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INDUSTRIA 4 0 - TECNOLOGIAS EMERGENTES NO CENÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL E SUAS APLICABILIDADES

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INDÚSTRIA 4.0: 
TECNOLOGIAS EMERGENTES NO CENÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL E SUAS 
APLICABILIDADES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palhoça 
2019 
 
2 
 
ANA PAULA SANTOS BARDUCCO 
BEATRIZ MARQUES CONSTÂNCIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INDÚSTRIA 4.0: 
TECNOLOGIAS EMERGENTES NO CENÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL E SUAS 
APLICABILIDADES 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Engenharia Civil 
da Universidade do Sul de Santa Catarina 
como requisito parcial à obtenção do título 
de Engenheiro Civil. 
 
 
 
 
Orientador: Oscar Ciro Lopez, Dr. 
 
 
 
Palhoça 
2019 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos este trabalho aos nossos pais, 
Luciana, Humberto, Patrícia e Salésio, 
nossos principais colaboradores e 
incentivadores. 
 
 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Aos nossos amados pais e irmãos, que com muito carinho e apoio não 
mediram esforços para que chegássemos até esta etapa da nossa vida. 
Aos nossos amigos pelas alegrias, tristezas e dores compartilhadas. 
Ao nosso orientador e também coordenador do curso, pela paciência na 
orientação e incentivo que tornaram possível a nossa formação. 
A todos aqueles que de alguma forma estiveram e estão próximos de nós, 
fazendo esta vida valer cada vez mais a pena. 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Para se ter sucesso, é necessário amar de verdade o que se faz. Caso 
contrário, levando em conta apenas o lado racional, você simplesmente desiste. É o 
que acontece com a maioria das pessoas." (Steve Jobs, 2007) 
 
 
7 
 
RESUMO 
 
Este trabalho tem como objetivo explorar a contribuição das tecnologias da Indústria 
4.0 no ciclo de vida dos projetos da construção civil. O estudo foi realizado por meio 
de uma pesquisa exploratória, e o método refere-se a uma pesquisa bibliográfica. A 
Indústria 4.0 se caracteriza pela introdução de evoluções tecnológicas no mercado, 
tais como a computação em nuvem, automação, realidade virtual e realidade 
aumentada, modelagem 3D, aplicativos para comunicação e o BIM – Modelagem da 
Informação da Construção. O Brasil ainda se encontra em processo de familiarização 
com a digitalização e seus impactos no conceito de Indústria 4.0. O ciclo de vida de 
um projeto são as fases pelas quais um projeto passa, do início à sua conclusão, 
passando por iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e 
encerramento. As empresas do ramo de Engenharia Civil buscam novas tecnologias 
por conta da otimização da mão de obra e dos materiais, redução dos impactos 
ambientais e geração de resíduos, assim como pelo fortalecimento do controle de 
qualidade, rastreabilidade e especialização da mão de obra. A partir do estudo 
realizado pode-se concluir que a mais recente revolução industrial gerará impactos 
significativos na produção e acarretará em transformações na gestão empresarial, 
primeiramente na estratégia para implementar tecnologias, onde se fará necessária a 
cooperação entre as áreas de tecnologia da informação e produção, e em seguida, na 
adoção dessas tecnologias, onde as empresas irão desenvolver e/ou aperfeiçoar os 
seus modelos de negócio. 
 
Palavras chave: Indústria 4.0; Construção civil; Computação em nuvem; Automação; 
Realidade virtual; Realidade aumentada; Modelagem 3D; Aplicativos para 
comunicação; BIM; Brasil; Ciclo de vida; Engenharia Civil; 
 
 
 
8 
 
ABSTRACT 
 
The purpose of this Project was to explore the contribution of technologies of Industry 
4.0 on the life cycle of civil construction projects. The study was done through 
exploratory research using a literature review methodology. Industry 4.0 is 
characterized by the introduction of technological evolutions on the market, such as 
cloud computing, automation, virtual reality and augmented reality, 3D modeling, 
communication apps and BIM – Building Information Modeling. Brazil is still adapting 
to digitization and its impact on the Industry 4.0 concept. The life cycle of a project 
represent the phases a project goes through from beginning to end, including initiation, 
planning, execution, monitoring, and control and closing. Civil Engineering companies 
look for new technologies to optimize labor and materials, reduce environmental 
impact and residues, as well as strengthening quality control, tracking, and labor 
specialization. Based on the study, it can be conclued that the most recent industrial 
revolution will significantly impact production and will bring about entrepreneurial 
transformation, firstly in strategies to implement technologies, where cooperation 
between information technology and production will be necessary, and then in adopting 
these technologies, where companies will develop and/or perfect their business 
models. 
 
Key words: Industry 4.0; Civil construction; Cloud computing; automation; Virtual 
reality; Augmented reality; 3D modeling; Communication apps; BIM; Life cycle; Civil 
Engineering. 
 
9 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 - Áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos ............................ 20 
Figura 2 - Gerenciamento da integração do projeto .................................................. 42 
Figura 3 - Tecnologias relacionadas aos Grupos de Processos ............................... 48 
Figura 4 – Cadeia de profissionais ............................................................................ 49 
Figura 5 - Uso de drones no canteiro de obras ......................................................... 51 
Figura 6 – AR Sketchwalk para novas habitações .................................................... 52 
Figura 7 – AR Sketchwalk para reformas .................................................................. 53 
Figura 8 – DAQRI Smart Helmet ............................................................................... 53 
Figura 9 – Realidade aumentada através do DAQRI Smart Helmet ......................... 54 
Figura 10 – GAMMA AR ............................................................................................ 54 
Figura 11 – Instrução de construção de uma parede com Fologram ........................ 55 
Figura 12 – Construção com concreto para impressão 3D ....................................... 57 
Figura 13 – Execução de casa em 24 horas com impressão 3D .............................. 58 
Figura 14 – Monitor de monóxido de carbono acoplado no capacete ....................... 59 
Figura 15 – Colete de segurança InZoneAlert ........................................................... 59 
 
 
 
 
 
10 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Grupo de processos de gerenciamento de projetos e mapeamento das 
áreas de conhecimento ............................................................................................. 45 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 13 
1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 15 
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 15 
1.3 JUSTIFICATIVA................................................................................................. 15 
1.4 LIMITAÇÕES ..................................................................................................... 16 
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO .......................................................................... 16 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................ 17 
2.1 INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................. 17 
2.2 GERÊNCIA DE PROJETO SEGUNDO O PROJECT MANAGEMENTBODY OF 
KNOWLEDGE ........................................................................................................... 18 
2.3 INDÚSTRIA 4.0 ................................................................................................. 21 
2.4 INTERNET DAS COISAS .................................................................................. 23 
2.5 SMART CITIES.................................................................................................. 25 
2.6 TENDÊNCIAS ................................................................................................... 26 
2.6.1 Computação em nuvem ................................................................................ 27 
2.6.2 Integração na Indústria 4.0 – Automação ................................................... 27 
2.6.3 Realidade virtual e realidade aumentada .................................................... 28 
2.6.4 Modelagem 3D ............................................................................................... 29 
2.6.5 Aplicativos para comunicação ..................................................................... 29 
2.6.6 BIM .................................................................................................................. 29 
2.7 BRASIL .............................................................................................................. 31 
3 METODOLOGIA DO TRABALHO ....................................................................... 33 
3.1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 33 
3.2 MÉTODO UTILIZADO ....................................................................................... 33 
3.3 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS .............................................................................. 34 
3.3.1 Escolha do tema ............................................................................................ 34 
3.3.2 Levantamento bibliográfico preliminar ....................................................... 34 
3.3.3 Organização lógica do assunto ................................................................... 34 
3.3.4 Ampliação do levantamento bibliográfico .................................................. 34 
3.3.5 Aprofundamento do tema ............................................................................. 35 
3.3.6 Desenvolvimento escrito .............................................................................. 35 
 
12 
 
4 DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 36 
4.1 CICLO DE VIDA DO PROJETO ........................................................................ 37 
4.1.1 Grupo de processos de gerenciamento de projetos .................................. 38 
4.1.1.1 Grupo de processos de iniciação .................................................................. 38 
4.1.1.2 Grupo de processos de planejamento .......................................................... 39 
4.1.1.3 Grupo de processos de execução ................................................................ 40 
4.1.1.4 Grupo de processos de monitoramento e controle ....................................... 40 
4.1.1.5 Grupo de processos de encerramento ......................................................... 41 
4.1.2 Áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos ........................... 41 
4.2 EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................. 47 
4.2.1 BIM .................................................................................................................. 48 
4.2.2 Drones ............................................................................................................ 50 
4.2.3 Realidade aumentada ................................................................................... 52 
4.2.3.1 AR Sketchwalk .............................................................................................. 52 
4.2.3.2 DAQRI Smart Helmet ................................................................................... 53 
4.2.3.3 GAMMA AR .................................................................................................. 54 
4.2.3.4 Fologram ....................................................................................................... 54 
4.2.4 Big Data .......................................................................................................... 55 
4.2.5 Inteligência artificial ...................................................................................... 55 
4.2.6 Softwares de gestão ..................................................................................... 56 
4.2.7 Impressão 3D ................................................................................................. 56 
4.2.8 Gerenciamento de projetos em obra - ConstruCODE ................................ 58 
4.2.9 Sensores vestíveis ........................................................................................ 58 
4.2.10 Aplicativos de comunicação ........................................................................ 59 
4.3 PERFIL DO PROFISSIONAL PÓS-INDÚSTRIA 4.0 ......................................... 60 
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 62 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 63 
 
