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Aula 10 - O regime jurídico da livre iniciativa. Disciplina jurídica da concorrência. Livre iniciativa, concorrência desleal e infrações da ordem econômica. O CADE. Propriedade industrial. Patentes e registros. O comércio eletrônico. Curso REGULAR de Direito Empresarial Professor: Wangney Ilco C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 2 de 46 www.exponencialconcursos.com.br Sumário 1 – A Constituição Federal e a Livre Iniciativa ..................................... 3 2 – Concorrência Desleal ..................................................................... 5 2.1–Concorrência desleal específica ........................................................ 5 2.2–Concorrência desleal genérica ......................................................... 7 2.3 – Responsabilidade civil................................................................... 8 2.4 – Responsabilidade penal ................................................................ 9 3 – Infração da Ordem Econômica ....................................................... 9 3.1 – Tipificação das infrações da ordem econômica ............................... 10 3.2 – Condutas que caracterizam infração da ordem econômica ............... 11 3.3– As sanções por infração da ordem econômica ................................. 13 3.4 – O CADE .................................................................................... 13 4 – Propriedade Industrial ................................................................. 14 4.1 – Introdução ................................................................................ 14 4.2 – Patentes de Invenção e Modelo de Utilidade .................................. 16 4.3 – Desenho Industrial ..................................................................... 19 4.4 - Marca ....................................................................................... 20 5 – Comércio Eletrônico ..................................................................... 22 5.1 – Definição .................................................................................. 22 5.2 – Legislação aplicável .................................................................... 23 6 – Questões Comentadas ................................................................. 26 7 – Lista de Questões......................................................................... 39 8 - Gabarito ....................................................................................... 46 Olá, Pessoal! Este é o nosso último tópico da teoria, ok? Vamos que vamos!!! "Perseverança é o trabalho duro que você faz depois de ter se cansado de fazer o trabalho duro que você já fez." (Newt Gingrich) Aula 10 – O regime jurídico da livre iniciativa. Disciplina jurídica da concorrência. Livre iniciativa, concorrência desleal e infrações da ordem econômica. O CADE. Propriedade industrial. Patentes e registros. O comércio eletrônico. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 3 de 46 www.exponencialconcursos.com.br 1 – A Constituição Federal e a Livre Iniciativa A livre iniciativa é fundamento previsto na Constituição Federal que serve de pressuposto para a proteção da ordem econômica e da disciplina jurídica da concorrência, onde trataremos da concorrência desleal e das infrações da ordem econômica. Por tudo isso, o princípio da livre iniciativa é base para o bom exercício da atividade empresarial e para o regime jurídico empresarial, como veremos a seguir! Bem, os fundamentos e os princípios que norteiam a ordem econômica estão previstos no texto constitucional, mais precisamente no seu art. 170. A livre iniciativa é um dos pilares desse sistema, que valoriza a atividade empresarial e o liberalismo econômico. Então vejamos como está construído na CF (art. 170, caput) o sistema da ordem econômica – em amarelo, os fundamentos; em azul, os princípios: Obs.: Além destes acima, ainda temos o princípio do tratamento favorecido às empresas de pequeno porte com sede e administração no país. Pois bem, as normas constitucionais envolvendo a ordem econômica determinam a obrigatoriedade de observar esses princípios, tendo a livre iniciativa como pilar, pois o exercício da atividade empresarial é um direito de todos e deve ser protegido: Art. 170, §único. “É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos”. Portanto, é importante percebermos que dessa construção jurídica prevista pela Constituição Federal em torno da ordem econômica decorre um ordenamento jurídico voltado a promover a exploração das atividades econômicas, bem como a proteger e tutelar o direito à liberdade de exercer Livre iniciativa Ordem econômica Soberania nacional, propriedade privada Função social da propriedade, livre concorrência Defesa do consumidor e do meio ambiente Redução das desigualdades sociais e regionais Busca do pleno emprego Valorização do trabalho C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 4 de 46 www.exponencialconcursos.com.br tais atividades. Logo, as leis infraconstitucionais devem estar condizentes com esses pressupostos constitucionais, ok? No mais, em busca da proteção à ordem econômica, o regime jurídico comercial deve se preocupar com a concorrência ilícita. Em suma, este é o objetivo principal da nossa aula de hoje, beleza? Vejamos uma questão sobre esse tema! 1. (FGV / ICMS-RJ / 2010) Com relação à proteção da ordem econômica e da concorrência, analise as afirmativas a seguir: III. A livre iniciativa é princípio garantido, no Brasil, em sede constitucional. Comentários Correta, conforme o art. 170, caput da Constituição Federal que prevê o princípio da livre iniciativa: Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) Bem, a concorrência ilícita que ameaça a ordem econômica e a livre iniciativa pode ser dividida em dois tipos: Então, pessoal, cuidaremos a partir de agora desses temas, ok? Concorrência Ilícita Concorrência DESLEAL Em razão dos interesses particulares dos empresários. Não compromete as estruturas do livre mercado. É combatida em nível civil e penal. INFRAÇÃO da ordem econômica Ocorre o abuso de poder econômico. Compromete as estruturas do livre mercado. É combatida em nível civil, penal e administrativo. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au tora is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 5 de 46 www.exponencialconcursos.com.br 2 – Concorrência Desleal Bem, a competição entre empresários pela aquisição de parcelas do mercado é uma situação inerente à atividade empresarial. Normalmente, o ganho de um empresário representa o prejuízo de outro. Então, como diferenciar a concorrência leal da desleal? Não é simples diferenciar a concorrência leal da desleal, pois nos dois casos o empresário tem o objetivo de prejudicar os seus concorrentes, para obter maiores lucros. Contudo, a diferença está nos meios utilizados pelo empresário com a finalidade de conquistar consumidores. Assim, há meios idôneos e inidôneos que podem ser utilizados pelo empresário com esse objetivo. Pois bem, alguns doutrinadores ainda dividem a concorrência desleal em específica e genérica. Vejamos mais detalhadamente as modalidades de concorrência desleal apresentadas no esquema acima. 