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Práticas Contábeis I

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Práticas Contábeis I 
Régis Garcia
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
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Adaptadas de Shutterstock.
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imagens reproduzidas neste livro; qualquer eventual omissão será corrigida em futuras edições. 
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pelos seus mantenedores. Sendo assim, a Editora não se responsabiliza pelo conteúdo de terceiros.
Presidência 
Rodrigo Galindo
Vice-Presidência de Produto, Gestão 
e Expansão
Julia Gonçalves
Vice-Presidência Acadêmica
Marcos Lemos
Diretoria de Produção e 
Responsabilidade Social
Camilla Veiga
Gerência Editorial
Fernanda Migliorança
Editoração Gráfica e Eletrônica
Renata Galdino
Luana Mercurio
Supervisão da Disciplina
Gisele Zanardi Polizel
Revisão Técnica
Adriana Cezar
Gisele Zanardi Polizel
Marcio Aparecido Artero
Stephanie Akemi Raminelli
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Garcia, Régis
G216p Práticas contábeis I / Régis Garcia.
 Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2020.
 208 p.
 
 ISBN 978-85-522-1657-5
 
 1. Constituição de PJ. 2. Registro Contábeis. 3. Fatos 
 Operacionais das PJs. 4. Sistemas de Informação Contábeis. 
 I. Título.
CDD 657.4 
Jorge Eduardo de Almeida CRB-8/8753
Sumário
Unidade 1
Processo de constituição das Pessoas Jurídicas (PJ) ................................. 7
Seção 1
Conceitos e características das Pessoas Jurídicas ........................... 9
Seção 2
Instrumentos de constituição e registro das Pessoas Jurídicas ...27
Seção 3
Órgãos e processo de registro das Pessoas Jurídicas ....................41
Unidade 2
Registros contábeis dos fatos iniciais das PJs ...........................................60
Seção 1
Livros contábeis e acessórios ...........................................................62
Seção 2
Implicação patrimonial dos fatos contábeis ..................................77
Seção 3
Estrutura patrimonial e de resultado no plano de contas ...........93
Unidade 3
Registro e evidenciação dos fatos operacionais das PJs ......................113
Seção 1
Compras e vendas no comércio, serviço 
e indústria .......................................................................................114
Seção 2
Principais custos e despesas .........................................................130
Seção 3
Operações com ativos e passivos não circulantes .....................146
Unidade 4
Sistemas de informações contábeis e gerenciais ...................................164
Seção 1
Qualidade da informação contábil ..............................................166
Seção 2
Sistemas de informações contábeis – SIC ..................................179
Seção 3
Sistemas de Informações Gerenciais – SIG ................................194
Palavras do autor
Caro aluno, temos a satisfação de apresentar a você a disciplina Práticas Contábeis I, que trata de conteúdos fundamentais para o exercício da contabilidade.
Você terá a oportunidade de conhecer importantes aspectos relacio-
nados à constituição, registro e operação das pessoas jurídicas, aprendendo 
e praticando técnicas contábeis de acordo com as Normas Brasileiras de 
Contabilidade vigentes.
Verá que para orientar os futuros empreendedores é necessário conhecer 
e entender, sob a perspectiva contábil, os processos de constituição das 
pessoas jurídicas de diferentes tipos de entidades, afinal, nós devemos estar 
preparados para atender a todas elas.
Perceberá que depois de constituída, a entidade inicia as suas ativi-
dades, portanto, você precisa conhecer e desenvolver todo processo de 
registro contábil dos fatos iniciais das PJ, reconhecendo os seus impactos 
sobre a situação econômica e financeira da entidade. É a partir desses regis-
tros iniciais que acompanhamos a evolução patrimonial das organizações, 
independentemente de seu tipo jurídico, desde seus primeiros passos.
Verá também que, já em operação, as organizações executam atividades 
rotineiras que precisam ser registradas e acompanhadas pela contabili-
dade. É nesse sentido que você precisa conhecer e desenvolver os registros e 
evidenciação das operações, conhecendo quais os principais fatos contábeis 
ocorridos após o início da atividade das entidades.
Dentro desse contexto, saiba que o exercício da contabilidade pressupõe 
o conhecimento profundo das normas e regulamentos que impactam a 
profissão, e é por isso que você deve conhecer e aplicar as normas técnicas 
contábeis de aplicação geral – NBC – TG. Essas normas tratam de assuntos 
específicos que são a base para o exercício da contabilidade.
É para atender a esses objetivos que nosso livro está dividido em 
quatro unidades.
Na primeira unidade trataremos do processo de constituição das pessoas 
jurídicas (PJ), na qual veremos documentos e processos fundamentais para a 
constituição das entidades.
Na unidade dois, faremos os registros contábeis dos fatos iniciais das 
pessoas jurídicas, ou seja, registraremos os fatos que ocorrem logo após a sua 
constituição de forma que, por meio das demonstrações contábeis, acompa-
nhemos a situação econômico-financeira das entidades.
Na terceira unidade registraremos e evidenciaremos os fatos operacio-
nais, ou seja, acompanharemos a situação patrimonial das entidades já em 
plena atividade.
Na quarta e última unidade, teremos a oportunidade de conhecer algumas 
das principais normas que regulam a atividade contábil. Conheceremos as 
Normas Técnicas de Aplicação Geral – NBC – TG e exemplificaremos a 
sua aplicação.
Bem, nosso livro proporcionará a você muitos conteúdos de suma 
importância para a sua formação, portanto, é fundamental que aproveite 
esse material por meio da sua leitura e da prática dos exercícios e atividades 
propostas. Não deixe de conferir as sugestões de aprofundamento apontadas 
no decorrer dos textos do livro.
O autoestudo é uma das formas mais eficazes para o aprendizado de 
qualquer conteúdo, portanto, organize-se e aproveite bem o conteúdo que 
está à sua disposição. 
Bons estudos!
Unidade 1
Regis Garcia
Processo de constituição das Pessoas Jurídicas (PJ)
Convite ao estudo
O Brasil é considerado um dos países mais empreendedores do mundo. 
Embora o Brasil esteja em terceiro lugar no ranking mundial 
de empreendedorismo, com mais de 16 milhões de empre-
endimentos ativos, representando mais de 90% dos negócios 
existentes no país […] (VALENTINA; CORREA, 2019, p. 2).
 O empreendedorismo se intensifica com o aumento do desemprego em 
momentos de crise econômica e, noutro sentido, também em momentos de 
pujança econômica. Conforme Aidar (2007), muitos negócios abertos no 
Brasil apresentam características de autoemprego. 
Tanto durante as crises como em momentos de crescimento econômico, 
surgem demandas para a abertura e o acompanhamento de novos empreen-
dimentos. Por isso, nessa unidade estaremos tratando do processo de consti-
tuição das pessoas jurídicas.
O conteúdo da unidade permitirá a você conhecer e entender, sob a 
perspectivacontábil, os processos de constituição das pessoas jurídicas dos 
diferentes tipos de entidades e finalidades. Conhecerá as características 
de cada tipo específico de pessoa jurídica, os documentos constitutivos 
adequados e os processos de registro nos respectivos órgãos de fiscalização.
Esse aprendizado é a base para exercer a atividade contábil de constituição 
de PJ e, dessa forma, contribuir para a eficácia dos futuros empreendimentos.
Nesta unidade teremos como contexto de aprendizagem situações 
envolvem: orientação aos empresários, a constituição e o acompanhamento 
da nova empresa.
Nesse sentido, considere que você está diante da abertura de um novo 
negócio e enfrentará alguns desafios, como os de orientar, acompanhar e 
executar o processo de abertura da empresa, no sentido de garantir que ela 
esteja apta para atuar no mercado.
Assim como ocorre na maioria das pessoas jurídicas em fase de abertura, 
no caso da empresa do ramo de ferramentaria que você acompanhará estão 
surgindo muitas dúvidas. Os sócios do novo negócio, o Sr. D. e a Srª. V. estão 
um pouco perdidos em relação ao processo necessário para que o novo 
negócio se inicie. São tantos processos, órgãos e etapas envolvidas, que os 
sócios pediram ajuda a um profissional contador, especializado na área de 
acompanhamento e execução dos processos de constituição de PJ.
A nova empresa pretende atuar na compra e venda de parafusos e equipa-
mentos de trabalho em geral. Ela está localizada em uma cidade próxima a 
uma região industrial de grande porte.
O sócio Sr. D. está ingressando na sociedade com o valor de R$ 80.000,00, 
enquanto a sócia, Srª. V., está ingressando com o valor de R$ 120.000,00.
Então, onde você entra nessa história? 
É justamente você quem fará o papel do contador, combinado?
Como ajudar aos sócios a esclarecem as suas dúvidas? Como executar os 
processos de constituição e acompanhamento da nova pessoa jurídica?
Os conteúdos desta unidade ajudarão você a adquirir as competências 
necessárias para enfrentar adequadamente esses desafios.
Você terá contato com informações que lhe permitirão identificar e 
elaborar os documentos constitutivos, de alteração e de extinção, compre-
endendo os diferentes tipos de pessoas jurídicas e os diferentes órgãos de 
registro e fiscalização.
Agora é com você. Bons estudos!
9
Seção 1
Conceitos e características das Pessoas Jurídicas
Diálogo aberto
Você já teve a oportunidade de ser consultado por um amigo sobre o 
processo de abertura de uma empresa? Se ainda não teve, prepare-se, pois 
como um futuro profissional de contabilidade você certamente passará por 
várias experiências como essa.
