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Cumprimento de sentença 1

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Introdução à tutela jurisdicional 
executiva 
 
A execução possui natureza jurisdicional porque um embate jurídico não 
acaba com a sentença do juiz. Além de determinar o direito concreto, são 
necessários outros atos para a efetivação da decisão judicial. O modelo de 
tutela adotado, conhecido como sincrético de tutelas, resumiu esse percurso 
de uma forma mais lógica e simples, com a intenção de garantir a agilidade 
dos processos, bem como sua execução efetiva. 
No modelo processual sincrético de tutelas, a sentença encerra o 
processo de conhecimento, apresentando a fundamentação legal. O 
processo de execução não está mais estruturado no título executivo 
judicial e o processo cautelar se torna um integrante desta fase. Assim, 
a execução de forma sincrética se dá nos autos do processo de 
conhecimento. Portanto, o processo de execução tem como objetivo 
efetivar uma obrigação contida em um título executivo extrajudicial, 
por exemplo. A relação dos títulos extrajudiciais está elencada no 
artigo 784 do CPC. 
1- Conhecimento da ação até a sentença: fase cognitiva; 
2 -Fase do cumprimento da sentença: execução; 
3 -Fase intercalar de liquidação. 
 
Vale ressaltar que a tutela executiva ocorrerá com a provocação do Poder 
Judiciário, cumprindo título com decisão anterior para assegurar que o direito 
adquirido seja concretizado, pressupondo que exista o não pagamento 
(inadimplemento) de uma obrigação, seja ela de fazer ou não fazer 
(THEODORO JÚNIOR, 2005). Essa proteção em questão é chamada 
de tutela jurisdicional 
1- Tutela cognitiva 2 – tutela provisória 3- tutela executiva 
 
COGNIÇÃO E ATIVIDADE EXECUTIVA 
 
 
 
 
 fase processual de uma ação em que o juiz toma conhecimento 
do pedido, da defesa, das provas e de outros aspectos, 
contrariamente à fase executória 
 
A tutela cognitiva ocorre predominantemente na fase de conhecimento de um processo. 
Pode-se entender esse tipo de tutela como a atividade intelectiva do magistrado, que 
analisa as alegações trazidas pelas partes, bem como as provas produzidas nos autos, 
para conseguir formar o seu entendimento e prestar a jurisdição (decisão que obrigará as 
partes a fazer ou deixar de fazer algo). 
 
A fase de conhecimento começa com a proposição da ação e se encerra com a 
sentença do órgão jurisdicional. No juízo de cognição, produz-se uma certeza 
jurídica. Temos, assim, a sentença como tutela cognitiva. 
Analisar a cognição em dois aspectos tutelares: 
 
Sumária: o juízo de probabilidade funda essa tutela, pois o juiz não possui 
todas as referências para o convencimento sobre determinado direito; 
 
Exauriente: baseia-se no juízo de certeza com o convencimento completo do 
juiz. 
 
Os binômios "cognição sumária-juízo de probabilidade" e "cognição exauriente-juízo de 
certeza" geram diferentes espécies de tutela jurisdicional: provisória no primeiro caso e 
definitiva no segundo. 
Percebe-se até aqui que a tutela pode ser proferida mesmo na fase de 
conhecimento da ação. A tutela provisória pode ocorrer também em decisões 
interlocutórias e está, de certa maneira, atrelada à urgência e, portanto, ligada 
à cognição sumária, pois não há tempo hábil para que o juiz faça a cognição 
exauriente. 
NATUREZA E FINALIDADE DA 
EXECUÇÃO 
 
A Lei n. 11.232/05 alterou o Código de Processo Civil e substituiu o processo 
de execução autônomo pelo cumprimento de sentença, o que ressalta o 
 
 
 
princípio do sincretismo, no qual as fases de conhecimento e execução 
caminham juntas na fase processual. 
Dessa forma, entende-se que a natureza jurídica da execução é jurisdicional e 
atinge o patrimônio do devedor, ou seja, o devedor responderá apenas com 
seus bens atuais e futuros, assim, a dívida jamais recai à pessoa do 
inadimplente. 
são duas as ações no ordenamento jurídico brasileiro que servem para que o 
Estado promova a garantia jurisdicional: 
 
Ações de conhecimento, que visam decidir um conflito, por intermédio de 
sentença ou acordão; 
 
Ações de execução para cumprir as decisões. 
 
