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TEORIA MICROECONOMICA DEMANDA Profa. Ma. Brena Carvalho Manaus - 2021 Aula 2 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO AMAZONAS – UEA ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA – EST DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À ECONOMIA F U N DA ME N TO S DA MI C RO E C O N O M I A ▪ A Microeconomia, ou Teoria de Preços, é a parte da teoria econômica que estuda o comportamento das famílias e das empresas e os mercados nos quais operam; ▪ A Microeconomia não tem seu foco específico na empresa, mas no mercado no qual as empresas e consumidores interagem; ▪ Estuda o funcionamento da oferta e da demanda na formação do preço no mercado, isto é, o preço obtido pela interação do conjunto de consumidores com o conjunto de empresas que fabricam um dado bem ou serviço; ▪ Para analisar um mercado específico, a Microeconomia se vale da hipótese de que tudo o mais permanece constante (em latim, ceteris paribus); ▪ Por exemplo, sabe-se que a demanda de uma mercadoria é normalmente mais afetada por seu preço e pela renda dos consumidores. Para analisar o efeito do preço sobre a demanda, supõe-se que a renda permanece constante (ceteris paribus); D I V I S Ã O D O E S T U D O DA MI C RO E C O N O MI A I) Teoria da Demanda Teoria do Consumidor (demanda Individual) Demanda de Mercado II) Teoria da Oferta Oferta Individual Teoria da Produção Teoria dos Custos de Produção Oferta de Mercado III) Análise e Estruturas de Mercados Mercado de bens e serviços Concorrência perfeita Concorrência monopolística Monopólio Oligopólio Mercado de insumos e fatores de produção Concorrência perfeita Monopsônio Oligopsônio IV) Teoria do equilíbrio geral e do bem-estar V) Imperfeições de Mercado: Externalidades, Bens Públicos, Informação Assimétrica ❑ F U N DA M E N TO S DA T E O R I A DA D E M A N DA ▪ Os fundamentos da análise da demanda estão alicerçados no conceito subjetivo de utilidade. A utilidade representa o grau de satisfação ou bem-estar que os consumidores atribuem a bens e serviços que podem adquirir no mercado; ▪ Supõe-se que, dada a renda e dados os preços de mercado, o consumidor, ao demandar um bem ou serviço, está maximizando a utilidade ou satisfação que ele atribui ao bem ou serviço; ▪ A Teoria do Valor Utilidade pressupõe que o valor de um bem se forma por sua demanda, isto é, pela satisfação que o bem representa para o consumidor; ▪ A Teoria do Valor Utilidade contrapõe-se à chamada Teoria do Valor Trabalho, desenvolvida pelos economistas clássicos (Malthus, Smith, Ricardo, Marx). T E O R I A DA D E M A N DA ❑ F U N D A M E N TO S D A T E O R I A D A D E M A N D A : U T I L I D A D E T O TA L E U T I L I D A D E M A R G I N A L ▪ A Utilidade Total tende a aumentar quanto maior a quantidade consumida do bem ou serviço; ▪ A Utilidade Marginal, que é a satisfação adicional (na margem) obtida pelo consumo de mais uma unidade do bem, e decrescente; ▪ Lei da Utilidade Marginal Decrescente; ▪ O chamado paradoxo da água e do diamante ilustra por que os preços dependem basicamente da utilidade marginal, e não da utilidade total. T E O R I A DA D E M A N DA ❑ D E F I N I Ç Ã O D E D E M A N DA ▪ A demanda de um bem pode ser entendida como as várias quantidades desse bem, por unidade de tempo que os consumidores desejam adquirir, dada sua renda, seus gostos, o preço de mercado e o preço dos bens relacionados. ▪ A demanda representa o máximo que o consumidor dada sua renda e os preços de mercado podem adquirir. ▪ A curva de demanda mostra o quanto o consumidor pode adquirir, dadas as várias alternativas de