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Atos Administrativos

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ATOS ADMINISTRATIVOS 
FATOS DA ADMINISTRAÇÃO 
Para melhor assimilar os conceitos inseridos neste capítulo, é melhor distinguir o 
fato do ato. O ato é uma ação imputável ao ser humano o fato decorre de 
acontecimentos naturais, que independem do ser humano ou que dele dependem 
indiretamente. 
Quando o fato e inserido dentro de uma norma jurídica ele passa a ser chamado de 
fato jurídico e passa a produzir efeitos no campo do direito. Quando o fato 
corresponde a norma legal e produz efeito no campo administrativo, ele torna-se um 
fato administrativo, como por exemplo, a inércia administrativa que produz a 
prescrição por decurso de prazo, a vacância de cargo por morte de um funcionário, 
etc. 
Se o fato não produz efeitos jurídicos no campo do direito administrativo, ele é chamado de fato da 
administração. 
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO 
Atos da administração é o sentido mais amplo do ato administrativo, que abrange todo o ato praticado no 
exercício da função administrativa. Nem todo Ato da Administração é ato administrativo. 
No exercício de suas diversas tarefas a Administração Pública vai praticar algumas modalidades de atos 
jurídicos que não se enquadram no conceito de atos administrativos. Logo, os Atos da Administração são atos 
jurídicos praticados pela Administração Pública que não se enquadram no conceito de atos administrativos, 
como, por exemplo, os atos legislativos expedidos no exercício de função 
atípica; os atos políticos definidos na CF; os atos regidos pelo direito 
privado e; os atos meramente materiais. 
Importa dizer que existem atos administrativos praticados fora dos 
domínios da Administração Pública, como ocorre com aqueles expedidos 
por concessionários e permissionários, é possível concluir: nem todo ato jurídico praticado pela Administração é 
ato administrativo; nem todo ato administrativo é praticado pela Administração. 
Os Atos da Administração compõem gênero, do qual são espécies os atos de direito privado, os 
atos materiais ou de execução, os atos de opinião e os atos administrativos. 
1. Atos de direito privado. São atos jurídicos comuns, regidos pela legislação civil, nos quais a Administração 
atua com igualdade de direitos e obrigações em relação ao particular. 
Exemplos Doação, dação em pagamento etc. 
2. Atos materiais. São atos de simples execução, que não contem manifestação de vontade e representam o 
cumprimento de outro ato ou da lei. 
Exemplos Apreensão de mercadorias, prestação de um serviço público etc. 
3. Atos de opinião. São os pareceres nos quais um agente administrativo emite sua opinião, sem força 
vinculante, abrangem a legalidade de atos administrativos e votos em processos disciplinares ou licitatórios. 
Exemplos atos que auxiliam a composição de um ato administrativo: auditorias, pareceres sobre processos etc. 
Não são considerados, por parte da doutrina, atos administrativos por não gerarem efeitos jurídicos 
imediatos. No entanto, não se pode negar que os atos de opinião, como os pareceres, geram ao menos um efeito 
jurídico: a responsabilização pessoal do agente autor do ato, caso o parecer seja acolhido e contenha alguma 
irregularidade. Dessa forma, preferível a qualificação dos pareceres opinativos como atos administrativos 
enunciativos. 
 
 
4. Atos administrativos. São atos jurídicos realizados sob o regime jurídico administrativo, nos quais a 
Administração Pública atua com supremacia sobre o particular. Trata-se de manifestação unilateral de 
vontade funcional, apta a produzir efeitos jurídicos. 
Caso tais pareceres vinculem a Administração ou algum dos seus órgãos, deixarão de ser atos de opinião para se 
transformarem em atos administrativos. 
Exemplo são os pareceres normativos exarados em matéria tributária, que, analisa a inexigibilidade de determinado 
tributo em determinada circunstância, impedem o lançamento, gerando direito adquirido ao contribuinte que 
elaborou a consulta. 
 U
n
id
a
d
e
 4 
Atos da Administração Pública. São 
quaisquer atos jurídicos praticados no 
exercício da função administrativa. 
Conceitualmente, o que distingue os atos administrativos dos demais atos praticados pela Administração 
Pública é o fato destes satisfazerem o interesse público apenas reflexamente, ao passo que aqueles o atingem 
diretamente. Na prática, no entanto, a diferenciação decorre dos atributos dos atos administrativos. 
ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
Atributos dos atos administrativos são as qualidades que diferenciam os atos administrativos dos atos jurídicos 
em geral, a saber: 
a) Presunção de legalidade, legitimidade e veracidade. Os atos administrativos têm presumidas: 
 sua realização em conformidade com a lei e 
 a verdade dos fatos que os ensejaram. 
Essa presunção representa a inversão do ônus da prova em favor da Administração, que, em processo judicial, 
ficará desobrigada de provar a obediência à lei e a veracidade dos fatos que motivaram a produção do ato 
administrativo. Trata-se de presunção relativa, que pode ser afastada por prova em contrário. 
 