Muitas pessoas a sua volta já pensaram, pensam, ou pensarão em abrir 
um novo negócio, só está faltando a oportunidade ou os recursos necessários 
para isso. Portanto, em um país no qual o empreendedorismo faz parte da 
cultura, como é o caso do Brasil, os profissionais da contabilidade precisamos 
estar sempre à disposição para esclarecer dúvidas e executar trabalhos envol-
vendo essa importante temática.
Para isso, você precisa conhecer as características de cada tipo específico 
de pessoa jurídica existente no Brasil, o que será possível a partir do estudo 
dessa seção.
As informações iniciais sobre os tipos de empresas e suas principais 
características são fundamentais para dar segurança aos empresários de que 
estão fazendo a coisa certa.
Para orientar seus estudos, você conhecerá agora a primeira situação-
-problema. Ela traz as questões norteadoras do aprendizado bem como a 
oportunidade de colocar em prática seus conhecimentos sobre as principais 
características de uma empresa em processo de abertura no Brasil. 
Você se lembra dos sócios Sr. D. e Srª. V., que estão abrindo uma nova 
empresa? Eles estão com muitas dúvidas, portanto, vamos ajudá-los.
Você, na condição de contador, os recebeu no seu escritório, e, após ofere-
cer-lhes um café, pediu mais informações sobre a empresa e as condições 
relacionadas à sociedade. Isso é fundamental para embasar o seu trabalho.
Durante a reunião os sócios lhe fizeram algumas perguntas:
- Nós poderíamos atuar como pessoas físicas, sem abrir uma empresa?
- Caso nós atuássemos apenas com consertos de equipamentos, sem 
vender, isso mudaria alguma coisa no tipo de empresa e no processo 
de abertura?
10
- Podemos deixar parte do capital para integralizar depois? Como 
isso funciona?
- Poderíamos abrir uma associação ou fundação em vez de empresa?
- Quais as nossas responsabilidades como sócios em relação às obrigações 
da empresa? Temos que honrar com dívidas da empresa caso ela não pague?
As questões feitas pelos sócios evidenciam o quanto eles desconhecem as 
questões legais envolvendo a abertura de uma empresa, você concorda?
Bem, na condição de contador você deverá responder a essas dúvidas dos 
sócios. Esse é seu desafio, afinal orientar os sócios é um dos papéis do profis-
sional contábil quando contratado para abrir uma empresa.
Você deverá elaborar um relatório contendo a síntese das respostas dadas 
aos sócios. Esse relatório poderá ser útil em consultas futuras.
Para isso, você precisa saber, sob a perspectiva contábil das entidades, 
quais os tipos e as finalidades das empresas. Reconhecer as diferenças entre: 
associações, fundações, organizações religiosas e partidos políticos. Conhecer 
as características das empresas individuais de responsabilidade limitada e os 
outros tipos de empresas apresentados na seção.
A partir desses conteúdos você está apto para ajudar os futuros empresá-
rios no desafio de empreender no Brasil; portanto, vá em frente. 
Cabe a você elaborar o relatório contendo a síntese das respostas dadas 
aos sócios.
Capriche no seu relatório. Não se esqueça dos detalhes importantes que 
possam ajudar ao Sr. D. e à Srª. V. a conhecer e a compreender o processo de 
abertura de empresas.
Não pode faltar
Para a orientação adequada de um empreendedor, seja ele um empre-
sário ou o fundador de uma entidade sem fins lucrativos, é preciso conhecer, 
principalmente sob a perspectiva contábil, os tipos e finalidades das 
pessoas jurídicas.
Conceito e tipos de pessoas jurídicas
É na forma de pessoa jurídica que se torna possível o exercício legal 
do empreendedorismo em suas várias perspectivas. Por exemplo, Simão e 
Beltrão (2015, p. 39) destacam que o Código Civil brasileiro de 2002 “[…] 
11
segue o impacto obrigacional nas relações privadas, sendo certo que o brasi-
leiro médio procura a sua formalização, por meio de constituição de pessoas 
jurídicas”. Trata-se da legislação impactando a prática empresarial.
Para instrumentalizar nossa classificação das pessoas jurídicas, de acordo 
com a norma legal brasileira, precisamos antes compreender sua definição, 
uma vez que ela corresponde à forma legal de constituição de uma entidade.
Aliás, ao utilizarmos aqui o termo entidade, estamos generalizando a 
expressão “pessoa jurídica”, ou seja, estamos falando tanto de empresas como 
de qualquer outro tipo jurídico previsto no Código Civil brasileiro. Segundo 
Michaelis (2019, [s.p.]) entidade representa uma “[…] associação ou socie-
dade de pessoas ou de bens constituída para determinado fim […].”.
Existem diferentes linhas do pensamento jurídico quando o assunto é 
definir pessoa jurídica, todavia, para a finalidade que propomos, vamos nos 
ater ao conceito mais amplamente utilizado na literatura e que contribui para 
a compreensão do termo.
Vamos nos ater ao conceito aplicável no contexto das entidades que 
propõem exercer uma determinada atividade com uma finalidade específica 
no Brasil.
Nesse sentido, a pessoa jurídica pode ser entendida como um conjunto 
de pessoas que objetivam um fim comum. Esse conjunto de pessoas adquire 
personalidade jurídica própria e separada das personalidades individuais.
Assimile
Uma proposta mais ampla de definição de pessoa jurídica, ou seja, que 
contemple as empresas individuais, por exemplo, é apresentada por 
Paiva e Álvares (2017, p.38-39),para os quais elas seriam uma plurali-
dade, tanto de pessoas físicas como de pessoas jurídicas, bem como 
uma pluralidade patrimonial e que, em condições muito especiais, 
podem derivar de uma só pessoa natural.
Segundo Simão e Beltrão (2015) a pessoa jurídica possui bens patrimo-
niais. Esses bens são classificados em corpóreos (físicos ou tangíveis) e incor-
póreos (intangíveis), além de, segundo os autores, possuírem bens extrapa-
trimoniais e de serem possuidoras de direitos e obrigações.
Nesse sentido, por conseguinte, uma empresa pode ser considerada como 
uma entidade que possui personalidade distinta da personalidade jurídica 
individual de seus sócios ou acionistas, tendo direitos e obrigações próprias.
12
Ao falar sobre o registro civil, Paiva e Álvares (2017) destacam que essa 
disciplina legal constitui um conjunto de normas que permite a criação de 
diversas espécies jurídicas. Esses tipos jurídicos, segundo os autores, são 
passíveis de personificação.
Para que uma entidade possa receber a atribuição de personalidade 
jurídica, é necessário que sejam executados os trâmites previstos em lei, e 
que, segundo Paiva e Álvares (2017) se instrumentaliza por meio do registro.
Resumidamente, podemos, portanto, considerar que a pessoa jurídica 
recebe uma personalidade própria por meio de seu registro. É esse instru-
mento legal que permite, a partir de então, que essa “pessoa” adquira direitos 
e obrigações próprias.
Em linhas gerais, para que uma entidade possa exercer uma determi-
nada atividade, ela necessita cumprir o requisito legal de registro perante os 
órgãos competentes.
Esse requisito se torna necessário para que a entidade, agora oficialmente 
uma pessoa jurídica de direito (público ou privado), exista e opere legalmente.
Embora o conceito de pessoa jurídica até aqui seja instrumentalmente 
eficaz para nossos objetivos, é necessário que ampliemos um pouco nossa 
visão sobre o tema.
Ocorre, que a partir dos avanços doutrinários do direito, bem como da 
própria legislação, torna-se salutar a revisão de muitos conceitos que em 
outros momentos se mostravam suficientes para representar determinados 
institutos legais. Nesse sentido Paiva e Álvares (2017) defendem um conceito 
mais abrangente para pessoa jurídica. Eles se baseiam no fato de que nossa 
legislação instituiu a figura do Empresário Individual de Responsabilidade 
Limitada (EIRELI), ou seja, um indivíduo e não uma associação de pessoas 
constituída em prol de determinado objetivo.
A partir dessa consideração que fazemos a ressalva de que, em casos 
especiais, como o das EIRELI, a pluralidade dá lugar à singularidade da 
vontade humana, no caso, de uma só pessoa, e, nesse caso, não estamos 
falando de sociedade, mas de uma empresa individual.
Em resumo, podemos ter uma pessoa jurídica a partir da vontade de um 
único indivíduo em exercer determinada atividade, bastando que ele proceda 
ao devido registro desse ente jurídico.
As pessoas jurídicas, segundo o Código Civil (BRASIL, 2002), podem ser 
públicas ou privadas.
13
São consideradas pessoas jurídicas de direito público, entre outras, a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, além dos Municípios.
Embora não seja nosso objeto de estudo, vale ressaltar que as pessoas 
jurídicas de direito público possuem formas de constituição e funciona-
mento específicos.
Já as pessoas jurídicas de direito privado, são divididas em:
• Associações.
• Sociedades.
• Fundações.
• Organizações Religiosas.
• Partidos Políticos.
• Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada (EIRELI).
Como podemos observar, a Lei prevê tipos diferentes de pessoas jurídicas 
para cada atividade específica a ser desempenhada pela entidade.
O tipo Sociedade, por exemplo, contempla a maioria das entidades 
constituídas com a finalidade de obtenção de lucro, geralmente na forma 
de empresas.
Já uma fundação, conforme veremos nos parágrafos seguintes, representa 
uma forma jurídica para a exploração de atividades sem fins lucrativos.
Entidades sem fins lucrativos
Alguns tipos de pessoas jurídicas possuem maior aderência a atividades 
que não visam ao lucro. É o caso das associações, fundações, organizações 
religiosas e dos partidos políticos.
É importante que saibamos o conceito e algumas características peculiares 
desses entes jurídicos para compreendermos sua aplicação no contexto das 
entidades. Vamos ver:
As associações
Segundo o Código Civil (BRASIL, 2002), as associações constituem-se 
da reunião de pessoas que de forma organizada visam a um objetivo 
não econômico.
