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DIREITO TRIBUTÁRIO - CRÉDITO TRIBUTÁRIO

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Thainara Lima 
@thailsm 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
1. CONCEITO 
O crédito tributário configura a formalização da obrigação tributária 
por meio do lançamento, qualificando-a e quantificando-a, tornando-a 
exigível pelo sujeito ativo (credor). 
Enquanto a obrigação tributária surge com o fato gerador do tributo, 
o crédito tributário surge apenas após o lançamento do tributo. 
O crédito tributário pode ser definido como um valor definido em 
moeda nacional, com um sujeito passivo devidamente identificado, que 
somente surge com o lançamento do tributo. 
A obrigação tributária antecede (surge antes do) crédito tributário 
e é o dever de pagar tributo ou multa, bem como o dever de fazer ou deixar 
de fazer algo, que surge no momento do Fato Gerador. Ela se divide em duas: 
Obrigação Tributária Principal: obrigação de pagar tributo ou multa; 
Obrigação Tributária Acessória: obrigação de fazer ou de não 
fazer/deixar de fazer algo. Exemplos: emitir nota fiscal e guardar os 
livros contábeis. 
OBS.: A obrigação principal é a de PAGAR VALORES, seja de multa ou 
de tributo. 
Ou seja, a obrigação de pagar multa é PRINCIPAL, e NÃO acessória. 
Em suma: toda obrigação de pagar quantia certa é uma obrigação 
PRINCIPAL. 
Toda obrigação de fazer ou não fazer prevista na legislação 
tributária é uma obrigação ACESSÓRIA. 
De acordo com o CTN, a não observância de uma obrigação acessória 
enseja uma obrigação principal. Explicando através de um exemplo: existe 
um dever de emissão de nota fiscal. Assim, deve ser emitida nota fiscal, 
e esta é uma obrigação acessória, pois é uma obrigação de fazer, se ela 
não for cumprida, surge o dever de pagar uma multa, que, por sua vez, é 
uma obrigação principal. 
OBS.: a espécie de lançamento de multa é o lançamento de ofício. 
2. LANÇAMENTO 
Thainara Lima 
@thailsm 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
De acordo com o Código Tributário Nacional (art. 142), o lançamento 
é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato 
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, 
calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, 
sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 
São três as espécies de lançamento de tributos. 
2.1. Lançamento direto ou de ofício. 
É a própria Autoridade Administrativa quem verifica a ocorrência do 
fato gerador do tributo, determina a matéria tributável, calcula o montante 
do tributo devido, identifica o Sujeito Passivo e, sendo o caso, propõe a 
aplicação da penalidade cabível. 
Ou seja, o Fisco realiza o lançamento sem o auxílio do contribuinte, 
uma vez que dispõe de todos os elementos para realizá-lo. Exemplos: IPTU 
(lançamento de ofício, por excelência), IPVA, Taxas, COSIP, Contribuições 
Corporativas e Contribuição de Melhoria. 
2.2. Lançamento por declaração ou misto. 
Nesta espécie, o fisco constitui o crédito tributário a partir de 
informações fornecidas pelo contribuinte por meio de declaração, sem as 
quais o lançamento ficaria prejudicado. 
A Autoridade Administrativa elabora o lançamento, utilizando como 
base informações referentes à ocorrência do fato gerador, prestadas pelo 
Sujeito Passivo. Exemplos ITCMD e ITBI (exceção: em São Paulo o lançamento 
do ITBI é por homologação). 
2.3. Lançamento por homologação ou autolançamento. 
É o próprio Sujeito Passivo que verifica a ocorrência do fato gerador, 
calcula o tributo e realiza o pagamento, independentemente de qualquer 
atuação prévia da Autoridade Administrativa que, somente depois, verificará 
se houve o pagamento correto do tributo. 
Por esse lançamento, o contribuinte participa direta e ativamente de 
sua formatação (cálculo e pagamento do tributo), cabendo ao Fisco tão 
somente o procedimento homologatório. Exemplos: ICMS, IR, IPI, entre tantos 
outros tributos, representando o maior volume de arrecadação. 
A REGRA GERAL, em direito tributário, é o lançamento por homologação. 
3. ATIVIDADE DE ARBITRAMENTO. 
A autoridade Administrativa poderá arbitrar valor ou preço de bens, 
direitos, serviços, sempre que forem omissos ou não mereçam fé as 
Thainara Lima 
@thailsm 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
declarações, os esclarecimentos prestados ou os documentos expedidos pelo 
sujeito passivo. 
Quando as informações prestadas pelo Sujeito Passivo são omissas ou 
não condizem com a realidade, o Poder Público realiza a arbitragem, 
atribuindo valor ao bem, serviço ou direito. O Fisco desconfia do Sujeito 
Passivo e arbitra, define o valor. 
Alteração do Lançamento – Uma vez constituído o Crédito Tributário, 
o mesmo só será alterado: a) por impugnação do sujeito passivo; b) mediante 
recurso de ofício; e c) de ofício pela autoridade administrativa, nos casos 
previsto em lei. 
OBS.: a alteração se dá nos casos de vício material dos 
esclarecimentos prestados ou dos documentos expedidos pelo sujeito passivo. 
4. ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. 
Uma vez feito o lançamento, ele pode ser alterado? SIM. A legislação 
prevê a possibilidade de alteração do lançamento tributário. 
De acordo com o CTN, ainda que o Sujeito Passivo tenha sido notificado 
do lançamento, o lançamento poderá ser alterado em três situações. 
Uma vez constituído o Crédito Tributário, o mesmo só será alterado: 
4.1. por impugnação do sujeito passivo. 
Ocorre nos casos em que o contribuinte recebe a notificação de 
lançamento e NÃO concorda com os valores apurados. Então, apresenta 
impugnação que poderá ser em âmbito administrativo ou judicial. 
4.2. mediante recurso de ofício. 
O Recurso de Ofício deve ser interposto, pela autoridade competente 
de primeira instância, sempre que a decisão exonerar o Sujeito Passivo do 
pagamento de tributo e encargos de multa, bem como quando deixar de aplicar 
a pena de perdimento de mercadoria com base na legislação do IPI. 
4.3. de ofício pela autoridade administrativa, nos casos previstos 
em lei. 
Nas hipóteses do art. 149 do CTN. 
Se o Fisco verificar a existência de erro, ele pode alterar de ofício 
o lançamento. Mas no CTN há uma observação: toda decisão de ofício do Poder 
Público que importar em redução do valor a ser pago de tributo, importa em 
recurso de ofício para autoridade superior. O próprio órgão recorre 
automaticamente para o superior. 
Thainara Lima 
@thailsm 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
Esta é uma ferramenta que visa evitar prejuízo para o Fisco, de forma 
que, havendo aumento do valor a ser pago em tributo, não há que se falar 
em recurso de ofício. 
OBS.: a alteração se dá nos casos de vício material. 
A alteração do lançamento somente pode ocorrer quando há vício 
material, em caso de vício formal o lançamento NÃO é alterado, mas sim 
anulado. 
Vício Material: erro nos elementos que constituem o crédito 
tributário, tais como alíquota, base de cálculo, etc. Exs.: erro na 
identificação do sujeito passivo; erro na determinação da alíquota; erro 
na determinação da base de cálculo; erro na verificação do fato gerador. 
Vício Formal: vício mais sério, procedimental, ocorre quando a lei 
prevê um rito procedimental, que é violado. É inobservância de 
procedimento. O processo de constituição do crédito tributário não seguiu 
o procedimento descrito pela norma. Ex: falta de assinatura da autoridade 
fiscal, etc. Impõe a ANULAÇÃO do crédito tributário. 
1. CONCEITO. 
É a perda do prazo para a constituição do crédito tributário 
(lançamento), por parte do Fisco. O Poder Público só pode exigir o 
cumprimento da obrigação tributária se constituir o crédito tributário por 
meio do lançamento, e ele tem um prazo para realizar o lançamento do 
tributo, que É SEMPRE DE 5 ANOS. Passados 5 anos, perde-se o direito de 
constituir o crédito tributário por meio do lançamento. 
2. CARACTERÍSTICAS: 
2.1. atinge o direito material do sujeito ativo; 
A prescrição é um instituto que atinge o direito material, o Fisco 
sequer fica sabendo o valor do tributo, pois não pode defini-lo. Eleé 
extinto. 
2.2. sempre decorre de lei complementar, que trate de normas gerais 
em matéria de direito tributário (art. 146, III, “b” da CF/88); 
A Lei Complementar é o Código Tributário Nacional (formalmente Lei 
Ordinária e materialmente Lei Complementar). 
2.3. só podemos falar em decadência, antes do lançamento; 
Após o lançamento, não se fala em decadência, mas em prescrição. 
Thainara Lima 
@thailsm 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
2.4. se houver decadência, não haverá prescrição; 
 
