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TEORIA DA PRODUÇÃO E DOS CUSTOS Profa. Ma. Brena Carvalho Manaus - 2021 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO AMAZONAS – UEA ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA – EST DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À ECONOMIA Aula 6 e 7 T E O R I A DA P RO D U Ç Ã O E D O S C U S TO S ▪ A teoria da produção mostra como uma empresa toma decisões de produção com base na minimização dos custos; ▪ O conhecimento da teoria da produção e dos custos é de fundamental importância para a administração econômica de uma empresa; Quantos equipamentos e quanta mão de obra deverão ser empregados em novas fábricas? Para aumentar a produção, deve-se contratar mais trabalhadores ou abrir novas fábricas? Que custos esperar para o próximo ano? Como os custos variam ao longo do tempo? Como o nível de produção afeta os custos de produção? T E O R I A DA P RO D U Ç Ã O ❑ Conceitos básicos ▪ Firma: unidade técnica que produz bens; ▪ Fator de produção ou insumo: tudo aquilo que a empresa utiliza no processo produtivo. Ex: mão de obra e capital. ▪ Produção: transformação dos fatores adquiridos pela empresa em produtos para a venda no mercado; ▪ Função de produção: relação que mostra qual a quantidade obtida do produto a partir da quantidade utilizada dos fatores de produção; ▪ Processo de produção: técnica por meio da qual um ou mais produtos são obtidos a partir da utilização de determinadas quantidades de fatores de produção. ❑ As decisões empresariais sobre a produção T E O R I A DA P RO D U Ç Ã O ▪ As decisões das empresas sobre a produção podem ser entendidas em três etapas: Tecnologia de produção Restrições de custos Escolha de insumos Determina que a transformação de insumos em produtos é possível. A medida que a tecnologia se torna mais avançada, uma empresa pode obter maiores volumes de produção. As empresas precisam levar em conta o preço do trabalho, do capital e de outros insumos, deverá se preocupar com o custo de produção. Dada a tecnologia de produção, o preço do trabalho e outros insumos, a empresa necessita escolher quanto de cada insumo vai usar em seu processo produtivo. ❑ A função de produção T E O R I A DA P RO D U Ç Ã O ▪ A função de produção indica a quantidade máxima que uma empresa pode obter dado o emprego que ela faz dos n fatores de produção; Podemos escrevê-la como: 𝑦 = 𝑓 𝑥1, 𝑥2, … , 𝑥𝑛 Em que, y é a produto e x1,...,xn são os fatores de produção. ▪ Essa equação nos mostra que a quantidade do produto depende da quantidade de insumos. ❑ Distinção entre fatores de produção fixos e variáveis e entre curto e longo prazos T E O R I A DA P RO D U Ç Ã O ▪ Na Teoria Microeconômica, a questão do prazo está definida em termos da existência ou não de fatores fixos de produção. ▪ Fatores de produção fixos são aqueles que permanecem inalterados, quando a produção varia; ▪ Fatores de produção variáveis se alteram com a variação da quantidade produzida. ▪ O curto prazo é definido como o período no qual existe pelo menos um fator de produção fixo; ▪ O longo prazo é definido como o horizonte de tempo em que a empresa é capaz de ajustar o emprego de todos os fatores de produção. ❑ Produção no curto prazo T E O R I A DA P RO D U Ç Ã O ▪ Considerando dois fatores de produção, capital (K) e trabalho (L). Sendo a mão-de- obra variável e o capital. A função de produção fica: Como K é fixo no curto prazo, a função produção fica: ▪ Assim, a única maneira de aumentar a produção é aumentando o insumo variável, isto é o trabalho, ceteris paribus. 