2.1–Concorrência desleal específica A concorrência desleal específica é caracterizada ou tipificada conforme as condutas previstas no art. 195 da Lei nº 9.279/96 (Lei de Propriedade Industrial – LPI). São condutas ou ações praticadas pelo empresário que violam o segredo de empresa ou induzem o consumidor ao erro, com a finalidade de conquistar mercados e auferir lucros. Então, estas são condutas consideradas crimes e punidas com detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa: Concorrência DESLEAL Específica Tipificação CIVIL e PENAL Lesão a direito de propriedade intelectual, violação do segredo de empresa ou indução do consumidor em erro. Genérica Apenas tipificação CIVIL - indenização por perdas e danos. Condutas não tipificadas como crime C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 6 de 46 www.exponencialconcursos.com.br Crimes de concorrência desleal Dar ou prometer dinheiro a empregado concorrente para obter vantagens ou receber dinheiro para proporcionar vantagem a concorrente do empregador. Hipóteses que violam o segredo de empresa Divulgar, explorar ou utilizar-se, sem autorização, de informações ou dados confidenciais a que teve acesso mediante relação contratual ou empregatícia, mesmo após o término do contrato, ou obtidos por meios ilícitos ou fraudulentos – pode envolver o empregador, o sócio ou administrador. Divulgar, explorar ou utilizar-se, sem autorização, de resultados de testes ou outros dados não divulgados, cuja elaboração envolva esforço considerável e que tenham sido apresentados a entidades governamentais, como condição para aprovar a venda de produtos. Publicar falsa informação em detrimento de concorrente ou sobre ele para obter vantagem. Hipóteses que induzem o consumidor ao erro Propaganda enganosa Empregar meio fraudulento para desviar clientes, usar expressão, nome empresarial, título ou insígnia alheios. Vender produtos adulterados ou falsos e atribuir a si próprio, como meio de propaganda, recompensa ou distinção que não obteve. Vender, expor ou oferecer produto, declarando ser objeto de patente depositada, ou concedida, ou de desenho industrial registrado, que não o seja. Este quadro de condutas tipificadas como crime de concorrência desleal é cobrado em prova. Vejamos!!! C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 7 de 46 www.exponencialconcursos.com.br 2. (FCC / Auditor de Contas Públicas-TCE-PB / 2006) A utilização indevida de título de estabelecimento alheio, com a intenção de induzir a clientela a erro, consistirá em: a) ato de concorrência desleal, apenas na hipótese de o título de estabelecimento estar arquivado no registro de empresa. b) infração da ordem econômica, apenas na hipótese de o título de estabelecimento estar arquivado no registro de empresa. c) ato de concorrência desleal, mesmo que o título de estabelecimento não coincida com marca registrada pelo empresário. d) infração da ordem econômica, mesmo que esse ato não tenda à dominação de mercado nem ao exercício abusivo de posição dominante. e) ato de concorrência desleal e infração da ordem econômica, independentemente de qualquer outra condição. Comentários Letra “c”. Bem, conforme o nosso quadro acima, o uso indevido do título ou insígnia de estabelecimento alheio com o intuito de induzir o consumidor ao erro é considerado ato de concorrência desleal (art. 195, V, LPI), mesmo que o título não coincida com a marca (letra C). Ainda nesta aula veremos as distinções entre nome empresarial, título de estabalecimento e marca. Por ora, basta sabermos que o título de estabelecimento também pode ser conhecido por nome fantasia ou insígnia, e que pode ou não coincidir com a marca ou com o nome empresarial. Coincidindo, a proteção do título do estabelecimento é facilitada, pois o nome empresarial e a marca gozam de proteção – Junta Comercial e INPI, respectivamente. Contudo, se o título conter expressão diversa da marca, somente há proteção por meio da LPI, no que se refere á concorrência desleal. Ressalta-se que atualmente o título de estabelecimento não possui um registro próprio nem proteção específica. 2.2–Concorrência desleal genérica Ao contrário da específica, a concorrência desleal genérica não é tão simples de ser caracterizada. Ela está prevista no art. 209 da LPI e refere-se a atos não tipificados como crime pela LPI. Vejamos!! C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 8 de 46 www.exponencialconcursos.com.br Então, estas são as características que definem um ato como concorrência desleal genérica, beleza? São atos praticados para violar os direitos de propriedade industrial e atos de concorrência desleal que não foram tipificados pela LPI (art. 195). Ou seja, são os demais atos não previstos ainda na LPI. Como exemplo de ato caracterizado como de concorrência desleal genérica temos o desrespeito aos direitos do consumidor e a sonegação fiscal. Observemos que ao deixar de pagar dado tributo, o empresário poderá praticar preço mais baixo e deste modo causar prejuízos aos concorrentes. Portanto, a dica é memorizar aqueles atos previstos no art. 195 para a concorrência desleal específica! 2.3 – Responsabilidade civil Bem, tanto na modalidade específica quanto na genérica, a prática de concorrência desleal enseja a apuraçãoda responsabilidade civil daquele que a pratica. No entanto, no caso de concorrência desleal específica, as hipóteses estão claramente tipificadas no art. 195 da LPI, que acabamos de estudar mais acima. Assim, quando as questões já estiverem decididas no juízo criminal, em relação à existência do fato e sua autoria, no plano civil não será mais questionada (art. 935, CC): a responsabilidade civil independe da criminal. Então, a reparação civil àquele prejudicado é mais complexa quando se trata de concorrência desleal genérica, pois a sua caracterização não é tão simples. No entanto, o que devemos ter em mente e levar para a nossa prova é que, em suma, a prática de qualquer meio inidôneo gera a responsabilidade civil por concorrência desleal. Concorrência desleal GENÉRICA (art. 209, LPI) Atos não tipificados como crime Prejudica reputação/negócios alheios Cria confusão entre estabelecimentos Cria confusão entre produtos e serviços Meio imoral, desonesto ou condenado pelas práticas usuais do mercado C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 9 de 46 www.exponencialconcursos.com.br Desta maneira, a reparação civil se dará conforme os seguintes critérios estabelecidos pela LPI: Em relação à apuração dos lucros cessantes, o critério a ser utilizado será aquele mais favorável ao indenizado/prejudicado. 2.4 – Responsabilidade penal Acima vimos que os crimes de concorrência desleal estão tipificados no art. 195, da LPI. Por tais condutas, o autor também poderá ser responsabilizado civilmente a indenizar o prejudicado, ok? Como penalidade para essas condutas caracterizadas como concorrência desleal está prevista a seguinte penalidade: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. 3 – Infração da Ordem Econômica Para garantir os princípios constitucionais que norteiam a ordem econômica e para combater o abuso do poder econômico foi criada a chamada Lei Antitruste - Lei nº 12.529/2011. Esta lei estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – SBDC e reprime as infrações contra a ordem econômica, por determinação do art. 173, §4º da CF. O SBDC é formado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda. Pois bem, o abuso do poder econômico pode ser caracterizado pela dominação dos mercados, eliminação da concorrência e aumento arbitrário dos lucros. Estas são características que colocam em risco a estrutura do mercado e a livre concorrência. Indenização Reparação civil Regra Geral (art. 208, LPI) Conforme os benefícios que o prejudicado teria se a violação não tivesse ocorrido Lucros cessantes (art. 210, LPI) Conforme os benefícios auferidos pelo autor da violação Conforme a remuneração que o autor da violação teria pago ao titular do direito violado pela concessão de uma licença para explorar o bem legalmente. