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29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 1/22 ; Prezado(a) aluno(a) Neste material, deixaremos de abordar o lado da demanda do mercado, em que estudamos as preferências e o comportamento dos consumidores, e passaremos a apresentar o lado da oferta na Microeconomia, em que o comportamento de quem produz os bens e serviços será analisado. Além disso, nesta unidade, será abordada a maneira pela qual as empresas e�cientemente organizam os processos produtivos e como se dá a variação A+ A-Unidade 2 Introdução 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 2/22 de custos à medida que os preços dos insumos e os níveis de produção sofrem alterações. Também veremos que, para compreender o comportamento do produtor, é importante termos aprendido o comportamento do consumidor discutido na unidade anterior, tendo em vista que as decisões de otimização de ambos são semelhantes. O estudo da Teoria da Firma é de fundamental importância, pois as decisões de produção, com base na minimização dos custos, juntamente com as variações, conforme o volume produzido muda, re�etem na administração econômica das empresas. Portanto, conhecer a Teoria da Firma nos ajuda a compreender as características da oferta de mercado. A Produção Um processo produtivo transforma os fatores de produção em produtos �nais. Por fatores de produção, entende-se tudo aquilo que uma empresa utiliza para produzir um bem, ou seja, emprega o trabalho (mão de obra especializada e não especializada), matérias-primas (insumos produtivos) e o capital (terreno, instalações, máquinas e equipamentos). Função de Produção A interação dos fatores produtivos com os produtos �nais nos dá uma relação denominada função de produção, que irá nos revelar o total do volume de produção (q) que cada �rma é capaz de produzir ao considerarmos a alocação e conciliação dos fatores de produção. A �m de facilitar nossa análise, apesar de, na prática, as empresas utilizarem diversos fatores produtivos na produção, adotaremos apenas dois: o trabalho, L, e o capital, K. Assim, podemos escrever a expressão da função da seguinte forma: A interpretação que podemos dar a essa equação é de que a quantidade de produto está em função da quantidade de insumos empregados no processo produtivo, ou seja, a quantidade de q depende da quantidade de K (capital) e L (trabalho). A+ A- q = F(K, L) 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 3/22 Determinados produtos podem ter em seus processos de fabricação o uso mais intensivo de mão de obra (L), como, por exemplo, os vinhos, ou de capital (K), quando utilizados mais máquinas e equipamentos do que trabalhadores, como, por exemplo, na produção de aparelhos celulares. Nas funções de produção, cabe descrever o que é tecnicamente viável produzir, admitindo-se que o objetivo das empresas é auferir lucro e partir da premissa de que irão conduzir a produção da maneira mais e�caz possível e com o mínimo de custos, sem desperdiçar recursos. Produção em Curto e Longo Prazos Ao analisarmos a produção, devemos levar em conta o fator tempo, pois, a depender do período disponível para a tomada de decisões relativas ao processo produtivo, as empresas alocam, de forma ótima ou não, os recursos existentes. Assim, faz-se necessário realizar a distinção do que vêm a ser curto e longo prazos. Curto prazo refere-se ao período no qual as quantidades de um ou mais insumos não podem ser modi�cadas. Ao menos as quantidades de um único fator a curto prazo não podem variar, e a isto denominamos insumo �xo. Longo prazo consiste no tempo necessário para que todos os insumos de produção possam se tornar variáveis. As decisões que as empresas tomam são diversas a curto e longo prazos. No curto prazo, as empresas podem variar a intensidade de utilização de um dos fatores de produção; já a longo prazo, as empresas podem ponderar as quantidades de todos os insumos, a �m de mitigar custos de produção. Em um processo que decidirá as quantidades a ser adquiridas de um determinado insumo, a empresa deve comparar o benefício que obterá com o custo. Observe a Tabela 2.1 a seguir. A+ A- Quantidade de trabalho (L) Quantidade de capital (K) Produto total (q) Produto médio (q/L) Produto marginal (∆q/∆L) 0 10 0 - - 1 10 10 10 10 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 4/22 Tabela 2.1 - Quantidade de insumos Fonte: Pindyck (2006, p. 188). Devemos considerar que o capital (K) é �xo e o trabalho (L) varia, bem como uma hipotética empresa de vestuários decidirá