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ACIONAMENTO DE MÁQUINAS ELÉTRICAS W B A 03 00 _v 1. 0 2 Renato Kazuo Miyamoto Londrina Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2020 ACIONAMENTO DE MÁQUINAS ELÉTRICAS 1ª edição 3 2020 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Presidente Rodrigo Galindo Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada Paulo de Tarso Pires de Moraes Conselho Acadêmico Carlos Roberto Pagani Junior Camila Braga de Oliveira Higa Carolina Yaly Giani Vendramel de Oliveira Henrique Salustiano Silva Juliana Caramigo Gennarini Mariana Gerardi Mello Nirse Ruscheinsky Breternitz Priscila Pereira Silva Tayra Carolina Nascimento Aleixo Coordenador Mariana Gerardi Mello Revisor Ana Paula Zanatta Editorial Alessandra Cristina Fahl Beatriz Meloni Montefusco Gilvânia Honório dos Santos Mariana de Campos Barroso Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) __________________________________________________________________________________________ Miyamoto, Renato Kazuo M685a Acionamento de máquinas elétricas/ Renato Kazuo Miyamoto, – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2020. 40 p. ISBN 978-65-87806-01-3 1. Acionamentos.2. Máquinas I. Miyamoto, Renato Kazuo. II.Título. CDD 621.31 ____________________________________________________________________________________________ Jorge Eduardo de Almeida CRB: 8/8753 © 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. 4 SUMÁRIO Introdução ao acionamento de máquinas rotativas _________________ 05 Variação de velocidade com controle escalar _______________________ 22 Acionamentos com controle vetorial de velocidade ________________ 38 Controle de velocidade em máquinas de corrente contínua ________ 53 ACIONAMENTO DE MÁQUINAS ELÉTRICAS 5 Introdução ao acionamento de máquinas rotativas Autoria: Renato Kazuo Miyamoto Leitura crítica: Ana Paula Zanatta Objetivos • Capacitar o profissional para identificar e analisar circuitos de acionamentos de máquinas elétricas. • Estudar as técnicas de partida direta e indireta, bem como o comportamento do conjugado e da corrente em máquinas rotativas. • Fornecer subsídios para a compreensão e a análise de projetos de acionamentos em máquinas elétricas. 6 1. Introdução ao acionamento de máquinas elétricas Os motores elétricos rotativos são conversores eletromecânicos de energia, ou seja, são dispositivos capazes de produzir conjugado mecânico a partir de uma alimentação elétrica. Podem ser divididos em dois grupos: i) Motores de Corrente Contínua (MCC); e ii) Motores de Corrente Alternada (MCA). Em sua aplicação na indústria, os MCAs possuem maior destaque, mais especificamente os Motores de Indução Trifásicos (MIT) com rotor em gaiola de esquilo, devido aos seus aspectos construtivos, que propiciam robustez aliada a um baixo custo de manutenção. Assim, há a necessidade de compreensão sobre as técnicas de acionamento empregadas nesse tipo de máquina. Na ausência de qualquer elemento de controle, os motores elétricos operam essencialmente a uma velocidade constante. Logo, conceituamos como partidas diretas e indiretas os métodos nos quais não há elementos de controle de velocidade nessas máquinas. 1.1 Partida direta A primeira técnica estudada é a partida direta, a qual possui como característica uma maneira mais simplista de acionar uma máquina elétrica. Para um MIT, consiste na ligação das três fases diretamente ao motor, o que resulta em um pico de corrente. Essa técnica deve ser executada sempre que possível; entretanto, por determinação da concessionária, só podem ser acionados motores abaixo de 10 CV em instalações industriais (FRANCHI, 2013). Assim, essa técnica de acionamento deve ser utilizada em casos específicos: 7 • Quando há um motor de baixa potência. Franchi (2013) define uma potência máxima de 10 CV para a máquina (observar a concessionária de energia local). Nesse caso, é possível mitigar as elevadas amplitudes do pico de corrente de partida. • A máquina acionada não precisa de uma aceleração progressiva, ou seja, não precisa de controle de velocidade. Nesses casos, geralmente, o sistema conta com um dispositivo mecânico/redutor que evita uma partida muito rápida. Do método de acionamento em estudo, podemos elencar algumas vantagens: i) equipamentos simples, de fácil construção e projeto; ii) conjugado de partida elevado; iii) partida rápida; e iv) baixo custo, por não necessitar de elementos de potência. Entretanto, na partida direta, o transitório de corrente de partida elevado acarreta algumas desvantagens: i) há uma queda de tensão no sistema de alimentação da rede, devido à corrente solicitada pela máquina, o que pode resultar em interferências em equipamentos instalados no sistema; e ii) os dispositivos de proteção e cabos condutores devem ser superdimensionados, o que resulta em elevação dos custos de implementação (CHAPMAN, 2013). A Figura 1 ilustra o comportamento da corrente em um MIT de 1 CV, com rendimento 0,77 e fator de potência 0,86, via partida direta. Nela percebe-se o comportamento em regime transitório e permanente. 8 Figura 1 – Comportamento das correntes trifásicas em MIT via partida direta Fonte: elaborada pelo autor. A partir da análise da Figura 1, percebe-se que, em regime transitório, ou seja, nos instantes nos quais a máquina vence o momento de inércia, temos uma corrente de 25,8 A de pico (ou 18,24 A rms). Em regime estacionário, ou seja, quando a máquina já opera em velocidade nominal, há uma corrente de 4,13 A de pico (2,92 A rms). Assim, percebe-se que há uma relação entre os valores de corrente de partida ( pI ) e corrente nominal ( nI ). No caso do exemplo da Figura 1, temos 6, 25 p n I I = . Em termos práticos, quer dizer que há uma corrente de 6,25 vezes maior no início da rotação da máquina em questão. Logo, fica evidente que é necessário atentar-se ao correto dimensionamento dos dispositivos de proteção, cabos e comportamento da rede elétrica nessa técnica de acionamento. 1.2 Partida indireta Partidas indiretas são técnicas utilizadas de modo a mitigar os elevados valores de corrente de partida em máquinas elétricas rotativas. Entre 9 os mais usuais, podemos citar a partida estrela-triângulo, chave compensadora e partidas eletrônicas (soft-starters e inversores de frequência) (PETRUZELLA, 2013). 1.2.1 Partida estrela-triângulo Trata-se de uma técnica responsável por uma redução na tensão nas bobinas do estator durante a partida do motor. Assim, a máquina inicia a partida em fechamento estrela, o que representa uma tensão de aproximadamente 58% da nominal. Após a estabilização da velocidade do motor, que pode ocorrer entre 75% a 90% de sua velocidade nominal, a ligação é comutada para triângulo, assumindo a tensão nominal. Caso seja comutado antes de 90%, haverá um pico de corrente nos enrolamentos do motor (FRANCHI, 2013; UMANS, 2014). Na ligação estrela, a corrente fica reduzida para 25% a 33% da corrente de partida na ligação triângulo, conforme ilustra a Figura 2(a). A referida técnica deve ser empregada em processos que possuam um conjugado resistente (conjugado da carga) de até um terço do conjugado de partida, ou seja, uma redução na corrente de partida também acarreta em uma redução do conjugado no eixo da máquina elétrica, conforme ilustra a Figura 2(b) (FRANCHI, 2013). Para que essatécnica seja passível de aplicação, os motores devem poder ser fechados em dupla tensão (220/380 V, 380/660 V) e a tensão nominal de operação deve ser a menor. Além disso, os motores devem ter, no mínimo, seis bornes de ligação. Esse método possui algumas vantagens, entre as quais podemos destacar: i) baixo custo (por não necessitar de elementos de potência e/ ou transformadores); ii) pequeno espaço ocupado pelos componentes; e iii) não possui limite máximo de manobras (limitado à vida útil dos componentes envolvidos no processo). 10 Figura 2 – Comparativo das correntes e dos conjugados em partida direta e estrela-triângulo: (a) Relação de corrente e (b) Relação de conjugado (a) (b) Fonte: adaptada de Franchi (2013, p. 159-160). Vale lembrar que, se a máquina em operação não operar ao menos em 90% de sua rotação nominal, no instante da comutação, há um pico de corrente de quase mesma intensidade da partida direta (PETRUZELLA, 2013). 1.2.2 Partida compensadora Nessa técnica de acionamento, as bobinas da máquina são alimentadas com tensão reduzida por meio de uma chave de partida. Para que haja essa redução, um autotransformador é ligado em série com as bobinas da máquina. Após a partida da máquina, as bobinas do motor recebem alimentação nominal (UMANS, 2014). Em uma partida compensadora alguns componentes são necessários: um autotransformador ligado em Y, um relé de 11 sobrecarga, três contatores, três fusíveis com retardos e relé de tempo. O autotransformador de partida é constituído por um núcleo ferromagnético constituído por chapas de aço silício curto-circuitadas no topo. Os enrolamentos trifásicos estão dispostos ao redor das chapas e seus terminais inferiores são conectados em Y. Ao longo da extensão dos enrolamentos, há alguns taps operacionais com tensões proporcionais a 50%, 65% e 80% da tensão de alimentação nominal, conforme ilustra a Figura 3. Figura 3 – (a) Diagrama esquemático de um autotransformador e (b) Vista em corte do autotransformador (a) (b) Fonte: (a) adaptada de Franchi (2013, p. 169); (b) adaptada de Chapman (2013, p. 115). A referida chave compensadora pode ser utilizada quando a máquina opera com carga no seu eixo. Ela opera com uma redução da corrente de partida, entretanto, deixa o motor com conjugado suficiente para operação em regime transitório. A Figura 4 ilustra o comparativo entre as correntes e conjugados para um tap de 65%; nela observa-se uma redução de 66% do conjugado e 46% na corrente, se comparada ao método de partida direta. 