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Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital Autor: Antonio Daud Aula 04 03 de Março de 2021 01822323282 - Nathalia Amaral Celso 1 Sumário 1. Introdução .................................................................................................................................................... 2 2. Espécies de Atos Administrativos ............................................................................................................ 2 3. Desfazimento dos atos ............................................................................................................................. 12 4. Conclusão ................................................................................................................................................... 23 5. Resumo ....................................................................................................................................................... 24 6. Mapas ......................................................................................................................................................... 27 Questões Comentadas ................................................................................................................................. 29 Lista das Questões Comentadas ................................................................................................................ 70 Gabaritos .......................................................................................................................................................... 89 Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 2 1. INTRODUÇÃO Olá amigos, Na aula anterior, conceituamos os “atos administrativos”, diferenciando-os dos atos judiciais, legislativos e políticos e dos demais "atos da administração", comentamos seus atributos, as principais classificações e seus elementos. Nesta aula vamos dar continuidade ao assunto e nos aprofundar um pouco mais, conhecendo as principais espécies de atos e as situações em que o ato é retirado do mundo jurídico (o desfazimento dos atos administrativos). Os assuntos da aula de hoje são importantíssimos em prova! Vamos lá! 2. ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS O primeiro tópico da aula de hoje será o estudo das várias espécies de atos administrativos, as quais podem ser sintetizadas da seguinte forma: Para memorizar, a dica é usar o mnemônico N-O-N-E-P. Normativo veicula regras gerais e abstratas Ordinatório emana do poder hierárquico Negocial autoriza o particular a exercer uma atividade ou a usar um bem público Enunciativo contém declaração da Administração quanto a um fato ou situação Punitivo impõe penalidades a agentes públicos ou particulares Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 3 2.1. Atos Normativos INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA Os atos administrativos normativos (também chamados de atos gerais) são aqueles que veiculam regras gerais e abstratas, alcançando número de destinatários indeterminado. Como possuem generalidade e abstração, os atos gerais são similares às leis, em termos de conteúdo. Friso que os atos normativos não inovam o ordenamento jurídico. Em outras palavras, eles não criam direitos ou obrigações aos administrados que já não estejam estabelecidas em lei. Eles visam a permitir a fiel execução das leis, explicitando seu conteúdo e uniformizando entendimentos adotados pelos agentes públicos. Exemplos: decretos regulamentares, resoluções, regimentos, instruções normativas, deliberações. Vejam, a seguir, os principais atos normativos tomando por base as lições de Hely Lopes Meirelles1: 1 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 184-186. • Decretos regulamentares ou de execução • Decretos autônomos ou independentes (quando houver conteúdo normativo) • Instruções Normativas: em geral expedidas por Ministros ou Secretários (CF, art. 87, II) ou por órgãos superiores para permitir a execução de leis, decretos e regulamentos. • Resoluções: expedidos por altas autoridades do Executivo ou por Tribunais e órgãos legislativos para disciplinar matéria de sua competência específica. • Regimentos: atos normativos que regem o funcionamento interno de cada órgão da Administração. • Deliberações: atos normativos emanados de órgãos colegiados. Atos normativos Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 4 2.2. Atos Ordinatórios INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA Os atos ordinatórios são aqueles que emanam do poder hierárquico da Administração e tem seus efeitos restritos ao âmbito interno das repartições públicas. Eles são dirigidos aos agentes públicos e veiculam determinações relacionadas ao desempenho das atribuições destes agentes. Então, por exemplo, quando uma autoridade da Secretaria do Tribunal de Contas da União designa, por meio de uma portaria, o servidor Fulano de Tal para realizar a auditoria no órgão X, tal portaria será um exemplo de ato ordinatório. Vejamos adiante os principais atos ordinatórios, tomando por base as lições de Hely Lopes Meirelles2: 2 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 186-188. • Instruções: ordens escritas e gerais para orientar a atuação dos servidores (diferentemente das instruções normativas). • Circulares: também são ordens escritas para orientar a atuação dos servidores, mas emitidas a pessoas específicas ou em circunstâncias especiais • Ordens de serviço: expedidas pelo superior hierárquico com determinações especiais a respeito da execução de tarefas ou atividades (e.g., ordem de serviço para o início de uma obra). • Portarias: em geral utilizadas para designar servidores para realizar atividades específicas (desginar o servidor Fulano para fiscalizar a empresa X). Também utilizadas para impor regras. • Provimentos: em geral utilizados por órgãos do Poder Judiciário para regularização e uniformização dos serviços. • Ofícios: comunicações escritas entre autoridades ou entre estas e particulares. • Despachos: contêm decisões administrativas das autoridades a respeito de um procedimento. • Despachos Normativos: proferido na apreciação de um caso individual, em que a autoridade determina a aplicação daquela decisão a casos análogos. Atos ordinatórios Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 5 2.3. Atos Negociais INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA Os atos negociais são praticados para possibilitar ao particular o exercício de uma atividade ou o uso de um bem público. Decorrem do (i) poder de polícia administrativa (fase de consentimento)3 ou (ii) da necessidade de descentralizar a prestação de alguns serviços públicos. Nestes atos há um alinhamento entre o interesse público e o privado, sendo que, em alguns casos, o interesse do particular na prática do ato é até maior do que o interesse público. Mas não se pode esquecer que em todos os casos deverá existir interesse público, até mesmo para legitimar a atuação estatal. Mas, apesar da palavra “negocial”, estes atos contêm uma declaração unilateral da vontade da Administração. Portanto, os atos negociais não se confundem com um negócio jurídico ou com um contrato administrativo, nos quais há a manifestação da vontade do particular em conjunto com a da Administração (declaração bilateral). Consoante leciona Marcelo Alexandrino, os atos negociais podemser (i) discricionários ou vinculados e (ii) expedidos a título precário ou definitivo. Os atos negociais vinculados, como as licenças, não comportam juízo de valor por parte da Administração. Uma vez cumpridos os requisitos legais, o particular terá direito subjetivo à obtenção da anuência da Administração. Por sua vez, os atos negociais discricionários, como as autorizações, admitem juízo de conveniência e oportunidade por parte da Administração. Mesmo que o particular cumpra os requisitos legais, a Administração poderá negar-lhe o pedido. Neste caso, não há que se falar em direito subjetivo do particular em obter a anuência da Administração, mas em mero interesse. Os atos chamados de precários são revogáveis a qualquer tempo. Além disso, esta revogação, em geral, não gera o dever de indenizar o particular. Os atos considerados definitivos, a seu turno, serão sempre vinculados e, por este motivo, não comportam revogação. Se o particular cumpre os requisitos legais, terá direito à prática do ato negocial vinculado (há direito subjetivo na expedição daquele ato). Assim, posteriormente, não poderia a Administração decidir que é conveniente ou oportuna sua revogação, porquanto tal ato não comporta tal valoração de mérito. No entanto, apesar de não admitirem revogação, tais atos podem ser anulados ou até mesmo cassados (quando posteriormente se verificar que o particular descumpriu alguma das condições impostas). 