b) Imperatividade. Os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente da concordância 
destes. Não há ofensa ao princípio da legalidade (art. 5.º, II, da CF/88), uma vez que, pelo princípio da 
legalidade estrita (também chamado de tipicidade – art. 37, caput, da CF/88), todos os atos praticados 
pela Administração devem ser precedidos de autorização legal. 
c) Autoexecutoriedade. Consiste na possibilidade da Administração Pública dar eficácia aos seus atos 
administrativos independentemente de recurso ao Poder Judiciário. 
Não são dotados de autoexecutoriedade, por exemplo, a cobrança de multa (que depende do ajuizamento de 
execução fiscal, salvo a multa estabelecida no edital de licitação, que pode, independentemente de medida 
judicial, ser descontada da garantia) e a demissão de servidor vitalício (que carece de sentença judicial transitada 
em julgado). 
 Requisitos do ato administrativo 
Para ser válido, o ato administrativo deve preencher os seguintes requisitos (art. 2.º da Lei 4.717/1965 – Lei da Ação 
Popular): 
a) competência; b) finalidade; c) forma; d) motivo; e) objeto. 
a) Competência ou atribuição legal. Para existir, é necessário que o ato emane de autoridade pública. Para ser 
válido é imprescindível que seja prolatado pela autoridade a quem a lei atribui competência para a prática 
do ato. A incompetência leva à invalidade do ato por usurpação de função, abuso ou excesso de poder. 
b) Finalidade. Todo ato administrativo deve ter como fim a satisfação do interesse público e não interesses 
exclusivos do administrador ou de terceiros. A ausência desse requisito leva à nulidade por desvio de 
finalidade (ou desvio de poder), além de, em tese, configurar improbidade administrativa por ofensa ao 
princípio da moralidade. 
c) Forma. Quando a lei expressamente exigir (art. 22 da Lei 9.784/99), a forma de elaboração do ato 
administrativo compõe sua essência, não podendo ser desrespeitada sob nenhuma hipótese. 
Como regra, pelos princípios da publicidade e da segurança jurídica, os atos administrativos devem ter forma 
escrita. Excepcionalmente, no entanto, admitem-se os atos gestuais, orais, por sinais (agente de trânsito 
controlando o tráfego), por desenhos gráficos (placas de sinalização de trânsito) ou até tácitos (há casos em que 
lei determina que, findo o prazo para manifestação, o silêncio da Administração implica na sua aquiescência). 
d) Motivo. São as razões de fato e de direito que fundamentam os atos administrativos. Todos os atos têm 
motivo, que deve ser a satisfação de um interesse público 
específico. 
O motivo não se confunde com motivação. Motivação é a exposição 
escrita dos motivos. Motivos de interesse público devem sempre 
existir, mas a lei pode, excepcionalmente, dispensar a motivação 
(como por exemplo, ocorre com a exoneração, ad nutum, de servidor ocupante de cargo em comissão). 
 presunção de legalidade, legitimidade e veracidade;  imperatividade; autoexecutoriedade. 
Exemplo 
Ao flagrar uma infração de trânsito, o agente de tráfego pode, desde logo, aplicar a multa, que será válida, já que se 
presume que os fatos que a ensejaram – cometimento da infração – são verdadeiros. 
Cabe ao particular multado, em caso de discordância, provar em recurso administrativo ou ação judicial, que os 
fatos não ocorreram. 
Teoria dos motivos determinantes. Nas hipóteses 
excepcionais em que a lei dispensa a motivação, 
caso o administrador resolva declinar os motivos 
que determinaram o ato, fica vinculado a eles. 
 
e) Objeto. Além de lícito e possível, requisitos de qualquer ato jurídico, o objeto dos atos administrativos 
deve ser também determinado, mesmo em se tratando de atos discricionários. 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
Os atos administrativos se classificam: 
Quanto à liberdade do administrador, em vinculados e discricionários; quanto às vontades necessárias à sua 
formação, em simples, complexos e compostos. 
a) Atos vinculados. São os integralmente regrados pela lei, quanto à forma, requisitos e momento de 
produção. Eles geram direito subjetivo ao particular (ocorrido o fato previsto na lei, a Administração é 
obrigada a produzir o ato administrativo, da forma prevista no texto normativo). Nos atos vinculados, o 
administrador não tem qualquer margem de escolha. 
b) Atos discricionários. São os que a lei permite relativa liberdade de escolha ao administrador, de acordo 
com os critérios de equidade, conveniência e oportunidade. A porção discricionária do ato constitui o 
chamado mérito do ato administrativo, que não pode ser revisto pelo Poder Judiciário. 
 
