicas e tecnológicas e organizações de direito privado sem fins lucrativos voltadas para a atividade de P&D. A Lei 11.196 (Lei do Bem) proclamada em novembro de 2005 surge com o objetivo de estimular as empresas a investirem em pesquisa e inovação tecnológica, oferecendo um conjunto de instrumentos de apoio na forma de incentivos fiscais. A “Lei do Bem” oferece a possibilidade de subvenção a projetos de empresas considerados importantes para o desenvolvimento tecnológico, com subsídio para a fixação de pesquisadores nas empresas, programas de financiamento à inovação, programas de capital empreendedor e com um arcabouço legal mais propício para a interação entre a universidade e a empresa. Conheça um pouco mais sobre a Lei de Inovação Tecnológica assistindo à entrevista de Ronaldo Mota, Secretário do Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI. Assista agora Saiba Mais 15Empreendedorismo https://www.youtube.com/watch?v=Q_YItJ-mQfM Todo esse arcabouço, que modernizou o panorama institucional, deriva das Diretrizes de Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (Brasil, 2003), anunciadas pelo governo federal em novembro de 2003, e deve ser aprofundado com o lançamento do Plano de Desenvolvimento da Produção lançado em maio de 2008. O objetivo de longo prazo é a transformação da base produtiva brasileira para elevá-la a um patamar de maior valor agregado, via inovação e diferenciação de produtos. “Inovar para competir. Competir para crescer”. Este é o slogan do Plano Brasil Maior (PBM), lançado em 02 de agosto de 2011 pela presidente Dilma Rousseff. O programa estabelece diretrizes para uma nova política industrial, tecnológica, de serviços e de comércio exterior para o período de 2011 a 2014, está em linha com a principal exigência do mercado global e também dos consumidores. O PMB concebido para aperfeiçoar medidas da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE –2003/2007) e Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP – 2008/2010), engloba ações para fortalecer a empresa nacional no mercado doméstico e externo. Tem, em seu universo, forte estímulo à inovação para transformar boas ideias em produtos e serviços e, assim, tentar aumentar a competitividade da empresa nacional. Iniciamos este capítulo conhecendo o cenário mundial no que se refere à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Seguiremos avaliando a posição do Brasil em relação aos países mais evoluídos do mundo e entendendo as ações que estão em andamento para incentivar a produção tecnológica no Brasil. 16 Empreendedorismo Referências DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. ESTADÃO. Coreia do Sul, o berço da inovação mundial. 2010. Disponível em: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,coreia-do-sul-o-berco- da-inovacao-mundial-imp-,649942. Acesso em: 23 ago. 2019. FERRARI, Roberto. Empreendedorismo para computação: criando negócios de tecnologia. Rio de Janeiro: Elsevier, Campus, 2010. GGI. Global Innovation Index 2019. Disponível em: https://www. globalinnovationindex.org/Home. Acesso em: 23 ago. 2019. MAXIMIANO, Antonio C. A. Administração para empreendedores. 2 ed. São Paulo: Pearson, 2011. TV BRASILGOV. Embrapa completa 39 anos promovendo pesquisa e levando desenvolvimento ao campo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=i5pWmi1pVnQ. Acesso em: 23 ago. 2019. ______. NBR Entrevista - Balanço Lei do Bem. Disponível em: https:// www.youtube.com/watch?v=Q_YItJ-mQfM. Acesso em: 23 ago. 2019. 17Empreendedorismo Título da Unidade Objetivos Introdução Do Mercantilismo à Revolução Industrial e Perfil do Empreendedor Para início de conversa… Objetivos 1. A Era do Mercantilismo 1.1 A Revolução Industrial 1.2 A Revolução Industrial no Brasil 1.3 A Terceira Fase da Revolução Industrial 1.4 A Era Pós-industrial 1.5 Definindo o Empreendedorismo 1.6 Característica do Empreendedor Síntese Referência _fyjfntpojgho _mnyx1ccapcfb _nmdzp8j6rrxs A Era do Empreendedorismo e o fenômeno Brasileiro Para início de conversa… 1. Empreendedorismo na Era do Conhecimento. 2 Comportamento do Mercado na Sociedade Informatizada. 3. Desenvolvimento e Financiamento Colaborativo 4. Oportunidades Empreendedoras na Era da Informação 5. O cenário empreendedor brasileiro. 6. Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 7. Números do Empreendedorismo No Brasil 8. Expectativas para o Empreendedorismo no Brasil Considerações Finais Referências O processo Empreendedor e a Educação para o Empreendedorismo Para início de conversa… 1. A Motivação e o Processo Empreendedor 2. As Fases do Processo Empreendedor 3. A Identificação da Oportunidade 4. O Planejamento 5. A Captação de Recursos 6. Banco de Fomento Brasileiro - BNDES 7. A Administração do Negócio 9. Visão Estratégica da Educação Empreendedora Considerações Finais Bibliografia _8jvqr9cc2mem _npefd8gd3rha _woryos13gqhj _8ukc50t5fp8 _4193lq1ei43q _m15k30yiufzb Gestão Empreendedora e suas Implicações para as Organizações no Século XXI Para início de conversa… Objetivos 1. O Intraempreendedorismo 1.1 O Intraempreendedorismo e a cultura organizacional 2. Empresas empreendedoras 3. Processo Evolutivo do Empreendedorismo 4. Perfil Empreendedor 5. Empreendedores e Gestores 6. Oportunidades de Empreendimentos Considerações Finais Bibliografia Empreendedorismo e Inovação Para início de conversa… Objetivos 1. O Conceito de Inovação 2. Inovação nas Organizações 3. Empresas Inovadoras 4. Aprendendo a Inovar Referências Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no Brasil Para início de conversa… Objetivos 1. Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no Brasil 2. O Papel da Ciência e Tecnologia no Desenvolvimento Econômico 3. Evolução da Infraestrutura de Pesquisa no Brasil 4. O Atual Cenário no Brasil Referências
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