13 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A indústria da construção civil representa um dos setores econômicos com 
maior significância para a maioria dos países, especialmente para aqueles em 
desenvolvimento, como o Brasil, sendo considerada de extrema importância para a 
transformação da sociedade moderna. Entretanto, também é responsável por 
impactos negativos gerados no meio ambiente, tendo em vista os processos que 
causam poluição ambiental, o elevado consumo de recursos naturais e o grande 
volume de resíduos que essa indústria produz. A fim de amenizar tais externalidades, 
passou-se a buscar, cada vez mais, iniciativas sustentáveis para as atividades 
desempenhadas, de forma a adequá-las aos padrões de qualidade e preocupação 
com o meio ambiente que vêm sendo exigidos pela sociedade e pela própria 
sobrevivência da indústria. 
Diante de tal fato e, segundo a pesquisa desenvolvida pela empresa de 
consultoria em gestão Accenture, temas que antigamente não eram amplamente 
discutidos na construção civil vem ganhando atenção, tais como o crescente debate 
sobre sustentabilidade e a busca pelo equilíbrio entre o desenvolvimento econômico 
do setor e a preservação dos recursos naturais disponíveis à humanidade; o uso de 
energia renovável como alternativa à redução do consumo de energia proveniente de 
fontes hídricas e caloríficas, por meio de, por exemplo, introdução de painéis solares 
nas edificações, tanto durante a execução da obra quanto no usufruto da 
infraestrutura; a constante pesquisa por novos materiais, mais eficientes e com baixo 
custo de extração, como também de métodos construtivos mais eficazes e racionais; 
a adoção de tecnologias para automatizar as construções, utilizando a realidade 
aumentada para projetar as estruturas e visualizá-las antes do início da execução; a 
impressão 3D para, dentre outras funcionalidades, criar modelos e fôrmas, facilitando 
e padronizando a etapa de execução e o uso de softwares em geral, que estão cada 
vez mais completos, compilando, em apenas um arquivo, todas as informações 
necessárias a todos os envolvidos na execução da obra, como por exemplo o BIM 
(Building Information Modeling), reduzindo consideravelmente o tempo despendido na 
execução dos projetos. (ACCENTURE RESEARCH, 2018) 
Tais fatos são possíveis devido à propagação da inteligência artificial na 
economia, que impulsiona inovações, aumenta a produtividade dos trabalhadores com 
 
14 
 
a inserção demaquinário e gera crescimento para o setor por meio de recursos 
diferentes das soluções tradicionais. (ACCENTURE RESEARCH, 2018) 
Entende-se por inteligência artificial o ramo da ciência da computação que 
tem por finalidade elaborar dispositivos que simulam a inteligência humana, ou seja, 
máquinas que aprendem com experiências, que se ajustam a partir de consequentes 
entradas de dados e realizam atividades em semelhança com aquelas desenvolvidas 
por seres humanos. (SAS, 2018) 
Para que se consiga acompanhar as mudanças que estão ocorrendo no 
mercado da construção civil é necessário observar o que a tecnologia tem 
apresentado ao setor, adequar tais informações, ferramentas e métodos aos 
processos construtivos e, principalmente, ser resiliente para se adaptar às 
transformações que a indústria vem passando. Essa é uma das áreas mais 
beneficiadas por inovações que auxiliam na redução de custos por meio da 
automação dos processos. 
Estima-se que, num futuro breve, seja possível automatizar o canteiro de 
obras, utilizando ferramentas como o BIM, drones e novos materiais, máquinas ao 
invés de trabalho braçal, softwares no lugar das pranchetas e soluções tecnológicas 
robustas em substituição às ferramentas pesadas. Além disso, o controle de todas as 
etapas da obra se dará por meio de aplicativos com interface simples e baseada na 
realidade aumentada. (LIMA, 2017) 
Porém, sem a Internet das Coisas (IoT), o canteiro automatizado torna-se 
uma ideia muito distante da rotina do Engenheiro Civil, pois é a IoT que permite a 
comunicação e o gerenciamento de informações entre os objetos. Com ela, os 
dispositivos ficam conectados à internet trocando dados entre si, eliminando, entre 
outras etapas, as operações manuais de controle dos estágios de obra. Ademais, as 
informações sobre os projetos ficam armazenados na nuvem, reduzindo 
significativamente o uso do papel e se aproximando, cada vez mais, da inteligência 
artificial. (LIMA, 2017) 
Com a automatização do canteiro e com a digitalização das informações, é 
importante dar atenção também à mudança na forma de trabalho de quem está na 
obra, que tende a reduzir as atividades manuais para, em contrapartida, aumentar a 
operação de máquinas. Tal mudança requer treinamento e planejamento por parte 
 
15 
 
das empresas, para que não se perca produtividade e haja elevação nos custos sem 
o retorno esperado. 
Apesar de que o tema (IoT) tenha ganhado bastante destaque no Brasil, 
ainda são poucos os estudos científicos que abordam os reais impactos que esse 
momento tecnológico pode trazer à sociedade e quais os comportamentos dela em 
relação a isso. 
Portanto, busca-se com este trabalho elencar algumas das tecnologias 
oriundas da inserção da Indústria 4.0 no mercado brasileiro e analisar a aplicabilidade 
delas no desenvolvimento de projetos. 
 
1.1 OBJETIVO GERAL 
Com vistas à problematização descrita, tem-se por objetivo geral do 
presente trabalho analisar a provável contribuição das tecnologias da Indústria 4.0 no 
ciclo de vida de projetos de construção civil. 
 
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
A fim de atingir o objetivo geral, têm-se como objetivos específicos: 
 Elaborar uma revisão bibliográfica dos termos e conceitos que tangem a 
realidade a ser abordada durante o trabalho; 
 Elencar tecnologias que estão surgindo com o advento da Indústria 4.0 
no Brasil; 
 Contextualizar as tecnologias no ciclo de vida de um projeto. 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
Diante da iminência do uso da tecnologia em todos os processos do 
cotidiano, desde o ambiente familiar, com o acréscimo de eletrodomésticos, 
computadores, smartphones etc. até as indústrias, sejam elas automobilística, 
agroindústria, alimentícia, entre outras, julgou-se interessante desenvolver um estudo 
bibliográfico acerca do surgimento da Indústria 4.0 e da Internet das Coisas e elencar 
algumas das tecnologias trazidas por esses acontecimentos que tendem a atingir o 
âmbito da indústria da construção civil no país nos próximos anos e em que processos, 
dentro do ciclo de vida de um projeto, elas podem ser úteis. 
 
 
16 
 
1.4 LIMITAÇÕES 
O presente trabalho se limita a contextualizar a temática da Indústria 4.0 e 
a Internet das Coisas (IoT), elencando algumas tecnologias oriundas dessas 
revoluções que podem vir a contribuir para uma melhoria na forma de trabalho da 
Indústria da Construção Civil, sem se aprofundar no tema referente à necessidade de 
mudança comportamental e cultural dentro do cenário da construção civil nos 
próximos anos. 
 
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO 
Com vistas ao entendimento da situação do Brasil no que diz respeito à 
introdução da tecnologia na construção civil, o trabalho terá, no seu capítulo 2, uma 
revisão bibliográfica desenvolvida por meio de pesquisa qualitativa em artigos 
científicos, projetos de governo e conference proceedings. O capítulo 3 descreverá a 
metodologia de pesquisa utilizada para a elaboração do trabalho e o capítulo 4 
abordará mais detalhadamente o ciclo de vida de um projeto e apresentará as 
tecnologias levantadas para, em seguida, correlaciona-las aos grupos de processos 
existentes no ciclo de vida. 
 
 
17 
 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
Este capítulo tem por objetivo apresentar e desenvolver os conceitos que 
estão relacionados ao tema do trabalho, a fim de um melhor entendimento do que 
será abordado em sua segunda parte. 
 
2.1 INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
A área da Construção Civil abrange todas as atividades de produção de 
obras. Estão incluídas nesta área as atividades referentes ao planejamento e projeto, 
que consistem na elaboração de estudos de viabilidade técnico-econômica de 
empreendimentos, laudos avaliativos, plantas de valores genéricos, pareceres 
técnicos, elaboração de estudos, concepção de projetos técnicos e elaboração de 
planejamento de obras; a execução, que compreende instalação e gerenciamento do 
canteiro de obras, execução de obras e controle de processos; a manutenção e 
restauração, que se baseia na instalação e gerenciamento do canteiro de obras, 
execução de obras de manutenção e restauração e controle de processos. (MEC, 
2000) 
As atividades englobam diferentes segmentos, tais como edifícios, 
estradas, portos, aeroportos, canais de navegação, túneis, instalações prediais, obras 
de saneamento, de fundações e de terra em geral, estando excluídas as atividades 
relacionadas às operações, tais como a operação e o gerenciamento de sistemas de 
transportes, a operação de estações de tratamento de água, de barragens, entre 
outros. (MEC, 2000) 
Segundo o relatório “Construção Civil: Desafios 2020”, elaborado pelo 
Sistema Firjan, a Indústria da Construção Civil é um dos setores mais importantes 
para a economia do país. O desenvolvimento e a capacidade de produção do mesmo 
estão relacionados diretamente com o crescimento do setor. Nos últimos anos, o 
segmento passou por um significativo processo de expansão no Brasil, implicando em 
novos desafios relacionados à inovação, tecnologia, qualificação profissional e ao 
estabelecimento de ambientes de negócios que favoreçam a produtividade, a 
competitividade empresarial e o desenvolvimento do país. (FIRJAN, 2014). 
 
