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Copyright © 2005, Editora Cristã Evangélica Todos os direitos nacionais e internacionais desta edição reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida – em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação, etc. – nem apropriada ou estocada em sistema de banco de dados, sem a expressa autorização da Editora Cristã Evangélica (lei nº 9.610 de 19/02/1998), salvo em breves citações, com indicação da fontes As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Atualizada (ARA), 2ª edição (Sociedade Bíblica do Brasil), exceto indicações de outras versões. Editora filiada à Associação de Editores Cristãos Rua Goiânia, 294 – Parque Industrial 12235-625 São José dos Campos-SP comercial@editoracristaevangelica.com.br www.editoracristaevangelica.com.br Telefax: (12) 3202-1700 mailto:comercial@editoracristaevangelica.com.br http://www.editoracristaevangelica.com.br/ Num período de decadência espiritual e apostasia da história de Israel, viveram dois grandes profetas, Elias e Eliseu, que operaram milagres em nome de Jeová como testemunho de Deus naqueles tempos maus. Eram homens de ação! O ministério de Elias foi durante os reinados de Acabe e de Acazias (aprox. 918 a 894 a.C.), e o de Eliseu durante os reinados de Jorão, Jeú, Jeoacaz e Jeoás (aprox. 894 a 830 a.C.). Eliseu foi servo e sucessor de Elias, como Josué foi de Moisés, e Timóteo, de Paulo. As semelhanças entre Elias e Eliseu Eram profetas no Reino do Norte que dirigiram Escolas de Profetas e ambos enfrentaram reis apóstatas. Fizeram vários milagres, alguns de julgamento, mas a maioria de misericórdia. Esses milagres foram usados sempre com uma finalidade moral e espiritual para revelar a soberania e o poder de Deus, e se destacaram em épocas de crise espiritual. Os contrastes entre Elias e Eliseu Elias era um homem solitário; Eliseu, sociável, amigo de muitos. Elias vivia no deserto, com vestimenta peculiar, enquanto Eliseu vivia nas cidades, com roupa comum. No relacionamento com os reis, Elias era um homem severo, o terror do palácio, enquanto Eliseu era tolerante, amigo e conselheiro de reis. Não há dúvida de que Elias tinha um ministério mais importante do que Eliseu, mas cada um fez seu papel, agindo com firmeza contra os males daquela época. Não é difícil ver um paralelo entre a época desses dois homens de ação e a nossa nação hoje. O sincretismo religioso de hoje (Padre Cícero, Umbanda, Catolicismo, Nova Era, etc. – tudo misturado) e a confusão religiosa no meio evangélico demonstram uma situação semelhante. Tudo isso, junto com a situação moral do Brasil, com a ênfase na corrupção, violência, drogas e sexo, grita por uma intervenção divina. Onde está o Deus de Elias? Está aqui! Mas onde estão os homens e mulheres como Elias e Eliseu, homens de ação, que estão prontos a agir e ser verdadeiros profetas do século 21? Estas lições falam muito para nós nos dias de hoje. John D. Barnett Livros recomendados Elias - um homem nas mãos de Deus, William J. Petersen, Edições Vida Nova. 1 e 2Reis, introdução e comentário. Donald J. Wiseman, Série Cultura Bíblica, Edições Vida Nova. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 – Sumário – Elias, o homem e seu ministério Elias e seu preparo A tragédia que Elias enfrentou Obadias, que temeu muito ao Senhor O desafio no monte Carmelo Elias, um homem poderoso em oração Elias, um crente deprimido A chamada de um líder-servo Controlando os desejos do coração O arrebatamento de Elias e a expectativa da igreja A confirmação de Eliseu como profeta Eliseu, um profeta atencioso Eliseu e a escola de profetas Eliseu e o general A recuperação do machado perdido Um dia de boas-novas Elias, do Antigo ao Novo