14
Como é possível se observar, o caráter de uma associação é o de pessoa 
jurídica, uma vez que configura a reunião de pessoas e de patrimônios em 
prol de um objetivo comum, desde que, nesse caso, seu objetivo não seja o de 
obtenção de lucro.
Como uma pessoa jurídica, no entanto, mesmo não tendo a finalidade 
lucrativa, a associação possui direitos e obrigações próprios.
Vale também ressaltar que a associação não vincula os associados entre 
si. O Código Civil diz que não há entre eles direitos e obrigações recíprocas, 
ou seja, os associados possuem vínculo com a associação e não com os 
demais associados.
Exemplificando
São comuns associações entre pessoas, por exemplo, relativas à gestão 
de condomínios residenciais. Essas associações podem operar perante 
o mercado como qualquer outro tipo de entidade, todavia, seu patri-
mônio está a serviço do bem estar dos associados e não em prol da 
obtenção de resultados econômicos.
Fundações
As fundações representam uma forma jurídica pela qual uma pessoa, 
o instituidor, destaca uma parte de seu patrimônio para atender a um 
fim específico.
Segundo o Código Civil, a fundação pode ser constituída por escritura 
pública ou testamento que represente a vontade do instituidor em efetuar a 
dotação de parte de seus bens livres para determinado fim, podendo especi-
ficar no ato de sua constituição a forma pela qual ele deseja que esses bens 
sejam administrados.
Existe certa limitação quanto às finalidades das fundações, podendo 
elas, segundo o Código Civil, serem constituídas para as finalidades de: 
assistência social; cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e 
artístico; educação; saúde; segurança alimentar e nutricional; defesa, preser-
vação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento 
sustentável; pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, 
modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações 
e conhecimentos técnicos e científicos; promoção da ética, da cidadania, da 
democracia e dos direitos humanos; e atividades religiosas.
15
Organizações religiosas
O Código Civil estabelece que a criação de organizações religiosas seja 
livre, não podendo o poder público negar seu reconhecimento ou registro.
A Organização Religiosa constitui-se de uma pessoa jurídica, sem fins 
lucrativos, que congrega pessoas físicas ou jurídicas na vivência de uma ativi-
dade religiosa. 
Elas representam uma pluralidade de pessoas para a prática do culto e da 
fé. Envolvem um carisma eclesial e vivencial.
Embora possuam imunidade tributária, as organizações religiosas estão 
obrigadas a cumprirem as obrigações legais e acessórias.
Partidos políticos
O Brasil é um país de múltiplos partidos. A pluralidade de siglas que 
atuam em nossa democracia é bastante ampla e, muitas vezes, se amplia 
ainda mais, em função de acordos políticos visando a eleições e/ou ajustes de 
representatividade nas instâncias dos poderes.
Mas o que são os partidos políticos em termos jurídicos?
A resposta a essa pergunta é dada pela Lei 9.096/95, na qual é possível se 
encontrar a seguinte definição: “[…] o partido político, pessoa jurídica de 
direito privado, destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, 
a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamen-
tais definidos na Constituição Federal.” (BRASIL, 1995).
Apesar de pertencerem ao direito privado, ospartidos políticos são 
regidos por leis específicas, portanto, possuem sua forma de constituição e 
funcionamento definidos especificamente para tratar de suas peculiaridades. 
Isso se deve, em grande parte, ao aspecto da representatividade e garantia da 
manutenção do regime democrático que rege nosso país.
Conforme Lei nº 9.096/1995, na defesa da democracia, por exemplo, a Lei 
assegura aos partidos, muito similarmente ao que ocorre no caso das insti-
tuições religiosas, liberdade para a criação, incorporação e fusão, desde que 
se assegure a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo 
e os direitos humanos.
Além disso, os partidos políticos possuem autonomia para definirem sua 
estrutura interna, a sua organização e o seu funcionamento.
16
Sociedades e empresas individuais de responsabilidade 
limitada
As pessoas jurídicas tratadas nos parágrafos anteriores podem ser classifi-
cadas como pertencentes ao grupo das entidades sem fins lucrativos.
Em termos contábeis, geralmente utilizamos a denominação de entidades 
do terceiro setor, ou seja, o conjunto de associações, fundações e demais 
entidades sem fins econômicos de geração de lucro que prestam determi-
nados serviços ou congregam pessoas em torno de determinados ritos, cultos 
ou movimentos.
Agora, vamos tratar de formas jurídicas utilizadas para a realização de 
atividades com objetivo econômico, ou seja, que possuem como finalidade 
a geração de lucro aos seus proprietários, sócios ou acionistas. Aliás, essas 
entidades envolvem muitos relacionamentos que extrapolam os interesses 
dos proprietários. Dependendo do porte e da sua amplitude de atuação, elas 
geram interesses para grupos, denominados de stakeholders, como: investi-
dores, fornecedores, instituições financeiras, poderes públicos nacionais e 
internacionais, entre outros. 
Essas entidades possuem regulamentações específicas na área do Direito 
Privado por meio, por exemplo, do Código Civil, Comercial, Tributário 
Nacional, de Defesa do Consumidor, entre outras legislações que afetam 
direta ou indiretamente a atividade empresarial.
No processo de registro, por exemplo, podemos ter diferenças entre 
as formalidades exigidas para o tipo de empresa comercial. Podemos ter 
processos que cabem a esse tipo de empresa, mas que não são aplicáveis no 
caso de empresas prestadoras de serviços.
Segundo o Código Civil, as atividades empresariais são exercidas pela 
pessoa do empresário, que é considerado como aquele que exerce profissio-
nalmente uma atividade com fins econômicos. Essas atividades podem ser 
relacionadas à produção ou à circulação de bens e de serviços. Em resumo, 
podemos considerar, na perspectiva contábil, que empresário é aquele que 
profissionalmente produz, comercializa ou presta serviços com fins lucrativos.
Sociedades
O Código Civil define uma sociedade como sendo o resultado da 
celebração de um contrato entre pessoas. Por meio desse contrato, elas 
assumem o compromisso recíproco de contribuir com bens e serviços para a 
sociedade em prol de uma atividade. 
17
Segundo a mesma lei Código Civil (BRASIL, 2002), a atividade empresa-
rial pode se restringir a um ou mais negócios determinados.
Na sociedade, também, é prevista a partilha, a divisão dos resultados 
obtidos pela atividade entre aqueles que as formam. Em termos contábeis 
isso se traduz pela distribuição de lucros.
A partir dessa definição podemos conhecer os tipos de sociedades que 
resultam em tipos jurídicos diferentes de empresas. 
A tipificação da sociedade, por sua vez, implica em direitos e obriga-
ções específicas, por isso, no processo de constituição, deve se considerar a 
definição adequada do tipo de sociedade que regerá a atividade empresarial 
em desenvolvimento.
Existem implicações contábeis e jurídicas a partir dessa definição, 
portanto, fica evidente a necessidade do acompanhamento do processo de 
constituição de uma empresa por profissionais contadores e advogados.
Reflita
São vários os tipos de pessoas jurídicas previstas pela legislação brasi-
leira. Para quase todas as iniciativas empreendedoras, temos formas 
jurídicas apropriadas. 
Sendo assim, diante desta afirmação, é justificável nos mantermos 
na informalidade enquanto empreendedores? Pense sobre os pontos 
positivos e negativos dessa prática.
Tipos de sociedades
A primeira divisão envolvendo as sociedades no contexto do Código 
Civil se dá pela classificação em dois tipos distintos:
• Sociedade empresária.
• Sociedade simples.
Essa classificação se dá considerando a natureza do objeto social. Embora 
o próprio Código Civil preveja a possibilidade de haver outras condições 
expressas, é considerada sociedade empresária aquela constituída e regis-
trada para exercer atividade própria de empresário.
Vale aqui relembrarmos que empresário é aquele que exerce profissio-
nalmente uma atividade com fins econômicos, relacionada à produção ou à 
circulação de bens e de serviços, portanto, se uma sociedade for constituída 
18
para exercer essas atividades nas condições previstas em Lei, ela necessaria-
mente é considerada como empresária.
O Código Civil considera ainda que, independentemente do objeto, 
toda sociedade anônima é considerada como empresária. Isso significa que 
a constituição de uma S/A implica em direitos e obrigações atribuíveis às 
sociedades empresárias independentemente de seu objeto social. No mesmo 
sentido as cooperativas são consideradas como sociedades simples.
Além das cooperativas classificadas expressamente no Código Civil, são 
consideradas como simples todas as outras sociedades que não atendam aos 
critérios de classificação como empresárias.
Tipos de sociedades empresárias/empresas
O tipo mais comum de sociedade praticada no Brasil é a Sociedade de 
Responsabilidade Limitada. Nesse tipo de sociedade, também conhecida 
por sua sigla LTDA, existe a limitação da responsabilidade dos sócios em 
relação às possíveis obrigações geradas por insolvência da pessoa jurídica. 
Eles respondem até o limite de sua participação ou quotas na sociedade.
Nesse tipo de sociedade o capital social é divido em quotas, devendo os 
sócios definir em contrato sua participação em termos de quotas e percen-
tuais, além do prazo e da forma de integralização do capital social. A integra-
lização poderá ser feita no ato da constituição ou em parcelas com prazo 
definido em cláusula específica no contrato social.
O outro tipo de sociedade, muito conhecido por conta da possibilidade 
de negociações em bolsa de valores, é a Sociedade Anônima. Esse tipo de 
sociedade (S/A) se caracteriza pela divisão de seu capital em ações, e os 
portadores dessas ações são denominados de acionistas.
