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Editora filiada à Associação de Editores Cristãos Rua Goiânia, 294 – Parque Industrial 12235-625 São José dos Campos-SP comercial@editoracristaevangelica.com.br www.editoracristaevangelica.com.br Telefax: (12) 3202-1700 mailto:comercial@editoracristaevangelica.com.br http://www.editoracristaevangelica.com.br/ Num período de decadência espiritual e apostasia da história de Israel, viveram dois grandes profetas, Elias e Eliseu, que operaram milagres em nome de Jeová como testemunho de Deus naqueles tempos maus. Eram homens de ação! O ministério de Elias foi durante os reinados de Acabe e de Acazias (aprox. 918 a 894 a.C.), e o de Eliseu durante os reinados de Jorão, Jeú, Jeoacaz e Jeoás (aprox. 894 a 830 a.C.). Eliseu foi servo e sucessor de Elias, como Josué foi de Moisés, e Timóteo, de Paulo. As semelhanças entre Elias e Eliseu Eram profetas no Reino do Norte que dirigiram Escolas de Profetas e ambos enfrentaram reis apóstatas. Fizeram vários milagres, alguns de julgamento, mas a maioria de misericórdia. Esses milagres foram usados sempre com uma finalidade moral e espiritual para revelar a soberania e o poder de Deus, e se destacaram em épocas de crise espiritual. Os contrastes entre Elias e Eliseu Elias era um homem solitário; Eliseu, sociável, amigo de muitos. Elias vivia no deserto, com vestimenta peculiar, enquanto Eliseu vivia nas cidades, com roupa comum. No relacionamento com os reis, Elias era um homem severo, o terror do palácio, enquanto Eliseu era tolerante, amigo e conselheiro de reis. Não há dúvida de que Elias tinha um ministério mais importante do que Eliseu, mas cada um fez seu papel, agindo com firmeza contra os males daquela época. Não é difícil ver um paralelo entre a época desses dois homens de ação e a nossa nação hoje. O sincretismo religioso de hoje (Padre Cícero, Umbanda, Catolicismo, Nova Era, etc. – tudo misturado) e a confusão religiosa no meio evangélico demonstram uma situação semelhante. Tudo isso, junto com a situação moral do Brasil, com a ênfase na corrupção, violência, drogas e sexo, grita por uma intervenção divina. Onde está o Deus de Elias? Está aqui! Mas onde estão os homens e mulheres como Elias e Eliseu, homens de ação, que estão prontos a agir e ser verdadeiros profetas do século 21? Estas lições falam muito para nós nos dias de hoje. John D. Barnett Livros recomendados Elias - um homem nas mãos de Deus, William J. Petersen, Edições Vida Nova. 1 e 2Reis, introdução e comentário. Donald J. Wiseman, Série Cultura Bíblica, Edições Vida Nova. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 – Sumário – Elias, o homem e seu ministério Elias e seu preparo A tragédia que Elias enfrentou Obadias, que temeu muito ao Senhor O desafio no monte Carmelo Elias, um homem poderoso em oração Elias, um crente deprimido A chamada de um líder-servo Controlando os desejos do coração O arrebatamento de Elias e a expectativa da igreja A confirmação de Eliseu como profeta Eliseu, um profeta atencioso Eliseu e a escola de profetas Eliseu e o general A recuperação do machado perdido Um dia de boas-novas Elias, do Antigo ao Novo Testamento 1 Elias, o homem e seu ministério texto básico 1Reis 16.28-34; Tiago 5.17 versículo-chave Tiago 5.17 “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância.” alvo da lição Mostrar como Deus pode equipar e usar uma pessoa desconhecida, um joão- ninguém, para cumprir a Sua vontade. leia a Bíblia diariamente seg 1Rs 11.1-8 ter 1Rs 11.9-13 qua 1Rs 12.16-24 qui 1Rs 16.8-14 sex 1Rs 16.29-34 sáb 1Rs 17.1-7 dom Tg 5.17-18 Hoje começamos o nosso estudo de Elias. Mas seria bom iniciar perguntando por que devemos estudar a vida deElias? Quero sugerir três razões. 1. Há muitas semelhanças entre a época em que Elias viveu e a nossa época. 2. Apesar das dificuldades que enfrentou, ele provou que o poder de Deus é maior. Aprenderemos que Deus em nós, e por meio de nós é muito mais poderoso do que qualquer problema que enfrentamos. 3. Elias era uma pessoa bem simples. Aprenderemos o que Deus pode fazer por intermédio de uma pessoa simples, que ficou desanimada com o estado espiritual tão baixo do povo ao seu redor. De fato, Elias é uma pessoa comum a serviço de um Deus extraordinário. Onde está hoje o Deus de Elias, que pode enviar fogo do céu – que pode mudar a vida da nação? Ele está aqui em nosso meio! Ele quer trabalhar em nossa vida e por meio de nós mudar a nossa nação, também. Assim seja, amém! I. O mundo que Deus vê (1Rs 16.29-34) Com a morte do rei Salomão, Israel foi dividido em duas nações - Judá, o reino do sul, e Israel, o reino do norte. Quando Deus olhou para Israel, o reino do norte, não viu nada que Lhe agradasse. 1. Declínio espiritual da nação O reino do norte, Israel, estava numa situação triste. Já haviam se passado 58 anos desde a morte de Salomão. Nada menos de sete reis reinaram durante esse período – todos, sem exceção, tinham sido maus reis. O primeiro rei, Jeroboão, fez dois bezerros de ouro em Betel e Dã (1Rs 12.28-32) para impedir a ida do povo a Jerusalém para adorar a Deus. “E isso se tornou em pecado”. Com isso veio a corrupção do sacerdócio, porque Jeroboão constituiu sacerdotes homens que nunca foram chamados para esse ministério e, pior ainda, não tinham a capacidade para exercê-lo. Os outros reis eram assassinos, beberrões como Elá (1Rs 16.9) e continuaram a irritar “ao Senhor, Deus de Israel, com os seus ídolos” (1Rs 16.13). No fim chegou Acabe que “fez ... o que era mau perante o Senhor, mais do que todos os que foram antes dele” (1Rs 16.30). Acabe casou-se com uma princesa pagã, Jezabel, do território a Baal, e ela trouxe o culto de Baal para dentro da nação de Israel. O culto a Baal era feio, cheio de depravação sexual, prostituição espiritual e idolatria. Em outras palavras, era uma época de apostasia e de frieza espiritual. 2. Declínio moral da nação Começou com o reinado de Salomão e suas 700 esposas e 300 concubinas. O declínio não aconteceu de repente, mas gradualmente, e continuou por meio do culto depravado a Baal. Essa era a nação que Deus estava vendo. E parece que a situação em nossos dias não é muito diferente. 3. Hoje no Brasil a. O estado espiritual - há muito sincretismo espiritual. No meio evangélico, há muitas seitas diferentes, com uma mistura de espiritismo e Nova Era. No meio das nossas igrejas há muita frieza espiritual. b. O estado moral - drogas, sexo, AIDS e violência falam tudo a respeito do estado da nossa nação. Na Revista VEJA houve uma pesquisa sobre “O Retrato do Jovem Brasileiro”. Essa pesquisa descobriu que 7 de 10 moças de 17 anos para baixo já experimentaram sexo antes do casamento. Mas a tragédia é que há muitas jovens crentes seguindo os costumes do mundo nessa área. Casamentos mistos na igreja estão causando problemas semelhantes aos do casamento de Acabe com Jezabel! E há muitos outros sinais da degeneração espiritual da nossa nação e da igreja brasileira. Há falta de respeito à autoridade, frieza da igreja, falta de visão missionária, falta de um conhecimento profundo da palavra de Deus. II. O homem que Deus chama (1Rs 17.1-3) Sabemos muito pouco a respeito de Elias. 1. Era um desconhecido Não sabemos nada a respeito da sua família. Era um homem rude, do interior, que evitava a cidade. Era ninguém. 2. Foi criado num lugar difícil Foi criado no território de Gileade,que era deserto, com terreno rochoso, cujos vales tinham muitos animais ferozes. Elias era um homem que sabia o que era sofrer. Não teve uma criação fácil. 3. Tinha uma tarefa difícil De repente, Elias aparece – da roça ele é enviado para o palácio para se encontrar com o Rei Acabe e, pior ainda, com a rainha Jezabel! Como é que a gente enfrenta tarefas difíceis, como Elias? 4. Recebeu um nome interessante O seu nome fala muito - “Elias” = Jeová é Deus. Pelo menos podemos ter alguma noção de seus pais, pelo nome que lhe foi dado no nascimento. aplicação Será que o povo pode identificar Deus em nós? 5. Teve um caráter semelhante ao nosso “Homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos”. Era um homem complexado, ficou com raiva, exigiu vingança, ficou deprimido, mas era corajoso e demonstrou autodisciplina. Um homem, de fato, semelhante a muitos de nós! 6. Homem de oração (Tg 5.17-18) Quando ele orava, algo acontecia. Já tivemos essa experiência? Quando oramos, esperamos que algo aconteça, também? 7. Foi chamado por Deus Foi um homem que Deus chamou e a ele foi dado poder para fechar os céus para que não chovesse e poder para pedir que fogo caísse dos céus. III. A palavra que Deus dá (1Rs 17.1) É interessante notar algo a respeito da palavra que o Senhor deu a Elias e que nos dá, também. 1. Uma palavra viva “Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel”. 2. Uma palavra de autoridade “Perante cuja face estou” – era uma palavra que vinha do Senhor. Será que quando eu ensino na escola bíblica, ou quando prego, ou dou uma palavra para os adolescentes, ou jovens ou senhoras, falo com a autoridade que vem do Senhor? Eu prego ou ensino com autoridade – “Assim diz o Senhor”? 3. Uma palavra solene Que palavra difícil para transmitir! Vai faltar chuva – “nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra”. Era, de fato, uma palavra de julgamento divino sobre os pecados do povo. É bom notar que há dois aspectos da pregação do evangelho. Devemos enfatizar o amor de Deus, mas não podemos deixar de falar, também, da ira de Deus sobre o pecado. Há muita falta disso hoje na pregação do evangelho. Quando foi a última vez que ouvimos um sermão sobre o inferno? Conclusão É bom descobrir o tipo de pessoa que Deus chama e usa. Elias era um semelhante a nós. E como Deus usou Elias de uma maneira extraordinária, Ele pode nos usar, também. O que é importante é que estejamos disponíveis para ser usados por Ele. A época em que Elias vivia não era tão diferente da nossa época. Como Deus está precisando de homens e de mulheres com um ministério profético para confrontar os males da nossa nação com a mensagem viva da palavra de Deus! 2 Elias e seu preparo texto básico 1Reis 17.1-16 versículo-chave 1Reis 17.1 “Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra.” alvo da lição Mostrar como Deus prepara a pessoa que Ele quer usar. leia a Bíblia diariamente seg Sl 4.1- 8 ter Sl 5.1-12 qua Sl 6.1-10 qui Sl 12.1-8 sex Sl 16.1-11 sáb Sl 147.1-20 dom Lc 4.16-30 “Deus prepara o homem que Ele quer usar.” Essa frase tão verdadeira e prática não poderia deixar de ser uma realidade na vida de Elias. Pois um homem que foi chamado para enfrentar enormes desafios de confiança e fidelidade a seu Deus deveria receber um preparo suficiente que demonstrasse ao profeta o “tamanho” do seu Senhor. O propósito desta lição é mostrar o que Deus usou para desenvolver a fé de Elias e assim prepará-lo para os futuros desafios de seu ministério profético. I. Elias experimenta a presença, a proteção e a provisão de Deus (1Rs 17.1-6) 1. A presença de Deus (1Rs 17.1) É sabido que a seca, pelo fato de trazer sede e fome, é uma das grandes armas que o Senhor usou várias vezes na história para punir e provar Seu povo. Daí a máxima: “A natureza volta-se contra os homens rebeldes.” Em 1Reis 18.1 concluímos que o período de seca durou três anos, tempo mais que suficiente para trazer danos, enfermidades e mortes ao povo. “Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou” (1Rs 17.1) conta-nos de um homem certo da presença de Deus em sua vida, pois “perante cuja face” é expressão de proximidade e de intimidade. E como a certeza da presença de Deus é importantíssima para aquele que pretende servi-Lo! Veja Êxodo 33.12-15; Salmo 16.11; Mateus 28.20. 2. A proteção de Deus (1Rs 17.2-3) “Retira-te daqui, vai para o lado oriental, e esconde-te junto à torrente de Querite, fronteira ao Jordão” (17.3). A Bíblia Vida Nova nos informa que a torrente de Querite seria um pequeno córrego que só apresentava correnteza em épocas de chuva. Devia localizar-se em lugar deserto, para que Acabe não encontrasse o profeta. E por que se esconder? Porque uma palavra profética que anuncia ausência de orvalho e de chuva durante três anos a um rei perverso, traria perseguição e morte ao profeta. E também porque Deus sempre usa um lugar desértico para preparar Seus servos: Moisés passou quarenta anos no deserto; Jacó passou catorze anos de frustração em Harã; Paulo ficou na Arábia durante três anos; e José teve que passar um tempo na prisão egípcia até que Deus o elevasse ao governo do Egito. Não deve ter sido fácil para Elias ter que ir a Querite quando, no fundo, desejava ir para o confronto no monte Carmelo! 3. A provisão de Deus (1Rs 17.4-6) Por que Deus escolheria uma ave de rapina para sustentar Seu profeta? Por que um animal que se alimenta de carniça, que é predatório e repelente? Por que Deus usaria uma ave considerada imunda segundo a lei (Lv 11), como o corvo, para alimentar Seu servo? Esta não é a primeira nem a última vez que o corvo é mencionado como instrumento de Deus para cumprir Seus propósitos. Noé soltou um corvo da arca para verificar se as águas diluvianas já haviam minguado da superfície da terra (Gn 8.6-7); Elias e Eliseu - Homens de Ação é questionado por Deus: “Quem prepara aos corvos o seu alimento, quando os seus pintainhos gritam a Deus e andam vagueando, por não terem que comer?” (Elias e Eliseu - Homens de Ação 38.41); o salmista lembra-nos que o Senhor “dá o alimento aos animais e aos filhos dos corvos, quando clamam” (Sl 147.9); e o próprio Senhor Jesus Cristo lançou mão dos corvos para ilustrar a provisão de Deus. “Observai os corvos, os quais não semeiam, nem ceifam, não têm despensa nem celeiros; todavia, Deus os sustenta. Quanto mais valeis do que as aves!” (Lc 12.24). Certamente Deus queria ensinar a Elias que Ele é Jeová-Jireh (“o Senhor proverá” - Gn 22.14). E para fazer isso Ele usa quem quer, onde quer, quando quer e como quer; ou, como escreveu Petersen, “Deus cuidará de você, mas não seja muito exigente quanto aos garçons que forem usados pelo Senhor”. II. Elias e a torrente que secou (1Rs 17.7) Por que a torrente secou? Você pode ironizar e responder. “Porque a água acabou!” Porém não estamos pensando no lado lógico do fato, mas no propósito principal de Deus, ou seja, o que o Senhor está querendo ensinar ao Seu profeta desta vez? Por isso, três possíveis motivos são sugeridos por Petersen, e é evidente que concordamos com ele. 1. Elias precisava aprender a relacionar-se com os outros Ele era um solitário. A sua semelhança com João Batista se deve também a este fato (cf. Mt 17.12-13). O relacionamento com as pessoas traz tensões e problemas; por isso, para alguns, a vida isolada é bem mais fácil. Mas o profeta não foi chamado para pregar aos corvos, e sim aos homens. aplicação Qualquer pessoa que deseja servir ao Senhor com frutos que permaneçam precisa trabalhar e permitir ser trabalhado na área dos relacionamentos interpessoais. Em outras palavras, ministério eclesiástico é relacionamento. 2. Quando as torrentes secaram, ficou mais atento à voz de Deus Mesmo estando em lugar desértico, não era difícil Elias já ter se acostumado com o suprimento diário. Mas Querite secou, e agora teria que perguntar. “Para onde, Senhor?” aplicação É famoso entre os crentes o pensamentoque “quando Deus fecha uma porta, logo abrirá outra.” Muitas vezes não queremos aceitar certas mudanças de Deus para nós, daí a necessidade de uma fonte secar, obrigando-nos, por uma questão de sobrevivência, a mudar de rumo. 3. Foi para ensinar mais sobre Deus A sabedoria de Deus é multiforme. Alguém já disse que Deus não gosta de monotonia e que Ele nunca tem um só método de ensino. Por isso, Querite não poderia revelar tudo a respeito de Deus. É verdade que Elias aprendeu muito sobre o Deus-Provedor, mas havia muitas outras coisas que o profeta precisava aprender sobre o Senhor. aplicação Há uma frase muito interessante de Martyn Lloyd-Jones sobre a Bíblia e o crente. “Não há nada que seja mais perigoso para a vida da alma do que sempre ficar lendo as nossas passagens favoritas, e não somente é um perigo para a alma, é abusar das Escrituras.” Semelhantes a isso são os crentes e os pregadores que enfatizam sempre a mesma faceta do caráter de Deus; o que redundará numa espécie de “subnutrição espiritual”, ou seja, alimentou-se muito de uma coisa, mas esqueceu-se de outra. Faltou equilíbrio, faltou uma alimentação variada ou balanceada. III. Elias e a viúva (1Rs 17.8-16) “Levanta-te, e vai a Sarepta... eis que eu ordenei a uma mulher viúva que te sustente.” (1Reis 17.9) 1. A cidade Sarepta é comumente identificada com a aldeia moderna de Sarafand, cerca de 14,5 quilômetros ao sul de Sidom, na costa do mar Mediterrâneo. Jerônimo diz-nos que o lugar ficava em uma estrada que corria ao longo da costa marítima, de Tiro e Sidom. E isso colocou Elias em território estrangeiro, onde ele estaria em segurança (O Antigo Testamento Interpretado, vol. 2, p.1434). É provável que Elias não conhecesse Sarepta, mas quando ouviu Sidom, identificou o lugar. 2. A viúva Uma mulher viúva geralmente não se encontra em boa situação financeira. Em tempo de fome então é desnecessário comentar! Mas é justamente alguém assim que Deus escolhe agora para sustentar Seu profeta. Por quê? Paulo escreveu que “Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes” (1Co 1.27- 28). Mas, por quê? A resposta é fornecida pelo próprio apóstolo. “A fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1Co 1.29). 