2.5. o tributo atingido pela decadência poderá ser restituído; 
Se, por exemplo, o Fisco constitui um tributo dentro do prazo legal, 
mas perde o prazo para cobrá-lo, ou se o Fisco perde o prazo para constituir 
o tributo, e ainda assim o contribuinte paga, ele pode exigir o valor pago? 
SIM. Todo crédito tributário atingido pela prescrição ou decadência e pago 
pelo contribuinte pode ser restituído. 
2.6. é uma espécie de “extinção” do crédito tributário – CTN, Art. 
156, V; 
De acordo com o CTN, a decadência é uma espécie de extinção do crédito 
tributário. Porém, a doutrina critica a utilização dessa terminologia, 
pois se a decadência atinge um tributo que ainda não foi lançado, sequer 
existia crédito tributário (que é constituído apenas com o lançamento). 
3. ESPÉCIES. 
O CTN apresenta dois dispositivos que devem ser bem analisados quando 
do estudo da decadência: art. 173, I e art. 150, § 4o. 
Para tributos sujeitos a lançamento “de ofício” e “por declaração”, 
utiliza-se a regra do art. 173, I do CTN: 5 anos contados a partir do 1º 
dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido 
efetuado; 
Para tributos sujeitos a lançamento “por homologação”, utiliza-se a 
regra do art. 150, § 4o do CTN: 5 anos contados a partir da ocorrência do 
fato gerador, salvo FDS e ausência de pagamento, caso em que se aplica a 
regra da alínea “a”. 
ATENÇÃO!! O termo inicial do prazo decadencial, de 5 anos, depende 
da espécie de lançamento do tributo. Se o tributo for um tributo de 
lançamento de ofício ou por declaração, o prazo decadencial inicia-se no 
dia 1º de janeiro do exercício financeiro seguinte ao exercício financeiro 
em que o lançamento poderia ter sido efetuado. 
Se o tributo for de lançamento por homologação, o prazo decadencial 
inicia-se no dia da ocorrência do fato gerador do tributo. Contudo, aqui 
há uma EXCEÇÃO!!! Ainda que se trate de um tributo de lançamento por 
homologação, em hipótese de má-fé, fraude, dolo ou simulação o início da 
contagem do prazo decadencial será no 1º dia do exercício financeiro 
seguinte, e não o dia fato gerador. 
Thainara Lima 
@thailsm 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
O art. 173, II do CTN traz uma regra especial sobre decadência: 5 
anos contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver 
anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. 
1) o Crédito é lançado, mas por alguma razão ele é anulado (como 
se o lançamento não houvesse sido feito – efeitos ex tunc); 
2) a partir da decisão definitiva que o anula (e não da data do FG 
ou do 1o dia do ano seguinte ao FG), inicia-se um prazo de 5 anos para o 
Fisco constituir validamente o Crédito Tributário; 
3) é como se a decisão que o anula INTERROMPESSE a decadência, 
iniciando nova contagem; 
4) esse dispositivo é bastante criticado pela doutrina, porque 
privilegia bastante o Fisco em detrimento do contribuinte, dilatando o 
prazo entre o Fato Gerador e a constituição válida do crédito tributário; 
5) é regra de direito que o prazo decadencial não se interrompe 
nem se suspende; mas quando o assunto é crédito tributário, a regra é 
excepcionada e tem sido aceita pela jurisprudência. 
Lembrando que somente o vício formal permitirá a anulação da 
constituição do crédito tributário; vício material permite a alteração do 
crédito tributário, dentro do prazo decadencial. 
4. EXEMPLOS. 
 
 
MOMENTO DO FATO 
GERADOR 
PRAZO LIMITE PARA 
REALIZAR O 
LANÇAMENTO 
 
DECADÊNCIA 
IPTU 01/JUN/2020 31/DEZ/2025 01/JAN/2026 
IPVA 01/JUN/2020 31/DEZ/2025 01/JAN/2026 
ITBI 31/AGO/2020 31/DEZ/2025 01/JAN/2026 
ITCMD 02/JAN/2020 31/DEZ/2025 01/JAN/2026 
ICMS 02/JAN/2020 01/JAN/2025 02/JAN/2025 
IR 31/DEZ/2020 30/DEZ/2025 31/DEZ/2025 
1) Se o momento do fato gerador do IPTU é em 01/JUN/2020, o prazo 
decadencial começa a correr em 01/JAN/2021, pois o IPTU é um tributo cujo 
lançamento é de ofício, portanto, segue a regra de que o prazo decadencial 
começa a correr a partir do 1º dia do exercício financeiro seguinte. Assim, 
o Poder Público tem até 31/DEZ/2025 para constituí-lo por meio do 
lançamento, em 01/JAN/2026 ocorre a decadência. 
2) Veículo comprado em 31/DEZ/2020. Em 01/JAN/2021 começa a correr 
o prazo decadencial. Em 01/JAN/2026 ocorre a decadência. 
Thainara Lima 
@thailsm 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
3) O fato gerador do ITBI ocorre em 31/AGO/2020. O prazo 
decadencial começa a correr em 01/JAN/2021. A decadência se consuma em 
01/JAN/2026. Então, até o dia 31/DEZ/2025 pode ser feito o lançamento. 
4) O fato gerador do ITCMD ocorre em 02/JAN/2020. O prazo 
decadencial começa a correr em 01/JAN/2021. A decadência se consuma em 
01/JAN/2026. Até o dia 31/DEZ/2025 o Poder Público pode fazer o lançamento. 
5) O fato gerador do ICMS ocorre em 02/JAN/2020, neste mesmo dia o 
prazo decadencial começa a correr, uma vez que o ICMS é um tributo cujo 
lançamento se dá por homologação, portanto segue a regra de que o prazo 
decadencial tem início na data do fato gerador do tributo. O Poder Público 
pode constituir o crédito tributário por meio do lançamento até o dia 
01//JAN/2025, pois a decadência ocorre em 02/JAN/2025. 
6) O fato gerador do IR ocorre em 31/DEZ/2020. O prazo decadencial 
começa a correr em 31/DEZ/2020, o Poder Público tem até 30/DEZ/2025 para 
fazer o lançamento. A decadência ocorre em 31/DEZ/2025. 
1. CONCEITO. 
É a perda do prazo para a cobrança do crédito tributário, por parte 
do Fisco. Em outras palavras: é a perda do direito do Fisco de cobrar o 
crédito tributário, constituído por meio do lançamento. Na prescrição, o 
valor existe pois o tributo já foi lançado, porém o Poder Público não pode 
mais cobrá-lo. 
2. CARACTERÍSTICAS: 
2.1. não atinge o direito material, mas somente a ação que o protege; 
Impede apenas o credor de cobrar o tributo sempre decorre de lei 
complementar, que trate de normas gerais em matéria de direito tributário 
(art. 146, III, “b” da CF/88); 
A Lei Complementar que define os prazos prescricionais e decadenciais 
é o CTN que, apesar de ser formalmente uma Lei Ordinária, é materialmente 
uma Lei Complementar. 
2.2. só podemos falar em prescrição, depois do lançamento; 
 
2.3. só haverá prescrição, se não houver decadência; 
 
2.4. quem paga dívida tributária prescrita também tem direito à 
repetição/devolução do que pagou; 
 
2.5. é uma espécie de “extinção” do crédito tributário – CTN, Art. 
Thainara Lima 
@thailsm 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
156, V; 
 
O prazo prescricional é também de 5 ANOS. 
3. MOMENTO INICIAL DA CONTAGEM. 
O prazo para a contagem do quinquênio prescricional tem inÍcio no 
momento da constituição definitiva do crédito tributário (CTN, Art. 174). 
Em outras palavras, vencimento do prazo para pagamento, se à vista, 
ou início do pagamento, se em parcelas (ver Art. 160 do CTN). 
O termo inicial de contagem do prazo prescricional é o lançamento 
definitivo do crédito tributário. 
OBS.: a prescrição não corre a partir do fato gerador, mas do 
lançamento definitivo do crédito tributário. 
Lançamento definitivo é diferente de lançamento. Em todo crédito 
tributário, uma vez constituído, o contribuinte tem um prazo para pagar 
amigavelmente, nesse prazo ele também pode apresentar impugnação ao crédito 
tributário. De acordo com o CTN, salvo disposição especial, tal prazo é de 
30 DIAS. Passado este prazo, se o contribuinte não impugnar, o lançamento 
torna-se definitivo. Então, começa o curso do prazo prescricional.OBS.: Havendo impugnação/reclamação, o início da contagem do prazo 
prescricional dar-se-á quando da ocorrência da última decisão 
administrativa, da qual NÃO caiba mais recurso. 
4. EXEMPLOS 
 
