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Aula 01 - Teoria da Constituição Parte 1

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Direito Constitucional 
Classificação, Estrutura e Normas Constitucionais 
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Fala pessoal, tudo certo? 
Vamos começar a segunda aula de nossa busca aos 100% de acertos! 
Preparados? Então vamos nessa! 
 
Classificação, Estrutura e Normas Constitucionais: 
 
Classificação das Constituições. 
Vamos ver agora como a doutrina classifica as Constituições. 
Cada classificação refere-se a um foco específico de observação, logo, não são 
classificações excludentes e sim "cumulativas", já que uma constituição 
pode ter umas várias classificações diferentes, dependendo tão somente de 
qual quesito está sendo observado, por exemplo a sua estrutura, extensão, 
formação e até mesmo a forma como ela se relaciona com a realidade da 
sociedade. 
Vamos então analisar cada um desses quesitos: 
 
1- Quanto à origem: 
Significa a forma pela qual a Constituição se originou. Quanto à origem, a 
Constituição pode ser: 
 Promulgada (popular, ou democrática) – É aquela legitimada pelo 
povo. É elaborada por uma assembléia constituinte formada por 
representates eleitos pelo voto popular. (ex. Brasil de 1891, 1934, 1946 e 
1988) 
 Outorgada (imposta) - É aquela imposta unilateralmente pelos 
governantes sem manifestação popular. Muitos autores chamam de 
“Carta” e não de “Constituição”. (ex. Brasil de 1824, 1937, 1967 e a EC 
1/69, que pode ser considerada como uma Constituição autônoma) 
 Cesarista (ou bonapartista) -É uma carta considerada outorgada, 
porém, é submetida a uma votação popular para que seja ratificada. Não 
se pode dizer essa participação popular torna a constituição democrática, 
já que se trata tão somente de uma ratificação para fins de 
consentimento do povo com a vontade do governante. 
 
 
 
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Pulo do Gato: 
No Brasil tivemos 8 Constituições - 4 promulgadas e 4 Outorgadas. Foram 
outorgadas as Constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969 (dica: A primeira é 
um número par, as demais são ímpares). Por outro lado, foram promulgadas as 
de 1891, 1934, 1946 e 1988 (dica: A primeira é um número ímpar, as demais 
são pares). 
 
 
2- Quanto à forma: 
 Escrita (ou instrumental) – É formalizada em um texto escrito. (ex. 
Brasil de 1988) 
 
 Como já foi visto, a forma escrita é uma das 
caracterísitcas do conceito ideal de Constituição do constitucionalismo moderno 
e, para o Prof. Canotilho, a constituição escrita tem função de racionalizar, 
estabilizar, dar segurança jurídica, além de ser instrumento de publicidade e 
calculabilidade (calculabilidade significa que a Constituição escrita consegue 
expor com maior clareza o que se pode e o que não se pode fazer). 
 
 Não-escrita – Também chamada de Constumeira (Consuetudinária), não 
se manifesta em estrutura solene. A matéria constitucional está 
assentada e reconhecida pela sociedade em seus usos, costumes e etc. 
(ex. Inglaterra). 
 
 
a) Para Alexandre de Moraes, para ser escrita a constituição deve estar 
codificada em um texto único. Se a constituição for baseada em leis esparsas 
não pode ser considerada uma Constituição escrita. 
b) Para o Prof. André Ramos Tavares, se a constituição estiver sistematizada 
em um documento único será chamada de codificada, já se estiver em textos 
esparsos, será chamada de legal. 
c) O Prof. Pinto Ferreira utiliza a mesma lógica de André Ramos Tavares, mas 
chama a primeira (texto único) de reduzida, enquanto a segunda (textos 
esparsos) denomina de variada. 
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d) É importante não confundir a nomenclatura "legal" da classificação do Prof. 
Tavares com outra proposta por Alexandre de Moraes. Para este autor 
(Alexandre de Moraes), constituição legal seria aquela que tem o poder de se 
impor, tem força normativa tal qual as leis (essa classificação costuma ser 
usada pela FCC).Assim, se utilizarmos o exemplo da CF/88, ela não seria legal, 
mas sim codificada sob a ótica do Prof. Tavares (a qual relaciona estes termos 
ao fato de os termos estarem ou não compilados), porém, seria uma 
constituição legal se analisada sob este aspecto proposto por Alexandre de 
Moraes (o qual utiliza o termo, não para distinguir a condensação ou não dos 
textos, mas para demonstrar a sua força normativa). 
 
3- Quanto à extensão: 
 Sintéticas – São concisas, ou seja, aquelas que restringem-se a tratar 
das matérias essenciais a uma Constituição - basicamente a organização 
do Estado e direitos fundamentais. (Ex. EUA) 
 Analíticas – São as extensas, prolixas, que tratam de várias matérias 
que não são as fundamentais. Elas são a tendência das Constituições 
atuais, já que se percebeu que o papel do Estado não pode se limitar a 
garantir as liberdades do povo, mas deve agir ativamente para assegurar 
os direitos. (Ex. Brasil 1988) 
 
4- Quanto ao conteúdo: 
 Material – Quando adotam-se como constitucionais apenas as normas 
essenciais a uma Constituição. 
 A Constituição brasileira de 1824 era material, pois 
possuia em seu art. 178 o seguinte texto: "É só Constitucional o que diz 
respeito aos limites e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos 
direitos políticos e individuais dos cidadãos". Ou seja, ela limitou o que seria ou 
não Constitucional usando como critério o conteúdo, matéria tratada e não a 
forma. 
 
 Formal – Independe do conteúdo, basta que o assunto seja tratado em 
um texto rígido supremo para ser tido como constitucional. (Ex. Brasil de 
1988) 
 
5- Quanto à elaboração: 
 Dogmática – É aquela elaborada por um órgão Constituinte consolidando 
o pensamento que uma sociedade possui naquele determinado momento, 
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por isso é necessariamente escrita, pois precisa esclarecer estas situações 
que ainda não estão “maduras”, solidificadas no pensamento da 
sociedade.Diz-se que a Constituição dogmática sistematiza as idéias da 
teoria política e do direito dominante naquele determinado momento da 
história de um Estado. 
 Histórica – Diferentemente da dogmática, a histórica não é elaborada em 
um momento específico, ela surge ao longo do tempo. Desta forma, ela 
não precisa ser escrita pois possui seus fundamentos já solidificados. 
 
6- Quanto à alterabilidade (ou estabilidade): 
 Rígida – Quando se sobrepõe a todas as demais normas. Assim, somente 
um processo legislativo especial e complexo poderá alterar seu texto. É o 
que ocorre na CF/1988, que prevê um processo muito mais rígido para se 
elaborar uma Emenda Constitucional do que para elaborar uma simples 
lei ordinária. 
 Flexível – Quando está no mesmo patamar das demais lei, não 
necessitando nenhum processo especial para alterá-la. 
 Semi-rígidasou semi-flexível- Possuem uma parte rígida e outra 
flexível. a Constituição Brasileira de 1824 era semi-rígida pois, como 
vimos, trazia em seu art. 178 que: "É só Constitucional o que diz respeito 
aos limites e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos 
políticos e individuais dos cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode 
ser alterado semas formalidades referidas, pelas legislaturas ordinárias”. 
 Imutáveis – Não podem ser alteradas. 
 Super-rígidas – É como o Prof. Alexandre de Moraes classifica a CF/88. 
Isso ocorre pois na Constituição de 1988 temos as chamadas "cláusulas 
pétreas", normas que não podem ser abolidas por emendas 
constitucionais. 
 
7- Quanto à finalidade: 
 Garantia (ou negativa) – É aquela que se limita a trazer elementos 
limitativos do poder do Estado. 
 Dirigente – Possui normas programáticas traçando um plano para o 
governo. 
 Balanço - Utilizada para ser aplicada em um determinado estágio político 
de um país. De tempos em tempos é revista para se adequar o texto à 
realidade social, ou criar uma nova Constituição. 
 
8- Quanto à relação com a realidade (classificação ontológica): 
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Classificação desenvolvida por Karl Loewenstein. Classificam-se as Constituições 
de acordo com o modo que os agente políticos aplicam a norma. 
 Constituição normativa – É a Constituição que é efetivamente aplicada, 
normatiza o exercício do poder e obriga realmente a todos. 
 Constituição nominal, nominalista ou nominativa – É ignorada na 
prática. 
 Constituição semântica – É aquela que serve apenas para justificar a 
dominação daqueles que exercem o poder político. Ela sequer tenta 
regular o poder. 
 
 Essa classificação de Loewenstein possui 
nomenclatura semelhante a uma outra classificação trazida pelo Prof. Alexandre 
de Moraes. Segundo o Professor: 
 
 Constituições nominalistas - Seriam aquelas que em seu texto já 
possuem direcionamentos para resolver os casos concretos. Basta uma 
aplicação pura e simples das normas através de uma interpretação 
gramatical-literal. 
 Constituições semânticas - Seriam aquelas constituições onde, para se 
resolverem os problemas concretos, precisaria de uma análise de seu 
conteúdo sociológico, ideológico e metodológico, o que propicia uma 
maior aplicabilidade "político-normativa-social" de seu texto. 
Assim, segundo a classificação de Loewenstein, entendemos que o Brasil teria 
uma Constituição normativa, pois ela é uma norma a ser seguida e podemos 
exigir o seu cumprimento (embora muitos doutrinadores adotem como sendo 
nominalista, pois defendem que, na prática, muitos de seus preceitos são 
ignorados, principalmente os programáticos). Segundo a classificação trazida 
pelo Prof. Alexandre de Moraes, ela seria nominalista pois traz em seu texto os 
meios para solucionar as controvérsias. 
 