12 Figura 4 – Comparativo das correntes e dos conjugados em partida direta e autocompensada: (a) Relação de corrente e (b) Relação de conjugado (a) (b) Fonte: adaptada de Franchi (2013, p. 170). 1.2.3 Partidas eletrônicas Os avanços em eletrônica de potência contribuíram para a viabilidade econômica e a praticidade no uso de chaves eletrônicas. As chaves de partidas mais utilizadas são as soft-startes e os inversores de frequência. As soft-starters são empregadas em MCCs e MCAs, assegurando a aceleração e desaceleração progressivas e permitindo uma adaptação de velocidade de operação. Seu princípio de operação é baseado na utilização de tiristores (SCRs) controlados por uma placa eletrônica de controle, capaz de ajustar a tensão de saída (PETRUZELLA, 2013). Com a advento da terceira Revolução Industrial, surge a necessidade de realizar o controle de velocidade em máquinas elétricas. Uma diversidade de equipamentos foi desenvolvida de acordo com as aplicações no setor fabril. Os dois equipamentos mais utilizados são 13 o Controlador Lógico Programável (CLP) e o inversor de frequência. Esse último, por sua versatilidade e dinamismo, permitiu o uso de MITs para controle de velocidade em substituição aos MCCs empregados anteriormente (CHAPMAN, 2013). 1.3 Simbologia e acionamento Para as técnicas de acionamento direto e indireto, são utilizados dispositivos eletromecânicos comutadores para interligar os elementos de comando e potência. Imaginemos a necessidade de acionar uma máquina em campo no chão de fábrica, entretanto o acionamento será realizado via botoeira em um painel distante da planta. Assim, é necessário compreender os dispositivos presentes nesse processo e a sua simbologia em diagramas. O contator é um dispositivo eletromecânico que opera a partir de um comando, efetuando o controle de cargas em um circuito de potência. Internamente, possui contatos Normalmente Abertos (NA) e Normalmente Fechados (NF), e, por ser um elemento comutador de estados, ao energizar sua bobina (A1 e A2), os contatos se movem em direção à bobina em que os NA tornam-se NF, bem como os contatos NF tornam-se NA (Figura 5). 14 Figura 5 – Contatos de um contator. Fonte: adaptada de Petruzella (2013, p. 177). Para cada elemento físico em um acionamento, existe uma simbologia equivalente em um diagrama. A Figura 6 ilustra o diagrama de acionamento de uma partida direta. Observa-se que as três fases L1, L2 e L3 são protegidas por fusíveis (F1, F2, F3) ligados ao contator K2, diretamente acoplado ao relé térmico (FT1) e aos cabos do motor. Ainda, na Figura 6, à esquerda, temos o diagrama de comando. O circuito está protegido por um disjuntor termomagnético bipolar e uma das fases está protegida por um contato do relé térmico (95/96-FT1), que desliga o circuito no caso de uma falha. Assim, ao ser pressionado, o botão de impulso (B1-2) energiza a bobina do contator K2, que fecha o contato 13/14 – K2, realizando o selo de K2. O motor é alimentado com as três fases. Quando o botão de impulso B0-2 é pressionado, o circuito da bobina do contator K2 é desligado e desenergizado. 15 Figura 6 – Diagrama de comando e potência para uma partida direta Fonte: elaborada pelo autor. A Figura 7 ilustra o diagrama de força e comando de uma chave de partida estrela-triângulo. Quando o botão pulsado B1 é pressionado, ele aciona o relé de tempo T1, que, por meio de seu contato 55-56, alimenta a bobina do contator K3. Com os contatores K1 e K3 acionados, a máquina opera em fechamento estrela. Após o tempo de seleção do temporizador T1, o contato 55-58 alimenta o contator K2, realizando o fechamento da máquina em triângulo. Há um intertravamento elétrico entre K2 e K3 que garante que não ocorra curto-circuito entre fases. O botão de impulso B0 corta a alimentação 16 de todas as bobinas predispostas abaixo dela no diagrama, ou seja, desenergiza todo o circuito. Figura 7 – Diagrama de comando e potência para uma partida estrela-triângulo. Fonte: elaborada pelo autor. Outros acionamentos indiretos podem ser citados, entre eles a partida com chave compensadora, utilizada quando o método estrela-triângulo não atende aos requisitos. Técnicas de partidas eletrônicas, utilizando inversores de frequência, são amplamente utilizadas quando há a necessidade de regulação de velocidade, e, geralmente, necessitam de algoritmos e técnicas de controle em malha fechada (UMANS, 2014). 1.3.1 Softwares de simulação Para a confecção e os testes de diagramas de acionamento, o software CADe SIMU torna-se uma aplicação viável. Nele, há uma interface 17 gráfica com os símbolos usados em circuitos de acionamento. O referido software possui licença gratuita e a possibilidade de simulação de circuitos de acordo com a Figura 8. A vantagem desse software é a facilidade de implementação de circuitos de acionamento, dispondo de dispositivos de proteção, contatores, temporizadores, autotransformadores, inversores de frequência e CLPs, além da interação com o usuário com a possibilidade de simulação dos acionamentos. Figura 8 – Interface de simulação do software CADeSIMU Fonte: elaborada pelo autor. Se há a necessidade de simular o comportamento dinâmico que ocorre no interior das máquinas elétricas, o software MATLAB® é uma ferramenta versátil. Entretanto, é necessário realizar a modelagem matemática da máquina e transcrevê-la para um script em linguagem de programação. O Octave é uma versão gratuita que possui a mesma linguagem do MATLAB®. 18 O software ATPDraw pode ser utilizado para a modelagem de sistemas elétricos que contenham circuitos de acionamentos. Trata-se de uma ferramenta versátil, muito útil em simulações em que os acionamentos utilizam soft-starters e inversores de frequência. Em simulações com controle de velocidade em máquinas elétricas, por exemplo, a ferramenta Simulink (do MATLAB®), por meio de programação em blocos, é capaz de analisar a resposta transitória de máquinas por meio de modelos que muitas bibliografias não ofertam. 1.4 Análise do conjugado em acionamentos Para um correto dimensionamento de partidas em máquinas elétricas, a análise do conjugado da máquina deve ser observada. Quando há a necessidade de acionar determinada carga, a análise da curva de conjugado versus velocidade define o tipo de motor para o tipo de acionamento. O fluxo de potência em um motor de indução ocorre dos terminais do estator até o eixo do rotor. Assim, a potência útil ( uP ) entregue ao eixo é igual a potência eletromagnética ( uP , ou potência no entreferro uP ), descontando-se as perdas elétricas no cobre do rotor, as perdas mecânicas por atrito e ventilação e as perdas suplementares. A Figura 9 ilustra a curva característica de conjugado versus velocidade em um MIT. Observa-se que, para a máquina vencer o momento de inércia e entrar em operação, há um conjugado de partida (neste ponto temos velocidade igual a zero e escorregamento igual a 1). Também se percebe que há um conjugado máximo que não deve ser excedido. O conjugado de partida da máquina é superior ao conjugado em plena carga de modo que essa máquina seja capaz de movimentar qualquer carga que puder acionar em plena potência (UMANS, 2014). g m 19 Figura 9 – Curva de conjugado versus velocidade Fonte: adaptada de Chapman (2013, p. 336). Desse modo, para projetar um acionamento de máquinas, são observadas as características da carga a ser acionada. Assim, deve-se garantir que o conjugado ofertado pela máquina em análise supra os requisitos da carga. O conjugado eletromecânico é dado pela equação (1): 2 2 2 1g m s s P RT I sω ω = = (1) em que gP é a potência no entreferro; sω é a velocidade síncrona; e o termo 2 22 RI s refere-se à potência no entreferro. A Figura 10 ilustra o circuito equivalente de uma máquina de indução. A partir de um modelo equivalente, é possível estimar o valor do conjugado, por exemplo. Também podemos estimar os valores das correntes 1I e 2I , que são as correntes de estator e de rotor refletidas ao estator, respectivamente. Com o valor da corrente de estator, 20 podemos realizar o dimensionamento de dispositivos de acionamento e de proteção para a partida desta máquina. Figura 10 – Circuito equivalente de uma máquina de indução Fonte: adaptada de Umans (2014, p. 358). Se conhecermos todos os parâmetros da máquina em análise, tais como as impedâncias de estator ( 1R e 1X ) e de rotor ( 2R e 2X ) e a reatância de magnetização ( mX ), é possível equacionar a corrente de rotor 2I e calcular a conjugado em determinada velocidade (depende do escorregamento s). Desse modo, para realizar um acionamento de máquinas, é importante ter o conhecimento sobre as técnicas existentes, bem como a simbologia aplicada aos diagramas para a compreensão da correta operação. Por fim, uma análise de carga e conjugado deve ser realizada para o correto dimensionamento da máquina rotativa. Referências Bibliográficas CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. 21 FRANCHI, C. M. Acionamentos Elétricos. 5. ed. São Paulo: Érica, 2013. PETRUZELLA, F. Motores Elétricos e Acionamentos. Porto Alegre: AMGH, 2013. UMANS, S. D. Máquinas Elétricas de Fitzgerald e Kingsley. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. 