a quantidade de peças que produzirá e quanto de trabalho despenderá para a tarefa. Reunimos em uma tabela essas informações, a �m de saber de que forma o volume de produção, q, cresce (se é que cresce), ao passo que o insumo trabalho, L, aumenta. As três primeiras colunas da Tabela 2.1 mostram o volume de produção que pode ser gerado com diferentes quantidades de trabalho dentro de um mês, mantendo o capital �xo em 10 unidades. Na primeira coluna, temos a quantidade de trabalho; na segunda, a quantidade física de capital; na terceira, o volume de produção obtido. Nota-se que, quando a quantidade de trabalho é zero, o produto total também é zero. No período posterior à utilização de oito unidades de trabalho, o acréscimo de unidades de trabalho passa a não ser mais útil para o processo produtivo. A+ A- 2 10 30 15 20 3 10 60 20 30 4 10 80 20 20 5 10 95 19 15 6 10 108 18 13 7 10 112 16 4 8 10 112 14 0 9 10 108 12 -4 10 10 100 10 -8 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 5/22 Produto Médio e Produto Marginal A quarta coluna da Tabela 2.1 apresenta o produto médio do trabalho, que consiste no produto obtido por unidade de determinado insumo. Este é calculado pela divisão do produto total, q, pela quantidade total de insumo de trabalho, L. Mede a produtividade da mão de obra, em termos do quanto cada unidade de trabalho produz, em média, de um bem. Como podemos observar na tabela anterior, a partir do incremento de cinco unidades de trabalho, o produto médio passa a cair. Na quinta coluna, temos o produto marginal do trabalho, que é originado a partir do acréscimo de uma unidade de insumo trabalho. Fixando a quantidade de capital em 10 unidades e aumentando o insumo trabalho de dois para três, o produto total é elevado de 30 para 60 e o volume adicional de produção (PMg) �ca em 30 unidades. Expressa-se o PMg do trabalho por ∆q/∆L, ou seja, a variação no volume de produção, ∆q, resultante do acréscimo de uma unidade do insumo trabalho, ∆L. Rendimentos Marginais Decrescentes A Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes confere que à medida que a utilização de um insumo aumenta e mantém os outros constantes, a produção adicional, a partir de determinado ponto, decresce. Trazendo tal lei para o processo produtivo, temos que, quando a quantidade de trabalhadores é pequena e o capital é �xo, um pequeno incremento desses trabalhadores faz com que o volume de produção aumente substancialmente. Porém, conforme aumenta o número de funcionários e esse se torna demasiado, alguns trabalhadores passam a ser ine�cientes, o que ocasiona um decréscimo no produto marginal do trabalho (produto A+ A- Produto médio do trabalho = Produto total/Insumo trabalho = q/L Produto marginal do trabalho = Variação do produto total/Variação do insumo trabalho = ∆q/∆L 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 6/22 adicional, oriundo do acréscimo de uma unidade de trabalho no processo produtivo). Um gestor pode utilizar a Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes na tomada de decisões referentes a determinado processo produtivo, e é importante levar em consideração que a premissa descrita não deve ser confundida com retornos negativos, pois ela nos relata um produto marginal declinante, mas não necessariamente um produto marginal negativo. Um fator determinante na mudança da curva de rendimentos marginais decrescentes é o avançodas tecnologias de produção, as quais viabilizam um aumento do volume de produção ao utilizarem a mesma quantidade de insumos inicialmente alocada para dado processo produtivo. A Figura 2.1 ilustra a situação. Podemos veri�car que, conforme nos deslocamos do ponto A, na curva O1, para B, na curva O2, e para C, na curva O3, ao longo do tempo, o volume de produção por unidade de trabalho (produtividade da mão de obra) aumenta. A+ A- Figura 2.1 - Efeito dos avanços tecnológicos Fonte: Pindyck (2006, p.192). 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 7/22 Isoquantas Uma isoquanta tem como objetivo descrever uma função de produção e nos mostra todas as possíveis combinações de insumos que geram o mesmo volume de produção. A partir da Tabela 2.2 a seguir, podemos simular um processo produtivo que utiliza dois fatores de produção, capital e trabalho, os quais podem sofrer mudanças em suas quantidades. Teremos, então, os volumes de produção possíveis de ser alcançados por meio de diversas combinações de insumos, como ilustramos também nas isoquantas (construídas de acordo com as informações da tabela). As unidades de capital estão na coluna à esquerda e as unidades do insumo trabalho estão na linha superior. Os valores elencados na tabela correspondem, dentro de um determinado período, um mês, por exemplo, ao que, de forma e�cientemente técnica, é possível de ser produzido alocando, de diversas formas, os insumos disponibilizados. Por exemplo, duas unidades de trabalho, combinadas com duas unidades de capital, A+ A- Tabela 2.2 - Produção com dois insumos variáveis Fonte: Pindyck (2006, p.95). 