preços de um bem ou serviço. T E O R I A DA D E M A N DA ❑ N O Ç Õ E S S O B R E E Q U I L Í B R I O D O C O N S U M I D O R : O S C O N C E I T O S D E C U R V A D E I N D I F E R E N Ç A E R E TA O R Ç A M E N T Á R I A ▪ A Teoria da Demanda tem como hipótese básica que o consumidor está maximizando sua utilidade ou bem-estar, limitado por seu nível de renda e pelos preços de bens e serviços que pretende adquirir no mercado. ▪ A curva de indiferença (Cl) é um instrumental gráfico que serve para ilustrar as preferências do consumidor. Uma curva de indiferença representa todas as combinações de cestas de mercado que fornecem o mesmo nivel de satisfação a um consumidor; ▪ A curva de indiferença apresenta duas características básicas: Inclinação negativa e Convexidade em relação à origem; ▪ Quanto mais alta a Cl, maior a satisfação que o consumidor pode obter no consumo dos dois bens. T E O R I A DA D E M A N DA ❑ C U RVA D E I N D I F E R E N Ç A T E O R I A DA D E M A N DA Mapa de Indiferença ❑ N O Ç Õ E S S O B R E E Q U I L Í B R I O D O C O N S U M I D O R : O S C O N C E I T O S D E C U R V A D E I N D I F E R E N Ç A E R E TA O R Ç A M E N T Á R I A ▪ A restrição orçamentária é o montante de renda disponível do consumidor, em dado período de tempo. Ela limita as possibilidades de consumo, condicionando quanto ele pode gastar; ▪ Define-se linha de preços ou reta orçamentária como as combinações máximas possíveis de bens, dados a renda do consumidor e os preços dos bens; ▪ Se o consumidor deseja maximizar seu nível de utilidade deverá procurar alcançar, dada sua restrição orçamentária, a curva de indiferença mais alta que for possível; ▪ O equilíbrio do consumidor, é alcançado no ponto em que sua reta orçamentária tangenciar sua curva de indiferença, não haverá incentivos para que ele realize uma realocação de sua renda gasta no consumo dos dois bens; T E O R I A DA D E M A N DA ❑ R E S T R I Ç Ã O O R Ç A M E N T Á R I A E E Q U I L Í B R I O D O C O N S U M I D O R T E O R I A DA D E M A N DA 𝑃𝑥𝑋 + 𝑃𝑦𝑌 = 𝑀Formalmente temos: Linha de orçamento Equilíbrio do consumidor ❑ VA R I Á V E I S Q U E A F E TA M A D E M A N D A T E O R I A DA D E M A N DA ▪ A demanda de um bem ou serviço pode ser afetada por muitos fatores, tais como: • riqueza (e sua distribuição); • renda (e sua distribuição); • preço dos outros bens; • fatores climáticos e sazonais; • propaganda; • hábitos, gostos, preferências dos consumidores; • expectativas sobre o futuro; • facilidades de crédito (disponibilidade, taxa de juros, prazos). ❑ A F U N Ç Ã O D E M A N D A T E O R I A DA D E M A N DA ▪ A função demanda é colocada como dependente das seguintes variáveis, consideradas as mais relevantes e gerais, pois costumam ser observadas na maioria dos mercados de bens e serviços: 𝒒𝒊 𝒅 = 𝒇(𝒑𝒊, 𝒑𝒔, 𝒑𝒄, 𝑹, 𝑮) onde: 𝒒𝒊 𝒅 = quantidade demandada do bem i em dado período; pi = preço do bem i; ps = preço dos bens substitutos ou concorrentes; pc = preço dos bens complementares; R = renda do consumidor; G = gostos, hábitos e preferências do consumidor. ❑ R E L A Ç Ã O D A Q U A N T I D A D E D E M A N D A E O P R E Ç O D O B E M T E O R I A DA D E M A N DA ▪ Pela Lei Geral da Demanda, a quantidade demandada de um bem ou serviço varia na relação inversa de seu preço, ceteris paribus: 𝒒𝒊 𝒅 = 𝒇 𝒑𝒊 𝑠𝑢𝑝𝑜𝑛𝑑𝑜 𝑝𝑠, 𝑝𝑐 , 𝑅, 𝐺 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 Então, ∆𝒒𝒊 𝒅 ∆𝒑𝒊 < 0 ▪ Por que ocorre essa relação inversa entre o preço e a quantidade demandada de um bem ou serviço? T E O R I A DA D E M A N DA ❑Efeito Renda e Efeito Substituição ▪ Uma redução no preço de uma mercadoria tem dois efeitos. O efeito