22 Variação de velocidade com controle escalar Autoria: Renato Kazuo Miyamoto Leitura crítica: Ana Paula Zanatta Objetivos • Capacitar o profissional para a identificação de técnicas de controle escalar de velocidade em máquinas elétricas rotativas. • Estudar as técnicas de controle via resistência rotórica, controle da tensão do estator, controle da frequência de alimentação e controle da razão V f . • Fornecer subsídios para a compreensão de controle de velocidade em máquinas rotativas. 23 1. Introdução ao acionamento com velocidade variável Os avanços em eletrônica de potência contribuíram para otimizar aplicações que necessitam de velocidade variável. Os sistemas que empregam um controle de velocidade, em sua maioria, são: i) bombas e compressores buscando uma redução do consumo energético; ii) controle preciso de velocidade e posição em processos fabris automatizados; iii) sistemas de geração distribuída, como parques eólicos; e iv) veículos híbridos (o que pode acarretar em uma redução de até 50% do consumo de combustível) (MOHAN, 2017). Tradicionalmente, os motores elétricos eram acionados sem nenhum tipo de controle, apenas à velocidade nominal, mesmo em aplicações em que o controle de velocidade acarretasse melhorias no processo produtivo e redução de custo energético (CHAPMAN, 2013). Imaginemos um processo industrial em que a vazão de determinado líquido deve ser controlada. Na planta industrial, uma bomba realiza o transporte desse fluido por meio de tubulações. Nesse caso, a bomba opera sem controle de velocidade, e, como solução, é necessária a inserção de uma válvula reguladora na tubulação do processo, como ilustra a Figura 1(a). Para implementar uma válvula reguladora na planta industrial, deve-se abrir a tubulação existente e interconectar a válvula a um sistema de controle. Se a válvula for de acionamento pneumático, um suprimento de ar deve ser acessível na instalação. Dessa forma, uma melhor solução é realizar o controle de velocidade da bomba, que, de modo indireto, controlaria a vazão, de acordo com a Figura 1(b), geralmente realizada eletronicamente. A escolha correta da técnica de controle pode acarretar em uma maior eficiência e baixa manutenção do sistema, quando 24 comparada aos métodos tradicionais que utilizam válvulas de controle (MOHAN, 2017). Figura 1 – Sistema de controle de vazão: (a) Tradicional e (b) Com controle de velocidade Fonte: adaptada de Mohan (2017, p. 1). Para realizar o controle de velocidade em uma máquina elétrica, podemos tomar como base o diagrama de blocos ilustrado na Figura 2. Vale ressaltar que as máquinas elétricas podem operar na região como motor ou como gerador. Quando operam como motor, há o interesse em controlar as variáveis mecânicas de saída (velocidade e conjugado); já quando operam como gerador, há o interesse em controlar as variáveis elétricas de saída (tensão e frequência). O processo da Figura 2 ocorre em malha fechada, e, para isso, a velocidade e/ou a posição do motor deve ser medida utilizando um sensor (tacômetro e/ou encoder). Quando não há um sensor físico, pode-se optar por algoritmos estimadores de velocidade, ou realizar um modelamento matemático de um tacogerador em forma de função de transferência para trabalhar com dados estimados (CHAPMAN, 2013). O sinal adquirido pelo sensor é comparado com uma referência (comando de entrada), a qual é, geralmente, um sinal externo de um computador de processos. Se subtrairmos a referência do valor mensurado pelo sensor, temos o sinal de erro variante no tempo ( ( )e t ). Com base nesse erro, o controlador envia sinais apropriados de 25 chaveamento para os semicondutores da Unidade de Processamento dePotência (UPP) (UMANS, 2014). A UPP realiza a conversão dos sinais de tensões de entrada fixa em uma saída devidamente modulada em frequência, amplitude e número de fases, que é otimizada para a operação do motor (MOHAN, 2017). Os avanços nas áreas de microeletrônica, circuitos integrados, processadores digitais de sinais e semicondutores contribuem para o crescimento das técnicas de acionamentos elétricos. Figura 2 – Diagrama de bloco de um acionamento elétrico Fonte: adaptada de Mohan (2017, p. 1). As máquinas elétricas rotativas representam mais da metade da energia consumida no mundo e, se forem otimizadas com técnicas adequadas de velocidade variável, podem reduzir significativamente a energia consumida da concessionária, quando comparadas aos acionamentos conectados diretamente à rede elétrica (PETRUZELLA, 2013). 26 Em sistemas de acionamento com velocidade regulável, conhecimentos multidisciplinares em teoria de máquinas elétricas, eletrônica de potência, teoria de controle e microeletrônica são necessários. Conceitos sobre modelagem de sistemas mecânicos e sensores também são necessários, pois, geralmente, uma parte mecânica do processo deve ser alterada para a alocação de sensores e atuadores para a melhoria de processos produtivos. Além do mais, o comportamento da carga se altera quando há relação de engrenagens ou polias, por exemplo. Os acionamentos elétricos são importantes na geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis de energia, tais como vento, pequenas hidrelétricas ou massas inerciais acopladas a um processo industrial. Nesses casos, é possível recuperar uma grande quantidade de energia cinética, e a saída do gerador pode operar diretamente conectada à rede da concessionária. Se o sistema não for diretamente conectado à rede, deve-se optar por um algoritmo de controle capaz de injetar a tensão na mesma fase, sequência de fase, amplitude e frequência no barramento da concessionária (MIYAMOTO; GOEDTEL; CASTOLDI, 2020). Os sistemas de acionamento com velocidade variável são divididos em controle escalar e controle vetorial. Em termos gerais, o controle escalar se baseia nas equações de regime permanente. A lógica de controle mais empregada é a relação tensão/frequência constante (ou V f constante). Entretanto, essa técnica não possibilita um controle de conjugado e possui uma baixa performance dinâmica. A principal diferença entre os controles escalares e vetoriais é que, no controle do tipo vetorial, é imposto o conjugado necessário ao motor, além de possuir uma rápida resposta às variações bruscas da carga (UMANS, 2014). 27 2. Controle de velocidade em máquinas de indução Em processos industriais, os Motores de Indução Trifásicos (MIT) são utilizados em sistemas como ventiladores, bombas e esteiras transportadoras; aliada a isso, a capacidade de controlar a velocidade de modo eficiente pode conduzir a grandes economias de energia (MIYAMOTO, 2017; MOHAN, 2017). Em MITs, o ajuste da velocidade pode ser realizado controlando a amplitude e a frequência das tensões de linha aplicadas à máquina. Para isso, deve-se utilizar um circuito a tiristores, similar ao de uma soft-starter; no entanto, a soft-starter não varia a velocidade em regime permanente, operando apenas no transitório de partida. O referido método é considerado de fácil implementação, sendo, entretanto, ineficiente em termos de energia, se for preciso o ajuste de velocidade em amplas faixas (FRANCHI, 2013). Assim, vamos analisar os métodos de controle de velocidade em máquinas de indução para propósitos gerais, que industrialmente são amplamente utilizados em aplicações que necessitam de velocidade variável, sem a preocupação do controle de conjugado e de posição. 2.1 Controle pela resistência rotórica Para essa técnica de controle, a máquina de indução deve ser do tipo rotor bobinado. Nesse tipo de rotor, há um enrolamento polifásico similar ao do estator, os terminais desses enrolamentos são conectados a anéis deslizantes e estes estão ligados em escovas estacionárias. Nesses anéis, pode-se conectar os enrolamentos em série com resistores externos, utilizados para realizar o controle de conjugado e corrente no início da partida (UMANS, 2014). 28 À medida que o motor aumenta sua velocidade, os valores ôhmicos das resistências podem ser alterados – é comum que sejam reduzidos até serem curto-circuitados, pois, assim, haverá o máximo rendimento na velocidade nominal. No entanto, inserir as referidas resistências em série com o enrolamento do rotor bobinado acarreta uma redução da eficiência da máquina em baixas velocidades, devido às perdas atribuídas a elas (MOHAN, 2017). 2.2 Motores de polos variáveis Neste caso, a alteração da velocidade da máquina de indução ocorre pela disposição das bobinas do estator, ou seja, o enrolamento do estator é projetado para que, por meio de alterações simples realizadas nas ligações das bobinas, o número de polos seja alterado em uma razão de 2 para 1. Nesse caso, há a possibilidade de se escolher uma entre duas velocidades síncronas. A referida máquina é conhecida como motor Dahlander e os seus enrolamentos podem ser observados na Figura 3. Figura 3 – Princípio dos enrolamentos de polos variáveis Fonte: adaptada de Umans (2014, p. 598). 29 Na Figura 3(a), as bobinas estão ligadas de modo a produzir um campo de quatro polos, e, em 3(b), a corrente na bobina a’–a’ foi invertida. Geralmente, essa inversão é feita por meio de um contator, gerando simplicidade e baixo custo. O resultado então é um campo de dois polos. Lembrando que, nesse caso, não são aplicados resistores externos ou elementos de eletrônica de potência; assim, a máquina só altera entre duas velocidades síncronas. 