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 10 de 46 www.exponencialconcursos.com.br Bem, como foi apresentado anteriormenete, tais situações de abuso e infração são combatidas no ambito civil, penal e administrativo. Cuidaremos desses aspectos nos próximos tópicos. Primeiramente, devemos cuidar da tipificação das infrações da ordem econômica. 3.1 – Tipificação das infrações da ordem econômica Nos termos do art. 36, caput, da Lei Antitruste, para ser caracterizada como infração da ordem econômica, a conduta do empresário deve ter os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados (efeito potencial): Obs.: O abuso de posição dominante pode ser considerado como uma síntese dos demais efeitos. Notemos que ele não está previsto no art. 173, §4º da CF, mas está definido na lei antitruste nestes termos: “Presume-se posição dominante sempre que uma empresa ou grupo de empresas for capaz de alterar unilateral ou coordenadamente as condições de mercado ou quando controlar 20% (vinte por cento) ou mais do mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo CADE para setores específicos da economia”. Deste modo, as ações de determinado empresário sejam elas quais forem devem objetivar os resultados acima para serem caracterizadas como infração da ordem econômica. Portanto, são esses efeitos que irão determinar se a conduta é lesiva ou não aos preceitos constitucionais garantidores da livre concorrência ou livre iniciativa. Porém, obviamente que em algumas situações o empresário em busca de novos mercados e de obter mais lucros irá lançar mão de meios para atingir Conduta infracional Dominação de mercado relevante Eliminação da concorrência Abuso de posição dominante Aumento arbitrário de lucros C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 11 de 46 www.exponencialconcursos.com.br esses objetivos. Assim, quando o empresário conquista novos mercados devido a um processo natural com base em sua eficiência como agente atuante na economia em comparação a seus concorrentes não considera-se que o empresário tenha agido com infração da ordem econômica, cujo efeito seria a dominação de mercado relevante. No mais, devemos lembrar que além da concorrência desleal, a infração da ordem econômica é também considerada como concorrência ilícita. 3. (FGV / ICMS-RJ / 2009) Não constitui infração à ordem econômica: a) limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa. b) exercer de forma abusiva posição dominante no mercado. c) dominar mercado relevante de bens ou serviços. d) aumentar arbitrariamente os lucros. e) adquirir o controle dos principais concorrentes do mercado. Comentários Letra “e”. A questão trata das infrações da ordem econômica. Lembremos que o caput do art. 36 da Lei Antitruste deve ser combinado com o seu §3º para que a infração esteja configurada. O §3º traz as condutas ou ações, que se resultarem ou tiverem como consequências as hipóteses do caput do art. 36 estará caracterizada a infração da ordem econômica. Em outras palavras, as condutas do §3º somente serão infracionais se tiverem como efeito no mercado as situações do caput. Esse efeito no mercado pode ser efetivo ou potencial. Das alternativas apresentadas, somente a letra E que não representa um dos efeitos previstos no caput do art. 36. As demais alternativas são efeitos cujas condutas são consideradas infrações da ordem econômica. 3.2 – Condutas que caracterizam infração da ordem econômica Pois bem, o §3º do art. 36 da Lei Antitruste elenca de forma exemplificativa algumas condutas que podem ser consideradas como infracionais se resultarem num dos efeitos que vimos acima. Portanto, de forma isolada essas condutasnão são consideradas como infração da ordem econômica. É preciso que o seu efeito ou possível efeito seja um dos previstos no caput do art. 36, de forma a configurar o abuso do poder econômico, beleza? Certinho? Então vejamos as condutas relacionadas pelo §3º do art. 36, ressaltando- se que estas são apenas exemplificativas, ou seja, outras condutas não previstas abaixo podem ser consideradas infracionais. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 12 de 46 www.exponencialconcursos.com.br Condutas infracionais da ordem econômica Combinar preços de bens ou serviços individualmente Combinar a produção ou comercialização restrita de produtos ou serviços Combinar a divisão de mercados atual ou potencial Combinar preços ou vantagens em licitação pública Promover conduta comercial uniforme entre concorrentes Limitar ou impedir acesso de novas empresas no mercado Criar dificuldades à operação de empresa concorrente Impedir o acesso de concorrente às fontes de insumo e equipamentos Exigir ou conceder exclusividade de propaganda Utilizar meios enganosos para provocar oscilação de preços Regular mercado de bens ou serviços por meio de acordo Impor preços de revenda, condições e descontos aos distribuidores Discriminar adquirentes ou fornecedores de bens ou serviços Recusar a venda de bens ou serviços em condições normais e costumes Dificultar ou romper relação comercial de prazo indeterminado Destruir ou inutilizar insumos, produtos intermediários ou acabados Açambarcar ou impedir a exploração de direitos de propriedade industrial Vender produtos ou serviços abaixo do preço de custo injustificadamente Reter bens de produção ou de consumo, exceto para cobrir custos Cessar parcial ou totalmente as atividades da empresa sem justa causa Subordinar a venda de um bem à aquisição de outro – venda casada Exercer ou explorar abusivamente direitos de propriedade industrial Bem, esta relação acima é para termos uma ideia geral das infrações da ordem econômica, mesmo porque outras condutas possam ser tomadas. No mais, é importante notarmos que é irrelevante sabermos se houve ou não culpa na prática dessas ações, pois a avaliação administrativa (CADE) é feita de forma objetiva para verificar os efeitos da conduta infracional, beleza? No mais, quais seriam as sanções para aqueles que incorrem em infração da ordem econômica? C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 13 de 46 www.exponencialconcursos.com.br 3.3– As sanções por infração da ordem econômica Como já foi apresentado, temos sanções administrativas, penais e civis para as condutas tipificadas como infrações da ordem econômica, nos termos previstos pela Lei Antitruste. Vejamos então: Notemos que determinada conduta poderá ser considerada ilícita em sede administrativa, mas não obter sucesso na esfera civil, ok? E como se daria o processo na esfera administrativa? Qual o órgão competente para esse julgamento? Vejamos na sequência! Obs. 1: RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA: Configurada uma das formas de infração da ordem econômica, surge a responsabilidade solidária entre dirigentes/administradores e a empresa. Ou seja, os dirigentes/administradores são individualmente responsáveis de forma solidária à responsabilidade da empresa. Da mesma maneira, são solidariamente responsáveis as empresas ou entidades integrantes do grupo econômico quando uma delas praticar infração à ordem econômica. Obs. 2: DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: A Lei Antitruste prevê a desconsideração da personalidade jurídica, por infração da ordem econômica, quando houver da parte deste abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. E ainda: falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. 