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23/11/2015 1 Infecções Fúngicas Farmacologia III Caryne Margotto Bertollo Roteiro da aula Infecções por fungos Fármacos antifúngicos Infecções por protozoários Farmacoterapia Infecções por helmintos Fármacos anti-helmínticos 23/11/2015 2 Leveduriformes Filamentosos Dimórficos Fungos Parede celular quitina, glicanos e glicoproteínas Membrana plasmática fosfolipídeos e ergosterol Células eucariontes Fungos 23/11/2015 3 Polienos Nistatina Sem biodisponibilidade oral Uso clínico Candidíase (pele e mucosas oral ou vaginal) Segura no primeiro trimestre da gravidez + óxido de zinco no tratamento de dermatite das fraldas Inibidor da estabilidade da membrana 23/11/2015 4 Polienos Anfotericina B Ligação ao ergosterol Afinidade 500 x maior em relação ao colesterol Formação de poros e ruptura da membrana Fungicida ou fungistática Concentração no sítio da infecção Inibidor da estabilidade da membrana Anfotericina B Febre, calafrio, cefaleia e flebite local Nefrotoxicidade: ↓ RFG, hipocalemia e ↓ Mg Reações hematológicas: agranulocitose (<1%) Inibidor da estabilidade da membrana 23/11/2015 5 Inibidor da estabilidade da membrana Anfotericina B Formulação tradicional: desoxicolato Formulações lipídicas Inibidor da síntese de ergosterol Alilaminas e benzilaminas Terbinafina (fungicida) Amorolfina, butenafina (tópico) Imidazólicos e triazólicos Espectro de ação semelhante Efeito sobre síntese endógena de Corticosteróides (imidazol > triazol) Resistência em C. albicans 23/11/2015 6 Inibidor da síntese de ergosterol Alilamina Terbinafina Metabolismo de primeira passagem Acúmulo em pele, unhas e tecido adiposo Detectada [ ]sérica até 8 semanas após tratamento prolongado Inibidor da síntese de ergosterol Imidazólicos Cetoconazol, clotrimazol, miconazol, econazol, butoconazol, oxiconazol, sertaconazol e sulconazol Eficácia similar Custo e disponibilidade Uso clínico: infecções cutâneas e vaginais 23/11/2015 7 Inibidor da síntese de ergosterol Cetoconazol Via oral (toxicidade hepática e TGI) e tópica Inibidor P450 (menos seletivo que os triazólicos) Reduz síntese de esteróides: ginecomastia e disfunção sexual Não apropriado para ITU – baixa concentração urinária Recomendação de agência americana e europeia para suspensão de indicação de uso e registro de formulação oral Xampu 2% Inibidor da síntese de ergosterol Triazólicos Terconazol: via tópica vaginal Itraconazol, fluconazol, voriconazol e posaconazol Amplo espectro antifúngico RAM: toxicidade hepática e TGI Múltiplas interações medicamentosas (inibição de CYP3A4) 23/11/2015 8 Fluconazol VO e IV Boa absorção oral, não influenciada pelo pH Penetra no SNC Menor inibição CYP450 de todos os azólicos Escolha: candidíase sistêmica, meningite criptocócica Rápido desenvolvimento de resistência Itraconazol VO (cápsulas e solução) e IV (EUA) Absorção dependente do pH gástrico Espectro mais amplo que cetoconazol e fluconazol “Em pacientes com acloridria, tais como certos pacientes com AIDS e pacientes recebendo supressores da secreção ácida (ex.: antagonistas H2, inibidores da bomba de próton), é recomendável administrar o Itraconazol cápsula com bebida à base de cola.” 23/11/2015 9 Infecções fúngicas sistêmicas Infecções endêmicas Paracoccidioidomicose, Coccidioidomicose, Histoplasmose Infecções oportunistas ou intercorrentes Aumento de incidência Alta mortalidade Criptococose, Aspergilose,Candidíase, Pneumocistose 23/11/2015 10 Infecções fúngicas sistêmicas Esporotricose Implantação traumática 2005 a 2008 = 804 casosRJ Pitiríase versicolor Pityrosporum Micose de praia, pano branco Tratamento Lesões e couro cabeludo Xampu (sulfeto de selênio 2,5%) – couro cabeludo e pele (deixar agir por 10 min) por 7-30 dias (esquemas variáveis) Azoico tópico (2-3 x/dia) – lesões x pigmentação Sistêmico? – itraconazol (5-7 dias) ou fluconazol (1x/semana, 2-3 semanas) Casos disseminados, recorrentes, refratários 23/11/2015 11 Ciclopirox olamina tópico – 2x/dia, 14 dias Terbinafina tópica – 2x/dia, 1 semana Clotrimazol