9- Quanto à dogmática (ou ideologia): 
 Ortodoxas (ou simples) - influenciada por ideologia única. 
 Ecléticas (ou complexas) - influenciada por várias ideologias. 
 
10- Outras Classificações: 
A doutrina ainda traz a classificação das Constituições denominadas Pactuadas 
ou Dualistas que se referem a um compromisso firmado entre o rei e o Poder 
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Legislativo, pelo qual a monarquia ficaria sujeitada aos esquemas 
constitucionais. Assim a Constituição se sujeitaria a dois princípios: monárquico 
e democrático. Um exemplo foi a Magna Carta inglesa de 1215, onde o rei João 
Sem Terra, para não ser deposto de seu trono, teve de aceitar uma carta 
imposta pelos barões, se submetendo a um rol de exigências destes. 
 
Classificação da Constituição Brasileira de 1988: 
Promulgada, escrita, analítica, rígida (ou super-rígida), formal, dogmática, 
dirigente, eclética, normativa (ou nominalista - sem consenso, neste caso - na 
classificação de Loewenstein), nominalista (na classificação de resolução dos 
problemas de Alexandre de Moraes), codificada (para André Ramos Tavares) ou 
reduzida (para Pinto Ferreira), legal (pelo fato de valer como lei, para Alexandre 
de Moraes). 
 
Quadro-resumo sobre a classificação das Constituições: 
Critério 
Classificaçã
o 
Conceito 
No Brasil 
(CF/88) 
Origem 
Outorgada Imposta pelo governante. 
Promulgada 
Promulgada 
Legitimada pelo povo 
através de uma Assembleia 
Constituinte. 
Cesarista 
Imposta pelo governante, 
mas posteriormente levada 
à aprovação popular (não 
deixa de ser outorgada). 
Forma 
Escrita 
Documento Escrito (se único 
= codificada/se vários = 
legal). 
Escrita e 
Codificada. 
Não-Escrita 
Consuetudinária 
(costumeira). O que importa 
é o conteúdo e não como ele 
é tratado. 
Extensão 
Sintética 
Dispõe apenas sobre 
matérias essenciais 
(organização do Estado e 
limitação do poder). Analítica 
Analítica 
É extensa tratando de vários 
assuntos, ainda que não 
sejam essenciais. 
Conteúdo Formal Independe do conteúdo Formal 
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tratado. Se estiver no corpo 
da Constituição será um 
assunto constitucional, já 
que o importante é tão 
somente a forma. 
Material 
O importante é apenas o 
conteúdo. Não precisa estar 
formalizado em uma 
constituição para ser um 
assunto constitucional. 
Elaboraç
ão 
Dogmática 
Necessariamente escrita. 
Reflete a realidade presente 
na sociedade em um 
determinado momento. Dogmática 
Histórica 
Consolidada ao longo do 
tempo. 
Alterabili
dade ou 
estabilida
de. 
Flexível 
Pode ser alterada por leis de 
status ordinário. Prescinde 
de procedimento especial 
para ser alterada. 
Rígida (ou 
super-rígida já 
que possui 
cláusulas 
pétreas). 
Em 1824 era 
semi-rígida. 
Rígida 
Somente pode ser alterada 
por um procedimento 
especial. 
Semirrígida 
ou semi-
flexível 
Possui uma parte rígida e 
outra flexível. 
Imutável Não podem ser alteradas 
Ontológic
a ou 
conexão 
com a 
realidade 
Nominalista É ignorada. 
Normativa ou 
nominalista 
(sem consenso) 
Normativa Efetivamente aplicada. 
Semântica 
Criada apenas para 
justificar o poder de um 
governante. 
Finalidad
e 
Dirigente 
Possui normas 
programáticas traçando um 
plano para o governo. 
Dirigente 
Garantia 
Constituição negativa, 
sintética. Não traça planos, 
apenas limita o poder e 
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organiza o Estado. 
Balanço 
Utilizada para ser aplicada 
em um determinado estágio 
político de um país. 
Ideologia 
Ortodoxa Única ideologia 
Eclética 
Eclética Várias ideologias 
 
 Questões da FCC: 
 
1. (FCC/ Juiz- AL/ 2015) As constituições dirigentes 
(A) têm, entre seus objetivos, a transformação social a partir do direito, 
tendo em vista que vinculam o estado com programas que devem ser seguidos 
e objetivos que devem ser alcançados. 
(B) são espécies criadas a partir do constitucionalismo liberal, típico do século 
XIX, com o objetivo de reduzir o estado a um ente restrito e controlado pelo 
direito. 
(C) apresentam, entre as suas características, a necessidade de que os 
estados que as adotam procedam a uma estatização dos meios de produção e 
da propriedade privada por consequência. 
(D) são resultado dos pactos neoliberais da década de 1990, quando estados 
centrais adotaram novas vias para reduzir o impacto da intervenção estatal em 
algumas áreas da economia. 
(E) adotam, como pressuposto, textos constitucionais enxutos, que se 
limitam a fixar princípios, deixando o restante da sua regulamentação ao 
legislador ordinário, de modo a não vincular exageradamente futuras gerações. 
Comentários: 
No que se refere à classificação quanto à finalidade, a constituição dirigente é a 
que possui normas programáticas traçando um plano para o governo. 
Contrapõe-se à constituiçãodirigente a constituição balanço, e à 
constituição garantia. 
Gabarito: Letra A. 
 
2. (FCC/ Juiz- AL/ 2015) Considere os seguintes elementos 
característicos: 
I. Formaliza a existente situação do poder político, atuando como instrumento 
de estabilização voltado a perpetuar nele seus detentores de fato, que dominam 
o aparato coercitivo do Estado. 
II. Apresenta incompatibilidade com a ideia de bloco de constitucionalidade. 
III. Não apresenta mecanismos efetivos de controle de constitucionalidade das 
leis. 
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Tais elementos característicos correspondem respectivamente às seguintes 
modalidades ou categorias: 
(A) Constituição outorgada, Constituição codificada, Constituição aberta 
(B) Constituição semântica, Constituição legal, Constituição flexível 
(C) Constituição heterônoma, Constituição legal, Constituição nominal 
(D) Constituição semântica, Constituição codificada, Constituição flexível 
(E) Constituição heterônoma, Constituição orgânica, Constituição aberta 
Comentários: 
Gabarito: Letra D. 
 
3. (FCC/ Defensor- MA/ 2015) As Constituições que se apresentam em 
textos esparsos, fragmentadas em vários instrumentos normativos, são: 
(A) incompatíveis com o modelo de bloco de constitucionalidade. 
(B) as Constituições heterônomas. 
(C) as Constituições semirrígidas. 
(D) as Constituições legais ou inorgânicas. 
(E) as Constituições balanço. 
Comentários: 
Letra A. Errado, o conceito de bloco de constitucionalidade foi desenvolvido por 
Louis Favoreu, em referência às normas com status constitucional que integram 
o ordenamento jurídico francês, com o intuito de abranger a Constituição de 
1958, o preâmbulo da Constituição de 1946, a Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão de 1789, além de outras normas de valor constitucional. 
Logo, o bloco de constitucionalidade é sim compatível com documentos 
esparsos. 
Letra B. Errado, o item cobra a classificação quanto à origem da decretação, 
que pode ser: 
Constituição autônoma, autoconstituição ou homoconstituição– A 
Constituição é elaborada por órgãos do próprio Estado que irá organizá-la. 
Constituição heterônoma ou heteroconstituição (Miguel Galvão Teles) – 
Quando decretada de fora do Estado, seja por uma organização internacional, 
seja por outros Estados. Podemos citar como exemplos a Constituição do 
Canadá, Jamaica, Nova Zelândia e Austrália, aprovadas pelo Parlamento 
Britânico; Constituição da Namíbia de 1990 e do Camboja de 1993 elaboradas 
pela ONU; a Constituição da Bósnia-Herzegovina após a celebração do Acordo 
de Dayton ou Protocolo de Paris, que é o acordo a que se chegou na Base Aérea 
Wright-Patterson, perto de Dayton, no estado norte-americano do Ohio, em 
novembro de 1995, e formalmente assinado em Paris a 14 de dezembro desse 
mesmo ano. 
Letra C. As constituições semirrígidas ou semi-flexíveis são aquelas que 
possuem uma parte rígida, que a alteração exige quórum qualificado, e outra 
parte que o procedimento para modificações é o mesmo previsto para as leis 
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ordinárias. Exemplo de constituição semirrígida foi a brasileira de 1824, que em 
seu artigo 178 previa “É só Constitucional o que diz respeito aos limites, e 
atribuições respectivas dos Poderes Políticos, e aos Direitos Políticos, e 
individuais dos Cidadãos. Tudo, o que não é Constitucional, pode ser alterado 
sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias” 
Letra D. Correto, o item busca saber a classificação quanto à sistemática ou 
quanto à unidade documental, que pode ser: Codificadas (orgânicas ou 
unitextuais), Não codificadas (inorgânicas, pluritextuais ou legais) a constituição 
que se apresenta em vários documentos esparsos é uma constituição legal, 
inorgânica 
Letra E. A constituição balanço é aquela que descreve e registra, 
periodicamente, o grau de organização política e das relações reais de poder. 
Contrapõe-se à Constituição programática (diretiva ou dirigente) que são as 
que apresentam normas definidoras de tarefas e programas de ação a serem 
concretizados pelos poderes públicos. Tal classificação leva em conta a função 
ou estrutura da Constituição. 
Gabarito: Letra D. 
 