3.4 – O CADE Inicialmente, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) foi criado pela lei nº 4.137/62, como órgão federal. A lei nº 8.884/94 transformou o CADE em autarquia federal, vinculada ao Ministério da Justiça, tendo sua sede Sanção Administrativa Natureza pecuniária (art. 37) - multas para a PJ e administradores Natureza não pecuniária (art. 38) - medidas administrativas Penal Tipificado como crime pela lei 8.137/90 (art. 4º) - contra a ordem econômica Civil Independe da sanção administrativa Art. 47 - ação de indenização por perdas e danos sofridos C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 14 de 46 www.exponencialconcursos.com.br no Distrito Federal e jurisdição nacional. A nova Lei Antitruste mantém tais definições sobre o CADE. O CADE possui poder decisório sobre as infrações à ordem econômica, aplicando as penalidades preconizadas em lei, possuindo jurisdição em todo o território nacional. Importante ressaltar, que o CADE detém competência vinculada ao caracterizar determinado ato como infração à ordem econômica. Porém, poderá o CADE, ao aplicar a sanção, atenuar ou deixar de aplicá-la, agindo de maneira discricionária. O CADE ainda possui função preventiva, como no caso do controle prévio sobre os atos de concentração empresarial de que trata o art. 88, da Lei Antitruste. Ainda sobre a prescrição das infrações da ordem econômica, temos que: 4 – Propriedade Industrial 4.1 – Introdução A lei que regula a propriedade industrial é a Lei nº 9.279/96 (Lei da Propriedade Industrial - LPI). Esta lei trata das invenções, modelos de utilidade, desenhos industriais, marcas, indicações geográficas e concorrência desleal. Portanto, o regime jurídico da propriedade industrial abrange os elementos imateriais relacionados ao estabelecimento empresarial. Vale destacar que o direito de propriedade industrial é uma espécie do gênero chamado direito de propriedade intelectual, cuja outra espécie é o direito PRESCRIÇÃO Infração Ordem Econômica Prescreve em 5 anos Contados da prática do ilícito ou da data em que cessou a sua prática continuada. INTERRUPÇÃO Qualquer ato administrativo ou judicial que tenha como objeto a apuração da infração, notificação ou intimação. SUSPENSÃO Durante a vigência do compromisso de cessação ou do acordo em controle de concentrações. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco– Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 15 de 46 www.exponencialconcursos.com.br autoral. Logo, o direito de propriedade industrial não se confunde com o direito autoral. Então, pessoal, o estudo do direito de propriedade industrial engloba o seguinte, conforme o art. 2º da LPI, considerado o seu interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País: • Concessão o Patentes ▪ de Invenção ▪ de Modelo de Utilidade o Registro ▪ de Desenho Industrial ▪ de Registro de Marca • Repressão o às Falsas Indicações Geográficas o à Concorrência Desleal Pois bem, o órgão responsável por tutelar o direito de propriedade industrial é o INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Retiramos a seguinte transcrição do próprio site do INPI: “Criado em 1970, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), responsável pelo aperfeiçoamento, disseminação e gestão do sistema brasileiro de concessão e garantia de direitos de propriedade intelectual para a indústria”. Direito de Propriedade Intelectual Direito de Propriedade Industrial Bens imateriais e proteção da técnica: invenções e sinais distintivos das empresas Direito Autoral Bens imateriais e proteção da obra: científicas, artístitcas, literárias C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 16 de 46 www.exponencialconcursos.com.br 4.2 – Patentes de Invenção e Modelo de Utilidade Por meio da patente, é garantido ao autor de invenção ou modelo de utilidade o direito de propriedade sobre sua criação. Inclusive herdeiros ou sucessores do autor podem requerer a patente. No caso de mais de um pedido junto ao INPI contendo a mesma invenção ou modelo de utilidade, por autores independentes, prevalece aquele que provar o depósito mais antigo, independente das datas das invenções ou criações. Pois bem, a LPI definiu os institutos: • Invenção (art. 8º): É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. Portanto, a invenção diz respeito a algo completamente novo. • Modelo de utilidade (art. 9º): É patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. É um aperfeiçoamento ou inovação de equipamento ou produto que já existe, mas que não está protegido pela patente. Ainda, para que uma invenção ou modelo de utilidade sejam patenteáveis, devem atender aos seguintes requisitos: Embora os requisitos acima estejam observados por certa invenção ou modelo de utilizado, é necessário ainda que não haja impedimentos (ilicitudes) nos termos do art. 18 da LPI: I n v e n ç ã o e M o d e lo d e U ti li d a d e Novidade Desconhecido pelos cientistas ou pesquisadores. Algo novo não compreendido no estado da técnica Atividade Inventiva Quando, para um técnino, não decorrer, de forma evidente ou óbvia, do estado da técnica Aplicação Industrial Quando pode ser utilizado ou produzido em qualquer tipo de indústria. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 17 de 46 www.exponencialconcursos.com.br Ainda, por cima, não são considerados invenção nem modelo de utilidade algumas obras, produtos, técnicas e situações, conforme art. 10, LPI. 4. (FGV/ICMS-RJ/2008) A respeito das patentes, é incorreto afirmar que: a) as regras de jogo e programas de computador em si não são consideradas patentes. b) a patente de invenção vigorará pelo prazo de vinte anos e a de modelo de utilidade pelo de quinze anos, contados da data do respectivo depósito. NÃO SÃO PATENTEÁVEIS • O que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas • Substâncias, suas modificações e seus processos quando resultantes da transformação do núcleo atômico • O todo ou parte de seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que obedecem aos requisitos de patentiabilidade e que não sejam mera descoberta. Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de utilidade: I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos; II - concepções puramente abstratas; III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização; IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética; V - programas de computador em si; VI - apresentação de informações; VII - regras de jogo; VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal; IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 18 de 46 www.exponencialconcursos.com.br c) nos casos de emergência nacional ou interesse público, declarados em ato do Poder Executivo Federal, desde que o titular da patente ou seu licenciado não atendam a essa necessidade, poderá ser concedida, mediante requerimento, licença compulsória, com prazo indeterminado e não exclusiva, para exploração da patente, sem prejuízo dos direitos do respectivo titular. d) a invenção pertence unicamente ao empregador quando decorrer de contrato de trabalho cuja execução ocorra no Brasil e que tenha por objeto a pesquisa ou atividade inventiva, ou resulte da natureza dos serviços para os quais o empregado foi contratado. e) o pedido de patente de invenção tem que se referir a uma única invenção ou a um grupo de invenções inter-relacionadas de forma a compreenderem um único conceito inventivo. Comentários c) Incorreta. Bem, há a possibilidade do titular da patente conceder licença para que terceiro explore a sua patente, mediante contrato (arts. 61 a 74). Esta licença poderá ser voluntária ou compulsória, devendo ser registrado o contrato no INPI. Ainda há um caso específico de licença compulsória, conforme art. 71 da LPI, que é o caso tratado nesta alternativa: Art. 71. Nos casos de emergência nacional ou interesse público, declarados em ato do Poder Executivo Federal, desde que o titular da patente ou seu licenciado não atenda a essa necessidade, poderá ser concedida, de ofício, licença compulsória, temporária e não exclusiva, para a exploraçãoda patente, sem prejuízo dos direitos do respectivo titular. Licença