 
Quanto a liberdade do administrador 
Ato vinculado Ato discricionário 
Praticado sem margem de liberdade Praticado com margem de liberdade 
Não tem mérito Tem mérito 
Pode ser anulado, mas não revogado Pode ser anulado e revogado, não se confunde com ato arbitrário 
Sofre controle judicial Sofre controle judicial, exceto quanto ao mérito 
 
Quanto à vontade administrativa ele se exterioriza em atos simples, complexos e compostos. 
a) Atos simples: são os atos que, para produzirem seus regulares efeitos, dependem de uma única 
manifestação de vontade (de um órgão singular ou colegiado). 
b) Atos complexos: para a validade, dependem de duas ou mais manifestações de vontade de órgãos 
diferentes. 
c) Atos compostos: são válidos com apenas uma manifestação de vontade, mas, para sua eficácia, 
dependem de outro ato que os ratifique ou viste. 
Quanto às espécies de atos administrativos eles se dividem-se em normativos, ordinatórios, negociais, 
enunciativos e punitivos. 
a) Atos normativos. Representam normas, regras gerais de conduta que visam à correta aplicação da lei. Por 
força do princípio da legalidade (art. 5.º, II, da CF/88), não podem criar obrigações aos particulares. São 
produzidos para explicitar, esclarecer, regulamentar, detalhar ou dar aplicabilidade às leis. 
Exemplos Decretos, regulamentos, instruções normativas, regimentos e resoluções. 
 
b) Atos ordinatórios. Destinam-se a disciplinar o funcionamento interno da Administração, regulamentando 
as relações entre seus agentes. Não criam direitos ou obrigações para os particulares, mas geram deveres e 
prerrogativas aos agentes públicos destinatários. 
Exemplos Ofícios, memorandos, ordens de serviço, ordens internas, circulares e portarias. 
c) Atos negociais. São declarações de vontade do Poder Público, que dependem da aceitação do particular 
interessado, para produzirem regularmente seus efeitos, já que o particular será beneficiário de certas 
vantagens. 
 
1
 Maria Sylvia di Pietro, no entanto, considera (Direito administrativo. 16. ed., Atlas, p. 223) que a modalidade de decreto prevista no art. 84, VI, da CF/88, 
representa, excepcionalmente, decretos autônomos. Trata -se da possibil idade de o Presidente da República editar decretos para dispor sobre a 
organização e o funcionamento da Administração Federal, desde que não aumente a despesa, ou sobre a extinção de cargos e funç ões vagos. 
Exemplo 
Caso um Prefeito resolva exonerar um de seus Secretários, não precisa explicitar os motivos. 
Todavia, caso, resolva esclarecer que afasta o assessor por corrupção, o ato de exoneração fica vinculado a esse motivo. 
Não se comprovando o crime, terá o direito à reintegração judicial do cargo e percepção da remuneração do período em 
que ficou afastado. 
Todo ato discricionário contém uma parte vinculada, no tocante à competência, à forma e à finalidade. 
Decretos
1
 são atos privativos do chefe do Poder Executivo. 
Dividem-se (art. 84, IV, da CF/88) em regulamentares (quando detalham uma lei) ou de execução (que dão eficácia às 
leis, tornando-as exequíveis). Não se admitem os chamados decretos autônomos (desvinculados de qualquer lei) no 
Direito Brasileiro. 
Assemelham-se aos negócios jurídicos, mas com estes não se confundem, uma vez que são válidos somente 
com uma manifestação de vontade (a do Poder Público), servindo a vontade do particular apenas para conferir 
eficácia. Além disso, quando discricionários, são precários (não geram direito subjetivo ao beneficiário à sua 
obtenção ou manutenção) e a Administração atua sempre com supremacia de Poder. 
Criam direitos e obrigações para os particulares que anuem com o ato e se materializam em um alvará, termo ou 
despacho. 
Exemplos 
Licenças (atos vinculados), autorizações e permissões (atos discricionários, que possibilitam a realização de 
certas atividades, o uso temporário de bens públicos ou a prestação de serviços públicos). 
 