renda e o efeito substituição. ▪ O efeito substituição corresponde a modificação no consumo de um bem associada a uma variação em seu preço, mantendo-se constante o nível de satisfação. ▪ Essa substituição é caracterizada por um movimento ao longo da curva de indiferença. ▪ O efeito renda corresponde a variação no consumo de um bem ocasionada pelo aumento do poder aquisitivo, mantendo-se constante seu preço. ▪ Esse efeito refleti o movimento feito pelo consumidor de uma curva de indiferença para outra, mede a variação do poder aquisitivo do consumidor. ▪ Assim, a curva convencional da demanda é negativamente inclinada. T E O R I A DA D E M A N DA ❑Efeito Renda e EfeitoSubstituição Efeito total Efeito total Efeito Substituição ∆ Preço ∆ nos Preços relativos ∆ no consumo ∆ na renda real ∆ no consumo Efeito Renda • Supondo uma redução no preço do alimento T E O R I A DA D E M A N DA ❑A curva de demanda ▪ Duas propriedades importante da curva de demanda: a) O nível de utilidade varia a medida que nos movemos ao longo da curva; b) A cada ponto da curva de demanda, o consumidor estará maximizando a utilidade ao satisfazer a condição de que a TMS = P1/P2. ▪Existe uma exceção à lei geral da demanda, conhecida como Paradoxo de Giffen, em que a curva de demanda é positivamente inclinada; T E O R I A DA D E M A N DA ❑ Relação entre quantidade demanda e preços de outros bens ou serviços ▪ A relação da quantidade demandada de um bem ou serviço com os preços de outros bens ou serviços dá origem a dois importantes conceitos: bens substitutos e bens complementares. ▪ Uma mudança no preço de um bem pode provocar mudança na demanda de outros bens. A direção da mudança depende do tipo de bem em questão, isto é, se é substituto ou complementar. ▪ Dois bens são substitutos se um aumento no preço de um deles ocasiona um aumento na quantidade demandada do outro. Ex.: Carne e frango; margarina e manteiga. ▪ Dois bens são complementares se um aumento no preço de um deles ocasionar uma redução na quantidade demandada do outro. Ex.: Celular e carregador; Tacos e bolas de beisebol, gasolina e óleo de motor. T E O R I A DA D E M A N DA ❑ Relação entre quantidade demanda e preços de outros bens ou serviços ▪ Supondo aumento no preço da carne, o que acontece com a demanda de frango? ▪ Supondo aumento no preço dos automóveis, o que acontece com a gasolina? D E M A N DA I N D I V I D UA L ❑ Relação entre quantidade demanda de um bem e renda do consumidor ▪ Em relação a renda dos consumidores podemos ter três situações distintas: a) ∆𝒒𝒊 𝒅 ∆𝑹 > 0: bem normal – aumentos da renda levam ao aumento da demanda do bem; b) ∆𝒒𝒊 𝒅 ∆𝑹 < 0: bem inferior – aumentos da renda levam à queda da demanda do bem; c) ∆𝒒𝒊 𝒅 ∆𝑹 = 0: bem de consumo saciado ou neutro – aumentos da renda do consumidor, não aumentará a demanda do bem. ▪ Vale ressaltar que essa classificação depende da classe de renda à qual pertencem os consumidores. T E O R I A DA D E M A N DA ▪ Bem Normal ▪ Bem Inferior ❑ Relação entre quantidade demanda de um bem e renda do consumidor ▪ Bem de consumo saciado T E O R I A DA D E M A N DA ▪ Campanha: beba mais leite ▪ Campanha: o fumo é prejudicial a saúde ❑ Relação entre quantidade demanda de um bem e hábitos dos consumidores (G) ▪ Os hábitos, preferências ou gostos (G) podem ser alterados, “manipulados” por propaganda e campanhas promocionais. Podemos ter campanhas para aumentar o consumo ou para diminuir o consumo de bens. D E M A N DA D E M E R C A D O ❑De onde surgem as curvas de demanda? ▪ A demanda de mercado é a soma das demandas individuais dos consumidores. ▪ A medida que mais consumidores entram no