2.3 Controle da tensão do estator Esta técnica aplica uma redução da tensão de linha, que pode ocorrer a partir da utilização de transformadores ou autotransformadores (variac), para o ajuste da velocidade. Segundo Umans (2014), o conjugado interno desenvolvido por uma máquina de indução é proporcional ao quadrado da tensão de alimentação nos enrolamentos do estator, ou seja, uma redução da tensão de alimentação acarreta uma diminuição do conjugado da máquina. Desse modo, a aplicação usual dessa técnica é mais comum em motores de indução tipo gaiola de esquilo que acionam ventiladores, já que esse tipo de máquina possui um menor custo para aquisição, e, nesses casos, o baixo rendimento ocasionado por essa técnica pode ser tolerado. 2.4 Controle da frequência de alimentação Se a frequência da tensão de armadura for alterada, é possível realizar o controle da velocidade síncrona de uma máquina de indução ou síncrona. Nas máquinas síncronas, a velocidade síncrona é definida, então, com base nessa frequência da tensão de armadura aplicada e no número de polos da máquina, de acordo com a equação (1): 2 .s epolos ω ω = (1) 30 em que sω é a velocidade síncrona (em rad/s); eω é a frequência angular da excitação elétrica aplicada. A referida frequência é definida como 2e efω π= , em que ef é a frequência aplicada à armadura. Na máquina de indução, a maneira mais usual de realizar o controle de velocidade pela alteração da frequência da tensão de armadura é acioná-la utilizando um inversor de frequência. No inversor, há um bloco de retificação com um capacitor na saída que produz um barramento de tensão contínua, nomeado de “link CC”, e um bloco de controle responsável por modular o sinal de acionamento das chaves semicondutoras do bloco inversor. Este produz formas de onda de tensão com amplitude e frequência variáveis, pelo que definimos como modulação por largura de pulso (Pulse Width Modulation – PWM) (MOHAN, 2017). A partir da análise do circuito equivalente da máquina indução, pode-se estimar o comportamento do conjugado de acordo com as variações das frequências de alimentação. A equação (2)apresenta o conjugado ( mecT ) já deduzido da máquina de indução: 2 1, 2 2 2 1, 2 1, 2 ( / )1 ][ ( ( / )) ( ) eq mec qeqes qV R s T R R s X X (2)= + + + De acordo com a equação (2), atentemos ao fato de que o conjugado ( mecT ) está diretamente relacionado com os parâmetros internos da máquina (tais como resistências e reatâncias, que não podem ser alteradas) e depende de 1,eqV , que é a tensão de alimentação nos terminais do estator. A redução de 1,eqV implica na redução de conjugado e, consequentemente, de velocidade (CHAPMAN, 2013). Ainda de acordo com a equação (2), há bibliografias que desprezam a resistência de estator ( 1,eqR ). Nessa situação, lembrando que 2s efω π= , quando a frequência elétrica de alimentação ( ef ) de um motor de indução for variada, a característica da curva de velocidade versus 31 conjugado não se altera, mas se desloca sobre o eixo de velocidade, como ilustra a Figura 4(a) (UMANS, 2014). Em termos práticos, os efeitos de 1,eqR devem ser considerados, pois implicam diretamente no valor de escorregamento. Se considerarmos 1,eqR na equação (2), percebemos que o conjugado de partida reduz (Figura 4(b)), se compararmos com a Figura 4(a), além de as formas das curvas também se alterarem (UMANS, 2014). Figura 4 – Família de curvas de velocidade versus conjugado Fonte: adaptada de Umans (2014, p. 601). Ao aplicar o controle pela frequência da tensão de armadura, o escorregamento aumenta à medida que a frequência de alimentação reduz, restringindo a utilização para aplicações em que possa haver uma redução da eficiência da máquina acionada em baixas velocidades. Desse modo, existe uma outra técnica que realiza o ajuste da frequência e da tensão de armadura, conhecida como ajuste tensão/ frequência constante (V f ). 2.5 Controle da razão V/f Como podemos alterar a velocidade da máquina de indução sem alterar o número de polos? Bem, podemos reduzir a tensão de alimentação. Entretanto, como fica o conjugado da máquina? E a densidade de fluxo da máquina? (b)(a) 32 Existem técnicas de controle de velocidade em malha fechada em que o ajuste da frequência elétrica é feito utilizando um controle direto de conjugado. Uma outra maneira consiste em utilizar inversores de frequência, os quais convertem, de constantes para variáveis, a amplitude e a frequência da tensão da rede. Ao variar a frequência da tensão de alimentação, por consequência há a alteração da velocidade do campo girante, resultando na mudança da velocidade mecânica do motor. Pela lei de Faraday, a componente de entreferro da tensão de armadura de uma máquina de indução, que chamaremos de aV , é proporcional à densidade de fluxo ( picoB e minno alB ) e à frequência elétrica ( ef e minno alf ), conforme a equação (3): min min min picoe a no al no al no al BfV V f B = (3) Se a frequência da tensão de armadura ( ef ) for variada e a amplitude da tensão se mantiver constante, ou seja, mina no alV V= , tem-se: min min no al pico no al e fB B f = (4) Percebe-se que, a partir da análise da equação (4), a densidade máxima de fluxo ( picoB ) é inversamente proporcional à frequência de operação. Ou seja, quanto mais a frequência diminuir, mais a densidade de fluxo aumenta. Tal fato pode resultar na saturação da máquina, devido ao aumento das perdas no núcleo e aos valores das correntes se elevarem para manter a densidade de fluxo alto (UMANS, 2014). Assim, em frequências iguais ou inferiores à nominal, costuma-se operar a máquina com densidade de fluxo constante ( minpico no alB B= ); assim, manipulando a equação (3), temos: minmin min min e a no al a no al no al e no al f V VV V f f f = → = (5) 33 Na equação (5), verifica-se que uma operação com fluxo constante se dá ao mantermos uma relação constante entre a tensão de armadura e a frequência. Chamamos esse método de operação com tensão/ frequência constante. O range de operação dessa técnica pode ser mantido a partir do valor da frequência nominal, abaixando até que a queda de tensão sobre a resistência de armadura possua contribuição significativa da tensão aplicada. Logo, para concluirmos, a utilização da técnica V f é comum no setor industrial em controles escalares em MITs, quando as aplicações não exigirem alto desempenho e, portanto, podem ser empregadas com estratégias de controle simples e de baixo custo. O princípio de funcionamento é realizar o controle simultâneo da tensão e da frequência de estator visando aproveitar a máxima capacidade de conjugado por unidade de corrente do motor, e, para que isso seja possível, deve-se manter o fluxo de entreferro constante, independentemente da variação de carga (PETRUZELLA, 2013). 2.6 Projeto de controle tensão/ frequência constante Para realizar um projeto de acionamento de um controle tensão/ frequência constante, é necessário aplicá-lo a um sistema em malha fechada, conforme ilustra a Figura 5. 34 Figura 5 – Diagrama de blocos para o controle de velocidade em malha fechada Fonte: adaptada de Mohan (2017, p. 210). A velocidade de referência ( ,m refω ) é um sinal enviado manualmente e se trata da velocidade que se deseja operar. Além desse sinal, o controlador PWM também recebe o sinal da tensão do link CC e da corrente de entrada do inversor ( di ). A corrente passa por um limitador, que fica monitorando o sistema para que não ultrapasse os limites de corrente da máquina acionada. Ainda analisando o diagrama da Figura 5, há uma tensão de compensação, responsável por manter a densidade de fluxo constante. Também há uma compensação de escorregamento, para ajustar onde a velocidade do rotor for igual à velocidade referência. Posteriormente, o sinal do controlador PWM é inserido no inversor de frequência da UPP. Um outro modo de realizar esse controle é utilizando um tacogerador ou um estimador de velocidade no eixo do motor; assim, a velocidade de referência ( ,m refω ) é comparada à velocidade medida, gerando um erro em função do tempo. O controlador PWM atua no erro e modula os sinais de controle, 35 os quais serão enviados ao inversor. A Figura 6 ilustra a referida técnica implementada em software de simulação. Observando a Figura 6, há um bloco inversor, constituído por um conversor CC-CA, representado por um inversor PWM, responsável por acionar o motor. O motor possui como entrada um conjugado de carga ( cT ), que pode ser um valor constante ou um degrau. O sistema, então, busca um sinal de velocidade de referência comparado e limitado ao sinal gerado de um encoder acoplado ao MIT (modelo em função de transferência de um tacogerador). Por fim, o controlador PI de velocidade projetado realiza o controle da tensão inserida no link CC e a frequência no PWM. Figura 6 – Diagrama de blocos para controle de velocidade em malha fechada Fonte: elaborada pelo autor. O sistema da Figura 6 foi modelado em software MATLAB®/ Simulink, e a resposta do controle pode ser observada na Figura 7. Para essa simulação, foi aplicado um degrau como velocidade de referência, que varia de 84 rad/s para 166 rad/s no instante 2 segundos. No instante 4 36 segundos, a referência foi alterada para 112 rad/s. Para essa simulação, o conjugado de carga considerado foi de 60% do nominal. Figura 7 – Resposta do controle de velocidade Fonte: elaborada pelo autor. Mediante a análise da Figura 7, percebe-se que o MIT acompanha o sinal da velocidade de referência, comprovando a funcionalidade do controle implementado. Assim, foram simuladas situações de inserção de carga no eixo, de acordo com a Figura 8. No instante 3 segundos da carga inicial (60%), foi inserida a carga nominal (100%) no eixo do motor, e, no instante 5 segundos, a carga adicional foi retirada. Figura 8 – Resposta do controle de velocidadecom variação da carga Fonte: elaborada pelo autor. 