Seguindo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), 
podemos agrupar os segmentos da indústria da construção civil formal em 
seis grandes grupos, ligados a: 
 
18 
 
• Preparação de terreno: inclui obras de demolição e de preparação de área, 
sondagem e fundações destinadas à construção e grandes movimentações 
de terra; 
• Construção de edifícios e obras de engenharia civil: inclui edificações 
residenciais, industriais, comerciais e de serviços, obras viárias, obras de arte 
especiais, obras de montagem e de outros tipos; 
• Obras de infraestrutura para engenharia elétrica e telecomunicações: inclui 
obras para geração e distribuição de energia elétrica e para 
telecomunicações; 
• Obrasde instalações: inclui instalações elétricas, de sistemas de ar 
condicionado, de ventilação e refrigeração, instalações hidráulicas, 
sanitárias, de gás, de sistemas de prevenção contra incêndio e outras; 
• Obras de acabamento; 
• Aluguel de equipamentos de construção e demolição, com operários. Além 
das atividades das empresas formais, podemos destacar três ramos de 
atuação das informais, os quais são classificados como obras de edificação 
e de acabamento, mas que se distinguem pela finalidade ou pelo contratante 
dos serviços: 
• Obras de manutenção e reparos, realizadas integralmente em imóveis 
usados; 
• Obras de construção e reformas de edificações, item que inclui obras de 
autogestão (aquelas realizadas mediante a contratação de autônomos); 
• Outras obras informais, o que inclui a autoconstrução (aquela realizada 
pelas próprias famílias) e empreitadas subcontratadas por empresas formais 
da construção (em geral, uma atividade que compreende o agenciamento de 
mão-de-obra). (ABRAMAT, 2007) 
 
Antes de conceituar indústria 4.0, torna-se necessário abordar o tema 
referente ao processo inicial de toda e qualquer atividade relacionada à Indústria da 
Construção Civil, que é a etapa do planejamento do ciclo de vida do projeto, a iniciar 
pela própria compreensão da definição de projeto. 
 
2.2 GERÊNCIA DE PROJETO SEGUNDO O PROJECT MANAGEMENT BODY OF 
KNOWLEDGE 
Segundo Lopez, o termo “projeto” remete à concepção/realização de um 
empreendimento, sendo o ato, efeito ou resultado de empreender algo com uma 
finalidade previamente determinada. Segundo a ISO 10.006 – Gestão da qualidade – 
Diretrizes para a qualidade no gerenciamento de projetos – o termo pode ser definido 
como um “processo único, consistindo de um grupo de atividades coordenadas e 
controladas, com datas para início e término, empreendido para alcance de um 
objetivo conforme requisitos específicos, incluindo limitações de tempo, custo e 
recursos”. (LOPEZ, 2018) 
Ainda, para Lopez, para o atingimento dos objetivos estabelecidos em 
projeto é necessário que se elabore um plano, pautado em ferramentas, técnicas e 
processos, que parametrizem a execução de tal projeto, levando-o aos resultados 
 
19 
 
almejados. Dessa necessidade surge a importância do gerenciamento de projetos e, 
consequentemente, o papel do gestor de projetos, que é responsável por planejar, ou 
seja, organizar ideias, antecipar objetivos e ações, baseados em métodos, planos ou 
lógica, a fim de aumentar a probabilidade de ocorrência dos eventos desejados. 
(LOPEZ, 2018) 
Para dar vazão aos conhecimentos pertinentes ao gerenciamento de 
projetos surge, em 1969, nos Estados Unidos, uma organização sem fins lucrativos 
chamada Project Management Institute, PMI. Tal organização elaborou um guia para 
a orientação de profissionais acerca do conhecimento em gerenciamento de projetos, 
chamado PMBOK – Project Management Body of Knowledge. Segundo o próprio 
PMBOK: 
 
Este guia PMBOK é diferente de uma metodologia. Uma metodologia é um 
sistema de práticas, técnicas, procedimentos e regras usadas por aqueles 
que trabalham numa disciplina. Este Guia PMBOK® é uma base sobre a qual 
as organizações podem criar metodologias, políticas, procedimentos, regras, 
ferramentas e técnicas e fases do ciclo de vida necessários para a prática do 
gerenciamento de projetos. (PMBOK, Parte I, pág 2, 2017) 
 
O PMI conceitua projeto como “um esforço temporário empreendido para 
criar um produto, serviço ou resultado único” (PMBOK, Parte I, pág 4, 2017). Eles tem 
como finalidade o cumprimento de objetivos, que são os resultados esperados, os 
propósitos a serem atingidos, sejam eles na forma de um produto a ser entregue ou 
um serviço a ser realizado. Tais cumprimentos se dão por meio de entregas, que são 
quaisquer produtos, resultados ou capacidades únicas e verificáveis que devem ser 
produzidas para que haja a conclusão de um processo, fase ou projeto. (PMBOK, 
Parte I, pág 4, 2017) 
Os projetos são finitos e temporários, mas as entregas realizadas para o 
cumprimento podem existir mesmo após seu encerramento. Essas entregas podem 
ser de natureza social, econômica, material ou ambiental, como por exemplo, a 
construção de uma ponte, que tem como entrega uma estrutura que pode durar 
dezenas de anos. (PMBOK, Parte I, pág 5, 2017) 
Para que haja sucesso na realização dos projetos, a empresa deve dar a 
devida importância ao gerenciamento de projetos. Em relação ao gerenciamento de 
projetos, o PMI explana: 
 
 
20 
 
Gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades, 
ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de cumprir os seus 
requisitos. O gerenciamento de projetos é realizado através da aplicação e 
integração apropriadas dos processos de gerenciamento de projetos 
identificados para o projeto. O gerenciamento de projetos permite que as 
organizações executem projetos de forma eficaz e eficiente. (PMBOK, Parte 
I, pág 10, 2017) 
 
Para o PMI, gerenciamento de projetos é “a aplicação do conhecimento, 
habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto, de forma a atingir e 
exceder as necessidades e expectativas dos interessados (stakeholders) pelo 
projeto”. (PMI, 1996, apud Lopez, 2018) 
No PMBOK, em sua 3ª edição, o gerenciamento de projetos atende à uma 
gama de áreas de conhecimento, e é composto por uma série de processos referentes 
à cada área, conforme figura apresentada a seguir: 
 
Figura 1 - Áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos 
 
Fonte: Adaptado de PMBOK, terceira edição, 2016. 
 
 
 
21 
 
O gerenciamento de projetos auxilia as empresas no cumprimento de suas 
metas organizacionais e no atingimento dos objetivos definidos, podendo ser 
considerado como parte fundamental ao alcance do sucesso na realização dos 
projetos. 
Outra ferramenta existente é o Ciclo PDCA. O ciclo é composto por quatro 
fases: Plan (planejamento), Do (fazer/execução), Check (checagem/verificação) e Act 
(ação). O estágio inicial consiste no planejamento, identificação de problemas e 
estabelecimento dos planos de ação. Em seguida, passa-se a executar o que foi 
planejado. Com a realização das atividades planejadas, tem-se a necessidade de 
verificar sua eficácia, acompanhar indicadores e avaliar, constantemente, a 
efetividade dos resultados obtidos. Tendo a informação do que precisa ser ajustado, 
o gestor tem capacidade para instituir ações corretivas e aprimorar os processos da 
empresa. (PERIARD, 2016, apud Lopez, 2018). 
Outro fator importante, segundo Lopez, é o entendimento acerca do 
universo do projeto, que envolve o ambiente do projeto e o relacionamento entre as 
partes interessadas, também conhecidas por stakeholders. (NEWTON, 2011, apud 
Lopez, 2018). São elas: os clientes do projeto, as pessoas diretamente envolvidas no 
projeto (gestor, equipe de projeto, fornecedores etc.) e os vizinhos do projeto 
(indivíduos ou organizações que sofrem influências indiretas do projeto). 
O PMBOK discorre sobre um dos componentes chave para um bom 
gerenciamento de projetos, que é o entendimento do ciclo de vida de um projeto. 
Nesse sentido, diversas ferramentas são capazes de auxiliar o gestor de projetos na 
execução de um bom gerenciamento. Um dos objetivos deste estudo é analisar como 
as tecnologias emergentes propiciadas pela Indústria 4.0 poderão contribuir nos 
diferentes processos presentes no ciclo de vida de projetos de construção civil. Esse 
assunto será abordado, mais detalhadamente, no capítulo 4 do presente trabalho. 
 