Testamento 1 Elias, o homem e seu ministério texto básico 1Reis 16.28-34; Tiago 5.17 versículo-chave Tiago 5.17 “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância.” alvo da lição Mostrar como Deus pode equipar e usar uma pessoa desconhecida, um joão- ninguém, para cumprir a Sua vontade. leia a Bíblia diariamente seg 1Rs 11.1-8 ter 1Rs 11.9-13 qua 1Rs 12.16-24 qui 1Rs 16.8-14 sex 1Rs 16.29-34 sáb 1Rs 17.1-7 dom Tg 5.17-18 Hoje começamos o nosso estudo de Elias. Mas seria bom iniciar perguntando por que devemos estudar a vida deElias? Quero sugerir três razões. 1. Há muitas semelhanças entre a época em que Elias viveu e a nossa época. 2. Apesar das dificuldades que enfrentou, ele provou que o poder de Deus é maior. Aprenderemos que Deus em nós, e por meio de nós é muito mais poderoso do que qualquer problema que enfrentamos. 3. Elias era uma pessoa bem simples. Aprenderemos o que Deus pode fazer por intermédio de uma pessoa simples, que ficou desanimada com o estado espiritual tão baixo do povo ao seu redor. De fato, Elias é uma pessoa comum a serviço de um Deus extraordinário. Onde está hoje o Deus de Elias, que pode enviar fogo do céu – que pode mudar a vida da nação? Ele está aqui em nosso meio! Ele quer trabalhar em nossa vida e por meio de nós mudar a nossa nação, também. Assim seja, amém! I. O mundo que Deus vê (1Rs 16.29-34) Com a morte do rei Salomão, Israel foi dividido em duas nações - Judá, o reino do sul, e Israel, o reino do norte. Quando Deus olhou para Israel, o reino do norte, não viu nada que Lhe agradasse. 1. Declínio espiritual da nação O reino do norte, Israel, estava numa situação triste. Já haviam se passado 58 anos desde a morte de Salomão. Nada menos de sete reis reinaram durante esse período – todos, sem exceção, tinham sido maus reis. O primeiro rei, Jeroboão, fez dois bezerros de ouro em Betel e Dã (1Rs 12.28-32) para impedir a ida do povo a Jerusalém para adorar a Deus. “E isso se tornou em pecado”. Com isso veio a corrupção do sacerdócio, porque Jeroboão constituiu sacerdotes homens que nunca foram chamados para esse ministério e, pior ainda, não tinham a capacidade para exercê-lo. Os outros reis eram assassinos, beberrões como Elá (1Rs 16.9) e continuaram a irritar “ao Senhor, Deus de Israel, com os seus ídolos” (1Rs 16.13). No fim chegou Acabe que “fez ... o que era mau perante o Senhor, mais do que todos os que foram antes dele” (1Rs 16.30). Acabe casou-se com uma princesa pagã, Jezabel, do território a Baal, e ela trouxe o culto de Baal para dentro da nação de Israel. O culto a Baal era feio, cheio de depravação sexual, prostituição espiritual e idolatria. Em outras palavras, era uma época de apostasia e de frieza espiritual. 2. Declínio moral da nação Começou com o reinado de Salomão e suas 700 esposas e 300 concubinas. O declínio não aconteceu de repente, mas gradualmente, e continuou por meio do culto depravado a Baal. Essa era a nação que Deus estava vendo. E parece que a situação em nossos dias não é muito diferente. 3. Hoje no Brasil a. O estado espiritual - há muito sincretismo espiritual. No meio evangélico, há muitas seitas diferentes, com uma mistura de espiritismo e Nova Era. No meio das nossas igrejas há muita frieza espiritual. b. O estado moral - drogas, sexo, AIDS e violência falam tudo a respeito do estado da nossa nação. Na Revista VEJA houve uma pesquisa sobre “O Retrato do Jovem Brasileiro”. Essa pesquisa descobriu que 7 de 10 moças de 17 anos para baixo já experimentaram sexo antes do casamento. Mas a tragédia é que há muitas jovens crentes seguindo os costumes do mundo nessa área. Casamentos mistos na igreja estão causando problemas semelhantes aos do casamento de Acabe com Jezabel! E há muitos outros sinais da degeneração espiritual da nossa nação e da igreja brasileira. Há falta de respeito à autoridade, frieza da igreja, falta de visão missionária, falta de um conhecimento profundo da palavra de Deus. II. O homem que Deus chama (1Rs 17.1-3) Sabemos muito pouco a respeito de Elias. 