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A regulamentação da profissão de educação física no Brasil

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A regulamentação da profissão de educação física no Brasil (desafio) 
 
Na escola, a Educação Física assenta suas práticas pedagógicas a partir da bagagem teórico-
prática decorrente da cultura corporal de movimento (DARIDO, 2012). Dentre esses 
elementos, têm-se os jogos e as brincadeiras, os esportes e as lutas, bem como as danças e a 
ginástica (DARIDO, 2012). Na prática, é o esporte tradicional, especificamente o futebol, o 
conteúdo mais requisitado por uma grande parcela dos alunos, que, filhos da pátria das 
chuteiras e sujeitos à mídia, clamam por jogar bola nas aulas. 
Como se não bastasse esse “clamor popular”, há, ainda, profissionais de Educação Física que 
se conformam com a prática alheia à teoria e cedem ao “rola a bola” quase que de forma 
predominante nas aulas. Esvaziada de sentido, a prática pedagógica perde a importância. Em 
contraposição, a teoria sem ancorar na prática também não resolve o dilema. Isso posto, no 
ambiente escolar, a sinergia entre a teoria e a prática parece ser a resposta para aqueles que 
almejam um corpo em movimento. 
Em paralelo a isso, cabe ressaltar a importância da formação profissional em Educação Física, 
haja vista que esse espaço de intervenção requer do docente sólida bagagem acadêmica e 
científica. Não basta reproduzir; o professor é convidado a criar práticas pedagógicas 
carregadas de sentido, tendo como base a realidade enfrentada todos os dias em contexto 
escolar. Não menos importante que essa prerrogativa, tem-se, além da obrigatoriedade do 
diploma em consonância ao setor de atuação, o necessário credenciamento no Conselho 
Regional da profissão, assentando, dessa forma, sua prática nos trilhos da legalidade. 
Diante disso, seu desafio acerca do trabalho com o futebol dentro e fora da escola perpassa 
pelas seguintes questões: 
a) Criar um esboço de aula para teorizar a prática do futebol na escola, o qual deve conter os 
seguintes itens: tempo de intervenção; conteúdo; introdução; objetivo; materiais didático-
pedagógicos; vivência prática do conteúdo. 
b) Conforme supracitado, sua vontade era atuar com treinamento físico em escolinhas de 
futebol voltadas à categoria de base. Todavia, seu diploma de licenciado não te habilita para 
tal intervenção profissional. Isso posto, como você pode transpor essa barreira e atuar como 
técnico desportivo? 
 
Padrão de resposta esperado 
a) Plano de aula da disciplina de Educação Física escolar: 
 
Tempo de intervenção: Duração de 60 minutos, sendo 5 para a chamada, 15 para teorizar a 
prática (apresentar a modalidade esportiva, sua história e regras oficiais, sua inter-relação 
com o esporte espetáculo e o rendimento físico), 30 minutos para vivenciar a prática 
esportiva, cujas regras e materiais didáticos pedagógicos serão adaptados ou até construídos 
frente à realidade da escola, e 10 minutos de volta à calma e avaliação da aula. 
Conteúdo: Esporte convencional, como é o caso do futsal. 
Introdução: Apresentar a história do futebol, seus craques e regras oficiais, bem como 
mostrar aos alunos a realidade contraditória do esporte espetáculo diante da possibilidade 
de vivência da modalidade esportiva na escola. 
Objetivo: Vivenciar o futebol de maneira a conduzir os alunos a refletirem sobre a prática 
esportiva e sua dinâmica de jogo, de marketing e de mercado futebolístico. 
Materiais didático-pedagógicos: A escola dispõe de 2 bolas de futsal (adaptação do futebol 
à realidade escolar) e demarcações na quadra para o jogo, assim como as traves do gol, 
porém sem a rede adequada para o desporto. 
Vicência prática do conteúdo: Após a parte teórica da aula, os alunos colocarão em prática o 
que fora aprendido. Nesse sentido, serão desenvolvidas atividades em duplas mistas, por 
exemplo, para que os alunos possam executar passe com diferentes angulações e recepção 
de bola. Em um primeiro momento, serão trabalhados todos os fundamentos técnicos de 
forma a progredir do mais simples ao mais complexo, sem atenção severa à perfeição na 
execução. Após isso, será introduzido o conteúdo do jogo a partir de atividades lúdicas, tais 
como jogos de bobinho, duplas mistas de passinho, passe 10, etc. 
Volta à calma e avaliação da atividade: Os alunos, durante o período de volta à calma, 
realizarão alguns alongamentos, assim como, nos minutos finais da aula, será efetuada uma 
avaliação da atividade. 
b) Com o diploma de licenciatura, na prática, o profissional estará habilitado a atuar na 
escola. Fora do âmbito pedagógico, é necessário portar o diploma de bacharelado na área. 
Desse modo, o licenciado não está legalmente habilitado para atuar, mesmo que como 
“professor” de Educação Física, em escolinhas de treinamento, como é o caso das escolinhas 
de futebol. 
Se, porventura, como licenciado, o profissional insistir no erro de atuar fora do campo 
profissional para o qual seu diploma habilita, procedimento que não é recomendado, 
incorrerá no exercício ilegal da profissão e estará sujeito às sanções/autuações do sistema 
Confef/CREFs no que diz respeito a esse quesito. 
Desse modo, para realizar o sonho de atuar como técnico desportivo nas categorias de base 
do futebol nacional, há duas opções. Uma delas é a seguinte: o profissional pode solicitar o 
reingresso na graduação (sem prestar vestibular) e cumprir as disciplinas direcionadas ao 
bacharelado. Nessa perspectiva, faria um reaproveitamento de créditos e cumpriria matérias 
destinadas especificamente a essa etapa específica da graduação almejada. 
Outra opção é trabalhar no contraturno escolar com a turma de treinamento físico. São 
aulas de Educação Física escolar, especificamente voltadas a uma (ou algumas) modalidades 
esportivas, sendo que os times representarão a escola em competições, como no caso dos 
jogos interclasses ou interescolares. Nesse tipo de trabalho, o profissional estaria habilitado 
a atuar como licenciado, pois suas atividades profissionais continuariam a estar vinculadas à 
escola, apesar de angariar novas possibilidades de prática profissional.

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