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Aula 02 - Teoria da Constituição Parte 2

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Direito Constitucional nas 5 Fontes 
Aula 00 - Aula Demonstrativa 
Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
 
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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 2 
Direito Constitucional 
Teoria da Constituição – parte 1: Sentidos (concepções) da Constituição 
e Poder Constituinte. 
Professor: Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
Direito Constitucional nas 5 Fontes 
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2 
 
 
 11 
E aí pessoal, agora vamos começar pra valer... animados? Espero que sim, pois 
a cada aula sua aprovação estará mais próxima... Vamos estudar para o 11... 
não tem essa de se contentar com um 7 não. 
É isso aí, vamos lá. 
 
Sentidos (concepções) das Constituições e Poder Constituinte: 
Neste ponto, ainda estamos falando do "conceito de Constituição", nós veremos 
qual a resposta que um monte de gente (filósofos, juristas...), ao longo da 
história, deu para a pergunta: o que é na verdade essa tal de Constituição? 
Pois é, essa pergunta não vem de agora não! Ao longo dos anos, diversas 
pessoas tentaram definir o que seria uma Constituição, e de que forma esta se 
relacionaria com a sociedade. 
Assim, desenvolveram-se diversos sentidos, ou concepções, do que seria ou 
do que deveria ser uma Constituição. 
Basicamente temos 3 principais doutrinas: 
 
 
 Sentido sociológico  Ferdinand Lassale; 
 Sentido político  Carl Schimitt; 
 Sentido Jurídico  Hans Kelsen. 
 
 Vocês são capazes de matar um monte de questão 
só decorando esse quadrinho acima (um monte mesmo!!!), e para ajudá-los a 
gravar: 
 
Pulo do Gato: 
 Sentido SocioLógico  Ferdinand LaSSaLe; 
 Sentido políTico  Carl SchimiTT; 
 Sobrou o "jurídico de Kelsen", mas aí já ficou fácil... 
 
Aula 2 
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3 
Certo... mas agora vamos efetivamente entender o que significa todo esse blá-
blá-blá, pois será útil no futuro: 
 
Sentido Sociológico: 
O sentido sociológico é aquele que olha para a sociedade e tenta observar os 
"fatos sociais", ou seja, as relações entre as pessoas, o governo, o poder e etc. 
Assim, a Constituição, se observada sobre o prisma sociológico, nada mais é do 
que a forma como a própria sociedade organiza o seu poder, as relações que 
estabelece entre governantes e governados e estes entre si. Desta forma, 
independente de haver ou não documento escrito, formalizando a Constituição, 
a Constituição existe! Pois é a própria relação de poder na sociedade. Com 
efeito, todos os povos sempre tiveram uma constituição, sociologicamente 
falando. 
E é nisso que se apóia Ferdinand Lassale. Lassale defendia em seu livro “O que 
é uma Constituição? (A essência da Constituição)” (1864) que na verdade, a 
constituição seria um “fato social”, seria um evento determinado pelas forças 
dominantes da sociedade. 
Assim, de nada vale uma constituição escrita se as forças dominantes impedem 
a sua real aplicação. De nada vale uma norma, ainda que chamada de 
Constituição, que não tivesse qualquer poder, se tornando o que chamava de 
uma mera “folha de papel”. 
Deste modo, defendia ele que o Estado possuía 2 constituições: A “folha de 
papel” e a “Constituição Real”, esta era a soma dos fatores reais de 
poder, ou seja, a reunião de tudo aquilo que efetivamente mandava na 
sociedade. 
Assim, como a existência da Constituição independe de qualquer 
documento escrito, mas sim, decorre dos eventos determinantes da 
sociedade, Lassale dizia que todos os países possuem, possuíram sempre, em 
todos os momentos da sua história uma constituição real e efetiva. 
Super tranquilo, não é mesmo? Lembrando: Falou em sentido SocioLógico  
Lembrou de Ferdinand LaSSaLe. 
 
Sentido Político: 
Para entender melhor o "sentido político", eu lhe faço uma pergunta: Você 
sabe o que é "política"? 
Peguei pesado, hein?! Se você sabe definir política, você está muito bem nos 
estudos, meus parabéns! Se você não sabe, não se preocupe, pois este é um 
dos institutos de conceito mais vago e diversificado que existem. 
Ao estudarmos a Teoria Geral do Estado, vemos que o grande Max Weber, ao 
atrelar a política ao Estado, deu a seguinte definição: Política seria o "conjunto 
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4 
de esforços feitos com vista a participar do poder ou a influenciar a 
divisão do poder 1 (...)". 
Já o ilustre professor Dallari, sintetiza o caráter político do Estado como sendo 
"a função de coordenar os grupos ou indivíduos, com em vista de fins a 
serem atingidos, impondo a escolha dos meios adequados2". 
E eis que vem o pobre professor Vítor Cruz, na humildade, e tenta facilitar a 
vida de seus alunos dizendo: Pensou em política, pense em "organização" 
e "estratégia". Pois, algo político é aquilo que irá organizar alguma coisa (no 
caso do Estado, organizar seu poder, sua forma de aquisição e sua 
transmissão) com fins estratégicos (visando algo "macro", importante, com 
"visão de topo" e não meramente operacional). 
Assim, podemos dizer que a Constituição em sentido político seria pensar a 
Constituição como o diploma que estabelece as principais coisas organizatórias 
do Estado e seus direitos fundamentais. Qualquer outra coisa que não tiver esse 
caráter essencial (organizatório, estratégico) não será político, logo, não será 
constituição. 
Assim, dizemos que Carl Schimitt, em sua obra "O Conceito Político" (1932) era 
defensor da teoria “decisionista” dizia que a Constituição é fruto de uma 
“decisão política fundamental” que, grosso modo, significa a decisão base, 
concreta, que organiza o Estado e estabelece seus fins essenciais. 
Assim, só é constitucional aquilo que organiza o Estado e limita o Poder, o resto 
são meras "leis constitucionais". 
Assim, Schimitt pregava que a Constituição formal, escrita, não era o 
importante, pois, deve-se atentar ao conteúdo da norma e não à sua forma 
(conceito material de constituição). 
Atualmente este conceito de Carl Schimitt não foi totalmente abandonado, 
embasando a divisão doutrinária entre normas “materialmente constitucionais” 
(Ou seja, que possuem conteúdo próprio a uma Constituição) das normas 
apenas “formalmente constitucionais” (Ou seja, que possuem forma de 
Constituição, porém possuem um conteúdo que não é o conteúdo fundamental 
que uma Constituição deveria prever). 
Ficou bem fácil, não é mesmo? Lembrando: Falou em sentido políTico  
lembrou de Carl SchimiTT 
 
Sentido Jurídico: 
Quando você pensa em jurídico, você pensa em que? 
Aposto que falou "lei" ou "norma", estou certo? E, é por aí mesmo... Algo que 
está no mundo jurídico é algo que está na lei, está normatizado. Assim, 
 
1 DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 31ª Edição. São Paulo : Saraiva, 2012. Pág. 
130. 
2 idem. 
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5 
enxergar a Constituição em sentido jurídico é vê-la como uma norma, uma lei. 
Diga-se de passagem, a lei máxima de um ordenamento jurídico. 
Este é o conceito cujo maior defensor foi Hans Kelsen, que foi uma grande 
Influência na Constituição da Áustria de 1920. Kelsen era defensor do 
positivismo (o que importa é a norma escrita). Segundo seus ensinamentos, a 
Constituição é "norma pura", "puro dever ser". Isso significa que a 
Constituição (norma jurídica) tem origem nela própria, ela é criada baseando-se 
no que"deve ser" e não no mundo do "ser". Assim, o surgimento da 
Constituição não se apóia em qualquer pensamento filosófico, político ou 
sociológico. Tem-se uma norma maior, uma norma pura, fundamental. 
Kelsen era contemporâneo e grande rival de Schimitt. Para Hans Kelsen, o que 
importa para ser Constituição é ter a forma de uma Constituição (conceito 
formal de constituição). Um texto que se coloque acima das demais normas, 
que só possa modificar-se por um processo rígido, complexo, e que deverá ser 
observado por todas as demais dentro de um ordenamento jurídico. 
O sentido jurídico proposto por Kelsen traz com ele 2 desdobramentos: 
1. Sentido lógico-jurídico: É a Constituição hipotética que foi imaginada 
antes de escrever seu texto. 
2. Sentido jurídico-positivo: É a norma suprema em si, positiva, que 
efetivamente se formou e que servirá de base para as demais do 
ordenamento. 
 
Assim, diz-se que a norma em sentido lógico-jurídico é o fundamento de 
validade que legitima a feitura da norma jurídico-positiva. 
Outro defensor do sentido jurídico da Constituição foi o jurista alemão Konrad 
Hesse, discípulo de Kelsen. Hesse foi o conhecido pela obra". A Força Normativa 
da Constituição" (1959), onde resgatou o pensamento de Ferdinand Lassale, e o 
flexibilizou - disse que o pensamento de Lassale até fazia sentido, porém, havia 
pecado em ignorar a força que a Constituição possuía de modificar a sociedade. 
Desta forma, a norma constitucional e a sociedade seriam reciprocamente 
influenciadas. Assim, Hesse versava justamente sobre este caráter impositivo 
que a Constituição teria de modificar a realidade social, já que ela seria um 
documento com força normativa, uma lei que não podia (pelo menos, não 
deveria) ser ignorada. 
 