3. Elias A princípio, Elias parece ter sido extremamente egoísta e desumano com a viúva. Exigiu que ela trouxesse água para ele, e depois pediu pão. E ainda mais, pediu que assim que o pão ficasse pronto, o primeiro pedaço fosse dele. Não é um abuso? Todavia, devemos olhar para o plano de Deus. Essa viúva não sofreu nenhum tipo de abuso, pelo contrário, foi uma privilegiada. O próprio Senhor Jesus se referiu a ela em Lucas 4.25-26 (leia o texto) como uma escolhida de Deus. Porque além de receber a visita do profeta, ela teve abundância em tempo de fome, pois “da panela a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou (v.16). As duas grandes lições desse episódio são. a. Deus prepara pessoas para ajudar a outras. A viúva já tinha sido preparada pelo Senhor para receber e atender os pedidos do profeta; b. A obediência sempre traz recompensa. Mesmo sem entender, ou quando parecer ilógico, atenda os pedidos do Senhor, pois o fim será alegria, vitória e paz. Conclusão Nosso profeta Elias agora já conhece mais um pouquinho do seu Deus. Ele usa animais e pessoas para cumprir Seus propósitos. Ele faz uma fonte jorrar ou secar; usa uma viúva à beira da morte, por causa da fome, para sustentá- lo. Tudo isso precisava acontecer na vida de Elias, porque grandes desafios aguardavam pelo profeta. 3 A tragédia que Elias enfrentou texto básico 1Reis 17.17-24 versículo-chave 1Reis 17.24 “Então, a mulher disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és homem de Deus e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade.” alvo da lição Mostrar que, mesmo no meio de dúvida e dor, o Senhor nunca nos desampara. leia a Bíblia diariamente seg Mt 27.45-54 ter Mc 5.35-43 qua Lc 7.11-17 qui Jo 11.1-27 sex Jo 11.28-46 sáb At 9.36-43 dom At 20.7-12 “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5). Você consegue imaginar a alegria de Elias, da viúva e de seu filho, após a “multiplicação” da farinha e do azeite? (1Rs 17.8-16) Foi um milagre! Após acontecimentos assim, as pessoas sempre ficam alegres, cantam e saltam de alegria. Veja Êxodo 14.30-15.2; Salmo 126.1-3; Lucas 19.37; Atos 3.3-7. Também é muito provável que Elias não tenha pensado que mais problemas pudessem chegar tão cedo. Afinal, havia comida em abundância num tempo de seca e fome. Ele tinha um quarto particular com vistas para o mar Mediterrâneo, o que significava não apenas noites de sono bem melhores que no deserto de Querite, como proteção contra os enviados de Acabe para prendê-lo. Por tudo isso, a doença e a morte do filho da viúva não estavam no “programa” do profeta. Mas... aconteceu! I. O filho da viúva morreu! (1Rs 17.17-23) 1. A dor e o questionamento da viúva (1Rs 17.18) Qualquer pai ou mãe sofrem muito ao lado de um filho doente. Imagine quando ele morre! Alguém já disse que essa é uma das maiores dores que pode visitar o coração humano: a perda de um filho. Para essa viúva não poderia ser diferente. Período de fome, sem marido e agora sem filho. Quanta calamidade! A perda do filho significava para ela uma vida de muita solidão e desesperança, pois enquanto o filho vivesse, poderia contar com alguém para cuidar dela na velhice. Mas agora, tudo acabou. Suas perguntas a Elias no verso.18 fazem muito sentido. “Que fiz eu, ó homem de Deus? Vieste a mim para trazeres à memória a minha iniquidade e matares o meu filho?” As pessoas sempre associam sofrimento ao pecado (veja Lc 13.4-5; Jo 9.1-2). O fato dela chamar Elias de “homem de Deus” quer dizer que pensava que o propósito maior de Deus ao enviar o profeta à sua casa não era o de livrá-la da morte por fome, mas sim punir algum pecado particular oculto, justamente em cima de seu filho. Observe bem estas duas citações. - “Tão primitiva ideia de Deus, como alguém que esteja procurando pecados inconscientes ou há muito esquecidos, fervoroso no trato de estritas penalidades, está longe de ser morta hoje em dia” (Norman H. Snaith). - “É principalmente em tempos de adversidade que consideramos devidamente nosso estado moral; as aflições externas com frequência produzem profunda sondagem no coração” (Adam Clarke). Sabemos da lei da semeadura e da colheita (Gl 6.7), que é para todos e para todas as áreas da vida; e sabemos também que Deus disciplina ou corrige Seus filhos (Hb 12.4-6). Mas não podemos associar todo sofrimento ou tragédia ao pecado. Elias e Eliseu - Homens de Ação é um exemplo claro dessa afirmação. Ele sofreu todas aquelas perdas e danos não por causa de seu próprio pecado, porque era “homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Elias e Eliseu - Homens de Ação 1.1). E os amigos de Elias e Eliseu - Homens de Ação tentaram, a todo custo, encontrar uma explicação para o sofrimento dele. Mas no final, Deus disse a um deles. “A minha ira se acendeu contra ti e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Elias e Eliseu - Homens de Ação” (Elias e Eliseu - Homens de Ação 42.7). Resumindo, os amigos de Elias e Eliseu - Homens de Ação não conseguiram ver no sofrimento algo além do que um mero castigo de Deus pelo pecado do homem; não podiam ver um propósito soberano maior que esse, mas Deus não é um déspota ou um desmancha-prazeres, que não pode ver um de Seus filhos cometer pecado sem logo vir para a vingança. Tal pensamento não se encaixa com o caráter do Deus, que é amor (1Jo 4.8) e cheio de misericórdia (Sl 136.1; Is 55.7). 2. A resposta de Elias (1Rs 17.19) Por que Jesus Cristo ressuscitou? Dentre tantas respostas verdadeiras a que queremos ressaltar é esta. Alguém que começou seu ministério anunciando a vida não poderia terminá-lo tragado pela morte. Da mesma forma, um profeta que é enviado à casa de uma viúva, sob a direção de Deus,a fim de por ela ser sustentado, também não poderia deixar um “saldo” de morte e dor. Como era de se esperar, Elias não respondeu às perguntas da viúva. Enquanto ela estava chocada com a morte do filho, o profeta simplesmente disse. “Dá-me o teu filho...” (v.19). Petersen lembra-nos de que é melhor conhecer a Deus do que saber o porquê. Sendo assim, a resposta de Elias às perguntas da viúva foi mais uma vez buscar o socorro Daquele que sabe e pode todas as coisas. aplicação Que tipo de pergunta você faz quando enfrenta sofrimento e dor? Que respostas espera obter de Deus? 3. A oração de Elias (1Rs 17.20-21) “Ó Senhor, meu Deus, também até a esta viúva, com quem me hospedo, afligiste, matando-lhe o filho?” Entendemos que essas palavras de Elias não significam acusação, mas, com certeza, uma expressão da enorme surpresa do profeta. Pois quando ele esperava que ela fosse recompensada por tudo que tinha feito e estava fazendo em prol dele, o pior acontece. Não cremos que Elias sabia previamente o que iria acontecer ao filho da viúva. Mas o profeta não sabe tudo? Não, sabe apenas o que Deus quiser lhe revelar. É interessante destacar a expressão “matando-lhe o filho”. Elias está atribuindo a Deus a autoria ou a responsabilidade direta da morte do filho da viúva. Então é por isso que ele ora. Por quê? Porque o Deus que tira a vida é o mesmo que a concede. Daí o pedido “faças a alma deste menino tornar a entrar nele”. E a certeza do profeta de que Deus irá responder tal oração é tamanha, que ele não teme a contaminação devido ao contato com um cadáver, prevista na lei (Nm 6.6; 9.6; 19.11). O amor está acima da lei. Mas é o amor genuíno ou divino, quando derramado em nosso coração. II. A resposta de Deus e o testemunho da viúva (1Rs 17.22-24) 1. A resposta de Deus (1Rs 17.22-23) “Vê, teu filho vive” (v.23). Podemos criar em nossa mente essa cena. Elias trazendo o filho vivo e colocando nos mesmos braços da mãe que poucos instantes antes o havia entregado morto ao profeta! É claro que temos que lembrar das palavras de Jesus na ressurreição de Seu amigo Lázaro. “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11.25). Pouco antes do milagre, tanto Marta quanto Maria disseram ao Senhor Jesus. “Se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido” (Jo 11.21,32). Mas Jesus não queria apenas curar a enfermidade de Lázaro, o propósito de Deus era maior. Do mesmo modo, o propósito de Deus para a viúva não era só multiplicar farinha e azeite, mas um feito inédito para ela e para o profeta: um morto tornou a viver. 2. O testemunho da viúva (1 Rs 17.24) “Tu és homem de Deus e a palavra do Senhor na tua boca é verdade”. Elias precisava ouvir isso? O que significava esse testemunho da viúva na vida e no ministério do profeta? Primeiro de tudo, essas palavras demonstram que a paz, a alegria e a fé voltaram ao coração dessa mulher tão sofrida. Elias não poderia ter deixado uma “má imagem” do seu Deus a essa viúva. E os fatos são sempre mais fortes que qualquer argumento. E, por fim, Elias saiu fortalecido de tudo isso. Conheceu mais ainda do seu Senhor. Estava um pouco mais bem preparado para os novos desafios. Na verdade, os milagres servem para pelo menos duas coisas: a. exaltar a glória de Deus; b. aumentar a fé dos homens (Jo 3.2; 6.14). Conclusão Precisamos deixar perguntas para reflexão de cada um. “Será que a palavra do Senhor na minha boca é verdade? As pessoas estão me dizendo isso? Por que elas me dizem isso?” 4 Obadias, que temeu muito ao Senhor texto básico 1Reis 18.1-19 versículo-chave 1Reis 18.3 “Acabe chamou a Obadias, o mordomo. Obadias temia muito ao Senhor.” alvo da lição Mostrar o valor de uma vida de fidelidade ao Senhor mesmo enfrentando as pressões do povo incrédulo ao nosso redor. leia a Bíblia diariamente seg Jr 1.1-19 ter Jr 2.1-19 qua Jr 2.20-37 qui Jr 10.1-25 sex Jr 17.1-11 sáb Jr 19.1-15 dom At 17.16-34 Obadias é mais uma escola pela qual Elias precisava passar. Porque a tendência de Elias era pensar em si como o único homem fiel perante o Senhor (veja 1Rs 19.10,14). E mais ainda, precisava aprender que alguém poderia conservar o temor do Senhor mesmo servindo a um rei perverso como Acabe (veja 1Rs 16.33). Deus sempre tinha alguém do outro lado da “linha” no ministério de Elias. Quando o profeta foi para Querite, Deus havia falado aos corvos; quando foi a Sarepta, o Senhor já havia preparado a viúva. E agora, quando chega a hora de ele se reencontrar com Acabe, Obadias já estava preparando o terreno para o retorno do profeta. Isso nos ensina algo, pois pensar que somos os únicos em qualquer situação é um terrível engano. Um famoso pregador certa feita disse que Deus lhe havia dito que ele não poderia falhar, porque se falhasse, Deus não teria outro. Resultado: ele falhou, mas a obra de Deus continua sendo realizada. I. O retorno de Elias (1Rs 18.1-2) Comparemos 1Reis 17.3, “Retira-te daqui”, com 1Reis 18.1, “Vai, apresenta-te a Acabe”! Essas duas palavras do Senhor a Elias demonstram claramente duas situações opostas. Na primeira, Deus ordena ao profeta se distanciar do rei perverso; na segunda, a ordem é para se aproximar de Acabe. Na primeira, a grande seca é predita; na segunda, a chuva vai voltar. Não deve ter sido fácil para o profeta. Afinal, aos olhos de Acabe, só havia um responsável por toda aquela calamidade que estava acontecendo, Elias. Na mente de Acabe, o principal responsável pela falta de verde no campo, de frutos nas árvores, de pastagem para os animais, pelo solo rachado e improdutivo e por tantas mortes era o “perturbador de Israel” (1Rs 18.17). Quando deveria pensar que a verdadeira causa de tamanha calamidade era a idolatria. Portanto, “apresenta-te a Acabe” era um desafio de vida ou morte para Elias. Todavia, o nosso profeta era obediente: “Partiu, pois, Elias a apresentar-se a Acabe” (1Rs 18.2). II. Quem era esse Obadias? (1Rs 18.3-6) O nome “Obadias” quer dizer “Servo de Deus”. Um nome comum no Antigo Testamento. Esse Obadias não deve ser confundido com o profeta cujo livro leva o mesmo nome. Diz-nos o texto que Obadias era “mordomo” do rei Acabe. Isso significa que ele trabalhava diretamente com Acabe. Era o homem que providenciava alimento, roupas e alojamento para a família real, assim como para todos os servos e animais do palácio. Podemos dizer que era homem de confiança do rei. Por isso é que ele entra em cena. Acabe o chama para que percorram a terra a fim de encontrarem “erva, para que salvemos a vida aos cavalos e mulos e não percamos todos os animais” (1Rs 18.5). Mas temos outra informação sobre Obadias. “temia muito ao Senhor” (1Rs 18.3). A prova disso foi o fato de esconder e alimentar cem profetas do Senhor, a fim de não serem mortos por Jezabel (1Rs 18.4). “Com a escassez de pão e água, não seria fácil que Obadias obtivesse o suficiente para sustentar cem profetas sem ser notado. Mas fez isso, embora pudesse ser descoberto a qualquer momento” (Petersen). Você pode perguntar. “Como alguém consegue temer ao Senhor e, ao mesmo tempo, ser mordomo de um rei idólatra?” A resposta está na própria história bíblica. Isto é, da mesma forma como Noé foi homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos, que estavam dominados pela maldade (Gn 6.5,9); como José serviu a Faraó do Egito e foi reconhecido homem de Deus (Gn 41.37- 45); e também da maneira que Daniel foi fiel ao Senhor no palácio de Nabucodonosor (Dn 1.8). Também havia cristãos na casa de César (Fp 4.22), a serviço do imperador de Roma, o mesmo que perseguia cristãos. Onde nossa luz deve brilhar? É claro que deve ser nas trevas. “Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Fp 2.15). aplicação Você consegue temer ao Senhor no seu trabalho, na sua escola e em seu lar? E com amigos não crentes? Mas o que significa temer ao Senhor? A ideia básica é reverência, respeito. É tremer da Sua palavra (Is 66.2).É também medo, no sentido de pensar nas consequências de desobedecer a Deus. Provérbios é um livro que exalta muito o temor do Senhor (veja Pv 15.16; 16.6; 28.14). III. O encontro de Elias com Obadias (1Rs 18.7-16) A primeira atitude de Obadias para com Elias foi de respeito. “Prostrou-se com o rosto em terra e disse. És tu meu senhor Elias?” (1Rs 18.7). Eles já se conheciam, mas para Obadias, o profeta Elias já estava morto havia muito tempo (1Rs 18.10). Para Obadias foi uma surpresa encontrar o profeta, mesmo porque ele estava procurando erva e não um homem. A palavra de Elias foi um peso para Obadias. “Vai e dize a teu senhor. Eis que aí está Elias” (1Rs 18.8). E ele viu nessas palavras o anúncio de sua própria morte (1Rs 18.9). E de onde vinha esse medo? Obadias achava que o Espírito do Senhor poderia arrebatar Elias a qualquer momento para outro lugar (1Rs 18.12). Então, se ele dissesse a Acabe que Elias estava em tal lugar e, ao verificar, o profeta já não se encontrasse, o rei poderia ver nisso uma grande mentira; e Obadias pagaria com a própria vida. “Disse Elias. Tão certo como vive o Senhor dos Exércitos, perante cuja face estou, deveras, hoje, me apresentarei a ele” (1Rs 18.15). Essa palavra foi uma espécie de “juramento” por parte do profeta. Ele empenhou sua palavra fazendo uso do nome do Senhor. Obadias precisava dessa garantia. Mas aqui temos algo novo. É a primeira vez que Elias se refere a Deus como “Senhor dos Exércitos”. O que há por trás desse nome? No hebraico a expressão Jeová Sabaoth aparece 247 vezes no Antigo Testamento e apenas duas vezes no Novo Testamento (Rm 9.29; Tg 5.4), sendo que uma delas é citação direta de Isaías. Foi um nome muito usado por Isaías, Jeremias, Ageu, Zacarias e Malaquias, mas não é tão frequente nos primeiros livros do Antigo Testamento. Qual é a importância de dar destaque a esse nome divino nesta lição? Ele revela duas facetas importantíssimas do caráter de Deus. 1. Poder “Exércitos” se refere principalmente aos exércitos celestiais de anjos que servem ao Deus Todo-Poderoso. O salmo 24 menciona que Deus é“forte e poderoso... poderoso nas batalhas” (Sl 24.8,10). As frequentes guerras de Israel para conquistar Suas promessas e preservar o que foi conquistado fizeram com que uma verdade fosse revelada: “Um só homem dentre vós perseguirá mil, pois o Senhor , vosso Deus, é quem peleja por vós, como já vos prometeu” (Js 23.10). Isso significa que Ele sempre foi o comandante supremo de todo poder militar em Israel. E mais, Ele entra na batalha, Ele está na batalha. Você se lembra do que Davi disse a Golias? “Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome doSenhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado” (1Sm 17.45). Em outras palavras, o segredo das vitórias de Israel nas batalhas sempre foi este: Seu Comandante é muito bom! Resumindo, Deus tem um exército, Ele comanda esse exército para pelejar no céu e na terra, em favor do Seu povo. 2. Santidade A visão que Isaías teve de Deus no capítulo seis é mais que suficiente para a nossa segunda afirmativa. “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono... Serafins estavam por cima dele... E clamavam uns para os outros, dizendo. Santo, santo, santo é oSenhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6.1-3). Alguém já disse que a santidade de Deus é Seu principal atributo. Por isso, o Deus que nos protege é o mesmo que pede de nós santidade de vida (1Pe 1.16). É um desafio constante! Elias, então, estava dizendo a Obadias estas duas verdades acerca do Deus que ambos serviam. Deus está nos guardando e nos protegendo com Seu exército; Ele é um