Diferentemente do que ocorre no caso da LTDA, a S/A não possuiu a 
atribuição dos nomes dos seus proprietários nos seus documentos de consti-
tuição. Isso é justamente o que caracteriza o anonimato dos acionistas.
Existe ainda no ordenamento jurídico brasileiro, mais especificamente no 
Código Civil, a previsão da Sociedade em Nome Coletivo.
Nesse tipo de sociedade existe a igualdade de responsabilidade entre os 
sócios, embora seja possível se especificar no contrato social a responsabili-
dade deles.
Não existe, nesse tipo de sociedade, uma denominação social, mas 
tão somente os nomes dos sócios ou as iniciais desses nomes seguidos da 
expressão “& CIA”.
19
Outra característica dessa sociedade é a de que somente os sócios podem 
administrá-la, diferentemente da sociedade LTDA, na qual se nomeia um 
administrador no contrato social.
A Sociedade por Comandita Simples se caracteriza por envolver dois 
tipos de sócios. Um grupo é o responsável pelas obrigações fiscais e finan-
ceiras. Esse grupo se denomina comanditados. Noutro grupo, denominado 
de comanditários, a responsabilidade é limitada.
Nesse sentido, esse tipo de sociedade se caracteriza pelo fato de que parte 
dos sócios é responsável pela integralização das quotas e tem responsabili-
dade limitada, não se envolvendo com a administraçãoda sociedade. Já a 
outra parte é responsável pelo capital e também pelo trabalho, cabendo a eles 
a administração da sociedade.
Esse tipo de sociedade contempla, geralmente, empresas pequenas e 
que exploram atividades menos complexas, como prestação de serviços 
e comércio.
Empresas que desejam especificar, em contrato, os sócios com ou sem 
responsabilidade limitada, optam por esse tipo de sociedade, pois fica estabe-
lecido no contrato quem responde e quem não responde pelas dívidas da 
empresa em caso de insolvência.
Esse tipo de sociedade opera na forma de firma ou razão social, não 
sendo permitida a denominação social.
A Sociedade em Comandita por Ações é similar à sociedade anônima 
em termos de estrutura de capital, pois também envolve a divisão em ações. 
Todavia, no caso da sociedade em comandita por ações, o exercício da ativi-
dade empresarial se dá na forma de denominação ou firma. Ela é gerida por 
um ou mais diretores nomeados.
Nesse tipo de sociedade não pode haver um estranho à sociedade na 
condição de administrador, ou seja, apenas o acionista pode ser administrador.
Como exemplo desse tipo de sociedade, estão as empresas que pretendem 
separar seus sócios em dois grupos: parte deles fica responsável pela gestão 
do negócio e respondem pelas dívidas da empresa de forma ilimitada. No 
outro grupo estão os sócios que adquirem ações; esses respondem, porém, 
até o limite de seus investimentos.
Os gestores, diferentemente das S/A, são nomeados no próprio estatuto 
da empresa, portanto, esse tipo de sociedade atende àquelas empresas que 
não desejam contar com conselhos de administração, mas, tão somente, com 
gestores definidos no estatuto.
20
Esse tipo de sociedade contempla médias e grandes empresas que 
exploram atividades mais complexas, como exportações, importações de 
produtos controlados, por exemplo.
Sociedades desse tipo podem operar tanto com razão como com denomi-
nação social.
Empresa Individual de Responsabilidade Limitada
Esse tipo de empresa surgiu como uma solução para a antiga prática no 
Brasil de se abrir empresas a partir da inclusão de um sócio “fictício”.
Ocorre que antes de 2002, com o advento do Código Civil reformu-
lado, para se constituir uma sociedade com responsabilidade limitada, era 
necessário que houvesse pelo menos dois sócios, não sendo permitida a 
limitação de responsabilidade quando a forma jurídica da empresa fosse a de 
empresa individual.
A EIRELI, como é conhecida a Empresa Individual de Responsabilidade 
Limitada, constitui-se a partir de uma única pessoa, possuindo as mesmas 
condições em termos de responsabilidade observadas na empresa 
LTDA convencional.
Na oportunidade das discussões sobre o processo de constituição, 
aprofundaremos as exigências para que seja aberta uma empresa sob esse 
tipo jurídico.
Como se pode observar, a legislação proporciona várias opções para a 
formalização das entidades, sejam elas empresárias ou não.
Microempresa Individual (MEI)
No Brasil, a informalidade atinge números exorbitantes e isso se deve, em 
grande parte, à burocracia e custos para se abrir um negócio.
Com vista à redução da informalidade, criou-se a condição para que 
determinadas atividades, com determinados limites de faturamento e com 
limites de funcionários, pudessem se formalizar sem os custos e obrigações 
acessórias comuns aos demais tipos de empresas.
A figura do MEI atende principalmente a atividades com baixo fatura-
mento, mas que são representativos na nossa economia pela quantidade de 
profissionais atuantes.
Para que um profissional possa se enquadrar como MEI, por exemplo, 
ele não pode ser sócio de outra empresa e deve faturar um valor máximo por 
21
ano, determinado pelo governo, e ter no máximo um funcionário, ou seja, 
corresponde a uma grande parte da realidade de pequenos negócios.
Exemplificando
Se, por exemplo, um marceneiro que trabalhou durante anos na infor-
malidade deseja formalizar o seu negócio, ele pode constituir uma 
Microempresa Individual (MEI). Basta que o marceneiro tenha seu 
faturamento dentro do limite legal e conte com no máximo um funcio-
nário. Pronto: dessa forma ele poderá usufruir dos benefícios de ter sua 
empresa legalmente correta, como, por exemplo, prestar serviços a um 
órgão público.
Tivemos a oportunidade de conhecer o conceito e as características 
das pessoas jurídicas no Brasil. Nossa base de consulta, nesse sentido, é o 
Código Civil, porém ficou evidente que outras legislações afetam direta ou 
indiretamente as atividades empresariais e as demais atividades sem finali-
dade lucrativa.
Destacamos que existem dois grupos principais de sociedades: as empresá-
rias com finalidade de obtenção de lucro e as simples, com outras finalidades.
O que diferencia os tipos jurídicos de sociedades, além da questão da 
finalidade, é a estrutura de sociedade envolvendo as relações entre os sócios, 
o tipo de divisão do capital e, principalmente, as responsabilidades dos sócios.
Nesta seção você teve a oportunidade de conhecer, sob a perspectiva 
contábil, os tipos e finalidades das entidades. As associações, fundações, 
organizações religiosas, e partidos políticos. As sociedades e empresas indivi-
duais de responsabilidade limitada, além dos tipos de empresas no Brasil, 
discutindo os aspectos contábeis, patrimoniais e de responsabilidade.
Agora é com você. Bom trabalho!
Sem medo de errar
Você foi contratado como contador e está orientando dois sócios Sr. D. e 
Srª. V. no processo de abertura de uma ferramentaria.
Seu desafio é responder, na forma de um relatório, às questões feitas 
pelos sócios.
Essas respostas devem se basear nas características de cada tipo de 
empresa conforme apresentado no item Não pode faltar.
22
Como sugestão para a solução dessa situação problema, são propostas 
algumas respostas conforme segue:
Em relação à pergunta “Nós poderíamos atuar como pessoas físicas 
mesmo? Sem abrir uma empresa?”, você deverá explicar que a atuação empre-
sarial envolve uma atividade com finalidade lucrativa, no caso da ferramen-
taria, os sócios estão investindo na nova empresa com a intenção de obterem 
resultados positivos a partir da atividade empresarial.
Sendo assim, eles necessitam abrir uma pessoa jurídica e não podem 
operar legalmente na condição de pessoas físicas, até porque o patrimônio 
que estará em jogo é o da empresa da qual ambos fazem parte. Isso precisa 
estar documentado e legalizado.
Sobre a pergunta “Caso nós atuássemos apenas com consertos de equipa-
mentos, sem vender, isso mudaria alguma coisa no tipo de empresa e no 
processo de abertura?”, explique que a atividade empresarial, conforme define 
o Código Civil brasileiro, envolve as atividades de produção e circulação de 
bens e serviços, portanto, na condição de prestadores de serviços a atividade 
da empresa permaneceria sendo considerada como empresarial, sendo assim 
os tipos jurídicos seriam os mesmos das sociedades empresariais utilizadas 
para a comercialização.
Quanto ao aspecto de abertura, seriam respeitados os trâmites específicos 
para cada tipo de sociedade, portanto, haveria sim diferenças em relação aos 
registros e procedimentos de uma empresa comercial, pois, como vimos 
nesta seção, existem legislações específicas para determinadas atividades, 
como é o caso do Código Comercial brasileiro.
Sobre a pergunta “Podemos deixar parte do capital para integralizar 
depois? Como isso funciona?”, cabe explicar que sim. A integralização 
poderá ser feita no ato da constituição ou em parcelas com prazo definido 
em cláusula específica no contrato social.
Sobre poder abrir uma associação ou fundação em vez de empresa, 
explique que não, pois associação e fundação se referem a sociedades simples, 
ou seja, sociedades não empresariais, e, portanto, não podem ter finalidade 
lucrativa como é o caso da ferramentaria em processo de abertura.
E com relação às responsabilidades como sócios e às obrigações da 
empresa, e se terão que honrar com dívidas da empresa caso elanão pague?
Bem, isso dependerá do tipo de sociedade que será utilizada para a 
constituição e registro da empresa. No caso sugere-se que seja constituída 
uma sociedade do tipo LTDA, ou seja, a responsabilidade dos sócios está 
23
limitada à sua participação percentual e ao valor de suas quotas, conforme 
está descrito no contrato social da empresa.