4. (FCC/ Juiz- PR/ 2015) Constituição rígida 
(A) dispensa forma escrita. 
(B) dispensa cláusulas pétreas. 
(C) pode ser modificada por lei complementar. 
(D) exclui quaisquer mecanismos de controle preventivo de 
constitucionalidade. 
(E) pressupõe mecanismo difuso de controle de constitucionalidade. 
Comentários: 
Letra A. Um dos requisitos para uma constituição rígida é que ela seja escrita. 
Letra B. Correto, segundo a classificação de Alexandre de Morais, as cláusulas 
pétreas(partes imutáveis) são características das constituições super-rígidas. 
As rígidas somente exigem um processo de alteração (emendas) mais 
dificultosos que o exigido para as leis em sentido amplo. 
Gabarito: Letra C. A constituição rígida somente pode ser modificada por 
emenda constitucional, daí vem a sua rigidez. 
Letra D. Errado. A constituição rígida traz mecanismos de controle preventivo. 
Letra E. Errado, também pode haver controle difuso nas constituições rígidas. 
Gabarito: Letra B. 
 
5. (FCC/ Técnico- TRT- 4ª Região/ 2015) Em relação à sua mutabilidade 
ou alterabilidade, as Constituições podem ser classificadas em: 
(A) flexíveis, rígidas, semirrígidas ou semiflexíveis, e superrígidas. 
(B) delegadas, outorgadas ou consensuais. 
(C) analíticas ou sintéticas. 
(D) escritas, costumeiras ou mistas. 
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(E) originárias ou derivadas. 
Comentários: 
No que se refere à alterabilidade, as constituições podem ser divididas em : 
flexíveis, rígidas, semirrígidas ou semiflexíveis, e superrígidas. 
Gabarito: Letra A. 
 
6. (FCC/ Auditor- TCM-RJ/ 2015) Constituição flexível 
(A) exclui a forma escrita. 
(B) pode ser mais estável no tempo do que uma Constituição tecnicamente 
rígida. 
(C) requer base documental formal. 
(D) exclui mecanismos parlamentares de controle de constitucionalidade. 
(E) pressupõe mecanismo de controle preventivo de constitucionalidade. 
Comentários: 
A constituição flexível é aquela que não exige um processo especial para ser 
alterada, de forma que, por ser mais facilmente alterável e não ter normas 
imutáveis, tendem a permanecer por mais tempo no ordenamento jurídico. 
Gabarito: Letra B. 
 
7. (FCC/ Juiz Substituto/ TJ-GO/ 2012) A classificação "ontológica" das 
Constituições (normativas, nominais e semânticas), radicada na relação das 
normas constitucionais com a realidade do processo do poder, é da autoria de 
(A) Hans Kelsen. 
(B) Carl Schmitt. 
(C) Karl Loewenstein. 
(D) Pontes de Miranda. 
(E) José Joaquim Gomes Canotilho. 
Comentários: 
Tal classificação foi criada por Karl Loewenstein 
Gabarito: Letra C. 
 
Questões do CESPE: 
8. (CESPE/ AJAJ- Avaliador- TJDFT/ 2015) Quanto ao modo de 
elaboração, as constituições podem ser promulgadas — aquelas que derivam do 
trabalho de assembleia nacional constituinte — ou outorgadas — aquelas que 
são estabelecidas sem a participação popular. 
Comentários: 
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Quanto ao modo de elaboração, a constituição pode ser dogmática ou 
histórica, sendo a dogmática sempre escrita e reflete a realidade presente nasociedade em um determinado momento. Por seu turno, a histórica é aquela 
que vai se consolidando com o decorrer do tempo. 
Quanto à origem é que as constituições podem ser promulgadas (com 
participação popular), outorgadas (impostas unilateralmente) ou ainda 
cesaristas (impostas pelo governante, mas posteriormente submetida à 
votação popular, mas ainda assim são outorgadas). 
Gabarito: Errado. 
 
9. (CESPE/ AJAJ- Oficial Avaliador- TJDFT/ 2015)Quanto à extensão, 
as constituições são classificadas como sintéticas — aquelas que preveem 
apenas princípios e normas gerais do Estado — e analíticas — aquelas que 
regulamentam todos os assuntos entendidos como relevantes à formação e ao 
funcionamento do Estado. 
Comentários: 
Correto, as sintéticas são as constituições mais enxutas, enquanto a analítica, 
também chamada de prolixas ou regulamentares, é a constituição que trata de 
vários assuntos além dos temas essenciais em uma constituição. 
Gabarito: Correto. 
 
10. (CESPE/ Técnico- STJ/ 2015) As Constituições dirigentes privilegiam 
as liberdades individuais, impondo ao Estado um dever de abstenção e um 
papel secundário na concretização dos valores fundamentais. 
Comentários: 
Errado, no critério que leva em conta a finalidade, a constituição dirigente é a 
que traz normas programáticas traçando um plano, uma direção para o 
governo. 
Gabarito: Errado. 
 
11. (CESPE/ Jornalista- FUB/ 2015) A CF, elaborada por representantes 
legítimos do povo, é exemplo de Constituição outorgada. 
Comentários: 
Errado, a constituição elaborada por representantes do povo é promulgada. A 
outorgada é a imposta unilateralmente pelos governantes sem manifestação 
popular. 
Gabarito: Errado. 
 
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12. (CESPE/ Jornalista- FUB/ 2015) Quanto à mutabilidade, a doutrina 
majoritária classifica a CF como rígida, visto que, para a modificação do seu 
texto, exige-se um processo legislativo especial. 
Comentários: 
Exato... para a maioria, a CF-88 é exemplo de constituição rígida. 
Gabarito: Correto. 
 
13. (CESPE/ Jornalista- FUB/ 2015) Quanto ao modo de elaboração, a CF 
é dogmática, porque foi constituída ao longo do tempo mediante lento e 
contínuo processo de formação, reunindo a história e as tradições de um povo. 
Comentários: 
Errado, a classificação apresentada é hipótese de constituição histórica, a 
constituição dogmática é aquela elaborada por um órgão Constituinte 
consolidando o pensamento que uma sociedade possui naquele determinado 
momento. 
Gabarito: Errado. 
 
14. (CESPE/ Jornalista- FUB/ 2015) A CF, no tocante a sua extensão, 
classifica-se como sintética, uma vez que versa somente sobre os princípios 
gerais e as regras básicas de organização do Estado. 
Comentários: 
Errado, a CF- 88 é extensa... basta lembra que tem mais de 250 artigos e trata 
de vários assuntos, até mesmo do Colégio D. Pedro II...rs (Art. 242, § 2º O 
Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita 
federal). 
Gabarito: Errado. 
 
15. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) Assinale a opção correta 
acerca de classificações de Constituição. 
(a) A Constituição nominal é aquela cujas normas efetivamente dominam o 
processo político. 
(b) Denomina-se Constituição cesarista a Constituição outorgada submetida a 
plebiscito ou referendo. 
(c) As Constituições francesas da época de Napoleão I são classificadas como 
Constituições imutáveis. 
(d) A Constituição garantia caracteriza-se por conter normas definidoras de 
tarefas e programas de ação a serem concretizados pelos poderes públicos. 
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(e) Constituições ortodoxas são aquelas que procuram conciliar ideologias 
opostas. 
Comentários: 
Letra A. Errado. O item se refere à classificação ontológica (relação com a 
realidade). A constituição nominal é justamente o oposto do afirmado, pois não 
é efetivada na prática. 
Letra B. Correto. O item se refere à classificação quanto à origem, Imposta pelo 
governante, mas posterior mente levada à aprovação popular(não deixa de ser 
outorgada). 
Gabarito: Letra B. 
 
16. (CESPE/ FUB-DF/ 2013) A constituição é outorgada quando é 
externada com a participação dos cidadãos, uma vez que as normas 
constitucionais são estatuídas pela deliberação majoritária dos agentes do 
poder constituinte. 
Comentários: 
A promulgada é a legitimada pelos cidadãos. 
Gabarito: Errado. 
 
17. (CESPE/ FUB-DF/ 2013) A CF, no que diz respeito à forma, é uma 
constituição consuetudinária. 
Comentários: 
Correto. Quanto à forma, a constituição pode ser escrita ou não escrita, esta 
também chamada de consuetudinária. 
Gabarito: Correto. 
 
18. (CESPE/ Procurador do Banco Central- Bacen/ 2013) No que se 
refere ao modo de elaboração, a constituição dogmática espelha os dogmas e 
princípios fundamentais adotados pelo estado e não será escrita. 
Comentários: 
As Constituições dogmáticas são sempre escritas, daí o erro, no mais, 
consubstanciam os dogmas estruturais e fundamentais adotados pelo estado, 
como afirma a assertiva. 
Gabarito: Errado. 
 
