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27-05-2013 1 Mistura de Gases Perfeitos A mistura de gases perfeitos obedece à equação de estado pV = nR0T p – pressão total V – volume total n – número de moles da mistura R0 – 8,3114 kJ/kmol K – constante universal dos gases perfeitos T – temperatura absoluta da mistura [K] A temperatura de cada gás e da mistura é a mesma (equilíbrio térmico). O número total de moles e a massa total são dados pela soma dos valores dos vários constituintes que formam a mistura. n = ni e m = mi Frações mássicas e volumétricas Fração mássica do constituinte i : yi = mi / m [kgi/kg] Fração volumétrica do constituinte i : xi = Vi / V A análise da mistura pode ser feita de dois pontos de vista: Cada constituinte está sujeito à pressão total p e ocupa um volume parcial Vi, ( V = Vi ): p Vi = ni R0T Cada constituinte ocupa o volume total V e está sujeito a uma pressão parcial pi, ( p = pi ): pi V = ni R0T vemos assim que: xi = Vi / V = ni / n = pi / p com: xi = 1 e yi = xi Mi / M com: yi = 1 Sendo a massa molar da mistura dada por: M = xi Mi 27-05-2013 2 Propriedades da mistura O valor de qualquer propriedade extensiva é dado pela soma das partes: assim por unidade de massa: Em termos molares, são calculadas usando as respetivas concentrações volumétricas, ou molares: e continuando e ]/[)/( kgkJummuummuUU iiiii iiiiii syshyhuyu ;; ]/[)/( kmolkJunnuununUU iiiii ]/[];/[ kmolKkJsxskmolkJhxh iiii iiRyR ]/[ kmolkgM 27-05-2013 3 Combustão Combustão – reação química entre um combustível e um comburente, relativamente rápida, exotérmica, auto-sustentada e com capacidade de propagação através do espaço. Energia química (combustível) Energia térmica (gases de combustão) Energia mecânica (veio motor) Combustíveis: os mais comuns são hidrocarbonetos; álcoois (misturados ou não com hidrocarbonetos); hidrogénio; ... Comburente: o mais comum é o oxigénio atmosférico. Combustíveis Hidrocarbonetos, constituídos essencialmente por hidrogénio e carbono. Sólidos – carvão (antracite; betuminoso; lenhite). 25 a 30 [MJ/kg] Líquidos – destilados de petróleo: gás de petróleo liquefeito GPL; gasolina; querosene; gasóleo; fuelóleo. 42 a 44 [MJ/kg] Petróleo Bruto: 84 a 87% de C; 11 a 14% de H; 0 a 3% de S; 0 a 0,5% de N; e 0 a 0,5% de O (em massa). Densidade 0,80. Cx Hy Gasosos – gás natural (mistura de metano CH4 e monóxido de carbono CO) ou manufaturados por aquecimento do carvão (butano C4H10, propano C3H8). 46 a 50 [MJ/kg] 27-05-2013 4 Principais constituintes do ar seco Gas ppm by volume Molecular weight Mole fraction Molar ratio O2 209 500 31,988 0,21 1 N2 780 900 28,012 0,79 3,76 A 9 300 38,948 CO2 300 40,009 Ar 1 000 000 28,962 1,000 4,76 Azoto atmosférico por cada mole de oxigénio no ar há de azoto atmosférico. A massa molar do azoto atmosférico será: 155,28 21,01 998,3121,0962,28 .2 atmN M mole76,3 21,0 21,01 Comburente 22222 76,3)2/()76,3( NaOHyCOxNOaHC yx 4/yxa f a estf a est M M a m m F A 76,4 .. Reação química de combustão R → P ou F + R´ → P Onde R são os reagentes; P os produtos; F o combustível; e R´ os correagentes que incluem o comburente, O2, e os inertes, N2. F + ni R´i → ni Pi ni em [kmoli] ou [kmoli/kmolF] Reação estequiométrica de um hidrocarboneto: Razão ar/combustível estequiométrica em massa. 