3 Lembrando que o poder de polícia possui quatro fases: Legislação ou Ordem de polícia; Consentimento; Fiscalização e Sanção. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 6 Em virtude desta possibilidade de anulação ou cassação, de forma unilateral, a doutrina contemporiza este título de “atos definitivos”, dizendo que, na verdade, há uma expectativa de definitividade, podendo a Administração extingui-los sem a concordância do administrado4. - - - - Adiante os três exemplos mais expressivos desta espécie de atos. ➢ Licença A licença consiste no ato negocial expedido ao particular quando este preenche os requisitos concessórios, reconhecendo-lhe um direito e declarando tal situação. Trata-se de ato vinculado, que não está sujeito ao exame de mérito. Uma vez preenchidas as condições aplicáveis, a licença não pode ser negada ao particular. Além disso, como trata-se ato vinculado, a licença também é chamada de “ato definitivo”. Exemplos: alvará para exercício de profissão, para edificação, licença para dirigir, licença para construção etc. ➢ Autorização Diferentemente da licença, na autorização há mero interesse do particular na sua obtenção (não há direito subjetivo). Mesmo quando o particular preencher todos os requisitos previstos na legislação para a obtenção da autorização, esta poderá ser negada pela Administração, já que se trata de ato discricionário (emitido após exame de mérito por parte da Administração). Se a autorização é concedida, aí sim o particular passa a ter o direito de explorar aquela atividade ou bem. No entanto, este ato tem caráter precário, já que é passível de revogação. Exemplos: porte de arma de fogo etc. ➢ Permissão de uso de bem público Atualmente, a “permissão” pode assumir a forma de um ato administrativo (declaração unilateral de vontade) ou de um contrato administrativo (declaração bilateral). 4 ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p. 579 Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 7 Quando estivermos diante da permissão de serviços públicos, a legislação (Lei 8.987/1995, art. 40) exige a celebração de um contrato administrativo (e não um simples ato). Assim, a permissão enquanto ato administrativo, foco desta aula, tem lugar apenas quando estivermos diante da permissão de uso de bem público. Exemplos: autorização para colocação de mesas sobre passeio público, autorização para utilização de vias públicas para maratonas esportivas etc. E a permissão de uso de bem público constitui ato discricionário (admite valoração de mérito por parte da Administração) e precário (revogável a qualquer tempo). Além destes três principais, vou destacar brevemente outros atos negociais que podem aparecer em prova: Licença • Ato vinculado • Definitivo • Há direito do particular • Não comporta revogação Autorização • Ato discricionário • Precário • Há mero interesse do particular • Revogável Permissão de uso de bem público • Ato discricionário • Precário • Há mero interesse • Revogável Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 8 2.4. Atos Enunciativos INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA Atos enunciativos são aqueles que contêm uma declaração da Administração quanto a um fato ou uma situação, como certidões e atestados. A rigor, tais atos não contêm manifestação de vontade da Administração, de modo que parte da doutrina chega a dizer que eles não produzem efeitos jurídicos. ➢ Certidão Segundo Hely Lopes Meirelles5, as certidões consistem nas “cópias fieis e autenticadas de atos ou fatos constantes de processo, livro ou documento que se encontre nas repartições públicas”. Por meio das certidões a Administração fornece cópia de informações que possui a um particular ou aos servidores públicos. Com a informatização e digitalização dos processos, grande parte destas constam dos bancos de dados das repartições públicas. 5 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 195. • Admissão: ato vinculado, que permite a fruição de um interesse do particular (e.g., admissão em um estabelecimento público de ensino). • Registro: ato vinculado, por meio do qual a Administração reconhece o cumprimento de condições legalmente impostas (e.g., registro de sindicato perante o Ministério da Economia). • Visto: ato por meio do qual a Administração controla seus atos ou do administrado, conferindo-lhe efeitos. Concebido para ter natureza vinculada, mas tem sido utilizado para o exame discricionário (e.g., visto em passaporte). • Homologação: ato vinculado, pelo qual a Administração avalia a legalidade de ato anteriormente praticado (e.g., homologação de uma licitação). Não pode alterar o teor do ato sob homologação, limitando-se a confirmar ou não o ato controlado. Segundo Di Pietro, a homologação se destina ao controle a posteriori dos atos administrativos. • Aprovação: ato discricionário, pelo qual a Administração exerce o controle a priori ou a posteriori dos atos administrativos. Neste caso, a autoridade aprovadora examina aspectos de conveniência e oportunidade da prática daquele ato. Atos negociais Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 9 O direito à obtenção de certidões tem sede constitucional6 e independe do pagamento de taxas. Exemplos: certidão de quitação eleitoral, certidão negativa de débitos tributários. ➢ Atestado Por meio dos atestados, por sua vez, a Administração comprova um fato de que tenha conhecimento em razão da atuação de seus agentes. Diferentemente da certidão, o atestado comprova um fato que não consta dos bancos de dados da Administração. Exemplos: atestado emitido por junta médica oficial que constata que o servidor está incapaz para o trabalho, devendo ser concedida a ela a aposentadoria por invalidez. ➢ Parecer Os pareceres consistem em opiniões técnicas emitidas por órgãos especializados. Em geral, os pareceres fornecem subsídios para que, posteriormente, uma autoridadepossa tomar a melhor decisão. Como todo ato enunciativo, o Parecer não produz efeitos jurídicos, a menos que um ato posterior (com conteúdo decisório) lhe aprove ou adote suas conclusões em uma situação concreta. Exemplo: parecer jurídico emitido pela assessoria jurídica do Ministério da Economia a respeito da celebração de um contrato. O ato contém a opinião técnica daquela assessoria sobre a legalidade da contratação. ➢ Apostila As apostilas se destinam a alterar ou a atualizar informações referentes a ato praticado ou a contrato celebrado anteriormente. Exemplos: apostilamento dos assentamentos funcionais de um servidor público, para registrar um aumento remuneratório ou uma promoção; apostilamento de um contrato para registrar um reajuste de preços. 6 Constituição Federal, art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: (..) b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 10 2.5. Atos Punitivos INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXÍSSIMA Por meio dos atos punitivos, a Administração impõe penalidades aos agentes públicos ou aos particulares em geral. Aqui não podemos confundir um ato punitivo de caráter administrativo com o poder punitivo do Estado (jus puniendi). O jus puniendi é exercido pelo Poder Judiciário e consiste na responsabilização penal por crimes e contravenções praticadas. Percebam que, no exercício do jus puniendi do Estado, a aplicação de sanções sempre será precedida de manifestação prévia do Poder Judiciário. Vejam o seguinte exemplo. Fica comprovado que um servidor público recebeu propina. Assim, mediante um processo administrativo disciplinar (PAD), o servidor será chamado a se manifestar e, ao final, poderá receber a pena de demissão do serviço público (na esfera federal, Lei 8.112/1990, art. 117, XII c/c art. 132, XIII). Esta demissão consiste em um ato administrativo punitivo. Mas reparem que esta mesma conduta é tipificada como crime (Código Penal, art. 317) e leva o servidor a responder, também, na esfera penal. Neste caso, o Ministério Público poderá denunciá-lo perante o Poder Judiciário, para que responda pelos seus atos no bojo de um processo judicial penal. Ao final, aquela pessoa poderá receber uma pena de reclusão, a qual consiste em ato judicial e, aqui sim, decorre do jus puniendi. - - - - Antes de concluir, é importante destacar que os atos punitivos podem atingir tanto os servidores públicos quanto os particulares em geral. Este último caso consiste, por exemplo, no ato da vigilância sanitária que aplica multa ao particular que descumpriu a regulamentação sanitária do município. Nestes dois casos estaremos diante de atos punitivos, sendo que a diferença repousa