Demais juristas e observações: 
J. J. Gomes Canotilho - Sentido dirigente da Constituição: Canotilho dizia 
que a Constituição deve ser um plano que irá direcionar a atuação do Estado, 
notadamente através das normas programáticas inseridas no seu texto. A 
CF/88 brasileira é exemplo de uma Constituição dirigentes, principalmente 
devido as diversas normas programáticas dos direitos sociais. Assim, a CF/88, 
além de limitar o poder do Estado, traz normas que direcionam a sua atividade. 
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6 
Peter Häberle - A sociedade aberta dos interpretes da Constituição: 
Häberle dizia que as Constituições eram muito fechadas, pois eram 
interpretadas apenas pelos “intérpretes oficiais” – Os Juízes. Defendia, então, 
que todos os agentes que participam da realidade da Constituição deveriam 
participar também da interpretação constitucional. 
Quadro Esquemático: 
Autor Ferdinand Lassale Carl Schimitt Hans Kelsen 
Sentido/ 
concepção 
de 
Constituiçã
o 
Sentido Sociológico 
Dica: LaSSaLe - 
SocioLógico 
Sentido político 
Dica: SchimiTT - 
PolíTico 
Sentido Jurídico 
 
O que dizia: Obra: A Essência da 
Constituição - O que 
é uma Constituição? 
- 1864. 
Constituição é um 
fato social. 
Não adianta tentar 
colocar uma norma 
escrita, pois a 
constituição 
escrita = mera 
folha de papel a 
Constituição é 
formada pelas 
"Forças Dominantes 
da Sociedade" = 
soma dos fatores 
reais de poder. 
Assim para Lassale 
tínhamos 2 
constituições = a 
constituição real e a 
folha de papel. 
Obra: O conceito 
político - 1932 
A constituição é 
uma decisão 
política 
fundamental - 
"decisionimo". 
Por decisão política 
fundamental 
entende-se a 
decisão base, 
concreta que 
organiza o Estado. 
Assim, só é 
constitucional 
aquilo que 
organiza o Estado 
e limita o Poder, o 
resto são meras 
"leis 
constitucionais". 
 
 
 
Influência na 
Constituição da 
Áustria - 1920 
Contemporâneo e 
grande rival de 
Schimitt - defendia o 
"positivismo". 
conceito formal de 
constituição - tudo 
que está na 
constituição é capaz 
de se impor sobre o 
resto do ordenamento 
jurídico. 
A constituição tem 2 
sentidos: 
Lógico-jurídico: 
norma hipotética 
(imaterial, pensada - 
como deveria ser) 
que serve base para o 
sentido Jurídico-
Positivo: 
Constituição 
efetiva, escrita, 
capaz de se impor 
sobre o resto do 
ordenamento. 
 
Vamos fixar agora com algumas questões: 
 Questões da FCC: 
 
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1. (FCC/ Procurador- TCM/ 2015) É necessário falar da Constituição 
como uma unidade e conservar, entretanto, um sentido absoluto de 
Constituição. Ao mesmo tempo, é preciso não desconhecer a relatividade das 
distintas leis constitucionais. A distinção entre Constituição e lei constitucional 
só é possível, sem dúvida, por que a essência da Constituição não está contida 
numa lei ou numa norma. No fundo de toda a normatividade reside uma 
decisão política do titular do poder constituinte, ou seja, do povo na democracia 
e do monarca na monarquia autêntica. O trecho acima transcrito expressa o 
conceito de Constituição de 
(A) Karl Loewenstein, na obra Teoria da Constituição. 
(B) Carl Schmitt, na obra Teoria da Constituição. 
(C) Konrad Hesse, na obra A força normativa da Constituição. 
(D) Peter Häberle, na obra Hermenêutica constitucional. 
(E) Ferdinand Lassalle, na obra A essência da Constituição. 
Comentários: 
O enunciado fala em decisão política para a formação da constituição, daí temos 
o sentido político da Constituição, consagrada por Carl Shimitt. 
Gabarito: Letra B. 
 
2. (FCC/Defensor Público-SP/2006) O termo "Constituição" comporta 
uma série de significados e sentidos. Assinale a alternativa que associa 
corretamente frase, autor e sentido. 
a) Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os momentos da sua 
história uma constituição real e efetiva. Carl Schmitt. Sentido político. 
b) Constituição significa, essencialmente, decisão política fundamental, ou seja, 
concreta decisão de conjunto sobre o modo e a forma de existência política. 
Ferdinand Lassale. Sentido político. 
c) Constituição é a norma fundamental hipotética e lei nacional no seu mais alto 
grau na forma de documento solene e que somente pode ser alterada 
observando-se certas prescrições especiais. Jean Jacques Rousseau. Sentido 
lógico-jurídico. 
d) A verdadeira Constituição de um país somente tem por base os fatores reais 
do poder que naquele país vigem e as constituições escritas não têm valor nem 
são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que 
imperam na realidade. Ferdinand Lassale. Sentido sociológico. 
e) Todas as constituições pretendem, implícita ou explicitamente, conformar 
globalmente o político. Há uma intenção atuante e conformadora do direito 
constitucional que vincula o legislador. Jorge Miranda. Sentido dirigente. 
Comentários: 
Essa questão é muito legal... Traz um resumão de todo o tema. 
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Letra A - Errada. A doutrina que defendia isso era o sentido sociológico de 
Lassale, já que para ele, não importava qualquer documento escrito para que 
um país possuísse Constituição. A Constituição real e efetiva seria marcada pelo 
somatório dos fatores reais de poder, ou seja, as forças dominantes, as quais 
sempre existem e existiram em qualquer sociedade. 
Letra B - Errada. Essa é a concepção política de Schimitt não de Lassale, que 
era a sociológica. 
Letra C - Errada. Está correto dizer "sentido lógico-jurídico", mas quem disse 
isso foi Hans Kelsen. Rousseau era quem previa que o Estado derivaria de um 
"contrato social", nada tem haver com sentido jurídico de Constituição. 
Letra D - Correto. É o queLassale dizia. Se a Constituição não exprimisse o 
pensamento das forças dominantes, ela seria uma mera “Folha de Papel”. 
Letra E - Errada. Jorge Miranda é um professor português cujas obras de 
direito constitucional são de grande relevância. Porém o sentido dirigente é 
defendido por Canotilho, segundo este autor a Constituição deve ser um plano 
que irá direcionar a atuação do Estado, notadamente através das normas 
programáticas inseridas no seu texto. 
Gabarito: D. 
 
 Questões do CESPE: 
3. (CESPE/ Procurador do Banco Central- Bacen/ 2013) No sentido 
político, segundo Carl Schmitt, a constituição é a soma dos fatores reais do 
poder que formam e regem determinado Estado. 
Comentários: 
Falou em sentido políTico  lembrou de Carl SchimiTT, até aqui tudo certo ok? 
Mas sabemos que quem fala sobre a soma dos fatores reais de poder é 
LaSSale, que fala do sentido Sociológico. 
Gabarito: Errado. 
 
4. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da Amazônia/2012) 
Consoante a concepção sociológica, a constituição de um país consiste na soma 
dos fatores reais do poder que o regem, sendo, portanto, real e efetiva. 
Comentários: 
Em sentido sociológico, a Constituição é um fato social, demonstrado pela 
simples observação de como as forças dominantes da sociedade organizam o 
poder. Essa Constituição sociológica, que seria a própria relação de poder, é a 
verdadeira Constituição, real e efetiva, a par de qualquer documento escrito. 
Gabarito: Correto. 
 
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5. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da Amazônia/2012) 
Segundo Ferdinand Lassale, a Constituição de um país somente pode ser 
considerada legítima se de fato representar o efetivo poder social, ou seja, se 
refletir as forças sociais que constituem o poder. 
Comentários: 
Isso mesmo, pouco importa a Constitução escrita para Lassale, o que importa é 
a Constituição real que é a soma dos fatores de poder que dominam a 
sociedade. Para a Constituição escrita valer de alguma coisa, ela tem que 
refletir o poder social. 
Gabarito: Correto. 
 
6. (CESPE/AJEP-TJES/2011) A concepção sociológica, elaborada por 
Ferdinand Lassale, considera a Constituição como sendo a somatória dos 
fatores reais de poder, isto é, o conjunto de forças de índole política, econômica 
e religiosa que condicionam o ordenamento jurídico de determinada sociedade. 
Comentários: 
Em sentido sociológico, a Constituição é um fato social, demonstrado pela 
simples observação de como as forças dominantes da sociedade organizam o 
poder. 
Gabarito: Correto. 
 
7. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) Segundo Kelsen, a CF não 
passa de uma folha de papel, pois a CF real seria o somatório dos fatores reais 
do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a CF não teria mais 
legitimidade. 
Comentários: 
Quem dizia isso era Ferdinand Lassale e não Hans Kelsen. 
Gabarito: Errado. 
 
8. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido sociológico 
defendido por Ferdinand Lassale, a Constituição é fruto de uma decisão política. 
Comentários: 
Realmente Lassale defendia o sentido sociológico. Mas dizer que a Constituição 
é fruto de uma decisão política é expressar o pensamento de Carl Schmitt 
(conceito político) e não de Lassale. 
Gabarito: Errado. 
 