1. Era um desconhecido Não sabemos nada a respeito da sua família. Era um homem rude, do interior, que evitava a cidade. Era ninguém. 2. Foi criado num lugar difícil Foi criado no território de Gileade,que era deserto, com terreno rochoso, cujos vales tinham muitos animais ferozes. Elias era um homem que sabia o que era sofrer. Não teve uma criação fácil. 3. Tinha uma tarefa difícil De repente, Elias aparece – da roça ele é enviado para o palácio para se encontrar com o Rei Acabe e, pior ainda, com a rainha Jezabel! Como é que a gente enfrenta tarefas difíceis, como Elias? 4. Recebeu um nome interessante O seu nome fala muito - “Elias” = Jeová é Deus. Pelo menos podemos ter alguma noção de seus pais, pelo nome que lhe foi dado no nascimento. aplicação Será que o povo pode identificar Deus em nós? 5. Teve um caráter semelhante ao nosso “Homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos”. Era um homem complexado, ficou com raiva, exigiu vingança, ficou deprimido, mas era corajoso e demonstrou autodisciplina. Um homem, de fato, semelhante a muitos de nós! 6. Homem de oração (Tg 5.17-18) Quando ele orava, algo acontecia. Já tivemos essa experiência? Quando oramos, esperamos que algo aconteça, também? 7. Foi chamado por Deus Foi um homem que Deus chamou e a ele foi dado poder para fechar os céus para que não chovesse e poder para pedir que fogo caísse dos céus. III. A palavra que Deus dá (1Rs 17.1) É interessante notar algo a respeito da palavra que o Senhor deu a Elias e que nos dá, também. 1. Uma palavra viva “Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel”. 2. Uma palavra de autoridade “Perante cuja face estou” – era uma palavra que vinha do Senhor. Será que quando eu ensino na escola bíblica, ou quando prego, ou dou uma palavra para os adolescentes, ou jovens ou senhoras, falo com a autoridade que vem do Senhor? Eu prego ou ensino com autoridade – “Assim diz o Senhor”? 3. Uma palavra solene Que palavra difícil para transmitir! Vai faltar chuva – “nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra”. Era, de fato, uma palavra de julgamento divino sobre os pecados do povo. É bom notar que há dois aspectos da pregação do evangelho. Devemos enfatizar o amor de Deus, mas não podemos deixar de falar, também, da ira de Deus sobre o pecado. Há muita falta disso hoje na pregação do evangelho. Quando foi a última vez que ouvimos um sermão sobre o inferno? Conclusão É bom descobrir o tipo de pessoa que Deus chama e usa. Elias era um semelhante a nós. E como Deus usou Elias de uma maneira extraordinária, Ele pode nos usar, também. O que é importante é que estejamos disponíveis para ser usados por Ele. A época em que Elias vivia não era tão diferente da nossa época. Como Deus está precisando de homens e de mulheres com um ministério profético para confrontar os males da nossa nação com a mensagem viva da palavra de Deus! 2 Elias e seu preparo texto básico 1Reis 17.1-16 versículo-chave 1Reis 17.1 “Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra.” alvo da lição Mostrar como Deus prepara a pessoa que Ele quer usar. leia a Bíblia diariamente seg Sl 4.1- 8 ter Sl 5.1-12 qua Sl 6.1-10 qui Sl 12.1-8 sex Sl 16.1-11 sáb Sl 147.1-20 dom Lc 4.16-30 “Deus prepara o homem que Ele quer usar.” Essa frase tão verdadeira e prática não poderia deixar de ser uma realidade na vida de Elias. Pois um homem que foi chamado para enfrentar enormes desafios de confiança e fidelidade a seu Deus deveria