Importante 
Licença Permissão Autorização 
Ato vinculado, irrevogável, que gera direito 
adquirido ao beneficiário. 
Ato precário (pode ser revogado por motivo 
de interesse público, sem indenização ao 
beneficiário). 
Ato precário (pode ser revogado por motivo de 
interesse público, sem indenização ao 
beneficiário). 
Interesse predominantemente particular 
(embora também haja interesse público). 
Interesse predominantemente público 
(embora também haja interesse do 
beneficiário). 
Interesse predominantemente particular (embora 
também haja interesse público). 
Estável. 
Utilizada em situações de relativa 
estabilidade, mais duradouras que aquelas 
que permitem a autorização. 
Utilizada em situações absolutamente transitórias, 
de curtíssima duração. 
Exemplo: Carteira Nacional de Habilitação 
(CNH). 
Termo de Permissão de Uso para instalação 
de banca de jornal em via pública. 
Autorização para o fechamento de uma via pública 
para a realização de uma festa junina. 
d) Atos enunciativos. Atestam, certificam ou declaram a situação jurídica de um particular perante a 
Administração, bem como relações internas do próprio Poder Público. 
Por não representarem manifestação de vontade, alguns autores os classificam como atos da Administração. É 
inegável que produzem efeitos jurídicos, dentre os quais os de conferirem presunção de verdade às declarações 
neles constantes, inclusive com relação a terceiros. 
Exemplos Certidões, atestados e pareceres. 
e) Atos punitivos. Representam sanções aos particulares (externos) ou aos servidores (internos), pela prática de 
ilícitos administrativos. 
Exemplos Multa, advertência, suspensão, demissão e interdição de atividade. 
Quanto ao Objeto os atos administrativos são: 
a) Atos de império são aqueles em que a Administração Pública tem supremacia sobre o particular, sendo 
disciplinados pelo Direito Público. São unilaterais, pois a vontade do particular é irrelevante. 
Exemplos Desapropriação, reforma agrária, etc. 
b) Atos de gestão são aqueles em que a Administração atua em situação de igualdade com o particular. São 
regidos pelo Direito Privado. São atos bilaterais, pois seus efeitos dependem da concordância do particular. 
Na verdade, não configuram atos administrativos, mas apenas atos da Administração. 
Exemplos locação de um imóvel. 
c) Atos de expedientesão simples atos de tramitação interna de papéis, não tendo efeitos diretos sobre os 
administrados. Ex.: 
Exemplos protocolo de documentos recebidos na repartição. 
Quanto aos efeitos do ato administrativo. 
a) atos constitutivos são aqueles em que a Administração cria, modifica ou extingue um direito ou uma 
situação do administrado.. 
Exemplos a exoneração de um servidor, que gera a vacância do cargo 
b) atos declaratórios são os atos que reconhecem um direito que já existia antes do ato. Necessita 
preexistência de uma situação jurídica ou fática. 
Exemplos Certidão de matrícula em curso de uma determinada instituição 
c) atos enunciativos são aqueles atos que atesta ou reconhece determinada situação de fato ou de direito. Em 
certa medida, confundem-se com os declaratórios2. 
Exemplos Pareceres , considerações etc. 
Quanto aos destinatários do ato administrativo. 
a) atos gerais (também chamados de normativos) são aqueles expedidos sem destinatários determinados ou 
determináveis, sendo aplicáveis a todas as pessoas que eventualmente se coloquem em situações concretas 
que correspondam àquelas reguladas pelo ato. 
Exemplos 
Regulamento do Imposto de Renda; Instrução Normativa de Controle Interno, detalhando procedimentos a ser 
seguido pelos particulares que queiram formular representação a repartição pública. 
b) atos individuais (também denominados de especiais) são aqueles que se dirigem a destinatários 
individualizados ou individualizáveis. Podem ser singulares ou plúrimos. Será singular quando alcançar um 
único sujeito determinado; será plúrimo quando for dirigido a uma pluralidade de sujeitos determinados. 
Exemplos 
Singular - decreto de desapropriação que atinja um único imóvel, a nomeação de um único servidor, a licença para 
funcionamento de um determinado estabelecimento comercial etc. 
Plúrimos - um decreto expropriatório que especifica diversos imóveis pertencentes a pessoas distintas , o ato de 
nomeação de servidores em forma de lista etc. 
Quanto à natureza das situações jurídicas que geram podem ser: 
a) Atos-regra são aqueles em que estão presentes a generalidade e a abstração. São gerais porque não 
possuem destinatários específicos e determinados, irradiando seus efeitos para quaisquer pessoas que se 
ponham em situações reguladas pelo ato 
Exemplos 
Resolução 141/2010 da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que, entre outras coisas, di spõe sobre atrasos e 
cancelamentos de voos e sobre as hipóteses de preterição de passageiros. 
b) atos subjetivos são aqueles individuais e concretos. São individuais porque são destinados a pessoas 
específicas e determinadas, criando situações particulares; são concretos porque não versam sobre 
hipóteses, mas sobre fatos. 
Exemplos 
Portaria 823/2007, também da ANAC, que determinou à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária 
(INFRAERO) que fossem encaminhadas, no prazo de dez dias, as informações acerca da capacidade instalada dos 
aeroportos por ela administrados. 
c) atos-condição são aqueles em que alguém, mediante uma manifestação de vontade, põe-se em uma 
situação jurídica estabelecida em um ato-regra, subordinando-se ao regime jurídico daí decorrente. 
Exemplos 
Aprovado em concurso público que toma posse no cargo efetivo para o qual foi nomeado. A partir da posse, o 
particular se torna servidor público e passa a se subordinar ao regime jurídico unilateralmente estabelecido pelo 
ente político a que se vinculou. 
Quanto ao ciclo de formação pode ser: 
a) ato administrativo perfeito é aquele que completou o seu ciclo de formação, está pronto, porque esgotou 
todas as fases necessárias a sua produção. 
b) ato administrativo é imperfeito quando não está pronto, terminado, concluído, ou seja, quando não 
completou seu ciclo de formação. 
Quanto à conformidade ao ordenamento jurídico: 
a) ato válido é aquele que foi produzido em conformidade com as exigências legais. 
b) ato inválido é aquele contaminado por algum vício, em razão de não se achar em conformidade com o 
ordenamento jurídico. 
Quanto ao grau de agressão ao ordenamento jurídico podem ser: 
a) atos irregulares, definidos como aqueles contaminados com 
pequenos vícios (irregularidades) que não geram uma repulsa do 
ordenamento jurídico suficiente para atingir-lhes a validade. 
Exemplos 
Emissão de um “atestado” em que consta expressa e equivocadamente a denominação do documento como 
“certidão”. Apesar da irregularidade, é enquadrado como válido. 
 