2.3 INDÚSTRIA 4.0 
Desde o início da industrialização, avanços tecnológicos têm resultado em 
mudanças de paradigmas, a iniciar pela Primeira Revolução Industrial, com o 
aparecimento das indústrias. Logo após, os avanços no uso intensivo da energia 
elétrica, também conhecida como Segunda Revolução Industrial, e também os 
avanços da adoção em larga escala da digitalização - a chamadaTerceira Revolução 
 
22 
 
Industrial. Com base nesse avanço da digitalização, combinado à tecnologia da 
internet e demais tecnologias orientadas ao futuro, como os chamados "objetos 
inteligentes" (máquinas e produtos), observa-se uma nova mudança de modelo na 
Indústria. Através dessas expectativas do futuro, foi estabelecido o termo Indústria 
4.0, ou a Quarta Revolução Industrial (LASI et al., 2014). 
A Indústria 4.0 se caracteriza pela introdução de evoluções tecnológicas no 
mercado, tais como a inteligência artificial, robótica, internet das coisas, veículos 
autônomos, impressão em 3D, nanotecnologia, biotecnologia, armazenamento de 
energia e computação quântica. Novas tecnologias estão fundindo os mundos físico, 
digital e biológico de forma a criar grandes promessas e possíveis perigos. A 
velocidade, a amplitude e a profundidade desta revolução estão nos forçando a 
repensar como os países se desenvolvem, como as organizações criam valor e o que 
significa ser humano. (SCHWAB, 2016). 
Segundo Schwab (2016) “as mudanças são tão profundas que, na 
perspectiva da história da humanidade, nunca houve um momento tão potencialmente 
promissor ou perigoso”. 
Em se tratando do conceito de Indústria 4.0 e de acordo com o relatório 
desenvolvido pelo Conselho Temático Permanente de Política Industrial e 
Desenvolvimento Tecnológico – COPIN – conselho esse criado pela Confederação 
Nacional da Indústria, o conceito “Indústria 4.0” surgiu da incorporação da 
digitalização nas atividades industriais (por digitalização entende-se o processo de 
tornar digital dados e informações que anteriormente eram analógicos). Essa 
introdução trouxe integração e controle de produção por meio de sensores e 
equipamentos conectados em rede e da integração do mundo real e virtual, que 
proporciona sistemas ciberfísicos e viabiliza o emprego da inteligência artificial. (CNI, 
2016, p. 11). 
Entretanto, o conceito não se resume à integração dos processos de 
produção e distribuição, mas envolve também todas as etapas que concernem a 
cadeia de valor: projeto e desenvolvimento de novos produtos, testes, simulações de 
produção e pós-venda. Como benefícios, é facilmente notável o ganho de 
produtividade, o encurtamento dos prazos de lançamento de novos produtos, uma 
maior flexibilidade nas linhas de produção, bem como também aumento na 
racionalidade no uso dos recursos energéticos, hídricos etc. Outro ponto relevante é 
 
23 
 
o aumento na capacidade das empresas de se interligarem em cadeias globais de 
valor. 
De acordo com o estudo desenvolvido pela Accenture em 2016 (apud CNI, 
2016, p. 17), a implementação das tecnologias relacionadas à IoT deverá impactar o 
PIB brasileiro em cerca de US$ 39 bilhões até 2030. Se o país criar condições que 
venham a acelerar a absorção dessas tecnologias, esse valor pode subir para cerca 
de US$ 210 bilhões. Porém, para que isso aconteça, há a necessidade de melhoria 
no ambiente de negócios, infraestrutura, programas de difusão tecnológica, 
melhoramentos nas normas e regulamentos etc. 
Em se tratando dos desafios no contexto brasileiro, o país enfrenta 
dificuldades como investimentos em equipamentos para incorporar essas tecnologias, 
adaptação de layouts, de processos e formas de relacionamento entre empresas da 
cadeia produtiva, como também a dificuldade de criação de novas especialidades e o 
desenvolvimento de novas tecnologias. (CNI, 2016, p. 15) Além disso, há a 
necessidade da adoção de medidas relativamente rápidas para que se evite um gap 
de competitividade entre o Brasil e alguns países em que a Indústria 4.0 já começou 
a se tornar realidade. 
 
2.4 INTERNET DAS COISAS 
Relacionada à Quarta Revolução Industrial, a Internet das Coisas 
corresponde à capacidade dos objetos disponibilizarem informações acerca do seu 
funcionamento devido ao fato de estarem conectados em rede. O conceito foi utilizado 
pela primeira vez em 1999 pelo pesquisador britânico do Massachussetts Institute of 
Technology (MIT), em uma apresentação para executivos da Procter & Gamble, 
quando se falava na ideia de etiquetar eletronicamente os produtos da empresa a fim 
de facilitar a logística da cadeia de produção, com identificadores de rádio frequência. 
Em entrevista para a revista eletrônica da Organização Financiadora de Inovação e 
Pesquisa - Finep, o autor do termo acredita que: 
 
[...] estamos presenciando o momento em que duas redes distintas – a rede 
de comunicações humana (exemplificada na internet) e o mundo real das 
coisas – precisam se encontrar. Um ponto de encontro onde não mais apenas 
“usaremos um computador”, mas onde o “computador se use” 
independentemente, de modo a tornar a vida mais eficiente. Os objetos – as 
“coisas” – estarão conectados entre si e em rede, de modo inteligente, e 
passarão a “sentir” o mundo ao redor e interagir. (ASHTON, Kevin, 2015). 
 
24 
 
Em se tratando de uma perspectiva cronológica, Santrella, Gala, Policarpo 
e Gazoni (2013) dividiram os acontecimentos históricos em cinco eras tecnológicas e 
seus dispositivos de mediação. A primeira era diz respeito às tecnologias 
eletromecânicas que serviram de suporte à reprodutibilidade técnica, como por 
exemplo, linhas de produção de jornais, câmeras fotográficas analógicas telégrafos 
etc. A era seguinte foi a da difusão, onde o rádio e a televisão passaram a ser os 
principais meios de comunicação, com conteúdos flexíveis que proporcionaram a 
ascensão da cultura de massas. A terceira se refere às tecnologias disponíveis, como 
controle remoto, máquinas fotocopiadoras, aparelhos de reprodução de músicas e o 
início do desenvolvimento das mídias móveis atuais, televisão a cabo e vídeo cassete, 
que permitiu ao receptor buscar conteúdos a sua escolha. A quarta era se iniciou com 
o surgimento dos computadores pessoais, ligados às redes teleinformáticas, que 
foram se miniaturizando em tablets e smartphones, dando origem a quinta era 
tecnológica, onde surgiram os dispositivos de comunicação móveis, que passaram a 
permitir não apenas a comunicação online, como também a conexão contínua com a 
internet, sem limites de espaço e tempo. 
Segundo Sônego et al. (2016, apud Ferreira, 2014), a Internet das Coisas 
“tem a finalidade de proporcionar inteligência para objetos, de modo a permitir seu 
controle e a notificação de alterações em seu estado”. 
Segundo Santos, et al. (2015), a IoT pode ser considerada a próxima 
revolução da internet, tendo em vista o fato de que ela é capaz de coletar, analisar e 
distribuir dados processados por smartphones e micro computadores e transformá-los 
em informação, a fim de gerar uma efetiva ação humana ou entre máquinas. Com o 
processamento dessas informações tem-se maior poder na tomada de decisões em 
questões como segurança, monitoramento, cidades inteligentes, telemedicina etc. 
Segundo Santanella et al. (2013), a Internet das Coisas vem se tornando cada vez 
mais pervasiva, inteligente e interativa. Além das interfaces já largamente utilizadas 
pela sociedade, como smartphones, tablets, desktops etc., há uma grande variedade 
de aplicações que vem sendo desenvolvidas nas questões citadas por Santos, como 
mecanismos que permitem a visualização das pessoas nos pedágios e alfândegas; 
pombos com dispositivos de radiofrequência (RFID) implantados, com sensores que 
enviam informações sobre a poluição do ar; médicos que monitoram o estado de 
saúde dos pacientes à distância etc. Segundo Buckley (2006), apud Santanella et al. 
 
25 
 
(2013), a internet das coisas atinge também as edificações, que passam a ter sistemas 
inteligentes capazes de regular o funcionamento de seus aparelhos eletrônicos, 
elétricos, alarmes, climatização, portas, janelas etc.; as fábricas, que passam a ter 
inteligência e autonomia em seus processos e até as roupas, que podem registrar as 
mudanças de temperatura exterior e se ajustar de acordo com elas. 
Toda essatecnologia que vem sendo apresentada nos últimos anos está 
sendo absorvida, paulatinamente, pela administração pública, por meio de políticas 
que melhoram suas atividades-fim, de tal forma que um novo conceito de cidades está 
surgindo, as Smart Cities. 
 
2.5 SMART CITIES 
Segundo Gibson, Kozmetsky, & Smilor (1992), apud Rizzon et. al (2017), o 
termo Smart City se originou no início dos anos noventa, para conceituar o fenômeno 
de desenvolvimento urbano dependente da tecnologia, globalização e inovação. 
Segundo Hall (2000), apud Weiss, Bernardes e Consoni (2017, p.1) “as 
cidades inteligentes são aquelas que monitoram e integram as condições de 
operações de todas as infraestruturas críticas da cidade, atuando de forma preventiva 
para a continuidade de suas atividades fundamentais”. 
Segundo Kanter e Litow: 
 
As cidades inteligentes são aquelas capazes de conectar de forma inovativa 
as infraestruturas físicas e de TIC, de forma eficiente e eficaz, convergindo 
os aspectos organizacionais, normativos, sociais e tecnológicos a fim de 
melhorar as condições de sustentabilidade e de qualidade de vida da 
população. [...] Cidade inteligente é aquela que faz extensivo e racional das 
TIC para a melhoria da eficiência dos espaços urbanos. Ou seja, aquelas que 
tem a intenção de oferecer melhores condições de vida e de atuação para 
todos os envolvidos. (2009, apud Weiss, Bernardes e Consoni, 2017, p.2) 
 
Segundo Santanella: 
 
[...] iniciativas no desenvolvimento de cidades inteligentes propõem equipar a 
infraestrutura urbana com tecnologia capaz de otimizar a recepção de dados 
pelos setores responsáveis na administração das cidades e fornecer 
informações em tempo real sobre questões urbanas e dados de gestão na 
esfera pública. (2013, pag. 31) 
 
Como exemplo, pode-se citar sensores em postes para reduzir os custos 
com energia; monitoramento da distribuição de água de maneira remota, bem como 
de caminhões de lixo e veículos de manutenção, que fornecem relatórios de 
frequência a fim de reformular planos de distribuição, disponibilizar informações sobre 
 