 
MOMENTO DO FATO 
GERADOR 
 
LANÇAMENTO 
LANÇAMENTO 
DEFINITIVO 
 
PRESCRIÇÃO 
IPVA 01/JUN/2020 31/DEZ/2025 30/JAN/2026 30/JAN/2031 
ITBI 01/JUN/2020 31/DEZ/2025 30/JAN/2026 30/JAN/2031 
ITCMD 02/JAN/2020 31/DEZ/2025 30/JAN/2026 30/JAN/2031 
ICMS 02/JAN/2020 01/JAN/2020 31/JAN/2025 31/JAN/2030 
IR 31/DEZ/2020 30/DEZ/2025 29/JAN/2026 29/JAN/2031 
1) Se o fato gerador do IPVA ocorre em 01/JUN/2020, sendo o 
lançamento feito em 31/DEZ/2025, o lançamento definitivo ocorre 30 dias 
Thainara Lima 
@thailsm 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
depois, em 30/JAN/2026. Deste dia começa a contar o prazo prescricional, 
prazo para que o Poder Público cobre o tributo. A prescrição ocorrerá em 
30/JAN/2031. Se, por ventura, no dia 29/JAN/2026, o Sujeito Passivo do 
tributo impugnar/recorrer, o crédito tributário não se constitui 
definitivamente e o prazo prescricional começará a correr a partir da 
decisão irrecorrível, pois é ela que constitui definitivamente o crédito 
tributário. 
2) Se o fato gerador do ITBI ocorrer em 01/JUN/2020 e o lançamento 
em 31/DEZ/2025, o lançamento definitivo ocorre 30 dias depois, em 
30/JAN/2026. Deste dia começa a contar o prazo prescricional. A prescrição 
ocorrerá em 30/JAN/2031. 
3) Se o fato gerador do ITCMD ocorrer em 02/JAN/2020 e o lançamento 
em 31/DEZ/2025, o lançamento definitivo ocorre 30 dias depois, em 
30/JAN/2026. Deste dia começa a contar o prazo prescricional. A prescrição 
ocorrerá em 30/JAN/2031. 
4) Se o fato gerador do ICMS ocorrer em 02/JAN/2020 e o lançamento 
em 01/JAN/2020, o lançamento definitivo ocorre 30 dias depois, em 
31/JAN/2025. Deste dia começa a contar o prazo prescricional. A prescrição 
ocorrerá em 31/JAN/2030. 
5) Se o fato gerador do IR ocorrer em 31/DEZ/2020 e o lançamento 
em 30/DEZ/2025, o lançamento definitivo ocorre 30 dias depois, em 
29/JAN/2026. Deste dia começa a contar o prazo prescricional. A prescrição 
ocorrerá em 29/JAN/2031. 
 
 
5. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO. 
Pelo parágrafo único do art. 174 do CTN, a prescrição pode ser 
interrompida com a prática de alguns atos. São três os atos que INTERROMPEM 
a prescrição: 
a) despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; 
b) qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor (mandado 
de penhora, por exemplo); 
c) qualquer ato que importe em reconhecimento do débito pelo 
devedor (ex.: pedido de parcelamento). 
No caso de ser interrompido o prazo prescricional, sua contagem é 
REINICIADA. 
Thainara Lima 
@thailsm 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
As hipóteses de exclusão, extinção e suspensão do crédito tributário 
compreendem situações distintas. 
1. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 
A exclusão do crédito tributário consiste na inviabilidade de sua 
constituição, haja vista situações impeditivas de sua cobrança. Ou seja, 
são situações em que, mesmo ocorrido o fato gerador e a obrigação 
tributária, NÃO haverá lançamento e, consequentemente, NÃO haverá o crédito 
tributário. 
A isenção e a anistia são normas desonerativas de deveres patrimoniais 
do contribuinte, atingindo-se o tributo, no caso de uma lei isentante ou 
a multa, no caso de uma lei anistiadora. Em palavras simples, “isenta-se 
o tributo”, “anistia-se a multa”. 
A exclusão do crédito tributário NÃO DISPENSA O CUMPRIMENTO DAS 
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. 
Existem apenas duas hipóteses de exclusão do crédito tributário: 
anistia e isenção. Ambas são causas de inibição do lançamento do tributo, 
ocorre o fato gerador, mas não haverá o lançamento. 
Tratam-se de fenômenos SURGEM APÓS A OCORRÊNCIA DA OBRIGAÇÃO 
TRIBUTÁRIA e ANTECEDEM O LANÇAMENTO, impedindo o surgimento do crédito 
tributário. 
Tanto a isenção quanto a anistia são situações impeditivas do crédito 
tributário. 
1.1. Anistia. 
É o perdão das penalidades pecuniárias – “multas”, concedido por lei, 
antes da constituição do crédito tributário (lançamento). Impede o 
surgimento do crédito tributário multa, antecede o lançamento desta. 
Ela somente alcança as infrações cujos fatos ocorreram antes da lei 
que concede o benefício. 
Então, a anistia somente alcança os atos praticados ANTES da lei que 
a concede e, cumulativamente, ocorre ANTES do lançamento da multa. 
A anistia NÃO ALCANÇA os atos praticados dolo, fraude ou simulação 
por Sujeito Passivo, ou por terceiro em favor dele, bem como as infrações 
Thainara Lima 
@thailsm 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
resultantes do conluio de outras pessoas e aos atos qualificados em lei 
como crimes ou contravenções. 
A anistia pode ser concedida em caráter GERAL ou LIMITADAMENTE. 
- Às infrações da legislação relativa a determinado tributo; 
- Às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado 
montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza; 
- A determinada região do território da entidade tributante, em função 
de condições a ela peculiares; 
- Sob condição de pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que 
conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade 
administrativa. 
A anistia em caráter não geral será concedida por meio de despacho 
da Autoridade Administrativa e NÃO gera direito adquirido, bem como se 
submete às regras do art. 155 do CTN. 
1.2. Isenção. 
É a dispensa legal do pagamento de tributo, antes da constituição do 
crédito tributário (lançamento). A lei concede isenção para que determinada 
situação ou pessoa não esteja obrigada a pagar o tributo. 
A concessão de isenção NÃO observa o Princípio da Anterioridade do 
Exercício, nem a Nonagesimal. A isenção deve decorrer de lei. 
Salvo disposição de lei em contrário, a concessão de isenção NÃO SE 
ESTENDE às taxas e às contribuições de melhoria, bem como aos tributos que 
venham a ser instituídos posteriormente a lei que a concede. 
Interpreta-se LITERALMENTE a legislação tributária que disponha sobre 
suspensão, exclusão, extinção ou outorga de isenção de crédito tributário. 
A isenção, ainda que prevista em contrato, é sempre decorrente de 
lei, que especifique as condições e os requisitos para a sua concessão, os 
tributos a que se aplica e a sua duração. 
A isenção pode ser restrita à determinada região do território da 
entidade tributante. 
A lei que concede a isenção pode ser revogada a qualquer tempo¸ salvo 
se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, caso 
no qual não se pode revogar a isenção a qualquer tempo, sob pena de ferir-
se a segurança jurídica. 
Thainara Lima 
@thailsm 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
O CTN prevê que a lei que revogar uma isenção de tributo sobre renda 
ou patrimônio só produzirá efeitos no primeiro dia do exercício seguinte 
ao da sua publicação, porém a doutrina majoritária e a jurisprudência mais 
recente entendem que este dispositivo se estende aos tributos em geral, 
não estando limitada aos tributos incidentes sobre renda ou patrimônio. 
A isenção pode ser concedida em caráter GERAL e INDIVIDUAL 
1.2.1. Isenção em caráter geral. 
 
Abrange a generalidade de sujeitos, SEM a necessidade de comprovação 
por parte desses de alguma característica pessoal. 
1.2.2. Isenção em caráter individual. 
Só alcança determinadas pessoas, que, mediante despacho da Autoridade 
Administrativa, comprovadamente preencham os requisitos estabelecidos pela 
lei isentiva. Ela NÃO GERA DIREITO ADQUIRIDO, porque se os requisitos 
deixarem de ser cumpridos, o Sujeito Passivo não mais fará jus à isenção. 
Aplicam-se às isenções em caráter individual as regras do art. 155 
do CTN, referentes à moratória concedida em caráter individual. 
OBS1.: As isenções e as anistias só podem ser concedidas mediante 
lei específica, que regule exclusivamente a matéria ou o correspondente 
tributo (art. 150, § 6o, da CF/88); 
OBS2.: A anistia, hipótese de exclusão do créditotributário, NÃO se 
aplica aos atos qualificados como CRIMES ou CONTRAVENÇÕES PENAIS; 
OBS3.: A isenção tributária NÃO se confunde com a imunidade 
tributária. Entre seus traços distintivos, destaca-se o caráter 
discricionário do ato de concessão da isenção, praticado por ente 
federativo competente para a instituição do tributo, que pode incidir em 
face de todas as espécies tributárias, mediante estrito respeito ao 
princípio da reserva legal; já a imunidade tributária constitui matéria 
típica do texto constitucional; 
OBS4.: Se houver o lançamento da multa, há um crédito tributário. 
Havendo crédito tributário, somente se pode falar em suspensão ou extinção, 
pois a exclusão SEMPRE antecede o lançamento do crédito tributário. Se o 
crédito tributário já foi constituído por meio do lançamento, é possível 
o perdão da dívida tributária, porém a hipótese é de remissão (espécie de 
extinção do crédito tributário que se opera tanto em relação à multa quanto 
ao tributo), e não de anistia. 
OBS5.: A anistia somente alcança as infrações cometidas ANTES da lei 
anistiadora. As infrações cometidas APÓS a lei que concede o benefício não 
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são atingidas pela anistia. 
OBS6.: Se a infração administrativa que enseja a cobrança da multa 
constituir também crime, a anistia NÃO pode ser concedida. Pode se conceder 
anistia para todas as infrações tributárias, desde que as condutas não 
sejam, ao mesmo tempo, ilícito penal. 
 
2. SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 
A CF outorga poderes aos Entes Federativos para a criação de tributos, 
o que ocorre, via de regra, por meio de Lei Ordinária. Existem, porém, 
exceções nas quais a própria CF exige que os tributos sejam instituídos 
por meio de Lei Complementar. E, ainda, podem ser instituídos tributos por 
meio de Medida Provisória, tendo em vista que esta possui força de lei. 
A lei, quando instituir o tributo, deverá estabelecer o fato gerador, 
para assim nascer a obrigação tributária, que pode ser: 
- Obrigação principal: pagamento de tributo ou de penalidade 
pecuniária (multa). A obrigação principal será, sempre, uma obrigação de 
pagar determinado valor; 
- Obrigação acessória: deveres formais aos quais o Sujeito Passivo 
está obrigado, a fim de facilitar a arrecadação e a fiscalização. São 
aquelas obrigações tributárias que não se traduzem em obrigação de pagar 
valor. 
O crédito tributário surge com a ocorrência do fato gerador e se 
constitui com o seu lançamento. Uma vez constituído o crédito tributário, 
ele poderá ser exigido pelo Sujeito Ativo. No entanto, existem situações 
nas quais a Fazenda Pública NÃO PODERÁ EXIGIR determinado tributo, em 
virtude da existência de uma das causas de suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário. 
As causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário estão 
taxativamente previstas no CTN. 
2.1. Relação entre as causas de suspensão da exigibilidade do crédito 
tributário, seu lançamento e prazo decadencial. 
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário impede apenas a 
propositura da execução fiscal, mas NÃO a sua constituição. Assim, a 
Autoridade Administrativa deve realizar o lançamento do tributo, ainda que 
presente uma das situações de suspensão. Isso se dá pelo fato de que, 
perdurando a suspensão do crédito tributário por mais de cinco anos, a 
Fazenda corre o risco de perder o direito de constituir o crédito 
tributário, em virtude da decadência. 
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Porém, na situação em que o contribuinte preferir realizar o depósito 
do montante integral, que também é uma causa de suspensão, o Fisco NÃO 
precisará se preocupar em realizar o lançamento tributário, pois o 
contribuinte apura o montante devido e o vincula ao resultado da demanda. 
OBS.: a suspensão da exigibilidade do crédito tributário NÃO implica 
em suspensão do cumprimento das obrigações acessórias, devendo o Sujeito 
Passivo cumpri-las. 
A suspensão impede apenas a propositura da execução fiscal, mas NÃO 
a constituição do crédito tributário. 
Após devidamente constituído o crédito tributário, ele deverá ser 
exigido pelo Fisco. Entretanto, o crédito tributário poderá ter sua 
exigibilidade suspensa em cinco hipóteses: 
2.2. ESPÉCIES. 
MÉTODO MNEMÔNICO: MODERE + COPA. 
Moratória 
Depósito integral 
Reclamações e Recursos Administrativos 
Concessão de Liminar em MS e Tutela Antecipada em Outras Ações Judiciais 
Parcelamento 
2.2.1. Moratória. 
É o pedido de dilação legal do prazo para pagamento de dívida 
tributária, antes do seu vencimento, e é regulada pelo CTN em seus arts. 
152 a 155. 
Ou seja, ocorrendo o fato gerador e existindo a moratória, o Sujeito 
Passivo deverá pagar o tributo, mas poderá fazê-lo de modo prorrogado e 
não no instante em que ocorrer o fato gerador. 
É uma forma de suspensão do crédito tributário muito semelhante ao 
parcelamento, porém diferencia-se deste por ser realizada ANTES do 
vencimento, enquanto o pedido de parcelamento é feito APÓS o vencimento. 
É concedida por meio de lei ordinária, permitindo ao Sujeito Passivo 
que pague em cota única ou em prestações o tributo, porém com vencimento 
prorrogado. Na moratória, pede-se para dilatar o prazo para pagar o crédito 
tributário de uma só vez ou em prestações. 
Ela pode ser concedida em caráter GERAL ou INDIVIDUAL. 
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2.2.1.1. Moratória em caráter geral. 
A moratória será concedida em caráter geral, quando alcançar uma 
generalidade de pessoas, indistintamente, portanto, NÃO dependerá de 
decisão da autoridade administrativa, mas apenas de lei. 
Ela pode ser autônoma e heterônoma (art. 152, II). 
A moratória autônoma é a concedida por um Ente para créditos 
tributários relativos a tributos de sua competência. 
A moratória heterônoma, por sua vez, é aquela que um Ente concede a 
moratória para créditos tributários relativos a tributos da competência de 
outro Ente. 
Em regra, a moratória somente poderá ocorrer em sua forma 
autônoma/autonômica, ou seja, somente poderá ser concedida pelo Ente 
Federativo competente para instituir o tributo. 
Ou seja, via de regra, a moratória heterônoma É VEDADA, porém existem 
duas EXCEÇÕES nas quais a moratória heterônoma pode ser concedida. 
O CTN traz exceções, nas quais a moratória em sua forma heterônoma 
poderá ser concedida: 
1) Em caso de Tratado Internacional, onde o Presidente está 
revestido da qualidade de Chefe de Estado, pois nesta situação ele 
representa a República Federativa do Brasil, que é formada pela união 
indissolúvel de todos os Entes da Federação; 
2) Lei nacional geral: é a hipótese de a União criar moratória para 
tributos municipais e estaduais, desde que, simultaneamente, crie moratória 
aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado. 
2.2.1.2. Moratória em caráter individual. 
A moratória em caráter individual, alcança apenas determinadas 
pessoas, que preenchem certos requisitos estabelecidos em lei. Neste caso 
é necessário despacho da Autoridade Administrativa, verificando o 
preenchimento dos requisitos por cada Sujeito Passivo. A lei estabelece 
algumas condições específicas a serem preenchidas pelo Sujeito Passivo. 
Nessa espécie de moratória, a lei estabelece condições, que devem ser 
preenchidas pelo Sujeito Passivo. Atendidas as condições, a Autoridade 
Administrativa concede a moratória individualmente. 
A concessão de moratória em caráter individual NÃO GERA DIREITO 
ADQUIRIDO LÍQUIDO E CERTO, e PODERÁ SER REVOGADA DE OFÍCIO, quando se 
apurar que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as 
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condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a 
concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora. 
Em caso de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em favor 
dele, haverá imposição da penalidadecabível. Nos demais casos, não será 
aplicada penalidade. 
No caso de dolo ou simulação, NÃO se computará, para fins de 
prescrição, o tempo decorrido entre a concessão da moratória e a sua 
revogação. 
Mas, em caso de simples erro, ou seja, ausente o solo, a revogação 
da mora somente pode ocorrer ANTES da prescrição do direito à cobrança do 
crédito. 
OBS.: Quando a moratória é dotada de caráter individual, ela NÃO é 
direito líquido e certo e, caso o indivíduo deixe de preencher algum 
requisito, ele perde o benefício. Cada um tem que requerê-la. 
A moratória concedida em caráter geral é direito líquido e certo. 
Créditos abrangidos pela moratória: salvo disposição de lei em 
contrário, a moratória somente abrange: I) os créditos definitivamente 
constituídos à data da lei ou despacho que a conceder; ou II) cujo 
lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente 
notificado ao sujeito passivo (CTN, Art. 154). 
RESUMINDO: A moratória abrange os créditos constituídos, 
definitivamente ou não. 
2.2.2. Depósito do montante integral. 
O depósito é uma faculdade do Sujeito Passivo, comumente utilizado 
na via judicial, uma vez que o mero ajuizamento da ação judicial, por si 
só, NÃO suspende a exigibilidade do crédito tributário. Assim, para que 
seja suspendido o crédito tributário, o contribuinte deve realizar o 
depósito integral no momento em que oferecer embargos. Feito o depósito, 
suspende-se a execução fiscal. 
Todavia, o depósito somente suspende a exigibilidade do crédito 
tributário se for INTEGRAL. 
O valor integral a ser depositado compreende o valor do tributo 
acrescido de juros e multas em dinheiro, e é aquele exigido pelo Fisco, 
não o pretendido pelo contribuinte. Mesmo que o contribuinte alegue que 
deve menos do que o exigido pelo Fisco, ele deve depositar o valor exigido, 
e não o que acredita que deve. 
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Trata-se de hipótese de suspensão do crédito tributário pois o Sujeito 
não suportará mais nenhum efeito da execução fiscal, exceto ao final desta, 
caso perca ou ganhe. 
Esta hipótese de suspensão do crédito tributário ocorre no curso do 
Processo de Execução Fiscal, no caso em que a pessoa está sendo executada 
e, para responder à execução fiscal, realiza o depósito integral. 
Por se tratar de faculdade, o depósito do montante integral NÃO 
CONFIGURA CONDIÇÃO DE ADMISSIBILIDADE DA AÇÃO, mas apenas um meio mais 
célere de suspender o crédito tributário. A suspensão é automática. 
Ao final da demanda judicial, caso o contribuinte obtenha êxito, a 
quantia depositada será liberada em seu favor. Caso ele seja vencido, o 
depósito será convertido em renda para o Ente Federativo litigante, 
extinguindo o crédito tributário. 
Vantagens do depósito prévio: suspende a fluência de juros e suspende 
a exigibilidade do crédito tributário. 
O SUJEITO PODE EMBARGAR A EXECUÇÃO FISCAL SEM EFETUAR O 
DEPÓSITO? NÃO. A LEF exige depósito prévio, para que o Sujeito Passivo 
possa embargar a execução fiscal. 
A Súmula Vinculante nº 28 considera INCONSTITUCIONAL a exigência de 
depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual 
se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário. 
SÚMULA VINCULANTE Nº 28: “É inconstitucional a exigência de depósito 
prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se 
pretenda discutir a exigibilidade do crédito tributário”. 
OBS.: A Súmula Vinculante nª 28 REFERE-SE À AÇÃO ANULATÓRIA e não aos 
embargos à execução fiscal. 
É importante ressaltar algumas diferenças entre as seguintes ações. 
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE: ação própria que dispensa o depósito e 
não possui previsão legal, cujo objetivo é instar o magistrado a manifestar-
se sobre matéria que deveria ter conhecido de ofício, mas não conheceu. 
AÇÃO ANULATÓRIA: ação que dispensa depósito integral prévio e visa 
anular o lançamento por causa da existência de vício formal. Em regra, a 
ação anulatória, por si só, não suspende o crédito tributário, porém, caso 
o juiz conceda uma medida liminar ou uma tutela antecipada, suspende e 
impede o Fisco de entrar com a execução. Se a anulatória for procedente, o 
crédito tributário é extinto, sendo improcedente, o Fisco deve entrar com 
a execução fiscal. 
 