receber um preparo suficiente que demonstrasse ao profeta o “tamanho” do seu Senhor. O propósito desta lição é mostrar o que Deus usou para desenvolver a fé de Elias e assim prepará-lo para os futuros desafios de seu ministério profético. I. Elias experimenta a presença, a proteção e a provisão de Deus (1Rs 17.1-6) 1. A presença de Deus (1Rs 17.1) É sabido que a seca, pelo fato de trazer sede e fome, é uma das grandes armas que o Senhor usou várias vezes na história para punir e provar Seu povo. Daí a máxima: “A natureza volta-se contra os homens rebeldes.” Em 1Reis 18.1 concluímos que o período de seca durou três anos, tempo mais que suficiente para trazer danos, enfermidades e mortes ao povo. “Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou” (1Rs 17.1) conta-nos de um homem certo da presença de Deus em sua vida, pois “perante cuja face” é expressão de proximidade e de intimidade. E como a certeza da presença de Deus é importantíssima para aquele que pretende servi-Lo! Veja Êxodo 33.12-15; Salmo 16.11; Mateus 28.20. 2. A proteção de Deus (1Rs 17.2-3) “Retira-te daqui, vai para o lado oriental, e esconde-te junto à torrente de Querite, fronteira ao Jordão” (17.3). A Bíblia Vida Nova nos informa que a torrente de Querite seria um pequeno córrego que só apresentava correnteza em épocas de chuva. Devia localizar-se em lugar deserto, para que Acabe não encontrasse o profeta. E por que se esconder? Porque uma palavra profética que anuncia ausência de orvalho e de chuva durante três anos a um rei perverso, traria perseguição e morte ao profeta. E também porque Deus sempre usa um lugar desértico para preparar Seus servos: Moisés passou quarenta anos no deserto; Jacó passou catorze anos de frustração em Harã; Paulo ficou na Arábia durante três anos; e José teve que passar um tempo na prisão egípcia até que Deus o elevasse ao governo do Egito. Não deve ter sido fácil para Elias ter que ir a Querite quando, no fundo, desejava ir para o confronto no monte Carmelo! 3. A provisão de Deus (1Rs 17.4-6) Por que Deus escolheria uma ave de rapina para sustentar Seu profeta? Por que um animal que se alimenta de carniça, que é predatório e repelente? Por que Deus usaria uma ave considerada imunda segundo a lei (Lv 11), como o corvo, para alimentar Seu servo? Esta não é a primeira nem a última vez que o corvo é mencionado como instrumento de Deus para cumprir Seus propósitos. Noé soltou um corvo da arca para verificar se as águas diluvianas já haviam minguado da superfície da terra (Gn 8.6-7); Elias e Eliseu - Homens de Ação é questionado por Deus: “Quem prepara aos corvos o seu alimento, quando os seus pintainhos gritam a Deus e andam vagueando, por não terem que comer?” (Elias e Eliseu - Homens de Ação 38.41); o salmista lembra-nos que o Senhor “dá o alimento aos animais e aos filhos dos corvos, quando clamam” (Sl 147.9); e o próprio Senhor Jesus Cristo lançou mão dos corvos para ilustrar a provisão de Deus. “Observai os corvos, os quais não semeiam, nem ceifam, não têm despensa nem celeiros; todavia, Deus os sustenta. Quanto mais valeis do que as aves!” (Lc 12.24). Certamente Deus queria ensinar a Elias que Ele é Jeová-Jireh (“o Senhor proverá” - Gn 22.14). E para fazer isso Ele usa quem quer, onde quer, quando quer e como quer; ou, como escreveu Petersen, “Deus cuidará de você, mas não seja muito exigente quanto aos garçons que forem usados pelo Senhor”. II. Elias e a torrente que secou (1Rs 17.7) Por que a torrente secou? Você pode ironizar e responder. “Porque a água acabou!” Porém não estamos pensando no lado lógico do fato, mas no propósito principal de Deus, ou seja, o que o Senhor está querendo ensinar ao Seu profeta desta vez? Por isso, três possíveis motivos são