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9. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) No sentido 
sociológico, a constituição seria distinta da lei constitucional, pois refletiria a 
decisão política fundamental do titular do poder constituinte, quanto à estrutura 
e aos órgãos do Estado, aos direitos individuais e à atuação democrática, 
enquanto leis constitucionais seriam todos os demais preceitos inseridos no 
documento, destituídos de decisão política fundamental. 
Comentários: 
Este seria o sentido político defendido por Carl Schimitt, onde teríamos de 
forma bem distinta: a Constituição, que seria formada pelas normas que 
organizam o Estado e limitam o poder estatal, e as demais normas que 
formariam meras "leis constitucionais" já que não veiculariam conteúdos 
essenciais a uma Constituição. 
Gabarito: Errado. 
 
10. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido jurídico, a 
Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica. 
Comentários: 
O defensor do sentido jurídico era Hans Kelsen, para ele a norma se origina na 
própria norma, a Constituição é norma pura, o chamado puro "dever ser", ou 
seja, o mundo hipotético fruto do pensamento racional do ser humano, aquilo 
que o homem deseja para a organização do poder. O que importa no sentido 
jurídico é a formalidade, a rigidez da constituição, sua característica de ser 
superior às demais normas e servir de ponto de partida para todas as outras, 
ser a norma fundamental do ordenamento, independente do assunto tratado. 
Desta forma, não há qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica 
já que a Constituição é normativa e não um mero convite aos poderes públicos. 
Gabarito: Correto. 
 
11. (CESPE/Analista - DPU/2010) O termo constituição possui diversas 
acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é norma pura, sendo 
fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais, considera-se um 
conceito próprio do sentido 
a) culturalista. 
b) sociológico. 
c) político. 
d) filosófico. 
e) jurídico. 
Comentários: 
O enunciado mostra o pensamento de Hans Kelsen, que defendia o conceito 
jurídico de Constituição, sendo esta uma norma pura, que tem origem nela 
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11 
mesma, sem se prender a qualquer fundamentação sociológica, política ou 
filosófica. 
Letra E. 
 
12. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) De acordo com o princípio da 
força normativa da constituição, defendida por Konrad Hesse, as normas 
jurídicas e a realidade devem ser consideradas em seu condicionamento 
recíproco. A norma constitucional não tem existência autônoma em face da 
realidade. Para ser aplicável, a CF deve ser conexa à realidade jurídica, social e 
política, não sendo apenas determinada pela realidade social, mas determinante 
em relação a ela. 
Comentários: 
Exato. Hesse resgatou o pensamento de Ferdinand Lassale, e o flexibilizou, 
dizia que Lassale havia pecado em ignorar a força que a Constituição possuía de 
modificar a sociedade. Desta forma, a norma constitucional e a sociedade 
seriam reciprocamente influenciadas. 
Gabarito: Correto. 
 
13. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para a teoria da força normativa da 
constituição - desenvolvida, principalmente, pelo jurista alemão Konrad Hesse -
, a constituição tem força ativa para alterar a realidade, sendo relevante a 
reflexão dos valores essenciais da comunidade política submetida. 
Comentários: 
É isso aí. Hesse versava justamente sobre este caráter impositivo que a 
Constituição teria de modificar a realidade social, já que ela seria um 
documento com força normativa, uma lei que não podia (pelo menos, não 
deveria) ser ignorada. 
Gabarito: Correto. 
 
14. (CESPE/ANAC/2009) Concebido por Ferdinand Lassale, o princípio da 
força normativa da CF é aquele segundo o qual os aplicadores e intérpretes da 
Carta, na solução das questões jurídicoconstitucionais, devem procurar a 
máxima eficácia do texto constitucional. 
Comentários: 
Ferdinand Lassale não tinha nada haver com força normativa da Constituição, 
pelo contrário, ao pregar o sentido sociológico da Constituição, onde a 
constituição real era aquela formada pelos fatores reaisde poder da sociedade, 
dizia que a constituição poderia ser completamente ignorada pela sociedade. A 
força normativa da Constituição foi concebida por Konrad Hesse, jurista da 
doutrina positivista, que defendia o sentido jurídico da Constituição aplicando os 
ensinamentos de Hans Kelsen. 
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12 
Gabarito: Errado. 
 
15. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para o jurista alemão Peter 
Härbele, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais de poder 
que regulamentam a vida nessa sociedade. 
Comentários: 
Quem dizia isso era Lassale. Härbele estava preocupado com o fato da 
interpretação constitucional ser realizada por todos os agentes da sociedade. 
Gabarito: Errado. 
 
16. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) O legado de Carl Schmitt, 
considerado expoente da acepção jurídica da constituição, consistiu na 
afirmação de que há, nesse conceito, um plano lógico-jurídico, em que estaria 
situada a norma hipotética fundamental, e um plano jurídico positivo, ou seja, a 
norma positivada. 
Comentários: 
O sentido jurídico dizia exatamente isso. Porém o seu defensor era Hans Kelsen 
e não Carl Schmitt. Este era defensor do sentido político. 
Gabarito: Errado. 
 
17. (CESPE/Procurador Municipal de Natal/2008) A sociedade aberta 
dos intérpretes da Constituição, defendida por Peter Häberle, propõe que a 
interpretação constitucional seja tarefa desenvolvida por todos aqueles que 
vivem a norma, devendo ser inseridos no processo de interpretação 
constitucional todos os órgãos estatais, os cidadãos e os grupos sociais. 
Comentários: 
Exato. Era isso que pregava Härbele. 
Gabarito: Correto. 
 
 Questões da ESAF: 
 
18. (ESAF/PGFN/2007) Carl Schmitt, principal protagonista da corrente 
doutrinária conhecida como decisionista, advertia que não há Estado sem 
Constituição, isso porque toda sociedade politicamente organizada contém uma 
estrutura mínima, por rudimentar que seja; por isso, o legado da Modernidade 
não é a Constituição real e efetiva, mas as Constituições escritas. 
Comentários: 
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13 
Realmente, Carl Schmitt era defensor da corrente decisionista, porém, a 
Constituição escrita não é importante para ele, pois, estava preocupado apenas 
com o conteúdo das normas - conceito material de constituição. 
Gabarito: Errado. 
 
19. (ESAF/PGFN/2007) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é 
dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da unidade 
política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente interferir no texto 
formal, pelo que se torna inconcebível, nesta perspectiva materializante, a idéia 
de rigidez de todas as regras. 
Comentários: 
Decisão fundamental é a corrente decisionista de Schimitt, não de Lassale. 
Lassale defendia a constituição como “FATO SOCIAL”, seria um evento 
determinado pelas forças dominantes da sociedade. 
Gabarito: Errado. 
 
20. (ESAF/AFC-STN/2005) Na concepção de constituição em seu sentido 
político, formulada por Carl Schmmitt, há uma identidade entre o conceito de 
constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis 
constitucionais que se materializa a decisão política fundamental do Estado. 
Comentários: 
Para Carl Schimitt o importante era matéria tratada e não a formalidade. Assim, 
não podemos dizer que a Constituição equivaleria às leis constitucionais, estas 
seriam apenas aquelas normas presentes no corpo constitucional mas que não 
tratariam das matérias essencialmente constitucionais. 
Gabarito: Errado. 
 
21. (ESAF/AFTE-RN/2005) A constituição em sentido político pode ser 
entendida como a fundamentação lógico-política de validade das normas 
constitucionais positivas. 
Comentários: 
O sentido político da Constituição era o sentido defendido por Carl Schimitt, 
onde a Constituição seria o fruto de uma “decisão política fundamental”, pouco 
importava a forma, o que importava na verdade era a matéria tratada que 
deveria englobar a “organização do Estado” + “Direitos Fundamentais”. A 
fundamentação de validade das normas constitucionais positivas refere-se a 
concepção lógico-jurídica de Kelsen. 
Gabarito: Errado. 
 
 Questões de outras bancas: 
 
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22. (VUNESP/ Juiz- TJ-MS/ 2015) Considerando os diferentes conceitos de 
Constituição, abordados sob a ótica peculiar de diversos doutrinadores, analise 
as seguintes manifestações sobre o tema: 
I. Constituição é a soma dos fatores reais de poder que regem uma 
determinada nação. 
II. Constituição é a decisão política fundamental sem a qual não se organiza 
ou funda um Estado. 
Assim, é correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos, 
respectivamente, a 
(A) Konrad Hesse e Carl Schimitt. 
(B) Ferdinand Lassale e Hans Kelsen. 
(C) J.J. Canotilho e Hans Kelsen. 
(D) Hans Kelsen e Konrad Hesse. 
(E) Ferdinand Lassale e Carl Schimitt. 
Comentários: 
O item I traz a descrição do sentido sociológico da Constituição, cunhado por 
Ferdinand Lassale, é aquele que olha para a sociedade e tenta observar os 
"fatos sociais", ou seja, as relações entre as pessoas, o governo, o poder e etc. 
Segundo Lassale, “Constituição Real”, esta era a soma dos fatores reais de 
poder. 
O item II, como o próprio nome sugere, se refere ao sentido político da 
Constituição, e segundo a obra o "O Conceito Político" de Carl Schimitt, a 
Constituição é fruto de uma “decisão política fundamental” que, grosso 
modo, significa a decisão base, concreta, que organiza o Estado e estabelece 
seus fins essenciais. 
Logo, o gabarito é a letra E. 
 
