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Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com 1. CONCEITO O crédito tributário configura a formalização da obrigação tributária por meio do lançamento, qualificando-a e quantificando-a, tornando-a exigível pelo sujeito ativo (credor). Enquanto a obrigação tributária surge com o fato gerador do tributo, o crédito tributário surge apenas após o lançamento do tributo. O crédito tributário pode ser definido como um valor definido em moeda nacional, com um sujeito passivo devidamente identificado, que somente surge com o lançamento do tributo. A obrigação tributária antecede (surge antes do) crédito tributário e é o dever de pagar tributo ou multa, bem como o dever de fazer ou deixar de fazer algo, que surge no momento do Fato Gerador. Ela se divide em duas: Obrigação Tributária Principal: obrigação de pagar tributo ou multa; Obrigação Tributária Acessória: obrigação de fazer ou de não fazer/deixar de fazer algo. Exemplos: emitir nota fiscal e guardar os livros contábeis. OBS.: A obrigação principal é a de PAGAR VALORES, seja de multa ou de tributo. Ou seja, a obrigação de pagar multa é PRINCIPAL, e NÃO acessória. Em suma: toda obrigação de pagar quantia certa é uma obrigação PRINCIPAL. Toda obrigação de fazer ou não fazer prevista na legislação tributária é uma obrigação ACESSÓRIA. De acordo com o CTN, a não observância de uma obrigação acessória enseja uma obrigação principal. Explicando através de um exemplo: existe um dever de emissão de nota fiscal. Assim, deve ser emitida nota fiscal, e esta é uma obrigação acessória, pois é uma obrigação de fazer, se ela não for cumprida, surge o dever de pagar uma multa, que, por sua vez, é uma obrigação principal. OBS.: a espécie de lançamento de multa é o lançamento de ofício. 2. LANÇAMENTO Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com De acordo com o Código Tributário Nacional (art. 142), o lançamento é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível. São três as espécies de lançamento de tributos. 2.1. Lançamento direto ou de ofício. É a própria Autoridade Administrativa quem verifica a ocorrência do fato gerador do tributo, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o Sujeito Passivo e, sendo o caso, propõe a aplicação da penalidade cabível. Ou seja, o Fisco realiza o lançamento sem o auxílio do contribuinte, uma vez que dispõe de todos os elementos para realizá-lo. Exemplos: IPTU (lançamento de ofício, por excelência), IPVA, Taxas, COSIP, Contribuições Corporativas e Contribuição de Melhoria. 2.2. Lançamento por declaração ou misto. Nesta espécie, o fisco constitui o crédito tributário a partir de informações fornecidas pelo contribuinte por meio de declaração, sem as quais o lançamento ficaria prejudicado. A Autoridade Administrativa elabora o lançamento, utilizando como base informações referentes à ocorrência do fato gerador, prestadas pelo Sujeito Passivo. Exemplos ITCMD e ITBI (exceção: em São Paulo o lançamento do ITBI é por homologação). 2.3. Lançamento por homologação ou autolançamento. É o próprio Sujeito Passivo que verifica a ocorrência do fato gerador, calcula o tributo e realiza o pagamento, independentemente de qualquer atuação prévia da Autoridade Administrativa que, somente depois, verificará se houve o pagamento correto do tributo. Por esse lançamento, o contribuinte participa direta e ativamente de sua formatação (cálculo e pagamento do tributo), cabendo ao Fisco tão somente o procedimento homologatório. Exemplos: ICMS, IR, IPI, entre tantos outros tributos, representando o maior volume de arrecadação. A REGRA GERAL, em direito tributário, é o lançamento por homologação. 3. ATIVIDADE DE ARBITRAMENTO. A autoridade Administrativa poderá arbitrar valor ou preço de bens, direitos, serviços, sempre que forem omissos ou não mereçam fé as Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com declarações, os esclarecimentos prestados ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo. Quando as informações prestadas pelo Sujeito Passivo são omissas ou não condizem com a realidade, o Poder Público realiza a arbitragem, atribuindo valor ao bem, serviço ou direito. O Fisco desconfia do Sujeito Passivo e arbitra, define o valor. Alteração do Lançamento – Uma vez constituído o Crédito Tributário, o mesmo só será alterado: a) por impugnação do sujeito passivo; b) mediante recurso de ofício; e c) de ofício pela autoridade administrativa, nos casos previsto em lei. OBS.: a alteração se dá nos casos de vício material dos esclarecimentos prestados ou dos documentos expedidos pelo sujeito passivo. 4. ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. Uma vez feito o lançamento, ele pode ser alterado? SIM. A legislação prevê a possibilidade de alteração do lançamento tributário. De acordo com o CTN, ainda que o Sujeito Passivo tenha sido notificado do lançamento, o lançamento poderá ser alterado em três situações. Uma vez constituído o Crédito Tributário, o mesmo só será alterado: 4.1. por impugnação do sujeito passivo. Ocorre nos casos em que o contribuinte recebe a notificação de lançamento e NÃO concorda com os valores apurados. Então, apresenta impugnação que poderá ser em âmbito administrativo ou judicial. 4.2. mediante recurso de ofício. O Recurso de Ofício deve ser interposto, pela autoridade competente de primeira instância, sempre que a decisão exonerar o Sujeito Passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, bem como quando deixar de aplicar a pena de perdimento de mercadoria com base na legislação do IPI. 4.3. de ofício pela autoridade administrativa, nos casos previstos em lei. Nas hipóteses do art. 149 do CTN. Se o Fisco verificar a existência de erro, ele pode alterar de ofício o lançamento. Mas no CTN há uma observação: toda decisão de ofício do Poder Público que importar em redução do valor a ser pago de tributo, importa em recurso de ofício para autoridade superior. O próprio órgão recorre automaticamente para o superior. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com Esta é uma ferramenta que visa evitar prejuízo para o Fisco, de forma que, havendo aumento do valor a ser pago em tributo, não há que se falar em recurso de ofício. OBS.: a alteração se dá nos casos de vício material. A alteração do lançamento somente pode ocorrer quando há vício material, em caso de vício formal o lançamento NÃO é alterado, mas sim anulado. Vício Material: erro nos elementos que constituem o crédito tributário, tais como alíquota, base de cálculo, etc. Exs.: erro na identificação do sujeito passivo; erro na determinação da alíquota; erro na determinação da base de cálculo; erro na verificação do fato gerador. Vício Formal: vício mais sério, procedimental, ocorre quando a lei prevê um rito procedimental, que é violado. É inobservância de procedimento. O processo de constituição do crédito tributário não seguiu o procedimento descrito pela norma. Ex: falta de assinatura da autoridade fiscal, etc. Impõe a ANULAÇÃO do crédito tributário. 1. CONCEITO. É a perda do prazo para a constituição do crédito tributário (lançamento), por parte do Fisco. O Poder Público só pode exigir o cumprimento da obrigação tributária se constituir o crédito tributário por meio do lançamento, e ele tem um prazo para realizar o lançamento do tributo, que É SEMPRE DE 5 ANOS. Passados 5 anos, perde-se o direito de constituir o crédito tributário por meio do lançamento. 2. CARACTERÍSTICAS: 2.1. atinge o direito material do sujeito ativo; A prescrição é um instituto que atinge o direito material, o Fisco sequer fica sabendo o valor do tributo, pois não pode defini-lo. Eleé extinto. 2.2. sempre decorre de lei complementar, que trate de normas gerais em matéria de direito tributário (art. 146, III, “b” da CF/88); A Lei Complementar é o Código Tributário Nacional (formalmente Lei Ordinária e materialmente Lei Complementar). 2.3. só podemos falar em decadência, antes do lançamento; Após o lançamento, não se fala em decadência, mas em prescrição. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com 2.4. se houver decadência, não haverá prescrição; 2.5. o tributo atingido pela decadência poderá ser restituído; Se, por exemplo, o Fisco constitui um tributo dentro do prazo legal, mas perde o prazo para cobrá-lo, ou se o Fisco perde o prazo para constituir o tributo, e ainda assim o contribuinte paga, ele pode exigir o valor pago? SIM. Todo crédito tributário atingido pela prescrição ou decadência e pago pelo contribuinte pode ser restituído. 2.6. é uma espécie de “extinção” do crédito tributário – CTN, Art. 156, V; De acordo com o CTN, a decadência é uma espécie de extinção do crédito tributário. Porém, a doutrina critica a utilização dessa terminologia, pois se a decadência atinge um tributo que ainda não foi lançado, sequer existia crédito tributário (que é constituído apenas com o lançamento). 3. ESPÉCIES. O CTN apresenta dois dispositivos que devem ser bem analisados quando do estudo da decadência: art. 173, I e art. 150, § 4o. Para tributos sujeitos a lançamento “de ofício” e “por declaração”, utiliza-se a regra do art. 173, I do CTN: 5 anos contados a partir do 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; Para tributos sujeitos a lançamento “por homologação”, utiliza-se a regra do art. 150, § 4o do CTN: 5 anos contados a partir da ocorrência do fato gerador, salvo FDS e ausência de pagamento, caso em que se aplica a regra da alínea “a”. ATENÇÃO!! O termo inicial do prazo decadencial, de 5 anos, depende da espécie de lançamento do tributo. Se o tributo for um tributo de lançamento de ofício ou por declaração, o prazo decadencial inicia-se no dia 1º de janeiro do exercício financeiro seguinte ao exercício financeiro em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Se o tributo for de lançamento por homologação, o prazo decadencial inicia-se no dia da ocorrência do fato gerador do tributo. Contudo, aqui há uma EXCEÇÃO!!! Ainda que se trate de um tributo de lançamento por homologação, em hipótese de má-fé, fraude, dolo ou simulação o início da contagem do prazo decadencial será no 1º dia do exercício financeiro seguinte, e não o dia fato gerador. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com O art. 173, II do CTN traz uma regra especial sobre decadência: 5 anos contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. 1) o Crédito é lançado, mas por alguma razão ele é anulado (como se o lançamento não houvesse sido feito – efeitos ex tunc); 2) a partir da decisão definitiva que o anula (e não da data do FG ou do 1o dia do ano seguinte ao FG), inicia-se um prazo de 5 anos para o Fisco constituir validamente o Crédito Tributário; 3) é como se a decisão que o anula INTERROMPESSE a decadência, iniciando nova contagem; 4) esse dispositivo é bastante criticado pela doutrina, porque privilegia bastante o Fisco em detrimento do contribuinte, dilatando o prazo entre o Fato Gerador e a constituição válida do crédito tributário; 5) é regra de direito que o prazo decadencial não se interrompe nem se suspende; mas quando o assunto é crédito tributário, a regra é excepcionada e tem sido aceita pela jurisprudência. Lembrando que somente o vício formal permitirá a anulação da constituição do crédito tributário; vício material permite a alteração do crédito tributário, dentro do prazo decadencial. 4. EXEMPLOS. MOMENTO DO FATO GERADOR PRAZO LIMITE PARA REALIZAR O LANÇAMENTO DECADÊNCIA IPTU 01/JUN/2020 31/DEZ/2025 01/JAN/2026 IPVA 01/JUN/2020 31/DEZ/2025 01/JAN/2026 ITBI 31/AGO/2020 31/DEZ/2025 01/JAN/2026 ITCMD 02/JAN/2020 31/DEZ/2025 01/JAN/2026 ICMS 02/JAN/2020 01/JAN/2025 02/JAN/2025 IR 31/DEZ/2020 30/DEZ/2025 31/DEZ/2025 1) Se o momento do fato gerador do IPTU é em 01/JUN/2020, o prazo decadencial começa a correr em 01/JAN/2021, pois o IPTU é um tributo cujo lançamento é de ofício, portanto, segue a regra de que o prazo decadencial começa a correr a partir do 1º dia do exercício financeiro seguinte. Assim, o Poder Público tem até 31/DEZ/2025 para constituí-lo por meio do lançamento, em 01/JAN/2026 ocorre a decadência. 2) Veículo comprado em 31/DEZ/2020. Em 01/JAN/2021 começa a correr o prazo decadencial. Em 01/JAN/2026 ocorre a decadência. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com 3) O fato gerador do ITBI ocorre em 31/AGO/2020. O prazo decadencial começa a correr em 01/JAN/2021. A decadência se consuma em 01/JAN/2026. Então, até o dia 31/DEZ/2025 pode ser feito o lançamento. 4) O fato gerador do ITCMD ocorre em 02/JAN/2020. O prazo decadencial começa a correr em 01/JAN/2021. A decadência se consuma em 01/JAN/2026. Até o dia 31/DEZ/2025 o Poder Público pode fazer o lançamento. 5) O fato gerador do ICMS ocorre em 02/JAN/2020, neste mesmo dia o prazo decadencial começa a correr, uma vez que o ICMS é um tributo cujo lançamento se dá por homologação, portanto segue a regra de que o prazo decadencial tem início na data do fato gerador do tributo. O Poder Público pode constituir o crédito tributário por meio do lançamento até o dia 01//JAN/2025, pois a decadência ocorre em 02/JAN/2025. 6) O fato gerador do IR ocorre em 31/DEZ/2020. O prazo decadencial começa a correr em 31/DEZ/2020, o Poder Público tem até 30/DEZ/2025 para fazer o lançamento. A decadência ocorre em 31/DEZ/2025. 1. CONCEITO. É a perda do prazo para a cobrança do crédito tributário, por parte do Fisco. Em outras palavras: é a perda do direito do Fisco de cobrar o crédito tributário, constituído por meio do lançamento. Na prescrição, o valor existe pois o tributo já foi lançado, porém o Poder Público não pode mais cobrá-lo. 2. CARACTERÍSTICAS: 2.1. não atinge o direito material, mas somente a ação que o protege; Impede apenas o credor de cobrar o tributo sempre decorre de lei complementar, que trate de normas gerais em matéria de direito tributário (art. 146, III, “b” da CF/88); A Lei Complementar que define os prazos prescricionais e decadenciais é o CTN que, apesar de ser formalmente uma Lei Ordinária, é materialmente uma Lei Complementar. 2.2. só podemos falar em prescrição, depois do lançamento; 2.3. só haverá prescrição, se não houver decadência; 2.4. quem paga dívida tributária prescrita também tem direito à repetição/devolução do que pagou; 2.5. é uma espécie de “extinção” do crédito tributário – CTN, Art. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com 156, V; O prazo prescricional é também de 5 ANOS. 3. MOMENTO INICIAL DA CONTAGEM. O prazo para a contagem do quinquênio prescricional tem inÍcio no momento da constituição definitiva do crédito tributário (CTN, Art. 174). Em outras palavras, vencimento do prazo para pagamento, se à vista, ou início do pagamento, se em parcelas (ver Art. 160 do CTN). O termo inicial de contagem do prazo prescricional é o lançamento definitivo do crédito tributário. OBS.: a prescrição não corre a partir do fato gerador, mas do lançamento definitivo do crédito tributário. Lançamento definitivo é diferente de lançamento. Em todo crédito tributário, uma vez constituído, o contribuinte tem um prazo para pagar amigavelmente, nesse prazo ele também pode apresentar impugnação ao crédito tributário. De acordo com o CTN, salvo disposição especial, tal prazo é de 30 DIAS. Passado este prazo, se o contribuinte não impugnar, o lançamento torna-se definitivo. Então, começa o curso do prazo prescricional.OBS.: Havendo impugnação/reclamação, o início da contagem do prazo prescricional dar-se-á quando da ocorrência da última decisão administrativa, da qual NÃO caiba mais recurso. 4. EXEMPLOS MOMENTO DO FATO GERADOR LANÇAMENTO LANÇAMENTO DEFINITIVO PRESCRIÇÃO IPVA 01/JUN/2020 31/DEZ/2025 30/JAN/2026 30/JAN/2031 ITBI 01/JUN/2020 31/DEZ/2025 30/JAN/2026 30/JAN/2031 ITCMD 02/JAN/2020 31/DEZ/2025 30/JAN/2026 30/JAN/2031 ICMS 02/JAN/2020 01/JAN/2020 31/JAN/2025 31/JAN/2030 IR 31/DEZ/2020 30/DEZ/2025 29/JAN/2026 29/JAN/2031 1) Se o fato gerador do IPVA ocorre em 01/JUN/2020, sendo o lançamento feito em 31/DEZ/2025, o lançamento definitivo ocorre 30 dias Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com depois, em 30/JAN/2026. Deste dia começa a contar o prazo prescricional, prazo para que o Poder Público cobre o tributo. A prescrição ocorrerá em 30/JAN/2031. Se, por ventura, no dia 29/JAN/2026, o Sujeito Passivo do tributo impugnar/recorrer, o crédito tributário não se constitui definitivamente e o prazo prescricional começará a correr a partir da decisão irrecorrível, pois é ela que constitui definitivamente o crédito tributário. 