mercado a demanda se desloca para a direita. O B S E RVA Ç Õ E S A D I C I O N A I S S O B R E A D E MA N DA ❑Variações na demanda e variações na quantidade demandada ▪ As variações da demanda dizem respeito ao deslocamento da curva da demanda, em virtude de alterações em ps, pc, R ou G (ou seja, mudanças na condição ceteris paribus). ▪ Variação na quantidade demandada refere-se ao movimento ao longo da própria curva de demanda, em virtude da variação do preço do próprio bem pi, mantendo as demais variáveis constantes E XC E D E N T E D O C O N S U MI D O R ▪ O excedente do consumidor é a diferença entre o preço que um consumidor estaria disposto a pagar por uma mercadoria e o preço que realmente paga a adquirir tal mercadoria. 𝐸𝐶 = 𝑟1 − 𝑝 +⋯+ 𝑟𝑛 − 𝑝 Em que r1 é o preço disposto a pagar e p é o preço real do produto. ▪ Ex: Suponha que um consumidor estivesse disposto a pagar R$ 40 em um ingresso de um show, embora precisasse pagar apenas R$ 20? Os R$ 20 que foram economizados corresponde ao excedente do consumidor. ▪ Quando se conhece a curva de demanda, pode-se facilmente calcular o excedente do consumidor. D E MA N DA D E ME R C A D O ❑Excedente do consumidor Ex: Suponha que um consumidor esteja disposto a pagar $20 em um ingresso, mas ele vale $14. 𝐸𝐶 = 𝑟1 − 𝑝 +⋯+ 𝑟𝑛 − 𝑝 𝐸𝐶 = 20 − 14 + 19 − 14 + 18 − 14 + 17 − 14 + 16 − 14 + 15 − 14 = 21 D E MA N DA D E ME R C A D O ❑Excedente do consumidor ▪ Quando a curva de demanda não é uma linha reta, o excedente do consumidor é medido pela área abaixo da curva de demanda de mercado e acima da linha do preço. Nesse caso, essa curva em linha reta é uma aproximação, então calculamos a área do triangulo para encontrar o excedente do consumidor. 𝐸𝐶 → Á𝑟𝑒𝑎 = 𝑏. ℎ 2 = 6 × (20 − 14) 2 = 18 Lembrando: Para calcular essas áreas para o excedente do consumidor se utiliza do cálculo de integrais. Qual a importância econômica do excedente do consumidor? F O R MATO DA C U RVA D E D E MA N DA ▪ A curva de demanda pode ser calculada estatisticamente, empiricamente, baseada em dados da realidade. Podemos ter funções do tipo linear, potência, hiperbólica etc., dependendo dos dados numéricos coletados. Função Linear: 𝑞𝑖 𝑑 = 3 − 0,5𝑝𝑖 + 0,2𝑝𝑠 − 0,1𝑝𝑐 + 0,9𝑅 Função Potência: 𝑞𝑖 𝑑 = 5𝑝𝑖 −0,2. 𝑝𝑠 0,3. 𝑝𝑐 −0,1. 𝑅1,2 ▪ Os sinais dos coeficientes indicam se a relação entre a quantidade demandada e a variável é direta ou inversamente proporcional. ▪ Por essa razão, no cálculo estatístico da função de demanda, o coeficiente do preço do bem deve ser sempre negativo, o coeficiente do preço do bem substituto deve ser sempre positivo, o coeficiente do preço do bem complementar deve ser sempre negativo e o da renda deve ser positivo (quando o bem é normal). E XE R C Í C I O S 1) Quais são os fatores que afetam a demanda? 2) Quando acontece um deslocamento da curva de demanda? 3) Quando acontece um movimento ao longo da curva de demanda? 4) Como se obtém a curva de demanda de mercado? 5) Qual a diferença entre bens complementares e bens substitutos? 6. Dados qx = 30 - 1,5px + 0,8py + 10R, pede-se: a) O bem y é complementar ou substituto de x? Por quê? b) O bem x é normal ou inferior? Por quê? c) Supondo que: px = 1; py = 2 e R = 100 qual a quantidade demandada de x? R E F E R Ê N C I A S ▪ PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. 8. ed. – São Paulo : Pearson Education do Brasil, 2013. ▪ VASCONCELLOS, M.A.S. Economia: Micro e Macro, 4ª edição, São Paulo:Editora Atlas, 2006. ▪ VASCONCELLOS, M.A.S. e GARCIA, M.E. Fundamentos de Economia, 4ª edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2011.
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