Deus santo, por isso não posso mentir na presença Dele, pois estou “perante Sua face”. Não temas, Obadias, Elias não sumirá. aplicação Reflita com sua classe: O seu Deus é o Senhor dos Exércitos? Que implicações isso tem em sua vida diária? Poder e santidade andam juntos mesmo? IV. Elias perante Acabe (1Rs 18.17-19) “És tu, ó perturbador de Israel?” (1Rs 18.17) Que maneira mais estranha de tratar um profeta! Entretanto, como é Acabe, a gente entende! Afinal, o rei estava perante o homem que havia profetizado três anos de seca e fome. Há uma nota de rodapé na Bíblia Vida Nova para esse versículo que é formidável, e não podemos deixar de mencioná-la aqui. “O pecador nunca reconhece que é ele mesmo quem perturba o seu próprio íntimo, sua própria saúde, e seu próprio ambiente social. Sempre culpa quem lhe desperta a consciência. É por isso que a psicologia pagã, vendo as pessoas perturbadas por um senso de culpa, admite abolir toda a moralidade, julgando que com a ausência da lei moral o pecado jamais preocuparia, uma vez que o ilícito passaria a ser lícito. Mas sendo Deus justo e o homem pecador, tal inversão seria uma aberração moral.” Entretanto, a resposta de Elias no verso 18 mostra que ele fora preparado pelo Senhor para este memorável encontro. Porque ao invés de sentir medo e tremer, ele ousadamente retrucou. “Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins.” Os baalins Era o nome coletivo para Baal, que no paganismo de Canaã era considerado o deus das chuvas e do fogo. Havia santuários construídos para adorar esse “deus da fertilidade”. Essa adoração incluía os piores abusos sexuais e o sacrifício de crianças (veja Jr 19.5). E quem foi a grande incentivadora do culto a Baal? Jezabel, a esposa do homem que está culpando o profeta pela calamidade em Israel. A dimensão dessa terrível idolatria era tamanha que Elias, ao lançar o desafio, que será estudado na próxima lição, mencionou quatrocentos e cinquenta profetas de Baal (1Rs 18.19). É muita gente! Por aí podemos perceber a influência do paganismo em Israel e a necessidade de um castigo divino, e também a necessidade do desafio público e final de Elias aos “profetas do poste-ídolo que comem da mesa de Jezabel” (1Rs 18.19). Conclusão No palácio, Acabe convivia com Obadias, que temia muito ao Senhor, e com Jezabel, adoradora de Baal. Concluímos que desse rei poderia se dizer que ele “acendia uma vela para Deus e outra para o diabo”. Mas ninguém pode servir a dois senhores (Mt 6.24). Deus não quer concorrente; mesmo porque não existe concorrente. Há um só Deus. aplicação Sejamos como Obadias, e colheremos os frutos da fidelidade a Deus, mesmo morando no meio de uma geração má e idólatra. 5 O desafio no monte Carmelo texto básico 1Reis 18.20-40 versículo-chave 1Reis 18.37 “Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu, Senhor, és Deus e que a ti fizeste retroceder o coração deles." alvo da lição Mostrar que o verdadeiro Deus é um Deus que intervém e acode os Seus filhos quando estes clamam por Ele. leia a Bíblia diariamente seg Rm 12.1-21 ter Ef 4.17-24 qua Am 5.21-27 qui Hb 10.19-25 sex Jl 2.12-27 sáb 1Rs 18.1-19 dom 2Cr 29.1-11 Este trecho da palavra de Deus (1Rs 18.20-40) relata um incidente dramático e impressionante, que poderíamos chamar aqui de “uma prova de fogo”. Um só homem de Deus enfrenta uma multidão de idólatras, e os vence completamente. Fazendo uma leitura cuidadosa do texto, podemos notar a diferença entre a conduta dos adoradores de Baal (v.26-29) e a do profeta Elias (v.30-37). • adoradores de Baal - fanatismo, histeria, esforço físico e descontrole emocional; • Elias - serenidade, confiança, desprezo pelos recursos dos idólatras, ao mesmo tempo não hesita em tornar ainda mais difíceis as condições em que o Senhor Deus vai vencer. Como povo de Deus, buscamos quase sempre o caminho mais fácil e mais curto para alcançarmos uma graça de Deus, mas não foi assim com Elias: ele dificultou os meios naturais para alcançar uma bênção sobrenatural. O que levou Elias a desafiar publicamente os profetas de Baal no monte Carmelo? Gostaria de destacar pelo menos três preocupações de Elias. I. A idolatria que Acabe promoveu em Israel (1Rs 18.18-20)Há vários aspectos que devemos notar. 1. Elias entendeu que Acabe era responsável por aquele momento de apostasia em que a nação de Israel estava vivendo. “Porque deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins” (1Rs 18.18). 2. O culto a Baal estava em plena ascensão A família real sustentava aqueles homens (profetas de Baal), que tinham assim liberdade de atender ao culto a Baal, com suas muitas ramificações e manifestações locais (1Rs 18.19; Jr 2.8). 3. Acabe estava muito confiante em seu falso culto Ele tinha abandonado os mandamentos do Deus Eterno e estava adorando as imagens de Baal (2Cr 28.22-23). 4. Acabe pensava que Jeová era uma fraude e que Baal era o verdadeiro Senhor Ele não hesitou em reunir todos os sacerdotes para demonstrar isso na presença de Elias (1Rs 18.20). Acabe estava ansioso por armar o palco e estava estupidamente seguro de sua vitória (Jd 10-12). aplicação Elias não podia concordar com o que estava acontecendo em seus dias. Ainda hoje, Deus deseja que homens verdadeiramente cristãos se levantem para denunciar a idolatria dominante em nosso país. Homens que não se curvem diante de uma falsa proposta de cristianismo (2Co 2.17). II. A indecisão do povo de Deus (1Rs 18.21-29) O Asno de Buridan é uma pequena parábola que Jean Buridan inventou para falar da dificuldade de tomar uma decisão quando somos forçados a escolher entre duas alternativas que parecem igualmente boas. Como escolher entre duas possibilidades igualmente prováveis? A parábola nos conta que o pequeno animal foi colocado diante de dois montes de feno. Eram ambos muito atraentes e de aparência deliciosa. Ele olhava ora para um, ora para o outro, mas não se decidia. A lição aprendida é que ele não conseguiu se decidir por nenhum deles e acabou morrendo de fome. Assim estava o povo de Israel, como o asno de Buridan, “coxeando entre dois senhores”. Elias, portanto, convocou o povo a tomar uma decisão (1Rs 18.21). “Até quando coxeareis entre dois senhores?” A versão inglesa da Bíblia King James diz. “ficareis estacionados entre duas possibilidades?” Deus já não podia suportar tamanha indecisão por parte do povo, por isso mandara o profeta Elias para pôr fim àquela situação incômoda (1Rs 18.24). O povo de Israel estava aleijado por causa de sua hesitação. R. N. Champlin, em seu comentário “O Antigo Testamento Interpretado”, apresenta lições morais nos versos 21-29. 1. Deus é um Deus de poder e de mudanças súbitas. Ele é um Deus de intervenção. 2. Nas questões morais, a estrada do meio nem sempre é a correta. Os homens espirituais devem ser homens de convicções inarredáveis (ver Mt 12.25). aplicação Quando olho para o nosso povo, vejo quase que a mesma indecisão. Vejo um povo desesperado correndo de um lado para outro à procura de novidades (Js 24.14,15). Há uma urgente necessidade dos cristãos escolherem de que lado vão ficar. Deus ou Baal; com a Palavra ou com os pregadores de novidades; com o Senhor Jesus ou com o mundo (Mt 6.24; 1Jo 2.15). III. A restauração do altar do Senhor (1Rs 18.30-40) A necessidade de restabelecer o verdadeiro culto a Deus em Israel talvez tenha sido a maior preocupação do profeta do Senhor. 1. Elias não podia se conformar com aquela situação Ver o altar do Senhor derrubado (sem sacrifício, sem holocausto, sem culto...), outros deuses sendo objetos de adoração em Israel (1Rs 18.26-31). Quem estamos cultuando em terras brasileiras? A quem estamos oferecendo o nosso culto? 2. Elias queria que tudo acontecesse dentro da mais perfeita transparência O profeta do Senhor preparou o altar com o maior cuidado, à plena vista de todos, aos quais ele pediu que se aproximassem e observassem (1Rs 18.30- 35). 3. Elias restaurou o altar do Senhor na presença de todos Não houve fraude, nem truque, nem obra mágica que pudesse fazer alguma coisa surpreendente (ilusória). Não podemos nos esquecer que no monte Carmelo havia um altar sagrado que havia sido quebrado pelos pagãos e, assim, caíra em desuso (Is 30.29). aplicação E nós? Estamos testemunhando publicamente a restauração da nossa vida como templo da habitação de Deus? (1Co 3.16). 4. O milagre aconteceu para que o povo soubesse que Deus é o Senhor “Ouve-me, ó Deus! Convence este povo!” Essa foi a petição de Elias. Ele era um profeta de Deus, em favor do povo. Se o coração deles tivesse de ser atraído para os antigos caminhos somente o Senhor poderia permiti-lo (1Rs 18.36- 38). aplicação Há um contraste entre a oração dos profetas de Baal e a de Elias. Eles mostravam a estupidez da fé religiosa por meio do absurdo dos seus atos; por outro lado vimos a oração de Elias tão simples, sem ruído, sem frenesi. Há nisso, por certo, uma lição preciosa para alguns segmentos da igreja cristã, que dependem tanto de cultos caracterizados pelo frenesi a fim de chamar a atenção do Espírito Santo. Conclusão Deus tinha fortes razões para permitir aquele episódio no monte Carmelo. 1. Precisava ficar claro que Ele não divide a Sua honra com ninguém. 2. Deus não pode usar um povo ou uma nação que ainda não decidiu de que lado vai ficar. “Escolhei, hoje, a quem sirvais” (Js 24.15). 3. Para se conviver com o Deus Santo é preciso viver uma vida de santidade, afastando-se de todo tipo de idolatria. 4. Deus precisava mostrar para mim e para você que ousadia, determinação, coragem, convicção de fé e obediência à sua Palavra são qualidades indispensáveis a todos aqueles que querem servi-Lo fielmente. 6 Elias, um homem poderoso na oração texto básico 1Reis 18.41-46 versículo-chave 1Reis 18.36 “Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, fique, hoje, sabido que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo e que, segundo a tua palavra, fiz todas estas coisas.” alvo da lição Mostrar que a oração é tão importante para os nossos dias como fora para os dias dos profetas e que é por meio dela que chegamos à presença do Pai. leia a Bíblia diariamente seg 2Cr 7.1-22 ter Ne 1.1-11 qua At 4.23-31 qui Dn 9.1-19 sex Mt 7.7-12 sáb Ef 3.14-21 dom Tg 5.12-20 Quais são os motivos que têm levado o nosso povo para os cultos de oração em nossas igrejas? Com a devida permissão, gostaria de relacionar alguns pedidos de oração que têm chegado até mim, para interceder por eles. • Peço oração pelo (...) que está necessitando de uma cirurgia e também por mim, para que eu tenha uma vida cada vez mais consagrada ao Senhor. E, ainda, pelo crescimento espiritual de toda minha família. • Peço oração especial por minha vida e por minha filha (...), para que estejamos mais firmes na fé e para que tenhamos forças espirituais. Para que Deus me dê sabedoria nos atos e palavras, humildade e paciência, para que eu possa educá-la da melhor maneira possível. • Peço oração para que o Senhor abençoe a (...), para que ela encontre paz no seu lar e entre a sua família e para que ela possa encontrar uma nova casa para mudar até outubro. Quero agradecer a Deus pela bolsa de estudo que o Senhor concedeu a (...), impedindo-a de trancar a matrícula na faculdade. Para compreendermos a amplitude e relevância do tema oração, se faz necessário responder a algumas questões preliminares. 1. O que é orar? É falar com Deus. “É declarar lealdade a uma realidade espiritual que está acima e além do terreno humano, do autoesforço e do controle”. 2. Já aprendemos a orar como convém? A Bíblia diz que o Espírito Santo intercede por nós (ora por nós), porque ainda não sabemos orar como convém (Rm 8.26). Nossa primeira oração precisa simplesmente dizer a Deus. “O, Deus, ajuda-me a orar, porque não sei orar por mim mesmo”. 3. Toda oração é sincera? A oração pode ser idólatra, como a adoração de falsos deuses. Por exemplo, os profetas de Baal. Portanto, quando falamos em oração, precisamos qualificar o que queremos dizer, ligando-a ao caráter do próprio Deus (1Cr 29.17). A título de melhor compreensão da vida e ministério de oração do profeta Elias, destaco quatro aspectos interessantes. I. Elias manda o rei Acabe comer (1Rs 18.41) 1. O convite feito a Acabe tinha como motivocelebrar com comida e bebida o fim daquele período de três anos e meio de seca e fome. 2. A chuva já vinha à distância, rugindo com grande força. A palavra hebraica usada aqui é a que expressa pesadas chuvas sazonais (Ed 10.9). 3. A chuva que estava para cair foi a prova final de que o Senhor era o Deus de Israel. Ele tinha respondido à petição de Seu profeta (1Rs 17.24). II. Elias se retira para orar (1Rs 18.42) Dois detalhes nos chamam a atenção na oração do profeta do Senhor. 1. Um lugar estranho Enquanto o rei Acabe comeu e expressou a sua alegria, Elias subiu para o topo do monte Carmelo (v.42). Faz-nos lembrar como Moisés tinha o hábito de falar com Deus no topo do monte Sinai (Êx 31.18 e 32.1) e como Jesus gostava de subir ao monte das Oliveiras para Seus momentos a sós com Deus (Jo 8.1 e Mc 1.35). aplicação Qual é o seu lugar preferido para oração? A igreja, sua casa ou um lugar deserto onde você possa abrir o seu coração e derramar a sua alma perante o Senhor? 2. Uma postura estranha Encurvado para a terra, meteu o rosto entre os joelhos. “Ele se ajoelhou e então se inclinou com a cabeça em terra, de tal modo que, enquanto seu rosto estava entre os joelhos, sua testa tocava o solo” (Adam Clark). Tal postura provava a intensidade de seu espírito de oração e devoção a Deus (Js 7.6-11; Tg 5.17- 18). III. Elias enviou seu servo a espiar (1Rs 18.43) Depois de orar fervorosamente, Elias esperava ansiosamente pela resposta de sua oração (uma espécie de indicação de que seria respondida). Por isso, ele pediu ao seu servo que fosse e olhasse na direção do mar Mediterrâneo, em busca de algum sinal de chuva. O rapaz foi e nada viu. Elias o enviou por sete vezes, mas mesmo na sexta vez ele nada viu. “Quão humana é essa cena. Continuamos buscando e esperando sinais e indicações que nos digam se as nossas orações foram ouvidas e respondidas” (George Croly). A oração de Elias continuava sem resposta. Contudo, ele não desistiu. Ele se mostrou persistente em sua oração, aceitando plenamente as condições demonstradas em Tiago 5.16, que diz. “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” e Tiagou 5.17. “E orou, com instância”. As respostas às nossas orações são dadas no tempo de Deus e não no nosso. A nós, só nos cabe esperar. IV. Elias experimenta as bênçãos da chuva (1Rs 18.44-46) A oração repetida e o sétimo exame revelaram a existência de uma pequena nuvem. E a pequena nuvem produziu uma poderosa chuva. Era a graça interventora de Deus (1Rs 18.44). Deus pode transformar pequenas coisas em grandes bênçãos. Um milagre constante. Tão cheio de poder estava Elias, da parte de Deus, tão aumentadas tinham sido as suas forças físicas, que ele pôde ultrapassar Acabe até Jezreel. Elias, o homem de Deus, foi capaz de correr mais do que os cavalos, naquela maratona de 32 quilômetros. Que surpresa para Acabe, Elias chegou na frente (1Rs 18.46). Qual o motivo da corrida de Elias para aquela cidade? 1. Elias estava transbordante de alegria. Ele obteve uma grande resposta à sua oração. Quando obtemos uma grande resposta às nossas orações, sentimos que podemos saltar até muralhas (Êx 15.1-2). 2. Ele foi até Jezreel para anunciar como o Senhor tinha feito grandes coisas (Sl 126.1-3). Ele era um mensageiro da alegria. Conclusão Uma grande lição que fica para todos nós que amamos ao Senhor e gostamos de falar com Ele por meio da oração é que “há uma força divinamente concedida e um suprimento para aqueles que oram. Grandes vitórias nos são outorgadas, ocasionalmente. E esses são dias gloriosos”. aplicação “Ter verdadeira comunicação com Deus envolve mais do que proferir palavras, mesmo quando são as belas palavras do Livro de Oração. Isso é assim, porque a verdadeira comunicação envolve dar e receber de ambas as partes, para que elas se sintonizem uma à outra”. Elias nos ensina que a oração se tornou um exercício diário para manter uma vida de transparência diante de Deus, o contrário do que se vê em nossos dias. Vivemos numa época em que a oração se tornou um exercício obrigatório de cerimônias vazias e de palavras sem sentido (1Rs 17.21-22 e 24). 7 Elias, um crente deprimido texto básico 1Reis 19.1-18 versículo-chave Salmo 4.1 “Na angústia, me tens aliviado; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração.” alvo da lição Mostrar ao aluno como o Senhor trouxe conforto e ânimo no meio da depressão e desespero. leia a Bíblia diariamente seg 1Rs 18.41-46 ter 1Rs 19.1-8 qua 1Rs 19.9-18 qui Mc 14.32-42 sex 2Tm 4.9-18 sáb Sl 139.1-6 dom Jl 2.23-27 “Elias se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse. Basta” – “Não aguento mais!”