2.2.3. Reclamações e recursos administrativos. 
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Sabemos que quando o Sujeito Passivo recebe a Notificação Fiscal de 
Lançamento (NFL), ele pode: 
- Pagar; 
- Recorrer administrativamente; 
- Recorrer judicialmente; ou 
- Manter-se inerte. 
Se o contribuinte reclama na esfera administrativa ou interpõe 
recurso, enquanto o Poder Público não responde o contribuinte, há a 
suspensão do crédito tributário e, enquanto tramitar a reclamação 
administrativa ou o recurso administrativo, o pagamento do crédito 
tributário NÃO pode ser exigido. Essa hipótese de suspensão ocorre quando 
o crédito tributário é constituído pelo lançamento e o Sujeito Passivo se 
insurge contra ele na esfera administrativa. 
No caso de o Sujeito Passivo preferir discutir na esfera 
administrativa, na esfera federal, por exemplo, o contribuinte tem um prazo 
de até 30 dias para pagá-lo amigavelmente, se outro prazo não determinar 
a lei. Neste prazo, o contribuinte pode também reclamar 
administrativamente. A reclamação é o primeiro petitório do contribuinte 
na esfera administrativa. 
No exemplo da esfera federal, a reclamação é dirigida à Delegacia da 
Receita Federal de Julgamento, que irá proferir a decisão de primeira 
instância. 
No caso de reclamação, suspende-se o crédito tributário até que a 
Administração se manifeste. 
Se manifestando a Administração Pública, no caso de a decisão ser 
desfavorável ao contribuinte, ainda cabe Recurso Voluntário ao Conselho 
Administrativo de Recursos Fiscais, o CARF. Ou seja, o contribuinte pode 
interpor recurso administrativo contra a decisão, o qual também suspende 
o crédito tributário. 
Ao analisar o recurso voluntário, o CARF proferirá decisão, da qual 
cabe, ainda, Recurso Especial apenas em alguns casos. O prazo para a 
interposição do recurso é de 15 dias e ele deverá ser interposto perante 
a Câmara Superior de Recursos Fiscais. 
A opção pela demanda administrativa visa evitar a demora de uma ação 
judicial, pagamento de custas judiciais, etc. Muitas vezes dá para resolver 
pela esfera administrativa, o que é menos desgastante/oneroso. 
Thainara Lima 
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EM SUMA: Enquanto estiver em andamento a discussão de crédito 
tributário, na esfera administrativa, seja em reclamação ou em recurso, o 
crédito tributário estará com a exigibilidade suspensa. 
2.2.4. Concessão de Liminar em Mandado de Segurança. 
A Medida Liminar ou a Tutela Antecipada são decisões tomadas pelo 
Magistrado, normalmente no início do processo, tendente a evitar dano 
irreparável ou de difícil reparação ao Jurisdicionado, que não poderá 
esperar o final do processo. 
O que difere a medida liminar da tutela antecipada é que a medida 
liminar em Mandado de Segurança pode ser SATISFATIVA, que antecede o bem 
pretendido (produz o mesmo efeito da tutela antecipada) ou CAUTELAR, que 
assegura o resultado útil do processo. 
Ex.: se a Lei Municipal concede isenção, mas ainda assim o Município 
cobra o tributo, pode ser impetrado um Mandado de Segurança. 
A concessão de liminar no Mandado de Segurança, suspende a 
exigibilidade do crédito tributário. No entanto, a mera propositura de 
Mandado de Segurança com pedido de liminar NÃO suspende o crédito 
tributário automaticamente. Uma vez concedida a liminar, o Fisco pode 
constituir o crédito tributário, mas NÃO pode ser ajuizada a Execução 
fiscal. 
Caso a concessão seja reconsiderada, anulada ou reformada, o crédito 
voltará a ser exigido, acrescido apenas de juros. 
2.2.5. Concessão de Medida Liminar ou de Tutela Antecipada em 
outras ações judiciais.A concessão de Medida Liminar em ação judicial suspende a 
exigibilidade do crédito tributário. Ainda a concessão de tutela 
antecipada, qual seja, a que antecipa os efeitos da tutela definitiva 
satisfativa, conferindo eficácia imediata ao direito afirmado, suspende a 
exigibilidade do crédito tributário. 
2.2.6. Parcelamento. 
É a dilação concedida APÓS O VENCIMENTO. Ou seja, essa espécie de 
suspensão ocorre nos casos em que a dívida tributária já está vencida e o 
Sujeito Passivo pede uma dilação de prazo. Como já dito, ele guarda muita 
semelhança com a moratória, diferenciando-se dela justamente porque 
enquanto a moratória é concedida ANTES do vencimento o parcelamento o é 
APÓS o vencimento. 
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Ele consiste na dilação legal do prazo para pagamento do tributo, 
fracionado em parcelas. Ele se caracteriza pelo comportamento voluntário 
do Sujeito Passivo em negociar o pagamento do tributo. 
É uma medida de política fiscal que tem como foco a recuperação de 
créditos, bem como permitir que os contribuintes inadimplentes readquiram 
a sua condição de regularidade junto à Administração Pública. 
O parcelamento depende de lei específica editada pelo Ente Federativo 
competente para instituir o tributo. Ele NÃO EXCLUI a incidência de juros 
e multa, SALVO disposição de lei em contrário. 
Salvo disposição expressa em lei, o parcelamento não exclui do crédito 
tributário a incidência de juros e multas e ele pode ser deferido tanto 
para o pagamento em prestações, como para o pagamento em uma única vez. 
Aplicam-se subsidiariamente ao parcelamento as disposições do CTN 
relativas à moratória (créditos abrangidos, caráter geral e individual, 
etc.). 
As condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em 
recuperação judicial serão tratadas por lei específica, porém, ausente lei 
específica, se aplicarão as leis gerais, NÃO PODENDO o prazo de 
parcelamento ser inferior ao estabelecido em lei federal específica. 
No parcelamento, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário 
só persiste enquanto o parcelamento for adimplido. Faltando o pagamento, 
portanto, o parcelamento é rescindido automaticamente, e o crédito 
tributário é cobrado imediatamente. 
3. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 
A relação jurídico-tributária nasce com a ocorrência, no mundo 
fenomênico, da situação descrita em lei passível de sofrer incidência 
tributária. Despontando, neste momento, os Sujeitos Ativo, com o direito 
subjetivo de exigir a prestação, e Passivo, que tem o dever de cumpri-la. 
No entanto, a obrigação tributária poderá ser extinta de diversas formas. 
A forma normal/natural de extinção do crédito tributário é o 
cumprimento da obrigação tributária, ou seja, o pagamento. 
Porém, o art. 156 do CTN enumera outras hipóteses de extinção do 
crédito tributário. 
3.1. Pagamento. 
O pagamento do tributo é a principal e mais natural forma de extinção 
do crédito tributário. 
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Está regulamentado nos arts. 157 a 169 do CTN, tratando-se de 
modalidade direta de extinção do crédito tributário, em função da 
desnecessidade de autorização legal para a sua efetivação. 
O pagamento, para extinguir o crédito tributário, deve ser integral. 
Quando a obrigação tributária é periódica, o pagamento da última 
parcela NÃO PRESSUPÕE que foram quitadas as parcelas anteriores e NÃO 
IMPLICA a extinção do crédito tributário. Também, NÃO HÁ presunção de 
pagamento de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos. 
Ou seja, o contrário do Direito Civil, em Direito Tributário, o 
pagamento de uma parcela posterior NÃO PRESUME o pagamento das anteriores, 
bem como o pagamento de um tributo com vencimento mais recente NÃO PRESUME 
o pagamento dos tributos anteriores. 
O local do pagamento é a repartição competente do domicílio do Sujeito 
Passivo, sempre que a legislação tributária não dispuser a respeito. 
Se a legislação não fixar o prazo pagamento do tributo, o vencimento 
ocorrerá em 30 dias após a data em que se considera o Sujeito Passivo 
notificado do lançamento. Norma infralegal pode dispor sobre prazo para 
pagamento do tributo. 
A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do 
pagamento. 
O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros 
de mora, sem prejuízo da imposição de penalidades cabíveis e da aplicação 
de medidas de garantia. 
É possível fazer uma consulta ao Fisco para revisão do débito, quando 
o Sujeito Passivo, dentro o prazo legal para pagamento do tributo, faz 
isso, enquanto a resposta estiver pendente, os juros não fluem. 
O crédito tributário pago por meio de cheque somente se considera 
extinto com o resgate dele pelo sacado. No caso de estampilha, com a 
inutilização dela. 
3.2. Imputação do pagamento. 
A imputação tem lugar quando o Sujeito Passivo possui vários débitos 
perante o mesmo Sujeito Ativo e oferece quantia insuficiente para quitação 
dos créditos tributários. Ex.: o contribuinte possui diversas dívidas 
tributárias perante o Fisco somando um montante de R$ 10.000,00 (dez mil 
reais) e chega com a quantia de R$ 8.000,00 (oito mil reais) para quitar 
os débitos. 
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No Direito Civil, quando o devedor possui diversas dívidas perante 
um só credor e dispõe de quantia insuficiente para o pagamento de todos os 
débitos, ele escolhe qual/quais dívidas pagará. 
Em Direito Tributário, se houverem várias dívidas e o contribuinte 
não possuir dinheiro suficiente para pagamento de todas as dívidas, a 
própria lei determina quais dívidas serão pagas em primeiro lugar. 
Assim, neste caso, o CTN determina a respectiva imputação, na seguinte 
ordem: 
1º CRITÉRIO - em primeiro lugar são imputados os débitos por obrigação 
própria, e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária; 
OBS.: O Sujeito Passivo tributário se divide em contribuinte e 
responsável tributário. Em caso de existirem diversas dívidas tributárias 
e o Sujeito Passivo não possuir quantia suficiente para o pagamento de 
todas, mas apenas de parte delas, as dívidas tributárias das quais ele é 
contribuinte devem ser pagas antes e somente depois as dívidas das quais 
ele é responsável tributário serão pagas. 
O contribuinte é aquele que possui relação pessoal e direta com o 
fato gerador do tributo. O responsável tributário, por sua vez, é aquele 
que, apesar de não estar diretamente relacionado ao fato gerador, sua 
obrigação decorre de disposição expressa de lei. 
2º CRITÉRIO - o segundo critério diz respeito à preferência entre as 
espécies tributárias, os tributos mais retributivos, que são os 
contraprestacionais, devem preceder. Então, primeiramente são pagas as 
contribuições de melhoria, depois as taxas e por fim os impostos (Método 
mnemônico: CTI). 
Os impostos são pagos por último porque não apresentam nenhum grau 
de retributividade. 
3º CRITÉRIO - na ordem crescente dos prazos de prescrição. 
O crédito mais antigo deverá ser pago primeiramente. Ex.: se houver 
um crédito referente ao exercício financeiro de 2011 e outro de 2008, o de 
2008 deve ser pago em primeiro lugar. 
4º CRITÉRIO - na ordem decrescente dos montantes. 
Se existir mais de uma dívida tributária e o contribuinte entregar 
um valor suficiente para pagar apenas parcela das dívidas, primeiramente 
é paga a dívida de maior montante. 
Ex.: o contribuinte tem duas dívidas tributárias, uma no valor de R$ 
8.000,00 (oito mil reais) e outra no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), 
se ele chega com R$ 9.000,00 (nove mil reais) para pagar a dívida, 
primeiramente é imputado o pagamento da dívida de maior valor. 
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1º critério 2º critério 3º critério 4º critério 
Quanto às 
obrigações 
Quanto às espécies 
tributárias 
Quanto à ordem 
de prescrição 
Quanto à ordem devalor 
 