sugeridos por Petersen, e é evidente que concordamos com ele. 1. Elias precisava aprender a relacionar-se com os outros Ele era um solitário. A sua semelhança com João Batista se deve também a este fato (cf. Mt 17.12-13). O relacionamento com as pessoas traz tensões e problemas; por isso, para alguns, a vida isolada é bem mais fácil. Mas o profeta não foi chamado para pregar aos corvos, e sim aos homens. aplicação Qualquer pessoa que deseja servir ao Senhor com frutos que permaneçam precisa trabalhar e permitir ser trabalhado na área dos relacionamentos interpessoais. Em outras palavras, ministério eclesiástico é relacionamento. 2. Quando as torrentes secaram, ficou mais atento à voz de Deus Mesmo estando em lugar desértico, não era difícil Elias já ter se acostumado com o suprimento diário. Mas Querite secou, e agora teria que perguntar. “Para onde, Senhor?” aplicação É famoso entre os crentes o pensamentoque “quando Deus fecha uma porta, logo abrirá outra.” Muitas vezes não queremos aceitar certas mudanças de Deus para nós, daí a necessidade de uma fonte secar, obrigando-nos, por uma questão de sobrevivência, a mudar de rumo. 3. Foi para ensinar mais sobre Deus A sabedoria de Deus é multiforme. Alguém já disse que Deus não gosta de monotonia e que Ele nunca tem um só método de ensino. Por isso, Querite não poderia revelar tudo a respeito de Deus. É verdade que Elias aprendeu muito sobre o Deus-Provedor, mas havia muitas outras coisas que o profeta precisava aprender sobre o Senhor. aplicação Há uma frase muito interessante de Martyn Lloyd-Jones sobre a Bíblia e o crente. “Não há nada que seja mais perigoso para a vida da alma do que sempre ficar lendo as nossas passagens favoritas, e não somente é um perigo para a alma, é abusar das Escrituras.” Semelhantes a isso são os crentes e os pregadores que enfatizam sempre a mesma faceta do caráter de Deus; o que redundará numa espécie de “subnutrição espiritual”, ou seja, alimentou-se muito de uma coisa, mas esqueceu-se de outra. Faltou equilíbrio, faltou uma alimentação variada ou balanceada. III. Elias e a viúva (1Rs 17.8-16) “Levanta-te, e vai a Sarepta... eis que eu ordenei a uma mulher viúva que te sustente.” (1Reis 17.9) 1. A cidade Sarepta é comumente identificada com a aldeia moderna de Sarafand, cerca de 14,5 quilômetros ao sul de Sidom, na costa do mar Mediterrâneo. Jerônimo diz-nos que o lugar ficava em uma estrada que corria ao longo da costa marítima, de Tiro e Sidom. E isso colocou Elias em território estrangeiro, onde ele estaria em segurança (O Antigo Testamento Interpretado, vol. 2, p.1434). É provável que Elias não conhecesse Sarepta, mas quando ouviu Sidom, identificou o lugar. 2. A viúva Uma mulher viúva geralmente não se encontra em boa situação financeira. Em tempo de fome então é desnecessário comentar! Mas é justamente alguém assim que Deus escolhe agora para sustentar Seu profeta. Por quê? Paulo escreveu que “Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes” (1Co 1.27- 28). Mas, por quê? A resposta é fornecida pelo próprio apóstolo. “A fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1Co 1.29). 3. Elias A princípio, Elias parece ter sido extremamente egoísta e desumano com a viúva. Exigiu que ela trouxesse água para ele, e depois pediu pão. E ainda mais, pediu que assim que o pão ficasse pronto, o primeiro pedaço fosse dele. Não é um abuso? Todavia, devemos olhar para o plano de Deus. Essa viúva não sofreu nenhum tipo de abuso, pelo contrário, foi uma privilegiada. O próprio Senhor Jesus se referiu a ela em Lucas 4.25-26 (leia o texto) como uma escolhida de Deus. Porque além de receber a visita do profeta, ela teve abundância em tempo de fome, pois “da panela a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou (v.16). As duas grandes lições desse episódio são. a. Deus prepara pessoas para ajudar a outras. A viúva já tinha sido preparada pelo Senhor para receber e atender os pedidos do profeta; b. A obediência sempre traz recompensa. Mesmo sem entender, ou quando parecer ilógico, atenda os pedidos do Senhor, pois o fim será alegria, vitória e paz. Conclusão Nosso profeta Elias agora já conhece mais um pouquinho do seu Deus. Ele usa animais e pessoas para cumprir Seus propósitos. Ele faz uma fonte jorrar ou secar; usa uma viúva à beira da morte, por causa da fome, para sustentá- lo. Tudo isso precisava acontecer na vida de Elias, porque grandes desafios aguardavam pelo profeta. 3 A tragédia que Elias enfrentou texto básico 1Reis 17.17-24 versículo-chave 1Reis 17.24 “Então, a mulher disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és homem de Deus e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade.” alvo da lição Mostrar que, mesmo no meio de dúvida e dor, o Senhor nunca nos desampara. leia a Bíblia diariamente seg Mt 27.45-54 ter Mc 5.35-43 qua Lc 7.11-17 qui Jo 11.1-27 sex Jo 11.28-46 sáb At 9.36-43 dom At 20.7-12 “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5). Você consegue imaginar a alegria de Elias, da viúva e de seu filho, após a “multiplicação” da farinha e do azeite? (1Rs 17.8-16) Foi um milagre! Após acontecimentos assim, as pessoas sempre ficam alegres, cantam e saltam de alegria. Veja Êxodo 14.30-15.2; Salmo 126.1-3; Lucas 19.37; Atos 3.3-7. Também é muito provável que Elias não tenha pensado que mais problemas pudessem chegar tão cedo. Afinal, havia comida em abundância num tempo de seca e fome. Ele tinha um quarto particular com vistas para o mar Mediterrâneo, o que significava não apenas noites de sono bem melhores que no deserto de Querite, como proteção contra os enviados de Acabe para prendê-lo. Por tudo isso, a doença e a morte do filho da viúva não estavam no “programa” do profeta. Mas... aconteceu! I. O filho da viúva morreu! (1Rs 17.17-23) 1. A dor e o questionamento da viúva (1Rs 17.18) Qualquer pai ou mãe sofrem muito ao lado de um filho doente. Imagine quando ele morre! Alguém já disse que essa é uma das maiores dores que pode visitar o coração humano: a perda de um filho. Para essa viúva não poderia ser diferente. Período de fome, sem marido e agora sem filho. Quanta calamidade! A perda do filho significava para ela uma vida de muita solidão e desesperança, pois enquanto o filho vivesse, poderia contar com alguém para cuidar dela na velhice. Mas agora, tudo acabou. Suas perguntas a Elias no verso.18 fazem muito sentido. “Que fiz eu, ó homem de Deus? Vieste a mim para trazeres à memória a minha iniquidade e matares o meu filho?” As pessoas sempre associam sofrimento ao pecado (veja Lc 13.4-5; Jo 9.1-2). O fato dela chamar Elias de “homem de Deus” quer dizer que pensava que o propósito maior de Deus ao enviar o profeta à sua casa não era o de livrá-la da morte por fome, mas sim punir algum pecado particular oculto, justamente em cima de seu filho. Observe bem estas duas citações. - “Tão primitiva ideia de Deus, como alguém que esteja procurando pecados inconscientes ou há muito esquecidos, fervoroso no trato de estritas penalidades, está longe de ser morta hoje em dia” (Norman H. Snaith). - “É principalmente em tempos de adversidade que consideramos devidamente nosso estado moral; as aflições externas com frequência produzem profunda sondagem no coração” (Adam Clarke). Sabemos da lei da semeadura e da colheita (Gl 6.7), que é para todos e para todas as áreas da vida; e sabemos também que Deus disciplina ou corrige Seus filhos (Hb 12.4-6). Mas não podemos associar todo sofrimento ou tragédia ao pecado. Elias