𝒚 = 𝒇(𝑳,𝑲) 𝒚 = 𝒇(𝑳) T E O R I A DA P RO D U Ç Ã O Produto total Produto médio Produto marginal ▪ O produto marginal é sempre positivo quando o volume de produção é crescente. ▪ E negativo quando o volume é decrescente. ▪ 𝑃𝑀𝑔𝐿 > 𝑃𝑀𝐿 , o produto médio é crescente. ▪ 𝑃𝑀𝑔𝐿 < 𝑃𝑀𝐿 , o produto médio é decrescente. ▪ 𝑃𝑀𝑔𝐿 = 𝑃𝑀𝐿 , o produto médio é máximo. ▪ Após o ponto E, acréscimos do fator trabalho, diminuirão o produto, devido a Lei dos Rendimentos Decrescentes. PMgL = 0 ▪ Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes T E O R I A DA P RO D U Ç Ã O ▪ A lei dos rendimentos marginais decrescentes diz que, à medida que aumenta o uso de um insumo em incrementos iguais, mantendo-se fixo os demais insumos, chega-se a um ponto que a produção adicional resultante decresce; ▪ Essa lei entra em ação quando houver muitos funcionários, de maneira que alguns se tornarão ineficientes e o produto marginal do trabalho apresentará uma queda; ▪ Geralmente se aplica ao curto prazo; ▪ Descreve um produto marginal declinante, mas não necessariamente negativo; ▪ Mesmo que um processo produtivo apresente rendimentos decrescentes, um avanço tecnológico pode aumentar a produtividade do fator trabalho. ❑ Produção no curto prazo ❑ Produção no longo prazo T E O R I A DA P RO D U Ç Ã O ▪ Considerando dois fatores de produção, capital (K) e trabalho (L). Sendo ambos os fatores de produção variáveis. A função de produção fica: ▪ A função de produção poderá ser representada por isoquantas, isto é, semelhante a uma curva semelhante a CI; ▪ Representa todas as possíveis combinações de insumos que resultam no mesmo volume de produção. ▪ Ordenam níveis de produção, demonstram a flexibilidade que as empresas tem quando tomam decisões de produção. 𝒚 = 𝒇(𝑳,𝑲) ❑ Produção no longo prazo T E O R I A DA P RO D U Ç Ã O ▪ A taxa marginal de substituição técnica (TMST) ▪ A inclinação de uma isoquanta mostra o volume de cada insumo que pode ser substituído por determinada quantidade de outro, mantendo-se a produção constante; ▪ Quando se remove o negativo, essa inclinação passa a ser denominada de TMST; 𝑇𝑀𝑆𝑇 = − ∆𝐾 ∆𝐿 ▪ A TMST do trabalho por capital é a quantidade que se pode reduzir do insumo capital quando se utiliza uma unidade adicional de insumo trabalho; ▪ Uma TMST decrescente implica na convexidade das isoquantas, nos mostra que a produtividade de qualquer unidade de insumo pode ser limitada. ❑ Produção no longo prazo T E O R I A DA P RO D U Ç Ã O ▪ A taxa marginal de substituição técnica (TMST) ▪ A medida que se adiciona uma quantidade maior de trabalho ao processo produtivo, em substituição ao capital, a produtividade de mão de obra cai; A inclinação da isoquanta em qualquer ponto mede a TMST. (𝑃𝑀𝑔𝐿) ∆𝐿 + (𝑃𝑀𝑔𝐾) ∆𝐾 = 0 𝑇𝑀𝑆𝑇 = 𝑃𝑀𝑔𝐿 𝑃𝑀𝑔𝐾 = − ∆𝐾 ∆𝐿 O produto adicional resultante de maior utilização de trabalho é (𝑃𝑀𝑔𝐿)\ ∆𝐿 ; Como a produção é mantida constante quando se move na isoquanta; ❑ Produção no longo prazo T E O R I A DA P RO D U Ç Ã O ▪ Rendimentos de escala ▪ A longo prazo, tem-se o interesse de analisar as vantagens e desvantagens de a empresa aumentar sua dimensão, seu tamanho, o que implica demandar mais fatores de produção. ▪ Uma maneira de aumentar a produção é mudar a escala de operação, que consiste em aumentar todos os custos na mesma proporção; ▪ Os rendimentos de escala se referem à proporção de aumento do produto quando os insumos aumentam proporcionalmente entre si. Produção cresce o dobro Rendimentos constantes de escala Produção cresce mais que o dobro Rendimentos crescentes de escala Produção cresce menos que o dobro Rendimentos decrescentes de escala ❑ Custos de produção T E O R I A D O S C U S TO S ▪ De que forma a tecnologia de produção juntamente com os preços determinam os custos de produção? ▪ O objetivo das empresas