23. (VUNESP/Procurador - Louveira - SP/2007) A concepção de 
Constituição como "somatória dos fatores reais do poder dentro de uma 
sociedade", advém de um conceito de índole 
a) política, empregada originalmente por Michel Temer. 
b) sociológica, empregada originalmente por Ferdinand Lassale. 
c) jurídica, empregada originalmente por Hans Kelsen. 
d) antropológica, empregada originalmente por José Afonso da Silva. 
e) material, empregada originalmente por J.J. Gomes Canotilho. 
Comentários: 
O enunciado trata da sociedade como formadora da Constituição real. É o 
pensamento de Ferdinand Lassale - Sentido Sociológico. 
Letra B. 
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24. (VUNESP/OAB-RN/2003 - Adaptada) Em sentido político, a 
constituição abriga normas que, segundo Ferdinand Lassalle, têm origem nos 
chamados fatores reais de poder predominantes em determinada época e lugar. 
Comentários: 
Esse conceito é o sociológico e não o político. 
Gabarito: Errado. 
 
25. (VUNESP/OAB-RN/2003 - Adaptada) Em sentido sociológico, a 
constituição é o fruto de uma decisão política fundamental acerca do modo e da 
forma da unidade política onde surgiu. 
Comentários: 
Esse é o conceito político e não o sociológico. 
Gabarito: Errado. 
 
26. (TRT 24ª/Juiz Substituto - TRT 24ª/2007) Considere as referências 
abaixo acerca dos conceitos de Constituição: 
I. Constituição no sentido lógico-jurídico. 
II. Constituição no sentido jurídico-positivo. 
III. Constituição como decisão política fundamental. 
Faça a correlação com as referências a seguir: 
( A ) Significa a norma fundamental hipotética. 
( B ) A Constituição é dimensionada como decisão global e fundamental advinda 
da unidade política, e identificávelpelo núcleo de matérias que lhe são próprias 
e inerentes. 
( C ) Equivale à norma positiva suprema. Dentre as alternativas abaixo, marque 
aquela que expressa a relação correta entre as referências acima: 
a) (I-C);(II-A);(III-B). 
b) (I-A);(II-B);(III-C). 
c) (I-A);(II-C);(III-B). 
d) (I-B);(II-C);(III-A). 
e) (I-B); (II-A);(III-C). 
Comentários: 
O sentido jurídico de Kelsen se desdobra no sentido Lógico-jurídico e no 
Jurídico-Positivo. O Lógico-jurídico é a norma hipotética (imaterial, pensada - 
como deveria ser) que serve base para o sentido Jurídico-Positivo, que é 
Constituição efetiva, escrita, capaz de se impor sobre o resto do ordenamento. 
Assim temos I-A e II-C 
A letra B expressa o sentido político da Constituição. Assim, III-B 
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Gabarito: Letra C. 
 
27. (IPAD/Delegado PC-PE/2006) Os chamados "fatores reais de 
poder" caracterizam o sentido político do termo Constituição, na teoria de Carl 
Schmitt. 
Comentários: 
Os fatores reais de poder caracterizam o sentido sociológico de Lassale. 
Gabarito: Errado. 
 
Poder Constituinte: 
GRAVEM MUITO BEM UM COISA: Em direito, quase todos os termos tem um 
origem lógica, quanto mais vocês ficarem atentos a isso, mais fácil a vida de 
vocês será facilitada. 
Poder Constituinte é o poder de "constituir", ou seja, de fazer ou modificar 
aquilo que está escrito como "Constituição". 
 
Espécies: 
O tal do “poder de constituir” (poder constituinte) se divide basicamente em 2: 
originário e derivado. 
Veja, originário vem de “origem” (simples não?!). Assim, o poder originário é o 
que expressa a vontade inicial do Povo, dá origem a toda a ordenação 
estatal, constituindo o Estado e, dessa forma, fazendo surgir a Constituição. Ele 
pode também ser chamado de poder constituinte de primeiro grau. 
O poder derivado é o que “deriva” do inicial, ele é criado pelo poder constituinte 
originário, que lhe dá o poder de modificar as coisas que foram anteriormente 
estabelecidas ou estabelecendo coisas que não foram inicialmente previstas, é o 
chamado poder constituinte de segundo grau. 
De uma forma mais analítica, podemos elencar 5 poderes constituintes (sempre 
um único originário e o resto derivando dele): 
1- Originário (PCO) - É o poder inicial do ordenamento jurídico, um poder 
político (organizador). Todos os outros são poderes jurídicos, pois foram 
instituídos pelo originário, ou seja, já estão na ordem jurídica, enquanto o 
originário é "pré-jurídico". 
2- Derivado Reformador - É o poder de fazer emendas constitucionais. 
Trata-se da reforma da Constituição, ou seja, a alteração formal de seu 
texto. (CF, art. 60). 
3- Derivado Revisor - É o poder que havia sido instituído para se 
manifestar 5 anos após a promulgação da Constituição e depois se extinguir. 
Seu objetivo era restabelecer uma possível instabilidade política causada 
pela nova Constituição (instabilidade esta que não ocorreu). O poder , 
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então, manifestou-se em 1994, quando foram elaboradas as 6 emendas de 
revisão, e após isso acabou, não podendo ser novamente criado, segundo a 
doutrina. O procedimento de revisão constitucional era um procedimento 
bem mais simples que a reforma (vide CF, art. 3º ADCT). 
4- Derivado Decorrente - É o poder que os Estados possuem para 
elaborarem as suas Constituições Estaduais. É a faceta da autonomia estatal 
chamada de "auto-organização". 
 
 A criação pelos Municípios de suas "leis 
orgânicas municipais" não é considerada como fruto deste poder constituinte 
decorrente, já que a lei orgânica não possui aspecto formal de constituição e 
sim de uma lei ordinária, embora materialmente seja equiparada a uma 
Constituição. No entanto, alguns doutrinadores costumam dizer que se trata 
de um "poder constituinte de terceiro grau". 
 
5- Difuso - Ganha espaço na doutrina recente. É o poder de se promover a 
mutação constitucional. Mutação constitucional é a alteração do significado 
das normas constitucionais sem que seja alterado o texto formal. Ela se faz 
através das novas interpretações emanadas principalmente pelo Poder 
Judiciário. Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração informal da 
Constituição. Informal porque não altera a “forma”, ou seja, a estrutura do 
texto, mas somente a sua interpretação. 
 
Poder Constituinte Originário X Derivado: 
O poder constituinte originário (PCO) é um poder inovador, defendido 
pioneiramente pelo Abade Sieyès, em sua obra “O que é o terceiro 
Estado?” publicada pouco antes da Revolução Francesa. Assim, segundo o 
abade, decorreria da soberania que a nação possui para organizar o Estado. 
Decorrente do pensamento de Sieyés, temos que o povo é o titular da 
soberania (poder supremo que é exercido pelo Estado nos limites de um 
determinado território, sem que se reconheça nenhum outro de igual ou maior 
força) e por consequência disso, também será o titular do poder constituinte 
originário, que é a expressão desta soberania. 
Como já vimos, o PCO não é um poder jurídico, mas sim um poder político, ele 
é inicial, tem seu fundamento de validade anterior à ordem jurídica. Assim, ele 
é o poder que organiza o Estado. Quando se faz uso do poder constituinte 
originário está se organizando o Estado e assim criando a ordem jurídica. 
Dentro desta ordem jurídica estará também instituindo-se os demais poderes 
constituintes (revisor, reformador e decorrente). Estes poderes, então, serão 
chamados de poderes jurídicos, já que foram instituídos pelo PCO e retiram o 
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seu fundamento diretamente da ordem jurídica instituída. Tais poderes não são 
mais poderes iniciais, mas sim derivados. 
Os poderes constituintes derivados estão presentes no corpo da Constituição. 
Eles possuem sua manifestação condicionada pelo PCO nos limites do texto 
constitucional. Na CF brasileira, os encontramos nos seguintes dispositivos: 
Reformador - CF, art. 60; 
Revisor - CF, ADCT, art. 3º; 
Decorrente - CF, art. 25 e CF, ADCT, art. 11. 
Difuso – Embora não esteja expresso na CF, decorre implicitamente dela, 
reconhecido pela doutrina e jurisprudência, através do poder que os órgãos 
políticos possuem de direcionar o Estado, interpretando a Constituição. 
 
Modos de manifestação do Poder Constituinte Originário: 
O Poder Constituinte Originário, segundo alguns doutrinadores, pode ser 
considerado histórico (quando sua manifestação ocorre para dar origem a um 
novo Estado) ou revolucionário (quando sua manifestação tem como objetivo 
instituir uma nova ordem política e jurídica em um Estado já existente). 
Embora entenda-se que o poder constituinte tem o povo como seu titular, e é 
na vontade desse povo que se deve instituir a nova ordem, muitas vezes esse 
poder é usurpado pelo governante. Na história, então, vemos que este poder 
tem sido manifestado das seguintes formas: 
 Convenção ou Assembléia Nacional Constituinte - Reunião de 
legitimados pelo povo para que se elabore um texto constitucional. 
 Revolução - Depõe-se através de uma revolução o poder até então 
vigente, para que se institua uma nova ordem constitucional. 
 Outorga - O governante, unilateralmente impõe uma nova Constituição 
(ou Carta Constitucional) de observância obrigatória para o povo, sem 
que este se manifeste. 
 Método Bonapartista ou Cesarista - O governante impõe a 
Constituição ao povo, porém, este ratifica o texto constitucional através 
de um referendo. Desta forma, não obstanteser um Constituição 
outorgada, temos a participação popular para que entre em vigor. 
 