37 A partir da análise da Figura 8, percebe-se que a técnica é eficaz independentemente da carga aplicada ao eixo, podendo ser implementada quando não há necessidade de respostas rápidas a comandos de conjugado e velocidade, pois há um transitório até a estabilização. Sua utilização deve-se à sua simplicidade e ao fato de que a grande maioria das aplicações não requer alta precisão e/ou rapidez no controle da velocidade. Referências Bibliográficas CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. FRANCHI, C. M. Acionamentos Elétricos. 5. ed. São Paulo: Érica, 2013. MIYAMOTO, R. K.; GOEDTEL, A.; CASTOLDI, M. F. A proposal for the improvement of electrical energy quality by energy storage in flywheels applied to synchronized grid generator systems. International Journal of Electrical Power & Energy Systems, [s.l.], v. 118, jun. 2020. MIYAMOTO, R. K. Conexão à rede elétrica de um gerador de indução com rotor em gaiola de esquilo acoplado a um volante inercial. 2017. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Cornélio Procópio, 2017. MOHAN, N. Máquinas Elétricas e Acionamentos: curso Introdutório. São Paulo: LTC, 2017. PETRUZELLA, F. Motores Elétricos e Acionamentos. 5. ed. São Paulo: Érica, 2013. UMANS, S. D. Máquinas Elétricas de Fitzgerald e Kingsley. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. 38 Acionamentos com controle vetorial de velocidade Autoria: Renato Kazuo Miyamoto Leitura crítica: Ana Paula Zanatta Objetivos • Capacitar o profissional para a identificação de técnicas de controle vetoriais de velocidade em máquinas elétricas rotativas. • Estudar as técnicas de controle vetorial, fluxo magnético e transitórios em máquinas elétricas rotativas. • Fornecer subsídios para a compreensão da dinâmica de máquinas elétricas em malhas de controle de velocidade. 39 1. Controle de velocidade vetorial Em um Motor de Indução Trifásico (MIT), em seu acionamento, não há a necessidade de criar conexões elétricas externas para o rotor, o que resulta em um motor com menor custo, mais robusto e utilizado em ambientes com alta temperatura. Vale observar que, na maioria dos casos, o MIT é empregado em processos que necessitam apenas velocidade constante (MOHAN, 2017). Como se sabe, no advento da industrialização dos países, uma parte considerável da energia elétrica produzida é convertida em energia mecânica por meio de motores elétricos. No Brasil, cerca de 40% do consumo de energia elétrica é atribuído ao setor industrial, e, desse montante, 70% do consumo ocorre pelo acionamento de motores elétricos (WEG, 2020). Há, então, uma alta empregabilidade de motores de indução no setor industrial. No entanto, quando é preciso operar um MIT em amplas faixas de velocidade, algumas técnicas não desempenham resultados satisfatórios, sendo necessário aplicar outras modalidades, geralmente técnicas escalares ou vetoriais. O controle escalar altera a amplitude da grandeza elétrica e/ou magnética (V/f constante, por exemplo); já o controle vetorial age na amplitude e na posição angular dessas grandezas (KRISHNAN, 2001). As dificuldades no projeto de sistemas de controle de velocidade estão relacionadas a aspectos da não linearidade da máquina, ao comportamento do modelo dinâmico da máquina (que não é trivial) e às incertezas dos parâmetros elétricos (medidas teóricas e reais). Como a máquina de indução é composta por três enrolamentos independentes, em operação, fluem correntes e tensões trifásicas variantes no tempo, dependendo o comportamento dinâmico da análise desses parâmetros no estator e do rotor (CASTOLDI, 2006). 40 Assim, modelar matematicamente, em especial o comportamento transitório da máquina, é uma tarefa complexa. Para isso, é utilizada uma técnica para que haja uma redução no número de variáveis das expressões matemáticas, projetando o sistema de coordenadas, que é trifásico, em um plano ortogonal (ONG, 1998; MIYAMOTO, 2017). Se observarmos a Figura 1, temos os eixos trifásicos (as, bs e cs) do estator e os eixos (ar, br e cr) do rotor, que originam seis equações diferenciais de primeira ordem. A simplificação consiste na criação de um plano ortogonal: eixo direto (d), eixo quadratura (q) e eixo zero (0), reduzindo a quantidade de equações matemáticas para quatro, em um sistema trifásico equilibrado. Após as devidas manipulações matemáticas na máquina e nos algoritmos de controle, as variáveis são convertidas novamente para o modelo abc (MIYAMOTO, 2017). Figura 1 – Transformação de coordenadas Fonte: adaptada de Miyamoto (2017, p. 32). Essa técnica de simplificação descrita em Ong (1998) é utilizada na modelagem matemática do MIT e em técnicas de controle de velocidade em malha fechada, com o intuito de reduzir as equações matemáticas em algoritmos de controle. Estudaremos, então, as técnicas de controle 41 vetoriais, que são divididas em controle direto de conjugado e controle por campo orientado. 1.1 Acionamento com controle direto de conjugado A técnica de controle direto de conjugado, também conhecida por Direct Torque Control (DTC), possui como característica uma agilidade em respostas ao conjugado eletromagnético, o que resulta em uma redução de oscilações no fluxo do estator e na intensidade da frequência de chaveamento, que vai para o inversor; logo, acarreta em uma redução de perdas (CASTOLDI, 2006). A Figura 2 ilustra o diagrama de um controle tipo DTC. As correntes ia e ib são sinais medidos do MIT utilizados como entrada do bloco “Modelo Motor”. O referido bloco estima os valores de conjugado (Td) e do fluxo de estator ( sαβψ ), que são comparados à uma referência (setpoint). O sinal de erro passa por comparadores de histerese, cuja função é verificar se os níveis estão dentro de um range específico (CASTOLDI, 2006). Figura 2 – Diagrama de blocos de um controle DTC Tabela Vetores+ - Tdref Comparador Histerese Três níveis (conjugado) Inversor MotorIndução Modelo Motor Comparador Histerese Dois níveis (fluxo) + ψsref - T Φ Td ψsαβ arctg( ) ψsβ ψsα ia ib Fonte: adaptada de Castoldi (2006, p. 37). Ainda analisando a Figura 2, as duas saídas dos comparadores de histerese e o ângulo do fluxo do estator (conhecido como setor espacial) 42 são entradas da “Tabela Vetores”, que é uma tabela setorizada que estabelece um sinal de saída para o inversor a partir da comparação dos dados de entrada. O parâmetro de referência do fluxo ( srefψ ), normalmente, é o valor do fluxo nominal da máquina, que pode ser calculado por meio dos seus parâmetros construtivos; já o parâmetro de referência de conjugado (Tdref), normalmente, é um comando externo de velocidade e/ou posição. 1.2. Acionamento com controle orientado por campo O controle orientado por campo, também conhecido como Field Oriented Control (FOC), opera a partir do desacoplamento da corrente de estator em duas componentes: uma controla o fluxo do rotor e a outra controla o conjugado produzido pelo motor. A referida técnica possui como característica uma resposta rápida e precisa para o controle de velocidade e conjugado (KRISHNAN, 2001). O modo utilizado para obter os vetores de fluxo pode ser realizado de forma direta ou indireta, de acordo com a Figura 3. A forma direta é caracterizada pelo uso de bobinas exploratórias, sensores hall ou aplicando metodologias de estimação. Já na forma indireta, os vetores de fluxo são definidos por uma associação entre cálculo da velocidade angular elétrica do rotor e do escorregamento da máquina (UMANS, 2014; MOHAN, 2017). 43 Figura 3 – Tipos de Controle Orientado de Campo Fonte: elaborada pelo autor. As principais vantagens do controle FOC são o fato de utilizar modulação PWM com características de reduzidas perdas ocasionadas pelo chaveamento. Outro aspecto relevante é a baixa frequência de amostragem, que, aliado ao controle deconjugado e fluxo, proporciona pouco ruído e possibilita a operação em baixas velocidades. 1.2.1 Controle por orientação de campo direto (DFOC) Sabe-se, então, que existe uma técnica de simplificação de coordenadas trifásicas em um plano ortogonal (eixo direto, quadratura e zero) com o intuito de reduzir o número de equações matemáticas em modelagens de sistemas com máquinas elétricas (MIYAMOTO, 2017). A técnica de controle DFOC opera de modo a fixar um dos fluxos (de estator ou de rotor) no eixo direto do sistema de coordenadas síncrono, anulando a componente em quadratura (ONG, 1998). Nesse método de controle, o fluxo deve ser medido (instalando um sensor) ou estimado (pelo modelo matemático ou calculado indiretamente a partir de grandezas de corrente e tensão) e realimentado na malha de controle. A realimentação do fluxo pode acarretar ruídos, geralmente em baixas velocidades de operação, 44 reduzindo o desempenho do controlador. Então, a modulação PWM é obtida por meio da estimação das componentes de fluxo, conjugado e velocidade, em um sistema de malha fechada, conforme ilustra a Figura 4 (ONG, 1998; KRISHNAN, 2001). Figura 4 – Diagrama de blocos do controle DFOC + - ωm,ref Controlador de velocidade Transformação dq0 para abc Limitador de enfraquecimento de campo Controlador de conjugado + - Controlador de fluxo + - Estimador de conjugado T λdr Orientação do fluxo de campo + - + - + - Inversor PWM Link CC T Motor Indução λdr,est iqs,est ωm iqs ids ias ibs ics λmd λmq ρ Fonte: adaptada de Ong (1998, p. 436). Para o sistema em malha fechada ilustrado na Figura 4, a velocidade do motor de indução passa por um