Claro que esse é o pontapé inicial da atividade contábil e, ao orientar os 
sócios e tirar todas as suas dúvidas sobre a empresa que pretendem constituir, 
você revisou vários conteúdos vistos na seção e possibilitou compreender os 
diferentes tipos de pessoas jurídicas previstas na legislação brasileira. Pois 
são muitos detalhes, regras e legislação a serem seguidas. 
Parabéns pelo trabalho, e vamos em frente!
Avançando na prática
E se fosse uma fundação?
Chegou à sua empresa uma pessoa chamada Dona B., que é costureira e 
está querendo formalizar sua microempresa. Ela não possui experiência com 
abertura de empresa, afinal ela atua há muitos anos na informalidade.
Dona B. ouviu falar em fundações e deseja saber se para atuar no ramo de 
costura legalmente ela pode abrir uma fundação.
Seu desafio é explicar a ela as diferenças entre entidades com e sem finali-
dade de lucro, e exemplificar cada uma das formas jurídicas das entidades 
sem fins lucrativos.
Depois explique a ela sobre o tipo de empresa que ela está desejando 
abrir, se ela tem ou não finalidade lucrativa. 
Para responder à dúvida de sua provável nova cliente, você deverá explicar 
que existem diferenças entre entidades que visam lucro e aquelas que não 
visam lucro. Detalhe essas diferenças e dê exemplo de entidades sem fins 
lucrativos de cada um dos tipos jurídicos sem finalidade de lucro. Para isso, 
você precisa saber do conceito de lucro, conhecer as atividades das associa-
ções, fundações, organizações religiosas e partidos políticos, além de saber as 
principais características envolvendo essas pessoas jurídicas.
Perceba que sua atenção inicial à Dona B. é importante. Procure manter o 
foco e a atenção nela, esclarecendo pedagogicamente suas dúvidas, pois isso 
gerará mais confiança em relação ao seu trabalho e aumentará as chances de 
ela contratar você para acompanhar sua empresa mesmo depois de aberta.
24
Resolução da situação-problema
Para a correta orientação à Dona B., primeiramente é necessário que seja 
explicado a ela que uma fundação pode ser constituída tanto por uma pessoa 
física como por uma pessoa jurídica.
Deve haver o destaque de bens e patrimônio que estará a serviço da 
fundação. Esse destaque estará descrito no estatuto ou testamento que deu 
origem à fundação.
O Código Civil estabelece que as fundações podem operar nas seguintes 
finalidades: assistência social; cultura, defesa e conservação do patrimônio 
histórico e artístico; educação; saúde; segurança alimentar e nutricional; 
defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desen-
volvimento sustentável; pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias 
alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de 
informações e conhecimentos técnicos e científicos; promoção da ética, da 
cidadania, da democracia e dos direitos humanos; e atividades religiosas.
Nesse caso, nenhuma dessas atividades se enquadra na que ela deseja atuar.
E também importante salientar que se a fundação envolver atividades 
específicas, ela é uma entidade sem fins lucrativos, portanto, igualmente não 
se enquadra no caso dela. Afinal o serviço de costura que ela presta é sua 
fonte de renda, portanto, possui finalidade lucrativa.
A principal diferença entre empresas com finalidade lucrativa está no 
fato de gerarem lucro e distribuírem esse lucro entre os investidores. Isso 
não ocorre no caso das entidades sem fins lucrativos, que obrigatoriamente 
deverão reinvestir seus superávits na própria atividade, sendo vedada a 
distribuição de resultados entre os associados.
Faça valer a pena
1. Uma das características brasileiras é a de envolver muitas pessoas produ-
zindo, comercializando ou prestando serviços na informalidade.
Essa é uma questão tão relevante que envolve a necessidade de políticas 
públicas que permitam a formalização do trabalho e, consequentemente, 
maior acesso dos empreendedores aos benefícios que uma empresa formali-
zada proporciona.
Dentre as ações que podemos citar como incentivo à formalização, está a 
criação de leis específicas.
25
Nesse sentido, sabe-se que no Brasil existe uma ação de incentivo à formali-
zação das empresas.
Assinale a alternativa que apresenta essa ação:
a. Criação da Lei de Responsabilidade Fiscal.
b. Criação da Sociedade de Responsabilidade Limitada.
c. Criação da Microempresa Individual.
d. Extinção da Empresa Individual.
e. Extinção da Sociedade em Comandita Simples.
2. Um dos processos mais importantes inerentes à constituição e registro 
das entidades é a escolha do tipo jurídico sob o qual ela será constituída.
O tipo de sociedade, bem como sua forma jurídica, interfere em alguns 
aspectos importantes das relações entre sócios, e entre esses está a pessoa 
jurídica em operação.
Diante da intenção de um grupo de sócios em separar as responsabilidades, 
bem como a administração da sociedade, qual seria a opção jurídica de 
constituição dessa entidade?
Nesse sentido, analise as afirmativas a seguir.
I. O tipo ideal para o objetivo dos sócios, nesse caso, seria constituir 
uma Sociedade de Responsabilidade Limitada, pois dessa forma 
parte dos sócios poderia ficar responsável pela integralização 
das quotas e ter responsabilidade limitada, envolvendo-se com a 
administração da sociedade. Já a outra parte ficaria responsável pelo 
capital e também pelo trabalho, não se envolvendo, então, com a 
administração da sociedade.
II. O tipo ideal para o objetivo dos sócios seria constituir uma Socie-
dade em Comandita Simples, pois dessa forma parte dos sócios 
poderia ficar responsável pela integralização das quotas e ter respon-
sabilidade limitada, não se envolvendo com a administração da 
sociedade. Já a outra parte ficaria responsável pelo capital e também 
pelo trabalho, cabendo a eles a administração da sociedade.
III. No tipo de sociedade que deveriam constituir, os sócios teriam as 
mesmas condições e estariam ambos os sócios sujeitos à mesma 
responsabilidade, todavia um dos grupos precisaria abrir mão de 
26
suas quotas no caso de insolvência da sociedade para não responder 
pelos problemas financeiros por ela gerados.
É correto o que se afirma em:
a. I, II e III.
b. I, apenas. 
c. II e III, apenas.
d. I e II, apenas.
e. II, apenas.
3. A Constituição Federal garante que determinadas pessoas jurídicas não 
tenham a intervenção proibitiva do Estado na sua estruturação e funciona-
mento.
Essa prerrogativa visa garantir a democracia e a condição de liberdade da 
população em relação às suas escolhas pessoais.
Nesse sentido, podemos fazer duas afirmações:
I. A organização religiosa é um exemplo de entidade que não pode ter 
seu registro e autorização de funcionamento negado pelo Estado, 
PORQUE
II. Ela não está sujeita às obrigações acessórias que outros tipos de 
entidades possuem.
Assinale a alternativa correta:
a. A asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I.
b. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II justifica a I.
c. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II, falsa.
d. A asserção I é uma proposição falsa e a II, verdadeira.
e. As asserções I e II são proposições falsas.
27
Seção 2
Instrumentos de constituição e registro das 
Pessoas Jurídicas
Diálogo aberto
Caro aluno, é importante conhecermos alguns conceitos e compre-
endermos alguns detalhes técnicos relacionados tanto aos documentos 
de constituição como aos tipos específicos de empresas, como é o caso da 
Microempresa Individual.
É comum que os empreendedores, principalmente os de primeira viagem, 
tenham muitas dúvidas quanto à forma de constituir bem como de gerirsuas empresas.
Essas dúvidas também ocorrem nas situações de constituição e desenvol-
vimento de micro e de pequenos negócios. É o que acontece, por exemplo, 
quando um determinado empresário resolve abrir sozinho uma microem-
presa para prestar serviços gerais em residências. Os chamados “Maridos de 
Aluguel”.
Nesse sentido, os conteúdos a serem trabalhados aqui vão trazer a 
base para que você possa conhecer as principais características de uma 
Microempresa Individual (MEI), além de conhecer os instrumentos utili-
zados para a constituição, alteração e extinção das pessoas jurídicas.
Esses conteúdos são fundamentais para garantir que as formalidades 
constitutivas estejam corretamente cumpridas.
Agora, você deve avançar no processo de abertura da empresa.
No decorrer da reunião com os sócios, o Sr. D. fez mais uma pergunta: 
“Eu e a Srª. V. poderíamos abrir, em vez de uma sociedade, uma MEI para 
cada um, a fim de atuar com a nossa empresa?”
Ao executar essa etapa da situação-problema, você deverá ser capaz 
de conhecer e explicar as principais características de uma Microempresa 
Individual, além de destacar o tipo de pessoa jurídica a ser utilizado para a 
constituição de uma empresa com fins lucrativos.
Para responder a essa dúvida, você deverá elaborar um relatório, e nele 
descrever, como forma de argumentação, as principais características envol-
vendo o tipo de empresa MEI apresentadas aqui. No texto, você precisa 
28
explicar ao sócio que lhe fez a pergunta se é ou não possível, em vez de 
abrirem uma sociedade, abrirem duas MEI.
Adicionalmente ao seu relatório, depois de responder à dúvida do Sr. 
D., você precisa descrever qual o instrumento de constituição e qual o tipo 
jurídico que será utilizado para a ferramentaria que está sendo constituída.
No seu contexto profissional, você concorda que terá muitas oportuni-
dades para ajudar os empresários que desejam formalizar suas empresas? 
Certamente serão questionados por eles, portanto, é importante ter 
o domínio em relação aos documentos necessários para a constituição e 
registro das pessoas jurídicas, além de conhecer os principais tipos jurídicos 
que envolvem a formalização de empresas. Nesse caso, em especial, a 
Microempresa Individual – MEI.