Titular do Poder X Exercente do Poder: 
É comum que as pessoas confundam o exercício com a titularidade, achando 
que por ser a Assembléia Nacional Constituinte a reunião de legitimados, ela 
tomaria para si a titularidade. 
O titular do poder é o povo, pois ele é o titular do Poder Político, poder para 
organizar o Estado. A Assembléia Nacional Constituinte é apenas o exercente 
deste poder do povo, que é permanente, não se esgotando com a feitura da 
Constituição. Já que se o povo perceber que aquela ordem constitucional não é 
mais válida para seus anseios, poderá dissolvê-la e instituir uma nova. 
 
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Poder Constituinte Supranacional: 
Entendimentos recentes defendem a possibilidade da existência do poder 
constituinte supranacional, aquele que transcenderia às fronteiras de um 
Estado. Ele ocorreria na medida em que se criaria uma Constituição única para 
ordenar politicamente e juridicamente diversos Estados, como se tentou, sem 
sucesso, na União Européia. 
 
Características do PCO e suas definições: 
1- Poder político - Pois é ele que organiza o Estado e institui todos os 
outros poderes; 
2- Inicial – É ele que dá início a todo o novo ordenamento jurídico; 
3- Ilimitado, irrestrito, ou soberano - Não reconhece nenhuma limitação 
material ao seu exercício (é o que diz a corrente positivista adotada pelo 
Brasil). Uma parte da doutrina que resgata o pensamento "jusnaturalista" diz 
que o PCO deve ser limitado pelos direitos humanos supranacionais. Porém, 
para fins de concurso esta afirmação não é válida, a não ser que se mencione 
expressamente a doutrina jusnaturalista, já que o Brasil adota 
majoritariamente a corrente positivista. 
 
 Apesar dessa inexistência de limitações 
defendida pela corrente positivista, existe historicamente nas Constituições 
(de países democráticos) um respeito dos princípios básicos como o da 
dignidade da pessoa humana e da justiça. A diferença é que para os 
jusnaturalistas esse respeito seria uma obrigação instransponível, enquanto 
para os positivistas seria apenas um bom senso, um respeito aos direitos 
conquistados, e decorrência lógica dos regimes que se pretendem instituir. 
4- Autônomo - Ele não se submete a nenhum outro poder. 
5- Incondicionado – Não existe nenhum procedimento formal pré-
estabelecido para que ele se manifeste. 
6 - Permanente – Porque não se esgota no momento de seu exercício. 
 
 Cada característica possui a sua exclusiva 
definição. Não se pode definir a uma certa característica usando a 
definição de outra. 
 
Desta forma, é incorreto, por exemplo, falar que "o PCO é ilimitado, pois não se 
sujeira a nenhum procedimento pré-estabelecido de manifestação". É errado 
pois definiu "ilimitado" com o conceito de "incondicionado". Isso é muito comum 
em concursos. 
Características dos Poderes Derivados (em especial o reformador) e 
suas definições 
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1- Poder Jurídico - Pois foi instituído pelo PCO dentro da ordem jurídica. 
2- Derivado – Pois não é o inicial, e sim deriva do PCO. 
3- Condicionado - Pois sua manifestação se condiciona ao rito estabelecido 
pelo art. 60 
4- Limitado - Deve respeitar os limites impostos pela Constituição. 
 
Consequências do exercício do Poder Constituinte Originário: 
1- Revogação de todo o ordenamento constitucional anterior. 
Ao entrar em vigor, inaugurando a nova ordem jurídica, a nova constituição 
revoga completamente todas as normas da constituição anterior. Desta forma, 
não é aceito no Brasil a chamada "teoria da desconstitucionalização". A teoria 
da desconstitucionalização defende que as normas constitucionais anteriores, 
que não fossem conflitantes, estariam albergadas pela nova Constituição, 
continuando assim a vigorar, porém, com status rebaixado, como se fossem leis 
ordinárias. Essa posição, aceitando a "teoria da desconstitucionalização" só 
deverá ser marcada como correta no concurso caso se fale em "doutrina 
minoritária". 
2- Recepção do ordenamento infraconstitucional compatível 
materialmente. 
Essa é a chamada teoria da recepção. Agora, não estamos falando mais de 
normas constitucionais e sim daquelas leis com status inferior à Constituição. 
Nessa teoria, entende-se que todas essas leis que forem compatíveis em seu 
conteúdo com a nova Constituição serão recebidas por esta e continuarão a 
viger, independente de sua forma. É uma face do princípio da conservação das 
normas e da economia legislativa. 
Ratificamos que para que ocorra a recepção basta analisar seu conteúdo 
material, pouco importando a forma. Por exemplo, o CTN (lei nº 5.172/66) 
criado como lei ordinária em 1966 sob a vigência da CF de 1946 vigora até os 
dias de hoje, mas com status de lei complementar, que é a forma exigida para 
o tratamento da matéria tributária pela CF de 1967 e 1988. Ainda falando sobre 
CTN, vemos neste caso uma recepção parcial, já que parte de seu conteúdo 
contraria o disposto na CF/88 e assim está revogada, vigorando apenas uma 
parte que não é conflitante com a Constituição. Assim, a recepção parcial é 
perfeitamente válida. 
Outro fator que deve ser levado em consideração ao falar em recepção é o fato 
que só podem ser recepcionadas normas que estejam em vigor no momento do 
advento da nova constituição, assim, normas anteriores já revogadas, 
anuladas, ou ainda em vacatio legis (período normalmente de 45 dias entre a 
publicação da lei e a sua efetiva entrada em vigor) não poderão ser 
recepcionadas. 
As normas que não forem recepcionadas serão consideradas revogadas. Não há 
o que se falar em inconstitucionalidade delas, pois para que uma norma seja 
considerada inconstitucional, ela já deve nascer com algum problema, algum 
vício. Assim, não existe no Brasil a tese da "inconstitucionalidade 
superveniente", ou seja, uma lei para ser inconstitucional ela deve nascer 
inconstitucional, se ela não nasceu com o vício (inconstitucionalidade congênita) 
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21 
ela nunca irá durante sua existência se tornar inconstitucional, podendo ser, no 
máximo, revogada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3- Produção de efeitos com retroatividade mínima. 
Quando uma lei é publicada, em regra, esta lei é irretroativa, ou seja, será 
aplicada somente para os fatos que ocorrerem em data posterior à entrada em 
vigor. 
Diz-se que as normas constitucionais, ao contrário das leis, são dotadas de 
retroatividade (podem retroagir), mas trata-se de uma retroatividade mínima, 
já que só retroagem para alcançar os efeitos futuros dos casos passados. A 
doutrina divide os efeitos da retroatividade das normas, geralmente em 3 
modos: 
 Máxima – Quando atinge inclusive os fatos passados já consolidados. Ex. 
As prestações que já venceram e que já foram pagas. 
 Média – Quando atinge os fatos passados, mas apenas se estes 
estiverem pendentes de consolidação.Ex. As prestações já vencidas mas 
que não foram pagas. 
 Mínima – Quando não atinge os fatos passados, mas apenas os efeitos 
futuros que esses fatos puderem vir a manifestar. Essa é a teoria adotada 
no Brasil. Ex. As prestações que ainda irão vencer. 
 
 Importante salientar que: esta é a regra que 
acontece caso a Constituição não diga nada a respeito. Já que, como o 
PCO é um poder ilimitado, ele poderá inclusive retroagir 
completamente, desde que faça isso de forma expressa no texto. 
 
Nova CF que proíbe a 
matéria "A" 
 
CFque permite 
matéria "A" 
Lei que trata da 
matéria "A" 
 
 
Revogação - não se pode falar em 
inconstitucionalidade superveniente. 
Para ser inconstitucional tem que 
fazer a averiguação da 
compatibilidade em face da CF do 
momento que foi criada. 
 