encoder (ou tacogerador), local em que é medida e, então, comparada com uma referência. A partir dessa comparação, o sinal passa por um controlador de velocidade e, na sequência, por um controlador de conjugado, gerando a componente iqs. Em paralelo, para a obtenção da componente ids, o sinal do tacogerador passa por um controlador de enfraquecimento de campo, gerando a componente de fluxo ( drλ ), que é comparada com o fluxo estimado. Posteriormente, há um bloco de conversão do sistema ortogonal para o sistema abc, e por fim, ocorre a modulação em um inversor PWM. 45 1.2.2 Controle por orientação de campo indireto (IFOC) O controle IFOC é baseado no controle de duas malhas distintas, uma de fluxo do rotor e outra de posição (velocidade e/ou conjugado do motor), de forma simultânea, conforme ilustra a Figura 5. Figura 5 – Diagrama de blocos do controle IFOC Fonte: elaborada pelo autor. Para que o controle IFOC seja eficaz, é necessário que o controlador do fluxo responda rapidamente às mudanças no fluxo e mantenha o erro nulo. Assim, na Figura 5, um controlador Proporcional-Integral (PI) deve ser aplicado nessa estrutura de controle, de modo que essas propriedades sejam asseguradas. Isso ocorre a partir do sinal do erro entre os valores da corrente de magnetização do rotor de referência ( ,m refi ) e estimada ( mi ), gerando a corrente de estator de eixo direto ( ,d refi ), necessária para a realização de um bom controle do eixo direto do MIT. De maneira paralela, é necessário um controle de velocidade dirigente em executar o acionamento do MIT de acordo com a velocidade pretendida. Existem duas maneiras de se encontrar a velocidade do motor: por medição ou estimativa. Na Figura 5, observa-se um segundo controlador PI responsável por excluir o erro de regime. Nessa estrutura, o erro entre a velocidade mecânica de referência ( ,mec refω ) e medida ( mω ) é tratado por esse controlador, que irá gerar a corrente do estator de 46 eixo em quadratura de referência ( ,q refi ), valor este fundamental para a efetivação do controle IFOC. Essa corrente é comparada com o seu valor medido e o erro entre estas é tratado por um simples controlador proporcional (P), o qual é responsável por modular a tensão de estator de eixo em quadratura ( qu ). Essa tensão modulada é acoplada à tensão direta ( du ) e passa por uma transformação (modulação ortogonal (eixo d, q) para trifásica (abc)), que será processada pelo inversor de tensão a partir de um sinal PWM. O conjugado do motor de indução, pela estrutura de controle IFOC, pode ser exercido apenas em função da corrente de estator de eixo em quadratura. Como essa corrente e a velocidade mecânica estão introduzidas na mesma malha de controle, afirma-se que, controlando a velocidade, tem-se o controle da corrente de estator de eixo em quadratura (ONG, 1998). Então, o bloco definido como “Acoplamento de Termos” ocorre antes de se proceder à transformação dos valores em coordenadas síncronas para estacionárias. Isso é factível, pois essa topologia de controle é realizada por uma unidade computacional; assim, podem ser efetuados todos os cálculos das operações não lineares (acoplamento) e lineares separadamente (CASTOLDI, 2006; ONG,1998). 1.3 Projeto de controle IFOC O desenvolvimento de um projeto de controle de velocidade IFOC pode ser implementado em ambiente computacional MATLAB®/Simulink, como ilustra o diagrama da Figura 6. Os parâmetros dos controladores P e PI, bem como as manipulações e transformações matemáticas, ocorrem com o auxílio da ferramenta S-function, capaz de realizar a comunicação entre as plataformas MATLAB® e Simulink. Logo, o bloco intitulado ifoc contém o algoritmo de controle. 47 Figura 6 – Esquemático de um controle IFOC Fonte: elaborada pelo autor. Analisando o diagrama de blocos da Figura 6, percebe-se um MIT sobre a influência de um conjugado mecânico (Tm), que pode ser variado por meio de um degrau. Os sinais de corrente de estator (ia e ib) e da velocidade do rotor (ωm) são adquiridos de modo direto, como propõe esta metodologia de controle. O bloco ifoc é responsável pelo controle, pelo acoplamento de termos e pela transformação do sistema de coordenadas para modular o ângulo de disparo observado no bloco gate. Essa modulação é inserida no inversor PWM, responsável por acionar o motor. A Figura 7 ilustra o comportamento do controle IFOC para referência de velocidades variadas. A referência inicial foi de 60 rad/s: no instante 1 segundo, a referência foi transferida para 120 rad/s e, no instante 2 segundos, para 10 rad/s. O que se pode observar, de acordo com essa resposta, é um excelente comportamento desse controle operando em baixas velocidades. 48 Figura 7 – Gráfico do comportamento da velocidade Fonte: elaborada pelo autor. Ainda com a mesma referência de velocidade utilizada no ensaio da Figura 7, a Figura 8 ilustra o comportamento do conjugado eletromagnético. Nessa situação, não foi estipulado um sinal de referência para o conjugado (motor opera a vazio); então, o que se pode observar são os picos que ocorrem nos instantes da mudança de referência. O primeiro pico ocorre quando há o conjugado inicial 49 necessário para vencer o momento de inércia (1 pu). O segundo pico ocorre no instante em que a referência de velocidade é o dobro da inicial (2 pu). Já o conjugado eletromecânico negativo é justificado por uma redução brusca de velocidade (120 para 10 rad/s). Figura 8 – Gráfico do comportamento do conjugado eletromecânico Fonte: elaborada pelo autor. Notemos que, para os ensaios, é necessário observar apenas o comportamento do conjugado. As amplitudes dos sinais são justificadas 50 a partir dos parâmetros internos e das equações dinâmicas do motor. A Figura 9 ilustra o comportamento do sistema quando o motor parte com carga nominal; após instantes, é inserido um degrau de carga no seu eixo. Figura 9 – Gráfico do comportamento da velocidade com inserção de conjugado de carga Fonte: elaborada pelo autor. Na Figura 9, uma carga de -0,6 pu é inserida no instante 2 segundos, ou seja, estamos verificando o que ocorre se 60% da carga nominal é retirada abruptamente do eixo da máquina. A referência de velocidade inicial é 120 rad/s com uma redução para15 rad/s no instante 1 segundo. Analisando a Figura 9, percebe-se que, no instante em que a carga age sobre o motor, o controle atua de forma eficaz, levando a velocidade à referência rapidamente (aproximadamente 0,6 segundos). Como é de se esperar, no instante em que a carga é retirada, há uma natural 51 aceleração do motor, rapidamente corrigida. A Figura 10 ilustra o comportamento do conjugado inserido na máquina, a qual parte com conjugado nominal e, no instante 2 segundos, 60% da carga é retirada. Figura 10 – Gráfico do comportamento do conjugado eletromecânico com inserção de carga Fonte: elaborada pelo autor. Analisando a Figura 10, percebe-se um conjugado de partida de 2,5 pu, pois a máquina opera com carga nominal. Em aproximadamente 0,25 segundos, há a estabilização do conjugado. No instante 1 segundo, um pico de pouco mais de -1 pu é observado, pois há uma alteração brusca na referência de velocidade (de 120 rad/s para 15 rad/s). No instante 2 segundos, 60% da carga é retirada do eixo da máquina e uma resposta extremamente rápida é evidenciada. Mediante a análise das simulações, é notório o comportamento eficaz do controle IFOC, tornando viável sua 52 implementação, principalmente em baixas velocidades, quando as demais técnicas de controle ainda não obtêm respostas eficientes. A partir das respostas analisadas, verifica-se a aplicação do controle IFOC em vias industriais devido ao fato de utilizar modulação PWM e evitar perdas de chaveamento. Se comparado com técnicas de controle escalar (V/f), por exemplo, o controle IFOC possui menos transitórios, maior velocidade de estabilização e boa resposta para baixas velocidades. Referências Bibliográficas CASTOLDI, M. F. Protótipo virtual da estratégia DTC aplicada a motores de indução usando linguagem VHDL. 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2006. KRISHNAN, R. Electric motor drives: modeling, analysis and control. Campinas: Pearson, 2001. MIYAMOTO, R. K. Conexão à rede elétrica de um gerador de indução com rotor em gaiola de esquilo acoplado a um volante inercial. 2017 Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Cornélio Procópio, 2017. MOHAN, N. Máquinas Elétricas e Acionamentos: Curso Introdutório. São Paulo: LTC, 2017. ONG, C. M. Dynamic Simulations of Electric Machinery: Using Matlab – Simulink. Londres: Pearson, 1998. UMANS, S. D. Máquinas Elétricas de Fitzgerald e Kingsley. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. WEG. Eficiência Energética–Índices de rendimento. 2020. Disponível em: https:// www.weg.net/institutional/BR/pt/solutions/energy-efficiency/efficiency-index. Acesso em: 22 de mar. 2020. 53 Controle de velocidade em máquinas de corrente contínua Autoria: Renato Kazuo Miyamoto Leitura crítica: Ana Paula Zanatta Objetivos • Capacitar o profissional para a identificação de técnicas de controle de velocidade em máquinas de corrente contínua (MCC). • Estudar as técnicas de controle por corrente de campo pela resistência do circuito de armadura e pela tensão de terminal de armadura em máquinas de corrente contínua (MCC). • Fornecer subsídios para a compreensão da dinâmica de máquinas de corrente contínua em malhas de controle de velocidade e conjugado. 