Primeiro: 
obrigações próprias 
Primeiro: 
contribuições de 
melhoria 
 
Ordem crescente 
de prescrição 
 
Ordem decrescente 
dos montantes 
Depois: obrigações 
decorrentes de 
responsabilidade 
 
Segundo: taxas 
 
 Terceiro: impostos 
 
3.3. Compensação. 
Representa um encontro de créditos e débitos, entre os sujeitos ativo 
e passivo. Ocorre quando há reciprocidade entre credor e devedor, ou seja, 
o devedor tem crédito tributário ao mesmo tempo em que tem um débito 
tributário. 
A reciprocidade entre credor e devedor é verificada quando se pretende 
realizar a compensação de tributos do mesmo Ente Federativo. 
Depende de lei autorizativa, para que a autoridade administrativa 
possa realizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos 
e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda 
pública. 
Assim, o crédito tributário somente pode ser extinto por meio da 
compensação quando houver expressa previsão legal. 
É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo objeto 
de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado 
da respectiva decisão judicial. Ou seja, caso o Contribuinte se socorra ao 
Poder Judiciário para ter certeza da existência de seu crédito, somente 
poderá ser realizada a compensação APÓS o trânsito em julgado. 
Recentemente o STF decidiu que é INCONSTITUCIONAL a compensação de 
ofício. 
As regras da imputação do pagamento NÃO podem ser aplicadas à 
compensação. 
3.4. Transação. 
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Representa acordo ou concessões recíprocas que encerram um litígio 
instalado, com reciprocidade de ônus e vantagens. É um acordo no qual as 
partes fazem concessões mútuas para extinguir obrigações. 
O Sujeito Passivo pode realizar acordos com a Administração 
Tributária, desde que dentro das possibilidades previstas em lei. 
Em direito tributário, a transação somente é acolhida com o intuito 
de extinguir o litígio e o crédito tributário. 
Além disso, a transação somente extingue o crédito tributário com 
relação à parte em que ocorreu a concessão feita pelo Fisco. Ex.: um 
Contribuinte deve R$ 1.000,00 (mil reais) de IPVA e a lei prevê que a 
desistência do litígio por parte do Sujeito Passivo confere um desconto de 
50% com relação às penalidades. Quando o contribuinte opta por pagar o 
tributo, o crédito tributário é extinto: por meio do pagamento em relação 
ao valor desembolsado, e por meio de transação em relação ao valor 
descontado. 
OBS.: Depende de lei autorizativa, sendo, portanto, uma forma indireta 
de extinção do crédito tributário. 
3.5. Remissão. 
Consiste no perdão do crédito tributário (já constituído/após o 
lançamento), incluindo o valor principal (tributo), juros e multa. 
A mesma depende de lei autorizativa e despacho fundamentado. 
A Fazenda Pública pode determinar o que efetivamente será perdoado, 
ou seja, a remissão pode ser TOTAL ou PARCIAL. 
São situações que autorizam a concessão de remissão: 
1) situação econômica do sujeito passivo; 
2) erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a 
matéria de fato; 
3) diminuta importância do crédito tributário; 
4) considerações de eqüidade, em relação com as características 
pessoais ou materiais do caso (mas neste caso só multa – Art. 108, § 2o); 
OBS.: NÃO é possível conceder remissão de tributo considerando 
razões de equidade, somente pode se conceder remissão de crédito 
tributário por critérios de equidade de VALORES RELATIVOS À MULTA. Ex.: 
valor da multa excessivamente desproporcional ao valor do tributo. 
5) condições peculiares a determinada região do território da 
entidade tributante. 
Thainara Lima 
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3.6. Prescrição e decadência. 
Segundo o CTN, são causas de “extinção” do crédito tributário. Vale 
dizer que estará “extinto” o crédito tributário caso o Fisco deixe de 
realizar o lançamento dentro do prazo previsto na lei (decadência), ou 
deixe de propor a execução fiscal no prazo legal (prescrição). 
Ambos os institutos jurídicos já foram explorados anteriormente. 
3.7. Conversão do depósito em renda. 
Após decisão definitiva em sede administrativa ou judicial, favorável 
ao Sujeito Ativo, o depósito integral efetuado nos autos será convertido 
em renda (receita) em seu favor, provocando a extinção do crédito 
tributário. 
Vale lembrar que, ao longo do processo, tutelado pelo depósito 
garantidor, o crédito tributário fica com a exigibilidade suspensa, nos 
termos do art. 151, II, do CTN. Todavia, encerrada a demanda em favor do 
Fisco, o depósito é convertido em renda. 
Essa causa de extinção ocorre quando há depósito do montante integral 
em determinada demanda e, ao ser proferida a decisão definitiva 
desfavorável ao contribuinte, se converte o depósito em renda a favor do 
Ente Federativo litigante. 
O depósito constitui uma forma de suspensão do crédito tributário 
enquanto penderem os embargos, quando o contribuinte vence e há o trânsito 
em julgado, o depósito é convertido em renda, e o Estado poderá levantar 
o valor. 
Ou seja: o depósito SUSPENDE a exigibilidade do crédito tributário e 
a sua conversão em renda/receita EXTINGUE o crédito tributário. 
Ex.: O Fisco entra com a execução fiscal contra o contribuinte, este 
pode embargar (os embargos constituem uma espécie de ‘contestação’ à 
execução fiscal), desde que realize o depósito integral. A LEF impõe o 
depósito da quantia para que o sujeito possa embargar. Quando o 
contribuinte embarga e realiza o depósito integral, suspende-se a execução 
fiscal. Em seguida, se, ao final da ação judicial, o Fisco ganha a demanda, 
o depósito é convertido em receita, extinguindo-se o crédito tributário. 
3.8. Pagamento antecipado e homologação ulterior do lançamento. 
Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o contribuinte 
paga o tributo e aguarda a homologação por parte do Fisco (expressa ou 
tácita). 
Thainara Lima 
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Para os tributos em que o lançamento é feito por homologação, o 
pagamento antecipado NÃO extingue diretamente o crédito tributário, que só 
é extinto com a homologação do lançamento. Ou seja, a extinção do crédito, 
neste caso, não se dá com o mero pagamento, mas com a homologação do 
lançamento efetuado pelo sujeito passivo. 
3.9. Consignação em pagamento. 
A consignação em pagamento é um meio de extinção do crédito 
tributário, assim como no direito civil, ela tem vez quando o Sujeito 
Passivo quer pagar e não consegue por razões alheias à sua vontade. 
São situações que possibilitam a consignação em pagamento: 
1) de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de 
outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; 
2) de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências 
administrativas sem fundamento legal; 
3) de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito 
público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. 
O mero ajuizamento da Ação Consignatória NÃO configura extinção do 
crédito tributário, deverá haver decisão julgada procedente desta ação 
para efetivar a extinção. 
Se a ação de consignação em pagamento for julgada improcedente, o 
crédito tributário será acrescido de juros de mora e das penalidades 
cabíveis. 
3.10. Decisão administrativa irreformável. 
Não é toda e qualquer decisão administrativa irreformável que extingue 
o crédito tributário, mas apenas a decisão administrativa irreformável 
FAVORÁVEL ao contribuinte. 
Esta causa extintiva do crédito tributário diz respeito às decisões 
administrativas favoráveis ao sujeito passivo, uma vez que, se contrárias, 
NÃO terão o condão de extinguir o crédito tributário, restando ao sujeito 
passivo a possibilidade de sua reforma na via judicial. 