. “E eis que lhe veio a palavra do Senhor e lhe disse. Que fazes aqui, Elias?” (1Reis 19.4,9) Você já ficou desanimado? Pior ainda, você já passou por períodos de depressão? Como é bom saber que você está em boa companhia! Elias, também teve seus momentos quando “ficou na fossa” – tão deprimido, que teve tendências de “jogar a toalha” – “Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma”. Se você é semelhante a Elias, então esta lição é para você! O reino do Norte – Israel – estava numa situação triste. Acabe era um rei mole, fraco espiritualmente, e dominado pela sua esposa, Jezabel, que havia introduzido o culto ao falso deus Baal. Elias tinha um ministério de juízo. Sua fé havia sido testada no monte Carmelo, de onde ele saiu vitorioso. Ele era um gigante em oração. Mas a rainha Jezabel estava ameaçando a sua vida e mandou-lhe um aviso de morte. Elias ficou desesperado e fugiu de Israel, atravessou Judá e, desanimado, foi para Berseba, onde caiu numa grande depressão. Quem poderia imaginar esta cena? Justamente depois da grande vitória que Elias conseguiu no monte Carmelo sobre os profetas de Baal (que estudamos na última lição) e o Nome do Senhor foi vindicado, e o fogo caiu do céu! Elias pediu chuva, e voltou a chover. I. Quatro fatores da depressão 1. Elias sentiu-se fracassado “Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais” (1Rs 19.4). Apesar da vitória contra os falsos profetas, apesar da exclamação do povo – “O Senhor é Deus! O Senhor é Deus” (1Rs 18.39) – Acabe e Jezabel continuaram como antes – não houve nenhuma mudança de coração. Elias sentiu um grande fracasso. 2. Elias sentiu solidão “Eu fiquei só” (1Rs 19.10,14). Duas vezes ouvimos Elias expressando a sua solidão. Quantas vezes na obra do Senhor a gente se sente sozinho! Ninguém está nos apoiando. É exatamente nesse momento que Satanás nos derruba. Paulo teve a mesma experiência no fim da sua vida. “Na minha primeira defesa, ninguém foi a meu favor; antes, todos me abandonaram” (2Tm 4.16). E essa foi a experiência do próprio Senhor Jesus no Jardim de Getsêmani, como Isaías profetizara. “O lagar, eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo” (Is 63.3) – nem os próprios discípulos, Pedro, João e Tiago. 3. Elias sentiu cansaço (1Rs 18.46) Elias enfrentou luta, exaustão, tensão no monte Carmelo; depois, no fim do dia, correu 25 km adiante Acabe (1Rs 18.46). Podemos imaginar como ele chegou completamente exausto! Muitas vezes, apesar de ter experimentado vitória em nosso serviço para o Senhor, quando estamos exaustos fisicamente Satanás aproveita para nos derrubar. 4. Elias enfrentou perigo físico (1Rs 19.2) “... e procuram tirar-me a vida” (1Rs 19.14). Jezabel ameaçou matá-lo. Mas eu não acredito que ela faria isso – ela não daria um dia de aviso – teria mandado soldados na hora para prendê-lo, em vez de enviar um mensageiro. Ela não teria coragem porque o povo agora estava ao lado dele. Entretanto era uma situação difícil para Elias. Mas é bom recordar uma declaração do grande pioneiro missionário para a Índia no século 19, Henry Martyn. “Enquanto Deus tem uma obra para eu fazer, não posso morrer”. Dificuldades vão nos cercar – muitas vezes vamos nos achar como Elias – “debaixo de um zimbro”, mas Deus está no controle. II. Como Deus tratou de Elias Deus não o abandonou. Veja como o Senhor tratou com Elias, com tantoamor e compreensão. “Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem. Pois Ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó” (Sl 103.13-14). 1. Uma boa refeição (v.6) 2. Uma boa noite de sono (v.6) 3. Mais uma boa refeição (v.7 e 8) 4. Volta para o lugar de revelação (v.8-15) Elias superou seu estado depressivo, porque Deus o mandou para o lugar de revelação no monte Horebe – “o monte de Deus” (v.8). A revelação essa vez não foi do tipo normal do seu ministério (terremoto e fogo), mas “num cicio tranquilo e suave”. Apesar de tudo, Deus não o abandonou. Ainda há muito serviço para fazer para o Senhor. III. Resultados na vida de Elias 1. Sua visão foi restaurada (v.13) 2. Sua vocação foi renovada (v.15) 3. Ele voltou para o serviço em Israel (v.15-18) “Vai, volta ao teu caminho” – para a esfera do seu serviço. Nossa peregrinação espiritual não nos leva para o monte Horebe, mas para um outro monte, o Calvário – onde a revelação suprema de Deus foi dada. Esse é o lugar onde podemos compartilhar com Cristo a Sua morte. Nosso problema maior é o nosso relacionamento com Cristo. Quando ficamos deprimidos, precisamos de uma nova visão de Cristo. 4. Seu novo colega (v.16,19-21) Agora a tarefa é mais fácil – antes Elias tinha um servo, agora tem um colega, na pessoa de Eliseu. 5. Sua nova confiança no Senhor (v.18) Elias descobriu que não estava sozinho – o Senhor deu-lhe uma palavra de conforto. “Conservei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal”. Conclusão “Vai, volta ao teu caminho” – ainda há muito serviço para fazer para o Senhor. Apesar das dificuldades, lutas, desânimo e, às vezes, desespero, vamos voltar, restaurados e com uma nova visão daquilo que o Senhor quer fazer por meio de nós. aplicação Não se esqueça da promessa do Senhor. “Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador” (Jl 2.25). 8 A chamada de um líder-servo texto básico 1Reis 19.15-21 versículo-chave 1Reis 19.21 “Voltou Eliseu de seguir a Elias, tomou a junta de bois, e os imolou, e, com os aparelhos dos bois, cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram. Então, se dispôs, e seguiu a Elias, e o servia.” alvo da lição Cooperar na compreensão da natureza do chamado ministerial e desafiar o aluno a atender o chamado de Deus para sua vida pessoal. leia a Bíblia diariamente seg 2Co 5.11-17 ter 2Co 5.18-21 qua Rm 1.14-17 qui At 1.6-11 sex Mc 16. 14-18 sáb Jo 4.31-38 dom Rm 10.9-17 Você se lembra do contexto em que a história do chamado de Eliseu aconteceu? Dois elementos bastante sérios faziam pensar que o Senhor não estava mais chamando pessoas para a obra do ministério. 1. Os tempos eram bastante difíceis, com extraordinário afastamento de Deus e influência do mundo dentro da comunidade do povo de Deus. Pense um pouco sobre a situação no reinado de Acabe e a maneira como o povo de Israel estava influenciado pelo sistema religioso e secular do mundo ao redor. 2. O profeta Elias estava cansado, desanimado e deprimido, e isso lhe fazia crer que estava de fato sozinho, que não haveria mais profetas, que era o tempo do fim. O que o Senhor faz é mostrar a Elias que Ele está no controle e que, soberanamente, continua chamando para Sua obra aqueles a quem Ele deseja usar, no lugar onde Ele os deseja colocar (veja v.15-18). Há momentos em que a igreja também parece duvidar que o Senhor continua chamando “obreiros para a seara”. Parece que chamado vocacional para ministério pastoral, ministério em educação cristã (especialmente educação infantil) ou missões é questão de moda – fase. E o mais incrível é que parece que a fase nunca é agora. A verdade é que o Senhor declara que o campo está branco para a ceifa (Jo 4.35) e que hoje é o dia de salvação (2Co 6.2). Vamos estudar na lição de hoje alguns princípios bastante importantes sobre vocação, chamado específico de Deus para Sua obra, esperando aplicá-los diretamente a nossa realidade. I. O chamado de Deus geralmente alcança pessoas ocupadas (1Rs 19.19) Quando o assunto é chamado ministerial, a ideia geral parece ser de que Deus pode chamar os outros, mas não faria isso conosco. De onde vem essa ideia? Geralmente vem do fato que estamos já ocupados. Quando somos jovens, estamos ocupados em construir nossos sonhos, estudar, arrumar bom emprego, fazer o futuro. Quando somos mais maduros, aí então não faz sentido um chamado pois estamos já no mercado de trabalho, com família estruturada, com projetos em andamento. Do ponto de vista de Deus, as coisas não são bem assim. Veja o que aconteceu com Moisés, com Isaías, com os discípulos do Senhor Jesus! Eliseu vivia numa fazenda no município de Abel-Meolá (lugar de festa). Ele devia ser de uma família rica. Suas terras eram férteis (irrigadas pelo Jordão), e quase não sofreram com a seca mencionada nos capítulos anteriores à nossa história. Elias o encontrou na companhia de outros onze homens lavrando a terra - todos estavam trabalhando - e foi entre eles que Deus chamou um para servir como profeta. Ainda hoje, as pessoas a quem o Senhor decide usar em Sua obra são trabalhadores, pessoas que vão abrir mão de seus muitos sonhos - ou da realidade construída após a fase de sonhos da adolescência. Os vocacionados podem estar num cursinho pré-vestibular, numa fábrica, numa universidade, numa fazenda. O projeto que Deus tem para nossa vida é tão extraordinário que nem faz sentido preocupar-nos com o que estamos fazendo, ainda que aos nossos olhos e de nossos familiares e amigos pareça ser tão importante. O que importa não é o que estamos fazendo, mas o que Deus nos chama para fazer! II. O chamado de Deus é feito com autoridade e urgência (1Rs 19.19-20) Não é fácil saber exatamente o que se passava na mente de Elias quando se aproximou de Eliseu e lançou sua própria capa sobre ele. Não sabemos se eles se conheciam, e tudo leva a crer que eram pessoas bastante diferentes, mas havia uma ordem do Senhor dada a Elias que devia ser obedecida (1Rs 19.16). Por outro lado, Eliseu sabia bem o que significava o ato praticado por Elias. Isso é evidente na reação imediata de Eliseu (1Rs 19.20) e nas palavras de Elias (1Rs 19.20). A um cabia a obediência em ungir, e ao outro cabia o dever de seguir imediatamente na base do chamado (ordem) que lhe fora comunicado. Assim como Eliseu, nós sabemos bem quando Deus está nos incomodando o coração e chamando para Sua obra. Embora muitos irmãos usem a desculpa de que é difícil saber a vontade do Senhor, a verdade é que geralmente sabemos bem o que Ele quer, mas apenas não estamos prontos a obedecer. A concessão de Elias que permite a Eliseu “beijar seu pai e sua mãe” parece incoerente com o chamado de Jesus aos discípulos (Mt 8.21-22). A verdade, porém, é que, no caso do candidato a discípulo de Jesus, o que ele dizia é que Jesus não era sua prioridade – quando seus pais morressem e fossem sepultados, então ele seguiria a Jesus. O caso é de desculpa e falta de senso de urgência – algo muito parecido com o que acontece bastante em nosso meio quando pessoas que sabem que são chamadas por Deus para o ministério ficam adiando indefinidamente o dia quando finalmente irão obedecer. Isso é pecado e rebeldia contra o Senhor, e demonstra falta de compreensão da natureza da obra do ministério. No caso de Eliseu foi diferente. Tratava-se de alguém que “imediatamente” deixou os bois, “correu” após Elias, e demonstrou seu carinho e compromisso com os seus pais, justamente conforme o princípio bíblico: se alguém não é fiel com os de sua própria casa, não tem autoridade para sair por aí dizendo-se ministro de Deus. Em ambos os casos trata-se de uma ordem daquele que pode dar ordens e de imediata obediência ou evidente rebeldia contra o Senhor. III. O chamado de Deus é motivo de celebração (1Rs 19.21) Ouve-se com bastante frequência em nosso meio alguém lamentando a chamada de um irmão ou irmã para o ministério. Há casos em que a pessoa que faz comentários negativos é alguém que teve experiência pessoal difícil no ministério,ou acompanhou outros que exerciam o ministério em contexto de muito sofrimento ou murmuração. O problema com essa atitude é que fica a impressão de que Deus não é amoroso, ou que Sua vontade não é “boa, perfeita e agradável” (conf. Rm 12.2). A festa de despedida de Eliseu foi grande e não deixava dúvidas acerca de suas intenções – ele sacrificava aquilo que representava sua vida anterior ao chamado (matando mesmo!), celebrava seu chamado, e declarava a todos a mudança de rumo na sua vida. Não haveria como olhar para trás porque os bois haviam sido sacrificados, os aparelhos de trabalho haviam sido queimados, e tudo aquilo era passado – história de um outro momento em sua vida. Devemos lamentar que tantos irmãos que já “sentiram o manto de Elias” sobre os seus ombros continuam divididos, sempre temerosos de sacrificar “os seus bois”. Ainda mais triste é que a própria igreja e os pastores tão consistentemente estão aconselhando os jovens a seguirem esse caminho, justificando a atitude pelo fato de vivermos dias difíceis. Por certo nossos dias não são mais difíceis ou incertos do que os tempos do chamado de Eliseu (basta olhar o contexto para ver as evidências disso!), e ainda hoje “Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus” (Lc 9.62). IV. O chamado de Deus visa formar servos (1Rs 19.21 e 2Rs 3.11) Se o texto terminasse sem a parte final do verso 21, facilmente pensaríamos que Eliseu havia sido chamado para ser honrado (promovido) – que ir para o ministério seria coisa fácil. O texto bíblico nos informa, porém, que Eliseu inicia sua carreira numa atitude de servo (e observe-se que não é apresentado como o “famoso servo do Senhor”, mas como o servo de Elias). Elias e Eliseu andaram juntos por 10 anos (um longo período de formação que parece que as pessoas lutam muito para evitar), instruindo o povo na adoração ao Deus verdadeiro, confrontando a idolatria e opondo-se à corrupção moral e social que destruía a nação. Juntos eles abriram a Escola dos Profetas (um verdadeiro seminário!), ensinando-lhes a Lei do Senhor e preparando-os para servir ao Senhor na obra do ministério. Pessoas que sentem o chamado do Senhor devem iniciar seu preparo aprendendo a se tornarem servos – a autoridade ministerial é constituída na base de um coração de servo. Não devem precipitar-se na busca de posições honrosas ou títulos de reconhecimento humano. Depois de dez anos, então, Eliseu havia aprendido o sentido do ministério e estava pronto para assumir – e o faz numa atitude muito semelhante à de Josué, sucessor de Moisés, conforme Deuteronômio 31.1-8. O desejo de ter “porção dobrada do espírito de Elias”demonstrava que havia admiração e respeito pelo ministério daquele que era mais velho, e que o caminho que sonhava para sua vida passava exatamente pelos mesmos caminhos dele. Conclusão O solitário (e às vezes melancólico) profeta Elias não apenas é livre da morte na experiência do monte Horebe. Deus lhe dá um companheiro “festeiro” (Abel-Meolá significa lugar de festa) e ousado, e juntos acabam formando um batalhão de profetas prontos para uma mudança profunda na nação. Elias não teme investir na pessoa de Eliseu, e este dá sequência a um projeto maravilhoso que o Senhor havia passado como visão a Elias. aplicação Será que nossas igrejas (e nossos pastores) podem entender a importância de investir em candidatos ao ministério? Quem sabe há pessoas como Eliseu em nossa escola bíblica, chamadas pelo Senhor, prontas a mudar de vida radicalmente em obediência a Deus e para a glória Dele! 9 Controlando os desejos do coração texto básico 1Reis 21.1-29 versículo-chave Salmo 37.4 “Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração.” alvo da lição Alertar o aluno para a importância de alegrar-se no Senhor e cuidar para que os desejos do coração sejam santos e agradáveis a Deus. leia a Bíblia diariamente seg 2Sm 12.1-14 ter Hb 11.23-29 qua Hb 10.26-31 qui Gn 4.1-7 sex Êx 20.17 sáb Tg 4.1-7 dom Tg 1.13-15 Há pessoas que passam pela vida e deixam marcas positivas que serão sempre lembradas – gente como os “heróis da fé” registrados em Hebreus 11, pessoas que mesmo depois de mortas ainda falam (Hb 11.4). Há outras pessoas que passam pela vida para sua própria perdição – são pessoas que quando morrem não deixam de si saudades, à semelhança do rei Jeorão, cuja história é contada em 2Crônicas 21.1-20. Acabe e Jezabel formam um casal de história lamentável, tanto pelos pecados que cometeram como pelo mal que fizeram o povo de Israel cometer. A história de Acabe e Jezabel toma um considerável espaço na Bíblia, mas é no capítulo que estudamos na lição de hoje que podemos conhecer mais claramente a fonte de todo o pecado. Nesse texto conhecemos o coração de Acabe, e no coração é que são definidas as atitudes das pessoas. Aqui somos informados de que nossos desejos controlam nossas ações, e por isso devemos tomar alguns importantes cuidados com os desejos do nosso coração. I. Fonte de pecado e crueldade (1Rs 21.1-4) Os desejos de nosso coração podem tornar-se fonte de pecado e crueldade. Não é pecado ter planos e sonhos – desejos para ser realizados. Na verdade, os sonhos são evidências de que há vida e há futuro. Quando sonhamos de modo saudável, estamos na verdade fazendo uma declaração de fé, acreditando no futuro e esperando no cuidado constante de nosso Deus. Do outro lado, nossos desejos demonstram exatamente nossa escala de valores e nossa proximidade ou distância dos desejos do nosso Deus. Por essa razão, temos de tomar cuidados constantes com o que desejamos, avaliando e trabalhando para que se aproxime mais e mais da vontade do nosso Deus. No livro de Tiago, aprendemos que podemos “pedir mal, para esbanjar em nossos deleites” e que devemos“sujeitar-nos a Deus” (Tg 4.1-7). Olhando para o texto base de nossa lição, vemos situações claras em que nossos desejos ficam em desacordo com o coração de Deus. Devemos aprender com essas situações para a proteção de nosso coração e de nossa vida cristã. 1. Quando temos muito, mas não estamos satisfeitos (1Rs 21.1-2) Acabe possuía terrenos melhores do que aquele que agora cobiçava, mas seu coração pecaminoso lhe fazia desejar exatamente o que o outro possuía. Para reflexão em sala – Vale a pena lembrar a história desastrada de Davi com Bate-Seba (2Sm 11 e 12) e o mandamento bíblico. “Não cobiçarás” (Êx 20.17). 