EXECUÇÃO AUTÔNOMA E PROCESSO 
SINCRÉTICO 
Quando se discute a execução autônoma, é preciso, nas palavras de Neves, 
em Manual de Direito Processual Civil, publicado em 2019, ter em mente 
que: 
[...] a análise entre execução autônoma e fase executiva só tem sentido no tratamento da 
execução dos títulos executivos judiciais, considerando-se que no tocante à execução de 
títulos extrajudiciais será sempre necessária a instauração de um processo autônomo de 
execução. (p. 1053) 
EVOLUÇÃO DO PROCESSO CIVIL NO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com o advento do Novo CPC, o princípio do sincretismo ganhou força. Isso 
quer dizer, na prática, que em muitas situações a cognição e a execução 
ocorrem dentro do mesmo processo judicial. Assim, as ações sincréticas são 
aquelas em que a sentença é seguida pela execução, independentemente de um 
novo processo. 
Dinamarco (2004, pp. 132-133) afirma que há o sincretismo quando uma ação 
é “ao mesmo tempo o poder de exigir o julgamento da pretensão e a satisfação 
do direito reconhecido nesse julgamento”. Nesta nova configuração, as 
atividades judiciais de cognição e execução convivem no mesmo processo. 
Exceção 
Neves (2019) lembra do art. 515, § 1° do Novo CPC, que dispõe sobre 
procedimentos especiais de execução em espécies de títulos executivos 
judiciais: sentença penal condenatória transitada em julgado, homologação de 
sentença estrangeira, de decisão interlocutória estrangeira e de sentença 
arbitral. 
Para essas três espécies de títulos executivos judiciais, o legislador prevê a citação do 
demandado, o que pode levar à equivocada conclusão de que nessas situações estará 
mantido o processo autónomo de execução com a observação do procedimento comum 
executivo. Por necessidade material na sentença penal e arbitral e por opção legislativa na 
homologação de sentença estrangeira, o legislador prevê a necessidade de uma petição 
inicial e a citação do demandado, o que torna estruturalmente essa execução um processo 
autónomo. (NEVES, 2019, pp. 1055-1056) 
MÉRITO E COISA JULGADA NA 
EXECUÇÃO 
Mesmo na execução é preciso que o magistrado reconheça algumas questões, 
como as condições de ação e dos pressupostos judiciais. O juiz deverá 
também apreciar questões de mérito, tais como: 
 
Prescrição do título alegada pelo devedor; 
 
Realização de pagamento por parte do devedor; 
 
Compensação de dívida solicitada pelo devedor. 
 
 
Há também incidentes cognitivos na execução, o que pressupõe a cognição do 
juiz. São exemplos a intervenção de terceiros e o litisconsórcio. 
 
 
 
Ainda, não é porque a execução parte de um título executivo que não existe 
uma decisão de mérito. Nesse sentido, são dois tipos de juízos de 
procedimento: 
 
Admissibilidade 
Cabe ao órgão jurisdicional verificar o preenchimento dos pressupostos 
processuais (legitimidade de parte, título executivo válido, prazo 
prescricional, decadência e competência do juízo). 
Mérito 
Análise do pedido/objeto (realização/satisfação/prestação) e a causa de pedir 
(direito a uma prestação). 
 
Apesar de o autor ser o titular de um direito, em algumas situações o juiz 
precisa verificar alguns itens de mérito. A coisa julgada coloca fim ao 
processo. Após determinado período, salvo exceções, a decisão judicial passa 
a ser imutável. Na execução, como há análise de admissibilidade e de mérito, 
também há a coisa julgada. 
Além disso, ao proferir a sentença, o juiz extingue a obrigação com as 
incidências previstas no art. 924 do Novo CPC ou extingue o processo, sem 
extinção da dívida, como indica o art. 485 do Novo CPC. 
ESPÉCIES DE EXECUÇÃO 
A execução serve como meio para que uma obrigação seja cumprida de forma 
voluntária ou involuntária. Notadamente, quando a obrigação não é satisfeita 
de livre e espontânea vontade, é necessária a movimentação do Estado. 
No processo de execução háuma nomeação específica para as partes: 
exequente é o credor e executado é o devedor. Para existir a execução, um dos 
pressupostos é a presença de um título executivo judicial ou 
extrajudicial para materializar uma obrigação passível de ser exigida. 
 