no poder manifestado em cada um destes casos. Resgatando as lições da aula sobre poderes, quanto à aplicação de sanções, temos o seguinte: Ao servidor público → poderes hierárquico e disciplinar Aos particulares com vínculo específico → poder disciplinar Aos particulares em geral (vínculo geral) → poder de polícia Para encerrar este tópico, vamos ver os principais atos punitivos: Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 11 Primeiramente, as características gerais de cada uma das espécies: • Multa administrativa: ato punitivo do qual resulta a imposição de uma sanção pecuniária ao administrado (e.g., multa tributária, multa a uma empresa contratada pelo poder público etc). • Interdição: ato por meio do qual a Administração veda ao particular a prática de certa atividade (e.g., interdição de um estabelecimento que comercializa produtos fora da especificação legal). • Destruição de coisas: ato sumário por meio do qual a Administração elimina produtos ou bens do particular impróprios para uso ou consumo (e.g., destruição de medicamentos vencidos). • Cassação anulatória: ato que decorre do descumprimento superveniente, por parte do particular, de condições originalmente estabelecidas (e.g., cassação de uma licença). Atos punitivos Normativos •Decorrem do poder normativo •Regulamentos, instruções normativas, resoluções Ordinatórios •Decorrem do poder hierárquico (ef. internos) •Ordem de serviço, instruções, circulares Negociais •Necessários para exercício de atividade ou uso de bem público •Licenças, autorizações e permissão de uso de bem público Enunciativos •Declaram uma situação ou emitem juízo de valor •Não contêm manifestação de vontade da Administração •Atestados, certidões, pareceres Punitivos •Aplicação de sanções a servidores ou a particulares Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 12 3. DESFAZIMENTO DOS ATOS Ao praticar um ato administrativo este entra no mundo jurídico e lá permanece produzindo efeitos, até que o ato seja desfeito. Em outras palavras, para que o ato seja retirado do mundo jurídico é necessário que este seja desfeito. Este processo de desfazimento do ato irá variar a depender da situação jurídica do ato. Vejamos! Se estivermos examinando o ato para confirmar sua legalidade ou legitimidade, estamos falando do controle de legalidade dos atos. Neste caso, buscamos comparar o ato praticado com os requisitos impostos pela legislação. No exercício deste controle, caso nos deparemos com um ato eivado de vícios (seja ilegal ou ilegítimo), terá lugar o processo de anulação. Exemplos: determinada pessoa tomou posse em um cargo que a lei exige nível superior, embora não o tivesse; foi aplicada sanção a um servidor público sem concessão de contraditório e ampla defesa. Se, por outro lado, o ato é considerado válido, mas se mostra inconveniente ou inoportuno, estaremos diante do controle de mérito dos atos, que poderá dar azo à sua revogação. No controle de mérito não nos interessa se o ato foi ou não praticado com a lei. Aqui o foco será na utilidade daquele ato ao interesse público. Exemplo: determinado órgão público autorizou a realização de licitação para construção da nova sede da repartição ao custo de R$ 100 milhões, com recursos previstos no orçamento. Alguns meses depois, o país passou a enfrentar uma grave crise econômica, de sorte que aquele órgão decidiu revogar a autorização para licitação, deixando para outro momento a construção da nova sede. Por fim, se não há retoques a serem feitos no ato, mas seu destinatário deixa de cumprir condições previamente estabelecidas para sua manutenção, o ato poderá ser objeto da cassação. Mais adiante iremos detalhar cada uma destas situações acima, mas já percebam o seguinte: Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 13 Mas antes de estudar as três principais formas de desfazimento dos atos, é importante ressaltar ao menos duas características comuns a elas. Em todos os casos, o desfazimento de ato administrativo que resulte prejuízos ao patrimônio jurídico do administrado ou aos seus interesses, é necessário que lhe seja facultado o exercício do contraditório e da ampla defesa. E, além de ouvir o administrado previamente, o ato que decidir pelo desfazimento de ato administrativo pretérito, deverá ser motivado (Lei 9.784/1999, art. 50, VIII). Agora sim, vamos passar a estudar cada uma das principais formas de desfazimento dos atos. 3.1. Anulação INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTÍSSIMA A anulação ocorre quando há um vício no ato administrativo, quando este atoé inválido, ilegal. Se este vício for de intensidade tal que a lei o considere insanável, o administrador estará obrigado a proceder à anulação do ato eivado de vício. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 14 Por outro lado, se a lei considerar aquela invalidade “tolerável”, dizemos que o ato contém um vício sanável. Nesta situação, em regra o administrador poderá decidir entre anular o ato ou convalidá-lo. Portanto, apesar de ser correto afirmar genericamente que “os atos inválidos devem ser anulados”, é importante ter em mente a possibilidade de convalidação de atos com vício sanável. A anulação de atos administrativos inválidos opera efeitos retroativos (ex tunc). Como regra geral, o ato é retirado do mundo jurídico desde o momento em que foi praticado, de modo que são desconsiderados os efeitos produzidos pelo ato. Quem pode determinar a anulação de um ato administrativo? Diferentemente da revogação, tanto a Administração Pública quanto o Poder Judiciário poderão promover a anulação de atos administrativos. A principal diferença é que o Poder Judiciário, em se tratando de sua atuação típica, somente poderá atuar mediante provocação. Já no caso da Administração Pública, esta poderá exercer o controle de legalidade tanto de ofício como mediante provocação. Além disso, como já havíamos adiantado, antes da anulação do ato (ou de qualquer outra forma de desfazimento) deve-se garantir que o interessado seja previamente ouvido, garantindo-se a ele que o exercício do contraditório e da ampla defesa. É importante comentar, ainda, que o direito de a Administração anular um ato não é eterno. Por razões de segurança jurídica, a legislação impõe um prazo para que a Administração possa revisitar seus atos e, caso identificada alguma invalidade, promova sua anulação. No âmbito federal, este prazo é de cinco anos, salvo a ocorrência de má-fé (Lei 9.784/1999, art. 54). Estudadas as principais características a respeito do controle de legalidade dos atos administrativos (que podem resultar na anulação de um ato), no próximo tópico comentaremos o controle de mérito dos atos administrativos (que podem resultar em sua revogação). Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 15 3.2. Revogação INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTÍSSIMA Revogação, segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro7, consiste no “ato discricionário pelo qual a Administração extingue um ato válido, por razões de conveniência e oportunidade”. Reparem que a revogação aplica-se somente a atos válidos! Só se fala em conveniência e oportunidade nos atos discricionários, reparem que a revogação somente pode ocorrer em relação a estes. Não se admite revogação de atos vinculados, até porque nestes não há conveniência ou oportunidade a serem valorados. Em síntese: A Administração praticou um ato discricionário, este ato era válido (legal), mas ele acabou se mostrando inconveniente ou inoportuno. Assim, o princípio da autotutela autoriza a administração a rever o mérito daquele ato, por meio de sua revogação. Diferentemente da anulação, a revogação não retroage (ex nunc) ao momento da prática daquele ato. A revogação opera efeitos prospectivos, de sorte que são preservados os efeitos produzidos pelo ato até sua revogação. 7 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 7979 Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 16 Revogação → não retroage (ex nunc) Anulação → retroage (ex tunc). E quem pode revogar de um ato administrativo? A regra de ouro é a seguinte: quem detém competência para praticar o ato também possui competência para revogá-lo. Marcelo Alexandrino8 leciona que a competência para revogação é “privativa da administração que praticou o ato que está sendo revogado”. Portanto, se a “Autarquia X” praticou aquele ato, não poderia a “Autarquia Z” revogá-lo. Além disso, o Poder Judiciário, no exercício de sua função típica, não pode revogar atos administrativos. Como a revogação é ato discricionário, o Judiciário não pode substituir o juízo de mérito do administrador público. Para finalizar este tópico, vale ressaltar que nem todos os atos são passíveis de revogação. Assim, é importante conheceremos os atos insuscetíveis de revogação. 