é escolher uma combinação de insumos que minimize os custos de produção; ▪ Os economistas se preocupam com os custos que poderão ocorrer no futuro e com as formas que poderiam utilizados pela empresa para reorganizar sua produção para reduzir os custos e aumentar sua lucratividade; ▪ A preocupação é com os custos de oportunidade, isto é, com os custos associados a oportunidades que serão deixadas de lado, caso a empresa não empregue os recursos da melhor maneira possível. ❑Custos de produção T E O R I A D O S C U S TO S ▪Conceitos básicos ▪ Custo total (CT): custo econômico da produção; ▪ Custo médio (CMe): custo por unidade de produto, isto é, custo total dividido pela produção; ▪ Custo fixo (CF): custos que não variam com o nível de produção; ▪ Custo variável (CV): custos que variam quando o nível de produção varia; ▪ Custo fixo médio (CFMe): custo fixo pelo nível de produção; ▪ Custo variável médio (CVMe): custo variável pelo nível de produção; ▪ Custo marginal (CMg): custo ocasionado pela produção de uma unidade adicional de produto. ❑Custos de produção T E O R I A D O S C U S TO S ▪ Conceitos básicos 𝑪𝑻 = 𝑪𝑽 + 𝑪𝑭 𝑪𝑴𝒆 = 𝑪𝑻 𝒒 𝑪𝑭𝑴𝒆 = 𝑪𝑭 𝒒 𝑪𝑽𝑴𝒆 = 𝑪𝑽 𝒒 𝑪𝑴𝒈 = ∆𝑪𝑻 ∆𝒒 𝐨𝐮 𝝏𝑪𝑻 𝝏𝒒 ❑Formatos das curvas de custos T E O R I A D O S C U S TO S ▪ Até certo ponto, as curvas CT e CVT crescem a taxas decrescentes, para depois crescer a taxas crescentes. ▪ Dada certa instalação fixa, no início, o aumento de produção dá-se a custos declinantes. Mas um aumento de produção começa a “saturar” o equipamento de capital e os custos crescem a taxas crescentes. ▪ É a lei dos rendimentos decrescentes do lado dos custos (mais apropriadamente chamada de lei dos custos crescentes). ❑Formatos das curvas de custos T E O R I A D O S C U S TO S Como o CFMe tende a zero, quando a produção cresce, o CVMe tende a igualar-se ao CTMe, pois CTMe = CVMe + CFMe. O CFMe tende a zero, pois CFMe=CF/q, então quando q tende ao infinito (cresce muito), CFMe tende a zero. O formato em U das curvas de CMe e CVMe a curto prazo também se deve à lei dos rendimentos decrescentes. O CMg é o custo de se produzir uma unidade extra do produto, e depende apenas do CV. ❑Relações gráficas das curvas de custos T E O R I A D O S C U S TO S ▪ CMg cruza com o CV e CVMe em seus pontos de mínimo; ▪ CMg>CMe – curva de CMe apresentará elevação; ▪ CMg<CMe – curva de CMe apresentará declínio; ▪ CMg=CMe – CMe em seu ponto mínimo. ▪ No curto prazo a empresa tem uma inflexibilidade de produção; T E O R I A D O S C U S TO S ❑Caminho de expansão da firma T E O R I A D O S C U S TO S ▪ No curto prazo há inflexibilidade no uso dos insumos, o que resulta em uma curva de expansão horizontal. ▪ No longo prazo a empresa pode fazer diferentes combinações entre os insumos para atingir determinado nível de produção, sendo uma linha reta seu caminho de expansão. ❑Custos no longo prazo T E O R I A D O S C U S TO S ▪ No longo prazo a empresa possui maior flexibilidade, o que permite que a capacidade produtiva seja maximizada, expandindo as fábricas existentes ou construindo novas; ▪ A capacidade de variar a quantidade de capital permite que a empresa reduza seus custos. ▪ O determinante mais importante do formato das curvas de CMe e CMg é a relação entre a escala de operação da empresa e os insumos que são necessários para minimizar seus custos; O CMe não se alteraRendimentos constantes de escala O CMe apresenta reduçãoRendimentos crescentes de escala O CMe apresenta elevaçãoRendimentos decrescentes de escala ❑Curvas de CMe e CMg no longo prazo T E O R I A D O S C U S TO S ▪ O CMgLP está abaixo da curva de CMeLP – CMeLP está diminuindo; ▪ O CMgLP está acima da curva de CMeLP – CMeLP está aumentando; ▪ As curvas de CMgLP e CMeLP se cruzam no ponto em que CMeLP atinge seu mínimo; ▪ A curva de CMeLP têm formato de U – rendimentos crescentes e decrescentes de escala. ▪ Esse formato de U é coerente com o fato de que a empresa apresenta economia de escala para níveis baixos de produção e deseconomias pra níveis mais elevados. ❑Economias e deseconomias de escala T E O R I A D O S C U S TO S ▪ Ao analisar a relação entre escala de operação da empresa e seus custos, deve-se entender que quando se modifica as proporções entre os insumos, o caminho de expansão deixa de ser uma linha reta; ▪ Os rendimentos de escala não mais se aplicam, e dizemos que a empresa apresenta economias de escala. ▪ Economias de escala abrange, como um caso especial, os rendimentos crescentes de escala, porém é mais amplo, pois permite que as combinações de insumos sejam alteradas à medida que a empresa varia seu nível de produção. Economias de escala Duplicar a produção com menos do que o dobro dos custos Deseconomias de escala Duplicar a produção com mais do que o dobro dos custos ❑A Linha de Isocusto T E O R I A D O S C U S TO S Uma linha de isocusto inclui todas as possíveis combinações de trabalho e capital que podem ser adquiridas por determinado custo total. A linha de isocusto tem inclinação negativa: se a empresa deseja aumentar a contratação de um dos fatores de produção, deverá substituir por outro, para desse modo manter constante o orçamento total disponível. ❑Equilíbrio do produtor T E O R I A DA P RO D U Ç Ã O E D O S C U S TO S ▪ O equilíbrio do produtor ocorrerá no ponto em que a empresa seja capaz de “compatibilizar” o menu de alternativas dado pela tecnologia com o menu dado pelos preços dos fatores de produção; em outras palavras, no ponto no qual a empresa seja eficiente do ponto de vista econômico. ▪ Essa maximização do lucro pode ser vista de duas formas, o que se conhece como “dualidade do problema” da firma: a) maximização da produção; b) minimização dos custos. ❑Maximização do Lucro T E O R I A DA P RO D U Ç Ã O E D O S C U S TO S ▪ O lucro total pode ser expresso por: ▪ Dado o custo total, a empresa deverá maximizar a receita total. ▪ Assumindo, que a empresa não pode afetar o preço do bem ou serviço final que produz, significa que a maximização da receita total implicará a maximização da produção. 𝑳𝑻 = 𝑹𝑻 − 𝑪𝑻 ❑Maximização do Lucro T E O R I A DA P RO D U Ç Ã O E D O S C U S TO S Esse é o ponto de equilíbrio do produtor. Temos, assim, uma combinação ótima de fatores produtivos, no sentido de que, dados os custos, é a combinação que permite que a empresa maximize a quantidade produzida e, portanto, a receita total, o que a levará a maximizar o lucro de seus acionistas. ❑Minimização dos custos T E O R I A D O S C U S TO S ▪ As empresas buscam selecionar insumos para a obtenção de determinado nível de produção com um custo mínimo, logo o problema da empresa consiste em minimizar seus custos dado um nível de produção. ▪ Assim, dado o nível de produção que a firma deva atingir a maximização do lucro implicará a minimização de custos, pois a produção total, e, logicamente, a receita total já estão determinada. ▪ Esse menor nível de custo total ou orçamento se encontrará no ponto em que a linha de isocusto tangencia a referida isoquanta. Como, a TMST é igual à inclinação da linha de isocusto, dados os preços dos fatores e a função de produção, o equilíbrio será o mesmo visto para a maximização de lucro. R E F E R Ê N C I A S • PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. 8. ed. – São Paulo : Pearson Education do Brasil, 2013. (Cap. 6 e 7). ATÉ A PRÓXIMA AULA!
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