 
 
 
 
 
Para a execução de ambos os títulos, deve ser demonstrada a existência do 
cumprimento de uma obrigação certa, líquida e exigível. Essa situação se 
materializa no título executivo, bem como o inadimplemento do devedor. 
 
Ao propor a ação com o intuito de cumprimento de título extrajudicial, é 
necessário que o autor cumpra alguns requisitos dispostos no artigo 798 da Lei 
n. 13.105, de 16 de março de 2015, conforme demonstrado a seguir: 
a) o título executivo extrajudicial; 
b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação; 
c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso; 
d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe 
assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão 
mediante a contraprestação do exequente; 
e) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser 
realizada; 
f) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no CPF ou 
no CNPJ, conforme o caso; e 
g) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível, quando se trata de execução por 
quantia certa. (BRASIL, 2015) 
 
Há, ainda, no inciso VIII do art. 799, a possibilidade de 
pleitear medidas urgentes, como a penhora antecipada que 
impede sua alienação. 
 
Procedimentos executivos 
 
Existem dois procedimentos de execução: em comum, referente a créditos em 
geral; e especial, usado para créditos específicos, como execução fiscal e de 
alimentos. 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO 
𝘕𝘶𝘭𝘭𝘢 𝘦𝘹𝘦𝘤𝘶𝘵𝘪𝘰 𝘴𝘪𝘯𝘦 𝘵𝘪𝘵𝘶𝘭𝘰 
A execução ocorre apenas com um título de consistência. 
Patrimonialidade 
A execução jamais recai na pessoa do devedor, mas apenas nos seus bens ou 
no bem que dá causa à execução. 
 
Desfecho único 
Todos os processos podem ter um final normal ou anômalo, e assim também o 
é na execução. Quando tudo ocorre bem na execução, ela chega ao final com o 
direito do exequente cumprido e com a sentença meramente declaratória 
extinguindo o feito. O desfecho é considerado único porque na execução não 
se discute o mérito e o processo corre com o objetivo único de aprazer o 
direito do exequente. O princípio do desfecho único passa a ser questionado 
no caso de discussão de mérito, em demanda incidental na própria execução. 
 
 
 
Disponibilidade da execução 
O exequente pode, a qualquer momento, desistir da execução sem a 
necessidade de anuência do executado. Não se trata, todavia, de renúncia ao 
direito, pois o exequente poderá entrar com a mesma ação posteriormente. A 
desistência somente não poderá ocorrer quando os atos anulados prejudicarem 
terceiros ou o devedor, como após a compra de um bem em leilão. 
 
Utilidade 
A execução serve para entregar o direito ao exequente e não pode ser proposta 
apenas para prejudicar o devedor. Se for impossível a satisfação do direito do 
credor, não há razão para continuar a execução. 
 
Menor onerosidade 
Como a execução não serve como vingança, nada justifica onerar o executado 
mais do que o necessário para saldar a obrigação junto ao credor. quando 
houver vários meios de satisfazer o direito do credor, o juiz mandará que a 
execução se faça pelo modo menos gravoso ao executado. 
 
Lealdade e boa-fé processual 
[...] à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que: 
frauda a execução; se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios 
artificiosos; dificulta ou embaraça a realização da penhora; resiste injustificadamente às 
ordens judiciais; intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à 
penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, 
certidão negativa de ônus. (BRASIL, 2015) 
 
Contraditório 
O juiz toma ciência e decide sobre diversos incidentes, sendo que em todas as 
situações estará presente a necessidade de se ouvir as duas partes. 
 
Atipicidade dos meios executivos 
 O juiz toma ciência e decide sobre diversos incidentes, sendo que em todas as 
situações estará presente a necessidade de se ouvir as duas partes. 
 