2) Se o fato gerador do ITBI ocorrer em 01/JUN/2020 e o lançamento em 31/DEZ/2025, o lançamento definitivo ocorre 30 dias depois, em 30/JAN/2026. Deste dia começa a contar o prazo prescricional. A prescrição ocorrerá em 30/JAN/2031. 3) Se o fato gerador do ITCMD ocorrer em 02/JAN/2020 e o lançamento em 31/DEZ/2025, o lançamento definitivo ocorre 30 dias depois, em 30/JAN/2026. Deste dia começa a contar o prazo prescricional. A prescrição ocorrerá em 30/JAN/2031. 4) Se o fato gerador do ICMS ocorrer em 02/JAN/2020 e o lançamento em 01/JAN/2020, o lançamento definitivo ocorre 30 dias depois, em 31/JAN/2025. Deste dia começa a contar o prazo prescricional. A prescrição ocorrerá em 31/JAN/2030. 5) Se o fato gerador do IR ocorrer em 31/DEZ/2020 e o lançamento em 30/DEZ/2025, o lançamento definitivo ocorre 30 dias depois, em 29/JAN/2026. Deste dia começa a contar o prazo prescricional. A prescrição ocorrerá em 29/JAN/2031. 5. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO. Pelo parágrafo único do art. 174 do CTN, a prescrição pode ser interrompida com a prática de alguns atos. São três os atos que INTERROMPEM a prescrição: a) despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; b) qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor (mandado de penhora, por exemplo); c) qualquer ato que importe em reconhecimento do débito pelo devedor (ex.: pedido de parcelamento). No caso de ser interrompido o prazo prescricional, sua contagem é REINICIADA. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com As hipóteses de exclusão, extinção e suspensão do crédito tributário compreendem situações distintas. 1. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. A exclusão do crédito tributário consiste na inviabilidade de sua constituição, haja vista situações impeditivas de sua cobrança. Ou seja, são situações em que, mesmo ocorrido o fato gerador e a obrigação tributária, NÃO haverá lançamento e, consequentemente, NÃO haverá o crédito tributário. A isenção e a anistia são normas desonerativas de deveres patrimoniais do contribuinte, atingindo-se o tributo, no caso de uma lei isentante ou a multa, no caso de uma lei anistiadora. Em palavras simples, “isenta-se o tributo”, “anistia-se a multa”. A exclusão do crédito tributário NÃO DISPENSA O CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. Existem apenas duas hipóteses de exclusão do crédito tributário: anistia e isenção. Ambas são causas de inibição do lançamento do tributo, ocorre o fato gerador, mas não haverá o lançamento. Tratam-se de fenômenos SURGEM APÓS A OCORRÊNCIA DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA e ANTECEDEM O LANÇAMENTO, impedindo o surgimento do crédito tributário. Tanto a isenção quanto a anistia são situações impeditivas do crédito tributário. 1.1. Anistia. É o perdão das penalidades pecuniárias – “multas”, concedido por lei, antes da constituição do crédito tributário (lançamento). Impede o surgimento do crédito tributário multa, antecede o lançamento desta. Ela somente alcança as infrações cujos fatos ocorreram antes da lei que concede o benefício. Então, a anistia somente alcança os atos praticados ANTES da lei que a concede e, cumulativamente, ocorre ANTES do lançamento da multa. A anistia NÃO ALCANÇA os atos praticados dolo, fraude ou simulação por Sujeito Passivo, ou por terceiro em favor dele, bem como as infrações Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com resultantes do conluio de outras pessoas e aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções. A anistia pode ser concedida em caráter GERAL ou LIMITADAMENTE. - Às infrações da legislação relativa a determinado tributo; - Às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza; - A determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares; - Sob condição de pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. A anistia em caráter não geral será concedida por meio de despacho da Autoridade Administrativa e NÃO gera direito adquirido, bem como se submete às regras do art. 155 do CTN. 1.2. Isenção. É a dispensa legal do pagamento de tributo, antes da constituição do crédito tributário (lançamento). A lei concede isenção para que determinada situação ou pessoa não esteja obrigada a pagar o tributo. A concessão de isenção NÃO observa o Princípio da Anterioridade do Exercício, nem a Nonagesimal. A isenção deve decorrer de lei. Salvo disposição de lei em contrário, a concessão de isenção NÃO SE ESTENDE às taxas e às contribuições de melhoria, bem como aos tributos que venham a ser instituídos posteriormente a lei que a concede. Interpreta-se LITERALMENTE a legislação tributária que disponha sobre suspensão, exclusão, extinção ou outorga de isenção de crédito tributário. A isenção, ainda que prevista em contrato, é sempre decorrente de lei, que especifique as condições e os requisitos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e a sua duração. A isenção pode ser restrita à determinada região do território da entidade tributante. A lei que concede a isenção pode ser revogada a qualquer tempo¸ salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, caso no qual não se pode revogar a isenção a qualquer tempo, sob pena de ferir- se a segurança jurídica. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com O CTN prevê que a lei que revogar uma isenção de tributo sobre renda ou patrimônio só produzirá efeitos no primeiro dia do exercício seguinte ao da sua publicação, porém a doutrina majoritária e a jurisprudência mais recente entendem que este dispositivo se estende aos tributos em geral, não estando limitada aos tributos incidentes sobre renda ou patrimônio. A isenção pode ser concedida em caráter GERAL e INDIVIDUAL 1.2.1. Isenção em caráter geral. Abrange a generalidade de sujeitos, SEM a necessidade de comprovação por parte desses de alguma característica pessoal. 1.2.2. Isenção em caráter individual. Só alcança determinadas pessoas, que, mediante despacho da Autoridade Administrativa, comprovadamente preencham os requisitos estabelecidos pela lei isentiva. Ela NÃO GERA DIREITO ADQUIRIDO, porque se os requisitos deixarem de ser cumpridos, o Sujeito Passivo não mais fará jus à isenção. Aplicam-se às isenções em caráter individual as regras do art. 155 do CTN, referentes à moratória concedida em caráter individual. OBS1.: As isenções e as anistias só podem ser concedidas mediante lei específica, que regule exclusivamente a matéria ou o correspondente tributo (art. 150, § 6o, da CF/88); OBS2.: A anistia, hipótese de exclusão do créditotributário, NÃO se aplica aos atos qualificados como CRIMES ou CONTRAVENÇÕES PENAIS; OBS3.: A isenção tributária NÃO se confunde com a imunidade tributária. Entre seus traços distintivos, destaca-se o caráter discricionário do ato de concessão da isenção, praticado por ente federativo competente para a instituição do tributo, que pode incidir em face de todas as espécies tributárias, mediante estrito respeito ao princípio da reserva legal; já a imunidade tributária constitui matéria típica do texto constitucional; OBS4.: Se houver o lançamento da multa, há um crédito tributário. Havendo crédito tributário, somente se pode falar em suspensão ou extinção, pois a exclusão SEMPRE antecede o lançamento do crédito tributário. Se o crédito tributário já foi constituído por meio do lançamento, é possível o perdão da dívida tributária, porém a hipótese é de remissão (espécie de extinção do crédito tributário que se opera tanto em relação à multa quanto ao tributo), e não de anistia. OBS5.: A anistia somente alcança as infrações cometidas ANTES da lei anistiadora. As infrações cometidas APÓS a lei que concede o benefício não Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com são atingidas pela anistia. OBS6.: Se a infração administrativa que enseja a cobrança da multa constituir também crime, a anistia NÃO pode ser concedida. Pode se conceder anistia para todas as infrações tributárias, desde que as condutas não sejam, ao mesmo tempo, ilícito penal. 2. SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. A CF outorga poderes aos Entes Federativos para a criação de tributos, o que ocorre, via de regra, por meio de Lei Ordinária. Existem, porém, exceções nas quais a própria CF exige que os tributos sejam instituídos por meio de Lei Complementar. E, ainda, podem ser instituídos tributos por meio de Medida Provisória, tendo em vista que esta possui força de lei. A lei, quando instituir o tributo, deverá estabelecer o fato gerador, para assim nascer a obrigação tributária, que pode ser: - Obrigação principal: pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária (multa). A obrigação principal será, sempre, uma obrigação de pagar determinado valor; - Obrigação acessória: deveres formais aos quais o Sujeito Passivo está obrigado, a fim de facilitar a arrecadação e a fiscalização. São aquelas obrigações tributárias que não se traduzem em obrigação de pagar valor. O crédito tributário surge com a ocorrência do fato gerador e se constitui com o seu lançamento. Uma vez constituído o crédito tributário, ele poderá ser exigido pelo Sujeito Ativo. No entanto, existem situações nas quais a Fazenda Pública NÃO PODERÁ EXIGIR determinado tributo, em virtude da existência de uma das causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. As causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário estão taxativamente previstas no CTN. 2.1. Relação entre as causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, seu lançamento e prazo decadencial. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário impede apenas a propositura da execução fiscal, mas NÃO a sua constituição. Assim, a Autoridade Administrativa deve realizar o lançamento do tributo, ainda que presente uma das situações de suspensão. Isso se dá pelo fato de que, perdurando a suspensão do crédito tributário por mais de cinco anos, a Fazenda corre o risco de perder o direito de constituir o crédito tributário, em virtude da decadência. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com Porém, na situação em que o contribuinte preferir realizar o depósito do montante integral, que também é uma causa de suspensão, o Fisco NÃO precisará se preocupar em realizar o lançamento tributário, pois o contribuinte apura o montante devido e o vincula ao resultado da demanda. OBS.: a suspensão da exigibilidade do crédito tributário NÃO implica em suspensão do cumprimento das obrigações acessórias, devendo o Sujeito Passivo cumpri-las. A suspensão impede apenas a propositura da execução fiscal, mas NÃO a constituição do crédito tributário. Após devidamente constituído o crédito tributário, ele deverá ser exigido pelo Fisco. Entretanto, o crédito tributário poderá ter sua exigibilidade suspensa em cinco hipóteses: 2.2. ESPÉCIES. MÉTODO MNEMÔNICO: MODERE + COPA. Moratória Depósito integral Reclamações e Recursos Administrativos Concessão de Liminar em MS e Tutela Antecipada em Outras Ações Judiciais Parcelamento 2.2.1. Moratória. É o pedido de dilação legal do prazo para pagamento de dívida tributária, antes do seu vencimento, e é regulada pelo CTN em seus arts. 152 a 155. Ou seja, ocorrendo o fato gerador e existindo a moratória, o Sujeito Passivo deverá pagar o tributo, mas poderá fazê-lo de modo prorrogado e não no instante em que ocorrer o fato gerador. É uma forma de suspensão do crédito tributário muito semelhante ao parcelamento, porém diferencia-se deste por ser realizada ANTES do vencimento, enquanto o pedido de parcelamento é feito APÓS o vencimento. É concedida por meio de lei ordinária, permitindo ao Sujeito Passivo que pague em cota única ou em prestações o tributo, porém com vencimento prorrogado. Na moratória, pede-se para dilatar o prazo para pagar o crédito tributário de uma só vez ou em prestações. Ela pode ser concedida em caráter GERAL ou INDIVIDUAL. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com 2.2.1.1. Moratória em caráter geral. A moratória será concedida em caráter geral, quando alcançar uma generalidade de pessoas, indistintamente, portanto, NÃO dependerá de decisão da autoridade administrativa, mas apenas de lei. Ela pode ser autônoma e heterônoma (art. 152, II). A moratória autônoma é a concedida por um Ente para créditos tributários relativos a tributos de sua competência. A moratória heterônoma, por sua vez, é aquela que um Ente concede a moratória para créditos tributários relativos a tributos da competência de outro Ente. Em regra, a moratória somente poderá ocorrer em sua forma autônoma/autonômica, ou seja, somente poderá ser concedida pelo Ente Federativo competente para instituir o tributo. Ou seja, via de regra, a moratória heterônoma É VEDADA, porém existem duas EXCEÇÕES nas quais a moratória heterônoma pode ser concedida. O CTN traz exceções, nas quais a moratória em sua forma heterônoma poderá ser concedida: 1) Em caso de Tratado Internacional, onde o Presidente está revestido da qualidade de Chefe de Estado, pois nesta situação ele representa a República Federativa do Brasil, que é formada pela união indissolúvel de todos os Entes da Federação; 2) Lei nacional geral: é a hipótese de a União criar moratória para tributos municipais e estaduais, desde que, simultaneamente, crie moratória aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado. 2.2.1.2. Moratória em caráter individual. A moratória em caráter individual, alcança apenas determinadas pessoas, que preenchem certos requisitos estabelecidos em lei. Neste caso é necessário despacho da Autoridade Administrativa, verificando o preenchimento dos requisitos por cada Sujeito Passivo. A lei estabelece algumas condições específicas a serem preenchidas pelo Sujeito Passivo. Nessa espécie de moratória, a lei estabelece condições, que devem ser preenchidas pelo Sujeito Passivo. Atendidas as condições, a Autoridade Administrativa concede a moratória individualmente. A concessão de moratória em caráter individual NÃO GERA DIREITO ADQUIRIDO LÍQUIDO E CERTO, e PODERÁ SER REVOGADA DE OFÍCIO, quando se apurar que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora. Em caso de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em favor dele, haverá imposição da penalidadecabível. Nos demais casos, não será aplicada penalidade. No caso de dolo ou simulação, NÃO se computará, para fins de prescrição, o tempo decorrido entre a concessão da moratória e a sua revogação. Mas, em caso de simples erro, ou seja, ausente o solo, a revogação da mora somente pode ocorrer ANTES da prescrição do direito à cobrança do crédito. OBS.: Quando a moratória é dotada de caráter individual, ela NÃO é direito líquido e certo e, caso o indivíduo deixe de preencher algum requisito, ele perde o benefício. Cada um tem que requerê-la. A moratória concedida em caráter geral é direito líquido e certo. Créditos abrangidos pela moratória: salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange: I) os créditos definitivamente constituídos à data da lei ou despacho que a conceder; ou II) cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo (CTN, Art. 154). RESUMINDO: A moratória abrange os créditos constituídos, definitivamente ou não. 2.2.2. Depósito do montante integral. O depósito é uma faculdade do Sujeito Passivo, comumente utilizado na via judicial, uma vez que o mero ajuizamento da ação judicial, por si só, NÃO suspende a exigibilidade do crédito tributário. Assim, para que seja suspendido o crédito tributário, o contribuinte deve realizar o depósito integral no momento em que oferecer embargos. Feito o depósito, suspende-se a execução fiscal. Todavia, o depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for INTEGRAL. O valor integral a ser depositado compreende o valor do tributo acrescido de juros e multas em dinheiro, e é aquele exigido pelo Fisco, não o pretendido pelo contribuinte. Mesmo que o contribuinte alegue que deve menos do que o exigido pelo Fisco, ele deve depositar o valor exigido, e não o que acredita que deve. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com Trata-se de hipótese de suspensão do crédito tributário pois o Sujeito não suportará mais nenhum efeito da execução fiscal, exceto ao final desta, caso perca ou ganhe. Esta hipótese de suspensão do crédito tributário ocorre no curso do Processo de Execução Fiscal, no caso em que a pessoa está sendo executada e, para responder à execução fiscal, realiza o depósito integral. Por se tratar de faculdade, o depósito do montante integral NÃO CONFIGURA CONDIÇÃO DE ADMISSIBILIDADE DA AÇÃO, mas apenas um meio mais célere de suspender o crédito tributário. A suspensão é automática. Ao final da demanda judicial, caso o contribuinte obtenha êxito, a quantia depositada será liberada em seu favor. Caso ele seja vencido, o depósito será convertido em renda para o Ente Federativo litigante, extinguindo o crédito tributário. Vantagens do depósito prévio: suspende a fluência de juros e suspende a exigibilidade do crédito tributário. O SUJEITO PODE EMBARGAR A EXECUÇÃO FISCAL SEM EFETUAR O DEPÓSITO? NÃO. A LEF exige depósito prévio, para que o Sujeito Passivo possa embargar a execução fiscal. A Súmula Vinculante nº 28 considera INCONSTITUCIONAL a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário. SÚMULA VINCULANTE Nº 28: “É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade do crédito tributário”. OBS.: A Súmula Vinculante nª 28 REFERE-SE À AÇÃO ANULATÓRIA e não aos embargos à execução fiscal. É importante ressaltar algumas diferenças entre as seguintes ações. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE: ação própria que dispensa o depósito e não possui previsão legal, cujo objetivo é instar o magistrado a manifestar- se sobre matéria que deveria ter conhecido de ofício, mas não conheceu. AÇÃO ANULATÓRIA: ação que dispensa depósito integral prévio e visa anular o lançamento por causa da existência de vício formal. Em regra, a ação anulatória, por si só, não suspende o crédito tributário, porém, caso o juiz conceda uma medida liminar ou uma tutela antecipada, suspende e impede o Fisco de entrar com a execução. Se a anulatória for procedente, o crédito tributário é extinto, sendo improcedente, o Fisco deve entrar com a execução fiscal. 2.2.3. Reclamações e recursos administrativos. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com Sabemos que quando o Sujeito Passivo recebe a Notificação Fiscal de Lançamento (NFL), ele pode: - Pagar; - Recorrer administrativamente; - Recorrer judicialmente; ou - Manter-se inerte. Se o contribuinte reclama na esfera administrativa ou interpõe recurso, enquanto o Poder Público não responde o contribuinte, há a suspensão do crédito tributário e, enquanto tramitar a reclamação administrativa ou o recurso administrativo, o pagamento do crédito tributário NÃO pode ser exigido. Essa hipótese de suspensão ocorre quando o crédito tributário é constituído pelo lançamento e o Sujeito Passivo se insurge contra ele na esfera administrativa. No caso de o Sujeito Passivo preferir discutir na esfera administrativa, na esfera federal, por exemplo, o contribuinte tem um prazo de até 30 dias para pagá-lo amigavelmente, se outro prazo não determinar a lei. Neste prazo, o contribuinte pode também reclamar administrativamente. A reclamação é o primeiro petitório do contribuinte na esfera administrativa. No exemplo da esfera federal, a reclamação é dirigida à Delegacia da Receita Federal de Julgamento, que irá proferir a decisão de primeira instância. No caso de reclamação, suspende-se o crédito tributário até que a Administração se manifeste. Se manifestando a Administração Pública, no caso de a decisão ser desfavorável ao contribuinte, ainda cabe Recurso Voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o CARF. Ou seja, o contribuinte pode interpor recurso administrativo contra a decisão, o qual também suspende o crédito tributário. Ao analisar o recurso voluntário, o CARF proferirá decisão, da qual cabe, ainda, Recurso Especial apenas em alguns casos. O prazo para a interposição do recurso é de 15 dias e ele deverá ser interposto perante a Câmara Superior de Recursos Fiscais. A opção pela demanda administrativa visa evitar a demora de uma ação judicial, pagamento de custas judiciais, etc. Muitas vezes dá para resolver pela esfera administrativa, o que é menos desgastante/oneroso. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com EM SUMA: Enquanto estiver em andamento a discussão de crédito tributário, na esfera administrativa, seja em reclamação ou em recurso, o crédito tributário estará com a exigibilidade suspensa. 2.2.4. Concessão de Liminar em Mandado de Segurança. A Medida Liminar ou a Tutela Antecipada são decisões tomadas pelo Magistrado, normalmente no início do processo, tendente a evitar dano irreparável ou de difícil reparação ao Jurisdicionado, que não poderá esperar o final do processo. O que difere a medida liminar da tutela antecipada é que a medida liminar em Mandado de Segurança pode ser SATISFATIVA, que antecede o bem pretendido (produz o mesmo efeito da tutela antecipada) ou CAUTELAR, que assegura o resultado útil do processo. Ex.: se a Lei Municipal concede isenção, mas ainda assim o Município cobra o tributo, pode ser impetrado um Mandado de Segurança. A concessão de liminar no Mandado de Segurança, suspende a exigibilidade do crédito tributário. No entanto, a mera propositura de Mandado de Segurança com pedido de liminar NÃO suspende o crédito tributário automaticamente. Uma vez concedida a liminar, o Fisco pode constituir o crédito tributário, mas NÃO pode ser ajuizada a Execução fiscal. Caso a concessão seja reconsiderada, anulada ou reformada, o crédito voltará a ser exigido, acrescido apenas de juros. 2.2.5. Concessão de Medida Liminar ou de Tutela Antecipada em outras ações judiciais.A concessão de Medida Liminar em ação judicial suspende a exigibilidade do crédito tributário. Ainda a concessão de tutela antecipada, qual seja, a que antecipa os efeitos da tutela definitiva satisfativa, conferindo eficácia imediata ao direito afirmado, suspende a exigibilidade do crédito tributário. 2.2.6. Parcelamento. É a dilação concedida APÓS O VENCIMENTO. Ou seja, essa espécie de suspensão ocorre nos casos em que a dívida tributária já está vencida e o Sujeito Passivo pede uma dilação de prazo. Como já dito, ele guarda muita semelhança com a moratória, diferenciando-se dela justamente porque enquanto a moratória é concedida ANTES do vencimento o parcelamento o é APÓS o vencimento. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com Ele consiste na dilação legal do prazo para pagamento do tributo, fracionado em parcelas. Ele se caracteriza pelo comportamento voluntário do Sujeito Passivo em negociar o pagamento do tributo. É uma medida de política fiscal que tem como foco a recuperação de créditos, bem como permitir que os contribuintes inadimplentes readquiram a sua condição de regularidade junto à Administração Pública. O parcelamento depende de lei específica editada pelo Ente Federativo competente para instituir o tributo. Ele NÃO EXCLUI a incidência de juros e multa, SALVO disposição de lei em contrário. Salvo disposição expressa em lei, o parcelamento não exclui do crédito tributário a incidência de juros e multas e ele pode ser deferido tanto para o pagamento em prestações, como para o pagamento em uma única vez. Aplicam-se subsidiariamente ao parcelamento as disposições do CTN relativas à moratória (créditos abrangidos, caráter geral e individual, etc.). As condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial serão tratadas por lei específica, porém, ausente lei específica, se aplicarão as leis gerais, NÃO PODENDO o prazo de parcelamento ser inferior ao estabelecido em lei federal específica. No parcelamento, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário só persiste enquanto o parcelamento for adimplido. Faltando o pagamento, portanto, o parcelamento é rescindido automaticamente, e o crédito tributário é cobrado imediatamente. 3. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. A relação jurídico-tributária nasce com a ocorrência, no mundo fenomênico, da situação descrita em lei passível de sofrer incidência tributária. Despontando, neste momento, os Sujeitos Ativo, com o direito subjetivo de exigir a prestação, e Passivo, que tem o dever de cumpri-la. No entanto, a obrigação tributária poderá ser extinta de diversas formas. A forma normal/natural de extinção do crédito tributário é o cumprimento da obrigação tributária, ou seja, o pagamento. Porém, o art. 156 do CTN enumera outras hipóteses de extinção do crédito tributário. 