Não pode faltar
Instrumentos de constituição de pessoas jurídicas
A formalização de uma pessoa jurídica constitui uma série de ritos 
jurídicos e administrativos que precisam ser devidamente respeitados, para 
garantir a segurança jurídica necessária a todos que de alguma forma se 
relacionam com a entidade que está sendo criada.
Os acordos entre sócios, em um primeiro momento, impactam a própria 
sociedade entre eles, porém, a partir do momento que a nova entidade está 
constituída e inicia as suas operações, ela impacta muitas outras pessoas. 
A esse conjunto de pessoas impactadas pela operação de uma organização 
denomina-se de stakeholders.
Sociedades empresárias, por exemplo, “[…] configuram modelos de 
empresas que visam à exploração do objeto principal da empresa não apenas 
pelos seus proprietários, mas sim pela utilização da mão de obra de terceiros.” 
(VALENTINA; CORRÊA, 2019, p. 22).
Como garantia da segurança jurídica, portanto, para que uma entidade 
pessoa jurídica adquira direitos e obrigações e possa operar legalmente, ela 
necessita cumprir os ritos legais de constituição. O mesmo se aplica a altera-
ções e à extinção da sociedade.
Segundo o Código Civil (BRASIL, 2002), as pessoas jurídicas podem ser 
de direito público ou privado. Elas devem ser submetidas ao registro, no ato 
de sua constituição, nos órgãos competentes.
29
Ata de constituição
As entidades sem fins lucrativos, como é o caso das associações, funda-
ções, organizações religiosas, entre outras, envolvem a vontade de uma ou 
mais pessoas que estão imbuídas de um objetivo, geralmente social e sem a 
finalidade de obtenção de lucro.
As Sociedades Anônimas e cooperativas, que geralmente desenvolvem 
atividades empresariais, também são formadas a partir da reunião de pessoas 
com objetivos comuns.
Tanto no primeiro caso como no segundo, o envolvimento de pessoas 
representa o elemento principal de formação dessas entidades, portanto, 
a formalização das relações entre essas pessoas é necessária para que haja 
segurança jurídica para todos os envolvidos, bem como para aqueles que de 
alguma forma se relacionarão com ela.
Desde o primeiro contato formal até a conclusão do processo de consti-
tuição e registro dessas entidades existem documentos e formalidades que 
precisam ser cumpridas.
É nesse sentido que a reunião de fundação de uma associação, de uma 
fundação, de uma organização religiosa ou de um partido político, assim 
como de uma S/A ou de uma cooperativa, deve ser devidamente registrada 
em um documento denominado ata.
A ata representa um documento no qual são registradas as deliberações 
dos conselhos ou assembleias reunidas para determinada finalidade.
A primeira reunião de qualquer uma dessas entidades geralmente tem 
o objetivo de fundação da própria entidade, ou seja, nela é deliberada pelos 
membros presentes a criação formal da entidade.
A ata derivada da reunião ou da assembleia inicial dos membros da 
entidade é denominada de Ata de Fundação ou Ata de Constituição.
Formalidades intrínsecas da ata
A ata dever ser redigida e assinada por um dos membros do conselho que 
está reunido ou por um terceiro especificamente designado para isso. 
O redator da ata também assina o documento declarando que as informa-
ções ali registradas refletem fielmente as discussões e deliberações da reunião.
Outra pessoa importante que constará dos registros da ata é a figura do 
presidente da reunião ou da assembleia. Cabe a ele conduzir as discussões 
e votações.
30
É importante salientar que a reunião ou assembleia de fundação da 
entidade deve ser antecedida por um edital no qual deverá ser divulgado com 
antecedência de pelo menos sete dias, além de ser amplamente divulgada, 
inclusive em meio de comunicação de grande circulação ou abrangência.
O secretário da reunião (quem está responsável pelo registro da mesma 
na respectiva ata) fará a leitura do edital para que todos os presentes tomem 
ciência de que o rito de convite ou convocação para a reunião ou assembleia 
foi cumprido.
A ata de fundação deverá indicar por extenso o dia, mês, ano, horário e 
local da reunião.
Deverá indicar quem secretariou e quem presidiu a reunião.
Deverá trazer a expressão de que os presentes na reunião, na condição 
de fundadores, resolvem fundar a associação (entidade) tal. Deve indicar o 
nome da entidade.
Deverá ser indicada a sede da entidade.
Deve informar que o projeto de estatuto (que será discutido e aprovado 
na reunião) foi lido por quem secretariou a reunião.
Deve informar que, após as discussões, o projeto de estatuto, agora 
estatuto da entidade, foi aprovado por um número “x” de votos ou de forma 
unânime pelos participantes.
Uma vez aprovado o estatuto, a ata também indicará os membros que 
assumirão as diretorias da associação bem como o conselho fiscal. Todos eles 
eleitos na forma previamente determinada pelo estatuto da entidade.
A ata, finalmente, trará a fala do presidente da reunião declaran-
do-a encerrada.
A ata é datada e devidamente assinada (e suas vias rubricadas) por todos 
os presentes.
Estatutos
Depois de apresentadas os diferentes tipos de pessoas jurídicas de 
direito privado: associações, sociedades, fundações, organizações religiosas 
e partidos políticos, além das Empresas Individuais de Responsabilidade 
Limitada – EIRELI, de acordo com o Código Civil, é possível a identificação 
de dois grupos distintos: um que compreende as entidades sem fins lucra-
tivos, representadas pelas associações, fundações, organizações religiosas e 
31
partidos políticos, e outro pelas empresas com fins lucrativos, como é o caso 
das sociedades empresárias.
O primeiro grupo de entidades possui característica diferente no tocante 
aos interesses dos seus fundadoresquando comparado com as sociedades 
empresárias. Importa menos a relação contratual entre os sócios, e mais a 
instituição em si.
Para essas entidades, assim como para algumas sociedades empresárias 
específicas, o instrumento de constituição é o estatuto social. Esse instru-
mento é utilizado para a constituição de: sociedades anônimas, conhecidas 
como S/A, sociedades cooperativas, sociedade em comandita por ações e 
para as entidades sem fins lucrativos.
Exemplificando
Um novo condomínio está sendo aberto em uma cidade do interior de 
um estado brasileiro. Trata-se de uma importante marca de empreendi-
mento imobiliário, conhecida em grandes capitais brasileiras.
O contador Sr. M. está providenciando a constituição da pessoa jurídica 
que representará o grupo de moradores.
Na primeira assembleia o assunto principal da pauta foi justamente a 
forma pela qual o condomínio seria regulamentado.
Na oportunidade, o contador explicou que será constituída uma 
associação, uma pessoa jurídica caracterizada por reunir pessoas físicas 
que possuem um objetivo comum que, no caso, é gerir as atividades 
condominiais.
Ela será constituída a partir de um estatuto social, que determinará 
todas as normas sob as quais os associados estarão submetidos ao fazer 
parte da associação. 
O estatuto determinará também as regras de representação da 
associação, ou seja, quem responderá juridicamente por ela.
A representação da associação envolve, geralmente, a formação das 
seguintes diretorias: diretoria financeira, diretoria administrativa, 
diretoria social e diretoria técnica. 
O estatuto também determinará a formação do conselho fiscal bem 
como as normas de eleição, mandato e condições para o exercício da 
presidência e a vice-presidência da associação, entre outras informações.
No caso desses tipos jurídicos de organizações não há tanta significância 
referente à questão do ajuste contratual entre os sócios, ao contrário, o que 
importa nesse caso é garantir condições para que haja o engajamento de 
pessoas que compartilham do mesmo objetivo da entidade que foi constituída. 
file:///Z:\Ensino_Superior\04_ORIGINAIS_E_FORNECEDORES\KLS 2.0\2020_01\PRÁTICAS CONTÁBEIS I\Elaborar\Seção 1.2\2. finalizado\U1S2_Elaborar.docx#tituloExemplificando
32
Nesse sentido elas “[…] são criadas como instituições, ofertando a terceiros a 
possibilidade de adesão […]” (MAMEDE; MAMEDE, 2017, p. 49).
Os sócios de uma instituição como essas não são contratantes entre si, 
mas sim, aderem a condições preestabelecidas em estatuto.
Dessa forma, ao aderir a uma associação, um sócio (no caso específico, 
o associado), deverá dar ciência de que conhece e compreende as normas e 
regulamentos, bem como o estatuto que orienta as atividades da entidade.
Formalidades intrínsecas do estatuto social
O estatuto social, conforme previsto na legislação, em especial na Lei nº 
6.404/1976 (BRASIL, 1976) e no Código Civil (BRASIL, 2002) e descrito em 
Mamede e Mamede (2017) deve conter:
• A denominação social, ou seja, sob qual denominação a insti-
tuição operará.
• Localização da sede, ou seja, a cidade e UF onde está situada a sede 
da instituição.
• Período de duração do estatuto, se determinado ou indeterminado.
• Capital social expresso em reais.
• O objeto social, ou seja, o tipo de operação a que se destina a insti-
tuição. Geralmente estão contempladas no objeto social as atividades 
previstas e codificadas por meio do Código Nacional de Atividades 
Econômicas – CNAE.
• Número e qualificação das ações que compõem o capital da companhia.
• Forma de constituição e funcionamento do conselho fiscal.
• Data final do exercício social, ou seja, determinação do período no 
qual serão elaboradas as demonstrações financeiras.
Contrato social
Assim como qualquer documento, o contrato social é o instrumento que 
será utilizado para dirimir qualquer dúvida relacionada à sociedade, bem 
como envolvendo as atribuições, responsabilidades e representatividade 
dos sócios.