1) Atos vinculados Atos vinculados não comportam qualquer juízo de mérito, seja para serem praticados, seja para serem desfeitos. Portanto, atos vinculados são insuscetíveis de revogação. 2) Atos consumados Atos consumados são aqueles que já exauriram seus efeitos. Assim, como a revogação não retroage, não faria sentido revogar atos já consumados. 8 ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p. 593 Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 17 Exemplo: a administração concedeu licença-capacitação a um servidor público por um mês. Imaginem o que aconteceria se a Administração decidisse revogar tal ato, após o retorno do servidor ao serviço! Assim, é fácil perceber que atos consumados são insuscetíveis de revogação. 3) Atos que geraram direito adquirido A proteção ao direito adquirido é garantia fundamental (Constituição Federal, art. 5º, XXXVI) e mencionada expressamente na Súmula 473 do STF9. 4) Atos que integram procedimento Tome o procedimento como uma sucessão ordenada de atos administrativos. Imagine o que aconteceria se, após praticar o ato de número 10 daquele procedimento, o administrador decide revogar o ato de número 5! Por uma questão lógica, consideram-se insuscetíveis de revogação estes atos que integram procedimento, pois a cada novo ato opera-se a preclusão da revogação do ato anterior. 5) Atos que estejam sob reapreciação de autoridade superior Maria Sylvia Zanella Di Pietro10 inclui esta hipótese como insuscetível de revogação. Imaginem a seguinte sucessão de eventos: 1º) Um servidor público requereu remoção, a critério da Administração, para outro local do território brasileiro. 2º) O pedido foi negado pelo Diretor de Recursos Humanos da autarquia em que o servidor trabalha. 3º) Ato contínuo, o servidor recorreu daquela decisão, interpondo recurso para o Superintendente. 9 SUM-473 STF, A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 10 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 7995 Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 18 Neste momento, o Diretor não mais poderia rever sua decisão e revogar o ato que negou a remoção, já que a competência do Diretor “se exauriu relativamente ao objeto do ato”. Em outras palavras, a partir do momento em que o ato está sob reapreciação da autoridade superior, a autoridade que praticou o ato deixa de ser competente para revogá-lo. A partir deste momento, portanto, é a autoridade superior quem poderia revogá-lo. 6) “Meros atos administrativos” Os chamados “meros atos administrativos” são aqueles que não contêm manifestação de vontade da Administração. Trata-se dosatos enunciativos, como pareceres, atestados e certidões, que possuem conteúdo declaratório ou opinativos. Segundo parcela da doutrina, a rigor nem mesmo seriam considerados atos administrativos. Maria Sylvia Zanella Di Pietro11 menciona que os “meros atos administrativos” não comportam revogação, pois seus efeitos “são estabelecidos pela lei”. Em síntese, são irrevogáveis os seguintes atos: 11 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 7995 Atos não revogáveis Vinculados não há mérito administrativo a ser revisto Consumados já exauriram seus efeitos Geraram direito adquirido garantia constitucional Integram procedimento prática de ato subsequente impede a revogação Sob reapreciação de autoridade superior exauriu-se a competência da autoridade que praticou o ato Meros atos administrativos não contêm manifestação de vontade Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 19 3.3. Cassação INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA A cassação, segundo Marcelo Alexandrino12, consiste na extinção do ato administrativo quando “seu beneficiário deixa de cumprir os requisitos que deveria permanecer atendendo, como exigência para a manutenção do ato e de seus efeitos”. Exemplo: cassação da licença para dirigir quando seu titular deixa de atender requisitos legais que deveria cumprir para a manutenção daquele direito. 3.4. Outras Formas de Desfazimento dos Atos Administrativos INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXÍSSIMA Separamos este tópico para comentar outras formas de retirada dos atos administrativos do mundo jurídico. A contraposição consiste no surgimento de um novo ato com efeitos contrapostos a outro já praticado. Exemplo: o ato de exoneração de um servidor se contrapõe ao ato de nomeação daquele servidor, promovendo-se o desfazimento deste. A caducidade, por sua vez, consiste, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, na superveniência de norma jurídica que torna inadmissível situação anterior, na qual foi praticado o ato administrativo. O exemplo citado pelo autor diz respeito à emissão de permissão para uso de bem público em determinada data e, em momento posterior, surge uma lei que proíbe o uso privativo daquele bem. Assim, aquela permissão, de natureza precária, terá sofrido caducidade, extinguindo-se, não sendo necessário um segundo ato administrativo para pôr fim àquela permissão. Associando estas duas últimas formas de desfazimento dos atos com as três anteriores, temos o seguinte: 12 ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p. 596 Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 1 20 - - - - Vimos, acima, formas de desfazimento dos atos administrativos. Agora, vamos ver duas formas de manter no ordenamento jurídico os efeitos de um ato inválido, por meio da convalidação. 3.5. Convalidação INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTÍSSIMA Como vimos anteriormente, os defeitos (ou vícios) do ato administrativo podem ser subdivididos em sanáveis e insanáveis. Admitindo-se, então, a existência de vícios sanáveis, tem lugar a convalidação (também chamada de “saneamento”), que consiste em corrigir o ato administrativo com efeitos retroativos (ex tunc). Friso, portanto, que o objeto da convalidação consiste nos atos que contêm vícios sanáveis, também chamados de anuláveis. Imaginem o seguinte exemplo: em um primeiro momento é praticado o ato A, em relação ao qual detecta-se um vício sanável. Em prol do interesse público, é possível praticar o ato B, com a finalidade de convalidar o ato A, desde seu nascedouro. Em decorrência desta convalidação: (i) o ato administrativo A continua a existir no mundo jurídico e (ii) passa a ser considerado válido desde sua origem. Desfazimento dos atos administrativos ANULAÇÃO O ato praticado é inválido REVOGAÇÃO O ato é válido, mas inconveniente ou inoportuno CASSAÇÃO Beneficiário do ato deixa de cumprir os requisitos necessários CONTRAPOSIÇÃO Surgimento de novo ato com efeitos contrapostos a outro já praticado CADUCIDADE Superveniência de norma jurídica que torna inadmissível situação anterior, na qual o ato foi praticado Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso a 21 Reparem o seguinte: se a convalidação operasse efeitos prospectivos apenas, perderia sua razão de existir, pois o administrador poderia praticar um novo ato, desta vez válido, com efeitos a partir de então. Portanto, a grande importância da convalidação consiste em gerar efeitos retroativos. Como a convalidação se dá no bojo do controle de legalidade dos atos administrativos (apesar de o vício ser sanável), esta poderá recair sobre atos discricionários ou vinculados. A partir da regra positivo no art. 55 da Lei 9.784/1999, é possível concluir que, além do vício ser considerado sanável, são impostas outras duas condições à convalidação, a saber: Entendi! Mas quando o vício será considerado sanável? É sanável o vício relativo (i) à competência quanto à pessoa (não quanto à matéria), exceto se tratar de competência exclusiva e (ii) à forma, exceto se a lei considerar a forma como elemento essencial à validade do ato. Para finalizar, traçando um paralelo entre convalidação, revogação e anulação, temos o seguinte: Convalidação Vício sanável Ausência de lesão ao interesse público Ausência de prejuízo a terceiros Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso e 22 Anulação Atos ilegais (vício sanável ou insanável) Atos vinculados ou discricionários É ato vinculado (vícios insanáveis) Revogação Atos válidos Atos discricionários Efeitos não retroativos (ex nunc) apenas pela Administração É ato discricionário Convalidação Atos vinculados ou discricionários Efeitos retroativos (corrige o ato desde a origem) Apenas pela Administração É ato discricionário Efeitos retroativos (ex tunc) exceto: efeitos já produzidos sobre 3os de boa fé condição: ausência de lesão ao interesse público e a 3os Atos ilegais, com vício sanável pelo Poder Judiciário, se provocado pela Administração (de