19. (CESPE/TJAA-CNJ/2013) Constituição não escrita é aquela que não é 
reunida em um documento único e solene, sendo composta de costumes, 
jurisprudência e instrumentos escritos e dispersos, inclusive no tempo. 
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Comentários: 
Exatamente, a Constituição não-escrita diferencia-se da escrita não por não ter 
efetivamente documentos escritos, mas pelo fato das normas de conteúdo 
constitucional não estarem sistematizadas em um documento único, 
formalmente superior aos demais. A Constituição não-escrita reconhece a 
constitucionalidade através do conteúdo e não da forma. Com efeito, esse 
“conteúdo constitucional” pode estar presente nos costumes, jurisprudências e 
até em diversos instrumentos escritos, dispersos. 
Gabarito: Correto. 
 
20. (CESPE/Analista - TJ-RR/2012) Na denominada constituição 
semântica, a atividade do intérprete limita-se à averiguação de seu sentido 
literal. 
Comentários: 
A constituição semântica é aquela que serve apenas para justificar a dominação 
daqueles que exercem o poder político. Ela sequer tenta regular o poder, por 
isso incorreto o item. 
Gabarito: Errado. 
 
21. (CESPE/MPE-PI/2012) A doutrina denomina constituição semântica as 
cartas políticas que apenas refletem as subjacentes relações de poder, 
correspondendo a meros simulacros de constituição. 
Comentários: 
Isso mesmo, veja o conceito que a própria banca deu sobre constituição 
semântica. 
Gabarito: Correto. 
 
22. (CESPE/Técnico Judiciário - TJ-RR/2012) A CF pode ser classificada, 
quanto à mutabilidade, como rígida, uma vez que não pode ser alterada com a 
mesma simplicidade com a qual se modifica uma lei. 
Comentários: 
Dizemos que uma constituição é rígida quando processo legislativo especial e 
complexo poderá alterar seu texto, como ocorre na Constituição de 1988, que 
prevê um processo muito mais rígido para alteração do texto via emenda 
constitucional, que é bem mais difícil que para elaborar uma simples lei 
ordinária, daí acertada a afirmação. 
Gabarito: Correto. 
 
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23. (CESPE/ Técnico Judiciário - TJ-RR/ 2012) A CF, elaborada por 
representantes legítimos do povo, é exemplo de constituição outorgada.Comentários: 
Quando a constituição for elaborada por representantes do Povo será 
Promulgada, Pê de Povo, Pê de Promulgada. Veja que o item inverteu os 
conceitos. 
Gabarito: Errado. 
 
24. (CESPE/AJ-Taquigrafia-TJES/2011) Outorgada por uma Assembleia 
Constituinte, a Constituição Federal de 1988 (CF) é também classificada como 
escrita, formal, analítica, dogmática e rígida. 
Comentários: 
Dizer que a Constituição de 1988 é classificada como escrita, formal, analítica, 
dogmática e rígida, está tudo certo. O problema é que dizer que ela foi 
outorgada por uma Assembleia Constituinte é uma contradição. As 
constituições podem ser “outorgadas” quando forem impostas pelo governante, 
ou então “promulgadas”, no caso de elaboradas por uma Assembleia 
Constituinte. 
Gabarito: Errado. 
 
 Questões da ESAF: 
 
25. (ESAF/Analista Administrativo-DNIT/2013) A Constituição Federal 
de 1988 pode ser classificada como: 
a) material, escrita, histórica, promulgada, flexível e analítica. 
b) material, escrita, dogmática, outorgada, imutável e analítica. 
c) formal, escrita, dogmática, promulgada, rígida e analítica. 
d) formal, escrita, dogmática, promulgada, semirrígida e sintética. 
e) material, escrita, histórica, promulgada, semirrígida e analítica. 
Comentários: 
A opção correta é a letra C, vamos relembrar os conceitos que classificam nossa 
constituição: 
Quanto ao conteúdo: Formal – Independe do conteúdo. Ainda que o assunto 
tratado não seja essencial a uma Constituição, basta que esse assunto seja 
incorporado a um texto rígido supremo que ele será tido como constitucional. 
Quanto à forma: Escrita (ou instrumental) – É formalizada em um único 
texto escrito. 
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Quanto à elaboração: Dogmática – É aquela elaborada por um órgão 
Constituinte, consolidando o pensamento que determinada sociedade possui 
naquele momento, por isso é necessariamente escrita, pois precisa esclarecer 
essas situações que ainda não estão “maduras”, solidificadas no pensamento da 
sociedade. Diz-se que a Constituição dogmática sistematiza as ideias da teoria 
política e do direito dominante naquele determinado momento da história de 
um Estado. 
Quanto à origem: Promulgada (popular ou democrática) – É aquela 
legitimada pelo povo. É elaborada por uma assembleia constituinte formada por 
representantes eleitos pelo voto popular. 
Quanto à alterabilidade (ou estabilidade): Rígida – Quando se sobrepõe a 
todas as demais normas. Assim, somente um processo legislativo especial e 
complexo poderá alterar seu texto. 
Quanto à extensão: Analíticas: São as extensas, prolixas, que tratam de 
várias matérias que não são as fundamentais. Elas são a tendência das 
Constituições atuais, já que se percebeu que o papel do Estado não pode se 
limitar a garantir as liberdades do povo, mas deve agir ativamente para 
assegurar os direitos. 
Gabarito: Letra C. 
 
26. (ESAF/MDIC/2012) Sabe-se que a doutrina constitucionalista classifica 
as constituições. Quanto às classificações existentes, é correto afirmar que: 
I. quanto ao modo de elaboração, pode ser escrita e não escrita. 
II. quanto à forma, pode ser dogmática e histórica. 
III. quanto à origem, pode ser promulgada e outorgada. 
IV. quanto ao conteúdo, pode ser analítica e sintética. 
Assinale a opção verdadeira. 
a) II, III e IV estão corretas. 
b) I, II e IV estão incorretas. 
c) I, III e IV estão corretas. 
d) I, II e III estão corretas. 
e) II e III estão incorretas. 
Comentários: 
I – Errado. Quanto à elaboração as constituições podem ser dogmáticas 
(elaboradas em um texto formal, em um determinado momento da história de 
um Estado), ou então históricas (se consolidaram ao longo dos tempos) a 
classificação que divide as Constituições em escritas ou não-escritas seria 
quanto à “forma”, ou seja, a formalidade em que ela se encontra no mundo 
jurídico. 
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II- Errado. Motivo dito no item anterior: dogmática e histórica é modo de 
elaboração. Forma = escrita ou não-escrita. 
III- Correto. 
IV- Errado. Quanto ao conteúdo, as Constituições se classificam em material ou 
formal. A Classificação como sintética ou analítica se refere à “extensão”. 
Gabarito: Letra B. 
 
27. (ESAF/AFRFB/2012) O Estudo da Teoria Geral da Constituição revela 
que a Constituição dos Estados Unidos se ocupa da definição da estrutura do 
Estado, funcionamento e relação entre os Poderes, entre outros dispositivos. 
Por sua vez, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é 
detalhista e minuciosa. Ambas, entretanto, se submetem a processo mais 
dificultoso de emenda constitucional. Considerando a classificação das 
constituições e tomando-se como verdadeiras essas observações, sobre uma e 
outra Constituição, é possível afirmar que 
a) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é escrita, analítica e 
rígida, a dos Estados Unidos, rígida, sintética e negativa. 
b) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é do tipo histórica, 
rígida, outorgada e a dos Estados Unidos rígida, sintética. 
c) a Constituição dos Estados Unidos é do tipo consuetudinária, flexível e a da 
República Federativa do Brasil de 1988 é escrita, rígida e detalhista. 
d) a Constituição dos Estados Unidos é analítica, rígida e a da República 
Federativa do Brasil de 1988 é histórica e consuetudinária. 
e) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é democrática, 
promulgada e flexível, a dos Estados Unidos, rígida, sintética e democrática. 
Comentários: 
Letra A - Item correto, exigindo conhecimento da Constituição dos EUA do 
candidato... a título de informação, a constituição negativa é sinônimo de 
Garantia , que é aquela que se limita a trazer elementos limitativos do poder do 
Estado. 
Letra B - Errado. O erro está em afirmar que a CF-88 é histórica, na verdade 
ela é dogmática, pois foi elaborada por um órgão Constituinte, consolidando o 
pensamento que determinada sociedade possui naquele momento. 
Letra C - Errado. A constituição dos Estados Unidos não é consuetudinária 
(costumeira) ela é escrita, inclusive sabemos que foi a primeira constituição 
escrita da história, diferentemente do que diz o item. A classificação da 
Constituição de 88 está correta. 
Letra D - Errado. O item inverteu características das constituições do Brasil e 
dos EUA. 
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Letra E - Errado. A do Brasil não é flexível, é rígida, pois somente pode ser 
alterada por procedimento especial. 
Gabarito: Letra A 
 
28. (ESAF/AFRFB/2009) A constituição dogmática se apresenta como 
produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de princípios 
e ideias fundamentais da teoria política e do direito dominante. 
Comentários: 
A constituição dogmática é marcada justamente por expor em um papel aquela 
ideia de um determinado momento da sociedade. Deve ser necessariamente 
escrita, pois, diferentemente das constituições histórica, seus dogmas ainda não 
estão solidamente arraigados na sociedade. 
Gabarito: Correto. 
 
29. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A constituição material é o peculiar modo 
de existir do Estado, reduzido, sob a forma escrita, a um documento 
solenemente estabelecido pelo poder constituinte e somente modificável por 
processos e formalidades especiais nela própria estabelecidos. 
Comentários: 
Inverteu-se o conceito. Tal descrição é de uma constituição formal, aquela 
preocupada apenas com o status formal da norma (forma escrita,procedimento 
de alteração e etc.). A constituição material é aquela onde não importam as 
formas e os procedimentos e sim o conteúdo que está sendo tratado. 
Gabarito: Errado. 
 
30. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A constituição formal designa as normas 
escritas ou costumeiras, inseridas ou não num documento escrito, que regulam 
a estrutura do Estado, a organização dos seus órgãos e os direitos 
fundamentais. 
Comentários: 
Este é o conceito de constituição material. Para a constituição ser formal ela 
precisa necessariamente estar escrita e prever um processo complexo de 
alteração de seu texto. 
Gabarito: Errado. 
 
31. (ESAF/AFRFB/2009) A constituição escrita, também denominada de 
constituição instrumental, aponta efeito racionalizador, estabilizante, de 
segurança jurídica e de calculabilidade e publicidade. 
Comentários: 
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As constituições escritas podem realmente ser chamadas de instrumentais. E 
nas palavras do mestre Canotilho, apresentam efeito racionalizador, 
estabilizante, de segurança jurídica e de calculabilidade e publicidade. Já que é 
o fato de estar escrita, facilita a sua permanência e a publicidade de seu 
conteúdo. 
Gabarito: Correto. 
 
32. (ESAF/AFRFB/2009) A constituição sintética, que é constituição 
negativa, caracteriza-se por ser construtora apenas de liberdade-negativa ou 
liberdade-impedimento, oposta à autoridade. 
Comentários: 
A Constituição sintética se limita a organizar o poder e resguardar as 
liberdades. Daí ser uma constituição negativa, pois não age positivamente como 
instrumento direcionador do Estado. 
Gabarito: Correto. 
 
 Questões da FGV: 
 
33. (FGV/Advogado-BADESC/2010) Considerando os critérios de 
classificação das constituições quanto à sua origem, estabilidade e extensão, é 
correto afirmar que a Constituição Federal de 1988 é: 
a) promulgada, rígida e sintética. 
b) outorgada, semirrígida e analítica. 
c) promulgada, rígida e analítica. 
d) outorgada, semirrígida e sintética. 
e) promulgada, flexível e analítica. 
Comentários: 
Letra A – Errado. Embora rígida e promulgada, ela é analítica e não sintética. 
Letra B – Errado. Embora analítica, ela é promulgada e não outorgada, além de 
ser rígida e não semirrígida. 
Letra C – Correto. 
Letra D - Errado. Ela é promulgada e não outorgada, além de ser rígida e não 
semirrígida, e ainda analítica e não sintética. 
Letra E – Errado. Pois ela é rígida e não flexível, embora seja promulgada e 
analítica. 
Gabarito: Letra C. 
 
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34. (FGV/Juiz Substituto - TJ PA/2008) A Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988 deve ser classificada como: 
a) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica, quanto ao 
modo de elaboração; promulgada, quanto à origem; flexível, quanto à 
estabilidade. 
b) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao 
modo de elaboração; promulgada, quanto à origem; semiflexível, quanto à 
estabilidade. 
c) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica, quanto ao 
modo de elaboração; outorgada, quanto à origem; rígida, quanto à 
estabilidade. 
d) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto 
ao modo de elaboração; outorgada, quanto à origem; semiflexível, quanto à 
estabilidade, haja vista as inúmeras emendas constitucionais existentes. 
e) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao 
modo de elaboração; promulgada, quanto à origem; rígida, quanto à 
estabilidade. 
Comentários: 
A questão versa sobre o assunto "Classificação das Constituições" e exige que o 
candidato saiba: quais as possíveis classificações doutrinárias das Constituições, 
e em qual delas a nossa Constituição de 1988 se enquadra. 
Vamos então analisar cada assertiva: 
Letra A - Errada. Já que nossa Constituição não é material (aquela que se 
preocupa com a matéria tratada) e sim formal (independe da matéria tratada). 
Nossa Constituição também não é histórica (solidificada ao longo do tempo), 
mas dogmática (estrutura as idéias presentes em um determinado momento da 
sociedade). Além disso, a nossa Constituição é rígida, só podendo ser alterada 
por um procedimento especial, dificultoso (emendas constitucionais) e não 
flexível que é a Constituição alterável por simples leis ordinárias. 
Letra B - Errada. O único erro é dizer que ela seria semiflexível, quanto à 
estabilidade, quando na verdade seria rígida. 
Letra C - Errada. Pois a nossa atual Constituição não é histórica e nem 
outorgada (imposta), já que é dogmática e promulgada. 
Letra D - Errada. Ela não é material, nem outorgada e nem semiflexível. 
Letra E - Correta. 
Gabarito: Letra E. 
 
 Questões Funiversa: 
 
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35. (FUNIVERSA/AFAU-SEPLAG-DF/2011) Uma constituição tem como 
seus principais objetos a estruturação do Estado, a organização da 
administração pública, o disciplinamento da forma de aquisição, do exercício e 
da destituição do poder, bem como a catalogação dos direitos fundamentais dos 
cidadãos. Várias são as suas classificações, que merecem estudo por parte dos 
agentes públicos. Acerca desse tema, assinale a alternativa correta. 
a) Uma constituição é classificada como normativa quando dirige o processo 
político; todavia, para isso, ela deve respeitar a realidade social, sofrendo, 
nesse caso, uma reforma do seu próprio texto com adequação à sociedade. Em 
não ocorrendo tal processo, ela corre o risco de ficar antiquada e desprovida de 
força normativa. 
b) A Constituição Federal de 1988 é classificada como semirrígida, visto que 
pode ser alterada por emenda constitucional, observados o rito próprio e as 
limitações expressamente impostas pelo Texto Maior vigente. 
c) Uma constituição, ainda que sob a forma de convenções e textos esparsos, 
deve ser considerada constituição escrita. 
d) Com a evolução do Constitucionalismo, os direitos fundamentais ganharam 
um papel essencial na própria organização de um Estado. Justamente por isso, 
as constituições que passaram a albergar expressamente em seu texto um rol 
de direitos fundamentais podem ser classificadas, quanto à extensão, como 
analíticas. 
e) Quanto ao modo de sua elaboração, as constituições históricas são 
idealizadas segundo determinadas crenças vigentes, desconsiderando uma 
maior análise dogmática dos valores evolutivos em uma sociedade. 
Comentários: 
Letra A – Correto. A assertiva se baseia em Karl Loewenstein, que é 
responsável pela classificação “ontológica” da Constituição. A classificação em 
questão se refere ao modo de conexão da Constituição com a realidade, ou 
seja, de que modo que os agente políticos aplicam a norma.Segundo os 
ensinamentos do referido autor, teríamos 3 espécies de Constituição: 
 Constituição normativa – É a Constituição que é efetivamente aplicada, 
normatiza o exercício do poder e obriga realmente a todos. 
 Constituição nominal, nominalista ou nominativa – É ignorada na 
prática. 
 Constituição semântica – É aquela que serve apenas para justificar a 
dominação daqueles que exercem o poder político. Ela sequer tenta 
regular o poder. 
A Constituição normativa, para continuar como tal, não deve ser utópica, ela 
deve se adequar à realidade social, pois senão estará fadada a se tornar uma 
constituição nominalista. 
Letra B – Errado. A Constituição de 1988 é uma Constituição rígida e não 
semirrígida, justamente pelo fato de serem necessáriasemendas 
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24 
constitucionais (de rito especial) para alterá-la. Se ela fosse semirrígida, ela 
possuiria uma parte de seu texto que poderia ser livremente alterada por 
simples leis ordinárias. 
Letra C – Errado. Alexandre de Moraes afirma que para a Constituição ser 
considerada escrita ela deve ter a característica da unicidade textual. Uma 
constituição que seja formada por textos esparsos (ainda que sob a forma 
escrita) não pode ser considerada uma constituição escrita. 
Letra D – Errado. Desde as primeiras constituições formais (Constituição 
Francesa e dos EUA, no final do séc. XVIII), para ser considerada uma 
constituição, o documento deveria prever a organização política do Estado e os 
direitos fundamentais de seus integrantes. Assim, direitos fundamentais 
fazem parte do que é “essencial a uma Constituição”, seja ela sintética 
ou analítica. O que irá diferenciar uma Constituição analítica da sintética não é 
a previsão dos direitos fundamentais (isso as duas têm), mas sim os temas que 
serão agregados ao documento, sem que tenham qualquer relevância material 
para fins de Constituição. 
Letra E – Errado. A Constituição que sistematiza o pensamento vigente naquele 
momento é a Constituição dogmática. A Constituição histórica é a que se forma 
ao longo do tempo, através da solidificação dos valores. 
Gabarito: Letra A. 
 