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 8/22 produzem 60 unidades de calças jeans por mês. Conforme mantêm-se �xas as quantidades de capital e as quantidades de trabalho aumentam, a produção de calças jeans aumenta no período de um mês, assim como quando as quantidades de trabalho são mantidas �xas, e as quantidades de capital aumentam. De acordo com o grá�co expresso na Figura 2.2, quando nos movemos da isoquanta q1 para a isoquanta q2 e para a isoquanta q3, a quantidade de calças jeans produzidas aumenta. A Tecnologia e a Substituição de Insumos Como é conhecido, um administrador, ao tomar decisões com relação à produção, levará em conta a possibilidade de substituir o uso de um insumo produtivo por outro. Ainda acerca das isoquantas, a inclinação dessas re�ete a quantidade de cada insumo que pode ser substituída por determinada quantidade de outro, o que mantém a produção constante. A+ A- Figura 2.2 - Produção com dois insumos variáveis Fonte: Pindyck (2006, p. 196). 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 9/22 Isso posto, faz-se necessário conhecermos o conceito de Taxa Marginal de Substituição Técnica, que consiste na quantidade na qual um insumo pode ser reduzido quando uma unidade adicional de outro insumo é utilizado, o que permite manter o produto constante. Da mesma forma que a TMS abordada na Unidade 1, a TMST é positivamente mensurada. Conforme nos deslocamos para baixo ao longo de uma isoquanta, a TMST cai, dada a convexidade da curva. Podemos observar isso visto que a produção necessita de uma quantidade equilibrada de insumos, pois, quando um volume maior de capital é aplicado substituindo o trabalho, a produtividade do capital reduz e vice-versa. O grá�co da Figura 2.3 apresenta as TMSTs sob determinados pontos da isoquanta. É possível notar que os valores diminuem, em q2 vai de 2 para 1, depois para ⅔ e por �m ⅓. A+ A- TMST= -Variação do insumo capital/Variação do insumo trabalho = -∆K/∆L (para um nível constante de q) Figura 2.3 - Taxa marginal de substituição técnica Fonte: Pindyck (2006, p. 198). 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 10/22 Ao conhecermos os conceitos de produto marginal do trabalho e produto marginal do capital, entendemos que a TMST possui estreita relação com eles, uma vez que a taxa marginal de substituição técnica entre dois insumos é igual à razão entre os produtos marginais dos insumos. Observe a seguir a equação que expressa tal relação. Essa expressão é utilizada quando são examinadas as decisões das empresas no que tange à minimização de custos, ao se escolher as quantidades de insumos. Rendimentos de Escala Em se tratando de longo prazo, em que todos os insumos variam, o gestor de uma empresa precisa buscar a melhor maneira de aumentar o produto. A+ A- FIQUE POR DENTRO A tecnologia e seus investimentos: como o ketchup de goiaba orgânico deve mudar radicalmente seu jeito de investir em ações Compreender como o insumo tecnologia pode in�uenciar as diversas situações, decisões dos gestores e ou consumidores, em qualquer sistema produtivo, é essencial até mesmo para informar, a exemplo, como se dá a formação do preço de uma determinada mercadoria, por esta apresentar maior ou menor componente tecnológico. Esses elementos contribuem para uma discussão muito interessante do que acontece atualmente na economia americana e global. Assim, para você se integrar mais a respeito desses aspectos, leia a matéria indicada no link https://www.seudinheiro.com/como-o- ketchup-de-goiaba-organico-deve-mudar-radicalmente-seu-jeito- de-investir-em-acoes. Fonte: Seabra (2019, on-line). PMGt / PMGk = − (K/L) = TMST https://www.seudinheiro.com/como-o-ketchup-de-goiaba-organico-deve-mudar-radicalmente-seu-jeito-de-investir-em-acoes 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 11/22 Nesse sentido, ele pode optar por alterar a escala, a �m de aumentar todos os insumos na mesma proporção. E a essa proporção de aumento do produto, quando os insumos aumentam proporcionalmente entre si, é que, em economia, se referem os rendimentos