3.1. Pagamento. O pagamento do tributo é a principal e mais natural forma de extinção do crédito tributário. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com Está regulamentado nos arts. 157 a 169 do CTN, tratando-se de modalidade direta de extinção do crédito tributário, em função da desnecessidade de autorização legal para a sua efetivação. O pagamento, para extinguir o crédito tributário, deve ser integral. Quando a obrigação tributária é periódica, o pagamento da última parcela NÃO PRESSUPÕE que foram quitadas as parcelas anteriores e NÃO IMPLICA a extinção do crédito tributário. Também, NÃO HÁ presunção de pagamento de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos. Ou seja, o contrário do Direito Civil, em Direito Tributário, o pagamento de uma parcela posterior NÃO PRESUME o pagamento das anteriores, bem como o pagamento de um tributo com vencimento mais recente NÃO PRESUME o pagamento dos tributos anteriores. O local do pagamento é a repartição competente do domicílio do Sujeito Passivo, sempre que a legislação tributária não dispuser a respeito. Se a legislação não fixar o prazo pagamento do tributo, o vencimento ocorrerá em 30 dias após a data em que se considera o Sujeito Passivo notificado do lançamento. Norma infralegal pode dispor sobre prazo para pagamento do tributo. A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do pagamento. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, sem prejuízo da imposição de penalidades cabíveis e da aplicação de medidas de garantia. É possível fazer uma consulta ao Fisco para revisão do débito, quando o Sujeito Passivo, dentro o prazo legal para pagamento do tributo, faz isso, enquanto a resposta estiver pendente, os juros não fluem. O crédito tributário pago por meio de cheque somente se considera extinto com o resgate dele pelo sacado. No caso de estampilha, com a inutilização dela. 3.2. Imputação do pagamento. A imputação tem lugar quando o Sujeito Passivo possui vários débitos perante o mesmo Sujeito Ativo e oferece quantia insuficiente para quitação dos créditos tributários. Ex.: o contribuinte possui diversas dívidas tributárias perante o Fisco somando um montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais) e chega com a quantia de R$ 8.000,00 (oito mil reais) para quitar os débitos. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com No Direito Civil, quando o devedor possui diversas dívidas perante um só credor e dispõe de quantia insuficiente para o pagamento de todos os débitos, ele escolhe qual/quais dívidas pagará. Em Direito Tributário, se houverem várias dívidas e o contribuinte não possuir dinheiro suficiente para pagamento de todas as dívidas, a própria lei determina quais dívidas serão pagas em primeiro lugar. Assim, neste caso, o CTN determina a respectiva imputação, na seguinte ordem: 1º CRITÉRIO - em primeiro lugar são imputados os débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária; OBS.: O Sujeito Passivo tributário se divide em contribuinte e responsável tributário. Em caso de existirem diversas dívidas tributárias e o Sujeito Passivo não possuir quantia suficiente para o pagamento de todas, mas apenas de parte delas, as dívidas tributárias das quais ele é contribuinte devem ser pagas antes e somente depois as dívidas das quais ele é responsável tributário serão pagas. O contribuinte é aquele que possui relação pessoal e direta com o fato gerador do tributo. O responsável tributário, por sua vez, é aquele que, apesar de não estar diretamente relacionado ao fato gerador, sua obrigação decorre de disposição expressa de lei. 2º CRITÉRIO - o segundo critério diz respeito à preferência entre as espécies tributárias, os tributos mais retributivos, que são os contraprestacionais, devem preceder. Então, primeiramente são pagas as contribuições de melhoria, depois as taxas e por fim os impostos (Método mnemônico: CTI). Os impostos são pagos por último porque não apresentam nenhum grau de retributividade. 3º CRITÉRIO - na ordem crescente dos prazos de prescrição. O crédito mais antigo deverá ser pago primeiramente. Ex.: se houver um crédito referente ao exercício financeiro de 2011 e outro de 2008, o de 2008 deve ser pago em primeiro lugar. 4º CRITÉRIO - na ordem decrescente dos montantes. Se existir mais de uma dívida tributária e o contribuinte entregar um valor suficiente para pagar apenas parcela das dívidas, primeiramente é paga a dívida de maior montante. Ex.: o contribuinte tem duas dívidas tributárias, uma no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais) e outra no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), se ele chega com R$ 9.000,00 (nove mil reais) para pagar a dívida, primeiramente é imputado o pagamento da dívida de maior valor. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com 1º critério 2º critério 3º critério 4º critério Quanto às obrigações Quanto às espécies tributárias Quanto à ordem de prescrição Quanto à ordem devalor Primeiro: obrigações próprias Primeiro: contribuições de melhoria Ordem crescente de prescrição Ordem decrescente dos montantes Depois: obrigações decorrentes de responsabilidade Segundo: taxas Terceiro: impostos 3.3. Compensação. Representa um encontro de créditos e débitos, entre os sujeitos ativo e passivo. Ocorre quando há reciprocidade entre credor e devedor, ou seja, o devedor tem crédito tributário ao mesmo tempo em que tem um débito tributário. A reciprocidade entre credor e devedor é verificada quando se pretende realizar a compensação de tributos do mesmo Ente Federativo. Depende de lei autorizativa, para que a autoridade administrativa possa realizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Assim, o crédito tributário somente pode ser extinto por meio da compensação quando houver expressa previsão legal. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. Ou seja, caso o Contribuinte se socorra ao Poder Judiciário para ter certeza da existência de seu crédito, somente poderá ser realizada a compensação APÓS o trânsito em julgado. Recentemente o STF decidiu que é INCONSTITUCIONAL a compensação de ofício. As regras da imputação do pagamento NÃO podem ser aplicadas à compensação. 3.4. Transação. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com Representa acordo ou concessões recíprocas que encerram um litígio instalado, com reciprocidade de ônus e vantagens. É um acordo no qual as partes fazem concessões mútuas para extinguir obrigações. O Sujeito Passivo pode realizar acordos com a Administração Tributária, desde que dentro das possibilidades previstas em lei. Em direito tributário, a transação somente é acolhida com o intuito de extinguir o litígio e o crédito tributário. Além disso, a transação somente extingue o crédito tributário com relação à parte em que ocorreu a concessão feita pelo Fisco. Ex.: um Contribuinte deve R$ 1.000,00 (mil reais) de IPVA e a lei prevê que a desistência do litígio por parte do Sujeito Passivo confere um desconto de 50% com relação às penalidades. Quando o contribuinte opta por pagar o tributo, o crédito tributário é extinto: por meio do pagamento em relação ao valor desembolsado, e por meio de transação em relação ao valor descontado. OBS.: Depende de lei autorizativa, sendo, portanto, uma forma indireta de extinção do crédito tributário. 3.5. Remissão. Consiste no perdão do crédito tributário (já constituído/após o lançamento), incluindo o valor principal (tributo), juros e multa. A mesma depende de lei autorizativa e despacho fundamentado. A Fazenda Pública pode determinar o que efetivamente será perdoado, ou seja, a remissão pode ser TOTAL ou PARCIAL. São situações que autorizam a concessão de remissão: 1) situação econômica do sujeito passivo; 2) erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; 3) diminuta importância do crédito tributário; 4) considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso (mas neste caso só multa – Art. 108, § 2o); OBS.: NÃO é possível conceder remissão de tributo considerando razões de equidade, somente pode se conceder remissão de crédito tributário por critérios de equidade de VALORES RELATIVOS À MULTA. Ex.: valor da multa excessivamente desproporcional ao valor do tributo. 5) condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com 3.6. Prescrição e decadência. Segundo o CTN, são causas de “extinção” do crédito tributário. Vale dizer que estará “extinto” o crédito tributário caso o Fisco deixe de realizar o lançamento dentro do prazo previsto na lei (decadência), ou deixe de propor a execução fiscal no prazo legal (prescrição). Ambos os institutos jurídicos já foram explorados anteriormente. 3.7. Conversão do depósito em renda. Após decisão definitiva em sede administrativa ou judicial, favorável ao Sujeito Ativo, o depósito integral efetuado nos autos será convertido em renda (receita) em seu favor, provocando a extinção do crédito tributário. Vale lembrar que, ao longo do processo, tutelado pelo depósito garantidor, o crédito tributário fica com a exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151, II, do CTN. Todavia, encerrada a demanda em favor do Fisco, o depósito é convertido em renda. Essa causa de extinção ocorre quando há depósito do montante integral em determinada demanda e, ao ser proferida a decisão definitiva desfavorável ao contribuinte, se converte o depósito em renda a favor do Ente Federativo litigante. O depósito constitui uma forma de suspensão do crédito tributário enquanto penderem os embargos, quando o contribuinte vence e há o trânsito em julgado, o depósito é convertido em renda, e o Estado poderá levantar o valor. Ou seja: o depósito SUSPENDE a exigibilidade do crédito tributário e a sua conversão em renda/receita EXTINGUE o crédito tributário. Ex.: O Fisco entra com a execução fiscal contra o contribuinte, este pode embargar (os embargos constituem uma espécie de ‘contestação’ à execução fiscal), desde que realize o depósito integral. A LEF impõe o depósito da quantia para que o sujeito possa embargar. Quando o contribuinte embarga e realiza o depósito integral, suspende-se a execução fiscal. Em seguida, se, ao final da ação judicial, o Fisco ganha a demanda, o depósito é convertido em receita, extinguindo-se o crédito tributário. 3.8. Pagamento antecipado e homologação ulterior do lançamento. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o contribuinte paga o tributo e aguarda a homologação por parte do Fisco (expressa ou tácita). Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com Para os tributos em que o lançamento é feito por homologação, o pagamento antecipado NÃO extingue diretamente o crédito tributário, que só é extinto com a homologação do lançamento. Ou seja, a extinção do crédito, neste caso, não se dá com o mero pagamento, mas com a homologação do lançamento efetuado pelo sujeito passivo. 3.9. Consignação em pagamento. A consignação em pagamento é um meio de extinção do crédito tributário, assim como no direito civil, ela tem vez quando o Sujeito Passivo quer pagar e não consegue por razões alheias à sua vontade. São situações que possibilitam a consignação em pagamento: 1) de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; 2) de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal; 3) de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. O mero ajuizamento da Ação Consignatória NÃO configura extinção do crédito tributário, deverá haver decisão julgada procedente desta ação para efetivar a extinção. Se a ação de consignação em pagamento for julgada improcedente, o crédito tributário será acrescido de juros de mora e das penalidades cabíveis. 3.10. Decisão administrativa irreformável. Não é toda e qualquer decisão administrativa irreformável que extingue o crédito tributário, mas apenas a decisão administrativa irreformável FAVORÁVEL ao contribuinte. Esta causa extintiva do crédito tributário diz respeito às decisões administrativas favoráveis ao sujeito passivo, uma vez que, se contrárias, NÃO terão o condão de extinguir o crédito tributário, restando ao sujeito passivo a possibilidade de sua reforma na via judicial. 3.11. Decisão judicial passada em julgado. Trata-se de outra modalidade de extinção do crédito tributário, quando FAVORÁVELao sujeito passivo. Se a decisão for favorável ao Fisco, o crédito tributário NÃO é extinto. OBS.: convém lembrar que o contribuinte tem três opções: Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com 1) Discutir na esfera administrativa antes, até o seu exaurimento, para depois propor ação judicial; 2) Tentar primeiramente na esfera administrativa e, ao perceber que não obterá êxito, desistir da discussão administrativa para propor ação judicial; 3) Renunciar à discussão no âmbito administrativo e logo propor ação judicial. Após iniciar a pretensão pela via judicial, o Sujeito Passivo NÃO pode mais tentar discutir administrativamente o mesmo objeto. 3.12. Dação em pagamento de bens imóveis. Ela depende de lei a ser criada por cada Ente Político, sendo, portanto, uma forma indireta de extinção do crédito tributário. A condição basilar para que a dação ocorra é que o crédito tributário esteja inscrito em dívida ativa. O imóvel também deverá abranger a totalidade dos débitos que se pretende liquidar. OBS.: O CTN prevê apenas a dação em pagamento em bens imóveis, porém, o STF já decidiu em caso concreto, que Município poderia receber bens móveis, para fins de extinção do crédito tributário. “Se o município pode até mesmo conceder anistia, isenção e remissão de seus créditos, porque não pode criar outras formas de recebê-los”? São os meios assecuratórios do pagamento do crédito tributário. O devedor responde com seu patrimônio pelas dívidas que contrair. Pelo menos essa é a regra. As garantias são prerrogativas que a Fazenda Pública dispõe para fazer com que o Sujeito Passivo efetue o pagamento do tributo. Esse direito é amparado pelo Princípio da Supremacia do Interesse Público. Os privilégios do crédito tributário consistem em sua ordem de preferência, numa posição de vantagem quanto aos demais créditos. São exemplos de garantias e privilégios do Fisco: o prazo em dobro para se manifestar em ações judiciais e o pagamento por meio de precatórios e requisição de pequeno valor. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com Segundo o CTN, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis (Art. 184). Ou seja, de acordo com o dispositivo do CTN, a regra é que todo o patrimônio do Sujeito Passivo serve para garantir o pagamento das dívidas tributárias, inclusive os bens gravados com ônus real, cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, ainda que a cláusula ou ônus sejam anteriores à constituição do crédito tributário. Porém, o mesmo dispositivo, ao final, traz uma exceção: bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. O CPC trata da Impenhorabilidade no art. 833. E os mais conhecidos exemplos de impenhorabilidade são: os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução, os vencimentos, subsídios, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, a pequena propriedade rural, saldo de poupança até 40 salários mínimos, etc; Ocorre que a lei (que é o Código de Processo Civil) prevê (no art. 833) que são absolutamente impenhoráveis os bens gravados com cláusula de inalienabilidade (que são os bens registrados em cartório como bens de família). No conflito de normas entre o CPC e o CTN, PREVALECE A REGRA DO CTN. O próprio STJ já proferiu decisão neste sentido, determinando que os bens gravados com cláusula de inalienabilidade respondem pelo pagamento do crédito tributário, pois o CTN, em seu texto, previu que os bens gravados com cláusula de inalienabilidade respondem pelos créditos tributários antes de dispor a respeito da exceção. Parcela do patrimônio pode ser registrado em cartório como bem de família, essa gravação, porém, não produz efeitos em relação ao Fisco. A constituição de bem de família por meio de registro de cláusula de inalienabilidade NÃO tem validade perante o Fisco. Assim, o art. 833, inciso I do CPC não tem validade contra o Fisco, com relação os demais bens definidos como absolutamente impenhoráveis pelo art. 833 do CPC, porém, a exceção do art. 184 do CTN é válida. Por exemplo, o saldo de poupança inferior a 40 salários mínimos é absolutamente impenhorável e essa disposição é válida perante o Fisco, já o bem gravado com cláusula de inalienabilidade é penhorável. O art. 833 do CPC (menos o inciso I desse dispositivo) prevê as exceções a que se refere o final do art. 184 do CTN. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com Pelo CPC (art. 833, I), os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução são impenhoráveis. Todavia, essa regra não vale para as execuções fiscais, já que o CTN preceitua que mesmo os bens gravados com cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade seriam penhoráveis. Entende-se, que nesse ponto o CTN é norma especial em relação ao CPC. Ressalte-se que o bem de família tratado aqui é o bem de família constituído em cartório, e NÃO O BEM DE FAMÍLIA LEGAL. A Lei nº 8.009/90 trata do bem de família legal (não o constituído em cartório, mas o residencial), e ela estabelece que o bem de família legal não pode ser penhorado para o pagamento de tributos. Porém, existe uma exceção, na qual o bem de família poderá ser penhorado para o pagamento de tributo, que é a hipótese de tributo que recaia sobre o próprio bem imóvel a ser penhorado. Assim, é possível a penhora do bem de família para pagamento do IPTU, das taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar (Art. 3o, IV). Também NÃO é qualquer crédito tributário; é somente o crédito tributário relativo ao próprio bem de família. Atualmente, presume-se fraudulenta a alienação realizada por sujeito passivo regularmente inscrito em dívida ativa, que dilapidar seu patrimônio de modo a não reservar bens suficientes para pagar o crédito tributário. Ou seja, logo após a inscrição em dívida ativa, presume-se fraudulenta a alienação ou oneração do bem do contribuinte que não tiver bens suficientes para quitar a dívida tributária. Essa mudança é nova no ordenamento jurídico brasileiro. Anteriormente, para se presumir fraudulenta a alienação, era necessária a citação do contribuinte em processo de execução fiscal. A Lei nº 10.522, no seu art. 20-B determina que, uma vez inscrito o crédito em dívida ativa da União, o devedor é intimado para, querendo, manifestar-se em 05 dias, após esse prazo, o Fisco averba a CDA nos órgãos de registro de bens para torná-los indisponíveis. Essa possibilidade de indisponibilizar bens administrativamente também é nova. 1. PREFERÊNCIAS/PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. A preferência só tem sentido quando o devedor está sendo executado em juízo e não possui patrimônio suficiente para pagar a todos os credores. 1.1. Preferência quando NÃO existe processo de falência: O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou de acidente de trabalho (CTN, art. 186). Eis a ordem: Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com a) Créditos trabalhistas; b) Créditos decorrentes de acidentes de trabalho; c) Crédito tributário; d) Créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; 1.2. Preferência quando existir processo de falência: Havendo processo de falência, NÃO se aplica a disposição do art. 186 do CTN, pois a Lei nº 11.101/2001 alterou a ordem dos credores no processo falimentar. No Processo Falimentar os créditos são classificados em duas classes: extraconcursaise concursais. A diferença entre eles é que os créditos extraconcursais, pelo menos em regra, surgem após a decretação da falência, enquanto os concursais são os contraídos antes da decretação da falência. Os créditos extraconcursais serão pagos com antecedência em relação aos concursais, a lei dá àqueles preferência, qualquer que seja a natureza deles. Serão considerados créditos extraconcursais: a) Remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares; b) Créditos trabalhistas surgidos após a decretação da falência; c) Créditos decorrentes de acidentes de trabalho, relativos a serviços prestados à massa falida, após a decretação da falência; d) Quantias fornecidas à massa falida pelos credores; e) Despesas com arrecadação, administração e realização do ativo; f) Custas judiciais do processo de falência; g) Custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida; h) Tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência; Serão considerados créditos concursais: a) Créditos trabalhistas, limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor; b) Créditos decorrentes de acidentes de trabalho, sem qualquer limite; c) Créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; d) Créditos tributários, anteriores à decretação da falência (exceto multas); e) Créditos com privilégio especial, a saber: os previstos no art. 964 do CC (ex.: despesas com coisas salvadas); e os assim definidos em outras leis; Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com f) Créditos com privilégio geral, a saber: os previstos no art. 965 do CC (ex.: despesa com funeral e luto); créditos de fornecedores, surgidos durante a Rec. Judicial; e os assim definidos em outras leis; g) Créditos quirografários, a saber: aqueles não previstos no artigo 83 da Lei; os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens dados em garantia; e os saldos dos créditos trabalhistas; h) Multas contratuais e tributárias; i) Créditos subordinados, a saber: os assim previstos em lei ou em contrato; e os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício. IMPORTANTE: muitos tributaristas (Josiane Minardi e Sabbag) sustentam que a restituição de bens só pode ser feita após o pagamento dos créditos. Todavia, as importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar (bens e direitos de terceiros e que se encontravam em poder do devedor na data da decretação da falência), devem ser devolvidos antes mesmo do pagamento dos créditos extraconcursais. Nesse ponto (preferência em processo falimentar), os doutrinadores de direito empresarial merecem maior credibilidade. 1.3. Concurso entre pessoas jurídicas de direito público. O concurso de preferência entre pessoas jurídicas de direito público, obedece a seguinte ordem: a) União e suas autarquias; b) Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata; c) Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata. Na liquidação judicial ou voluntária (a empresa NÃO está falida) o Fisco recebe em primeiro lugar, pois todos os créditos serão pagos. Neste caso, então, são pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários, vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado exigíveis no decurso da liquidação. O magistrado, passados 5 anos da liquidação, somente extingue as obrigações do falido se ele pagar, pelo menos, ao Fisco (dívidas tributárias, tanto as concursais, quanto as extraconcursais. Ou seja, a extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos. A Lei nº 11.101/2001 determina que a concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de todos os tributos, porém, o STF já superou esse entendimento. Embora a lei disponha que, para o juiz deferir o pedido de recuperação judicial é necessária a prova do pagamento dos créditos tributários, isso NÃO É MAIS VÁLIDO. Thainara Lima @thailsm thainaralima09@gmail.com No processo de partilha ou adjudicação, a sentença somente será proferida com prova de quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum departamento da Administração Pública da União, dos Estados, do DF e dos Municípios ou suas autarquias, celebrarão contrato ou aceitarão proposta em concorrência pública sem que o contratante ou proponente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo exercício contrata ou concorre (basta que prove a adimplência). Em outras palavras, não pode participar, por exemplo, de processo de licitação Municipal aquele que não estiver ‘quite’ com os tributos Municipais. Pode haver dívida com a União, os Estados, o DF ou outros Municípios, porém deve estar quite com a Fazenda Pública interessada. CONVÉM ESTUDAR, ALÉM DOS CONTEÚDOS DESSE RESUMO: - EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL; - AÇÃO ANULATÓRIA; - EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE; E - PAGAMENTO POR MEIO DE PRECATÓRIOS E REQUISIÇÕES DE PEQUENO VALOR (ESTE ÚLTIMO CONTEÚDO TEM NO RESUMO DE DIREITO FINANCEIRO DO PERÍODO PASSADO).
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