Estrutura e elementos da Constituição: 
A CF/88 possui 2 partes: 
1- Parte Permanente: Formada pelo Preâmbulo + Parte Dogmática (250 
artigos) dividida em 9 títulos: 
 Título I: Princípios Fundamentais 
 Título II: Dos Direitos e Garantias Fundamentais 
 Título III: Da Organização do Estado 
 Título IV: Da Organização dos Poderes 
 Título V: Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas 
 Título V: Da Tributação e do Orçamento 
 Título VII: Da Ordem Econômica e Financeira 
 Título VIII: Da Ordem Social 
 Título IX: Das Disposições Constitucionais Gerais; 
 
2- Parte Transitória: ADCT (até a EC 71/12 possui 97 artigos) 
 
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25 
A Constituição pode segundo José Afonso da Silva ser dividida em elementos. 
Baseado nas suas definições temos os seguintes elementos na Constituição: 
1- Orgânicos: Normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder. 
Organizam a estruturação do Estado. Ex. Título III – Da Organização do Estado; 
Título IV – Da organização do poderes e do Sistema de Governo; Forças 
Armadas; Segurança pública; Tributação, Orçamento; 
2- Limitativos: Limitam a atuação do poder do Estado, são os direitos e 
gatantias fundamentais (exceto os direitos sociais = eles são sócio-ideológicos); 
3- Sócio-ideológicos: Tratam do compromisso entre o Estado individualista, 
que protege a autonomia das vontades, com o Estado Social, onde as pessoas 
fazem parte de uma coletividade a ser respeitada como um todo. Ex. Direitos 
Sociais, Título VII – Da ordem econômica e financeira; Título VIII – Da Ordem 
Social; 
4-De Estabilização Constitucional: São os elementos que tratam da solução 
de conflitos constitucionais, defesa do Estado, Constituição e instituições 
democrátitcas como o Controle de Constitucionalidade, os procedimentos de 
reforma, o estado de sítio, estado de defesa e a intervenção federal; 
5- Formais de aplicabilidade: Regras de aplicação da Constituição, como o 
ADCT e normas como o art. 5º §1º - “As normas definidoras dos Direitos e 
Garantias Fundamentais têm aplicação imediata”. Também podemos inserir 
nesta classificação o "preâmbulo", que embora não tenha força de norma 
jurídica, pode servir de base para interpretar e aplicar as normas 
constitucionais. 
 
36. (FCC/ Assessor Técnico- AL-PE/ 2013) Sobre os elementos das 
Constituições, são considerados elementos orgânicos as normas 
(A) que revelam o compromisso da Constituição entre o Estado individualista e 
o Estado Social. 
(B) que regulam a estrutura do Estado e do Poder. 
(C) destinadas a assegurar a solução de conflitos constitucionais, a defesa da 
Constituição, do Estado e das instituições democráticas. 
(D) que estabelecem regras de aplicação de outras normas constitucionais. 
(E) que compõem o elenco dos direitos e garantias fundamentais, limitando a 
atuação dos Poderes estatais. 
Comentários: 
Letra A. Errado, os elementos que tratam dos compromissos entre o Estado e o 
indivíduo são os sócios ideológicos. 
Letra B. Correto. Os elementos orgânicos são os que regulam a estrutura do 
Estado e do Poder e organizam a estruturação do Estado. 
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Letra C. Errado. Os elementos que tratam da solução de conflitos 
constitucionais, defesa do Estado e instituições democráticas são os elementos 
de estabilização conctitucional. 
Letra D. Os elementos que estabelecem regras de aplicação de outras normas 
constitucionais são os formais de aplicabilidade. 
Letra E- Errado. Os compõe o rol de direitos fundamentais são os limitadores do 
poder do Estado, daí que são chamados de limitativos. 
Gabarito: Letra B. 
 
37. (CESPE/Analista-EBC/2011) As normas previstas no Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias possuem natureza de norma 
constitucional. 
Comentários: 
Toda a parte dogmática e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias 
fazem parte da Constituição, com mesma hierarquia e valor normativo, 
ressalva-se tão somente o preâmbulo. que segundo o Supremo, não possui 
força normativa. 
Gabarito: Correto. 
 
38. (CESPE/Analista-EBC/2011) O preâmbulo da Constituição Federal não 
faz parte do texto constitucional propriamente dito e não possui valor 
normativo. 
Comentários: 
Este é o pensamento do STF, segundo o qual o preêmbulo não possui força 
normativa e não deve ser obrigatoriamente reproduzido nas Constituições 
Estaduais. Vale ressaltar que, embora não tenha força de norma jurídica, o 
preâmbulo pode servir de base para interpretar e aplicar as normas 
constitucionais. 
Gabarito: Correto. 
 
39. (CESPE/Polícia Civil–TO/2008) Os elementos orgânicos que compõem 
a Constituição dizem respeito às normas que regulam a estrutura do Estado e 
do poder, fixando o sistema de competência dos órgãos, instituições e 
autoridades públicas. 
Comentários: 
Perfeita definição. 
Gabarito: Correto. 
 
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40. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O preâmbulo, o dispositivo que 
estabelece cláusulas de promulgação e as disposições transitórias são exemplos 
de elementos de estabilização constitucional. 
Comentários: 
Seriam classificados como elementos formais de aplicabilidade, já que os 
elementos de estabilização constitucional são os elementos que tratam da 
solução de conflitos constitucionais, defesa do Estado, Constituição e 
instituições democrátitcas como o Controle de Constitucionalidade, os 
procedimentos de reforma, o estado de sítio, estado de defesa e a intervenção 
federal. 
Gabarito: Errado. 
 
41. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Os denominados elementos 
formais de aplicabilidade das constituições são consagrados nas normas 
destinadas a garantir a solução de conflitos constitucionais, a defesa da 
Constituição, do Estado e das instituições democráticas. 
Comentários: 
Estes seriam os elementos de estabilização constitucional. Os elementos 
formais de aplicabilidade são as regras de aplicação da Constituição, como o 
preâmbulo, ADCT e normascomo o art. 5º §1º - “As normas dos Dir. 
Fundamentais têm aplicação imediata.” 
Gabarito: Errado. 
 
42. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Segundo a doutrina, 
os elementos orgânicos da constituição são aqueles que limitam a ação dos 
poderes estatais, estabelecem as balizas do estado de direito e consubstanciam 
o rol dos direitos fundamentais. 
Comentários: 
Esses são os limitativos e não os orgânicos. 
Gabarito: Errado. 
 
43. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Os elementos 
limitativos da CF estão consubstanciados nas normas constitucionais destinadas 
a assegurar a solução de conflitos constitucionais, a defesa da Constituição, do 
Estado e das instituições democráticas. 
Comentários: 
Os elementos limitativos, servem para limitar a atuação do poder do Estado, 
como os direitos e gatantias fundamentais. Quando falamos em solução de 
conflitos, defesa da Constituição e etc. estamos falando em elementos de 
estabilização constitucional. 
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Gabarito: Errado. 
 
44. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009)Os direitos individuais e suas 
garantias, os direitos de nacionalidade e os direitos políticos são considerados 
elementos limitativos das constituições. 
Comentários: 
A doutrina os classificam como elementos limitativos pois são responsáveis por 
limitar a atuação do Estado face aos particulares. 
Gabarito: Correto. 
 
45. (FGV/Fiscal-SEFAZ-RJ/2008) São elementos orgânicos da 
Constituição: 
a) a estruturação do Estado e os direitos fundamentais. 
b) a divisão dos poderes e o sistema de governo. 
c) a tributação e o orçamento e os direitos sociais. 
d) as forças armadas e a nacionalidade. 
e) a segurança pública e a intervenção. 
Comentários: 
Analisemos cada assertiva: 
a) a estruturação do Estado e os direitos fundamentais. 
Errada. Embora a estruturação do Estado seja orgânico, os direitos 
fundamentais são limitativos. 
b) a divisão dos poderes e o sistema de governo. 
Correta. Ambos são orgânicos, pois organizam o Poder e o Estado. 
c) a tributação e o orçamento e os direitos sociais. 
Errada. Embora tributação e o orçamento seja orgânico, os direitos sociais são 
sócio-ideológicos. 
d) as forças armadas e a nacionalidade. 
Errada. Embora forças armadas seja orgânico, os direitos da nacionalidade são 
limitativos. 
e) a segurança pública e a intervenção. 
Errada. Intervenção é elemento de estabilização constitucional, embora a 
segurança pública seja orgânico. 
Gabarito: Letra B. 
 
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Normas, Regras e Princípios Constitucionais: 
Primeiramente, lembramos que pelo fato de o Brasil adotar a conceito de 
Constituição formal, todas as normas estão em um mesmo patamar jurídico, 
não havendo supremacia entre normas constitucionais, sejam elas da parte 
permanente, dos ADCT, originárias ou derivadas. 
Todas as normas constitucionais (exceto o preâmbulo - segundo a 
jurisprudência do STF) possuem eficácia jurídica, pois mesmo que não 
consigam alcançar seu destinatário, conseguem, ao menos, impor a sua 
observância às demais de hierarquia inferior, sendo capaz de as tornarem 
inconstitucionais caso a contrariem, dizendo-se assim que possuem caráter 
vinculante imediato. 
 