de escala, os quais podem ser crescentes, constantes e decrescentes. Quando os insumos em um processo produtivo são utilizados em dobro, e a produção cresce mais do que o dobro, temos rendimentos crescentes de escala. A existência deles traz vantagens para se ter uma empresa de grande porte, com uma produção a custo baixo, em vez de ter várias empresas pequenas, por exemplo, com uma produção a um custo mais alto, já que a grande empresa possui poder de mercado, como, por exemplo, as indústrias automobilísticas. A+ A- FIQUE POR DENTRO A geoeconomia das plataformas e o homo digitalis: estamos a falar da revolução digital na sociedade e na economia A geoeconomia das plataformas é uma das formas mais visíveis da revolução digital. A diversidade de plataformas e aplicações, a variedade de modelos de negócio digital e engenharia �nanceira, as incubadoras e os espaços de coworking, a smarti�cação dos territórios, a diversidade e vulnerabilidade do trabalho digital, as novas formas de risco digital e a iliteracia digital são alguns dos temas principais da geoeconomia da transformação tecnológica e digital (...). (...) Uma plataforma dirige-se, tendencialmente, para uma “multidão extraterritorial”. Quanto maior for a multidão, mais o custo marginal da plataforma se aproxima de zero. Esta é a chamada lei dos “rendimentos crescentes de escala”, uma lei que tende para a concentração e cujo desenlace pode acabar na formação de um quase-monopólio (...). Prezado(a) aluno(a), para se integrar mais a respeito dessa moderna exempli�cação acerca dos rendimentos crescentes de escala, leia a matéria indicada no link: 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 12/22 Outra situação em relação a escalas de produção é a da existência de rendimentos constantes de escala, ou seja, a produção dobra quando se dobra a utilização de insumos. O tamanho da empresa não desencadeia aumento ou diminuição na produtividade dos insumos. Por exemplo, uma grande loja de artigos esportivos pode oferecer o mesmo tipo de produto/serviço, ao utilizar a mesma proporção de capital e de trabalho por cliente, do que uma loja de menor porte, com menos clientes.Por �m, quando a produção aumenta em uma proporção menor do que o dobro, ao passo que a utilização dos insumos duplica, há rendimentos decrescentes de escala. Isso ocorre devido à existência de limitações gerenciais, di�culdades de organizar um processo produtivo de grande escala, impessoalidades nas relações corporativas, entre outras. A+ A- https://www.publico.pt/2019/01/11/opiniao/opiniao/geoeconomia- plataformas-homo-digitalis-1857303. Fonte: Covas (2019, on-line). https://www.publico.pt/2019/01/11/opiniao/opiniao/geoeconomia-plataformas-homo-digitalis-1857303 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 13/22 A Figura 2.4 nos mostra duas situações: no primeiro grá�co, a ocorrência de rendimentos constantes de escala ao longo da curva A. À medida que a produção aumenta proporcionalmente, o espaço entre as isoquantas permanece igual. Já no segundo grá�co, conforme os insumos aumentam ao longo da linha A, as isoquantas �cam mais próximas, o que caracteriza a presença de rendimentos crescentes de escala. Custos de Produção Neste tópico, apresentaremos como os custos de produção são formados e in�uenciados pelas tecnologias e preços dos insumos. Veremos como é escolhida uma combinação ótima de recursos produtivos, a �m de minimizar os custos de produção, algo que, bem realizado, vem a ser importante determinante da capacidade de obtenção de lucro por parte das empresas. A+ A- Figura 2.4 - Rendimentos de escala Fonte: Pindyck (2006, p.203). 04:21 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 14/22 Tipos de Custos Ao abordarmos os custos de produção, é necessário responder a um questionamento importante para compreendermos como eles são determinados: Quais itens compõem os custos de uma empresa? Inicialmente, podemos distinguir os custos na visão econômica e na visão contábil. Os custos contábeis abrangem as despesas atuais e as despesas que incidem na desvalorização dos bens de capital (depreciação). Na visão dos economistas e administradores, os custos são voltados para o futuro, pois se referem aos custos com a alocação de recursos que são escassos, além da preocupação em como as empresas buscarão a diminuição de seus custos e melhoria de sua lucratividade. Quando falamos de custos econômicos, estamos nos referindo à distinção de custos que podem ser controlados, ou não, pelas empresas. Nesse sentido, apresentam-se os custos de