e Eliseu - Homens de Ação é um exemplo claro dessa afirmação. Ele sofreu todas aquelas perdas e danos não por causa de seu próprio pecado, porque era “homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Elias e Eliseu - Homens de Ação 1.1). E os amigos de Elias e Eliseu - Homens de Ação tentaram, a todo custo, encontrar uma explicação para o sofrimento dele. Mas no final, Deus disse a um deles. “A minha ira se acendeu contra ti e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Elias e Eliseu - Homens de Ação” (Elias e Eliseu - Homens de Ação 42.7). Resumindo, os amigos de Elias e Eliseu - Homens de Ação não conseguiram ver no sofrimento algo além do que um mero castigo de Deus pelo pecado do homem; não podiam ver um propósito soberano maior que esse, mas Deus não é um déspota ou um desmancha-prazeres, que não pode ver um de Seus filhos cometer pecado sem logo vir para a vingança. Tal pensamento não se encaixa com o caráter do Deus, que é amor (1Jo 4.8) e cheio de misericórdia (Sl 136.1; Is 55.7). 2. A resposta de Elias (1Rs 17.19) Por que Jesus Cristo ressuscitou? Dentre tantas respostas verdadeiras a que queremos ressaltar é esta. Alguém que começou seu ministério anunciando a vida não poderia terminá-lo tragado pela morte. Da mesma forma, um profeta que é enviado à casa de uma viúva, sob a direção de Deus,a fim de por ela ser sustentado, também não poderia deixar um “saldo” de morte e dor. Como era de se esperar, Elias não respondeu às perguntas da viúva. Enquanto ela estava chocada com a morte do filho, o profeta simplesmente disse. “Dá-me o teu filho...” (v.19). Petersen lembra-nos de que é melhor conhecer a Deus do que saber o porquê. Sendo assim, a resposta de Elias às perguntas da viúva foi mais uma vez buscar o socorro Daquele que sabe e pode todas as coisas. aplicação Que tipo de pergunta você faz quando enfrenta sofrimento e dor? Que respostas espera obter de Deus? 3. A oração de Elias (1Rs 17.20-21) “Ó Senhor, meu Deus, também até a esta viúva, com quem me hospedo, afligiste, matando-lhe o filho?” Entendemos que essas palavras de Elias não significam acusação, mas, com certeza, uma expressão da enorme surpresa do profeta. Pois quando ele esperava que ela fosse recompensada por tudo que tinha feito e estava fazendo em prol dele, o pior acontece. Não cremos que Elias sabia previamente o que iria acontecer ao filho da viúva. Mas o profeta não sabe tudo? Não, sabe apenas o que Deus quiser lhe revelar. É interessante destacar a expressão “matando-lhe o filho”. Elias está atribuindo a Deus a autoria ou a responsabilidade direta da morte do filho da viúva. Então é por isso que ele ora. Por quê? Porque o Deus que tira a vida é o mesmo que a concede. Daí o pedido “faças a alma deste menino tornar a entrar nele”. E a certeza do profeta de que Deus irá responder tal oração é tamanha, que ele não teme a contaminação devido ao contato com um cadáver, prevista na lei (Nm 6.6; 9.6; 19.11). O amor está acima da lei. Mas é o amor genuíno ou divino, quando derramado em nosso coração. II. A resposta de Deus e o testemunho da viúva (1Rs 17.22-24) 1. A resposta de Deus (1Rs 17.22-23) “Vê, teu filho vive” (v.23). Podemos criar em nossa mente essa cena. Elias trazendo o filho vivo e colocando nos mesmos braços da mãe que poucos instantes antes o havia entregado morto ao profeta! É claro que temos que lembrar das palavras de Jesus na ressurreição de Seu amigo Lázaro. “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11.25). Pouco antes do milagre, tanto Marta quanto Maria disseram ao Senhor Jesus. “Se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido” (Jo 11.21,32). Mas Jesus não queria apenas curar a enfermidade de Lázaro, o propósito de Deus era maior. Do mesmo modo, o propósito de Deus para a viúva não era só multiplicar farinha e azeite, mas um feito inédito para ela e para o profeta: um morto tornou a viver. 