54 1. Introdução ao acionamento de MCCs As máquinas de corrente contínua (MCC) são conhecidas por sua versatilidade de operação em amplas faixas de velocidade. Esse fato pode ser explicado devido à diversidade de combinações das ligações dos enrolamentos de campo e armadura: em derivação, em série ou independentemente, contribuindo para uma operação satisfatória de conjugado e velocidade em operações dinâmicas e em regime permanente. Sua aplicação se torna viável devido à facilidade com que essas máquinas podem ser controladas. Com os avanços da eletrônica de potência, em sistemas de acionamento que necessitam de controle de velocidade, a utilização de máquinas CA vem aumentando em substituição às máquinas CC, que eram quase a totalidade nessas aplicações. No entanto, devido às características citadas anteriormente de versatilidade e uma relativa simplicidade de acionamento das MCCs, aliada a um nível reduzido de ruído, uma boa resposta às cargas dinâmicas e ao reduzido momento de inércia, o seu uso continuado em uma elevada variedade de aplicações ainda pode ser observado. Em contrapartida, se comparado aos motores de indução, para uma igual potência, os MCCs são maiores e mais caros. Há também uma maior taxa de manutenção, geralmente nas escovas e nos comutadores (UMANS, 2014). Para a compreensão do comportamento dinâmico da MCC, é necessária uma análise sobre o circuito equivalente simplificado da referida máquina, ilustrado na Figura 1(a). Observa-se uma tensão FV , que alimenta o circuito de campo, enquanto AV alimenta o circuito de armadura. A queda de tensão nas escovas pode ser desprezada. Há uma queda de tensão na resistência de armadura ( AR ). A resistência da bobina de campo é representada por FR , que pode ser variável, devido a uma possível alocação de resistências externas (CHAPMAN, 2013). 55 Figura 1 – Circuito equivalente de uma MCC (a) (b) Fonte: adaptada de Chapman (2013, p. 467). A tensão interna gerada na MCC é dada na equação (1) e percebe-se que é proporcional à intensidade de fluxo (φ ) e à velocidade de operação ( mω ). O termo K é a constante construtiva da MCC. a mE Kφω= (1) A Figura 1(b) ilustra uma das configurações empregadas no acionamento da MCC, conhecida como excitação em derivação (ou shunt). Nesse caso, observamos que o circuito de armadura está em paralelo com o de campo, então, a tensão terminal ( TV ) pode ser escrita pela equação (2). T a a aV E I R= ± (2) em que o sinal positivo é aplicado quando a MCC opera como motor e, pela Lei de Kirchhoff das correntes, tem-se L a fI I I= + . Quando a MCC opera como gerador, inverte-se o sentido das correntes aI e LI e a equação (2) utiliza o sinal negativo, sendo verdade a expressão L a fI I I= − . Assim, quando é necessário realizar o acionamento e controle de uma MCC, é importante compreender o comportamento dinâmico do conjugado, de acordo com a equação (3). m a a mec m m P E IT ω ω = = (3) 56 em que mP é a potência eletromagnética ( m a aP E I= ) e mω é a velocidade da máquina. É possível observar, então, que, para realizar o controle de velocidade e/ou conjugado, pode-se alterar a tensão gerada e a corrente de armadura por meio das técnicas de controle que serão abordadas na próxima seção. 1.1 Controle de velocidade em MCC A MCC operando como motor é uma máquina que realiza a conversão eletromecânica de energia. Para isso, como a energia elétrica utilizada atualmente é distribuída e transmitida em corrente alternada, é necessário um sistema de conversão que transforme corrente alternada em contínua para que seja possível a utilização desses motores (MOHAN, 2017). O conceito de controle é utilizado a todo o instante pelo ser humano. Se observarmos nossas atividades rotineiras e cotidianas, percebemos que em todo o momento estamos fazendo um controle das nossas atividades, pois os nossos sentidos nos fornecem a todo instante instruções para mudarmos os rumos de nossos atos, sejam estes voluntários ou involuntários. Ao correlacionarmos o conceito de MCC e controle, obtemos a justificativa da aplicação dessas máquinas. O controle das MCC pode ser realizado por meio da manipulação das tensões de campo ou de armadura, com a possibilidade de realizar também o controle do conjugado da máquina. Os métodos mais utilizados para o controle de velocidade em MCC podem ser descritos: i) pelo ajuste de fluxo, que consiste em um método que manipula a corrente de campo; ii) pelo ajuste da resistência interligada à armadura da MCC; e iii) pelo ajuste da tensão de terminal no circuito da armadura (UMANS, 2014). 57 1.1.1 Controleda corrente de campo Esta técnica é amplamente empregada para o controle da velocidade de uma MCC com enrolamento de campo na configuração de excitação independente ou em derivação, conforme a Figura 1. Nesse caso, a corrente de campo ( fI ) pode ser manipulada por uma resistência variável alocada em série com o enrolamento de campo em derivação. Adicionalmente, quando o enrolamento de campo está em excitação independente, a manipulação de corrente ( fI ) pode ser realizada por circuitos eletrônicos de potência, resultando em agilidade nas alterações e permitindo uma boa resposta para uma vasta amplitude de velocidade (FITZGERALD; KINGSLEY; UMANS, 2006). A Figura 2 ilustra a configuração para a tensão de campo com modulação PWM. Percebe-se que há um retificador CA-CC ligado em um capacitor de link CC, responsável pela filtragem da tensão retificada, gerando uma tensão CCV . Também há um modulador que opera por largura de pulso. Figura 2 – Sistema de modulação para enrolamento de campo em uma MCC Fonte: adaptada de Fitzgerald, Kingsley e Umans (2006, p. 531). 58 Para essa aplicação, apenas uma corrente unidirecional de campo é necessária; portanto, há apenas uma chave e um diodo de “roda livre”, e, se considerarmos ideais, a tensão média no enrolamento de campo é dada por: .f CCv DV= (4) em que D é o ciclo de trabalho do chaveamento (ou o tempo que a chave C permanece fechada). Desse modo, em regime permanente, a indutância fL se comporta como curto-circuito; logo, podemos escrever a corrente de campo média como: f CC f f f v VI D R R = = (5) Ou seja, podemos controlar a corrente de campo manipulando o ciclo de operação do modulador de largura de pulso. Se observarmos a relação em que a f mE Ki ω= , percebe-se que, ao reduzir a corrente de campo ( fi ), há uma aceleração da velocidade do conjunto ( mω ). Vale ressaltar que a constante K é uma constante geométrica da máquina e depende dos aspectos construtivos. A referida constante varia linearmente, de acordo com o fluxo do motor, até o ponto em que a saturação magnética se torna significativa. Nesse sentido, a menor velocidade da MCC ocorre quando há a máxima corrente de campo (que é limitada pelo aquecimento da máquina). Já a maior velocidade é restringida por fatores mecânicos (integridade mecânica do rotor) e elétricos (efeitos da reação de armadura), ocasionados pelo enfraquecimento do campo, acarretando uma comutação restrita (CHAPMAN, 2013). 1.1.2 Controle por resistência do circuito de armadura Essa técnica utiliza uma resistência externa acoplada em série ao circuito de armadura de modo a obter velocidades reduzidas. Sua aplicação se 59 estende a motores em configuração série, derivação e compostos. Caso a MCC não esteja em configuração série, o resistor deve ser ligado entre o campo em derivação e o circuito de armadura, e não entre o motor e a linha. O valor ôhmico da resistência externa deve ser analisado para essa modalidade de acionamento, pois a velocidade depende da queda de tensão nessa carga. Esse fato pode resultar em uma elevada perda de potência no resistor externo, principalmente se a velocidade for muito reduzida. Para um acionamento com carga constante, a potência de entrada na MCC e no resistor mantém-se constante, já a potência de saída entregue no seu eixo reduz com a velocidade. Assim, os custos energéticos desse acionamento podem ser considerados elevados para longos períodos de operação. Entretanto, o baixo custo inicial de implantação pode se tornar atrativo em operações intermitentes que exijam redução de velocidade (MOHAN, 2017). Se comparada com o controle por corrente de campo, essa técnica de controle pela resistência de armadura produz uma resposta mantendo o conjugado constante, devido ao fato de o fluxo e de a corrente de armadura permanecerem constantes, mesmo quando há a variação de velocidade. Uma variação dessa técnica pode ser observada na Figura 3, implementada em um motor em série (Figura 3(a)) ou em derivação (Figura 3(b)). Percebe-se um divisor de tensão devido à inserção dos resistores 1R e 2R , acarretando uma redução de tensão na armadura (KRISHNAN, 2001). 60 Figura 3 – Variação do método de resistência de armadura em MCC Fonte: adaptada de Umans (2014, p. 558). Nessa variação da técnica, há uma maior flexibilidade, pois os dois resistores podem ser regulados de acordo com o desempenho requerido. Esse esquema é aplicável para a regulação de velocidade com cargas leves. 1.1.3 Controle por tensão terminal de armadura Com o emprego de sistemas eletrônicos de potência, é possível variar a tensão terminal de armadura de uma MCC. Nesta técnica, realiza-se a variação da tensão de armadura e mantém-se a tensão de campo constante. A Figura 4 ilustra três possíveis topologias. Em (a), pode ser aplicado um retificador de fase controlada, utilizando um transformador com o secundário variável (ou variac), por exemplo, de modo a produzir uma tensão variável CCV . Em (b) observa-se uma modulação por largura de pulso produzida pela comutação da chave C . Assim, quando a chave está fechada, a tensão do link CC ( CCV ) é transferida para a armadura, e, quando a chave se abre, a corrente circula pelo diodo de “roda livre”, limitando a tensão de armadura a praticamente zero (FITZGERALD; KINGSLEY; UMANS, 2006). 