oportunidades, que consistem nos custos incorridos em decisões em que as empresas não empregam os recursos da melhor forma possível, pois deixam de lado oportunidades. Para clarear o conceito de custos de oportunidades, tomemos como exemplo uma empresa que dispõe, em seu patrimônio, de um prédio, no qual exerce suas atividades. Na visão contábil, a empresa não possui despesas com aluguel, porém, na visão econômica, a empresa incorre em custos de oportunidade, pois deixa de alugar o imóvel (auferir receita) para exercer suas atividades no prédio em que é proprietária. Custos com depreciação também são tratados de forma diversa entre os contadores, economistas ou administradores. Depreciação na análise contábil é mensurada com base nos valores referenciados pela autoridade �scal. Já para os administradores e economistas, não necessariamente a depreciação de máquinas e equipamentos é a mesma permitida pela autoridade �scal e sim se dá por meio do real desgaste a que foram submetidos os bens de capital, o qual varia entre diferentes tipos de ativos. Dando continuidade à explanação sobre os tipos de custos, um dos mais levados em consideração, diferentemente do que ocorre com os custos de oportunidade, são os custos irreversíveis, que são despesas que foram realizadas e não podem ser diretamente recuperadas, como, por exemplo, a aquisição de máquinas projetadas para a produção de bens especí�cos. Ainda, os custos totais da produção estão divididos em custos �xos, custos variáveis, custo marginal e o custo total médio. Os custos �xos são os que não variam conforme o nível de produção muda e só podem ser eliminados A+ A- 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 15/22 se a empresa deixar de operacionalizar suas atividades, podem incluir gastos com um número mínimo de colaboradores, manutenção da empresa e seguros. Os custos variáveis, como o próprio nome nos diz, alteram-se de acordo com a variação no nível de produção, abrangem os salários e gastos com matérias-primas. Por �m, temos os custo marginal e o custo total médio. Também conhecido como custo incremental, o custo marginal se dá com a produção de uma unidade a mais de um bem, sendo apenas o aumento no custo variável ocasionado pela fabricação de uma unidade extra de produto. O custo total médio é o custo total dividido pelo nível de produção, ou seja, o custo por unidade de produto abrange o custo �xo médio (CF/q) e o custo variável médio (CV/q). Conhecidos os tipos de custos, para �nalizarmos esta unidade, voltemos a diferenciar os custos a curto e longo prazos. Custos a Curto Prazo Conforme já sabido, em se tratando de curto prazo, um ou mais insumos dentro do processo produtivo são �xos, pois nem todos os insumos têm suas quantidades variadas. Dessa forma, a existência de rendimentos decrescentes é que determinará o formato das curvas de custo, conforme mostra a �gura a seguir. A+ A- CMg = ∆CV/∆q = ∆CT/∆q 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 16/22 No grá�co (a) da Figura 2.5, o custo total é a soma do custo �xo com o custo variável. O custo total médio é a soma do custo �xo médio com o custo variável médio, conforme o grá�co (b) apresenta. Os pontos mínimos das curvas de custo variável médio e custo total médio se cruzam com a curva de custo marginal. Custos no Longo Prazo A longo prazo, todos os insumos utilizados no processo produtivo são variáveis. Portanto, os gestores levarão em consideração, quando da escolha da quantidade de insumos a ser alocada na produção, o volume de custos relativos a esses mesmos fatores de produção e a capacidade que possuem de ser substituídos entre si. Ao realizar escolhas minimizadoras de custos, um administrador trilha o sucesso gerencial e, por conseguinte, colabora com a expansão de uma empresa. Essa decisão - em que se pretende minimizar os custos e obter o nível desejado de produção - pode ser representada gra�camente ao se encontrar o ponto de tangência entre a isoquanta (que outrora estudamos o A+ A- 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 17/22 conceito) e uma linha de isocusto, a qual comporta as combinações de trabalho e capital que podem ser obtidas por determinado custo total. Na �gura 2.6, as combinações de insumos produtivos, que custam o mesmo montante para a empresa, estão representadas pelas curvas , e . O ponto "A" tangencia a isoquanta com a isocusto . Nesse ponto, a produção incorrerá em custos mínimos com quantidades de trabalho e quantidades de capital. Todas as outras combinações fornecem o mesmo volume de produção, porém, a