ofício ou provocada) Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 8 23 4. CONCLUSÃO Bem, pessoal, Com esta aula concluímos a abordagem do assunto “atos administrativos”. O assunto é importantíssimo e conta com inúmeras de questões de prova. Destaco, especialmente, as diferenças entre revogação, anulação e convalidação. Atenção aos detalhes das várias espécies dos atos, a exemplo de certidão, atestado, parecer, licença, autorização, homologação, ordens de serviço e instruções normativas. Adiante teremos, como de costume, nosso resumo e as questões comentadas relacionadas ao tema da aula de hoje =) Um abraço e bons estudos, Prof. Antonio Daud @professordaud www.facebook.com/professordaud Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 6 24 5. RESUMO Atos em espécie Normativo veicula regras gerais e abstratas Ordinatório emana do poder hierárquico Negocial autoriza o particular a exercer uma atividade ou usar um bem público Enunciativo contém declaraçãoda Administração quanto a um fato ou situação Punitivo impõe penalidades a agentes públicos ou particulares Atos vinculados Licença Consentimento da Administração para particular exercer atividade (ex. alvará p/ edificação). Caráter definitivo.s Admissão Permite a fruição de interesse do particular (ex. admissão em um estabelecimento público de ensino) Registro Administração reconhece o cumprimento de condições legalmente impostas (ex. registro de sindicato perante do Ministério da Economia). Homologação Administração avalia a legalidade de ato anteriormente praticado (controle posterior) Atos discricionários Autorização Consentimento da Administração para particular exercer atividade (ex. porte de arma). Ato precário e revogável a qualquer tempo. Permissão Permissão de uso de bem público. Ato precário e revogável a qualquer tempo. Aprovação Administração exerce o controle da conveniência e oportunidade da prática de um ato (controle prévio ou posterior) Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 7 25 Desfazimento dos atos administrativos ANULAÇÃO O ato praticado é inválido REVOGAÇÃO O ato é válido, mas inconveniente ou inoportuno CASSAÇÃO Beneficiário do ato deixa de cumprir os requisitos necessários CONTRAPOSIÇÃO Surgimento de novo ato com efeitos contrapostos a outro já praticado CADUCIDADE superveniência de norma jurídica que torna inadmissível situação anterior, na qual o ato foi praticado Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 26 Anulação Atos ilegais (vício sanável ou insanável) Atos vinculados ou discricionários É ato vinculado (vícios insanáveis) Revogação Atos válidos Atos discricionários Efeitos não retroativos (ex nunc) apenas pela Administração É ato discricionário Convalidação Atos vinculados ou discricionários Efeitos retroativos (corrige o ato desde a origem) Apenas pela Administração É ato discricionário Efeitos retroativos (ex tunc) exceto: efeitos já produzidos sobre 3os de boa fé condição: ausência de lesão ao interesse público e a 3os Atos ilegais, com vício sanável pelo Poder Judiciário, se provocado pela Administração (de ofício ou provocada) VÍCIO SANÁVEL COMPETÊNCIA quanto à pessoa exceto competência exclusiva FORMA exceto se forma exigida em lei Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 27 6. MAPAS Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 28 Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 29 QUESTÕES COMENTADAS 1. Instituto AOCP - Ass Soc (PC ES) /PC ES/2019 Assinale a alternativa correta acerca da extinção, desfazimento e sanatória do ato administrativo. a) A anulação é a retirada, do mundo jurídico, de um ato válido, mas que, segundo critério discricionário da administração, tornou-se inoportuno ou inconveniente. b) A revogação ocorre quando há um vício no ato relativo à legalidade ou legitimidade; nunca por questões de mérito administrativo. c) A revogação é um ato discricionário e tem como critério a conveniência e oportunidade. d) A extinção objetiva do ato se dá pelo desaparecimento do sujeito detentor do benefício do ato. e) A designação de ato administrativo abrange toda atividade desempenhada pela administração. Comentários: A letra (a) peca, uma vez que, por se tornar inconveniente ou inoportuno, dar-se-á a revogação do ato administrativo. A letra (b) está incorreta. A alternativa apresenta conceito contrário ao descrito na alternativa “a”, sendo que em uma situação de ilegalidade ou ilegitimidade dará azo à anulação do ato administrativo. A letra (c) está correta, pois a revogação do ato administrativo é discricionária e dar-se-á por conveniência e oportunidade da autoridade que proferiu o ato. Esse inclusive é o entendimento da súmula 473 do STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque dêles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. A letra (d) está incorreta, visto que, com o desaparecimento do sujeito da relação jurídica amparada pelo ato administrativo, terá lugar a extinção subjetiva do ato. Por exemplo, não haverá motivo para que um ato de licença sanitária a um restaurante subsista mesmo após o seu fechamento. A letra (e) está incorreta, dado que é o “ato da administração” que abrange toda a atividade desempenhada. Gabarito (C) 2. IDIB/CRF-RJ – Agente administrativo – 2018 Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 30 Quando um ato administrativo é extinto porque este foi praticado em desconformidade com o ordenamento jurídico vigente, afirmamos que houve um(a): a) Cassação. b) Revogação c) Invalidação. d) Contraposição. Comentários: A letra (A) está incorreta, pois a cassação é a extinção de um ato em que o beneficiário não cumpre mais os requisitos necessários à manutenção do ato e dos seus efeitos. A letra (B) está incorreta, pois a revogação é quando os atos administrativos, mesmo legais, não atendem mais à conveniência da Administração Pública. A letra (C) está correta. A invalidação, como sinônimo de anulação, ocorre quando um ato possui algum vício de legalidade, em razão de ter sido editado em desconformidade com os requisitos legais. A letra (D) está incorreta. A contraposição ocorre quando um ato novo surge e é oposto ao ato anterior. Gabarito (C) 3. CONSULPLAN - JE TJMG/TJ MG/2018 Quanto ao ato administrativo, analise as afirmativas a seguir. I. Os atos administrativos presumem-se legítimos, presunção relativa, pois que não se trata de presunção absoluta e intocável. II. A teoria dos motivos determinantes está assentada no princípio de que o motivo do ato administrativo deve ser compatível com a situação de fato que gerou a manifestação de vontade. III. Anulação é modalidade de extinção do ato administrativo por motivo de oportunidade ou conveniência, ao passo que revogação é a extinção por ilegalidade do ato. IV. A convalidação tem efeitos ex nunc, por não ser possível retroagir seus efeitos ao momento em que foi praticado o ato originário. Estão corretas apenas as afirmativas a) I e II. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 31 b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. Comentários: O Item I está correto, pois admite-se prova em contrário, ou seja, é possível que se prove que o ato, na verdade, apresenta um vício. Assim, fala-se que a presunção de legitimidade é relativa (ou juris tantum) e não absoluta (ou juris et de jure). O Item II está correto. Uma vez motivada o ato de manifestação de vontade, a administração se vinculada a ele, conforme o seguinte julgado do STJ: “A “teoria dos motivos determinantes” dispõe que, expostos os motivos que justificaram a edição do ato (motivação), eles vinculam o próprio ato, de modo que, havendo vício no motivo enunciado,o ato como um todo será ilegal. Assim, ainda que se trate de ato em que o motivo seja discricionário, uma vez explicitado, ele deverá ser verdadeiro e consonante com os princípios da Administração Pública, sob pena de invalidade do ato.” STJ, AgRg no RMS 32.437/MG) O Item III está incorreto. Conforme a súmula 473 do STF, a anulação decorre de motivos de ilegalidade; a revogação é a espécie de extinção do ato administrativo realizada por motivos de conveniência ou oportunidade. “SÚMULA 473 STF - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.” O Item IV está incorreto. A convalidação gera efeitos ex tunc, justamente para atingir o ato jurídico convalidado desde sua origem – sanando, assim, a nulidade que atingia o ato. Celso Antônio Bandeira de Mello ressalta que: “Só pode haver convalidação quando o ato possa ser produzido validamente no presente. Importa que o vício não seja de molde a impedir reprodução válida do ato. Só são convalidáveis atos que podem ser legitimamente produzidos”. Gabarito (A) 4. CONSULPLAN - AJ TRE RJ/TRE RJ/Judiciária/2017 Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 32 O Presidente do Tribunal Regional Eleitoral declarou ponto facultativo em uma sexta-feira que sucederá um feriado nacional. Na hipótese, o ato administrativo concessório da benesse a) goza do atributo da imperatividade o que significa que pode ser imediatamente executado. b) é ilegal, por vício de competência, já que a atribuição é privativa do Presidente da República. c) pode ser anulado pelo Tribunal Superior Eleitoral por razão de oportunidade e conveniência. d) não pode ser revogado pela autoridade competente, na semana seguinte à referida sexta-feira. Comentários: Questão interessante, que versa sobre os atos administrativos insuscetíveis de revogação. Os atos consumados (que já exauriram seus efeitos) não podem ser revogados, de sorte que a letra (D) está correta. Quanto à letra (A), sua imediata execução decorre do atributo da autoexecutoriedade – e não da imperatividade. Gabarito (D) 5. CONSULPLAN - AJ TRF2/TRF 2/Administrativa/"Sem Especialidade"/2017 “No curso de aquisição de bens por dispensa de licitação pela Administração Pública, a autoridade competente revoga ato administrativo que requisitou o objeto, fundado em razões de interesse público. Porém, verifica-se que o ato de revogação é celebrado em desconformidade com as exigências legais.” Sobre o caso, é correto afirmar que o ato de revogação a) não pode ser revisto, uma vez que já exaurido o objeto do ato revogado. b) deve ser anulado, o que pode ser feito na esfera administrativa ou judicial. c) deve ser convalidado, tendo em vista que as hipóteses de dispensa de licitação são vinculadas. d) deve ser revogado pela mesma autoridade administrativa que praticou o ato ou por autoridade Comentários: Questão que buscou confundir o candidato entre revogação e anulação de atos administrativos. Primeiramente, tomem por base a seguinte sequência de atos: - foi praticado o “ato A” em conformidade com a legislação (ato de requisição do objeto) - o “ato A”, apesar de legal, mostrou-se inconveniente Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 33 - foi praticado o “ato B”, revogando o “ato A” - foi identificada uma ilegalidade no “ato B” (que revogou o “ato A”) A partir desta sequência, percebemos que o “ato B” deverá ser anulado pela Administração, na medida em que foi praticado em desconformidade com as regras legais. Portanto, o ato de revogação (“ato B”) está em desacordo com a lei e, assim, deverá ser anulado, seja pelo Judiciário ou pela Administração. Dessa forma, o gabarito está na letra (B). Passemos às demais alternativas! As letras (A) e (D) estão incorretas. Sendo ilegal o ato de revogação, ele estará sujeito à anulação – e não revogação. A letra (C) está incorreta. Primeiramente, lembro que há hipóteses de licitação dispensada (atuação vinculada) e dispensável (discricionária). Além disso, nem sempre será possível a convalidação, a qual recai apenas sobre vícios sanáveis. Gabarito (B) 6. CONSULTEC - Of (PM BA) /PM BA/2017 Sobre Atos Administrativos, é correto afirmar: a) Competência, finalidade, forma, motivo e objeto são atributos dos atos administrativos. b) Atos discricionários são os que a Administração pratica sem margem alguma de liberdade de decisão, pois a lei previamente determinou o único comportamento possível a ser obrigatoriamente adotado, sempre que se configure a situação objetiva descrita na lei. c) Atos de gestão são aqueles que a administração impõe coercitivamente aos administrados, criando para eles obrigações ou restrições, de forma unilateral e independente de sua anuência. d) Atos ordinatórios são atos administrativos internos, endereçados aos servidores públicos subordinados à autoridade que os expediu, veiculando determinações concernentes ao adequado desempenho de suas funções. e) Atos negociais são atos administrativos que possuem conteúdo análogo às leis, criando coercitivamente para os administrados obrigações, não havendo como finalidade a satisfação do interesse público. Comentários: A letra (a) está incorreta, uma vez que a competência, a finalidade, a forma, o motivo e o abjeto são requisitos dos atos administrativos (e não atributos). Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 34 A letra (b) está incorreta, visto que a alternativa apresentou conceito para atos vinculados. Os atos discricionários são aqueles em que a Administração Pública está autorizada a praticar com certa liberdade de escolha, segundo a conveniência e oportunidade. A letra (c) está incorreta, dado que a imposição coercitiva está relacionada com os atos de império. Os atos de gestão são aqueles que a Administração Pública pratica sem o uso de sua supremacia sobre os destinatários. A letra (d) está correta. Para Hely Lopes Meirelles os atos ordinatórios “são os que visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. São provimentos, determinações ou esclarecimentos que se endereçam aos servidores públicos a fim de orientá-los no desempenho de suas atribuições.”13 A letra (e) está incorreta, tendo em vista que os atos negociais são aqueles praticadas pela Administração mediante solicitação do interessado (sem coerção). Gabarito (D) 7. CONSULTEC - TJ (TRE SC) /TRE SC/Administrativa/2014 Sobre os atos administrativos, a alternativa incorreta é a a) O sujeito ativo da revogação é uma autoridade no exercício de função administrativa. b) A revogação tem lugar quando uma autoridade, no exercício de competência administrativa, conclui que um dado ato ou relação jurídica não atendem ao interesse público e, por isso, resolve eliminá-los a fim de prover, de maneira mais satisfatória, ás conveniências administrativas. c) O objeto da revogação é um ato ou relação jurídica inválidos, e seu motivo é a inconveniência ou inoportunidade da mantença da situação precedente. d) A nenhum Poder estatal assiste a possibilidade de revogar atos dos outros, pois isso implicaria violação da independência recíproca. e) A revogação é a extinção de um ato administrativo ou de seus efeitos por outro ato administrativo, efetuada por razões de conveniência e oportunidade, respeitando-se os efeitos precedentes.Comentários: A letra (a) está correta, uma vez que a revogação do ato administrativo se dará pela autoridade administrativa que praticou o ato. 13 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 208. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 35 A letra (b) está correta. A alternativa descreve situação em que o ato administrativo é valido, porém não é mais do interesse política público, cabendo, portanto, sua revogação. A letra (c) está incorreta, pois a revogação é própria de atos válidos, por motivo de inconveniência e inoportunidade. Os atos inválidos serão objeto de anulação. A letra (d) está correta, visto que apenas a autoridade prolatora do ato detém competência para sua revogação. A letra (e) está correta. A revogação não pode atingir efeitos anteriores já consumados, operando efeitos prospectivos (ex nunc). Gabarito (C) 8. COPESE UFPI - Estagiário (TRF1 Piauí)/ 2016 Sobre os Atos Administrativos, marque a opção CORRETA. a) Nos processos perante o Tribunal de Contas da União, não se faz necessário assegurar o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. b) A Administração Pública não pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. c) A administração pode revogar seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou anulá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. d) O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. e) É constitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público. Comentários: A letra (a) está incorreta, à luz do que dispõe a Súmula Vinculante 3 do STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. As letras (b) e (c) estão incorretas. A Súmula 473 do STF autoriza a autotutela. Além disso, o desfazimento em razão de conveniência e oportunidade chama-se “revogação”: Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 36 A letra (d) está de acordo com a Súmula 683 do STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7.º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. A letra (e) está em desacordo com a Súmula 684 do STF: É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público. Gabarito (D) 9. FUNDEP - Adv (CAU MG) /CAU MG/2019 Considerando que os atos administrativos podem ser divididos em duas categorias, quanto ao conteúdo e quanto à forma de que se revestem, relacione a COLUNA II com a COLUNA I, associando a modalidade à sua respectiva definição. COLUNA I 1. Homologação 2. Alvará 3. Licença COLUNA II ( ) Ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta àquele que preencha os requisitos legais o exercício de uma atividade. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 37 ( ) Ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece a legalidade de um ato jurídico, a posteriori, examinando o aspecto de legalidade. ( ) Instrumento pelo qual a Administração Pública confere licença ou autorização para a prática de ato ou exercício de atividade sujeitos ao poder de polícia do Estado. Assinale a sequência correta. a) 1 3 2 b) 2 1 3 c) 3 2 1 d) 3 1 2 Comentários: É por meio da licença (Item 3) que a Administração Pública manifesta sua concordância ao exercício de determinada atividade por particular (exemplo: licença para dirigir, para funcionamento de um restaurante, para construção etc). Se os requisitos previstos na legislação foram preenchidos, a licença deverá ser concedida (ato vinculado). Por meio da homologação (Item 1) a Administração avalia a legalidade de ato anteriormente praticado (controle posterior). O alvará (Item 2), segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, “é fórmula utilizada para expedição de autorizações e licenças”14. Gabarito (D) 10. FUNDEP - Aud (TCE-MG) /TCE-MG/2018 A respeito da revogação dos atos administrativos, é incorreto afirmar: a) A prerrogativa de revogação consubstancia o exercício de discricionariedade por parte da autoridade revogadora. b) A revogação pode incidir sobre ato administrativo eficaz ou ineficaz. 14 Mello, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 2010. p. 440. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 38 c) A revogação pressupõe a validade do ato administrativo sobre a qual incide. d) O ato de revogação não pode ser praticado por autoridade que se encontre fora da linha hierárquica na qual foi expedido o ato a ser revogado. e) O ato revogador tem sempre eficácia jurídica ex nunc. Comentários: A letra (a) está correta, visto que a revogação é a extinção de um ato válido por razões de conveniência e oportunidade. A letra (b) está correta, pois indiferentemente da eficácia do ato, é possível sua revogação caso a Administração entenda que ele seja inconveniente e inoportuno. A revogação, por outro lado, não poderia recair sobre atos inválidos. A letra (c) está correta, uma vez que para o ato inválido será cabível a anulação. A letra (d) está incorreta. Celso Antônio Bandeira de Mello bem explica que “Pode ocorrer, ainda, eventualmente, que a lei confira a autoridade fora da linha hierárquica competência revogatória incidente sobre situações que em princípio estariam na alçada de outras.”15 A letra (e) está correta. O ato revogador possui efeito ex nunc pois somente produz efeitos prospectivos, não retroagindo ao tempo em que o ato era considerado conveniente e oportuno à Administração Pública. Gabarito (D) 11. FUNDEP - Aud (TCE-MG) /TCE-MG/2018 Considerando o tratamento dado à convalidação dos atos administrativos, conforme expresso na redação das leis federal e mineira de processo administrativo, assinale a alternativa CORRETA. a) A lei federal prevê que os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração, desde que nessa decisão se evidencie que tais atos não acarretam lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, ao passo que a lei estadual dispõe que os atos que apresentarem defeito sanável serão convalidados pela Administração, desde que a convalidação não acarrete lesão do interesse público nem prejuízo para terceiros. 15 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 2010. p. 450. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 39 b) Ambas as leis preveem que os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidadospela própria Administração, desde que nessa decisão se evidencie que tais atos não acarretam lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros. c) Ambas as leis vedam a convalidação de atos administrativos ilícitos. d) Apenas a lei federal prevê expressamente a possibilidade de convalidação dos atos administrativos. e) Nenhuma das leis trata expressamente do tema da convalidação dos atos administrativos, o que abre ensejo à divergência doutrinária sobre a matéria, com parte dos autores defendendo que a convalidação, quando possível, constitui dever para o administrador público, enquanto outros autores a consideram mera faculdade da Administração Pública. Comentários: Analisando-se a questão estritamente à luz do disposto na lei federal 9.784/1999, podemos perceber que a letra (a) está correta, nos termos do seu art. 55: Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. Gabarito (A) 12. FUNIVERSA - Papis (PC GO) /PC GO/2015 Em relação ao regime jurídico dos atos administrativos, assinale a alternativa correta. a) A convalidação abrange os elementos, a forma e a competência do ato administrativo e possui efeitos ex tunc. b) A revogação do ato administrativo implica efeitos ex tunc. c) O Poder Judiciário pode revogar atos administrativos praticados por órgão do Executivo quando configurada fraude à lei. d) O ato vinculado caracteriza-se pelo juízo de conveniência e oportunidade do administrador. e) A anulação extingue, com efeitos ex nunc, o ato administrativo sobre o qual ela incide. Comentários: A letra (a) está correta. A convalidação é uma “correção” aplicada aos atos administrativos anuláveis, que são aqueles que apresentam vícios considerados sanáveis, a saber: a competência (desde que não seja exclusiva) e a forma (desde que não seja essencial). Seus efeitos são retroativos (ex tunc). Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 40 A letra (b) está incorreta. Os efeitos da revogação de um ato administrativo são não retroativos (ex nunc). A letra (c) está incorreta. O Poder Judiciário pode anular, quando provocado, atos administrativos praticados por órgão do Executivo quando houver alguma ilegalidade. Se o ato foi praticado pelo Poder Executivo, somente o Executivo poderá revogá-los. A letra (d) está incorreta. É o ato discricionário que se caracteriza pelo juízo de conveniência e oportunidade do administrador. Ato vinculado é aquele em que a lei fixa todos os requisitos e condições de sua realização, não deixando qualquer liberdade de ação para o administrador. A letra (e) está incorreta. Os efeitos da anulação de um ato administrativo são ex tunc (retroativos). Gabarito (A) 13. FUNIVERSA - Ag AP (SEGAD DF) /SEGAD DF/2015 Em relação aos atos e aos poderes administrativos, julgue o item seguinte. Consoante a doutrina majoritária, não se admite que o Poder Judiciário revogue atos administrativos ilegais praticados pelo Poder Executivo. ( ) Certo ( ) Errado Comentários: Exato! O Poder Judiciário pode anular os atos administrativos ilegais praticados pelo Poder Executivo, quando provocado. A revogação dos atos administrativos ocorre por razões de conveniência e oportunidade (mérito administrativo) e cabe ao Poder Executivo (se este houver praticado o ato) e, não, ao Poder Judiciário. Destarte, o item está correto. Gabarito (C) 14. FUNIVERSA - Ag AP (SEGAD DF) /SEGAD DF/2015 Em relação aos atos e aos poderes administrativos, julgue o item seguinte. Com base em seu poder de autotutela, a administração pública pode invalidar seus próprios atos. ( ) Certo ( ) Errado Comentários: Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 41 O poder ou princípio de autotutela encontra-se consolidado na Súmula 473 do STF, que diz: Súmula 473 - A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se origina direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Portanto, o item está correto. Gabarito (C) 15. FUNIVERSA - Ag AP (SEGAD DF) /SEGAD DF/2015 Em relação aos atos e aos poderes administrativos, julgue o item seguinte. A convalidação pode abranger os elementos forma e competência do ato administrativo e terá efeitos ex tunc. ( ) Certo ( ) Errado Comentários: A convalidação representa a possibilidade de “corrigir” ato administrativo, possuindo efeitos retroativos (ex tunc). Ela é aplicada aos atos anuláveis, que são aqueles que apresentam vícios considerados sanáveis, a saber: Gabarito (C) 16. UFF - Proc Mun (Maricá)/Pref Maricá/Nível I/2018 A homologação é ato: a) unilateral e vinculado, por meio do qual a Administração Pública manifesta a legalidade de um ato jurídico. b) bilateral e discricionário, pelo qual a Administração Pública reconhece a existência de um ato jurídico. VÍCIO SANÁVEL COMPETÊNCIA quanto à pessoa exceto competência exclusiva FORMA exceto se forma exigida em lei Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 42 c) unilateral e discricionário, pelo qual a Administração Pública reconhece a eficácia de um ato jurídico. d) bilateral e vinculado, pelo qual a Administração Pública reconhece a licitude de um ato jurídico. e) parcialmente unilateral e parcialmente vinculado, pelo qual a Administração Pública reconhece a procedência de um pedido. Comentários: A letra (a) está correta. A homologação resulta do controle de legalidade de um ato ou procedimento anterior (ex.: homologação de uma licitação, de um concurso público etc). Ao homologar, a autoridade está atestando a lisura do procedimento. E, conforme leciona José dos Santos Carvalho Filho “A homologação, a seu turno, constitui manifestação vinculada, ou seja, praticado o ato, o agente por ela responsável não tem qualquer margem de avaliação quanto à conveniência e oportunidade da conduta. Ou bem procede à homologação, se tiver havido legalidade, ou não o faz em caso contrário.” 