de Patente Licença Voluntária Mediante contrato acordado entre as partes A patente poderá ser ofertada pelo INPI Licença Compulsória Exercício abusivo da patente e abuso de poder econômico Não exploração do objeto da patente, exceto por inviabilidade econômica A comercialização que satisfizer o mercado Comprovada em decisão administrativa ou judicial C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 19 de 46 www.exponencialconcursos.com.br Parágrafo único. O ato de concessão da licença estabelecerá seu prazo de vigência e a possibilidade de prorrogação. Portanto, esta alternativa está incorreta, com base no disposto no art. 71 da LPI. O erro está na palavra “mediante requerimento” e “com prazo indeterminado”, quando o correto seria a concessão da patente de ofício e por prazo temporário, respectivamente. a) O art. 10 relaciona os casos que não são considerados invenção, nem modelo de utilidade. Dentre eles, temos os programas de computador em si (inciso V) e as regras de jogo (inciso VII). Correta. b) Conforme o art. 40 da LPI, a patente de invenção vigora pelo prazo de 20 anos da data do depósito, ou 10 anos da concessão (prazo mínimo). A patente de modelo de utilidade vigora pelo prazo de 15 anos da data do depósito, ou 7 anos da concessão (prazo mínimo). Esses prazos são improrrogáveis. Alternativa está correta. Exemplo: o depósito do pedido de patente de invenção foi realizado em 2010, mas a concessão só foi realizada em 2029 por questões diversas (judicial, por exemplo). Como o prazo mínimo é de 10 anos da concessão, a patente vigorará até 2039. d) Correta, nos termos do art. 88 da LPI. Quando a invenção ou o modelo de utilidade resultam dos serviços de empregado contratado para tal, o titular do direito de propriedade industrial é o empregador. A LPI, ainda assegura essa titularidade ao empregador, até um ano após o fim do vínculo empregatício, no caso de requerimento de patente pelo empregado. Neste caso, considera-se que a invenção ou o modelo de utilidade foram desenvolvidos durante a vigência do contrato de trabalho. Art. 88. A invenção e o modelo de utilidade pertencem exclusivamente ao empregador quando decorrerem de contrato de trabalho cuja execução ocorra no Brasil e que tenha por objeto a pesquisa ou a atividade inventiva, ou resulte esta da natureza dos serviços para os quais foi o empregado contratado. e) Correta, conforme a literalidade do art. 22 da LPI. O pedido de patente deve englobar apenas uma invenção ou invenções que tenham uma relação entre si, fazendo parte do mesmo processo ou tecnologia. Gabarito: C 4.3 – Desenho Industrial O desenho industrial é protegido pela LPI por meio de registro (não é a patente). Então, a definição legal de desenho industrial é a seguinte: Art. 95. Considera-se desenho industrial a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 20 de 46 www.exponencialconcursos.com.br Considera-se, então, que o desenho industrial possui natureza estética. A partir desta definição, podemos considerar os seguintes requisitos: • Novidade: quando não compreendido no estado da técnica; • Originalidade: quando dele resulte uma configuração visual distintiva, em relação a outros objetos anteriores, mas poderá ser decorrente da combinação de elementos conhecidos. • Desimpedimento: os desenhos puramente artísticos não são considerados desenho industrial. Ainda, não são registráveis como desenho industrial: o O que for contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas, ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou ideia e sentimentos dignos de respeito e veneração; o A forma necessária comum ou vulgar do objeto ou, ainda, aquela determinada essencialmente por considerações técnicas ou funcionais. • Vigência da proteção ao registro do desenho industrial: o Tem duração de 10 anos a contar do depósito - admitidas até 3 prorrogações sucessivas por períodos de 5 anos (art. 108), totalizando 25 anos do depósito. • Pedido de registro de desenho: feito o depósito do desenho no INPI, há imediata publicação e concomitante expedição de certificado (art.106). 4.4 - Marca A Marca pode ser definida como o sinal distintivo de percepção visual, não compreendido nas proibições legais (art. 122). Os requisitos previstos para a marca são: • Novidade relativa: marca deve cumprir sua finalidade, de identificar, direta ou indiretamente, produtos e serviços. Não é necessária a novidade absoluta (expressão linguística nova). Por esse motivo, a proteção é restrita à classe dos produtos ou serviços a que pertence o objeto marcado (princípio da especificidade – classes). Exceto: a marca de alto renome (art. 125). C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 21 de 46 www.exponencialconcursos.com.br • Não-colidência com marca notória (art. 126): sob pena de indeferimento de ofício pelo INPI. Visa a repressão à contrafação de marcas (pirataria). • Desimpedimento (art. 124): lista de signos que não são registráveis como marca (embora possa ser utilizada na identificação de produtos e serviços). Listarei alguns não registráveis: o brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumento oficiais, públicos, nacionais, estrangeiros ou internacionais, bem como a respectiva designação, figura ou imitação; o letra, algarismo e data, isoladamente, salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva; o expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou idéia e sentimento dignos de respeito e veneração; o reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de título de estabelecimento ou nome de empresa de terceiros, suscetível de causar confusão ou associação com estes sinais distintivos; o sinal ou expressão empregada apenas como meio de propaganda; o cores e suas denominações, salvo se dispostas ou combinadas de modo peculiar e distintivo; o indicação geográfica, sua imitação suscetível de causar confusão ou sinal que possa falsamente induzir indicação geográfica; o nome, prêmio ou símbolo de evento esportivo, artístico, cultural, social, político, econômico ou técnico, oficial ou oficialmentereconhecido, bem como a imitação suscetível de criar confusão, salvo quando autorizados pela autoridade competente ou entidade promotora do evento; o obra literária, artística ou científica, assim como os títulos que estejam protegidos pelo direito autoral e sejam suscetíveis de causar confusão ou associação, salvo com consentimento do autor ou titular; o objeto que estiver protegido por registro de desenho industrial de terceiro. • Vigência da proteção ao registro da marca: o vigora por 10 anos, contados da concessão, sendo cabíveis sucessivas prorrogações por igual período (art.133). C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 22 de 46 www.exponencialconcursos.com.br 4.4.1 - Nome empresarial x marca x título do estabelecimento Tais institutos se ferem à empresa, mas não se confundem como podemos notar no decorrer deste curso. Vejamos!!! O nome empresarial identifica o sujeito de direito, aquele que exerce a atividade empresarial, sendo protegido a partir do registro na Junta Comercial. Já a marca identifica os produtos e serviços, gozando de proteção a partir do registro no INPI. E, por fim, o título do estabelecimento identifica o local onde a atividade empresarial é exercida. Por exemplo: razão social - Casa Bahia Comercial Ltda. O local onde os consumidores frequentam se chama Casas Bahia – é o título do estabelecimento. Não necessariamente o título do estabelecimento coincide com o núcleo do nome empresarial ou da marca. Até o momento, não existe registro para título do estabelecimento, ok? 5 – Comércio Eletrônico Bem, pessoal, o comércio eletrônico um tema ainda novo e muito pouco cobrado em prova. Contudo, devemos nos cercar de todos os lados, certo? Então, vamos lá! 5.1 – Definição O comércio eletrônico é caracterizado pelos negócios comerciais, venda de produtos e prestação de serviços, num ambiente virtual. O estabelecimento empresarial neste caso não é físico, mas sim virtual e sua transações ocorrem com a transmissão de dados via internet ou fora dela (pode ser via telefone). C o m é r c io E le tr ô n ic o Venda de produtos e prestação de serviços em estabelecimento virtual Oferta e contrato por transmissão e recepção eletrônica de dados, via internet ou fora dela Não há estabelecimento físico - negócios celebrados pela aceitação por meio de transmissão de dados. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 23 de 46 www.exponencialconcursos.com.br Em relação ao estabelecimento, algumas características do estabelecimento físico não podem ser aplicadas ao virtual, como a localização física do ponto. No entanto, outras são aplicadas como o fundo de comércio e a natureza jurídica. Então, juridicamente falando, a oferta do produto ou serviço ocorre somente no momento do acesso pelo consumidor, vinculando o empresário a partir de então. Já a aceitação ao contrato pelo consumidor, se dá no momento em que o empresário recebe essa informação em seu sistema, ok? 5. (CESPE/Juiz Substituto-TJ-DF/2003) Assinale a alternativa incorreta. No que pertine ao comércio eletrônico, pode-se afirmar que: b) no comércio eletrônico, a oferta e o contrato são realizados por transmissão e recepção eletrônica de dados, podendo ser realizado através da rede mundial de computadores ou fora dela. Comentários Certamente esta é uma das características que determinam o comércio eletrônico. Destaca-se que a oferta somente se efetiva quando o consumidor acessar as informações. Assim, não caracteriza oferta um anúncio que não seja acessado, por exemplo. Gabarito: Correta. 5.2 – Legislação aplicável . O Decreto nº 7.962, de 15 de março de 2013, regulamenta o Código de Defesa do Consumidor (CDC) ao dispor sobre a contratação no comércio eletrônico. Antes do decreto não havia uma legislação específica sobre o tema. O referido decreto trata, em suma, dos seguintes aspectos: Assim, na esquematização abaixo detalharemos alguns deveres do fornecedor: Informações claras a respeito do produto, serviço e do fornecedor Atendimento facilitado ao consumidor Respeito ao direito de arrependimento C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 24 de 46 www.exponencialconcursos.com.br Ainda o fornecedor tem o dever de disponibilizar um canal de atendimento ao consumidor em meio eletrônico. O recebimento das demandas do consumidor deve ser confirmado pelo mesmo meio empregado por ele e sua manifestação deve ocorrer em até cinco dias. No entanto, talvez, o principal aspecto apresentado no decreto nº 7.962/2013 seja aquele relacionado ao direito de arrependimento: Porém, há o entendimento doutrinário de que somente há o direito ao arrependimento quando caracterizado o emprego pelo fornecedor de técnicas de marketing agressivo, visto considerar-se que o comércio eletrônico ocorre dentro do estabelecimento, ok? Ressalta-se, assim, que o prazo para exercer o direito de arrependimento do contrato é de 7 dias a contar de sua assinatura ou do recebimento do produto ou do serviço (art. 49, CDC). Vejamos que o direito de arrependimento previsto acima não engloba aqueles casos onde o consumidor comprou, mas não gostou do bem. O direito Deveres do fornecedor (comércio eletrônico) Nome da empresa e proprietários em local de destaque e fácil visualização. Endereço físico e eletrônico Características essenciais do produto ou serviço (riscos à saúde e segurança). Discriminação de despesas adicionais. Sumário do contrato antes da compra, ferramentas eficazes ao consumidor para correção de erros na compra Confirmar a aceitação imediata da oferta, disponibilizar o contrato após a contratação D ir e it o d e a r r e p e n d im e n to O fornecedor deve prestar informação clara e ostensiva acerca dos meios para o seu exercício O consumidor pode utilizar qualquer ferramenta para o seu exercício Implica rescisão dos contratos acessórios, sem qualquer ônus para o consumidor Fornecedor deve comunicar imediatamente ao banco ou administradora de cartão de crédito. Não lançamento na fatura do cartão ou Que seja estornado o valor C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 25 de 46 www.exponencialconcursos.com.br ao arrependimentoé previsto para proteger o consumidor que não tem contato direto com o produto, mas é influenciado pelas propagandas do fornecedor, ok? Por fim, o titular do estabelecimento empresarial virtual só responde pela veracidade e regularidade da publicidade quando apresentar anúncio abusivo ou enganoso sobre os seus próprios produtos ou serviços. 6. (CESPE / Juiz Substituto-TJ-DF / 2003) Assinale a alternativa incorreta. No que pertine ao comércio eletrônico, pode-se afirmar que: a) na compra de produtos ou serviços através da Internet, o consumidor internaútico não tem o direito de arrependimento, a menos que o empresário tenha se utilizado de alguma prática agressiva. Comentários Considera-se que o comércio eletrônico se passa dentro do estabelecimento virtual do fornecedor e, por isso, não abarca o direito ao arrependimento previsto no art. 49 do CDC. Contudo, pode ser aplicado quando da prática de propagandas e anúncios agressivos. Gabarito: Correta. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 26 de 46 www.exponencialconcursos.com.br 7 - Questões Comentadas 7.(FCC/Julgador Administrativo Tributário-SEFAZ-PE/2015) No que se refere à defesa da concorrência, considere os enunciados seguintes, relativos às infrações da ordem econômica: I. As diversas formas de infração da ordem econômica implicam a responsabilidade da empresa e a responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores, subsidiariamente. II. Serão solidariamente responsáveis as empresas ou entidades integrantes de grupo econômico, de fato ou de direito, quando pelo menos uma delas praticar infração à ordem econômica. III. A personalidade jurídica do responsável por infração da ordem econômica poderá ser desconsiderada quando houver da parte deste abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. IV. A repressão das infrações da ordem econômica, em razão de sua especificidade, exclui a punição de outros ilícitos previstos em lei. Está correto o que se afirma em: a) I e IV, apenas. b) II e III, apenas. c) I, III e IV, apenas. d) I, II e III, apenas. e) I, II, III e IV. Comentários Letra “b”. I – Incorreta, pois o art. 12 da Lei nº 12.529/11 prevê responsabilidade solidária da empresa e dos administradores e dirigentes individualmente. Art. 32. As diversas formas de infração da ordem econômica implicam a responsabilidade da empresa e a responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores, solidariamente. II – Correta, nos termos literais do Art. 33 da Lei nº 12.529/11. III - Correta, conforme a literalidade do caput do art. 34 da Lei nº 12.529/11. IV- Incorreta, pois “A repressão das infrações da ordem econômica não exclui a punição de outros ilícitos previstos em lei” (art. 35 da Lei nº 12.529/11). 8.(FCC/Procurador de Contas-TCE-CE/2015) Acerca da disciplina jurídica da concorrência, constituem infração da ordem econômica os atos que possam prejudicar a livre iniciativa, C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 27 de 46 www.exponencialconcursos.com.br a) desde que decorrentes de dolo ou culpa, ainda que esse efeito não seja alcançado. b) independentemente de dolo ou culpa, mas desde que esse efeito seja efetivamente alcançado. c) independentemente de dolo ou culpa, ainda que esse efeito não seja alcançado. d) desde que decorrentes de dolo ou culpa e que esse efeito seja efetivamente alcançado. e) desde que decorrentes de dolo, ainda que esse efeito não seja alcançado. Comentários Letra “c”. Como estudamos, as infrações da ordem econômica devem ser analisadas sob um enfoque objetivo, mesmo que os seus efeitos não sejam atingidos. Assim determina o art. 36 da Lei nº 12.529/2011. Art. 36. Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados: I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa; II - dominar mercado relevante de bens ou serviços; III - aumentar arbitrariamente os lucros; e IV - exercer de forma abusiva posição dominante. 9.(FCC/Julgador Administrativo Tributário-SEFAZ-PE/2015) No tocante à disciplina jurídica da livre concorrência, a concorrência desleal: I. é reprimida em nível civil, penal e administrativo e, quando caracterizada, envolve não só os interesses particulares dos empresários concorrentes, mas também as estruturas de atuação do livre mercado. II. específica viabiliza-se, basicamente, por meio de violação do segredo de empresa ou pela indução do consumidor em erro; uma espécie desse tipo de concorrência desleal é a publicidade enganosa. III. genérica não é tipificada como crime e se caracteriza na utilização de meios imorais, desonestos ou condenados pelas práticas usuais dos empresários. Está correto o que se afirma em: a) II e III, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 28 de 46 www.exponencialconcursos.com.br d) I, II e III. e) I, apenas. Comentários Letra “a”. Relembrando as nossas esquematizações para nos ajudar nesta questão: - As duas situações que ameaçam a ordem econômica: - Especificamente acerca da concorrência desleal vimos o seguinte: Assim, passemos à análise das assertivas: I – Incorreta. A concorrência desleal não é reprimida em nível administrativo e não compromete as estruturas do livre mercado. II e III – Corretas, conforme o nosso esquema acima. 10.(FCC / Juiz Substituto-TJ-RN / 2002) Constitui prática tipificada de concorrência desleal: a) reter bens de produção ou de consumo, ainda que para garantir a cobertura dos custos de produção. b) atribuir-se, como meio de propaganda, recompensa ou distinção que não obteve. Concorrência Ilícita Concorrência DESLEAL Em razão dos interesses particulares dos empresários. Não compromete as estruturas do livre mercado. É combatida em nível civil e penal. INFRAÇÃO da ordem econômica Ocorre o abuso de poder econômico. Compromete as estruturas do livre mercado. É combatida em nível civil, penal e administrativo. Concorrência DESLEAL Específica Tipificação CIVIL e PENAL Lesão a direito de propriedade intelectual, violação do segredo de empresa ou indução do consumidor em erro. Genérica Apenas tipificação CIVIL - indenização por perdas e danos. Condutas não tipificadas como crime C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us thav o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 29 de 46 www.exponencialconcursos.com.br c) interromper ou reduzir a produção, sem justa causa comprovada. d) conceder descontos em função do relacionamento comercial com a outra parte. e) obter exclusividade para divulgação de publicidade nos meios de comunicação de massa. Comentários Letra “b”. Atentar que a questão pede para assinalar a prática de concorrência desleal e não de infração da ordem econômica, ok? b) Vejamos que a ação do empresário de atribuir como meio de propaganda recompensa ou distinção que não obteve induz o consumidor ao erro, sendo por isso tipificada como prática de concorrência desleal prevista no inciso VI, do art. 195 da LPI. Correta. a) A primeira parte da alternativa está prevista como infração da ordem econômica (art. 36, §3º, XVI, Lei Antitruste), porém a parte final a descaracteriza como conduta infracional. Mesmo sendo caracterizada como infração da ordem econômica, estaria incorreta pois o enunciado pede a concorrência desleal. c) Caso signifique cessação parcial ou total das atividades da empresa, considera-se infração da ordem econômica (inciso XVII, §3º, art., 36 da Lei Antitruste). Mas não é prática de concorrência desleal. d) também não é prática prevista como concorrência desleal. e) é conduta tipificada como infração da ordem econômica prevista no inciso VI do §3º do art. 36 da Lei Antitruste. Não é concorrência desleal. 11.(FCC / Juiz Substituto-TJ-RN / 1999) A caracterização da infração da ordem econômica, passível de repressão pelo CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica depende da: a) comprovação da intenção do agente econômico ara lesar concorrentes b) comprovação de prejuízo imediato para o consumidor c) ocorrência de abuso de poder econômico capaz de inibir o ingresso de novos concorrentes no mercado. d) verificação de situação de monopólio de mercado. e) sua repercussão era todo a território nacional. Comentários Letra “c”. Das alternativas acima, a letra C é a única prevista na Lei Antitruste, no inciso III, do §3º do art. 36- “limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado”. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 30 de 46 www.exponencialconcursos.com.br 12.(VUNESP/Analista Jurídico-EMPLASA-SP/2014) O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência atua na prevenção e na repressão às infrações contra a ordem econômica, orientada pelos ditames constitucionais de liberdade de iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade, defesa dos consumidores e na repressão ao abuso do poder econômico. Referido sistema é formado pelo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e a) pela Secretaria das Finanças do Ministério da Fazenda. b) pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda. c) pela Secretaria de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça. d) pelo Instituto Nacional de Defesa do Consumidor. e) pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Comentários Letra “b”. Conforme o art. 3º da Lei Antitruste, o SBDC é formado pelo CADE e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda. Art. 3o O SBDC é formado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, com as atribuições previstas nesta Lei. 13.(CESPE / Juiz Federal Substituto-TRF-1ª / 2013) Quanto às infrações da ordem econômica dispostas na Lei Antitruste, assinale a opção correta. e) Nas relações comerciais de prazo indeterminado, o rompimento da continuidade em razão de recusa da outra parte em submeter-se a cláusulas anticoncorrenciais caracteriza infração à ordem econômica. Comentários Correta. Esta conduta está caracterizada como infração da ordem econômica nos termos do art. 36, §3º, inciso XII da Lei Antitruste. Art. 36. Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados: (...) § 3o As seguintes condutas, além de outras, na medida em que configurem hipótese prevista no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam infração da ordem econômica: XII - dificultar ou romper a continuidade ou desenvolvimento de relações comerciais de prazo indeterminado em razão de recusa da outra parte em submeter-se a cláusulas e condições comerciais injustificáveis ou anticoncorrenciais; C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 31 de 46 www.exponencialconcursos.com.br 14.