tópico - 2x/dia, 21 dias Xampu de cetoconazol – 3 dias (deixar agir por 5 min) 23/11/2015 12 Dermatofitoses Trichophyton, Epidermophyton e Microsporum Tinea corporis Impingem Tinea pedis Frieira, pé-de-atleta Tinea capitis Pelada Tinea corporis Lesões pápulo-vesiculosas, de crescimento centrífugo Descamação central e, posteriormente, também na periferia da lesão Isoladas ou múltiplas, por vezes confluentes Prurido Diagnóstico diferencial – dermatite seborréica, psoríase, granuloma anular 23/11/2015 13 Tinea corporis Complicações Infecções secundárias Medidas não farmacológicas Higiene pessoal, passagem das roupas a ferro quente, tratamento de animais domésticos Tratamento Antimicótico tópico – azoico, butenafina ou terbinafina 2 x/dia, ao menos 2 semanas, aplicar além da lesão Sistêmico – comprometimento extenso, imunossupressão, refratário Fluconazol (dose semanal, 2-4 semanas) ou itraconazol (100 mg/dia, 2 semanas) Tinea pedis Lesões nas solas dos pés ou espaço interdigital Prurido, fissuras dolorosas Lesões ulcerativas são menos comuns Diagnóstico diferencial: lesões por pele ressecada (principalmente idosos), dermatite, psoríase Medidas não farmacológicas Uso de calçado em áreas públicas, cuidados com calçados e meias 23/11/2015 14 Tinea pedis Tratamento Antimicóticos tópicos (loção, quantidade de creme aplicada) Azoicos Sem diferença de eficácia 2-3 x/dia; 2-4 semanas Terbinafina 1-2 x/dia, pode ser eficaz em 1semana (<4 semanas) Indicada em falha terapêutica ou falta de adesão Sistêmico – casos bastante específicos Tinea capitis Tratamento sistêmico é necessário Griseofulvina Fungistática, desorganização do fuso mitótico Via oral (BD aumenta com refeição gordurosa) Duração do tratamento – 6-12 semanas RAM – cefaléia e fotossensibilidade Segura em crianças Tratamento tópico para assintomáticos Sulfeto de selênio 23/11/2015 15 Onicomicose Difícil tratamento Pé > mão Medidas não farmacológicas Desgaste da unha Cuidados com calçados Tratamento tópico Esmalte, Loção Eficácia limitada pela penetração do fármaco e adesão do paciente Amorolfina (maior taxa de cura micológica) ou ciclopirox (uso por 1 ano) Onicomicose Tratamento sistêmico Terbinafina, itraconazol, fluconazol*** Fármacos tem afinidade por queratina e há acúmulo na unha 12 semanas – pé 6 semanas – mão Terapia em pulsos (1 semana/mês) – adesão, redução de RAM Risco de lesão hepática contraindicado em hepatopatia Monitorar transaminases Itraconazol – efeito inotrópico negativo, contraindicado em ICC FALHA TERAPÊUTICA – 20% A 50% 23/11/2015 16 Candidíase vulvovaginal Bastante comum Classificada como recorrente quando > 4 episódios/ano Não há evidência científica que justifique tratamento do parceiro assintomático Autodiagnóstico deve ser desencorajado Tratamento oral x tópico Eficácia, conforto, interações medicamentosas e RAM Custo, preferência, contraindicações Candidíase vulvovaginal Tratamento sistêmico Dose única de fluconazol (não complicado) Infecção complicada Gestante Uso tópico de nistatina (inclusive lactente), clotrimazol ou miconazol Gravidade de sinais e sintomas, recorrente, imunossupressão Fluconazol (VO, 2-3 doses com intervalo de 72h), semanal por 6 meses em casos de recorrência Espécies não-albicans - reavaliar 23/11/2015 17 23/11/2015 18 Candidíase oral Relativamente comum em crianças Uso de antimicrobianos, glicocorticóides inalatórios Tratamento Tópico- Suspensão de nistatina (até 2 anos) ou clotrimazol Manter tratamento por 3 dias após resolução das lesões Sistêmico – fluconazol VO para casos recorrentes ou refratários 23/11/2015 19 Infecções por protozoários Leishmanioses Cutânea, mucocutânea, visceral Urbanização, coinfecção HIV Diferentes agentes etiológicos e formas clínicas Tratamento Antimoniato de meglumina Anfotericina B Miltefosina, paramomicina Limitações associadas a eficácia, segurança, custo, desconforto 23/11/2015 20 Surtos de transmissão oral Fase Aguda – 60 a 80% de cura Crônica – questionável (clínica x parasitológica) Falta de medicamento (desde 2011) Benznidazol LAFEPE