No sistema jurídico brasileiro existem dois títulos executivos: judicial, que se 
forma por decisão de um magistrado, quando instado o poder jurisdicional; e o 
extrajudicial, que surge pela determinação das vontades dos agentes 
envolvidos sem o envolvimento da jurisdição. 
De acordo com a espécie do título executivo, há diferentes formas de executá-
lo. No caso do título executivo judicial, sua execução se dá no cumprimento 
 
 
 
da sentença, enquanto para o título executivo extrajudicial existe a 
necessidade da formulação de um processo autônomo. 
PARTES E TERCEIROS NA EXECUÇÃO 
Legitimação originária/ordinária 
 
Ocorre quando a sentença ou o título executivo possui o nome do credor, 
litigante por direito próprio. Seguindo essa linha de raciocínio, pode-se 
analisar o termo credor, previsto no art. 778, caput, do Novo CPC. Mesmo que 
o termo credor se ligue à obrigação de pagar quantia certa, o artigo em 
questão é mais abrangente, prevendo outras obrigações, como entregar coisas 
e fazer/não fazer, além dos direitos reais. 
 
Legitimação ordinária superveniente ou secundária 
 
A parte demandante, mesmo em nome próprio, só é legitimada após ato 
posterior ao título executivo (art. 778, § 1°, CPC, 2015). A prova de sua 
legitimidade ocorre com prova juntada à execução 
 
Legitimação extraordinária 
 
Ocorre quando alguém participa da execução em nome próprio e com o intuito 
de defender o interesse de outrem. Trata-se do caso da participação do 
Ministério Público, segundo o art. 778, § 1°do Novo CPC (2015). 
 
Legitimação ordinária superveniente 
 
Ocorre devido à sucessão por causa mortis, com previsão no art. 779, II, do 
Novo CPC (2015). Aqui, a legitimidade da execução do espólio passa aos 
herdeiros e sucessores, que podem seguir a ação em nome do de cujus. De 
acordo com o momento processual, os requisitos de modificam. Se a execução 
não tiver sido iniciada, a demonstração por provas da legitimidade já é 
suficiente. Porém, com a execução já iniciada, há necessidade da habilitação 
no processo por incidente (arts. 687 a 692 do Novo CPC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Legitimidade do cessionário e do sub-rogado 
 
Em regra, todo direito pode ser objeto de cessão, salvo as vedações legais, 
como verbas derivadas da Previdência Social e direitos personalíssimos. 
Assim, quem recebe o direito originário com a cessão devidamente 
comprovada no processo possui a legitimidade superveniente para executar o 
título. Há também legitimidade superveniente na sub-rogação legal (art. 346 
do CC) ou convencional (art. 347 do CC). Nos casos citados, todavia, os 
novos credores não são obrigados a assumirem o polo ativo da ação de 
execução. Eles podem cobrar o antigo credor ao final da ação. 
 
Devedor que figura no título 
 
É o passivo legitimado da execução, segundo o art. 779, I, do Novo CPC. Não 
importa se é mesmo o devedor, basta que seu nome esteja contido no título 
executivo. Também são considerados devedores o fiador, o avalista e o 
endossante. 
 
Legitimidade ordinária superveniente pode ocorrer também por ato inter 
vivos, como dita o art. 779, III, do Novo CPC. Trata-se da assunção de dívida 
ou cessão de débito. No entanto, o novo sujeito só entra no processo executivo 
com a concordância do credor, de forma expressa. Isso ocorre para evitar 
fraude, uma vez que ao modificar o devedor, modifica-se também o 
patrimônio executado para satisfazer ao credor. 
 
Legitimidade passiva executiva do fiador do débito presente em título 
executivoextrajudicial (inciso IV do art. 779 do Novo CPC). O art. 784, V, do 
Novo CPC afirma ser título executivo extrajudicial as garantias contratuais, 
como a hipoteca, penhor, anticrese e caução. Entretanto, o inciso IV do art. 
779 retira o fiador do rol do título executivo como devedor, sendo parte 
apenas do contrato de garantia, ou seja, parte acessória da execução. Além 
disso, caso exista uma sentença condenatória (título executivo judicial), o 
fiador precisa obrigatoriamente ter sido réu no conhecimento do processo para 
ser legitimado como devedor (terceiro no processo com garantia real ou 
fidejussória). Na execução, o fiador pode alegar o benefício de ordem com o 
intuito de indicar, primeiramente, os bens do devedor antes de seu próprio 
patrimônio. 
Tanto o art. 779, VI, do Novo CPC quanto no art. 4º, V, da Lei n. 6.830/1980 
(Lei de Execuções Fiscais) estipulam a responsabilidade secundária ao 
 