 
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22 
Para explicar e exemplificar essa produção de efeitos: 
Existem basicamente 2 coisas: retroatividade e irretroatividade. 
Irretroatividade significa que não alcança nada que veio do passado. É 
irretroativo, não retroage nada, vale somente daqui pra frente, e somente para 
o que for acontecer daqui pra frente. 
Retroatividade significa que, de alguma forma, pegaremos algo que está no 
passado, ou que veio do passado. 
Esse "passado", por sua vez, está dividido em 3 coisas (imagine um contrato de 
compra de algo, com pagamento feito em parcelamentos): 
1- Temos vários fatos que já se consumaram (a assinatura do contrato e as 
parcelas que venceram no passado, já foram pagas, e acabou!). 
2- Aqueles fatos que ainda não se consumaram (parcelas que venceram no 
passado, mas ainda não foram pagas, logo ainda não se consumaram). 
3- Os efeitos futuros dos fatos passados (as parcelas que ainda nem venceram, 
vão vencer, mas são decorrentes desse contrato firmado no passado). 
Se a nova norma alcançar o caso 1 é será retroatividade máxima, o caso 2 é 
média e o 3 é mínima. 
Os 3 casos dizem respeito a algo no passado, nem que tenha sido um contrato 
firmado, pendente do pagamento de parcelas. 
Se 22estivéssemos diante de uma irretroatividade, o simples fato de esse 
contrato ter sido firmado no passado, já o deixaria livre de sofrer qualquer 
modificação, seja no seu teor ou seja nas parcelas decorrentes dele. 
Um exemplo muito utilizado para se demonstrar a produção de efeitos com 
retroatividade mínima é a “vedação da vinculação ao salário mínimo” – CF, art. 
7º, IV. 
Com o advento da Constituição em 1988 ficou vedada a vinculação de pensões 
e benefícios em geral a certo número de salários mínimos. Assim, no momento 
da vigência da norma constitucional, era necessário modificar a maneira de 
calculá-las, pois a norma é de aplicação imediata. No entanto, essa nova 
maneira de calcular o benefício não vai retroagir alcançando aqueles proventos 
que já foram pagos, nem aqueles proventos que já deviam ter sido pagos mas 
não foram. Vai valer somente para os próximos proventos. 
Veja que não podemos confundir isso com “irretroatividade”, pois estamos 
falando de um benefício que tem o seu início no passado e será atingido pela 
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23 
nova norma. Se a norma fosse irretroativa, os novos vencimentos continuariam 
sendo pagos com a vinculação anterior estabelecida em número de salários 
mínimos e não é isso que ocorre. O fato passado foi alcançado, mas somente 
em seus “efeitos futuros”. 
Reforma Constitucional: 
Como vimos, a reforma constitucional, fruto do PCD reformador, está 
condicionada e limitada no art. 60 da Constituição Federal. Vamos ver quais são 
as condições e limitações ao seu exercício: 
Iniciativa da Emenda 
Constitucional de Reforma 
(CF, art. 60) 
A Constituição poderá ser 
emendada mediante proposta: 
1. De pelo menos 1/3 dos 
Deputados ou Senadores; 
2. Do Presidente da 
República; 
3. De mais da metade das 
Assembléias Legislativas das 
unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma 
delas, pela maioria relativa de 
seus membros. 
Obs. Maioria relativa = maioria 
simples (mais da metade dos 
votos dos presentes); 
Limitação circunstancial 
(CF, art. 60 §1º) 
 
A Constituição não poderá ser 
emendada na vigência de 
intervenção federal, de estado 
de defesa ou de estado de 
sítio. 
Limitação Procedimental 
(CF, art. 60 §2º) 
 
A proposta será discutida e 
votada em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois 
turnos, considerando-se 
aprovada se obtiver, em ambos, 
3/5 dos votos dos respectivos 
membros. 
Promulgação 
(CF, art. 60 §3º) 
 
A emenda à Constituição será 
promulgada pelas Mesas da 
Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal, com o respectivo 
número de ordem. 
Limitação Material Expressa Não será objeto de deliberação a 
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24 
(Cláusulas Pétreas Expressas) 
(CF, art. 60 §4º) 
 
proposta de emenda tendente a 
abolir: 
1. a forma federativa de 
Estado; 
2. o voto direto, secreto, 
universal e periódico; 
3. a separação dos 
Poderes; 
4. os direitos e garantias 
individuais. 
Obs. Entende-se que não se 
pode sequer reduzir o alcance 
destas matérias, mas observe 
que elas não são imutáveis, pois 
poderá ser mexido no caso de 
aumentar o poder de alcance 
delas. 
Obs2. Voto obrigatório não é 
cláusula pétrea, apenas o fato de 
ser direto, secreto, universal e 
periódico. 
Limitação Material Implícita 
(Cláusulas Pétreas Implícitas) 
(Reconhecidas pela doutrina e 
jurisprudência) 
 
1. o povo como titular do 
poder constituinte; 
2. o poder igualitário do 
voto. 
3. o próprio art. 60 (que 
estabelece os procedimentos 
de reforma); 
Princípio da irrepetibilidade 
(Limitação Formal) 
(CF, art. 60 §5º) 
 
A matéria constante de proposta 
de emenda rejeitada ou havida 
por prejudicada não pode ser 
objeto de nova proposta na 
mesma sessão legislativa. 
Obs2. Não confunda sessão 
legislativa (anual) com legislatura 
(período de 4 anos). 
Limitação Temporal A limitação temporal ocorre 
quando somente depois de 
decorrido certo lapso temporal a 
Constituição poderá ser 
reformada. 
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25 
A CF/88 não estabeleceu 
nenhuma limitação temporal, 
mas, tal limitação pode ser 
encontrada em Constituições de 
outros países. 
 
Demais considerações: 
 Veja que a forma republicana não foi protegida pela Constituição de 1988 
como uma cláusula pétrea. Expressamente, é apenas um princípio sensível, 
aquele que se não for respeitado ensejará uma “intervenção federal”. O 
entendimento sobre isso não é unânime, algumas doutrinas reconhecem a 
forma republicana como cláusula pétrea implícita, devido à proteção dada 
ao “voto periódico”, típico dos governos republicanos. Em concursos, se 
não houver abertura na questão para os pensamentos doutrinários, deve-
se indicar que a república não é uma cláusula pétrea. 
 Lembre-se que são gravados de forma pétrea apenas os direitos e 
garantias individuais, mas, estes não se resumem ao art. 5º da CF, 
estando espalhados ao longo dela. 
 Essa vedação à alteração do art. 60 (cláusula pétrea implícita) é o que 
chamamos de proibição à "dupla revisão", ou seja, é vedado que o 
legislador primeiramente modifique o art. 60, desprotegendo as matérias 
gravadas como pétreas, e depois edite outra emenda extinguindo as 
cláusulas. Alguns entendem que essa vedação de modificação do art. 60 
seria absoluta, não podendo o legislador alterar este rito, nem facilitando, 
nem dificultando o processo. 
 
Revisão Constitucional: 
CF, ADCT, art. 3º → A revisão constitucional será realizada após 5 
anos, contados da data de promulgação da CF, pelo voto da maioria 
absoluta dos membros do Congresso Nacional em sessão unicameral. 
Essas emendas têm o mesmo poder das emendas de reforma, mas, percebe-
se que foi um procedimento mais simples (bastava maioria absoluta 
em sessão unicameral, enquanto as outras será 3/5, em 2 turnos, nas 
duas Casas), porém,após o uso deste poder de revisão, ele se extinguiu não 
podendo mais ser utilizado e nem se pode por EC criar outro similar. 
 
Mutação Constitucional: 
É um tema muito relevante na atualidade. Trata-se da alteração do significado 
das normas constitucionais sem que seja alterado o texto formal. Ela se faz 
através das novas interpretações emanadas principalmente pelo Poder 
Judiciário. Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração informal da 
Constituição. É fruto do Poder Constituinte Derivado Difuso. 
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26 
Diz-se que a alteração é "informal" pois não altera a "forma" como a norma 
está escrita. O dispositivo constitucional continua lá, igualzinho, o que se muda 
é apenas a forma de interpretá-lo. Exemplo: 
CF, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade (...). 
Veja que o dispositivo acima diz o termo “residente”, assim, em uma leitura 
"seca", poderíamos concluir que somente aquele estrangeiro que decidisse fixar 
o seu domicílio no Brasil é que teria acesso às inviolabilidades ali previstas. 
Certo? Porém, o STF decidiu12 que deve ser entendido como "todo estrangeiro 
que estiver em território brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em 
trânsito". Assim o estrangeiro em trânsito também estará amparado pelos 
direitos individuais. 
Isso foi uma mutação constitucional. A forma como está escrito o dispositivo 
continuou a mesma. Porém, informalmente, deu-se uma interpretação 
expansiva, aumentando o leque de proteção daqueles direitos. 
 
Princípios a serem observados pelo Poder Constituinte Derivado 
Decorrente: 
O Poder Constituinte Derivado Decorrente fornece o principal passo da auto-
organização estadual. Este poder como sabemos não é ilimitado, precisa 
observar certos princípios (que serão visto em pormenores posteriormente). 
São eles: 
 Os princípios sensíveis - são aqueles presentes no art. 34, VII da 
Constituição Federal, que se não respeitados poderão ensejar a 
intervenção federal. 
 Os princípios federais extensíveis (ou comuns) - são aqueles 
princípios federais que são aplicáveis pela simetria federativa aos demais 
entes políticos, como por exemplo, as diretrizes do processo legislativo, 
dos orçamentos e das investiduras nos cargos eletivos. São também 
chamados de "princípios comuns" pois se aplicam a todos os entes da 
federação, de forma comum. 
 
 Simetria federativa seria "espelhar" em cada 
esfera da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) aqueles 
princípios básicos, que podem ser estendidos. Por exemplo: Aquilo que cabe ao 
Presidente da República em âmbito federal, caberá ao Governador no âmbito 
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27 
estadual, e ao Prefeito no âmbito municipal (observados, obviamente, certas 
peculiaridades e limites). 
 Os princípios estabelecidos - são aqueles que estão expressamente ou 
implicitamente no texto da Constituição Federal limitando o poder 
constituinte do Estado-membro. 
 