O contrato social requer muita atenção daqueles que o assinarão, no caso 
os sócios, pois a partir do momento que ele esteja devidamente registrado, 
33
passa a constituir-se como peça jurídica. Por isso exigem-se determinadas 
formalidades em relação ao contrato social.
Assimile
O aspecto formal e de validade do contrato social pressupõe que ele 
não pode conter entrelinhas, nem emendas ou rasuras. Qualquer um 
desses elementos pode invalidar o instrumento. Em casos de necessi-
dade específica, pode-se fazer uma ressalva no próprio instrumento.
Nesse sentido, se a entidade for constituída sob a forma de sociedade 
empresária, ou seja, conforme o Código Civil, aquelas que exercem atividade 
econômica organizada envolvendo a circulação de bens e serviços, o instru-
mento de constituição é o contrato social. 
“Uma vez definido o tipo de sociedade aplicável (no caso, a sociedade 
empresária limitada), é necessário que seja efetuada a opção por uma das 
formas de constituição a seguir: sociedade, individual.” (VALENTINA; 
CORRÊA, 2019, p. 22). Uma vez optado por uma dessas duas formas de 
sociedade deve-se elaborar o contrato social.
O mesmo ocorre no caso de sociedades simples, ou seja, também é por 
contrato social que se efetua a constituição de uma sociedade simples. Segundo 
Paiva e Álvares (2017, p. 98) “O registro ou inscrição do ato constitutivo 
(contrato) junto ao Registro Civil de Pessoas Jurídicas confere personalidade 
jurídica à sociedade simples, dando início a sua existência legal […]”.
O contrato social é, portanto, o instrumento utilizado para a constituição, 
e será objeto também de alteração e extinção das pessoas jurídicas.
Formalidades intrínsecas do contrato social
Ele deve conter a assinatura de todos os sócios e, em determinados estados 
brasileiros, de testemunhas, além da assinatura de um advogado que tem por 
objetivo dar ciência sobre a correção em relação aos aspectos formais e legais 
do instrumento.
Assimile
De acordo com o estatuto da advocacia, Lei nº 8.906/1994 (BRASIL, 
1994), todo ato ou contrato constitutivo de pessoa jurídica, ou seja, todo 
contrato social, para ser registrado precisa ser visado por advogado.
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Segundo o que determina o Código Civil (BRASIL, 2002), o contrato 
social deverá conter:
• Nome e qualificação dos sócios, sejam pessoas físicas ou jurídicas. Essa 
qualificação deverá conter a nacionalidade, o estado civil (solteiro ou 
casado), a profissão exercida e a residência dos sócios, pessoas físicas. 
No caso de pessoas jurídicas, deve trazer a firma ou a denominação, a 
nacionalidade, bem como o endereço da sede.
• O contrato deve determinar, ainda, a denominação sob a qual a socie-
dade operará, o seu objeto social e a sede da organização.
• Deverá trazer o prazo determinado ou indeterminado da sociedade.
• O capital social expresso em valores monetários.
• As quotas de capital de cada sócio, bem como a forma de integrali-
zação do capital, podendo ser em espécie, bens, direitos ou serviços.
• No caso de integralização na forma de serviços, o contrato trará 
também a forma como esses serviços serão executados.
• A indicação do responsável ou dos responsáveis pela administração 
da sociedade, bem como seus poderes e atribuições nessa condição.
• A responsabilidade e participação dos sócios nos lucros e perdas.
• A definição sobre a responsabilidade ou não subsidiária dos sócios 
sobre as obrigações assumidas pela sociedade.
Exemplificando
A divisão do capital social de uma pessoa jurídica de responsabilidade 
limitada (LTDA) é expressa no contrato social. Dessa forma, cada sócio 
possui um número de quotas que lhe garante uma participação percen-
tual sobre o patrimônio da sociedade.Para exemplificar, veja o caso da sociedade “Z” a seguir:
SÓCIO QUOTAS
“A” 25.000
“B” 35.000
“C” 40.000
TOTAL 100.000
De acordo com a distribuição das quotas de capital dessa sociedade, é 
possível se chegar aos percentuais de cada sócio sobre o patrimônio da 
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sociedade dividindo-se a quantidade de quotas de cada um pelo total 
de quotas (100.000).
No caso em questão ter-se-ia:
SÓCIO QUOTAS
“A” 25.000 / 100.000 x 100 = 25%
“B” 35.000 / 100.000 x 100 = 35%
“C” 40.000 / 100.000 x 100 = 40%
TOTAL 100.000
O instrumento contrato social, portanto, é o responsável pela constituição 
jurídica da sociedade, pela determinação de como ela operará e o tempo de 
sua existência.
Quando ocorre uma alteração em qualquer um dos elementos contra-
tuais descritos anteriormente, é necessário que seja feito o que se denomina 
de alteração contratual, ou seja, é elaborado um termo no qual se especi-
ficam as alterações envolvendo cláusulas do contrato original, devendo esse 
instrumento ser submetido aos mesmos ritos de registro do contrato social. 
Geralmente a alteração contratual traz a expressão: “as demais cláusulas não 
atingidas por esse instrumento permanecem inalteradas”.
Assim como ocorre no caso do contrato social, as alterações devem ser 
aprovadas pelos sócios que assinarão o instrumento de alteração e providen-
ciarão seu registro em órgão competente.
É importante observar que as modificações do contrato 
social que tenham por objeto quaisquer matérias indicadas 
no art. 997 do Código Civil dependem do consentimento de 
todos os sócios. (PAIVA; ÁLVARES, 2017, p. 164)
Já no caso de encerramento das atividades ou dissolução da sociedade, 
é elaborado o distrato social. Em resumo, ele constitui a forma jurídica pela 
qual se dissolve a sociedade, descrevendo como os bens, direitos e obrigações 
da sociedade serão realizados e pagos, bem como a divisão do patrimônio 
remanescente, caso haja.
O distrato também especifica as responsabilidades individuais dos antigos 
sócios sobre possíveis obrigações da dissolvida sociedade.
Assim como ocorre no caso das alterações contratuais, o distrato também 
será submetido ao rito de registro nos órgãos competentes.
36
Segundo Paiva e Álvares (2017) para que seja efetuado o cancelamento 
do registro de uma sociedade simples, por exemplo, é necessário que haja 
um requerimento, a elaboração do distrato social e sua publicação no Diário 
Oficial da União – DOU.
Reflita
Geralmente o início de um negócio é marcado pela esperança e pelo 
bom relacionamento entre os sócios. Todos eles, no início, estão em 
busca de um objetivo comum. Porém, diante de uma grande dificul-
dade, como por exemplo, se a empresa não vai bem, podem ocorrer 
situações de desacordos e conflitos entre eles. Como ficaria, nesse caso, 
a situação de uma contenda judicial entre sócios se não houvesse um 
contrato estabelecendo as condições da sociedade?
Microempresa Individual - MEI
A criação da Microempresa Individual – MEI tem como pano de fundo 
a política governamental de incentivo à formalização das microempresas no 
país, sendo que para isso visa diminuir a burocracia e incentivar a legalização 
das microempresas.
Segundo o Portal do Empreendedor MEI, do Governo Federal, por 
exemplo, a iniciativa de aprimoramento do portal faz parte de um projeto 
que visa diminuir a burocracia e melhorar a vida das microempresas do 
país: “O projeto tem foco na melhoria do ambiente de negócios, na redução 
da burocracia e na agilidade dos processos de gestão das micro e pequenas 
empresas.” (BRASIL, 2019, [s.p.]).
O processo de registro do MEI é bastante facilitado a partir dessa plata-
forma, que conta com várias opções para o esclarecimento de dúvidas e 
execução de cadastramento e registro.
São condições para que seja feita essa opção de legalização de empresa, 
segundo o Portal, dados ajustados em 2018:
1. Faturar até no máximo R$ 81.000,00 por ano, ou R$ 6.750,00 por mês.
2. Não ser sócio, administrador ou titular de outra empresa.
3. Ter no máximo um funcionário.
4. Exercer uma atividade econômica que esteja prevista no Anexo XI, 
da Resolução CGSN nº 140, de 22 de maio de 2018 (BRASIL, 2018).
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Reflita
A Microempresa Individual (MEI) representa uma ação governamental 
que tem por objetivo incentivar a formalização das microempresas. Visa 
tirar microempresários da informalidade. Considerando esse objetivo e 
seus reflexos, esse tipo de política possui algum efeito na economia de 
um país? Seria esse efeito positivo ou negativo? Que tal refletir sobre isso?
A partir dos conteúdos tratados nesta seção, pode-se perceber que o 
processo de constituição das pessoas jurídicas possui uma série de forma-
lidades, sendo a principal delas a elaboração e registro do instrumento que 
regula as relações sociais durante a existência da entidade, nesse caso, o 
contrato social, o estatuto social e a ata de constituição.
Também é possível identificar o esforço por parte do Governo Federal em 
criar mecanismos que simplifiquem a formalização de microempresas, como, 
por exemplo, viu-se a partir do estudo das Microempresas Individuais – MEI.
A prática contábil, portanto, possui uma vasta área de atuação no que se 
refere aos processos de formalizações das pessoas jurídicas, requerendo de 
seus profissionais um profundo conhecimento da legislação, mas, principal-
mente, das normas e regulamentos que impactam direta ou indiretamente 
esse importante processo.
Sem medo de errar
A solução da situação problema que foi proposta aqui envolve identificar 
as características da Microempresa Individual (MEI). Afinal o sócio Sr. D. 
questionou se poderia abrir uma para ele e outra para a sua sócia Srª V.
No caso deve-se levar em conta:
• Esse tipo de empresa não permite sócio, envolve um indivíduo.