26 
 
trânsito, estacionamentos e rotas alternativas etc. Além disso, segundo Meier et al. 
(2011), apud Weiss, Bernardes e Consoni (2017), as tecnologias da informação e da 
comunicação são de suma importância para o fornecimento de meios para o 
monitoramento e o gerenciamento de serviços e recursos de infraestruturas urbanas 
e para o encurtamento das distancias entre o poder público e os cidadãos através da 
disponibilização de serviços via internet. 
Weiss, Bernardes e Consoni afirmam que a rápida urbanização que vem 
ocorrendo no cenário mundial atual apresenta uma significativa perda de 
funcionalidades básicas de uma cidade, como a dificuldade de gestão de resíduos, de 
recursos públicos, a falta de controle dos índices de poluição do ar, problemas na 
saúde, educação e mobilidade, entre outros. Porém, segundo os mesmos autores: 
 
[...] essas questões podem ser enfrentadas com o aproveitamento adequado 
das capacidades atuais e futuras, melhorando a eficiência e reinventando a 
organização das cidades, tendo as tecnologias da informação e comunicação 
(TIC) como viabilizadoras de um sistema nervoso para e de cidades 
inteligentes. (2017, p.3) 
 
Cabe ao poder público a garantia de ações executadas com transparência, 
eficiência, e agilidade, constituindo políticas que sejam legitimadas institucionalmente, 
estimulando a competitividade e a inovação nas cidades. 
 
2.6 TENDÊNCIAS 
A falta de informações, ou a perda no tempo da informação (informações 
atrasadas, incompletas, destinadas a pessoas/setores errados) é um dos maiores 
problemas encontrados em qualquer empresa. O mau gerenciamento de dados e 
informações ocasiona aumento nos custos, retrabalho, perda de oportunidades, 
dentre outros. A internet é uma excelente solução no gerenciamento dessas 
informações, visto que é uma ferramenta que faz a troca de informações ocorrer em 
tempo real, sem interferência da distância física entre os interessados. Diversas 
tecnologias estão sendo inseridas no contexto da construção civil, trazendo uma 
mudança significativa no modo de trabalho. Algumas delas serão apresentadas, 
sumariamente, a seguir: 
 
 
27 
 
2.6.1 Computação em nuvem 
As empresas, de todos os setores da economia, estão caminhando para 
um futuro em que seu gerenciamento será quase que totalmente desenvolvido na 
computação em nuvem, tendo em vista os aspectos práticos, seguros e eficientes 
dessa tecnologia. Nuvem é a nomenclatura utilizada para designar o uso de um 
servidor online, que armazena todas as informações desejadas, em detrimento do uso 
de dispositivos físicos, como hardwares. 
O uso das “nuvens” possibilita a realização de atividades simultâneas, o 
que confere maior agilidade nos procedimentos, com alimentação de dados em tempo 
real. Os benefícios são claramente notados também na redução de custos com 
grandes servidores, que despendem de investimento com equipamentos e 
manutenção e na questão da segurança, no que diz respeito à velocidade de 
recuperação de dados. 
Relacionada à tal tema, difunde-se atualmente o conceito e utilização da 
Big Data, que se refere ao ato de coletar e armazenar um grande volume de 
informação para servir de base para análises. Tais informações, além de volumosas, 
são transmitidas extremamente rápidas (por meio de tecnologias como etiquetas 
RFID, sensores e medições inteligentes) para que possam ser analisadas em tempo 
hábil, e variadas (números, data bases, textos, vídeos, transações financeiras etc.) 
Geralmente, as fontes de big data são oriundas de transmissão de dados 
de dispositivos conectados à rede, de mídias sociais e de fontes publicamente 
disponíveis. Cabe às organizações definir qual o melhor emprego a se dar a tais 
dados, o modo de armazená-los, como analisá-los e o que fazer com a informação 
gerada a partir deles. (SAS, 2019) 
 
2.6.2 Integração na Indústria 4.0 – Automação 
De acordo com Romano, da Logique Sistemas (2017), a forma de conexão 
automatizada dentro de uma organização é diretamente relacionada à integração trazida 
pela Indústria 4.0. Segundo ele, a ideia por trás deste conceito está em interconectar 
também o que se encontra fora da fábrica, como logística, distribuição, mercado 
financeiro e afins. 
Tendo em vista este cenário, existem duas classificações de integração na 
indústria 4.0. A integração horizontal está relacionada com a conexão entre a fábrica e 
 
28 
 
toda cadeia de valor externa à planta, ou seja, relacionando sistemas de TI e fluxos na 
cadeia de fornecimento e valor, incluindo os vários processos que passam por ela. Já a 
integração vertical permite que todos os níveis da fábrica estejam conectados, desde o 
processo de produção até os executivos. 
A automação pode ser executada por meio de softwares ou outras 
ferramentas que reduzem o tempo e o trabalho necessário para a realização de uma 
determinada atividade, o que está diretamente ligado à redução de custos. Para melhor 
entender o processo de automação em empresas e sua importância, pode-se analisar o 
funcionamento de um supermercado. Segundo Junqueira: 
 
O mercado exige que cada vez mais as lojas sejam dinâmicas e os processos 
sejam executados com perfeição por todas as áreas. Dessa forma é 
impossível pensar em não utilizar as vantagens que a automação comercial 
em supermercados traz. Softwares e ferramentas tecnológicas contribuem 
para o dia a dia do varejista e ajudam diretamente no aumento de vendas. O 
processo diário de funcionamento de um supermercado torna essa 
necessidade ainda mais evidente, o auto número de produtos envolvidos, o 
alto giro e a necessidade do consumidor, são fatores que caracterizam o 
quanto é importante contar com uma automação comercial em 
supermercados. (InfoVarejo, 2017) 
 
2.6.3 Realidade virtual e realidade aumentada 
De acordo com Juliana Nakamura (2018),a realidade virtual é uma 
tecnologia de interação entre um usuário e um sistema operacional, por meio de 
recursos gráficos 3D ou imagens 360º. O objetivo é dar ao usuário a sensação de 
presença em um ambiente virtual, proporcionando uma completa imersão no ambiente 
simulado em tempo real. 
A utilidade desta tecnologia na indústria da construção é extraordinária. 
Pode, por exemplo, contribuir com o trabalho do design de projetos, possibilitando ao 
profissional avistar o projeto em 3D no ambiente de uma obra, podendo assim 
identificar possíveis erros ou reparos à serem feitos. Além disso, com a simulação em 
um ambiente virtual o cliente pode se sentir dentro da sua própria residência, antes 
mesmo de ela ser construída, sendo capaz de solicitar antecipadamente modificações 
nos projetos. 
Já a realidade aumentada tem o propósito inverso da realidade virtual. 
Segundo Brenda Thomé (2019), a realidade aumentada insere elementos digitais na 
realidade física. Por exemplo, a partir de uma filmagem de uma sala vazia, um 
 
29 
 
aplicativo pode ser capaz de inserir cores de tintas nas paredes para que o usuário 
possa analisar como ficaria tal escolha, antes de executá-la. 
 
2.6.4 Modelagem 3D 
A modelagem 3D utiliza softwares para criar uma representação 
matemática de uma forma tridimensional. Segundo Nadine Alves (2018), alguns 
softwares de modelagem permitem que os modelos 3D sejam compartilhados e 
visualizados em qualquer lugar, principalmente no canteiro de obras. 
Dessa forma, o projeto pode ser alterado ou atualizado em tempo real, 
dados e cálculos imprecisos podem ser precipitadamente corrigidos e a empresa evita 
o retrabalho em várias etapas que acabariam gerando custos extras e atrasos na 
execução. 
 
2.6.5 Aplicativos para comunicação 
Os aplicativos de comunicação centralizada, nas fases iniciais do projeto 
são úteis para agilizar a documentação necessária, organizar e gerar relatórios em 
poucos segundos. Mantendo as informações e documentos reunidos e armazenados 
na nuvem com segurança e disponibilidade a todos os interessados no projeto. 
De acordo com Ricardo Moraes, CEO da Metroll, em seu depoimento para 
a Construct, buscar formas cada vez mais ágeis e eficazes de gerenciamento de 
projetos é o próprio negócio da empresa. “Em todo o ciclo de gerenciamento de 
projetos, conseguimos reduzir de 25% a 35% o volume de horas trabalhadas, 
chegando até a 50%, dependendo do tipo de projeto, utilizando o Construct.” 
(MORAES, 2019). 
 
2.6.6 BIM 
O Building Information Modeling (BIM), em português, Modelagem da 
Informação da Construção, é o novo conceito quando se trata de projetos para 
construções. Diferente dos desenhos atuais em 2D, com a habitual representação 
planificada do que será construído, a modelagem com o conceito BIM trabalha com 
modelos 3D mais fáceis de compreender e mais fiéis ao produto final. Numa 
comparação simples, seria como abandonar a ideia de fazer o planejamento 
desenhando mapas e trabalhar diretamente com maquetes. (SIENGE, 2016). 
 
 
30 
 
BIM é uma filosofia de trabalho que integra arquitetos, engenheiros e 
construtores (AEC) na elaboração de um modelo virtual preciso, que gera 
uma base de dados que contém tanto informações topológicas como os 
subsídios necessários para orçamento, cálculo energético e previsão de 
insumos e ações em todas as fases da construção” (Eastman, 2008, apud 
Gonçalves Junior, 2019). 
 