 Questões da FCC 
 
28. (FCC/Defensor-DPE-RS/2011) No que se refere ao Poder Constituinte, 
é INCORRETO afirmar: 
a) O Poder Constituinte genuíno estabelece a Constituição de um novo Estado, 
organizando-o e criando os poderes que o regerão. 
b) Existe Poder Constituinte na elaboração de qualquer Constituição, seja ela a 
primeira Constituição de um país, seja na elaboração de qualquer Constituição 
posterior. 
c) O Poder Constituinte derivado decorre de uma regra jurídica constitucional, é 
ilimitado, subordinado e condicionado. 
d) Quando os Estados-Federados, em razão de sua autonomia político-
administrativa e respeitando as regras estabelecidas na Constituição Federal, 
autoorganizam-se por meio de suas constituições estaduais estão exercitando o 
chamado Poder Constituinte derivado decorrente. 
e) Para parte da doutrina, a titularidade do Poder Constituinte pertence ao 
povo, que, entretanto, não detém a titularidade do exercício do poder. 
Comentários: 
Letra A – Correto. Genuíno está como sinônimo de “originário”. É o poder 
inicial, criador. 
Letra B – Correto. Sempre que se criar uma Constituição há manifestação de 
poder constituinte. Segundo a doutrina o poder constituinte pode ser 
considerado histórico (quando sua manifestação ocorre para dar origem a um 
novo Estado) ou revolucionário (quando sua manifestação tem como objetivo 
instituir uma nova ordem política e jurídica em um Estado já existente). 
Letra C – Errado. O PCD é realmente subordinado e condicionado, porém ele é 
“limitado” e não “ilimitado” como diz a assertiva. 
Letra D – Correto. O PCD decorrente é o Poder que os Estados possuem para se 
autoorganizarem, criando suas constituições. 
Letra E – Correto. A titularidade do Poder não se confunde com o exercício do 
Poder. O Povo é o titular do Poder, porém, que o exerce é a Assembléia 
Constituinte que elabora uma Constituição tendo como finalidade os anseios do 
Povo. 
Gabarito: Letra C. 
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28 
29. (FCC/AJEM-TRT 7ª/2009) O poder constituinte derivado é subdivido 
em: 
a) inicial e incondicionado. 
b) inicial e ilimitado. 
c) autônomo e incondicionado. 
d) reformador e decorrente. 
e) autônomo e ilimitado. 
Comentários: 
Questão simples, de única resposta possível. Veja que o enunciado pede 
"subdivisões" do Poder Constituinte Derivado. Somente a letra D, traz espécies 
de Poder Constituinte. As letras, A, B, C e E trazem características... daí ser 
muito importante atentar ao enunciado. 
Veja ainda, que mesmo trazendo características e não subdivisões, todas as 
letras (A, B, C e E) erram, já que elencam características do PCO e não do PCD. 
Gabarito: Letra D. 
 
30. (FCC/AJAJ-TRT SP/2008) O Poder Constituinte originário caracteriza-
se por ser: 
a) autônomo e condicionado. 
b) reformador e decorrente. 
c) condicionado e decorrente. 
d) inicial, ilimitado e reformador. 
e) inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado. 
Comentários: 
E aí, pessoal? tá fácil ou não? 
Letra A - Errada. Ele é incondicionado. 
Letra B - Viajou, essas são espécies do PCD. 
Letra C - Vou nem comentar. 
Letra D - Ele é inicial e ilimitado, mas reformador é uma espécie do Derivado 
(PCD). 
Letra E - Agora sim... 
Gabarito: Letra E. 
 
31. (FCC/Auditor-TCE-AM/2007) Considere as afirmações a seguir a 
respeito do Poder Constituinte: 
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29 
I. Dentre as possíveis classificações existentes, o Poder Constituinte classifica-
se em originário e derivado. 
II. A manifestação do Poder Constituinte originário é condicionada às regras 
procedimentais estabelecidas para a reforma da Constituição. 
III. Poder Constituinte derivado é sempre ilimitado. 
IV. As Emendas à Constituição de 1988 são frutos do Poder Constituinte 
derivado. 
Está correto o que se afirma SOMENTE em 
a) I e IV. 
b) I e III. 
c) II e IV. 
d) III e IV. 
e) IV. 
Comentários: 
I - Correto. Exatamente o que vimos. 
II - Errado. O PCO é um poder INCONDICIONADO, não fica preso a regras 
procedimentais de manifestação. 
III - Errado. Pelo contrário, ele é limitado, já que não pode tratar de certas 
matérias. 
IV - Correto. Agora sim, as emendas constitucionaissão fruto do chamado 
Poder Constituinte Derivado Reformador. 
Gabarito: Letra A. 
 
32. (FCC/Analista - TRT 16ª/2009) Em tema de Poder Constituinte 
Originário, é INCORRETO afirmar que 
a) é limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional 
vigente, sob pena de inconstitucionalidade. 
b) é incondicionado, porque não tem ele que seguir qualquer procedimento 
determinado para realizar sua obra de constitucionalização. 
c) é autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma prefixada 
para manifestar sua vontade. 
d) caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado. 
e) se diz inicial, pois seu objeto final - a Constituição, é a base da ordem 
jurídica. 
Comentários: 
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30 
Letra A - Errada. O Poder Constituinte Originário é inicial, ilimitado e 
incondicionado. Ele não se sujeita a qualquer limitação, muito menos da 
Constituição, pois ele é a própria origem da Constituição, logo, anterior a ela. 
Letra B - Correto. Lembre-se "incondicionado" refere-se ao "procedimento 
formal de manifestação", ou seja, a inexistência de forma, ou rito, pré-
estabelecido para se manifestar. 
Letra C - Correto. Ele é autônomo, não se submete a nenhum outro poder 
anterior a ele. 
Letra D - É ilimitado pois não possui barreiras materiais, pode tratar de 
qualquer matéria, sem estar sujeito a limites. É autônomo pois não deriva nem 
se submete a nenhum outro poder. Por fim, ele é incondicionado pelo fato de 
que o procedimento para se manifestar é livre, não há qualquer rito pré-
estabelecido para a sua manifestação. 
Letra E - Correto. A característica "inicial" do poder constituinte originário é pelo 
fato de que ele dá início ao novo ordenamento jurídico e faz isso através da 
Constituição: a base da ordem jurídica. 
Gabarito: Letra A. 
 
33. (FCC/Promotor-MPE-CE/2009 - Adaptada) O poder constituinte 
decorrente é próprio das federações (Certo/Errado). 
Comentários: 
A afirmação é correta, pois trata-se do poder que os Estados-membros 
possuem para se auto-organizarem. 
Gabarito: Correto. 
 
34. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG/2007) No que diz respeito 
ao Poder constituinte, é correto afirmar que 
a) o Movimento Revolucionário não é considerado uma das formas básicas de 
expressão desse Poder. 
b) as Assembléias Constituintes titularizam esse Poder, enquanto o povo ou a 
nação é seu exercente. 
c) o titular desse Poder é o povo, e seu exercente é aquele que, em nome do 
povo, cria o Estado, editando a nova Constituição. 
d) as Assembléias Constituintes confundem-se com o processo de outorga que 
estabelece a Constituição, por declaração bilateral. 
e) a titularidade e o exercente desse Poder são sempre o Legislativo e o 
Executivo, auxiliados pelo Judiciário. 
Comentários: 
Letra A - Errada. A revolução é uma das formas de manifestação do PCO. 
Letra B - Errada. É o contrário, o titular do PCO é o povo, e a assembléia é 
mero exercente do Poder, e faz esse exercício em nome do povo. 
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31 
Letra C - Aêeee!!! Corretíssimo. Tenho certeza que todos acertaram essa...! 
Não foi? 
Letra D - Errado. Outorga é a imposição unilateral da Constituição, ou melhor 
da "Carta"! 
Letra E - Errado. As bancas de concurso tem horas que viajam... Essa era pra 
todo mundo rabiscar logo de cara. 
Gabarito: Letra C. 
 
35. (FCC/EPP-SP/2009 - Adaptada) O Poder Constituinte denominado 
originário pode se manifestar por meio de emendas pontuais ou mediante 
ampla revisão da Constituição preexistente (Certo/Errado). 
Comentários: 
Neste caso será um poder derivado. O poder originário é o que dá início ao 
ordenamento, todos os que vierem para reformá-lo ou revê-lo serão poderes 
derivados. 
Gabarito: Errado. 
 