3.11. Decisão judicial passada em julgado. 
Trata-se de outra modalidade de extinção do crédito tributário, quando 
FAVORÁVELao sujeito passivo. Se a decisão for favorável ao Fisco, o 
crédito tributário NÃO é extinto. 
OBS.: convém lembrar que o contribuinte tem três opções: 
Thainara Lima 
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1) Discutir na esfera administrativa antes, até o seu exaurimento, 
para depois propor ação judicial; 
2) Tentar primeiramente na esfera administrativa e, ao perceber 
que não obterá êxito, desistir da discussão administrativa para propor ação 
judicial; 
3) Renunciar à discussão no âmbito administrativo e logo propor 
ação judicial. 
Após iniciar a pretensão pela via judicial, o Sujeito Passivo NÃO 
pode mais tentar discutir administrativamente o mesmo objeto. 
3.12. Dação em pagamento de bens imóveis. 
Ela depende de lei a ser criada por cada Ente Político, sendo, 
portanto, uma forma indireta de extinção do crédito tributário. 
A condição basilar para que a dação ocorra é que o crédito tributário 
esteja inscrito em dívida ativa. O imóvel também deverá abranger a 
totalidade dos débitos que se pretende liquidar. 
OBS.: O CTN prevê apenas a dação em pagamento em bens imóveis, porém, 
o STF já decidiu em caso concreto, que Município poderia receber bens 
móveis, para fins de extinção do crédito tributário. 
“Se o município pode até mesmo conceder anistia, isenção e remissão 
de seus créditos, porque não pode criar outras formas de recebê-los”? 
São os meios assecuratórios do pagamento do crédito tributário. O 
devedor responde com seu patrimônio pelas dívidas que contrair. Pelo menos 
essa é a regra. 
As garantias são prerrogativas que a Fazenda Pública dispõe para 
fazer com que o Sujeito Passivo efetue o pagamento do tributo. Esse direito 
é amparado pelo Princípio da Supremacia do Interesse Público. 
Os privilégios do crédito tributário consistem em sua ordem de 
preferência, numa posição de vantagem quanto aos demais créditos. 
São exemplos de garantias e privilégios do Fisco: o prazo em dobro 
para se manifestar em ações judiciais e o pagamento por meio de precatórios 
e requisição de pequeno valor. 
Thainara Lima 
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Segundo o CTN, responde pelo pagamento do crédito tributário a 
totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do 
sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados 
por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja 
qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados 
unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis 
(Art. 184). 
Ou seja, de acordo com o dispositivo do CTN, a regra é que todo o 
patrimônio do Sujeito Passivo serve para garantir o pagamento das dívidas 
tributárias, inclusive os bens gravados com ônus real, cláusula de 
inalienabilidade ou impenhorabilidade, ainda que a cláusula ou ônus sejam 
anteriores à constituição do crédito tributário. Porém, o mesmo 
dispositivo, ao final, traz uma exceção: bens e rendas que a lei declare 
absolutamente impenhoráveis. 
O CPC trata da Impenhorabilidade no art. 833. E os mais conhecidos 
exemplos de impenhorabilidade são: os bens inalienáveis e os declarados, 
por ato voluntário, não sujeitos à execução, os vencimentos, subsídios, 
salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, a pequena 
propriedade rural, saldo de poupança até 40 salários mínimos, etc; 
Ocorre que a lei (que é o Código de Processo Civil) prevê (no art. 
833) que são absolutamente impenhoráveis os bens gravados com cláusula de 
inalienabilidade (que são os bens registrados em cartório como bens de 
família). 
No conflito de normas entre o CPC e o CTN, PREVALECE A REGRA DO CTN. 
O próprio STJ já proferiu decisão neste sentido, determinando que os bens 
gravados com cláusula de inalienabilidade respondem pelo pagamento do 
crédito tributário, pois o CTN, em seu texto, previu que os bens gravados 
com cláusula de inalienabilidade respondem pelos créditos tributários antes 
de dispor a respeito da exceção. 
Parcela do patrimônio pode ser registrado em cartório como bem de 
família, essa gravação, porém, não produz efeitos em relação ao Fisco. A 
constituição de bem de família por meio de registro de cláusula de 
inalienabilidade NÃO tem validade perante o Fisco. 
Assim, o art. 833, inciso I do CPC não tem validade contra o Fisco, 
com relação os demais bens definidos como absolutamente impenhoráveis pelo 
art. 833 do CPC, porém, a exceção do art. 184 do CTN é válida. Por exemplo, 
o saldo de poupança inferior a 40 salários mínimos é absolutamente 
impenhorável e essa disposição é válida perante o Fisco, já o bem gravado 
com cláusula de inalienabilidade é penhorável. 
O art. 833 do CPC (menos o inciso I desse dispositivo) prevê as 
exceções a que se refere o final do art. 184 do CTN. 
Thainara Lima 
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Pelo CPC (art. 833, I), os bens inalienáveis e os declarados, por 
ato voluntário, não sujeitos à execução são impenhoráveis. Todavia, essa 
regra não vale para as execuções fiscais, já que o CTN preceitua que 
mesmo os bens gravados com cláusula de inalienabilidade ou 
impenhorabilidade seriam penhoráveis. Entende-se, que nesse ponto o CTN 
é norma especial em relação ao CPC. 
Ressalte-se que o bem de família tratado aqui é o bem de família 
constituído em cartório, e NÃO O BEM DE FAMÍLIA LEGAL. 
A Lei nº 8.009/90 trata do bem de família legal (não o constituído 
em cartório, mas o residencial), e ela estabelece que o bem de família 
legal não pode ser penhorado para o pagamento de tributos. Porém, existe 
uma exceção, na qual o bem de família poderá ser penhorado para o pagamento 
de tributo, que é a hipótese de tributo que recaia sobre o próprio bem 
imóvel a ser penhorado. Assim, é possível a penhora do bem de família para 
pagamento do IPTU, das taxas e contribuições devidas em função do imóvel 
familiar (Art. 3o, IV). 
Também NÃO é qualquer crédito tributário; é somente o crédito 
tributário relativo ao próprio bem de família. 
Atualmente, presume-se fraudulenta a alienação realizada por sujeito 
passivo regularmente inscrito em dívida ativa, que dilapidar seu patrimônio 
de modo a não reservar bens suficientes para pagar o crédito tributário. 
Ou seja, logo após a inscrição em dívida ativa, presume-se fraudulenta 
a alienação ou oneração do bem do contribuinte que não tiver bens 
suficientes para quitar a dívida tributária. Essa mudança é nova no 
ordenamento jurídico brasileiro. Anteriormente, para se presumir 
fraudulenta a alienação, era necessária a citação do contribuinte em 
processo de execução fiscal. 
A Lei nº 10.522, no seu art. 20-B determina que, uma vez inscrito o 
crédito em dívida ativa da União, o devedor é intimado para, querendo, 
manifestar-se em 05 dias, após esse prazo, o Fisco averba a CDA nos órgãos 
de registro de bens para torná-los indisponíveis. Essa possibilidade de 
indisponibilizar bens administrativamente também é nova. 
1. PREFERÊNCIAS/PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 
A preferência só tem sentido quando o devedor está sendo executado 
em juízo e não possui patrimônio suficiente para pagar a todos os credores. 
1.1. Preferência quando NÃO existe processo de falência: 
O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua 
natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos 
decorrentes da legislação do trabalho ou de acidente de trabalho (CTN, 
art. 186). Eis a ordem: 
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a) Créditos trabalhistas; 
b) Créditos decorrentes de acidentes de trabalho; 
c) Crédito tributário; 
d) Créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; 
 