 
 
responsável tributário. O contribuinte que possui relação direta com o fato 
gerador pode ser responsabilizado pelo crédito tributário. 
A legitimidade do responsável secundário está prevista no art. 790 do Novo 
CPC. Neste caso, mesmo sem ser devedor, o sujeito responde em juízo pelo 
cumprimento da obrigação com seus bens dados em garantia. 
Intervenção de terceiros 
A intervenção de terceiros ocorre quando uma pessoa física e jurídica adentra 
como parte, ou mesmo auxiliar, em uma relação processual. A previsão legal 
está no art. 119 do Novo CPC e indica que o terceiro juridicamente 
interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no 
processo para assisti-la. Além disso, a assistência pode ocorrer em qualquer 
procedimento ou grau de jurisdição. 
Entende-se que o terceiro em questão precisa ter um vínculo para ingressar na 
relação processual. Este vínculo significa o interesse no resultado processual e 
deve ser comprovado nos autos do feito. 
o Novo CPC apresenta a intervenção de terceiros nas seguintes modalidades: 
 
Oposição (artigos 682 e 686); 
Denunciação da lide (artigo 125); 
Chamamento ao processo (artigos 130 a 132) 
 
 A Lei n. 13.105 de 16 de março de 2015 prevê a intervenção de terceiros na 
modalidade assistência, 
 
São dois os tipos de assistência: 
 
Simples: intervenção de um terceiro coadjuvante (ad coadjuvandum) que 
defende o direito de outrem, pois a decisão judicial pode atingi-lo; 
 
Litisconsorcial: o interventor torna-se parte da relação judicial ao defender o 
próprio direito. 
 
 
Desconsideração da personalidade jurídica 
 
 existe uma intervenção na qual um terceiro é chamado para que satisfaça a 
obrigação patrimonial. Nesse sentido, ocorre o afastamento da pessoa jurídica 
da empresa e o patrimônio dos sócios passa a ser perseguido para que os 
 
 
 
danos a terceiros sejam sanados. Apenas uma das partes ou o Ministério 
Público pode pleitear a intervenção por intermédio da petição inicial. 
 
Amicus Curiae 
Amicus curiae significa, literalmente, amigo da corte. Ele é cabível em ações 
que envolvem a constitucionalidade. Dessa forma, servindo como 
representante da sociedade, o amicus curiae ingressa ao processo de forma 
espontânea ou com requerimento feito tanto pelas partes quanto pelo juiz 
 
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL E 
FRAUDE À EXECUÇÃO 
 
a satisfação da obrigação do exequente jamais recai sobre a pessoa do 
devedor. Mesmo assim, é preciso entender os limites da responsabilidade 
patrimonial no processo de execução. 
Em regra geral, o devedor não pode impedir a constrição de seu patrimônio. 
Uma vez que existe a obrigação (título judicial ou extrajudicial), o devedor 
não pode evitar que o Estado, em seu poder jurisdicional e dentro do processo 
judicial, atinja seus bens. 
O art. 789 do Novo CPC indica que o devedor deve responder com todos os 
seus bens presentes e futuros para cumprir suas obrigações, salvo exceções 
previstas em lei, como bens impenhoráveis, com previsão legal no art. 833 do 
Novo CPC. 
Os bens presentes significam aqueles que já são do devedor no 
momento da execução da dívida, enquanto os bens futuros são aqueles 
adquiridos no decorrer do tempo e após a constituição da dívida dentro do 
processo de execução. 
Ressalta-se, ainda, outro princípio importante: a responsabilidade da 
execução civil não recai sobre a pessoa. Além disso, é importante ressaltar que 
a prisão civil contra o devedor de alimentos pode ser considerada uma 
exceção, pois é uma coerção para a satisfação da obrigação e não serve para 
saldar a dívida. 
Impenhorabilidade de bens 
 