e Nortec Química Doença de Chagas http://www.icb.usp.br/~livropar/im g/capitulo4/4.html Nitroimidazólicos Nifurtimox Benznidazol genotóxico Doença de Chagas Recomendado Opcional Não recomendado < 50 anos cardiopatia moderada > 50 anos sem cardiopatia (apenas TGI) Insuficiência cardíaca < 18 anos Cardiopatia avançada Mulher em idade fértil Gestação Insuficiência renal Insuficiência hepática 23/11/2015 21 Giardíase Metronidazol, secnidazol e tinidazol Efeito tipo dissulfiram, Contraindicado em gestante Uso cuidadoso em lactação, insuficiência renal e hepática Entamoeba histolytica Formas intestinal Desconforto abdominal moderado, com sangue e muco Diarreia aguda (sanguinolento e mucóide), febre Formas extraintestinal Disseminação pela corrente sanguínea Abscesso no fígado, pulmão ou cérebro Amebíase 23/11/2015 22 Secnidazol Dose única, VO Contraindicado no 1º trimestre da gravidez e na amamentação Metronidazol 3x/dia, por 5 dias Tinidazol 2 dias, próximo a uma refeição Amebíase Antiparasitários 23/11/2015 23 Filariose Recife e RM (Culex) Esquistossomose Endemia – 2,5 a 6 mi infectados, 25 mi em risco Geohelmintíases Ancilostomíase, tricuríase, ascaridíase prevalência de 2 a 36% em municípios com baixo IDH 23/11/2015 24 Helmintíases 23/11/2015 25 Mebendazol Inibe captação de glicose 100 mg, VO, 12/12 h, por 3 dias Absorção pouco expressiva x segurança Embriotóxico e teratogênico (gestantes) RENAME Benzimidazois Albendazol Mesmo mecanismo de ação Ovocida, larvicida e vermicida VO Absorção, distribuição sistêmica, metabolismo hepático (metabólito ativo com t1/2 de 8h), eliminação renal Bem tolerado – náusea, cefaleia, diarreia Contraindicado na gravidez Benzimidazois 23/11/2015 26 Teníase e estrongiloidíase 400 mg/dia, 3 dias, repetir após 10 ou 15 dias Neurocisticercose 15 mg/kg/dia por 8 dias Posologia albendazol Tiabendazol VO, bem absorvido Reações adversas frequentes, contraindicado em insuficiência hepática e renal Cambendazol Mais ativo, melhor tolerado Estrongiloidíase - dose única, VO, bem tolerado Benzimidazois 23/11/2015 27 Praziquantel VO, 50-60 mg/kg, dose única Bem tolerado Evitar operar máquinas, dirigir,etc Contraindicação: Gestantes e nutrizes, <2 anos, insuficiência hepática e renal Oxaminiquina Segunda escolha, dose única, 1 h após refeição Derivados quinoleínicos 23/11/2015 28 Tratamento por 5 a 10 anos Dietilcarbamazina Contraindicada em oncocercose VO 2-4 semanas, semestral ou anual Ivermectina VO Anual Associação Segurança similar, melhor eficácia a longo prazo Filariose e oncocercose Dietilcarbamazina VO Boa absorção e biodistribuição Reações adversas frequentes no início da terapia Cefaleia, náusea, mal estar geral Destruição dos parasitas – reação de hipersensibilidade (febre, edema, prurido) – glicocorticoide sistêmico Agravamento das lesões em oncocercose Derivados de piperazina 23/11/2015 29 Usado, originalmente, no tratamento de gota Bloqueio da junção mioneural do verme Altera permeabilidade de membrana celular de células musculares, paralisia flácida Piperazina Ascaridíase e oxiuríase Substituída por fármacos de esquema posológico mais confortável Primeira escolha em casos de oclusão intestinal + óleo mineral Derivados de piperazina Segurança e eficácia VO, 2-10 dias, esquema posológico variável de acordo com a indicação Eliminação renal Reações adversas Náuseas, dor abdominal neurotoxicidade (insuficiência renal e epilepsia) Derivados de piperazina 23/11/2015 30 Tratamento da oncocercose Doses anuais ou semestral (ocular) 15 a 20 anos (sobrevida dos vermes) Inibição de neurotransmissão (GABA) Paralisia do verme Larvicida, pouca ação em adultos VO Boa absorção Acúmulo no fígado e tecido adiposo Eliminada nas fezes Ivermectina Outras infecções Larva migrans Pediculose Escabiose Dose única com repetição após 10 dias Reações adversas Bem tolerada 50% dos indivíduos apresentam prurido, mialgia, cefaleia, urticária até 25 dias após administração Corticosteróides e anti-histamínicos Ivermectina
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