16 Gabarito (A) 17. UFF - Ag Adm (Pref Maricá) /Pref Maricá/2018 Com relação aos atos administrativos, há um tipo em que existe um direito do particular à sua obtenção, desde que satisfaça os requisitos legais. Também existem aqueles que podem, ou não, ser praticados pela Administração, conforme o seu juízo de oportunidade e conveniência. Trata-se, respectivamente, dos seguintes atos administrativos: a) volitivo – negocial definitivo. b) declaratório – negocial discricionário. c) mandatário – declaratório. d) imperativo – definitivo. e) negocial vinculado - negocial discricionário. Comentários: Nosso gabarito está na letra (e), uma vez que o ato negocial será vinculado ou discricionário a depender se a lei define ou não seus requisitos. Hely Lopes Meirelles salienta que “o ato pode ser vinculado ou 16 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 146. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 43 discricionário, definitivo ou precário; será vinculado quando a lei estabelecer os requisitos para sua formação; será discricionário quando sua expedição ficar ao alvedrio da autoridade competente”.17 Passemos às incorretas!A letra (a) está incorreta. O termo volitivo tem relação com a vontade e não se aplica ao primeiro ato (que independe da vontade do agente). O ato negocial, conforme Meirelles, “será definitivo quanto embasar-se num direito individual do requerente”.18 A letra (b) está incorreta. Os atos declaratórios são os que afirmam uma situação de fato ou de direito já existente. Quanto ao negocial discricionário vide comentário da alternativa “e”. A letra (c) está incorreta, uma vez que não as classificações mencionadas não dizem respeito às características enunciadas. A letra (d) está incorreta, uma vez que a imperatividade é atributo dos atos administrativos, os quais se impõem a terceiros independentemente de sua concordância. Quando ao definitivo, vide comentário da alternativa “a”. Gabarito (E) 18. UFF - FPT (Pref Maricá) /Pref Maricá/2018 Quanto à forma de exteriorização (aspecto formal), a espécie de ato administrativo que configura um instrumento formal expedido pela Administração que, através dele, expressa aquiescência no sentido de ser desenvolvida certa atividade pelo particular é o(a): a) alvará. b) ofício. c) parecer. d) portaria. e) provimento. Comentários: A letra (a) está correta, uma vez que a definição apresentada amolda-se perfeitamente à figura do alvará. A banca baseou-se na definição apresentada por José dos Santos Carvalho Filho, para quem “Alvará é o 17 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 212. 18 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 212. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 44 instrumento formal expedido pela Administração, que, através dele, expressa aquiescência no sentido de ser desenvolvida certa atividade pelo particular.”19 Assim, podemos dizer que o alvará é a forma de um ato, o qual pode conter uma licença ou uma autorização. A letra (b) está incorreta. Valendo-se das lições do já referido autor, ofícios “São atos formais, de intensa utilização na rotina administrativa, através dos quais as autoridades administrativas se comunicam entre si ou com terceiros.”20 A letra (c) está incorreta. Considerando o interesse da banca pelo autor, continuemos a utilizar seus conceitos. “Os pareceres consubstanciam opiniões, pontos de vista de alguns agentes administrativos sobre matéria submetida à sua apreciação.”21 A letra (d) e letra (e) estão incorretas. Para José dos Santos Carvalho Filho “Todos esses atos servem para que a Administração organize sua atividade e seus órgãos...” e “...na prática administrativa atual é irrelevante distingui-los.”22 Gabarito (A) 19. UFF - Tec CI (Pref Maricá) /Pref Maricá/2018 O ato administrativo exclusivo do chefe do poder executivo é denominado: a) resolução. b) lei. c) ofício. d) decreto. e) ordem de serviço. Comentários: 19 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 136. 20 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 136. 21 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 136. 22 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 136-137. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 45 Trata-se de uma das características do decreto, mencionada na letra (d). Ensina-nos Hely Lopes Meirelles que os “Decretos, em sentido próprio e restrito, são atos administrativos da competência exclusiva dos Chefes do Executivo”.23 Agora vamos às alternativas incorretas! A letra (a) está incorreta, visto que as “resoluções são atos, normativos ou individuais, emanados de autoridades de elevado escalão administrativo, como por exemplo, Ministros e Secretários de Estado ou Município, ou de algumas pessoas administrativas ligadas ao Governo.24 A letra (b) está incorreta, uma vez que a lei é emanada pelo Poder Legislativo. A letra (c) está incorreta. Conforme já manifestado na questão anterior, leciona Carvalho Filho que os ofícios “São atos formais, de intensa utilização na rotina administrativa, através dos quais as autoridades administrativas se comunicam entre si ou com terceiros.”25 A letra (e) está incorreta, já que, as “Ordens de serviço são determinações especiais dirigidas aos responsáveis por obras ou serviços públicos autorizando seu início, ou contendo imposições de caráter administrativo, ou especificações técnicas sobre o modo e forma de sua realização.”26 Gabarito (D) 20. UFPR - Adv (Matinhos)/Pref Matinhos/2019 Os atos administrativos, em linha geral, podem ser entendidos como manifestações de vontade da Administração Pública ou de quem lhe faça as vezes, no exercício da função administrativa e, portanto, sob o regime de Direito Público. Sobre esse tema, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas: ( ) São requisitos dos atos administrativos a competência, a finalidade, a forma, o motivo e o objeto. ( ) A Administração pode anular seus próprios atos, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos; ou pode revogá-los, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos. 23 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 204. 24 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 134-135. 25 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 136. 26 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 210. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 46 ( )O Poder Judiciário pode apreciar a legalidade dos atos administrativos vinculados e discricionários. ( ) A presunção de veracidade é um dos atributos dos atos administrativos. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) V – F – V – V. b) V – V – F – F. c) F – V – V – F. d) F – V – F – V. e) F – F – V – V. Comentários: O primeiro item é verdadeiro de acordo com o entendimento majoritário da doutrina, o qual segue o entendimento que se extrai do art. 2º da lei 4.717/1965 que regula a ação popular: Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de: a) incompetência; b) vício de forma; c) ilegalidade do objeto; d) inexistência dos motivos; e) desvio de finalidade. O segundo item é falso dado que a questão inverte os conceitos. A administração, por motivo de conveniência e oportunidade, poderá anular o ato administrativo, sendo possível a anulação em caso de ilegalidade. O terceiro item é verdadeiro. Atendo-se ao exame da legalidade, é irrelevante para o Poder Judiciário se o ato é discricionário ou vinculado. O quarto item é verdadeiro, sendo definido pela doutrina como aquele pelo qual presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela administração. Gabarito (A) Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ SEFAZ-PA (Fiscal de Receitas) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 176343101822323282 - Nathalia Amaral Celso 47 21. LEGALLE Concursos / Câmara de Vereadores de Guaíba - RS / Auxiliar de Apoio Administrativo/ 2017 Com relação à invalidação dos atos administrativos; é a modalidade de supressão de um ato administrativo
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