1.2. Preferência quando existir processo de falência: 
Havendo processo de falência, NÃO se aplica a disposição do art. 186 
do CTN, pois a Lei nº 11.101/2001 alterou a ordem dos credores no processo 
falimentar. 
No Processo Falimentar os créditos são classificados em duas classes: 
extraconcursaise concursais. 
A diferença entre eles é que os créditos extraconcursais, pelo menos 
em regra, surgem após a decretação da falência, enquanto os concursais são 
os contraídos antes da decretação da falência. 
Os créditos extraconcursais serão pagos com antecedência em relação 
aos concursais, a lei dá àqueles preferência, qualquer que seja a natureza 
deles. 
Serão considerados créditos extraconcursais: 
a) Remunerações devidas ao administrador judicial e seus 
auxiliares; 
b) Créditos trabalhistas surgidos após a decretação da falência; 
c) Créditos decorrentes de acidentes de trabalho, relativos a 
serviços prestados à massa falida, após a decretação da falência; 
d) Quantias fornecidas à massa falida pelos credores; 
e) Despesas com arrecadação, administração e realização do ativo; 
f) Custas judiciais do processo de falência; 
g) Custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa 
falida tenha sido vencida; 
h) Tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação 
da falência; 
Serão considerados créditos concursais: 
a) Créditos trabalhistas, limitados a 150 (cento e cinqüenta) 
salários-mínimos por credor; 
b) Créditos decorrentes de acidentes de trabalho, sem qualquer 
limite; 
c) Créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; 
d) Créditos tributários, anteriores à decretação da falência 
(exceto multas); 
e) Créditos com privilégio especial, a saber: os previstos no art. 
964 do CC (ex.: despesas com coisas salvadas); e os assim definidos em 
outras leis; 
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f) Créditos com privilégio geral, a saber: os previstos no art. 
965 do CC (ex.: despesa com funeral e luto); créditos de fornecedores, 
surgidos durante a Rec. Judicial; e os assim definidos em outras leis; 
g) Créditos quirografários, a saber: aqueles não previstos no 
artigo 83 da Lei; os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da 
alienação dos bens dados em garantia; e os saldos dos créditos 
trabalhistas; 
h) Multas contratuais e tributárias; 
i) Créditos subordinados, a saber: os assim previstos em lei ou em 
contrato; e os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo 
empregatício. 
IMPORTANTE: muitos tributaristas (Josiane Minardi e Sabbag) 
sustentam que a restituição de bens só pode ser feita após o pagamento 
dos créditos. Todavia, as importâncias passíveis de restituição, nos 
termos da lei falimentar (bens e direitos de terceiros e que se encontravam 
em poder do devedor na data da decretação da falência), devem ser 
devolvidos antes mesmo do pagamento dos créditos extraconcursais. Nesse 
ponto (preferência em processo falimentar), os doutrinadores de direito 
empresarial merecem maior credibilidade. 
1.3. Concurso entre pessoas jurídicas de direito público. 
O concurso de preferência entre pessoas jurídicas de direito público, 
obedece a seguinte ordem: 
a) União e suas autarquias; 
b) Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, 
conjuntamente e pro rata; 
c) Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata. 
Na liquidação judicial ou voluntária (a empresa NÃO está falida) o 
Fisco recebe em primeiro lugar, pois todos os créditos serão pagos. Neste 
caso, então, são pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos 
tributários, vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito 
privado exigíveis no decurso da liquidação. 
O magistrado, passados 5 anos da liquidação, somente extingue as 
obrigações do falido se ele pagar, pelo menos, ao Fisco (dívidas 
tributárias, tanto as concursais, quanto as extraconcursais. Ou seja, a 
extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os 
tributos. 
A Lei nº 11.101/2001 determina que a concessão de recuperação judicial 
depende da apresentação da prova de quitação de todos os tributos, porém, 
o STF já superou esse entendimento. Embora a lei disponha que, para o juiz 
deferir o pedido de recuperação judicial é necessária a prova do pagamento 
dos créditos tributários, isso NÃO É MAIS VÁLIDO. 
Thainara Lima 
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No processo de partilha ou adjudicação, a sentença somente será 
proferida com prova de quitação de todos os tributos relativos aos bens do 
espólio, ou às suas rendas. 
Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum departamento 
da Administração Pública da União, dos Estados, do DF e dos Municípios ou 
suas autarquias, celebrarão contrato ou aceitarão proposta em concorrência 
pública sem que o contratante ou proponente faça prova da quitação de todos 
os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade 
em cujo exercício contrata ou concorre (basta que prove a adimplência). Em 
outras palavras, não pode participar, por exemplo, de processo de licitação 
Municipal aquele que não estiver ‘quite’ com os tributos Municipais. Pode 
haver dívida com a União, os Estados, o DF ou outros Municípios, porém 
deve estar quite com a Fazenda Pública interessada. 
CONVÉM ESTUDAR, ALÉM DOS CONTEÚDOS DESSE RESUMO: 
- EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL; 
- AÇÃO ANULATÓRIA; 
- EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE; E 
- PAGAMENTO POR MEIO DE PRECATÓRIOS E REQUISIÇÕES DE PEQUENO VALOR (ESTE 
ÚLTIMO CONTEÚDO TEM NO RESUMO DE DIREITO FINANCEIRO DO PERÍODO PASSADO).

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