2. Quando nossos desejos são maiores do que princípios importantes (1Rs 21.3) Exatamente para evitar um sistema em que os ricos ficariam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres foi que o Senhor estabeleceu princípios na Lei de Moisés para evitar que uma herança passasse de uma família para outra (veja Nm 36.7-9). Entre esses princípios estava uma grande reforma agrária que devia acontecer de tempos em tempos (estudos adicionais sobre o ano do jubileu em Lv 25). Nabote se lembra desses princípios e decide não “tirar vantagem” da oportunidade e zelar pela herança de seus pais. Acabe já não mais tinha escrúpulos e colocava seus desejos acima de princípios. Para reflexão em sala – Vale a pena lembrar quais são os princípios de que abrimos mão quando nossos sonhos de consumo se tornam grandes dentro de nós. 3. Quando nossos desejos nos dominam de modo absoluto (1Rs 21.4) Acabe ficou literalmente “doente de vontade” de possuir aquilo que pertencia a outro. Veja como o desejo foi mais forte que o homem, e Acabe se entregou ao desejo de seu coração. A palavra do Senhor a Caim cabe bem nesse momento. “Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo” (Gn 4.7). Aqui “o seu desejo” refere-se ao desejo dominador do pecado, que “jaz à porta”. Nossos desastres espirituais geralmente acontecem em momentos como esses. Sobre tudo o que se deve guardar, devemos guardar o nosso coração, para que não pequemos contra o Senhor. A lição desse texto precisa fazer parte de nossa vida como cristãos. II. Usado pelo inimigo (1Rs 21.5-16) Os desejosde nosso coração podem ser usados pelo inimigo de forma perniciosa e maligna. Veja alguns passos tão comuns que são dados na direção do pecado. 1. “Caindo na conversa” do inimigo (1Rs 21.5-7) Por favor, leia Tiago 1.13-15. Nele observamos que a cobiça do coração humano é ninho confortável para a geração do pecado e da morte. A concupiscência dos olhos, inimiga perigosa do crente, produz a cobiça e abre caminho para o inimigo. Foi assim com Acabe – assim é também conosco tantas vezes! No caso de Acabe, sua esposa, uma mulher maligna e perigosa, foi o instrumento usado para convencê-lo da viabilidade de realização dos desejos pecaminosos. Ainda que o instrumento possa ser variado, certamente Satanás encontrará alternativas para tentar nos “enredar” e nos envolver em alguma prática pecaminosa. 2. Permitindo que o inimigo decida e atue em nosso lugar (1Rs 21.8-14) O que acontece a Acabe a partir desse momento (1Rs 21.7) é realmente lamentável! Geralmente damos a esse fato o nome de “alienação” – um louco é “alienado mental”. Acabe deixa de ter o controle de sua vida e a entrega a Jezabel – e ela usa esse controle sem qualquer escrúpulo! Sua ação tem aparência de legalidade (1Rs 21.8-10), cheira religiosidade(1Rs 21.10- 12), tem apoio do povo (1Rs 21.13), e inclui mentira, maquinação e engano de toda sorte. Quantas vezes você e eu já fizemos uma análise de algum de nossos erros e fizemos essa pergunta. “Como eu pude fazer isso?” Sabemos que nossa atitude foi estranha - maligna mesmo, mas somos responsáveis pelo ocorrido! Ainda que quiséssemos culpar “a serpente que me enganou”. O fato é que é nosso dever viver uma vida santa, não dando lugar ao inimigo. Na linguagem bíblica. “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). 3. Usufruindo dos prazeres resultantes do pecado (1Rs 21.15-16) A face mais lamentável de todo o processo de queda de Acabe é que, talvez por sua formação religiosa, ele não tenha tido coragem de “fazer certas coisas”, mas se deleitava com seus resultados. A ideia é conhecida. “eu não faria isso jamais, mas se você fizer eu vou achar muito bom!” Novamente na linguagem bíblica, Moisés preferiu ser maltratado junto ao povo de Deus, “a usufruir prazeres transitórios do pecado”(Hb 11.25). Não adianta culpar Satanás, se na verdade estamos nos deliciando com os resultados do pecado. As perguntas que ficam para mim e para você são: Quantas vezes nos deleitamos em coisas sabidamente mundanas? De que maneira podemos nos proteger dessa prática tão perigosa? Será que podemos juntos, o grupo de estudo em escola bíblica, encontrar atitudes bíblicas que nos ajudem a prevenir esses pecados? III. Conhecidos e julgados por Deus (1Rs 21.17-29) Os desejos de nosso coração são conhecidos e julgados por Deus, que não tolera o pecado, ainda que ame o pecador. 1. Ele sabe todas as coisas (1Rs 21.17-18) Diversos versículos desse texto são iniciados com a palavra “então”(1Rs 21.4,7,8,14,17), sempre anunciando uma nova ação. No versículo 17, o texto é especialmente interessante porque anuncia uma ação de Deus. Deus resolve intervir e atua no meio daquela situação. O fato de o Senhor permitir que certas coisas ruins aconteçam não significa que Ele está fora do processo. Ele sabe de todas as coisas e atua segundo Sua soberania no tempo por Ele mesmo determinado. O Senhor sabe quando somos injustiçados, à semelhança de Nabote. O Senhor sabe também quais são os desejos do nosso coração, e de que maneira lidamos com esses desejos mais profundos. No Seu tempo, Ele vai agir! 2. Ele não tolera o pecado (1Rs 21.19-26) A dura profecia anunciada por Elias apresenta um retrato da maneira como Deus encara o pecado. Para Acabe, parecia que as coisas já estavam decididas, mas Deus não via do mesmo modo. Ele é o Deus santo que não tolera a injustiça. Ele é quem defende os fracos e os oprimidos, o órfão e a viúva. Ele é o vingador contra toda forma de pecado. A Bíblia não deixa sombra de dúvida. “horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo”(Hb 10.31). 3. Ele se interessa por nossa restauração e mudança de atitude (1Rs 21.27-29) Os versos finais do nosso texto são surpreendentes, primeiro pelo arrependimento de Acabe, depois pela benevolência de Deus. Sempre devemos lembrar que o Espírito Santo de Deus nos convence do pecado visando arrependimento e restauração. O problema não está em quão pecador alguém possa ser, mas se de fato há uma experiência de arrependimento. Podemos lembrar-nos do incidente entre Jonas e os ninivitas (Jn 4) quando vemos a reação de Deus diante do arrependimento de Acabe. Deus usa de misericórdia! Devemos conhecer a natureza de Deus – Ele é longânimo e pronto para perdoar aqueles que se humilham diante de Seu julgamento. Quando estamos em pecado, é muito bom saber que o caminho continua o mesmo: confessar o pecado, arrepender-se de verdade, e mudar de vida. Conclusão Conhecemos hoje um pouco mais acerca de Acabe. O que chama a atenção nesse estudo é que a história dele se parece muito com certos momentos em nossa vida. Todos devemos nos cuidar nessa difícil área de controlar nossos desejos pecaminosos e procurar uma vida de santidade na presença de Deus. Além de estudar a história de Acabe, devemos louvar a Deus por Sua retidão, justiça e amor – qualidades de Deus tão presentes no texto da palavra de Deus. 10 O arrebatamento de Elias e a igreja texto básico 2Reis 2.1-14 versículo-chave 2 Reis 2.11 “Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.” alvo da lição Despertar os alunos para o grande encontro com Cristo que se dará com o arrebatamento da igreja, quando todos os santos se unirão com Ele para a vida eterna. leia a Bíblia diariamente seg 1Rs 19.1-8 ter 1Rs 19.9-14 qua 1Rs 19.15-18 qui 2Rs 2.1-8 sex 2Rs 2.9-14 sáb 1Ts 4.13-18 dom 1Ts 3.11-13 Como seriam os noticiários no mundo se porventura o arrebatamento da igreja acontecesse hoje? Do ponto de vista da ciência talvez uma desintegração em massa de seres humanos por um vírus desconhecido a ser pesquisado. Para os ufologistas, um rapto por invasores extraterrestres. Mas, sem dúvida, no meio dos conflitos em busca de respostas, os que conhecerem a Palavra e que ficarem saberão a verdade. ”Eles foram e nós ficamos” (Mt 22.14). I. A trasladação de Elias A trasladação de Elias deve ser uma mensagem atual para a igreja (2Rs 2.11- 12). Como a criação do homem foi uma ideia de Deus, assim Ele também é soberano para escolher como tomar os que Lhe pertencem. No caso de Moisés Ele mesmo o sepultou. Já Enoque e Elias foram exceções a óbitos e funerais, apontando para o dia da grande colheita (Ap 5.11; 7.13-14). O arrebatamento de Elias pode servir como advertência para os pregadores que acham que falar do arrebatamento da igreja hoje é pregar ficção. “Sabes que o Senhor, hoje, tomará o teu senhor, elevando-o por sobre a tua cabeça? Respondeu ele. Também eu o sei; calai-vos” (2Rs 2.3,5). Verifique estas referências bíblicas: 1Ts 2.19; 3.13; 4.15; 5.23, 2Tm 4.8. aplicação Quantas vezes você ouviu ou falou sobre essa mensagem? II. A tomada de Elias A tomada de Elias poderá exemplificar o arrebatamento da igreja na volta de Cristo.(2Rs 2.1-6; Jo 14.1-3,18) Por que Elias ousou se despedir na expectativa de subir? 1. Porque sabia que tinha uma reunião na agenda de Deus (Ef 5.16) Apesar de não sabermos o dia e a hora (Mt 25.13), nossa reunião já está marcada com Ele e ocorrerá por meio do arrebatamento, ocasião na qual receberemos corpos transformados (1Co 15.51-52). É bom lembrar que todos os santos que morreram estão com o Senhor em espírito (2Co 5.8), mas quando formos arrebatados com eles, tanto eles como nós receberemos corpos glorificados para esta reunião que será no céu (2Ts 2.1; 1Ts 4.16,17; 1Co 15.35-44). 2. Porque tinha convicção da promessa a qual revelava “Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti” (2Rs 2.9). Faz- nos lembrar daquilo que Pedro disse. “Não retarda o Senhor a sua promessa, comoalguns a julgam demorada” (2Pe 3.9). aplicação Você tem certeza dessa promessa? (1Ts 1.10; 2Ts 2.1-6) 3. Porque levou a sério a revelação dessa promessa Assim como os servos de Eliseu, muitos conhecedores dessa mensagem já não têm mais paixão na escatologia bíblica porque estão ocupados no afã da promessa de um céu aqui e agora. Talvez nem irão perceber quando o arrebatamento acontecer, como diz a música gospel . “eu não sei se a igreja subiu ou se o céu desceu” (dúvida)(Lc 12.45-48), ou então a antiga canção que diz. “o mercado está vazio”. Será que ficará mesmo? (Lc 18.8; 2Rs 2.15- 18). aplicação O que a despedida de Jesus representa para você? Um adeus ou um até logo? III. O fim das nossas aflições O arrebatamento de Elias como tipo do fim das nossas aflições(2Rs 2.4-6; Gn 5.24; 7.1) Assim como o arrebatamento foi o livramento de Deus para todos os males de Elias, também o arrebatamento será o fim para nossas aflições como igreja militante (Jo 16.33). A abnegação de Elias se contextualiza com a fidelidade da igreja que insiste em preservar-se “como virgem pura a um só esposo, que é Cristo”(2Co 11.2). Elias fez muitos milagres em nome do Deus vivo para convencer seu povo a deixar outros deuses. Impressionado com seus milagres realizados, se prostrou diante do Deus vivo e O adorou (1Rs 18.38-39). Depois de algum tempo, quando o fogo se apagou na memória do povo, Elias percebeu que todo seu trabalho tinha sido em vão (Tg 1.22-24; Rm 12.1-2; Lc 18.8; Mt 15.19). Elias já estava desencantado com aquele povo de dura cerviz (2Tm 4.3-4). No meio de tantas aflições que a igreja sofre, ela tem esse conforto. “Maranata! Vem, nosso Senhor” (1Co 16.22; Ap 22.20). IV. A recompensa dos salvos O arrebatamento de Elias indica a recompensa dos salvos (1Co 15.50-58). O mérito de Elias para sua contemplação com o arrebatamento não foi o milagre do fogo, mas sim o seu zelo pelo nome de Deus - “Tenho sido zeloso pelo Senhor, Deus dos Exércitos” (1Rs 19.10). Assim como esse zelo levou Elias a uma profunda solidão, “Eu fiquei só, e procuram tirar-me a vida”, será sempre essa a realidade para o remanescente que deseja ser fiel na expectativa do arrebatamento (1Rs 19.10,14,18; veja também Mt 22.14; Rm 12.11; Ap 19.7; 21.9. “Também conservei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que o não beijou” (1Rs 19.18). Conclusão Deus tomou Elias porque, como a igreja, ele já estava no seu limite (2Rs 2.11-12;Fp 1.21-24; 2Co 4.7-10). Sem dúvida o momento mais chocante na vida de Elias foi quando ele se deitou debaixo de um zimbro e pediu para si a morte. “Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais” (1Rs 19.4). O que é a depressão? Um mito? Uma encenação? O que dizer das orações de Ana, Elias e Eliseu - Homens de Ação, Noemi, Davi, Paulo, Jeremias e do próprio Senhor Jesus quando disse: “A minha alma esta profundamente triste até à morte?” (Mt 26.38). A depressão pode ser congênita ou em função das tribulações externas (2Co 7.5). Deus porém não atendeu ao pedido de Elias e o arrebatou ao céu. Mas antes Elias recebeu os cuidados de Deus, que lhe providenciou alimento, água, sono (1Rs 19.5-8). Isso prova que Deus está cuidando da sua igreja nesta síndrome do século e preparando o seu triunfo (Jo 14.1-3; Fp 4.19; Sl 40.17). aplicação Será que a igreja já não está no seu limite? O arrebatamento de Elias deve ser uma motivação para a igreja hoje. “O justo é levado antes que venha o mal”(Is 57.1). “Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima” (Lc 21.28). 11 A confirmação de Eliseu como profeta texto básico 2Reis 2.15-22 versículo-chave 2 Reis 2.9 “Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. Disse Eliseu: Peço-te que me toque por herança porção dobrada do teu espírito.” alvo da lição Despertar o aluno para o verdadeiro sentido da vocação profética e, ao mesmo tempo, fazer uma reflexão sobre um chamado de Deus para a sua vida. leia a Bíblia diariamente seg 2Rs 2.9-14 ter 2Rs 2.15-18 qua 2Rs 2.19-22 qui 2Rs 2.23-25 sex Ef 4.11,12 sáb 1Tm 4.13-16 dom Rm 10.13-15 Elias recebeu instruções de Deus para ungir Eliseu como seu sucessor quando fosse levado ao céu (1Rs 19.16-21). Ao apanhar a capa de Elias que caíra sobre ele, Eliseu começou imediatamente o seu ministério dividindo as águas do Jordão (2Rs 2.8,14), confirmando seu caminho profético para continuar o serviço de Elias. Mas o que é vocação? No livro Vocação - perspectivas bíblicas e teológicas, de Kléos Magalhães Lens César, da Ultimato Editora, encontramos as seguintes definições. aplicação Você está preparado para receber a capa de algum profeta? 1. Definição linguística A palavra vocação é generalizada como tendência, propensão ou inclinação para qualquer profissão ou ofício. 2. Definição histórica Um modo exclusivo ou uma disposição para a vida sacerdotal e religiosa, atendendo a um chamado divino para uma dedicação total às coisas de Deus (Bastos de Ávila). 3. Definição teológica É um chamado de Deus ao homem, para que ele primeiramente se torne parte do corpo de Cristo que é a igreja, e, em segundo lugar, participe da obra profética do plano da salvação (J. Ribeiro). Quando olhamos para a confirmação profética de Eliseu, compreendemos que o chamado de Deus é uma visão cognoscível, que vai se desvelando por meio de fatos marcantes na vida de quem está sendo chamado, de tal maneira que ele teme resistir. “O chamado profético é uma experiência transcendente com Deus, onde sua eminência envolve a vida do ser predestinado” (1Sm 1.19-28; Am 7.14-15; Lc 1.15-17; Jr 1.4-8; Is 6.1-8). Veja quatro aspectos da confirmação profética de Eliseu. I. Começa com o respaldo de Elias como seu tutor (2Rs 2.9-13) Assim como a orientação do sacerdote Eli confirmou o chamado do jovem Samuel (1Sm 3.8-9), a de Paulo confirmou o chamado de Timóteo (1Tm 4.14) e a de Jesus confirmou o chamado de João Batista(Mt 11.7-10), o manto que Elias deixou cair para Eliseu após o arrebatamento confirmava sua vocação profética como sucessor de Elias com porção dobrada do seu espírito. Apesar de muitas denominações eclesiásticas estabelecerem normas para ordenações ou reconhecimentos vocacionais, esse processo quase sempre se inicia pelo pai na fé ou tutor espiritual. Veja o caso de Paulo com Onésimo. “Solicito-te em favor de meu filho Onésimo, que gerei entre algemas” (Fm 10). aplicação O verdadeiro vocacionado sai pela porta da frente da igreja e nunca pelos fundos. II. Demonstrado com um sinal da parte de Deus (2Rs 2.13-14; 2Rs 4.9) Existem algumas atitudes que têm demonstrado uma certa imaturidade em termos do reconhecimento de vocações, por exemplo. 1. Tradição familiar Inegavelmente deve ser motivo de privilégio para os pais pastores ou missionários ouvir do filho o desejo de seguir sua carreira profética, mas na verdade não existe vocação familiar, uma vez que ela está no plano individual (Sl 22.10; Jz 13.1-5; Lc 1.26-28). 2. Romantismo eclesiástico Essa paixão poderá levar a frustrações, uma vez que os dissabores quebram todas as ilusões no ministério, deixando apenas a “vocação” despida de fantasia (2Tm 1.15-17). 3. Insucesso profissional Alguns consideram o insucesso profissional como uma forma divina de persuasão ao chamado profético, mas na verdade Deus não deseja o insucesso de Seus filhos (Sl 35.27). Grandes homens de Deus são desafiados a deixar grandes oportunidades e carreiras promissoras para se engajarem no sacerdócio integral (Ef 4.11-12). 