Segundo Gonçalves Junior, editor do blog da Alto QI (2019), o motivo para 
a criação do BIM seria organizar minuciosamente todas as informações referentes a 
uma edificação durante seu ciclo de vida, garantindo que o acesso a essas 
informações se desse de forma momentânea, garantindo ao projetista a possibilidade 
de preceder interferências e impactos da estrutura. 
De acordo com Brenda Thomé, editora do Sienge (2016), o projeto ideal 
realizado em BIM agrega todas as partes envolvidas no planejamento de uma 
construção, concedendo informações detalhadas sobre cada etapa de construção e 
disponibilizando para todos os envolvidos. Além de facilitar dados como dimensões 
de paredes e localização de canos, fornece informações relacionadas a tipos e 
quantidades de insumos e mão de obra, por exemplo. 
Ainda segundo Thomé (2016), o BIM se assemelha à modelagem 3D, 
porém com a aplicação da nova tecnologia são adicionadas outras informações que 
só o BIM proporciona. Por exemplo, é possível adicionar informações sobre materiais, 
custos e outras especificações. 
Além da comunicação e troca de informações entre todos os envolvidos, 
múltiplos são os benefícios ao adotar o conceito BIM em projetos, como, um fluxo de 
trabalho transparente possibilitando a participação dos membros do projeto 
independente dos softwares que utilizam, linguagem comum para os processos 
utilizados, dados pertinentes para uso durante todo o ciclo de vida do projeto evitando 
entradas diversificadas dos mesmos dados, desenhos inteligentes com informações 
detalhadas do projeto, cálculos integrados aos desenhos sem necessidade do uso de 
planilhas externas, atualização automática dos detalhes e desenhos de acordo com 
alterações, quantitativos instantâneos, análise e determinação da localização ideal do 
projeto levando em conta os impactos geográficos e sociais, cronograma muito 
assertivo e ainda, uma execução minuciosa associando as atividades, recursos de 
trabalho, localização de equipamentos e materiais com entregas associadas. 
(GONÇALVES JUNIOR, 2019) 
 
 
31 
 
BIM é realidade, é evolução e seu uso ganha força no mercado a cada dia. 
Não é preciso dizer que quem não estiver inserido nesse contexto, está 
sujeito a maiores dificuldades com concorrentes. Felizmente, a maioria das 
ferramentas computacionais específicas para projetos estão alinhadas com 
esse conceito. No Brasil, por exemplo, a empresa catarinense AltoQi, 
desenvolvedora de softwares como o Eberick e o QiBuilder, já possuem em 
seus sistemas, a exportação em arquivos com extensão. (Gonçalves Junior, 
2019) 
 
2.7 BRASIL 
De acordo com o estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria 
(CNI), o Brasil ainda não assimilou o conceito de Indústria 4.0, e ainda se encontra 
em um processo de familiarização com a digitalização e seus impactos sobre a 
competitividade no cenário nacional e mundial. (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA 
INDÚSTRIA, 2016) 
Em se tratando da internalização do conceito de smart city, Weiss, 
Bernardes e Consoni trouxeram o seguinte questionamento: “como o conceito de 
cidades inteligentes vem sendo aplicado pelas cidades brasileiras com vistas ao 
estabelecimento de um novo modelo de gerenciamento das infraestruturas e dos 
serviços públicos?” (2017, p. 2) 
Para responder, trouxeram três cidades brasileiras com população acima 
de um milhão de habitantes, conhecidas como cidades inteligentes nacional e 
internacionalmente. São elas: Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba. 
O Rio de Janeiro iniciou o projeto de se tornar uma cidade inteligente com 
a implantação do centro de operações, em 2010. O Centro de Operações Rio (COR) 
é um conjunto de órgãos que monitoram a cidade 24 horas por dia, a fim de gerenciar 
crises por meio de antecipação, redução e preparação, como também responder 
rapidamente às ocorrências, como chuvas fortes, deslizamentos, condições do mar, 
tráfego, entre outros. 
Porto Alegre segue a mesma linha do Rio de Janeiro, com um centro de 
operações chamado Centro Integrado de Comando (CEIC), inaugurado em 2012, que 
interliga diversos órgãos, como Guarda Municipal, Serviço Médico de Urgência 
(SAMU), Defesa Civil, Brigada Militar, Polícia Militar, entre outros. Esse centro conta 
com dezenas de câmeras de alta capacidade, com sensores de movimento por 
infravermelho, e recursos de ampliação, que monitoram as regiões da cidade. Além 
do monitoramento por câmeras, Porto Alegre conta com sinais semafóricos 
inteligentes instalados nosprincipais cruzamentos viários da capital que, por meio de 
 
32 
 
laços indutivos instalados no chão, captam o fluxo dos automóveis e se alternam 
automaticamente, acelerando o tempo de circulação em até 30% e reduzindo a taxa 
de emissão de gases poluentes em até 7% (WEISS, BERNARDES, CONSONI, 2017, 
p. 7) 
Curitiba é uma cidade planejada, modelo para o país inteiro. É também um 
modelo mundial de transporte, urbanização e respeito ao meio ambiente, considerada 
uma das dez cidades mais inteligentes do mundo (WEISS, BERNARDES, CONSONI, 
2017, p. 7). O destaque se dá pelo sistema viário e de transporte urbano muito 
eficiente, além de um centro de monitoramento de segurança pública e um centro de 
informações estratégicas. 
As três capitais tem objetivos em comum para os próximos anos, tais como: 
Implementação de prédios inteligentes; encurtamento das distâncias e mais avanços 
nas formas de comunicação com os atores; sensoriamento e monitoração do sistema 
de transportes público e do tráfego urbano; redução das emissões de CO2; maior 
eficiência no fornecimento de serviços básicos (saúde, transportes, segurança e 
educação) apoiados por sistemas modernos e integrados, mais inteligentes e 
acessíveis a todos. Inclusão social e digital, mobilidade, educação, saúde, segurança, 
uso racional dos recursos naturais e serviços aos cidadãos são os principais e mais 
importantes desafios na materialização da cidade inteligente. (WEISS, BERNARDES, 
CONSONI, 2017, p. 9) 
O mercado da construção civil também segue as tendências que vem 
atingindo a economia mundial. Em se tratando do Brasil, há muito o que se fazer em 
relação à políticas públicas e iniciativas de mercado para que se incorpore, de fato, os 
conceitos aqui abordados no cotidiano da indústria. A seguir, será descrita a 
metodologia de trabalho empregada no desenvolvimento do presente trabalho e, no 
Capítulo 4, será desenvolvida uma correlação entre as tecnologias advindas da 
disseminação da Indústria 4.0 e sua aplicabilidade no ciclo de vida de um projeto. 
 
 
33 
 
3 METODOLOGIA DO TRABALHO 
 
3.1 INTRODUÇÃO 
Neste capítulo será relatado de que maneira foi consistida a pesquisa, 
considerando o cenário, os sujeitos envolvidos na investigação e os instrumentos de 
coleta de dados. 
 
3.2 MÉTODO UTILIZADO 
Tratou-se de uma pesquisa exploratória, com o objetivo de fornecer 
informações e estabelecer as bases que levarão a estudos futuros. 
 
Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o 
problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-
se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento 
de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, 
bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados 
aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas 
envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que 
tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de 
exemplos que “estimulem a compreensão”. (Selltiz et al., 1967, p. 63, apud 
Gil, 2002). 
 
Quanto ao método, referiu-se a uma pesquisa bibliográfica, que segundo 
GIL (2002, p.59), “desenvolve-se ao longo de uma série de etapas, e depende de 
muitos fatores como a natureza do problema, o nível de conhecimento que os 
pesquisadores dispõem sobre o assunto, o grau de precisão que se pretende atingir 
com a pesquisa, entre outros”. 
Sendo assim, a pesquisa bibliográfica pode ser entendida como um 
processo que envolve as etapas: 
a) escolha do tema; 
b) levantamento bibliográfico preliminar; 
c) busca das fontes e leitura do material; 
d) organização lógica do assunto; e 
e) desenvolvimento escrito. 
 
 
34 
 
3.3 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS 
As etapas seguidas para a elaboração do estudo serão abordadas a seguir: 
 
3.3.1 Escolha do tema 
A seleção do tema “Indústria 4.0 no Brasil” foi uma decisão tomada pelo 
interesse em aprofundar os conhecimentos no que diz respeito às novas tecnologias 
para a Indústria da Construção Civil, como forma de conhecimento das inovações que 
o mercado vem trazendo e poder estar preparado para as mudanças que 
 
3.3.2 Levantamento bibliográfico preliminar 
Segundo GIL (2002, p.61), o levantamento bibliográfico preliminar 
possibilita que a área de estudo seja delimitada e que o problema possa finalmente 
ser definido. Ao longo desta fase, os estudantes podem acabar selecionando um plano 
de estudo mais restrito que possibilita uma visão mais clara do tema de sua pesquisa 
e portanto, o aprimoramento do problema de pesquisa. 
Foram elaboradas pesquisas com palavras-chave relacionadas às novas 
tecnologias na área da Indústria da Construção Civil, que já estão sendo utilizadas, e 
também para encontrar estudos prospectivos, tendências e demais novidades que 
serão desenvolvidas no setor. 
 
3.3.3 Organização lógica do assunto 
Após a leitura do material, seguiu-se para a organização lógica do trabalho, 
que consiste na organização das ideias com o intuito de atender aos objetivos 
formulados no início da pesquisa, expostos no capítulo 1. Nesta etapa, as fontes foram 
selecionadas e organizadas para se iniciar a redação. 
 