 
 
 
A lei tenta preservar a dignidade mínima do executado colocando 
alguns bens acima dos direitos de satisfação do credor. Alguns bens são 
totalmente impenhoráveis, conforme previsão do art. 833 do Novo CPC, e não 
podem, de forma alguma, servir como pagamento de dívida. O salário e 
demais vencimentos (art. 833, IV) encontram-se neste rol. No entanto, podem 
ser penhorados na execução de alimentos e quando exceder a 50 salários-
mínimos. O bem de família, independentemente de seu valor, também não 
pode ser usado para a satisfação da execução civil. Além disso, há 
entendimentos doutrinários nos quais nenhum bem com impenhorabilidade 
absoluta pode ser objeto de renúncia. Utensílios domésticos como televisão, 
geladeira, fogão e aparelhos de som têm sido considerados bens 
impenhoráveis, desde que não tenham um valor exorbitante. 
O inciso III do art. 833 do Novo CPC diz que os pertences pessoais e 
vestuário também são impenhoráveis, pois são itens essenciais para a vida 
digna de qualquer um. Não se pode esquecer do valor sentimental de alguns 
objetos, como um anel de núpcias. Neste caso, mesmo com valor elevado, o 
juiz poderá decidir pela impenhorabilidade do item. o legislador deve se 
atentar para a manutenção da dignidade do devedor (art. 833, V, do Novo 
CPC). Trata-se da impenhorabilidade dos bens necessários para a realização 
de seu trabalho (item limitado a pessoas físicas). 
Também é impenhorável o seguro de vida (art. 833, 
VI, do Novo CPC), por se tratar de um fundo alimentar, ou 
seja, ele não possui valor patrimonial e não é herança. 
Os materiais necessários para obras em andamento (art. 833, VII, do 
Novo CPC) precisam estar já ligados à construção para serem considerados 
impenhoráveis. A pequena propriedade rural trabalhada pela família. Também 
são bens impenhoráveis os recursos públicos ligados à aplicação compulsória 
em educação, saúde e assistência social. 
Os valores depositados em caderneta de poupança (art. 833, X, do 
Novo CPC) são impenhoráveis de forma relativa, ou seja, quando atingem até 
40 salários mínimos. O art. 833, XI, do Novo CPC trata da impenhorabilidade 
dos recursos públicos do fundo partidário, dinheiro de origem pública, que é 
destinado ao funcionamento dos partidos, instituições fundamentais para a 
democracia. 
coletivo (art. 1.039 e art. 1.045, caput, do CC). 
 
 
 
Bens que pertencem ao devedor em conjunto com seu cônjuge/companheiro 
ou com coproprietários podem ser alienados para satisfazer a obrigação. O 
coproprietário tem direito à metade do valor do bem penhorado, mas o 
cônjuge não devedor precisa provar, com embargos de terceiros, que a 
detenção dos 50% que possui direito não beneficiará o casal nem a família, 
mesmo que sejam bens alienados ou gravados com ônus reais em fraude à 
execução (art. 790, V, do Novo CPC). 
 
Fraude do devedor 
Podemos encontrar duas espécies de fraudes do devedor: fraude contra 
credores e fraude à execução. 
A fraude à execução possui natureza processual e nada mais é 
do que um artifício do devedor que gera perdas ao credor, bem como 
ao próprio poder jurisdicional, durante o processo. 
A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: 
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão 
reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada norespectivo 
registro público, se houver; 
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, 
na forma do art. 828; 
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de 
constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude; 
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz 
de reduzi-lo à insolvência; 
V - nos demais casos expressos em lei. (BRASIL, 2015) 
É importante destacar que para ocorrer fraude à execução é preciso 
existir averbação prévia do processo ou a constrição do bem pela justiça 
(Súmula 375 do STJ). Além disso, de acordo com o § 4º, art. 828, do Novo 
CPC, a oneração de bens após a averbação é fraude à execução. Por fim, caso 
não exista registro de penhora de um bem alienado, será necessário provar que 
o adquirente sabia que o bem fazia parte de um processo de execução.

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