4. Vestibulares teológicos Eles podem levar a uma aprovação relativamente fácil, mas sem comprovação. Louis Berkhof diz que uma das manifestações do chamado divino é “a experiência de que Deus está pavimentando o caminho que leva à meta”. Quando as águas do Jordão se dividiram para Eliseu, foi o sinal de que ele precisava para confirmar que seu caminho estava pavimentado para a realização de grandes obras (Am 7.14-15; Jz 6.36-40;Rm 1.1; 15.1,16; 1Tm2.7; 2Tm 1.11). aplicação Você tem uma prova para o seu chamado? III. Confirmado pela sua igreja (2Rs 2.15-18) A igreja à qual Eliseu ministrava era formada por seus discípulos com suas respectivas famílias (2Rs 2.15; 4.1-4). Apesar de haver naquela congregação 50 homens valentes, que demonstraram reverência e respeito à sua pessoa e à confirmação de milagres, seus discípulos nunca tinham ouvido falar numa trasladação profética. Depois de uma busca inútil contra a vontade de Eliseu, voltaram e confirmaram o discernimento de Deus em suas palavras “não vos disse que não fosseis?” Apesar da falibilidade da igreja, é por intermédio dela que Deus chama aqueles que estão integrados ao Seu corpo. Já foi dito que a gestação de uma vocação se dá no ventre da igreja (corpo de Cristo) concebida pelo Espírito Santo, e o parto é o seu prazer em dar à luz um profeta (At 13.1-3; Jo 16.21; 1Tm 4.14). IV. Visto na sua utilidade (2Rs 2.19-22) Ao tornar saudáveis as águas salobras, usando um prato de sal, Eliseu prova sua autoridade sobre a natureza, dando tranquilidade de provisões aos seus discípulos. Como profeta ele foi útil na vida das autoridades de sua época (2Rs 3.12-14), de uma viúva necessitada (2Rs 4.1-7), de uma família enlutada (2Rs 4.32-37), de um comandante leproso (2Rs 5.1-3,10), para quebrar um envenenamento coletivo (2Rs 4.40-41) e no fantasma da fome que reinou em Samaria (2Rs 6.24-30; 7.18). V. Preservado em sua autoridade profética (2Rs 2.23-25) Segundo Russel P. Shedd, é possível que Eliseu estivesse sendo um motivo de controvérsias naquele momento, uma vez que não conseguia explicar a desaparição milagrosa do seu predecessor (Elias). Talvez pensassem que um homem dotado de poderes sobrenaturais como ele poderia dar fim às pessoas, contando histórias de trasladações. É possível tenham surgido os insultos dos rapazinhos, chamando-o de “calvo”, referindo-se a calvície usada por pessoas enlutadas. A morte desses jovens prova que a autoridade de Deus uma vez confirmada na vida de um profeta é coisa séria (1Cr 16.22; Sl 105.15). Conclusão “Vejo que este que passa sempre por nós é santo homem de Deus” (2Rs 4.9). O grande desafio que Eliseu nos deixa hoje é que a confirmação profética não se limita apenas à área eclesiástica; é muito mais abrangente. Podemos ser profetas na música como Davi, na arquitetura e engenharia como Bezalel e Aoliabe, na costura como Dorcas, nas entidades sociais como Joana, Suzana e suas companheiras, na política como José e Daniel, na medicina como Lucas, etc. Para isso, tudo que precisamos é da porção dobrada do espírito de Elias (At 9.39;Gn 41.44-46; Dn 2.47-49; Lc 8.1-3; Cl 4.14; Êx 31.1-6; Rm 10.13-15). 12 Eliseu, um profeta atencioso texto básico 2Reis 4.8-17 versículo-chave Tiago 1.27 “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.” alvo da lição Mostrar que as virtudes que tornam um servo de Deus bem-sucedido naquilo que faz e no trato com as pessoas estão relacionadas principalmente à sensibilidade, imparcialidade, solidariedade e prestatividade. leia a Bíblia diariamente seg 1Rs 19.19-21 ter 2Rs 2.1-8 qua 2Rs 2.9-14 qui 2Rs 6.1-7 sex 2Rs 4.1-7 sáb 2Rs 4.8-37 dom 2Rs 8.1-6 O que Deus procura ao escolher alguém para uma determinada tarefa? Procura habilidades e talentos especiais? Acaso não é Ele mesmo quem concede os dons e os talentos? O que procura, então, o Senhor? – “Deus está à procura de pessoas com qualidades morais e com caráter íntegro”. Este é o ponto inicial, a partir do qual Deus passa a moldar e capacitar Seus escolhidos para a obra que tem em mente. Eliseu representa bem esse princípio! Afinal, o que Deus viu em Eliseu? • Viu um homem amoroso, que deixou tudo pelo ministério, mas não deixou de amar e honrar seus pais (1Rs 19.20). • Viu um homem espiritual, que abriu mão de seus interesses para buscar os interesses de Deus (2Rs 2.9); e quando lhe foram oferecidas riquezas terrenas preferiu as riquezas de Deus(2Rs 5.5; 8.9). • Viu um homem humilde e corajoso, disposto a servir Elias de forma abnegada (2Rs 3.11); que não se rebaixou perante os poderosos da terra (2Rs13.13-14). • Viu um homem atencioso e prestativo, capaz de transpor os “tabus” de seus dias para atuar em favor até mesmo dos proscritos e desamparados. Sim, Deus viu um homem sensível e disposto a socorrer os indefesos de uma sociedade intolerante e preconceituosa. I. Um profeta solidário (2Rs 4-13) A sociedade de Israel era sobremodo injusta em relação às mulheres e crianças, vetando-lhes até mesmo os direitos e privilégios garantidos por Deus ao Seu povo. Mesmo em tempos de avivamento espiritual, elas eram vistas como seres inferiores, impedidas de participar dos cultos, das assembleias e das festividades religiosas. Imaginem, então, numa época de apostasia, em que o temor de Deus havia desaparecido; numa época em que cada um fazia o que queria, ignorando por completo as leis de Deus! Eliseu era compromissado com Deus, não com as tradições, por isso não se calou frente à injustiça, nem se deixou moldar pela teologia deturpada daqueles dias. Em seu ministério, mais do que no de qualquer outro profeta, a mulher foi valorizada e seus direitos respeitados. “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tg 1.27). aplicação A decadência moral enxerga o pecado como um “estilo de vida” e a injustiça social como um “capricho do destino”. Mas os que vivem na integridade e no compromisso com o Senhor não podem se calar, nem virar o rosto, nem cruzar os braços. Vivamos a verdadeira religião! Foi naquele difícil contexto que a esposa de um seminarista ficou viúva. Como herança, o aprendiz de profeta deixou-lhe dois filhos para criar e uma dívida para saldar. Não havia pensão, não havia seguro de vida e não havia ninguém por ela. Por isso, não tardou surgirem os “abutres do lucro fácil”, ávidos por confiscar-lhe os filhos, com “as bênçãos da lei”, da injusta lei que transformava o devedor num objeto comercial do seu credor. O credor da narrativa tinha o direito de escravizar aqueles meninos por um período de até 6 anos (Êx 21.2), ainda que a dívida em questão fosse insignificante. Tal injustiça já havia sido veementemente condenada por Deus, pelos lábios do profeta Amós (Am 2.6-8), mas a sórdida ganância fez mofar a consciência daquela geração. aplicação Os contemporâneos de Eliseu abusavam das crianças, tolhendo-lhes o direito, o respeito e a dignidade. E os nossos contemporâneos, não têm feito o mesmo? Nossas crianças têm sido comercializadas; sua inocência tem dado lucro a muita gente; seu corpo angelical tornou-se um objeto de desejo; suas mãos delicadas se transformaram em “mão de obra barata”. Não podemos nos calar, nem fingir que nada acontece. Não tendo a quem mais recorrer, a pobre viúva apelou ao profeta Eliseu, apesar de saber que este também não possuía recursos financeiros. Confiava que ele encontraria em Deus uma saída para a crise. E encontrou mesmo, pois tal como Elias fizera em Sarepta (1Rs 17), usou do pouco que ela tinha para resolver a questão. Diga! O que é que você tem em casa? Não tenho nada, a não ser um jarro pequeno de azeite! (2Rs 4.2). Retrucou o profeta. Então, usaremos isso, e Deus te ajudará na proporção de tua fé... arrume vasilhas emprestadas e encha cada uma delas (2Rs 4.3-5). O azeite era uma mercadoria muito apreciada em Israel, servindo como alimento, medicamento, cosmético, combustível e para fins religiosos. Aquela mulher demonstrou o seu valor por meio da fé, e por meio de um especial empenho para vender rapidamente o produto e saldar suas dívidas. aplicação Há grande suprimento para toda necessidade quando Deus intervém. Coloque tudo o que tem nas mãos de Deus e, ainda que seja pouco, se fará mais que suficiente. II. Um profeta prestativo (2Rs 4.8-37) Na cidade de Suném, perto domar da Galileia, havia uma senhora casada com um próspero fazendeiro que se mostrou generosa para com o profeta, dando-lhe boa acolhida em sua casa e até construindo um quarto extra, especialmente para hospedá-lo em suas passagens por lá. Ela tinha tudo o que precisava, mas não tinha o que mais desejava – um filho. Em Israel a ausência de filhos era sempre motivo de chacota e desprezo, e ainda que o marido fosse estéril ou demasiadamente velho, a culpa sempre recaía sobre a esposa. A sunamita, apesar da tranquilidade financeira, carregava sobre si esse imenso desconforto. Eliseu, por sua vez, retribuiu a generosidade intercedendo pelo milagre de um filho, e Deus concedeu-lhe essa graça. aplicação Nem sempre temos os recursos que gostaríamos para socorrer os irmãos em suas aflições, mas temos sempre abundância de bênçãos para compartilhar – a “intercessão”. Um bom exemplo disso nos deixaram os apóstolos Pedro e João. “Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (At 3.6). Passados alguns anos aquela criança adoeceu gravemente e acabou falecendo nos braços da mãe. Ela, que no início duvidara da promessa de Eliseu, agora, amadurecida na fé, pôde crer na restituição miraculosa de seu filho perdido. Agiu rapidamente no sentido de encontrar o profeta e nem contou ao marido o que havia ocorrido, na certeza de que Deus resolveria a questão antes que a tragédia viesse à tona. Eliseu deixou tudo o que estava fazendo para vir em socorro da mulher e da criança, e ao chegar na casa fez duas coisas: clamou a Deus e tentou aquecer aquela pequena vítima. O método de Eliseu funcionou. Deus ouviu o seu clamor e, com isso, a confiança daquela mãe, mesmo em meio às lágrimas, foi surpreendentemente recompensada. Prostrou-se aos pés de seu benfeitor, cheia de júbilo, e saiu com o filho nos braços glorificando a Deus. aplicação Aquilo que cabe a nós, isso devemos fazer, pois Deus mesmo concedeu os meios naturais que nos ajudam a sobreviver. Há, porém, coisas que só pela força sobrenatural de Deus podemos obter; graça concedida pela oração. Passaram-se mais alguns anos e, novamente, Eliseu mostrou-se atencioso voltando à casa da mulher sunamita especialmente para alertá-la quanto a um longo período de fome que estava por vir sobre Israel (2Rs 8.1-6). Seguindo o conselho do profeta, a família mudou-se para a terra dos filisteus até passar a estiagem, mas quando voltaram, sua casa e suas terras haviam sido invadidas. A sunamita, que agora era viúva, não conseguia fazer com que seus direitos fossem respeitados, mesmo indo apelar ao rei. Pela providência de Deus, justamente na hora em que a sunamita estava tentando uma audiência com o rei, este se mostrava bastante interessado nos grandes feitos de Eliseu, e isso influenciou positivamente em sua petição. “Interrogou o rei a mulher, e ela lhe contou tudo. Então, o rei lhe deu um oficial, dizendo. Faze restituir-se-lhe tudo quanto era seu e todas as rendas do campo desde o dia em que deixou a terra até agora” (2Rs 8.6). aplicação Quando erros são cometidos, nem sempre basta apenas pedir perdão; dependendo das circunstâncias temos de restituir os prejuízos que causamos ou desfazer a confusão que começamos. Conclusão Ainda hoje, o critério de seleção que Deus usa para aqueles a quem deseja usar é o mesmo. “caráter, integridade, disposição e maturidade”. A capacitação com os dons sobrenaturais é um benefício que só Deus pode conceder, mas é preciso que mantenhamos a “base”. Eliseu realizou prodígios fantásticos, sim, mas isso era um dom de Deus; sua grande virtude, no entanto, foram a sensibilidade, a imparcialidade, a solidariedade e a prestatividade, que o levaram a transpor os preconceitos de sua época para, em nome de Deus, tornar-se bênção aos aflitos, desamparados, abatidos e injustiçados. 13 Eliseu e a escola de profetas texto básico Efésios 4.11-16 versículo-chave Matheus 9.37-38 “A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.” alvo da lição Mostrar o valor daqueles que se preparam para o ministério, suas lutas e vitórias; fazendo com que o aluno valorize tais pessoas e seja motivado a servir a Deus com inteireza de coração. leia a Bíblia diariamente seg 2Rs 2.3,5,7,15 ter 2Rs 4.1,38 qua 2Rs 9.1-2 qui 2Rs 4.38-41 sex 2Rs 4.42-44 sáb Mt 4.18-24 dom 1Tm 3.1-7 Viajando de norte a sul, Eliseu proclamava a sua mensagem, sempre acompanhada de extraordinários sinais, como a dizer. “As coisas que faço, faço pelo poder Daquele que me enviou; o único e verdadeiro Deus, o Senhor, o Deus eterno (Yahweh). Abandonem, pois, a idolatria e voltem seus corações ao Senhor, nosso Deus”. Nos dias de Elias, a apostasia e a vergonhosa idolatria haviam se alastrado entre o povo de Deus, impulsionadas pelos devaneios de Acabe e Jezabel. O povo de Deus havia trocado a glória de seu Senhor pela fútil veneração ao ídolo Baal, o “senhor da chuva”. Mas o assombroso confronto no monte Carmelo e os fenomenais prodígios de Eliseu começaram a reverter a triste situação. Aqueles que antes se escondiam pelo temor de Jezabel passaram a manifestar publicamente a sua fé. O despertamento foi tamanho que, por toda parte, surgiram “escolas teológicas” formando os mensageiros da reconciliação. Havia grupos de estudantes em Ramá, Gibeá, Betel, Gilgal e Jericó (2Rs 2.3,5,7,15; 4.1,38; 9.1-2). Parece muito, mas ainda eram insuficientes em relação à grande carência espiritual de Israel. Muitos séculos depois, o problema persistia. “A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara” (Mt 9.37-38). No estudo de hoje conheceremos um pouco mais dessas “escolas”, seu cotidiano, seus objetivos e sua relevância. Conheceremos também a amplitude do ministério desempenhado por Eliseu. I. Deus chama obreiros Nem todos os profetas do passado tiveram uma formação teológica convencional. Amós, por exemplo, saiu diretamente do agreste judaico para as ruas de Samaria (capital de Israel), proclamando sua mensagem profética da única maneira que sabia. “cantando”. Com Elias deu-se o mesmo; era um homem rústico e de poucas palavras, mas o pouco que sabia usou para glorificar o nome de Deus. A maioria dos profetas, no entanto, até mesmo aqueles que nos são desconhecidos, receberam uma formação teológica mais “especializada”. Geralmente os estudantes moravam juntos em uma casa ou em pequenas comunidades, onde o ensino era ministrado (2Rs 6.1-2). Alguns “seminaristas” eram casados e mantinham seus próprios lares (2Rs 4.1). É bem provável que tenha sido Samuel o primeiro a tomar a iniciativa de organizar esse tipo “ensino teológico” (1Sm 10.5; 19.23). A formação acadêmica dos discípulos de profetas consistia no estudo das Escrituras (os livros históricos e os poéticos) e das leis mosaicas. Havia espaço ainda para a instrução na música sacra e na poesia (1Sm 10.5). O “professor”, um profeta mais experiente, transmitia o ensino com seu exemplo de vida e seu trabalho, e eram eles mesmos que consagravam os novos obreiros à missão de reconduzir o rebanho desgarrado de Israel ao aprisco do Senhor, o pastor de nossa alma (Salmo 23). aplicação As escolas teológicas são de fundamental importância nos dias atuais, dias de confusão, de apostasia, de sincretismo religioso. A obra de Deus requer o melhor, requer gente vocacionada, qualificada e compromissada para que o ministério da reconciliação seja perfeito. II. Deus cuida de seus obreiros A vida diária nas escolas de profetas não era nada cômoda. Os estudos eram exaustivos, as acomodações eram precárias (2Rs 6.1), a falta de recursos era uma constante (2Rs 4.1), o trabalho era árduo e, se não bastasse isso tudo, a comida era escassa, geralmente produzida por eles mesmos, em hortas comunitárias. As coisas ficaram ainda piores quando Deus enviou uma estiagem que durou sete anos (2Rs 8.1). Se a nação toda padeceu, quanto mais aquelesque deixaram tudo pelo ministério! aplicação Vivemos em tempos difíceis. A economia doméstica de muitos lares cristãos está comprometida, e os efeitos dessa crise se fazem sentir no orçamento de nossas igrejas. Mas tomemos cuidado para não suceder que, ao acudir os nossos interesses pessoais ou os da igreja, esqueçamos daqueles amados membros de nossas igrejas que deixaram tudo por um chamado recebido em nosso meio: os seminaristas. Foi exatamente nesse contexto de crise que Eliseu, o “homem de Deus”, chegou no seminário de Gilgal para uma “série de conferências”. A receptividade foi calorosa, mas a despensa estava vazia. Eliseu enviou um dos alunos ao campo para colher frutos e raízes comestíveis, a fim de preparar um sopão para todos. Mas algo saiu errado; um dos ingredientes estragou a sopa, tornando-a amarga e venenosa. A “colocíntida” (2Rs 4.39), uma espécie de pepino selvagem, em pequenas quantidades era usada para fins medicinais, mas em grande quantidade tornava-se tóxica e extremamente amarga. Uma das coisas admiráveis nesse texto é que, embora o gosto estivesse horrível, todos comeram sem reclamar. O único comentário surgiu quando atinaram para o perigo de conter algo venenoso. Essa é uma boa lição de educação, respeito e ética. Interessante também é notar que Deus permitiu tal acontecimento para mostrar o Seu cuidado aos que a Ele se consagram. Deus usa o homem, e o homem usa o que tem à mão. Eliseu usou farinha, e esse ingrediente anulou o veneno. O milagre aconteceu, não por causa da farinha, mas pela fé de Eliseu. Ele poderia ter usado cevada, hortelã, pão ou qualquer outro ingrediente, e o resultado seria o mesmo. aplicação Deus cuida de Seus servos, geralmente usando o que eles têm à mão aliado à qualidade de sua fé. A viúva do profeta (2Rs 4.1-7) colocou perante Deus o pouquinho que tinha, e no que é que deu? Da mesma forma, se usarmos aquilo que temos, ainda que seja pouco, e usarmos com fé, grandes coisas Deus fará por nós. O ministério de Eliseu e seus discípulos começou a dar bons resultados, visto que o poder de Deus acompanhava suas pregações, enquanto Baal – o “deus da chuva”, permanecia inoperante. Um dos sinais de mudança pôde ser visto pelo fato de um homem da cidade vizinha (Baal-Salisa) ter vindo à “casa de profetas” trazer uma oferta em mantimentos para o sustento de Eliseu, conforme prescrevia a Lei de Moisés (Nm 18.13; Lv 23.10;Dt 18.4). A oferta era generosa para um só homem “professor”, mas insuficiente para cem alunos (2Rs 4.43). Era um direito de Eliseu reter a oferta só para si, pois “digno é o trabalhador do seu salário” (Lc 10.7), contudo, preferiu repartir aquela bênção com os demais colegas de ministério, e Deus abençoou a sua decisão: “todos comeram e ainda sobrou” (2Rs 4.43). O milagre operado por Eliseu com vinte pães e algumas espigas e o fato de ter ele multiplicado o azeite da viúva nos trazem à lembrança um outro grande profeta de Deus que, com cinco pães e dois peixinhos, alimentou uma grande multidão de famintos (Mt 14.15-21). aplicação Aquele que entrega a sua oferta para o sustento de obreiros, com alegria no coração, certamente receberá de volta o benefício do Senhor de forma multiplicada. Aquele que reparte de bom grado as suas dádivas sempre as terá em abundância - “Dai, e dar-se- vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também” (Lc 6.38) Conclusão Em qualquer época, sejam tempos de fartura ou tempos de escassez, de paz ou de guerra, de bonança ou de tempestade, a seara permanece operante, e o Senhor continua convocando trabalhadores para Sua Seara, na promessa de que sempre zelará pelos que estão a Seu serviço. 