61 Figura 4 – Configurações típicas de controle por tensão de armadura Fonte: adaptada de Fitzgerald, Kingsley e Umans (2006, p. 536). A Figura 4(c) apresenta a topologia para um inversor completo de ponte H. Nesse esquema, observa-se que, se as chaves 1C e 3C estiverem fechadas, a tensão sobre a armadura vale CCV . Logo, se as chaves 2C e 4C forem fechadas, a tensão será CCV− . Nessa aplicação, o controle consiste em chavear rapidamente, alternando entre as tensões CCV e CCV− , de modo que consigamos limitar a operação para qualquer região contida entre CC a CCV v V− ≤ ≤ . Em regime permanente, essa técnica mantém tanto a corrente elétrica de campo quanto o fluxo de campo constante; no entanto, a variação da tensão terminal da armadura resulta em uma variação da velocidade do motor. É comum que essa técnica de controle pela tensão de armadura seja combinada com um controle da corrente de campo, otimizando o comportamento da MCC para amplas faixas de velocidade de operação (MOHAN, 2017). Aplicando esse duplo controle, definimos como velocidade base (nominal) a velocidade para a qual a máquina opera com tensão e fluxo nominal na armadura. Para uma operação inferior a essa velocidade, o controle consiste em limitar a tensão terminal aplicada na armadura, e, para operação superior à velocidade base, pode-se reduzir a corrente de campo (UMANS, 2014). 62 Em uma região de operação em que a velocidade da MCC é inferior à velocidade base, o conjugado é limitado a um valor constante devido ao fato da não alteração do fluxo e da corrente de armadura, conforme observa-se na Figura 5(a). Já quando a velocidade da MCC é superior à velocidade base, a tensão e a corrente máximas de armadura são constantes. Esse fato implica em uma potência constante, conforme pode-se observar na Figura 5(b). Essa característica de conjugado constante é bem vista para aplicações industriais quando é necessário vencer o momento de inércia e o atrito das partes móveis para a movimentação de carga, ou seja, quando queremos, basicamente, um conjugado constante (CHAPMAN, 2013). Figura 5 – Limitações de conjugado e potência Fonte: adaptada de Umans (2014, p. 561). Por meio do controle de velocidade, é necessário observar que a velocidade máxima da MCC, com a limitação da corrente de campo, não pode exceder quatro vezes a velocidade base. Em situações regulares, é indicado que esta velocidade seja no máximo duas vezes. Já o limite mínimo de velocidade de operação não deve ser inferior a um décimo da velocidade base (UMANS, 2014). A Figura 6 ilustra o diagrama esquemático de umcontrole de velocidade em uma MCC. Percebe-se que há uma realimentação de velocidade, que 63 é comparada a uma velocidade referência ( refω ) no bloco do controlador. Nele, estão contidos a lógica de controle, os algoritmos de aproximação, os controladores Proporcional-Integral e a eletrônica de potência responsável pela modulação do sinal de acionamento. As entradas do motor CC são a tensão de armadura, a corrente de campo e o conjugado de carga (CHAPMAN, 2013). Figura 6 – Diagrama de blocos de um sistema de controle de velocidade Fonte: elaborada pelo autor. Assim, fica claro que nessa técnica de duplo controle também é possível implementar um controle de conjugado, conforme será abordado no item 1.2. 1.2 Controle de conjugado O conjugado eletromagnético da MCC pode ser calculado por meio da equação (6) e, para o caso de a máquina estar em configuração em derivação ou excitação independente, pode ser representado pela equação (7). mec f f aT K I I= (6) mec m aT K I= (7) 64 em que fK é uma constante que depende dos parâmetros construtivos da máquina e mK é a constante de conjugado. Analisando as equações (6) e (7) fica evidente que o conjugado varia de acordo com a corrente de armadura ( aI ). O controle dessa corrente pode ser realizado empregando eletrônica de potência (modulação PWM ou ponte H, por exemplo) (UMANS, 2014). A Figura 7 ilustra o diagrama esquemático de um controlador de conjugado que opera pela realimentação da velocidade. A saída do controlador de velocidade é a entrada do controlador de conjugado. A vantagem está na agilidade de resposta devido ao controle direto de conjugado, além da limitação automática da corrente de armadura em níveis operacionais (KRISHNAN, 2001). Figura 7 – Diagrama de blocos de um sistema de controle de velocidade e conjugado Motor CC Controlador de velocidade mω refω aI fI argc aT Controlador de conjugado Fonte: elaborado pelo autor. Em uma MCC, o enrolamento de campo e armadura podem ser ligados em configurações diversas. Quando estão ligados em série, a corrente de campo e armadura possuem a mesma intensidade; já quando estão ligados em paralelo, as tensões terminais e de armadura têm valores iguais. Com o advento da eletrônica de potência, a ligação por excitação independente apresenta uma maior flexibilidade (UMANS, 2014). Controlador de conjugado 65 Além disso, a velocidade desejada na MCC pode ser alcançada controlando a tensão terminal de armadura, a resistência de armadura e o fluxo magnético. A técnica da resistência de armadura é mais comumente utilizada em sistemas de tração. Essas resistências podem ser alteradas até um curto-circuito para aumentar a tensão do terminal e elevar a velocidade da máquina. Já a técnica que emprega o controle de fluxo de entreferro geralmente é aplicada em circuitos com ligação de enrolamentos independentes, que tipicamente são acionados com valor de corrente de campo nominal, com o objetivo de maximizar o conjugado. Quando o sistema opera com enfraquecimento de campo (região com potência constante), há uma redução natural do conjugado (FITZGERALD; KINGSLEY; UMANS, 2006) . Diante dos fatos mencionados, a preocupação da relação conjugado versus velocidade deve ser observada nas quatro possíveis regiões de operação da MCC. Assim, as referidas regiões de operação estão ilustradas na Figura 8, em que, para os quadrantes I e III, a máquina opera como motor e, para os quadrantes II e IV, pode operar como gerador em frenagem regenerativa. Figura 8 – Operação em quadrantes Fonte: elaborada pelo autor. 66 Quando a tensão e a corrente de armadura são aplicadas no mesmo plano, mantendo o fluxo de entreferro constante, tem-se a operação no quadrante I, no qual os valores de conjugado e velocidade são positivos, elucidando a operação da máquina como motor com rotação em determinado sentido (vamos adotar o sentido horário de rotação) (KRISHNAN, 2001). No terceiro quadrante, como o valor de conjugado é negativo, aliado ao fato de a velocidade também ser negativa, a máquina opera em aceleração em sentido anti-horário. Na operação no segundo quadrante, há um movimento em sentido anti-horário, devido à velocidade negativa (ocasionada pela inversão da polaridade da tensão de armadura); entretanto, o conjugado positivo indica uma operação em frenagem. Por fim, no quadrante quatro, percebe-se velocidade positiva e conjugado negativo, indicando uma região de frenagem e um movimento em sentido horário. A Tabela 1 elucida as referidas regiões de operação (KRISHNAN, 2001). Tabela 1 – Regiões de operação da MCC Quadrante Conjugado ( aI ) Velocidade ( aE ) Sentido de rotação Variação da velocidade I >0 >0 Horário Acelera II >0 <0 Anti- horário Freia III <0 <0 Anti- horário Acelera IV <0 >0 Horário Freia Fonte: elaborada pelo autor. Em aplicações industriais, um compressor, uma bomba ou um ventilador necessitam que sua operação ocorra no primeiro quadrante. Nesse caso, são sistemas de um quadrante, pois sua operação é unidirecional. 67 Sistemas de unidade de transporte, que necessitam de alteração do sentido de rotação da MCC, podem estar alocados nos quadrantes I e III. Se for necessária uma regeneração, esse sistema opera nos quatro quadrantes. Já em sistemas de içamento, geralmente a MCC opera em todos os quadrantes. Desse modo, fica evidenciada a aplicação de sistemas com MCC em âmbito industrial operando em amplas faixas de velocidade. O uso da eletrônica de potência pode ser um aliado para o acionamento dessas máquinas, acarretando um controle preciso de velocidade e conjugado. Referências Bibliográficas CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. FITZGERALD, A. E.; KINGSLEY, C. J.; UMANS, S. D. Máquinas Elétricas com introdução à eletrônica de potência. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. KRISHNAN, R. Electric Motor Drivers–Modeling, analysis and control. New Jersey: Pearson, 2001. MOHAN, N. Máquinas Elétricas e Acionamentos: Curso Introdutório. São Paulo: LTC, 2017. UMANS, S. D. Máquinas Elétricas de Fitzgerald e Kingsley. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. 68 Bons estudos! Sumário Introdução ao acionamento de máquinas rotativas Objetivos 1. Introdução ao acionamento de máquinas elétricas Referências Bibliográficas Variação de velocidade com controle escalar Objetivos 1. Introdução ao acionamento com velocidade variável 2. Controle de velocidade em máquinas de indução Referências Bibliográficas Acionamentos com controle vetorial de velocidade Objetivos 1. Controle de velocidade vetorial Referências Bibliográficas Controle de velocidade em máquinas de corrente contínua Objetivos 1. Introdução ao acionamento de MCCs Referências Bibliográficas
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