3.3.4 Ampliação do levantamento bibliográfico 
Feito o levantamento bibliográfico preliminar, e após formulado o conteúdo 
e suas delimitações, tornou-se necessário identificar as fontes capazes de fornecer 
respostas adequadas à solução do problema proposto. Esta etapa é muito semelhante 
ao levantamento bibliográfico preliminar, porém trata-se de uma etapa definitiva. O 
método de pesquisa utilizado foi qualitativo, apoiando-se em pesquisas documentais, 
teses e dissertações, análise de sites, livros e relatórios. 
 
35 
 
A pesquisa ocorreu de forma 100% online, por se tratar de um assunto bem 
atual com escassa bibliografia disponível em bibliotecas. Segundo Gil (2002, p.75): 
 
Os mecanismos de busca são os sistemas baseados no uso exclusivo de 
programas de computador para a indexação das páginas da Web. Nesses 
mecanismos, a pesquisa é feita por palavras-chave. Para isso, escreve-se a 
palavra no quadro de busca e clica-se no ícone ou botão de busca que fica 
ao lado do quadro. A seguir, aparecem os sites cujos conteúdos referem-se 
às palavras-chave. Pode ocorrer que para uma única palavra digitada 
apareçam centenas de milhares de sites relacionados. Isso significa que o 
pesquisador precisa valer-se de múltiplos artifícios para fazer uma boa 
pesquisa. 
 
3.3.5 Aprofundamento do tema 
Elaborada a pesquisa e definidas as principais fontes, foi realizada a leitura 
do material, com o objetivo de identificar informações constantes e analisar a 
consistência das mesmas para aprofundar o tema proposto. 
“O estudo da literatura pertinente pode ajudar a planificação do trabalho, 
evitar publicações e certos erros, e representa uma fonte indispensável de 
informações, podendo até orientar as indagações.” (MARCONI; LAKATOS, 2003, 
p.158). 
Procurou-se apresentar o tema da maneira mais clara e objetiva possível 
para facilitar o desenvolvimento do estudo. Nesta etapa, as tecnologias advindas da 
ocorrência da Indústria 4.0 especificamente sobre a construção civil, foram abordados 
com maiores detalhes. 
 
3.3.6 Desenvolvimento escrito 
O último estágio da pesquisa bibliográfica foi constituído pela redação do 
relatório. De acordo com GIL (2002), não há regras fixas a respeito do procedimento 
que é adotado nesta etapa, pois depende do estilo e objetivos de cada autor. 
 
36 
 
4 DESENVOLVIMENTO 
 
O presente capítulo tem como objetivo abordar a conceituação do ciclo de 
vida de um projeto, proposto pelo PMBOK, e apresentar uma correlação entre os 
grupos de processos existentes no ciclo com as tecnologias introduzidas pela 4ª 
Revolução Industrial, direcionadas para cada grupo, a fim de analisar a possível 
contribuição dessas tecnologiasno aumento da eficiência, eficácia e efetividade dos 
projetos desenvolvidos na construção civil. 
Eficiência e eficácia são termos muito utilizados quando se trata do sucesso 
das organizações. De acordo com Rodrigo Batista de Castro, a eficiência está focada 
nos meios, sem preocupação com os fins, inserindo-se nos processos, de forma a se 
concentrar nos aspectos internos das organizações. Já a eficácia preocupa-se em 
atingir os objetivos propostos, focando nos aspectos externos das organizações. 
(EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E EFETIVIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, 2006) 
Luiz Claudio Simões afirma que eficiência e eficácia são termos relevantes 
para quaisquer projetos nas organizações, mas ressalta que é a aplicação da 
efetividade que permite mudanças significativas e de longo prazo na melhoria de 
qualidade de seus projetos. (ALÉM DA EFICIÊNCIA E EFICÁCIA: O GESTOR DE 
PROJETOS E SUA EFETIVIDADE, 2018) 
Idalberto Chiavenato, em seu livro “Recursos Humanos nas Empresas” 
(1994, apud Castro, 2006) afirma que todas organizações devem ser analisadas, 
concomitantemente, segundo o escopo da eficiência e da eficácia, conceituando-as 
da seguinte maneira: 
 
(...) eficácia é uma medida normativa do alcance dos resultados, enquanto 
eficiência é uma medida normativa da utilização dos recursos nesse 
processo. (...) A eficiência é uma relação entre custos e benefícios. Assim, a 
eficiência está voltada para a melhor maneira pela qual as coisas devem ser 
feitas ou executadas (métodos), a fim de que os recursos sejam aplicados da 
forma mais racional possível (...) (Chiavenato, 1994, p. 70). 
 
De acordo com Oliveira (2007, apud Simões, 2018), eficiência é a “medida 
do rendimento individual dos componentes do sistema. (...) Refere-se à otimização 
dos recursos utilizados para obtenção dos resultados”. Em relação à eficácia, o autor 
diz que é a “medida do rendimento global do sistema. (...) Refere-se à contribuição 
dos resultados obtidos para o alcance dos objetivos globais da organização”. 
 
37 
 
Mais abrangente e complexa que as definições de eficiência e eficácia é a 
efetividade, pois seu conceito está relacionado ao desempenho das organizações. 
Segundo Michaelis (apud Simões, 2018), o termo efetividade é “qualidade ou estado 
do que é efetivo, ou seja, que produz ou é capaz de produzir o efeito pretendido. 
Eficaz, eficiente. Capacidade de concretizar-se em efeitos reais”. Segundo Cohen e 
Franco (1998, apud Simões, 2018), a efetividade é um indicador de sucesso de uma 
organização, visto que ela determina o grau de abrangência da finalidade do projeto, 
ou seja, mostra se houve ou não mudanças reais onde havia necessidade de 
interferências. 
Levando tais conceitos para o âmbito da construção civil, pode-se dizer 
que, por exemplo, na concepção de um projeto para a construção de uma ponte, 
atingir-se-á eficiência se forem utilizados da maneira mais racional possível os 
recursos disponíveis (um estudo que apresente a estrutura com melhor custo-
benefício – metálica ou concreto, estaiada, treliçada, em arco etc., redução no 
desperdício de materiais, planejamento adequado da alocação da mão-de-obra, 
dentre outros); eficácia, se a obra for entregue no prazo, respeitando o orçamento 
previsto e com qualidade de execução; e efetiva, se de fato ela estiver localizada em 
um trecho onde haja necessidade da sua existência, mediante prévio estudo de 
viabilidade, por exemplo. 
Como mencionado no Capítulo 2, existem ferramentas essenciais 
disponíveis ao gestor de projeto no que diz respeito ao alcance da efetividade e 
conclusão dos objetivos. Um exemplo é o ciclo de vida de um projeto, descrito a seguir: 
 
4.1 CICLO DE VIDA DO PROJETO 
No Guia PMBOK, o ciclo de vida do projeto é “a série de fases pelas quais 
um projeto passa, do início à conclusão”. (PMBOK, Parte I, pág 19, 2017) Todo projeto 
tem um início e fim determinados e, portanto, um ciclo de vida pré-estabelecido. Ele 
pode ser considerado a estrutura básica para o gerenciamento de um projeto. Deve 
ser, necessariamente, flexível o suficiente para que possa se adaptar com a variedade 
de fatores incluídos no projeto, e cabe à equipe de gerenciamento determinar qual 
melhor ciclo de vida para o projeto a ser realizado. 
De acordo com o Guia, existem cinco tipos de ciclo de vida: preditivo, 
iterativo, incremental, adaptativo ou híbrido. O preditivo consiste na determinação de 
 
38 
 
escopo, prazo e custo de projeto ainda nas fases iniciais, com alterações durante o 
projeto minuciosamente pensadas; no iterativo, determina-se o escopo nas fases 
iniciais, mas os prazos e custos são normalmente modificados à medida que a equipe 
de projeto estuda e entende o produto/serviço a ser elaborado; no incremental, a 
entrega resulta de uma série de iterações que vão adicionando funcionalidades ao 
longo de períodos determinados, sendo completa apenas no fim da última iteração; 
no adaptativo, o escopo é detalhado e definido antes do início da primeira iteração, e 
podem ser iterativos ou incrementais; e o híbrido é uma combinação entre o adaptativo 
e o preditivo, onde os elementos do projeto que sejam conhecidos seguem o ciclo 
preditivo e aqueles que estiverem em evolução seguem o ciclo adaptativo. (PMBOK, 
Parte I, pág 19, 2017) 
 
4.1.1 Grupo de processos de gerenciamento de projetos 
Segundo Oscar Ciro Lopez, o ciclo de vida do projeto passa por cinco 
grupos de processos de gerenciamento de projetos, que são: concepção/iniciação, 
planejamento/definição, execução/implementação, monitoramento e controle e 
encerramento. Tais etapas serão melhor detalhadas a seguir: 
 
4.1.1.1 Grupo de processos de iniciação 
No PMBOK, o grupo de processos de iniciação consiste “nos processos 
realizados para definir um novo projeto ou uma nova fase de um projeto existente, 
através da obtenção de autorização para iniciar o projeto ou fase” (PMBOK, Parte I, 
pág 23, 2017). 
Um projeto deve começar com questionamentos que envolvam a 
identificação das necessidades, levando à definição clara e precisa do “problema” a 
ser resolvido. Em se tratando da Indústria da Construção Civil, a “NBR 13531 – 
Elaboração de projetos de edificações – Atividades técnicas” aborda, nessa fase 
inicial, as atividades de levantamento de dados (informações jurídicas, legais, 
programáticas e técnicas) com vistas a restringir possibilidades e limitar o 
produto/serviço pretendido e briefing, que consiste no entendimento/captura dos 
desejos/requisitos do cliente/usuário. 
Deve-se realizar, nessa etapa, a análise de riscos, como parte da 
fundamentação da futura escolha da alternativa que melhor se enquadre às 
 