1 Eliseu e o general texto básico 1Timóteo 6.6-10 versículo-chave 2Reis 5.17 “Nunca mais oferecerá este teu servo holocausto nem sacrifício a outros deuses, senão ao Senhor.” alvo da lição Mostrar que a fé, ainda que pequena, pode realizar grandes coisas, ao passo que pequenos deslizes na fé podem nos levar a uma grande ruína. leia a Bíblia diariamente seg 2Rs 8.1-6 ter 2Rs 4.1-7 qua 2Rs 6.1-7 qui Pv 15.33 sex Sl 126.1-6 sáb 2Rs 5.1-27 dom 1Co 10.7-13 A fama do profeta Eliseu repercutiu de tal maneira que atingiu dimensões internacionais, e seu poder era tanto admirado quanto temido. As notícias de seus feitos percorriam tanto os casebres como os palácios.Até mesmo o rei de Israel, fascinado com os milagres de Eliseu vivia à cata de notícias recentes (2Rs 8.4). Contudo, desprezava o melhor que Eliseu podia oferecer - a salvação de sua alma. O rei da Síria, por sua vez, encarava tais poderes como uma séria ameaça, visto que interferiam constantemente em seus planos militares (2Rs 6.8-14). Não obstante, Eliseu mostrou-se disposto a abençoar todo aquele que o procurasse, até mesmo os seus inimigos. Este deve ser também o nosso procedimento: devemos ser fonte de bênçãos por onde quer que passarmos. I. O testemunho da fé (2Rs 5.1-8) Naamã era um herói de guerra, homem destacado no exército de Ben- Hadade, rei da Síria. Herói em seu país; vilão em Israel, pois em sua última incursão militar (talvez a batalha descrita em 1Rs 22), além da mortandade que provocou, ainda sequestrou muitas mulheres e crianças. Como um brinde de sua vitória, Naamã levou como presente para sua esposa uma das meninas sequestradas para servir-lhe como escrava. O general Naamã havia conquistado tudo que desejava, mas havia perdido aquilo que mais prezava - sua saúde. Tornara-se leproso. A menina israelita, por sua vez, perdera tudo que mais amava, mas manteve saudável a sua fé. E apesar da indignação de ser raptada, de perder o contato com a amada família, de ser reduzida à vil escravidão, de perder a sua infância, de ter de servir a um tirano, inimigo de seu povo, e pior ainda, um leproso, apesar de tudo isso manteve firme sua confiança em Deus. Mostrou-se disposta a testemunhar de sua fé naquele ambiente hostil, oferecendo uma bênção àquele que a ofendera. “Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra” (2Rs 5.3). aplicação Nem sempre o ambiente onde vivemos, estudamos e trabalhamos vem a ser aquilo que gostaríamos, mas nunca deixará de ser um lugar de oportunidades, onde nossa fé, mesmo com lágrimas, poderá ser semeada e mudanças alegres poderão ser colhidas (Sl 126.6). As boas novas logo se espalharam chegando até o trono de Ben-Hadade. Aquele reino próspero e poderoso nada podia fazer em benefício de seu herói, mas o “fraco” reino de Israel, por eles saqueado, possuía homens com grande poder espiritual. O opressor agora dependia do oprimido, o forte precisava do fraco, e dessa forma o nome de Deus foi exaltado entre as nações. Ben-Hadade enviou seu general favorito ao rei de Israel, com uma grande comitiva, um batalhão fortemente armado e uma considerável fortuna, a fim de encorajar a cooperação do rei Jorão – “encontrar o tal profeta milagroso”. A abordagem de Naamã foi direta e honesta, mas o rei de Israel interpretou mal aquele pedido, confundindo com um pretexto para provocar uma nova guerra (2Rs 5.7). Sua cegueira espiritual o impedia de enxergar a grande oportunidade que Deus havia proporcionado. Imaginem a repercussão internacional que seu reino poderia obter se o grande Naamã fosse socorrido pelos “poderes de Israel”? O rei Jorão sabia que Eliseu tinha esse poder, mas a desprezível idolatria que maculara sua alma o impedia de raciocinar com clareza. Naamã levou à presença do rei Jorão, como retribuição à sua petição, a exorbitante quantia de 10 talentos de prata (340 kg), 6.000 siclos de ouro (68 kg) e dez vestes festivais (trajes de luxo adornados com pedras preciosas). Certamente uma parte daquele tesouro caberia ao profeta que o curasse. Não tardou a que as notícias chegassem aos ouvidos de Eliseu, o qual repreendeu a estupidez do rei Jorão e sua incredulidade: “Por que rasgastes as tuas vestes? Deixa-o vir a mim e saberá que há profeta em Israel” (2Rs 5.8). II. O exercícioda fé (2Rs 5.9-19) Chegou Naamã, com sua comitiva, seu exército, seu poder e sua carga preciosa à casa do profeta, mas Eliseu não se deixou impressionar com toda aquela ostentação, de modo que nem ao menos se deu ao trabalho de ir saudá-lo ou festejá-lo. Conhecia o objetivo de sua visita e, provando a sua fé, mandou o seu discípulo, Geazi, ao encontro de Naamã, no portão, com a seguinte instrução: “Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será restaurada, e ficarás limpo” (2Rs 5.10). aplicação Perante Deus não há lugar para soberba; Naamã precisava aprender essa lição. Se alguém busca uma bênção de Deus, que busque isso com humildade e fé ou nada receberá. “Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado” (Lc 14.11). O arrogante general começou a desanimar e a perder as esperanças de uma cura espetacular, em função do preconceito contra o método do profeta e pela maneira como foi tratado. Desejou voltar para casa imediatamente, mas seus assessores, munidos de um sincero desejo de vê-lo curado, convenceram-no com muita inteligência, cautela e lógica. “O senhor é homem valente e nunca se negou a uma tarefa por mais difícil que fosse. Temos certeza de que o senhor faria qualquer coisa que o profeta pedisse sem hesitar ou demonstrar temor. Por que, então, não poderia fazer algo tão simples?” (v.13 parafraseado). A questão agora estava nas mãos de Naamã. Em seu desespero, já havia crido até nos conselhos de uma escrava estrangeira, percorrera grande distância rumo ao desconhecido e fizera um considerável investimento em busca da solução para o seu drama. Faltava-lhe agora o passo final – “agir com fé”. Finalmente, o grande estadista abriu mão do orgulho e mergulhou no “lamacento” rio Jordão. Posso até imaginar a expectativa de seus companheiros. “Mergulhou uma, duas vezes, e nada! Mergulhou terceira, quarta e quinta vez, e nada aconteceu! Mergulhou pela sexta vez e não houve sequer um vestígio de mudança. A angústia foi aumentando; teria o profeta passado um trote no general? Se desistisse ali teria perdido a grande oportunidade de sua vida, mas não desistiu; exercitou sua débil fé até o fim e, por isso, o resultado foi melhor que o esperado. Não apenas obteve a cura, como também ganhou uma pele rejuvenescida, tal como a pele de uma criança. Naamã voltou à presença de Eliseu com seu corpo purificado, sua alma lavada e suas mãos repletas de dádivas. A transformação foi completa; Deus mudou-lhe o exterior e o interior, e fez dele um novo homem. O profeta, ao olhar tamanha alegria, alegrou-se também; não pela fortuna que lhe foi oferecida, mas pela preciosidade de uma vida transformada e agora consagrada ao verdadeiro Deus. III. O abandono da fé (2Rs 5.19-27) A jovem escrava exercitou sua fé, apesar da tristeza que ardia em seu coração. Naamã exercitou sua fé, mesmo com o preconceito arraigado em seu coração, mesmo com a decepção na corte do rei Jorão, mesmo não entendendo a lógica do profeta, e agora, depois de curado, exercitou mais uma vez a sua fé na convicção de que o “Deus de Israel” o acompanharia de volta a seu país (2Rs 5.17). Mas Geazi, embora conhecesse bem de perto os prodígios do Senhor, em lugar de exercitar, abandonou a sua fé, trocando o sustento de Deus por um modo “mais fácil” de prover o seu conforto.Geazi engendrou um plano diabólico para tirar o máximo proveito daquela situação. Certamente o fascínio do lucro fácil causou um desequilíbrio na mente daquele cobiçoso discípulo, a ponto de usar o santo nome de Deus para justificar sua cobiça: “tão certo como vive o Senhor, hei de correr atrás dele e receberei alguma coisa” (2Rs 5.20). Aproveitando-se da euforia e da boa fé do novo convertido Naamã, usou o nome do profeta, inventando a chegada de novos hóspedes como pretexto para ganhar um pouco do que Eliseu recusou. E ganhou mesmo, mais ainda do que pediu; angariou para si 68 kg de prata e duas vestes festivais (2Rs 5.21-23). Bem que a palavra de Deus nos alerta. “Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1Tm 6.10). E, como um pecado chama outro pecado, o jeito foi continuar mentindo para acobertar o seu deslize. Mas de Deus não se esconde nada. Deus fez com que Eliseu soubesse de tudo por meio de uma visão (2Rs 5.26). Veja como são as coisas. Um pagão estrangeiro foi curado, pela nobreza de sua fé, enquanto um israelita, um estudante de teologia, tomou o lugar do pagão, para a desonra de sua fé. Assim como Acã, Ananias e Safira, Judas Iscariotes... também Geazi vendeu sua alma por prazeres passageiros. A cobiça desse jovem só lhe trouxe maldição, pois com a prata que surrupiou de Naamã, herdou também a lepra que antes era dele (2Rs 5.27). Conclusão Vale a pena ler Oseias 14.1-7 - "Volta, ó Isarael, para o Senhor, teu Deus, porque pelos teus pecados, estás caído." • Com a pequena escrava aprendemos que é possível ser uma bênção em qualquer situação se mantivermos viva a nossa fé. • Naamã deixou-nos como herança o valor de se confiar nas promessas de Deus, mesmo quando não as compreendemos inteiramente. • Eliseu nos faz lembrar que todo mundo merece uma chance, quando se mostram interessados em Deus; até mesmo aqueles que nos irritam. • Os erros de Geazi ficaram como um alerta da tragédia que pode ocorrer quando negligenciamos a vida com Deus e preferimos prazeres do mundo (1Co 10.12). 15 A recuperação do machado perdido texto básico 2Reis 6.1-7 versículo-chave 2Reis 6.6 “Perguntou o homem de Deus: Onde caiu? Mostrou-lhe ele o lugar. Então, Eliseu cortou um pau, e lançou-o ali, e fez flutuar o ferro.” alvo da lição Conscientizar o aluno de que há uma grande possibilidade de Deus restabelecer aqueles que estão perdidos dentro da obra de Deus. leia a Bíblia diariamente seg Pv 17.1-28 ter Dt 7.1-18 qua Dt 7.19-26 qui Pv 8.1-21 sex Sl 34.1-22 sáb Sl 23.1-6 dom Sl 24.1-8 Introdução A recuperação do machado perdido, registrada em 2Reis 6.1-7, é a história de um milagre de restauração. Louvado seja Deus, pois, ainda hoje Ele pode executar tais milagres na vida das pessoas! Nesse incidente, todo detalhe é significante. Eliseu tipifica Jesus (v.6). Os discípulos dos profetas nos tipificam como servos que estamos servindo a Deus (v.1). Essa passagem nos fala do poder de Deus que nos habilita a fazer todo o serviço de maneira eficaz (v.5-6). Aqui vemos que um dos discípulos dos profetas, apesar de profundo conhecedor da ação de Deus, estava negando-lhe o poder, como os homens descritos em 2Timóteo 3.5. O texto básico apresenta três seções principais. I. Um padrão a ser aprovado Nos versículos 1 a 4 observamos que tipo de serviço Deus requer de Seus servos e como esses devem proceder. Note as seguintes características. 1. Relacionamento com o Mestre Eles eram “os discípulos dos profetas” (v.1), e discípulos de Eliseu. Essa é a primeira qualificação - relação com o Mestre. 2. Companheirismo Eles “habitavam” com Eliseu (v.1). Isso nos apresenta a ideia de companheirismo e comunhão. Como isso é essencial para um serviço efetivo! Compare João 15.4 - “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim“. 3. Trabalho Eles saíram para “construir!” (v.2). Eles reconheceram a necessidade de trabalhar e estavam ansiosos para buscar a solução por meio do trabalho. 4. Vocação Eles eram vocacionados (v.2). O profeta disse-lhes: “Ide”. Compare Mateus 28.19. 5. Interdependência Eles tinham interdependência para com seu mestre (v.3). Sentiam-se incapazes para empreender a tarefa sem a presença de Eliseu com eles. Compare João 15.5 - “sem mim nada podeis fazer”. 6. Unidade Cada um deles levou uma parte (v.2). Todos se uniram no trabalho. 7. Disposição Eles eram trabalhadores enérgicos (v.4). Eles foram equipados com o tipo certo de ferramenta para derrubar árvores e construir. Aqui está um padrão a ser aprovado.Que maravilhoso seria se todos os crentes possuíssem as sete características desses “discípulos dos profetas!” Mas, na história, notamos que há: II. Um perigo a ser evitado O versículo 5 nos fala sobre um trabalhador que perdeu seu machado, mais especificamente, a extremidade cortante e afiada de sua ferramenta, sem a qual todo o seu esforço seria inútil. Ele não perdeu o cabo do machado. Na realidade, de longe parecia que sua ferramenta estava completa, mas não estava. Leia Zacarias 4.6 – “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”. Que tolice seria para esse homem continuar trabalhando! Nenhum sucesso teria. O que, de fato, aconteceu foi isto: o homem estava trabalhando magnificamente, mas aos poucos a cabeça do machado estava deslizando, deslizando até que saiu voando e afundou na água. Foi um processo gradativo, assim como toda a declinação espiritual, ele perdeu o seu poder e a sua efetividade. Preste atenção nos seguintes pontos. 1. Ele perdeu o poder enquanto estava trabalhando (veja 1Rs 20.40). 2. Ele perdeu algo que não era seu (veja Sl 62.11). 3. Ele estava consciente da perda (veja Jz 16.20). 4. Ele estava realmente aflito com a perda (veja Elias e Eliseu - Homens de Ação 23.3). Ei, você que está servindo a Deus! De longe parece até que você está trabalhando, mas parece que você está apenas com o cabo do machado enquanto o verdadeiro poder já se perdeu. Afundou-se em algum lugar e você não faz a mínima ideia de onde esteja agora? É possível. Qual tem sido o seu clamor a Deus? “Senhor, onde está a Tua promessa de bênçãos sobre mim, que experimentei quando Te conheci? Hoje minha vida é uma busca sem destino, que o mundo nunca me poderá satisfazer como Tu.” Se essa for sua confissão, asseguro-lhe que você pode ser restabelecido, renovado e reequipado para o serviço de Deus. Note o que deve ser feito para causar essa renovação e esse restabelecimento. III. Um procedimento a ser adotado A última parte de verso 5 e os versos 6 e 7 nos falam sobre isso. Seguramente, se Deus pode fazer um pedaço de ferro flutuar, Ele também pode restabelecer aqueles que se encontram sem chances de retomar suas funções, afundados dentro da igreja. Ninguém foi tão longe a ponto de Deus não o encontrar. Você crê que Deus é capaz de resgatar seu poder e efetividade ainda? A resposta é: 1. Temos que deixar de trabalhar imediatamente Isso é o que o discípulo do profeta fez. Tolice seria se ele tivesse ido trabalhar sem a cabeça de machado! Esse é o primeiro passo em busca da bênção. O próprio Jesus disse. “Permanecei... até” (Lc 24.49). 2. Temos que ficar a sós com nosso Mestre e ser honestos com Ele Isso foi o que o discípulo de profeta fez. Imediatamente estava consciente da perda e gritou por Eliseu. “ Ai, meu senhor!” (v.5). Se falhamos, deve haver em nós uma confissão de nosso fracasso a Deus. Quando fazemos essa confissão, podemos ter a garantia do Seu perdão (veja 1Jo 1.9). 3. Temos que mostrar a nosso Mestre o lugar onde perdemos efetividade e experiência O versículo 6 nos diz que a primeira pergunta de Eliseu foi sobre o que tinha acontecido – “Onde caiu?” Ele não repreendeu o jovem, mas quis saber o que tinha acontecido. Onde foi que você fracassou e perdeu o gosto pelas coisas do Senhor? • Quando você deixou de fazer suas devocionais diárias? • Quando você passou a se ausentar com frequência na Casa de Deus? • Quando você teve aquele problema com seu pastor, ou com algum outro irmão? • Quando você permitiu que aquela coisa duvidosa entrasse em sua vida? • Quando você fez aquela aliança profana? • Quando você admitiu aquele pecado em segredo? • Quando você entrou naquela transação desonesta? “Onde caiu?” Você nunca recuperará a cabeça do machado até que esteja disposto a mostrar a Deus onde ela caiu. IV. Você verá um milagre acontecer! O versículo 6 nos descreve como Eliseu realizou o milagre. 