Normas Regras X Normas Princípios: 
Em um estudo doutrinário costuma-se dizer que entre as normas temos a 
presença das regras e dos princípios. As regras são mais concretas, aquelas 
normas que definem um procedimento, condutas. Regras, ou são totalmente 
cumpridas, ou não são cumpridas, elas não admitem o cumprimento parcial. 
vale a ideia do tudo ou nada! 
Por outro lado, os princípios são mais abstratos, não são definidores de 
condutas, são os chamados "mandados de otimização", ou seja, eles devem ser 
utilizados para se alcançar o grau ótimo de concretização da norma. Devido a 
esta abstração dos princípios, eles admitem um cumprimento parcial. 
Diz-se que quando duas regras entram em conflito, o aplicador deve cumprir 
uma ou outra, nunca as duas, pois uma regra exclui a outra. Já quando dois 
princípios entram em conflito dizemos que houve uma "colisão" de princípios 
(nunca uma contradição) e, desta forma, ambos poderão ser cumpridos, 
embora em graus diferentes de cumprimento. Estuda-se então o caso concreto, 
e descobre-se qual o princípio irá pervalecer sobre o outro, sem que um deles 
seja totalmente excuído pelo outro. 
Os princípios constitucionais podem estar expressos na Constituição (princípio 
da igualdade, princípio da uniformidade georgráfica, princípio da anterioridade 
tributária...) ou podem estar implícitos no texto constitucional, sendo 
decorrentes das normas expressas do texto e dos regimes expressamente 
adotados pela Constituição, ou então devido a direcionamentos do direito 
constitucional geral, aplicável aos vários ordenamentos jurídicos (princípio da 
razoabilidade, princípio da proporcionalidade...). 
Em concursos, costuma-se cobrar, com bastante frequência, os princípios 
constitucionais que se referem aos direcionamentos aplicáveis aos diversos 
entes (Estados, Municípios e DF) que formam a nossa federação. São eles: 
 Os princípios sensíveis - são aqueles presentes no art. 34, VII da 
Constituição Federal, que se não respeitados poderão ensejar a 
intervenção federal. 
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 Os princípios federais extensíveis (ou comuns) - são aqueles 
princípios federais que são aplicáveis pela simetria federativa aos demais 
entes políticos, como por exemplo, as diretrizes do processo legislativo, 
dos orçamentos e das investiduras nos cargos eletivos. São também 
chamados de "princípios comuns" pois se aplicam a todos os entes da 
federação, de forma comum. 
OBS. - As normas que estão presentes na Constituição Federal podem 
estar presentes na Constituição Estadual de duas formas: 
 Normas de Reprodução Obrigatória - São aquelas normas da 
Constituição da República que são de observância obrigatória pelas 
Constituições Estaduais. 
 Normas de Imitação - São as normas que podem, facultativamente, 
estar presentes na Constituição Estadual. 
 Os princípios estabelecidos - são aqueles que estão expressamente ou 
implicitamente no texto da Constituição Federal limitando o poder 
constituinte do Estado-membro. 
Falaremos um pouco mais sobre princípios quando formos estudar os "princípios 
fundamentais" e também na parte referente à interpretação constitucional. 
 
Normas Materiais X Normas Formais: 
O termo "materiais" vem de matéria, conteúdo. Formais vem de forma, 
estrutura, roupagem. 
Normas materiais são aquelas que tratam de assuntos, conteúdos, essenciais a 
uma Constituição moderna: organização do Estado e limitação dos seus poderes 
face ao povo (não é pacífico a exatidão do que é e o que não é materialmente 
constitucional). 
Normas fomais são todas aquelas que foram alçadas a um status constitucional, 
independentemente do conteúdo tratado. 
No Brasil, todas as normas da Constituição são formais, independente de seu 
conteúdo. Porém, algumas, além de formais, também são materiais. Assim, é 
importante destacar que a classificação entre normas materialmente 
constitucionais e normas formalmente constitucionais não são excludentes, já 
que uma norma pode ser ao mesmo tempo materialmente e formalmente 
constitucional. Assim temos: 
 Normas formalmente e materialmente constitucionais - São as 
normas da Constituição que, além de formais, tratam de assuntos 
essenciais a uma Constituição. 
 Normas apenas formalmenteconstitucionais - São as normas da 
Constituição que não tratam de assuntos essenciais a uma Constituição, 
porém, não deixam de ser formais já que possuem a roupagem de 
Constituição, apenas não são materiais. 
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 Questões da FCC: 
46. (FCC/EPP-SP/2009) É correto afirmar, em face da Constituição 
brasileira de 1988, que são formalmente constitucionais todas as normas 
contidas em seu corpo articulado, mesmo as destituídas de rigidez. 
Comentários: 
Dizer que são formalmente constitucionais todas as normas contidas em seu 
corpo está correto. Porém, a questão está errada, pois não existem normas 
destituídas de rigidez na CF/88. Todas as suas normas são rígidas, somente 
podendo ser alteradas por um procedimento especial, mais dificultoso do que as 
leis ordinárias. 
Gabarito: Errado. 
 
47. (FCC/EPP-SP/2009) É correto afirmar, em face da Constituição 
brasileira de 1988, que nela existem algumas normas que são apenas 
formalmente constitucionais. 
Comentários: 
Todas as normas da CF/88 são formalmente constitucionais. A doutrina, porém, 
divide estas normas em dois grupos: 
Normas formalmente e materialmente constitucionais - São as normas da 
Constituição que, além de formais, tratam de assuntos essenciais a uma 
Constituição. 
Normas apenas formalmente constitucionais - São as normas da 
Constituição que não tratam de assuntos essenciais a uma Constituição, porém, 
não deixam de ser formais, apenas não são materiais. 
Gabarito: Correto. 
 
48. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) O conceito de normas 
materialmente constitucionais é antagônico ao de normas formalmente 
constitucionais. 
Comentários: 
Nada obsta que uma norma possa ser ao mesmo tempo formalmente e 
materialmente constitucional. Já que o conceito de formal refere-se ao status 
hierárquico que ela é tratada e o conceito de material refere-se ao conteúdo o 
qual a norma veicula. 
Gabarito: Errado. 
 
49. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) O conceito de normas 
materialmente constitucionais importa na atribuição de rigidez às normas que 
versem sobre matéria tipicamente constitucional. 
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Comentários: 
A rigidez está atrelada tão somente ao aspecto formal. O aspecto material trata 
tão somente do conteúdo das normas, independente de qualquer status 
hierárquico. 
Gabarito: Errado 
 
50. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) O conceito de normas 
materialmente constitucionais foi utilizado pela Constituição do Império (1824) 
para flexibilizar parcialmente a Constituição. 
Comentários: 
A Constituição de 1824 possuia em seu art. 178 a seguinte disposição: "É só 
Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos 
Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que 
não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas 
Legislaturas ordinárias". Assim, ela estava dizendo que em seu corpo possuia 
uma parte que era materialmente constitucional, distitnta das demais. Essa 
parte seria rígida (parte constitucional) e outra parte da constituição seria 
flexível (parte não materialmente constitucional), e desta forma, formou-se a 
chamada constituição semi-rígida ou semiflexível. 
Gabarito: Correto. 
 
 Questões do CESPE: 
 
51. (CESPE/AJAJ - TRE-MS/2013) Somente possuem supremacia formal 
as normas constitucionais que se relacionam com os direitos fundamentais. 
Comentários: 
O Brasil adota o conceito formal de Constituição, isso significa que, 
independente do conteúdo tratado, todas as normas constitucionais possuem 
supremacia formal sobre o resto do ordenamento jurídico e não somente as 
normas que se relacionam com os direitos fundamentais. 
Gabarito: Errado. 
 
52. (CESPE/Advogado - IBRAM-DF/2009) O preâmbulo, por estar na 
parte introdutória do texto constitucional e, portanto, possuir relevância 
jurídica, pode ser paradigma comparativo para a declaração de 
inconstitucionalidade de determinada norma infraconstitucional. 
Comentários: 
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O STF já decidiu pela ausência de força jurídica do preâmbulo da Constituição. 
Assim, ele não pode ser usado para tornar normas infraconstitucionais como 
inconstitucionais. 
Gabarito: Errado. 
 
53. (CESPE/Advogado - IBRAM-DF/2009) O ADCT tem natureza jurídica 
de norma constitucional, semelhante às normas inseridas no bojo da CF, não 
havendo desníveis ou desigualdades entre as normas do ADCT e os preceitos 
constitucionais quanto à intensidade de sua eficácia ou a prevalência de sua 
autoridade. 
Comentários: 
Os ADCT fazem parte da Constituição, não há qualquer hierarquia da parte dita 
por "dogmática" em relação a parte transitória. 
Gabarito: Correto. 
 
54. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) O poder constituinte derivado 
decorrente deve observar, entre outros, os princípios constitucionais 
estabelecidos, que integram a estrutura da Federação brasileira, como, por 
exemplo, a forma de investidura em cargos eletivos, o processo legislativo e os 
orçamentos. 
Comentários: 
Neste caso, seriam princípios extensíveis e não princípios estabelecidos. 
Gabarito: Errado. 
 