27-05-2013 5 Mistura pobre 222222188 773,3155,298)773,3(15 NOOHCONOHC Mistura estequiométrica 22222188 773,35,1298)773,3(5,12 NOHCONOHC Mistura ligeiramente rica 22222188 773,311935)773,3(11 NOHCOCONOHC Mistura muito rica 2222188 773,35,7962)773,3(5,7 NOHCOCNOHC 27-05-2013 6 .)/( )/( estAF AF . 1 )/( )/( estFA FA Coeficiente de excesso de ar Razão de equivalência Mistura pobre <1 >1 Mistura estequiométrica =1 =1 Mistura rica >1 <1 Exemplo 1 – Os gases de escape de uma caldeira a metano CH4 industrial apresentam uma concentração de oxigénio de 3% (molar). Calcular a relação ar/combustível e a razão de equivalência dos reagentes. Dados: xO2 = 0,03; Mf = 16,04; Ma = 28,85. Resolução: Supondo a combustão completa, i.e. sem dissociação, todo o C e H do combustível se transformam em CO2 e H2O. Pela conservação de átomos de O: Pela definição de fração molar: A relação ar/combustível virá: 2222224 76,32)76,3( NaObOHCONOaCH 368,2 76,41 2 76,321 03,02 2 a a a ab b n n x mist O O 2ou2222 abba 3,20 04,16 85,28 368,276,4 1 76,4 / f a ff aa f a M Ma Mn Mn m m FA 27-05-2013 7 com A razão de equivalência 24/414/ yxa 1,17 04,16 85,28 276,476,4)/()/( .. f a estfaest M M ammFA 84,0 3,20 1,17 )/( )/( )/( )/( . . FA FA AF AF est est hO2 hC hCO2 Q 22 COOC 22 kmol 1 kmol 1 kmol 1 COOC 22 de kg 44 de kg 32 de kg 12 COOC T0,p0 T0, p0 energia que entra = energia que sai ]/[)(111 2222 kmolkJhhhQhQhh OCCOCOOC entalpia de formação ]/[520.393 2 0 , kmolkJhQ COf reação de formação do CO2 Entalpia de Formação. 27-05-2013 8 O oxigénio a 25 C e 1 atm existe como uma molécula diatómica O2; assim: A energia necessária para dissociar das ligações do O2, a 25 C e 1 atm, e formar átomos de O é de 498.390 kJ/kmolO2. A entalpia de formação do O será: ...;;;; 222 CNHO ...;;;;;; 422218822 OHCHCHCOHCOCO As entalpias de formação são zero para os elementos no seu estado natural de ocorrência à temperatura e pressão de referência (25 C; 1 atm). ]/[00, 2 kmolkJh Of ]/[195.2490, kmolkJh Of Entalpias de formação – entalpia associada com a quebra das ligações químicas dos elementos e formação de novas ligações nas condições standard de temperatura e pressão. exotérmicas endotérmicas 27-05-2013 9 Entalpia absoluta (ou standard) e Entalpia de formação ]/[)()()( , 0 , kgkJThThTh isrefifi )(0, refif Th entalpia de formação do constituinte i ]/[)()( 0,, kgkJThThh refifiis temperatura de referência 25 C; pressão de referência 1 atm entalpia de formação do constituinte i entalpia sensível do constituinte i ]/[)()()( , 0 , iisrefifi kmolkJThThTh )(0, refif Th ]/[)()( 0,, irefifiis kmolkJThThh entalpia sensível do constituinte i 27-05-2013 10 Exemplo 2 – Produtos de combustão, a 1200K e 1 atm, contêm uma fração molar de xCO = 0,10; de xCO2 = 0,20, sendo o restante N2. Calcular: Resolução: a fração molar de N2: Na base molar: Na base mássica: 70,011 22 COCONi xxxx ]/[1,33958]118280[70,0 ]48844546393[20,0 ]44028541110[10,0 )])(([ )])(([ )])(([ . 0 , 0 , 0 , 0 , 0 , 0 ,. 