2
 Entretanto, alguns autores apontam que os atos enunciativos não são atos administrativos propriamente ditos, porque não produzem 
efeitos jurídicos. Eles demandariam a prática de um outro ato administrativo, constitutivo ou declaratório, estes sim produto r de efeitos 
jurídicos. 
Os atos nulos e os inexistentes são 
insuscetíveis de convalidação, enquanto 
os atos anuláveis são convalidáveis. 
b) atos inexistentes são os que correspondem a condutas criminosas ofensivas a direitos fundamentais da 
pessoa humana, ligados à sua personalidade ou dignidade intrínseca e, como tais, resguardados por 
princípios gerais de Direito que informam o ordenamento jurídico dos povos civilizados. 
Os atos inexistentes são impossibilitados de convalidação. 
a) atos nulos ocorrem quando o vício do ato administrativo não é passível de convalidação compreendem: 
 os assim declarados por lei 
Exemplos 
É nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias 
anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão. ( Lei de Responsabilidade Fiscal- art. 21, 
parágrafo único, LC nº 101/200). 
 aqueles cuja convalidação é racionalmente impossível porque, se o mesmo conteúdo fosse 
reproduzido, seria repetida a invalidade anterior. 
Exemplos a aplicação de multa de trânsito fundada em infração não cometida. 
b) atos anuláveis que são aqueles que sofrem de vícios sanáveis 
Quanto à produção de efeitos os atos podem ser: 
a) eficaz é o ato que está apto a produzir efeitos típicos, ou próprios, não dependendo, portanto, de 
condição suspensiva, termo inicial ou ato controlador de competência de outra autoridade. 
b) ineficaz é aquele que não está apto a produzir os efeitos que lhe são próprios. O ato pendente é um ato 
ineficaz porque, embora perfeito, está sujeito a condição ou termo para que comece a produzir efeitos. 
c) ato de efeito típico (ou próprio) 
Exemplos 
ato de nomeação de servidor público é habilitar alguém a assumir um cargo público. 
ato de demissão de servidor público produz o efeito típico de desligar o servidor do serviço público. 
d) ato de efeitos atípicos, ou seja, efeitos que não resultam do conteúdo específico do ato e podem ser de 
duas espécies: 
 efeitos preliminares ou prodrômicos são aqueles que surgem com a edição do ato e perduram até o 
momento da produção dos seus efeitos típicos. 
 efeitos reflexos são aqueles que atingem terceiros que não eram sujeitos passivos da relação jurídica 
estabelecida com a Administração Pública. 
e) ato consumado, que é aquele que já produziu todos os seus efeitos. 
EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO 
a) Extinção natural - Ocorre pela produção dos efeitos que são próprios ao ato. 
b) Extinção subjetiva - Ocorre quando, desaparecendo o destinatário sujeito do ato, com ele se extinguem os 
efeitos do ato. 
c) Extinção objetiva - Ocorre quando, desaparecendo o objeto do ato, com ele se extinguem os efeitos do 
ato. 
d) Cassação - Ocorre pelo descumprimento de condição fundamental para que um ato possa ser mantido. 
e) Caducidade - Dá-se quando uma norma jurídica posterior torna inviável a permanência de situações antes 
permitidas pelo ordenamento. 
f) Contraposição - Ocorre na edição de ato com efeito contraposto ao ato anteriormente emitido. 
g) Renúncia - Quando o beneficiário do ato administrativo renuncia à situação de desfrute que o ato 
reconhece a seu favor. 
h)Anulação - Ato ilegal é retirado do mundo jurídico, com efeitos retroativos à prática do ato. Dever da 
Administração. A competência da anulação do ato é do órgão que o produziu e do Judiciário (apenas por 
provocação). 
i) Revogação - A retirada se sustenta na análise de conveniência e oportunidade, em que um ato até então 
legítimo já não mais atende ao interesse público, possuindo efeitos prospectivos. A competência da 
revogação do ato é do órgão que o produziu. 
 