39 
 
necessidades. A análise de risco consiste em um conjunto de atividades que 
identificam os fatores de risco e avaliam seu possível impacto na execução do projeto 
e define ações que devem ser executadas para maximizar os riscos positivos e reduzir 
e/ou anular os riscos negativos. Ela deve ser constantemente utilizada, através do 
monitoramento e da execução das atividades contingenciadas quando da execução 
do projeto. (ALENCAR, A. J., 2005, SCHMITZ, E. A., 2005, apud LOPEZ, 2018) 
Tendo definidas as intenções do cliente e levantados os dados, deve-se 
comparar as soluções possíveis ao atendimento das necessidades, e selecionar 
aquela que julga-se melhor. (LOPEZ, 2018) 
 
4.1.1.2 Grupo de processos de planejamento 
A segunda etapa consiste no desenvolvimento da solução técnica 
selecionada na primeira fase, por meio do estudo preliminar (apresenta uma solução 
preliminar de implantação, de acordo com os dados levantados anteriormente), 
anteprojeto (consolidação dessa solução apresentada no estudo preliminar, com as 
devidas correções, se necessárias), projeto legal (agregado ao anteprojeto, com os 
documentos necessários à aprovação por parte dos órgãos públicos), projeto básico 
(projeto completo, aglutinando todas as informações indispensáveisà elaboração de 
um orçamento detalhado da obra, bem como a definição dos métodos construtivos e 
dos referidos prazos de execução) e projeto executivo (conjunto de referências para 
que seja possível executar com perfeição o estabelecido em projeto, como também a 
avaliação dos custos, métodos construtivos e prazos determinados no projeto básico). 
Tanto o projeto básico como o projeto executivo são compostos por planejamento dos 
desenhos de engenharia e arquitetura, memoriais descritivos, especificações 
técnicas, orçamento detalhado do projeto, análise de custos e cronograma detalhado 
de projeto. (LOPEZ, 2018) 
O orçamento compõe o planejamento dos custos e é a tradução do projeto 
em termos econômicos e financeiros e apresenta o cálculo dos custos necessários à 
execução da obra, que são a soma dos custos diretos (mão de obra, material, 
equipamentos), custos indiretos (equipes de supervisão, despesas do canteiro de 
obras, taxas etc.) e os impostos e lucro. Para sua elaboração, divide-se em três 
etapas: estudo das condicionantes, que engloba o levantamento dos documentos 
disponíveis, visitas a campo e consultas ao cliente; composição dos custos, onde se 
 
40 
 
levanta os valores unitários dos serviços e seus quantitativos e determinação do 
preço, que é a soma da composição dos custos com o custo indireto e aplicação da 
margem de lucro, obtendo-se o preço de venda. (MATTO, A. D., 2016, apud LOPEZ, 
2018) 
Além do orçamento, é indispensável o planejamento do tempo, que 
consiste na elaboração detalhada de um cronograma, desenvolvido após um estudo 
das atividades a serem executadas, visando estabelecer o tempo de duração e a 
relação de precedência entre elas. Tal produto torna-se uma representação gráfica da 
execução de um projeto, mostrando, de forma lógica, os prazos de execução de todas 
as atividades necessárias à concretização do projeto. Ele é composto do cronograma 
físico, que relaciona as atividades com o tempo de duração e precedência, 
apresentando-as em barras horizontais e mostrando a folga entre uma atividade e 
outra, do cronograma físico-financeiro, que relaciona as atividades com seu custo de 
execução, por período de tempo e do cronograma de mão de obra, também chamado 
histograma, que relaciona o número de operários disponíveis por atividade, por 
período de tempo. (PRADO, D., 1998, MATTOS, 2010, LIMMER, C.V., 1997 e 
MAYERLE, 2008, apud LOPEZ, 2018) 
 
4.1.1.3 Grupo de processos de execução 
De acordo com o PMBOK, o grupo de processos de execução se constitui 
de “processos realizados para concluir o trabalho definido no plano de gerenciamento 
do projeto para satisfazer os requisitos do projeto” (PMBOK, Parte I, pág 23, 2017). 
Nessa etapa, a equipe deve-se concentrar na implementação da solução 
apresentada no projeto executivo. Para sua concretização, divide-se em três etapas, 
sendo elas: produção (materialização do produto/serviço concebido em projeto), 
controle (medições e avaliações do que foi executado, comparando com o projeto) e 
suprimento (atividades relacionadas ao abastecimento das frentes de trabalho, 
envolvendo gestão de estoque, armazenagem etc). (AVILA, A. JUNGLES E., 2013, 
apud LOPEZ, 2018) 
 
4.1.1.4 Grupo de processos de monitoramento e controle 
No Guia PMBOK, o grupo de processos de monitoramento e controle 
consiste nos “processos exigidos para acompanhar, analisar e controlar o progresso 
 
41 
 
e desempenho do projeto, identificar quaisquer áreas nas quais serão necessárias 
mudanças no plano, e iniciar as mudanças correspondentes” (PMBOK, Parte I, pág 
23, 2017). 
Tais processos devem ocorrer durante todo o ciclo de vida, mantendo 
constante análise dos riscos levantados e comparando projeto e execução 
frequentemente, não devendo ser consideradas atividades posteriores às de 
execução (LOPEZ, 2018). 
. 
4.1.1.5 Grupo de processos de encerramento 
Consiste na finalização das atividades e entrega do produto ao cliente. 
Envolve a checagem de itens executados e aceitos, avaliação do projeto e da 
execução e feedback do cliente. (LOPEZ, 2018) 
 
4.1.2 Áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos 
Os processos, segundo o Guia PMBOK, também são categorizados por 
áreas de conhecimento, que são definidas por seus requisitos de conhecimento e 
compostas por processos referentes às práticas, entradas, saídas, ferramentas e 
técnicas. Ou seja, são conhecimentos que englobam atividades separadas por dez 
áreas, que em conjunto resultam no objetivo proposto por cada área. São elas: 
 
Gerenciamento da integração do projeto: 
Envolvem a identificação, definição, combinação, unificação e coordenação 
das atividades dos grupos de processos de gerenciamento de projeto, ou seja, são 
aquelas atividades e/ou processos necessários à integração dos demais grupos, 
podendo ser ilustrado na figura 2, apresentada a seguir: 
 
 
42 
 
Figura 2 - Gerenciamento da integração do projeto 
 
Fonte: Business School Brasil, 2018. 
 
Segundo Eduardo Montes, fundador do Escritório de Projetos, dentre 
alguns processos do gerenciamento da integração do projeto, pode-se destacar o 
desenvolvimento do termo de abertura do projeto, a gestão do conhecimento do 
projeto, a realização do controle de mudanças e o encerramento de uma fase ou do 
projeto, entre outras. (MONTES, 2017) 
 
Gerenciamento do escopo do projeto 
Asseguram que o projeto atenda a todo o trabalho necessário para que seja 
entregue com sucesso através da elaboração de um escopo de trabalho, que consiste 
numa descrição detalhada do produto ou serviço a ser executado e garante que o 
projeto seja desenvolvido dentro das limitações pré-estabelecidas, sem fugir aos 
propósitos previamente definidos. 
 
Gerenciamento do cronograma do projeto 
Garantem que o projeto seja entregue no prazo determinado por meio da 
elaboração de um cronograma, com a definição, sequenciamento e estimativa de 
duração das atividades e do controle do mesmo durante o tempo de existência do 
projeto. (MONTES, 2017) 
 
Gerenciamento dos custos do projeto 
Envolvem o planejamento, estimativas, orçamentos e tudo que se relacione 
com a garantia de que o projeto termine dentro do orçamento aprovado, sendo 
constantemente monitorado durante do seu ciclo de vida. 
 
43 
 
 
Gerenciamento da qualidade do projeto 
Auxiliam na aplicação da política de qualidade da organização nas etapas 
de planejamento, gerenciamento e controle do projeto. Para isso, é necessário 
identificar os requisitos e padrões de qualidade do projeto e documentar como se dará 
a execução de tais atividades, monitorando-as e registrando os resultados, em busca 
do atingimento da melhoria contínua de processos. (MONTES, 2017) 
 
Gerenciamento dos recursos do projeto 
Dizem respeito à identificação, aquisição e gerência dos recursos 
necessários à conclusão efetiva do projeto, que correspondem à equipe, materiais, 
equipamentos e infraestrutura. Em relação à gerência dos recursos, cabe à equipe 
buscar o desenvolvimento das competências e interação dos membros, a fim de 
aprimoramento do desempenho dentro das atividades do projeto, além da garantia de 
disponibilidade dos recursos conforme o cronograma pré-estabelecido. 
 
Gerenciamento das comunicações do projeto 
De acordo com Montes (2017), a maioria dos problemas em projetos são 
consequência da falha de comunicação. As atividades e processos do gerenciamento 
das comunicações do projeto asseguram a qualidade das informações, mantendo-as 
organizadas, atualizadas, gerenciadas, monitoradas e disponíveis às partes 
interessadas durante a execução do projeto. 
 
Gerenciamento dos riscos do projeto 
Abrangem o planejamento, identificação e análise dos riscos e 
planejamento e implementação de respostas, a fim de maximizar a exposição aos 
riscos positivos e minimizar a exposição aos riscos negativos. (MONTES, 2017) 
 
Gerenciamento das aquisições do projeto 
Auxiliam

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