222 222 mist NfNfN COfCOfCO COfCOfCOiimist kmolkJ hThhx hThhx hThhxhxh 22 e;;];mássica base[];molar base[ .. NCOCOmistmist yyyhh 212,31013,2870,001,4420,001,2810,0. iimist MxM ]/[12,8691212,31/1,33958/ ... mistmistimist kgkJMhh As frações mássicas: Verificação 6282,0 212,31 013,28 70,0 2820,0 212,31 01,44 20,0 0897,0 212,31 01,28 10,0 2 2 N CO CO y y y 000,16282,02820,00897,0 27-05-2013 11 Poder calorífico inferior - valor absoluto da entalpia de reação, quando a água nos produtos estáno estado gasoso. ]/[0 FkmolkJHPCI ]/[/ FF kgkJMPCIPCI em termos molares em termos mássicos Poder calorífico inferior - valor absoluto da entalpia de reação, quando a água nos produtos está no estado líquido. ]/[)( 22 FOHfgOH kmolkJhnPCIPCS em termos molares em termos mássicos ]/[)( 22 FOHfgOH kgkJhmPCIPCS FOHOHOH MMnm /222 em que ]/[000000 Fi R ie P eRPRP kmolkJhnhnHHhH Entalpia de reação e Poder calorífico Balanço energético de sistemas reativos ]/[]/[][ FFPR kmolkJoukgkJoukJQWHH RR R ii R fii R iiR HHhnhnhnH 00 P P Pee P fee P eeP HHhnhnhnH 00 ]/[)( 0 FRP kmolkJHHWQH ]/[)( 00000 F P fee R fiiPR kmolkJhnhnHHHPCI ]/[)( Fi R iRRR kmolkJhnTHH ]/[)( Fe P ePPP kmolkJhnTHH 27-05-2013 12 Entalpia de Combustão e Poderes Caloríficos Exemplo 3 – Calcular os poderes caloríficos superior e inferior do n-decano C10H22 gasoso a 298 K por kmol de combustível e por kg de combustível. O peso molecular do n-decano é 142,284. Sabendo que a entalpia de vaporização do n-decano é de 359 kJ/kgf a 298 K. Calcular os poderes caloríficos superior e inferior do n-decano liquido. Resolução: para um mole de C10H22. A entalpia da reação ou entalpia de combustão por unidade de massa ou Poder Calorífico 222222210 76,35,15)goul(1110)76,3(5,15 NOHCONOHC .. reagprodR hhh .. reagprodR HHH .. prodreagRC HHHHPC tendo em conta que A entalpia de combustão virá: O poder calorífico superior ou . . . . prod iiprod reag iireag hnHehnH ]/[857285010448472410 )(, 0 )(, 22 kmolkJhhh fggOHflOHf ][0968306)]857285(11)546393(10[)659249(1 0 )(, 0 , 0 ,)(, 2222102 kJ hhhH lOHfCOfHCflOHC ]/[0968306 ][1 ][0968306 2210 2210 2 )(, HC HC lOHC C kmolkJ kmol kJ n H hPCS ]/[00348 ]/[284,142 ]/[0968306 2210 2210 HC HC C C kgkJ kmolkg kmolkJ M h hPCS 27-05-2013 13 tendo em conta que: O poder calorífico inferior ou Para o C10H22 liquido: ou O poder calorífico superior O poder calorífico inferior fggasosocombCliquidocombC hhh ).().( )(1 0 )(,. 2210 fggHCfreag hhH ]/[6444735900348 2210)superior( HCC kgkJhPCS ]/[2424435960144 2210)inferior( HCC kgkJhPCI ]/[8472410 )(, 2 kmolkJh gOHf ]/[9863456 2210HCC kmolkJhPCI ]/[60144 2210HCC kgkJhPCI H H T T T0 T0 -H0, H2O vap -H0, H2O liq mH2Ohfg,H2O mfhfg,f -H0 -H0 27-05-2013 14 Temperatura de Chama Adiabática Exemplo 4 – Calcular a temperatura de chama adiabática a pressão constante para uma mistura estequiométrica de CH4 e ar. A pressão é 1 atm e a temperatura inicial 298 K. Combustão completa (sem dissociação). A entalpia da mistura dos produtos é calculada supondo calores específicos constantes calculados a 1200 K 0,5 (Ti + Tad.). Resolução: para um mole de CH4. 222224 76,3221)76,3(2 NOHCONOCH 52,7;2;1 222 NOHCO nnn hof [kJ/kmol] cp [k/kmol] 1200 K CH4 - 74 831 --- CO2 - 393 546 56,21 H2O - 241 845 43,87 N2 0 33,71 O2 0 --- Pela equação conservação energia reagentes produtos Igualando Hreag a Hprod obtemos: com cp variável Notar que: . . . . prod iiprod reag iireag hnHhnH ][83174)0(52,7)0(2)83174(1. kJHreag )]298(71,330[52,7 )]298(87,43845241[2 )]298(21,56546393[1 )]298([ , 0 ,. ad ad ad adipifiprod T T T TchnH ][2318 KTad ][2226, KT eqad ][2328 KTad