 
 
 
 
 
Vícios do ato administrativo 
Defeito Caracterização Consequência 
Usurpação de função pública Particular pratica ato privativo de servidor Ato inexistente 
Excesso de poder 
Ato praticado pelo agente competente, mas excedendo os 
limites da sua competência 
Ato nulo 
Funcionário de fato Indivíduo que ingressou irregularmente no serviço público 
Agente de boa-fé: ato anulável; 
Agente de má-fé: ato nulo 
Incompetência Servidor pratica ato fora de suas atribuições Ato anulável 
Objeto materialmente impossível Ato exige conduta irrealizável Ato inexistente 
Objeto juridicamente impossível Ato exige comportamento ilegal 
Exigência ilegal: ato nulo; 
Exigência criminosa: ato inexistente 
Omissão de formalidade 
indispensável 
Descumprimento da forma legal para prática do ato Ato anulável 
Inexistência do motivo O fundamento de fato não ocorreu Ato nulo 
Falsidade do motivo 
O motivo alegado não corresponde ao que efetivamente 
ocorreu 
Ato nulo 
Desvio de finalidade Ato praticado visando fim alheio ao interesse público Ato nulo 
 
Bibliografia 
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CARVALHO FILHO, José dos Santos . Manual de direi to adminis trativo. 27. ed. São Paulo: Atlas , 2014. 
CARVALHO, Raquel Melo Urbano de. Curso de direi to adminis trativo. 2. ed. Sa lvador: Jusp odivm, 2009. 
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanel la . Direi to adminis trativo. 27. ed. São Paulo: Atlas , 2014. 
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direi to adminis trativo. Belo Horizonte: Fórum, 2007. 
GASPARINI, Diogenes . Direi to adminis trativo. 14. ed. rev. São Paulo: Sara iva , 2009. 
JUSTEN FILHO, Marça l . Comentários à Lei de Lici tações e Contratos Adminis trativos . 10. ed. São Paulo: Dia lética , 2004. 
MARINELA, Fernanda Direi to adminis trativo, Jus Podivm, 2005. 
MEDAUAR, Odete. Direi to adminis trativo moderno. 17. ed. São Paulo: RT, 2013. 
MEIRELLES, Hely Lopes . Direi to adminis trativo bras i lei ro. 36. ed. atual . até a Emenda Consti tucional 64, de 4.2.2010. São Pau lo: Malheiros , 2010. 
MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Curso de direi to adminis trativo. 15. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009. 
OLIVEIRA, Rafael Carva lho Rezende. Curso de direi to adminis trativo. 2. ed. São Paulo: Método, 2014.

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