(FGV / ICMS-AP / 2010) Adalberto adquiriu uma máquina de lavar roupa pela Internet da empresa Linha Branca S.A.. Após receber a mercadoria na sua residência, Adalberto constatou que tinha outras expectativas em relação ao produto adquirido. Considerando a disciplina jurídica das relações de consumo, assinale a alternativa que indique a providência que Adalberto pode tomar. a) Nenhuma, pois a legislação brasileira quanto às relações de consumo veda o direito de arrependimento. b) No prazo de 07 dias do recebimento da máquina de lavar roupa, Adalberto pode desistir da compra e receber o valor pago. c) No prazo de 07 dias do recebimento da máquina de lavar roupa, Adalberto pode desistir da compra e terá direito, obrigatoriamente, a escolher outra mercadoria da empresa Linha Branca S.A.. d) Adalberto tem 30 dias para pensar sobre a sua compra e procurar a empresa para receber a devolução do dinheiro ou outra mercadoria. e) A situação deverá ser negociada entre Adalberto e a empresa Linha Branca, pois o Código de Defesa do Consumidor não traz nenhuma disciplina específica para esta situação. Comentários Letra “b”. Esta questão trata do direito de arrependimento. Segundo Fabio Ulhoa “As legislações protetivas dos consumidores asseguram o direito de arrependimento na hipótese de o fornecedor empregar técnicas de marketing “agressivo” (art. 49 do CDC). A identificação jurídica dessas técnicas, até a difusão do comércio eletrônico, era feita pela noção de ato de consumo realizado “fora do estabelecimento” (porta a porta, telemarketing, marketing etc.).”. Desta forma, considera-se que o negócio realizado de forma virtual não é realizado fora do estabelecimento do fornecedor, e sim dentro; já que o consumidor tem a iniciativa de procurar o estabelecimento do fornecedor, tendo acesso detalhado a dados e informações, que também teria no caso de estabelecimento físico. Sendo assim, o direito de arrependimento cabe ao comércioeletrônico nos mesmos termos do negócio realizado de forma não- virtual, isto é, cabe no caso de marketing agressivo somente. De outra forma, se o negócio virtual não emprega técnica agressiva, o direito de arrependimento não se justifica. Este é o entendimento doutrinário. Retornando ao enunciado da questão, observamos que no negócio realizado não há relato de marketing agressivo; há somente a frustração das expectativas do comprador pelo bem. Contudo é prática comercial conceder o direito de arrependimento mesmo neste caso. Sendo assim, na questão, foi adotada essa prática literal do art. 49 do CDC e considerada a venda realizada através de comércio eletrônico como sendo fora do estabelecimento. Então, fiquemos atentos a esse embate! C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 32 de 46 www.exponencialconcursos.com.br Art. 49 do CDC. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados. 15.(FGV / ICMS-RJ / 2010/ADAPTADA) Com relação à proteção da ordem econômica e da concorrência, analise as afirmativas a seguir: I. A discriminação de adquirentes ou fornecedores de bens ou serviços por meio da fixação diferenciada de preços, conduta prevista no artigo 36, §3º, X, da Lei n.° 12.529/11, não caracterizará infração da ordem econômica se essa conduta foi praticada sem a intenção de ou não tiver o efeito de prejudicar a livre concorrência, dominar mercado relevante, aumentar arbitrariamente os preços ou exercer de forma abusiva uma posição dominante. Comentários Incorreta, pois combina as condutas previstas pelo §3º com os efeitos efetivos ou potenciais no caput do art. 36 da Lei Antitruste, sendo irrelevante sabermos se houve ou não culpa na prática dessas ações, já que a avaliação administrativa (CADE) é feita de forma objetiva para verificar os efeitos da conduta infracional. 16.(TJ-DF / Juiz Substituto-TJ-DF / 2008) Assinale a alternativa incorreta: a) Prescrevem em cinco anos as infrações da ordem econômica, contados da data da prática do ilícito ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. Interrompe-se a prescrição com o compromisso de cessação ou de desempenho. b) As decisões do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), não comportam revisão no âmbito do Poder Executivo. c) Constitui infração à ordem econômica o aumento arbitrário dos lucros. d) A chamada posição dominante é presumida quando a empresa ou grupo de empresas controla 20% (vinte por cento) de mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo CADE para setores específicos da economia. Comentários a) Incorreta. A parte final a respeito da interrupção da prescrição está incorreta, pois a previsão de interrupção da prescrição das infrações da ordem econômica ocorre por qualquer ato administrativo ou judicial que tenha por C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 33 de 46 www.exponencialconcursos.com.br objeto a apuração da infração contra a ordem econômica, bem como a notificação ou a intimação da investigada (art. 46, §1º, Lei 12.529/11). Portanto, o compromisso de cessação ou desempenho não interrompe a prescrição. b) Correta. Art. 9º, §2º e art. 61, §3º da Lei Antitruste. Art. 9º. §2o As decisões do Tribunal não comportam revisão no âmbito do Poder Executivo, promovendo-se, de imediato, sua execução e comunicando-se, em seguida, ao Ministério Público, para as demais medidas legais cabíveis no âmbito de suas atribuições. Art. 61. §3o Julgado o processo no mérito, o ato não poderá ser novamente apresentado nem revisto no âmbito do Poder Executivo. c) Correta. Art. 36, III, da Lei Antitruste. d) Correta. Art. 36, §2º da Lei Antitruste. Art. 36. §2o Presume-se posição dominante sempre que uma empresa ou grupo de empresas for capaz de alterar unilateral ou coordenadamente as condições de mercado ou quando controlar 20% (vinte por cento) ou mais do mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo Cade para setores específicos da economia. 17.(CESPE / Juiz Federal Substituto-TRF-5ª região/2005) Considere a seguinte situação hipotética. Duas auto-escolas, que dominam menos de 1% do mercado relevante, e cujas sedes localizam-se na mesma avenida, decidiram fixar, em comum acordo, preços e condições para a prestação de seus serviços. Nessa situação, com base na disciplina jurídica da concorrência empresarial, é correto concluir que não houve infração à ordem econômica. Comentários Correta. Neste caso, o domínio de mercado relevante não caracteriza infração à ordem econômica visto que apenas 1% do mercado relevante é dominado pelas duas auto-escolas. Assim, nos termos do art. 36, §2º da Lei 12.529/11, este percentual de domínio deveria ser de 20% ou mais do mercado relevante, podendo este percentual ser redefinido pelo CADE para setores específicos da economia. Além disso, como já vimos, o CADE deve apreciar os atos que de alguma forma possam limitar ou prejudicar a livre concorrência, bem como resultar no domínio de mercado relevante de bens e serviços. Portanto, presume-se que o domínio de pelo menos 20% do mercado relevante é que poderá constituir infração da ordem econômica. 18.(FGV/Procurador-TCM-RJ/2008) Assinale a afirmativa correta. a) O prazo de vigência da patente de invenção não pode ser inferior a quinze anos, a contar da data de concessão, ressalvada a hipótese de o INPI estar C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso REGULAR de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof.º Wangney Ilco – Aula 10 Prof.º Wangney Ilco 34 de 46 www.exponencialconcursos.com.br impedido de proceder ao exame do mérito do pedido por pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior. b) A patente de invenção vigora pelo prazo de vinte anos, contados da data do depósito. c) A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial é assegurada em todo o território brasileiro mediante o ato de protocolo do pedido das patentes e marcas do Instituto Nacional de Propriedade Industrial. d) É patenteável a invenção que atenda aos requisitos da novidade e atividade inventiva, sendo dispensável sua aplicação industrial. e) Os programas de computador são considerados invenções ou modelos de utilidade, podendo seu autor obter a
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