1. Eliseu usou um “pau” – um pedaço de madeira “Eliseu cortou um pau, e lançou-o ali, e fez flutuar o ferro”. Lembre-se de que estávamos todos perdidos, como aquele ferro no fundo do rio, e, por meio da morte de Jesus na cruz de madeira, o Senhor nos achou por intermédio de Jesus - “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados”(1Pe 2.24). O sangue de Jesus pode nos limpar por completo. Não duvide, confie Nele (1Jo 1.7). Ele é a nossa garantia. 2. O discípulo do profeta “estendeu a mão e o tomou” Aqui é o passo de fé. O verso 7 nos fala sobre isso. Por toda a vida é necessário lançar mão, pela fé, da provisão que o Senhor nos dá - a vitória em Cristo. Essa é uma experiência de humildade, como foi para o discípulo do profeta. Provavelmente os outros estavam assistindo; ele teve que se ajoelhar e estender a mão para retomar o que tinha perdido. aplicação É maravilhoso saber que, se nos encontrarmos perdidos, aflitos por culpa da nossa própria forma relapsa de servir a Deus, Ele vai à nossa procura e nos restabelece, nos renova e nos reequipa para continuarmos nossa trajetória de sucesso. Conclusão Vale a pena ler Oseias 14.1-7 – “Volta, ó Israel, para o Senhor, teu Deus, porque, pelos teus pecados, estás caído”. 16 Um dia de boas-novas texto básico 2Reis 7.1-15 versículo-chave 2Reis 7.9 “Então, disseram uns para os outros: Não fazemos bem; este dia é dia de boas- novas, e nós nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, seremos tidos por culpados; agora, pois, vamos e o anunciemos à casa do rei.” alvo da lição Conscientizar o aluno dos perigos que ele pode enfrentar caso retenha somente para si a mensagem do evangelho. leia a Bíblia diariamente seg 2Rs 6.8-33 ter 2Rs 7.1-20 qua Is 6.1-13 qui Ez 33.1-20 sex Ez 33.20-33 sáb Mt 13.44-58 dom Mt 28.1-20 Este estudo é baseado no ministério de Eliseu em Samaria. Narra-se a história de quatro leprosos que fizeram uma descoberta surpreendente e ficaram compelidos a compartilhar o que acharam com tantas pessoas quanto fosse possível. Imaginemos aqui a necessidade desesperada das multidões famintas de salvação ao nosso redor. Leia 2Reis 7.1-15 e se familiarize com a história. Samaria foi sitiada pelo exército sírio, e dentro da cidade estavam acontecendo coisas terríveis (veja 2Rs 6.24-31). As pessoas enfrentavam fome, doença e morte. Fora da cidade estavam quatro leprosos, também passando fome. Se eles permanecessem fora da cidade, morreriam; se se aproximassem do acampamento dos sírios também seriam mortos. Como é preferível morrer por ter tomado uma atitude a morrer por não tomar atitude alguma, resolveram entrar no acampamento. Para surpresa deles, “eis que lá não havia ninguém “, veja verso 5. O lugar estava deserto, e eles encontraram bastante comida, roupas, prata e ouro… satisfazendo, assim, a fome e o frio. Essa história é um grande desafio a nós que descobrimos Cristo, o Pão da Vida, e estamos rodeados por centenas de almas famintas, agonizantes, que estão em perigo de condenação (Ap 20.12-15). Deixe-nos focalizar sua atenção nas palavras dos quatro leprosos registradas no verso 9 Observe. I. O privilégio que desfrutamos “Este dia é dia de boas-novas” disseram os leprosos, e seguramente você pode dizer o mesmo. Diariamente durante 2.000 anos é um dia de boas- novas, inclusive hoje – leia os seguintes textos. Lucas 2.10-11; João 3.16; 2Coríntios 6.2; Gálatas 4.4; 1Timóteo 1.15; e Hebreus 3.7. Nós estamos vivendo o Dia da Graça, quando pecadores podem estar seguros de acolhimento se vierem ao Salvador (Jo 6.37); quando Deus espera habitar no coração de homens e mulheres indistintamente (Ap 3.20; 22.17). A maioria das pessoas está por aí sofrendo, perecendo, morrendo (Jo 3.16) dentro de nossas cidades, sem Deus e sem esperança. Enquanto nós, pela graça de Deus, fomos salvos. Esse é o privilégio que nós desfrutamos. II. O pecado que cometemos “Não fazemos bem”, disseram os leprosos, “este é um dia de boas notícias” (v.9). Esta é a situação de muitos irmãos que estão cometendo o pecado do silêncio! Faz dois mil anos que Jesus veio ao mundo, e ainda há milhões de pessoasque nunca ouviram falar do amor de Deus. Sentimo-nos culpados quando refletimos no fato de que poucos em nossa igreja realmente se preocupam em proclamar às pessoas onde encontraram a nova vida, fazem tão pouco pela salvação delas, mas, mesmo assim, celebram semana após semana a sua salvação. Esse é o pecado que nós cometemos. aplicação Por nosso silêncio, pecamos contra o Deus que nos deu o ministério da reconciliação. Por nosso silêncio, pecamos também contra aqueles para quem Cristo morreu e que precisam desesperadamente de salvação (1Jo 2.2). Por nosso silêncio, condenamos a nós mesmos e nos expomos a um perigo terrível do qual os quatro leprosos nos fazem lembrar. III. O perigo que enfrentamos “Não fazemos bem”, disseram os leprosos, “se esperarmos … seremos tidos por culpados”. Qual é o nosso problema, por que nos calamos? Quando celebramos nossa paz, significa que perdemos o medo das pessoas ao redor de nós; se nós não formos a elas, elas certamente morrerão … espiritualmente (Rm 6.23). Leia Ezequiel 33.7-9. Davi tinha isso em mente quando orou ao Senhor. “Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua exaltará a tua justiça. Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará os teus louvores” (Sl 51.14-15). Ele reconheceu a culpa que recai na alma de quem se mantém calado quando deveria falar. A esse perigo também se referiu o apóstolo Paulo em 1Coríntios 3.11-15. O pecado de silêncio resultará em perda inevitável dos galardões de Cristo. Como nós falhamos quando o assunto é evangelismo pessoal! Este é o perigo que enfrentamos! O que, então, pode ser feito para mudar definitivamente isso? IV. A postura que devemos assumir É indicado na última parte, nos versos 9-11. 1. Deve haver determinação Escute esses quatro homens. “Agora, pois, vamos e o anunciemos”. Se um crente ganhou dez almas para Cristo este ano e inspirou esses dez também a ganharem dez no próximo ano, e estes cem que ganharam dez, fizerem isto a cada ano, o resultado será que no sétimo ano, dez milhões de pessoas terão sido salvas. 2. Deve haver unidade “Vamos” disseram os leprosos. Havia quatro deles, e tudo o que faziam, eles faziam juntos. Um homem pode fazer muitas coisas sozinho, agora imagine uma igreja inteira dedicada a testemunhar sobre a salvação das almas! Observe Marcos 2.1-15 (especialmente o v.3). 3. Deve haver sacrifício Note que a palavra no versículo 9 é “ir”, e não “ficar”! (Mt 28.19). Este “ide” envolve sacrifício. Se os índios vão ouvir o evangelho, então devemos estar preparados para ir e anunciar-lhes, e para isso teremos de abrir mão do conforto de casa, bons salários, etc. Quem está preparado? 4. Deve haver ministração Note a palavra “anunciar” no verso 9. “Anunciar” significa abordar alguém e expor-lhe com autoridade e unção o plano da salvação. Por que é tão difícil falar sobre nosso melhor Amigo e tudo o que Ele tem feito por nós? Você obedeceria Marcos 5.19 hoje? – “Jesus ordenou-lhe. Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti”. 5. Deve haver urgência Os leprosos disseram, “se esperarmos … seremos tidos por culpados”. O tempo é curto. O perdido está morrendo. Jesus está voltando. As chances estão a cada dia menores (Jo 9.4). Veja o que acontecerá quando o povo de Deus estiver disposto a ir e contar (2Rs 7.9-12). a. os quatro leprosos contaram a um porteiro da casa do rei; b. o porteiro contou aos outros porteiros; c. os porteiros contaram ao rei; d. o rei contou à cidade; e. e, assim, a bênção se espalhou a todos. Conclusão Que desafio para nós é essa história simples dos quatro leprosos! De fato, “Este dia é dia de boas-novas”, por isso não devemos – e não podemos ficar calados. Com o exemplo dos quatro leprosos, lembramo-nos do exemplo dos primeiros apóstolos. “Chamando os apóstolos, açoitaram-nos e, ordenando- lhes que não falassem em o nome de Jesus, os soltaram. E eles se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome. E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo” (At 5.40-42). Que sigamos esses exemplos! 17 Elias, do Antigo ao Novo Testamento texto básico Malaquias 4.5-6 versículo-chave Mateus 3.2 “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” alvo da lição Refletir sobre a questão da pessoa de Elias e seus reflexos na pessoa de João Batista; e destacar a soberania de Deus e a necessidade de uma vida de arrependimento e santidade. leia a Bíblia diariamente seg Lc 4.25-26 ter Rm 11.2-4 qua Tg 5.17-18 qui Mt 11.14 e 17.12-13 sex Ap 11.1-3 sáb Lc 9.28-36 dom Mc 9.2-13 Não é sem motivos que um estudo sobre Elias provoca bastante interesse quando se refere à sua presença no Novo Testamento. O comentarista bíblico Bietenhard (DITNT) nos informa que “Elias é mencionado 29 vezes no NT” (30, se for incluída uma possível menção em Lc 9.54). Além disso, há bastante discussão sobre a relação João Batista - Elias, especialmente diante da aparente contradição entre as palavras de Jesus acerca de João (Mt 11.14; 17.12-13) e o que o próprio João testifica (Jo 1.21,25). Na área da escatologia também há bastante especulação acerca da possível presença de Elias como uma das duas testemunhas (Ap 11.3), especialmente na questão de se essa presença seria literal ou não. Nossa proposta não é resolver todas as questões, até porque essa é uma discussão que dificilmente terá fim antes de chegarmos ao céu. Vamos, porém, lidar com o assunto da maneira mais saudável possível e dar prioridade às questões que seguem. (O que é que eu, crente no Senhor Jesus, tenho com tudo isso?) Há algo que devemos aprender – alguma atitude a ser mudada, alguma advertência a ser atendida, alguma promessa a ser esperada? Vamos estudar as dimensões do ministério de Elias que têm influência direta em nossa vida como crentes no Senhor Jesus. I. O profeta do plano e da promessa de Deus (Mq 4.4-6; Jo 1.21,25) O Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento (DITNT) pondera que “alguns esperavam que Elias viesse antes da aurora do tempo do fim (Mc 9.11; Mt 17.10)”. Essa era uma expectativa dos escribas e até dos discípulos. Para os discípulos, o ministério de João (que, segundo o próprio Senhor Jesus, cumpria a expectativa da vinda de Elias) significava esperança e segurança na ação messiânica de Jesus. Para os escribas, Jesus não poderia ser o Messias porque faltava a manifestação de Elias (Mt 17.10). Toda essa expectativa começa com o texto de Malaquias 4.4-6. A promessa é que antes do “grande e terrível dia do Senhor” o profeta Elias seria enviado. Mais do que desenvolver uma discussão acerca de Elias no Novo Testamento, o conjunto dos textos mostra duas verdades que jamais podem ser esquecidas pelos crentes. 1. Deus tem um plano geral, completo e perfeito Seja na pessoa de João, o Elias que veio, seja na pessoa das testemunhas de Apocalipse, o Elias que virá, há que se destacar o controle extraordinário do Senhor da história passada, presente e futura. A pessoa de Elias é um testemunho da soberania do Deus que tem a história em Suas mãos. 2. Deus tem prometido e cumprirá Suas promessas A vinda de João Batista é um sinal maiúsculo do cumprimento das promessas de Deus. Tanto o profeta João, com ministério semelhante ao profeta Elias, como a reafirmação das testemunhas de Apocalipse 11.3 são evidências de que as promessas de Deus serão sempre fiel e cabalmente cumpridas. Podemos depender Dele e confiar em Suas promessas para nossa vida. II. O profeta do arrependimento e do Messias de Deus (Mt 17.3-12; Mc 9.2-13; Lc 9.28-36) Certamente que o objetivo do Senhor Jesus em dizer que Elias já veio (textos citados) não era confundir as pessoas ou contradizer João Batista. Jesus falava diretamente acerca do tema “arrependimento”. 1. O texto bíblico trata do maravilhoso cenário da transfiguração Nessa cena maravilhosa em que Moisés e Elias são convidados especiais, o assunto central erao cumprimento da promessa do Messias que acontecia em Jesus. Falavam especialmente de “sua partida que estava para se cumprir” (Lc 9.31). A segurança de que o Messias era Jesus se confirma na voz que se ouviu. “Este é meu Filho, o meu eleito” (Lc 9.35). A boa nova do evangelho é que o Messias chegou – e não há por que esperar por outro Messias (como os judeus erroneamente esperam até hoje). 2. O texto fala de arrependimento Aqui está o ponto mais delicado e importante de toda a discussão sobre Elias e João Batista. Enquanto o povo esperava uma “encarnação” física de Elias, o projeto de Deus era uma manifestação espiritual do ministério de Elias. Assim como ele pregava arrependimento, também João veio pregando arrependimento. Não há sinais de um outro profeta que atue tão decisivamente na condenação à idolatria e à corrupção moral como Elias (atacando até o rei Acabe e sua esposa idólatra e promíscua). João desenvolve ministério semelhante pregando arrependimento e atacando a corrupção moral de Israel (também atacando o rei Herodes e sua “esposa” idólatra e promíscua). A tragédia, conforme o próprio Senhor Jesus, é que os judeus esperaram tanto por Elias como quem esperava um momento messiânico político, e não o identificaram nem o receberam para acharem caminho para arrependimento, “antes fizeram com ele tudo quanto quiseram” (Mt 17.12 e Mc 9.13). Da mesma forma, também esperavam um messias político que redimiria a Israel, e não receberam a Cristo, o Filho de Deus. aplicação Para pensar: Será que nós, que estudamos a palavra de Deus hoje, também temos dificuldades para encontrar caminho de arrependimento para aguardar e apressar a vinda de nosso Senhor? Para pensar: Será que nós, que estudamos a palavra de Deus hoje, também temos dificuldades para encontrar caminho de arrependimento para aguardar e apressar a vinda de nosso Senhor? III. O profeta da fé e da providência de Deus (Lc 4.25; Rm 11.2-4; Tg 5.17-18) Elias também é conhecido como o homem que crê em Deus e experimenta em seu ministério a intervenção providente do Deus verdadeiro. O Novo Testamento destaca essa marca em sua história. 1. Exercício da fé Em Lucas 4.25, somos ensinados que o exercício da fé deve ser integrado à doutrina da soberania de Deus. O Deus que cura é o Deus que deve ser aceito e adorado. O caminho a ser percorrido pelo crente segue da aceitação da soberania de Deus e chega ao milagre, e não segue o caminho oposto. Devemos lembrar-nos das palavras duras de Jesus às multidões. “vocês me procuram porque viram milagres”. O crente crê em milagre, mas não é o milagre que ele procura – ele procura o Deus do milagre antes de tudo! 2. Controle da história Em Romanos 11.2-4, somos ensinados que o Senhor tem o controle da história. A palavra de Deus para Elias tem a finalidade de dar segurança e esperança. A mensagem para cada um de nós é que devemos descansar no Senhor. A ansiedade do Elias que pede para si a morte num momento de depressão (1Rs 19.4) dá lugar a uma nova esperança daquele que não está sozinho porque se tem colocado nas mãos do Senhor que controla todas as coisas. 3. A oração como caminho Em Tiago 5.17-18, somos ensinados que a oração é o caminho pelo qual acontecem os impossíveis. Os impossíveis são aquelas situações em que só Deus pode fazer algo. Aprendemos com Elias a crer na intervenção de Deus, inclusive e especialmente nos momentos mais difíceis de nossa vida (veja 1Rs 17.1). Conclusão A história de Elias faz parte de toda uma estrutura muito comum na Bíblia, que geralmente chamamos de “já e ainda não.” Veja alguns exemplos: o Messias já veio, mas há um sentido em que aguardamos o Messias; o reino já veio, mas aguardamos ainda uma nova dimensão do reino; já gozamos vida eterna, mas ainda estamos para tomar posse da vida; já somos salvos e somos ordenados a operar nossa salvação. E assim por diante. Os próprios discípulos ficavam muitas vezes confusos diante dessa questão que envolve a primeira e a segunda vinda de Jesus (veja At 1.1-8). É natural que nós também fiquemos curiosos e confusos diante de um personagem enigmático como Elias. Mais do que o questionamento histórico, o princípio que fica estabelecido na Bíblia é que somos chamados a arrependimento, reconhecimento da presença soberana de nosso Messias, e busca de uma vida santa. Essa era a mensagem de Elias no Antigo Testamento e também a mensagem de João Batista no Novo Testamento. Essa é também a mensagem da igreja que aguarda a segunda vinda do Senhor Jesus. Capa Folha de rosto Créditos Sumário 1. Elias, o homem e seu ministério 2. Elias e seu preparo 3. A tragédia que Elias enfrentou 4. Obadias, que temeu muito ao Senhor 5. O desafio no monte Carmelo 6. Elias, um homem poderoso em oração 7. Elias, um crente deprimido 8. A chamada de um líder-servo 9. Controlando os desejos do coração 10. O arrebatamento de Elias e a expectativa da igreja 11. A confirmação de Eliseu como profeta 12. Eliseu, um profeta atencioso 13. Eliseu e a escola de profetas 14. Eliseu e o general 15. A recuperação do machado perdido 16. Um dia de boas-novas 17. Elias, do Antigo ao Novo Testamento