• Existe um limite de R$ 81.000,00 por ano de faturamento, ou seja, 
R$ 6.750,00 por mês.
• Existem atividades específicas que permitem esse tipo de constituição 
de empresa; deve ser consultado o anexo XI da Resolução CGSN 
140/18. Trata-se de uma resolução do Comitê Gestor do Simples 
Nacional da Receita Federal do Brasil. 
Dessa forma fica evidente que não é possível a abertura de uma MEI 
para cada sócio, portanto, você deverá indicar uma Sociedade Por Cotas de 
Responsabilidade Limitada para os sócios.
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Quanto ao documento a serem utilizados para constituir esse tipo de 
sociedade, informe que se trata do Contrato Social. Nele será possível estabe-
lecer as quotas de participação bem como todas as demais regras que regerão 
a sociedade que atuará no ramo de ferramentaria.
Avançando na prática
Constituição de uma igreja
Uma das características da atividade religiosa é a de envolver a reunião 
de pessoas, algumas integrantes da gestão administrativa e geralmente 
todas, reúnem-se a partir de um mesmo culto e da fé. Elas participam como 
membros a partir de uma relação de fé e de compartilhamento de crenças e 
costumes comuns.
Em um bairro periférico de uma grande cidade, o Pastor F. deseja consti-
tuir uma organização religiosa para que sua igreja possa operar legalmente, 
podendo assumir direitos e obrigações perante outras pessoas. Nesse sentido, 
ele contratou você para efetuar o processo de abertura da pessoa jurídica que 
representará a igreja.
Seu objetivo é explicar ao pastor o tipo de pessoa jurídica que será consti-
tuída e as principais características desse tipo de entidade.
Cabe a você elaborar um relatório com essas informações e entregar 
formalmente ao pastor.
Resolução da situação-problemaO primeiro passo para a solução da situação-problema é definir, no 
relatório, o tipo de pessoa jurídica que será constituída no processo de legali-
zação da igreja, conforme determina o inciso IV do art. 44 do Código Civil 
(BRASIL, 2002).
Nesse caso será constituída uma organização religiosa que, segundo 
o Código Civil brasileiro, constitui-se de uma entidade onde reúnem-se 
membros em torno de um culto e da fé, além de exercer algumas atividades 
de assistência a seus membros e à sociedade de acordo com sua missão.
Ela é constituída por meio de um estatuto organizacional que definirá as 
normas de funcionamento e gestão.
39
Complementarmente, o relatório deverá indicar que se trata de uma 
entidade sem finalidade lucrativa e que, dessa forma, não envolverá distri-
buição de resultados.
Todas as informações importantes relativas à organização religiosa 
deverão estar previstas no estatuto organizacional, portanto, esse será o 
instrumento que direcionará o trabalho dos gestores da entidade. Incluindo 
aspectos fiscais, tributários, contábeis e jurídicos entre outros.
Faça valer a pena
1. Existem políticas governamentais voltadas para o incentivo da formali-
zação das atividades empresariais. Dentre essas políticas está a que criou a 
MEI – Microempresa Individual.
Nesse sentido, qual das alternativas traz uma afirmação correta em relação a 
esse tipo de empresa?
Assinale a alternativa correta:
a. A MEI pode ter apenas um sócio.
b. A MEI não pode faturar mais do que R$ 5.000,00 por mês.
c. Existe uma limitação de que a MEI pode ter no máximo um funcionário.
d. Somente ramos de prestação de serviços podem constituir MEI.
e. Os ramos passíveis de constituição de MEI são regulados por Lei Municipal.
2. Um dos documentos utilizados no processo de constituição de uma 
sociedade empresária é o contrato social. Ele expressa as normas sob as quais 
a sociedade será regida.
Dentre os aspectos legais do contrato social está a obrigatoriedade de ele ser 
visado por um advogado. Outra característica do contrato social é que:
Assinale a alternativa correta.
a. Ele determina expressamente a participação dos sócios no patrimônio 
da entidade.
b. Ele indica expressamente os tipos de tributos sobre os quais entidade 
estará sujeita.
c. Ele tem validade de cinco anos, precisando ser reformulado após esse 
período.
40
d. O contrato social se aplica exclusivamente nos casos de entidades sem 
fins lucrativos.
e. Ele deve ser assinado pelo contador que assume as mesmas responsa-
bilidades dos sócios.
3. Um dos instrumentos para o registro e legalização de entidades sem fins lucra-
tivos é o estatuto. Ele é utilizado para o caso, por exemplo, de uma associação. 
Existem aspectos normativos envolvendo o registro dessas entidades. Dentre 
as normas está a obrigatoriedade de ser elaborado um Estatuto Social e a Ata 
de Constituição, como é o caso da constituição da Associação Beneficente “Y”.
Sobre o estatuto e a ata da associação “Y” podem ser feitas algumas afirmações:
I. No estatuto estão expressas as normas que regerão a entidade.
II. É no estatuto que se registra o que foi discutido na reunião de consti-
tuição da entidade.
III. A Ata de Constituição é um instrumento jurídico.
Analisando as afirmações, podemos dizer que estão corretas:
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. III, apenas.
d. I, II e III.
e. I e III, apenas.
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Seção 3
Órgãos e processo de registro das Pessoas 
Jurídicas
Diálogo aberto
Você avançou bastante em termos de conhecimento, concorda? 
Agora chegou o momento de, finalmente, descrever em termos documen-
tais necessários ao processo de registro da ferramentaria que está sendo 
constituída pelos sócios Sr. D. e Srª. V.
Ao executar essa etapa da situação-problema, você deverá ser capaz de 
reconhecer os documentos, os órgãos e os passos necessários para o registro 
da nova pessoa jurídica.
Os conteúdos trabalhados nesta seção envolvem a identificação dos 
tipos de documentos para cadastro, bem como as inscrições nos órgãos 
públicos competentes.
É estudada, ainda, a necessidade de licenças especiais de funcionamento 
das pessoas jurídicas cuja atividade exige esse tipo de procedimento.
Você conhecerá o processo de constituição e registro das pessoas jurídicas, 
bem como a periodicidade dos cadastros e renovações necessárias.
A situação-problema envolve a execução, por meio da descrição de 
documentos e processos, da abertura da ferramentaria com a qual você 
vem trabalhando.
Você deve se colocar na posição do contador responsável por executar 
todos os processos de constituição e registro da ferramentaria para que o Sr. 
D. e a Srª. V. possam iniciar sua atividade empresarial comercial.
Para solucionar a situação-problema, você deverá, em uma primeira 
etapa (etapa 1), identificar e descrever os documentos necessários para o 
registro da empresa. 
O produto dessa etapa será um checklist, uma lista de itens que não 
podem faltar no processo de constituição da empresa.
Na segunda etapa (etapa 2), descreva a ordem pela qual os registros e 
inscrições devem ser executados, indicando onde será feito o primeiro 
processo de registro ou arquivamento dos documentos. Na sequência, 
indique qual o próximo órgão ao qual você deverá se dirigir para registrar a 
42
empresa e assim sucessivamente, até que todo o processo esteja concluído e a 
ferramentaria esteja habilitada para iniciar as duas atividades.
Nesta seção, vamos adentrar nos conteúdos necessários para responder às 
questões tratadas aqui, portanto, estudá-los em profundidade é fundamental 
para sua consultoria no caso da ferramentaria. Não se esqueça das sugestões 
de leitura, reflexão, sugestões de pesquisa e exemplos que estão disponibili-
zados ao longo da seção, pois todo esse conteúdo lhe servirá como base para 
a sua atuação profissional, principalmente na orientação de empreendedores 
e de futuros empresários durante o processo de abertura de suas empresas.
Não pode faltar
Tipos de cadastros e inscrições nos órgãos públicos
Caro aluno, antes de se executar a constituição e registro de uma empresa, 
é importante que você conheça quais os órgãos relacionados a esse processo.
Entenda que cada esfera da administração pública, seja município, estado 
ou governo federal, possui um órgão responsável pela gestão das receitas 
derivadas dos tributos de sua competência de arrecadação.
Segundo Endeavor (2019), os processos envolvendo as esferas de 
governo nos quais são executados os registros das pessoas jurídicas, sejam 
de abertura, alteração ou encerramento das atividades, estão organizados em 
etapa municipal, estadual e federal.
Em cada uma dessas esferas são executadas consultas, inscrições, regis-
tros e cancelamentos de inscrições. Esses procedimentos são executados 
junto ao órgão responsável em cada esfera de governo, a saber:
• Municípios: nas Secretarias das Fazendas Municipais, responsá-
veis pela gestão das receitas derivadas dos tributos municipais, 
dentre os quais se destacam: o Imposto sobre Serviços de Qualquer 
Natureza – ISSQN, o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis 
– ITBI, o Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana – IPTU, as 
Contribuições de Melhoria, as Taxas de Alvará/Licenciamento, e a 
Taxa de Coleta de Lixo.
• Estados: nas Secretarias das Fazendas Estaduais, que são as responsá-
veis pela gestão das receitas derivadas dos tributos estaduais, dentre 
os quais se destacam: o Imposto sobre Circulação de Mercadorias 
e Serviços – ICMS, o Imposto sobre Propriedade de Veículos 
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Automotores – IPVA, e o Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis 
e Doação – ITCMD.
• Governo Federal: na Secretaria da Fazenda Federal, que é a respon-
sável pela gestão das receitas derivadas dos tributos federais, dentre 
os quais se destacam: o Imposto sobre Importação – II, o Imposto 
sobre Exportação – IE, o Imposto de Renda – IR, o Imposto sobre 
Produtos Industrializados – IPI, o Programa de Integração Social 
– PIS, a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social

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