36. (FCC/Defensor Público-SP/2007) Em relação ao poder constituinte 
originário, pode-se afirmar: 
a) Envolve processos cognitivos e questões complexas sobre teoria política, 
filosofia, ciência política e Teoria da constituição, já que dispõe, de maneira 
derivada, sobre a principal lei de um Estado, sua organização e os direitos e 
garantias fundamentais. 
b) Os positivistas admitem que é um poder de direito que se funda num poder 
natural, do qual resultam regras anteriores ao direito positivo e decorrentes da 
natureza humana e da própria idéia de justiça da comunidade. 
c) Sua teorização precedeu historicamente a primeira constituição escrita, tendo 
como grande colaborador a figura do Abade Emmanuel de Sieyès que alguns 
meses antes da Revolução Francesa publicou um panfleto intitulado "A Essência 
da Constituição". 
d) Sua atividade se dá nos casos de necessária evolução constitucional, onde o 
texto poderá ser modificado através de regras e limites jurídicos contidos na 
norma hipotética fundamental idealizada por Hans Kelsen. 
e) Na sua atuação poderá encontrar implicações circunstanciais impositivas 
como por exemplo as pressões econômicas, sociais e de grupos particulares, 
mas fundará sua legitimidade numa pauta advinda da idéia de direito da 
comunidade e de sua tradição cultural. 
Comentários: 
PÁRA TUDO!!! 
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32 
Mandamento nº 1 do concurseiro no dia da prova: Não se desespere!!! 
Você é seu maior inimigo. Se alguém pode fazer com que você não se 
classifique no concurso, esse alguém é você mesmo, ou melhor, o seu 
nervosismo... então CALMA!!! CONCENTRAÇÃO e FRIEZA! 
Quando pegarem a prova, fale para si: eu sei TUDO que está aqui... e pelo 
menos em Constitucional eu sei que saberão, pois estou aqui trabalhando para 
isso, para levá-los ao 11... ops.. ao 10! 
Letra A - Errado. Fala um monte de baboseira, mas na verdade só importa uma 
coisa: não se pode dizer que o PCO dispõe de maneira “derivada”, pois ele é o 
inicial, originário na ordem jurídica. 
Letra B - Errado. Poder natural = naturalismo, são os "rivais" do positivistas. 
Para os positivistas, que pregam somente a força da norma que está instituída, 
não há o que se falar em fundamentos de direito natural. Esse direito natural, 
de caráter supranacional, que estaria limitando a ordem jurídica é pregado 
pelos jusnaturalistas e ignorado pelos positivistas. 
Letra C - Errado. A questão estava quase perfeita, porém, a obra de Siéyès foi 
“O que é o terceito Estado?”. “A Essência da Constituição” foi a obra de 
Ferdinand Lassale que pregava a Constituição como sendo um fato social, sendo 
definida pelas forças dominantes da sociedade. 
Letra D - Errado. Estas disposições se referem ao Poder Constituinte Derivado e 
não ao originário. 
Letra E - Correto. Muito cuidado! A assertiva não fala em limitações, mas em 
"implicações", ou seja, influências, e isso realmente ocorre. Mas, embora uma 
Constituição possa sofrer influência e pressões políticas e econômicas das forças 
dominantes da sociedade, é o povo que a legitimará, devendo então prever os 
preceitos que irão reger o convívio em sociedade e levar em consideração as 
tradições e culturas presentes no Estado. Correta a questão. 
 
37. (FCC/Assistente – MPE-RS/2008 - Adaptada) Considerando que o 
Código Penal foi editado por uma espécie normativa denominada Decreto-Lei, 
não previsto na atual Constituição da República Federativa do Brasil, embora o 
referido diploma penal continue plenamente em vigor, tanto no aspecto 
material, como formal, e desta feita sob uma roupagem de "lei ordinária", 
ocorreu o fenômeno caracterizado como desconstitucionalização (Certo/Errado).Comentários: 
Vimos que desconstitucionalização é uma teoria não aceita no direito brasileiro, 
já que o advento de uma nova Constituição promove a revogação de todas as 
normas de natureza constitucional da Constituição anterior, não havendo o que 
se falar em “rebaixamento de status” de normas anteriores através de 
desconstitucionalização. O que se aproveita são unicamente as normas que não 
possuem status constitucionais que, se compatíveis materialmente, continuarão 
válidas pela chamada teoria da recepção. 
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33 
Gabarito: Errado. 
 
38. (FCC/Assessor Jurídico - TJ-PI/2010) No Brasil, o Poder Constituinte 
Reformador: 
a) realiza a modificação da Constituição por meio de Emendas Constitucionais, 
cujo projeto deverá ser aprovado em cada Casa do Congresso Nacional em dois 
turnos, pelo voto de três quintos dos respectivos Membros e, posteriormente, 
sancionado pelo Presidente da República. 
b) legitima as Assembleias Constituintes Estaduais bem como as Câmaras 
Municipais a produzirem a legislação local das respectivas unidades federativas, 
desde que respeitada a Constituição Federal. 
c) determina limites formais para o caso de revisão constitucional, como a 
exigência de dupla votação e voto da maioria absoluta do Congresso Nacional, 
em sessão unicameral. 
d) pode se transformar em Assembleia Constituinte segundo disposição 
expressa da Constituição Federal mediante aprovação popular por meio de 
referendo. 
e) possui limites circunstanciais, como a impossibilidade de a Constituição 
Federal ser emendada em caso de intervenção federal, estado de sítio e estado 
de defesa. 
Comentários: 
Letra A - Errada pelo fato de que não existe sanção de emenda constitucional. 
Após a sua aprovação ela será promulgada pelas Mesas das Casas Legislativas 
do Congresso Nacional. 
Letra B - Errada, tal poder atribuído às Assembleias Estaduais é o "Decorrente" 
e não o "Reformador". 
Letra C - Errada, primeiramente por tratar da "revisão constitucional" e não da 
"reforma constitucional". Outro erro é o fato de que a revisão constitucional era 
feita em turno único e não em "dupla votação". 
Letra D - Errada. Não há nada a respeito disso. 
Letra E - Correta. As limitações circunstanciais estão no §1º do art. 60, quando 
diz que a Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção 
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 
Gabarito: Letra E. 
 
 Questões do CESPE: 
39. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Com o advento 
de uma nova ordem constitucional, é possível que dispositivos da constituição 
anterior permaneçam em vigor com o status de leis infraconstitucionais, desde 
que haja norma constitucional expressa nesse sentido. 
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34 
Comentários: 
Em regra, todas as normas da constituição anterior são revogadas pela nova 
constituição, no entanto, havendo expressa previsão, as normas constitucionais 
revogadas podem ser recepcionadas com status de lei. Segundo a doutrina, 
tem-se aí o fenômeno da desconstitucionalização, que é exatamente a 
admissão da ordem constitucional anterior como norma infraconstitucional 
naquilo que for materialmente compatível. Isto é, a Constituição anterior 
continua valendo, total ou parcialmente, porém com status hierárquico menor, 
passando a ter hierarquia de lei ordinária. 
Gabarito: Correto. 
 
40. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Segundo a 
doutrina, os procedimentos de reforma constitucional classificam-se em emenda 
e revisão, não tendo este último sido aceito pela Constituição Federal de 1988 
(CF). 
Comentários: 
Errado, o art. 3° do ADCT da CR-88, diz que a revisão constitucional será 
realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto 
da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão 
unicameral. 
Gabarito: Errado. 
 
41. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) O titular do poder 
constituinte é o povo, que, no Brasil, engloba tanto os brasileiros natos quanto 
os naturalizados. 
Comentários: 
De fato, segundo a doutrina majoritária sustenta que a titularidade deste poder 
reside sempre na soberania do povo (resposta democrática). Em sua obra 
clássica Qu’est-ce que le Tiers État?, Joseph SIEYÈS sustenta que o 
reconhecimento da vontade comum na opinião da maioria é uma máxima 
incontestável. Por fim, conceitualmente, povo engloba tanto os brasileiros natos 
quanto os naturalizados. 
Gabarito: Correto. 
 
42. (CESPE/ Outorga de Delegações- TJ-SE/ 2014) A CF possui cláusulas 
pétreas implícitas, existindo limitações ao poder de reforma constitucional que 
não estão expressamente indicadas em seu texto. 
Comentários: 
Coreto, a Constituição traz várias hipóteses de cláusulas pétreas implícitas, tais 
como: a titularidade do poder constituinte (art. 1.º, parágrafo único), o 
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35 
procedimento de emenda constitucional (art. 60, I, II, III, §§ 2.º, 3.º e 5.º), a 
forma republicana e o sistema presidencialista de governo (na medida em que o 
povo referendou a escolha dos representantes – art. 2.º do ADCT) e o art. 60, § 
4.º. 
Gabarito: Correto. 
 
43. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Considere que, 
por emenda constitucional, tenha sido expressamente revogada a previsão do 
voto direto, secreto, universal e periódico como cláusula pétrea e que, em 
seguida, nova emenda tenha estabelecido o voto censitário e aberto. Nessa 
situação, as mudanças efetivadas, apesar de questionáveis socialmente, estão 
de acordo com o ordenamento constitucional brasileiro vigente. 
Comentários: 
Errado, segundo o §4/ do art. 60 da CF, § 4º Não será objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o 
voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
Gabarito: Errado. 
 
44. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Considere que lei 
editada sob a égide de determinada Constituição apresentasse 
inconstitucionalidade formal, apesar de nunca de ter sido declarada 
inconstitucional. Nessa situação, com o advento de nova ordem constitucional, 
a referida lei não poderá ser recepcionada pela nova constituição, ainda que lhe 
seja materialmente compatível, dado o vício insanável de inconstitucionalidade. 
Comentários: 
Grave bem uma coisa, a inconstitucionalidade é insanável, de forma que, se 
houver vício de inconstitucionalidade formal ou material da lei pré-
constitucional diante da Constituição anterior, não poderá haver recepção, é o 
princípio da contemporaneidade, que informa que a lei deve ser 
constitucional à época em que foi editada. 
Gabarito: Correto. 
 
45. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Suponha que uma 
lei infraconstitucional tenha sido revogada pelo advento de uma nova ordem 
constitucional, por ser com ela incompatível. Nessa situação, com a entrada em 
vigor de uma terceira ordem constitucional, ainda que seja compatível com ela, 
a referida lei infraconstitucional não poderá ser restaurada, salvo se houver 
disposição constitucional expressa nesse sentido. 
Comentários: 
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36 
Correto, se uma lei foi não foi recepcionada por uma constituição, revogada 
esta mesma constituição, pelo princípio

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