um custo maior. Podemos utilizar um exemplo hipotético que re�ete a trajetória produtiva de uma empresa e construir uma curva de custo total a longo prazo. A+ A- Figura 2.6 - Produção de um nível determinado com um custo mínimo Fonte: Pindyck (2006, p.219). C0 C1 C2 q1 C1 L1 K1 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 18/22 Na Figura 2.7 (a), observamos, ao longo da curva denominada caminho de expansão, pontos A, B e C, que são as combinações dos insumos trabalho e capital, que incorrem em menores custos, podendo ser utilizadas quando todos os insumos variam em um cenário de produção a longo prazo. O que origina a curva de custo total a longo prazo, pontos D, E e F (pontos nos quais, para cada nível de produção, os custos são menores). A+ A- Figura 2.7 - Caminho de expansão e curva de custo total no longo prazo de uma empresa Fonte: Pindyck (2006, p.223). Custos Inicialmente, podemos distinguir os custosna visão econômica e na visão contábil. Os custos contábeis abrangem 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 19/22 A+ A- as despesas atuais e as despesas que incidem na desvalorização dos bens de capital (depreciação). Na visão dos economistas e administradores, os custos são voltados para o futuro, pois se referem aos custos com a alocação de recursos que são escassos, além da preocupação em como as empresas buscarão a diminuição de custos e melhoria da lucratividade. INDICAÇÃO DE LEITURA Livro: Administração da produção Autor: Petrônio Garcia Martins e Fernando Piero Laugeni Ano: 2015 Editora: Saraiva Uni ISBN: 97-885-026-183-50 Trata-se de uma referência importante em administração da produção. Indicado para as áreas de Administração da Produção, Administração de Operações, Organização da Produção e Organização Industrial, o livro apresenta conteúdo moderno e direcionado. Um de seus diferenciais são os vários exemplos da indústria brasileira, porque mostra como a teoria é aplicada na prática. No �nal de cada capítulo, há ainda estudos de caso, com histórias de empresas brasileiras, e questões para discussão sobre o tema estudado. 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 20/22 Considerações Finais Esta unidade dedicou-se a abordar conceitos acerca da Teoria da Firma, apresentamos o lado da oferta no mercado, em que foi analisado o comportamento de quem produz os bens e serviços ofertados aos consumidores. A maneira pela qual as empresas e�cientemente organizam os processos produtivos, e como se dá a variação de custos à medida em que os preços dos insumos e os níveis de produção sofrem alterações, foram os principais aspectos trabalhados nesta unidade. Para os administradores, é importante o estudo de tais conceitos, pois passam a compreender melhor a relevância de se bem-alocar os recursos disponíveis, no processo produtivo, a �m de satisfazerem as necessidades dos demandantes e alcançarem os próprios objetivos gerenciais. Atividade A+ A- 07:01 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 21/22 Um importante conceito dentro da Teoria da Produção é aquele que nos mostra quantas unidades de determinado tipo de insumo podem ser reduzidas ou aumentadas com a diminuição ou aumento de uma unidade de outro fator produtivo, de modo que o volume de produção permaneça constante. Assinale a alternativa que corresponde a essa de�nição. Taxa marginal de substituição técnica Custo marginal Linha de isocusto Economia de escala Curva de indiferença Atividade Sem dúvida, é de fundamental importância, por parte dos gestores de uma empresa, realizar o estudo da Teoria da Firma, pois ela abrange também a análise dos rendimentos que uma dada atividade produtiva gera. Sobre estes, assinale a alternativa que re�ete a ocorrência de rendimentos que propiciarão ao produtor o alcance do lucro. Rendimentos marginais Rendimentos crescentes de escala Rendimentos constantes de escala Rendimentos decrescentes de escala Rendimentos extraordinários A+ A- 29/06/2021 Unidade 2 https://anchieta.instructure.com/courses/7907 22/22 Atividade É importante estudarmos a Teoria da Firma, pois ela nos permite compreender a formação dos custos de produção. Acerca dos tipos de custos que um empresário incorre ao desempenhar uma dada atividade produtiva, assinale o custo que é fundamental ser levado em conta na tomada de decisões por parte dos gestores, mas que não é possível de ser mensurado em termos monetários ou �nanceiros: Custo �xo Custo médio Custo variável Custo total Custo de oportunidade A+ A-
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