 Questões da ESAF: 
 
55. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) São constitucionais as normas que dizem 
respeito aos limites, e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos 
direitos fundamentais. As demais disposições que estejam na Constituição 
podem ser alteradas pelo quórum exigido para a aprovação das leis ordinárias. 
Comentários: 
Se ocorresse o descrito no enunciado, teríamos uma constituição semirrígida. A 
nossa constituição é totalmente rígida, não havendo qualquer distinção ou 
hierarquia entre normas constitucionais, independente do conteúdo que elas 
veiculam. Trata-se da visão jurídica que olha apenas para o aspecto formal da 
Constituição, não se importando com o aspecto material. 
Gabarito: Errado. 
 
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56. (ESAF/ATA-MF/2009 - Adaptada) Ao exercitarem o seu poder 
constituinte derivado-decorrente, os Estados-membros, a teor do disposto na 
Constituição Federal, respeitam os princípios constitucionais sensíveis, 
princípios federais extensíveis e princípios constitucionais estabelecidos 
(Certo/Errado). 
Comentários: 
Exatamente os que vimos, está correta a questão. 
Gabarito: Correto. 
 
57. (ESAF/Analista-SUSEP/2010 - Adaptada) Os princípios regionais são 
os que regem e modelam o sistema normativo das instituições constitucionais, 
como os princípios regedores da Administração Pública. 
Comentários: 
A questão traz uma classificação pouco cobrada em concursos. Parece tratar da 
classificação de princípios segundo a sua abrangência. Esta classificação não se 
mostra apenas para o direito mas para diversas ciências. José Cretella Neto traz 
uma classificação bem didática sobre tais princípios se separados segundo a 
abrangência de cada um. São eles: 
a) onivalentes - proposições gerais, de validade integral, aplicáveis a todas às 
ciências. Orientam o pensamento, motivo pelo qual também são chamados de 
princípios racionais do conhecimento ou primeiros princípios; 
b) plurivalentes -são aqueles comuns a mais de uma ciência, ou a um grupo 
de ciências, orientando-se apenas nos aspectos que se interpenetram; 
c) monovalentes -são aqueles cuja validade é restrita a um único campodo 
conhecimento; e 
d) setoriais ou regionais - proposições básicas em que repousam os diversos 
setores em que se baseia determinada ciência; 
Desta forma, levando esta classificação ao direito constitucional, podemos 
realmente dizer que cada instituição constitucional estaria alicerçada sobre seus 
princípios setoriais ou regionais, ou seja, aqueles que definiriam as normas 
basilares daquele "nicho", daquele setor específico. 
Gabarito: Correto. 
 
Eficácia e aplicabilidade das normas 
Eficácia é a capacidade que uma norma tem para produzir efeitos, o grau de 
eficácia das normas constitucionais é um dos temas mais controversos da 
doutrina, mas para nosso objetivo, as considerações abaixo serão suficientes. 
 
Doutrina clássica x Normas Programáticas: 
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A doutrina clássica, de Rui Barbosa, baseada na doutrina norte-americana, 
dividia as normas em auto-aplicáveis (auto-executáveis) e não auto-
aplicáveis(não auto-executáveis), estas, diferentemente das primeiras exigiam 
a complementação do legislador para produzirem efeitos. 
Essa classificação, atualmente, não costuma ser aceita no Brasil. 
Em que pese tal fato, algumas bancas, costumam cobrar o conceito de não 
auto-aplicáveis em associação às normas programáticas. As normas 
programáticas são aquelas que definem planos de ação para o Estado, como 
combater a pobreza, a marginalização e os direitos sociais do art. 6º. As 
normas programáticas possuem o que se chama de eficácia diferida, ou seja, 
sua aplicação se dará ao longo do tempo, na medida em que forem sendo 
concretizadas. 
 
Eficácia e aplicabilidade segundo a José Affonso da Silva: 
Essa é a doutrina majoritária, a mais cobrada em concursos. Divide em 3 tipos 
as normas: 
1- Eficácia Plena – Não necessitam de nenhuma ação do legislador para 
que possam alcançar o destinatário, e por isso são de aplicação direta e 
imediata, pois independem de uma lei que venha mediar os seus efeitos. 
As normas de eficácia plena também não admitem que uma lei posterior 
venha a restringir o seu alcance. 
Ex.: Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou permanecer associado 
(CF, art. 5º, XX). 
2- Eficácia Contida - É aquela norma que, embora não precise de qualquer 
regulamentação para ser alcançada por seus receptores - também tem 
aplicabilidade direta e imediata, não precisando de lei para mediar os 
seus efeitos -, poderá ver o seu alcance restringido pela superveniência 
de uma lei infraconstitucional. Enquanto não editada essa lei, a norma 
permanece no mundo jurídico com sua eficácia de forma plena, porém no 
futuro poderá ser restringida pelo legislador infraconstitucional. 
Ex.: É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendida às 
qualificações profissionais que a lei estabelecer (CF, art. 5º, XIII). Ou seja, 
As pessoas podem exercer de forma plena qualquer trabalho, ofício ou 
profissão, salvo se vier uma norma estabelecendo certos requisitos para 
conter essa plena liberdade. 
Observação: Em regra, as normas de eficácia contida são passíveis de 
restrição por leis infraconstitucionais, porém, também se manifestam como 
normas de eficácia contida as normas onde a própria constituição 
estabelece casos de relativização. Exemplo disto é o direito de reunião que 
pode ser restringido no caso de Estado de Sítio ou Defesa. Ou ainda, o direito 
de propriedade, que é relativizado pela norma da desapropriação e pela 
necessidade do cumprimento da função social. 
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36 
A doutrina ainda considera que certos preceitos ético-jurídicos como a 
moral, os bons costumes e etc. também podem ser usados para conter as 
normas. 
3- Eficácia Limitada - É a norma que, caso não haja regulamentação por 
meio de lei, não será capaz de gerar os efeitos para os quais foi criada, 
assim dizemos que tem aplicação indireta ou mediata, pois há a 
necessidade da existência de uma lei para “mediar” a sua aplicação. Como 
vimos, é errado dizer que não possui eficácia jurídica, ou que é incapaz 
de gerar efeitos concretos, pois desde logo manifesta a intenção dos 
legisladores constituinte, fornecendo conteúdo para ser usado na 
interpretação constitucional e é capaz de tornar inconstitucionais as normas 
infraconstitucionais que sejam com ela incompatíveis (daí se falar em 
eficácia negativa ou paralisante das normas de eficácia limitada). Desta 
forma, sua aplicação é mediata, mas sua eficácia jurídica (ou seja, seu 
caráter vinculante) é imediata. 
Ex.: O estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor (art. 5º, 
XXXII).Se a lei não estabelecesse o Código de Defesa do Consumidor, não 
se poderia aplicar essa norma por si só, ou, acaso as normas criadas pelo 
CDC não fossem favoráveis aos consumidores, seriam inconstitucionais por 
contrariar as normas de eficácia limitada que trata da matéria. 
Observação: O prof. José Afonso da Silva, ainda divide as normas de eficácia 
limitada em dois grupos: 
a) Normas de princípio programático - São as que direcionam a atuação 
do Estado instituindo programas de governo. Terão eficácia diferida e 
necessitam de atos normativos e administrativos para concretizarem os 
objetivos para quais foram criadas. 
b) Normas de princípio institutivo - São as normas que trazem apenas 
um direcionamento geral, e ordenam o legislador a organizar ou instituir 
órgãos, instituições ou regulamentos, observando os direcionamentos 
trazidos. O professor ressalta as expressões "na forma da lei", "nos termos 
da lei", "a lei estabelecerá" e etc. como meios de identificação destas 
normas. 
 
 Baseado na doutrina do Professor Canotilho, ainda 
podemos classificar as normas programáticas como normas-fim, pois traduz 
uma finalidade a ser buscada pelo Poder Público. 
 
Eficácia e aplicabilidade segundo a Maria Helena Diniz: 
A classificação das normas, segundo esta autora, muda pouco comparado a 
José Affonso da Silva. Maria Helena Diniz aborda mais um tipo em sua 
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classificação: as normas de eficácia absoluta ou supereficazes. Assim, segundo 
ela, teriamos a seguinte classificação: 
1- Eficácia absoluta ou supereficazes: seriam as clásulas pétreas (CF, 
art. 60 §4º), ou seja, as normas que não podem ser abolidas por emendas 
constitucionais. Para esta doutrina, as normas de eficácia absoluta sequer são 
suscetíveis de emendas constitucionais (este pensamento não é o seguido 
pelo STF, que aceita o uso das emendas constitucionais desde que usadas 
para fortalecer ou ampliar as cláusulas pétreas). 
2- Eficácia plena = Eficácia plena de J.A. Silva 
3- Eficácia relativa restringível = Eficácia contida de J.A. Silva 
4- Eficácia relativa complementável = Eficácia limitada de J.A. Silva 
Normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais: 
Art. 5º § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm 
aplicação imediata. 
Isso não quer dizer que sejam todas de eficácia plena, como já foi cobrado em 
concurso. É apenas um apelo para que se busque efetivamente aplicá-las e 
assim não sejam frustrados os anseios da sociedade. 
Lembramos ainda que tanto as plenas como também as contidas possuem 
aplicação imediata. 
Vamos propor um fluxograma para facilitar nossa vida nas questões sobre 
classificação das normas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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