2. O testemunho da viúva (1 Rs 17.24) “Tu és homem de Deus e a palavra do Senhor na tua boca é verdade”. Elias precisava ouvir isso? O que significava esse testemunho da viúva na vida e no ministério do profeta? Primeiro de tudo, essas palavras demonstram que a paz, a alegria e a fé voltaram ao coração dessa mulher tão sofrida. Elias não poderia ter deixado uma “má imagem” do seu Deus a essa viúva. E os fatos são sempre mais fortes que qualquer argumento. E, por fim, Elias saiu fortalecido de tudo isso. Conheceu mais ainda do seu Senhor. Estava um pouco mais bem preparado para os novos desafios. Na verdade, os milagres servem para pelo menos duas coisas: a. exaltar a glória de Deus; b. aumentar a fé dos homens (Jo 3.2; 6.14). Conclusão Precisamos deixar perguntas para reflexão de cada um. “Será que a palavra do Senhor na minha boca é verdade? As pessoas estão me dizendo isso? Por que elas me dizem isso?” 4 Obadias, que temeu muito ao Senhor texto básico 1Reis 18.1-19 versículo-chave 1Reis 18.3 “Acabe chamou a Obadias, o mordomo. Obadias temia muito ao Senhor.” alvo da lição Mostrar o valor de uma vida de fidelidade ao Senhor mesmo enfrentando as pressões do povo incrédulo ao nosso redor. leia a Bíblia diariamente seg Jr 1.1-19 ter Jr 2.1-19 qua Jr 2.20-37 qui Jr 10.1-25 sex Jr 17.1-11 sáb Jr 19.1-15 dom At 17.16-34 Obadias é mais uma escola pela qual Elias precisava passar. Porque a tendência de Elias era pensar em si como o único homem fiel perante o Senhor (veja 1Rs 19.10,14). E mais ainda, precisava aprender que alguém poderia conservar o temor do Senhor mesmo servindo a um rei perverso como Acabe (veja 1Rs 16.33). Deus sempre tinha alguém do outro lado da “linha” no ministério de Elias. Quando o profeta foi para Querite, Deus havia falado aos corvos; quando foi a Sarepta, o Senhor já havia preparado a viúva. E agora, quando chega a hora de ele se reencontrar com Acabe, Obadias já estava preparando o terreno para o retorno do profeta. Isso nos ensina algo, pois pensar que somos os únicos em qualquer situação é um terrível engano. Um famoso pregador certa feita disse que Deus lhe havia dito que ele não poderia falhar, porque se falhasse, Deus não teria outro. Resultado: ele falhou, mas a obra de Deus continua sendo realizada. I. O retorno de Elias (1Rs 18.1-2) Comparemos 1Reis 17.3, “Retira-te daqui”, com 1Reis 18.1, “Vai, apresenta-te a Acabe”! Essas duas palavras do Senhor a Elias demonstram claramente duas situações opostas. Na primeira, Deus ordena ao profeta se distanciar do rei perverso; na segunda, a ordem é para se aproximar de Acabe. Na primeira, a grande seca é predita; na segunda, a chuva vai voltar. Não deve ter sido fácil para o profeta. Afinal, aos olhos de Acabe, só havia um responsável por toda aquela calamidade que estava acontecendo, Elias. Na mente de Acabe, o principal responsável pela falta de verde no campo, de frutos nas árvores, de pastagem para os animais, pelo solo rachado e improdutivo e por tantas mortes era o “perturbador de Israel” (1Rs 18.17). Quando deveria pensar que a verdadeira causa de tamanha calamidade era a idolatria. Portanto, “apresenta-te a Acabe” era um desafio de vida ou morte para Elias. Todavia, o nosso profeta era obediente: “Partiu, pois, Elias a apresentar-se a Acabe” (1Rs 18.2). II. Quem era esse Obadias? (1Rs 18.3-6) O nome “Obadias” quer dizer “Servo de Deus”. Um nome comum no Antigo Testamento. Esse Obadias não deve ser confundido com o profeta cujo livro leva o mesmo nome. Diz-nos o texto que Obadias era “mordomo” do rei Acabe. Isso significa que ele trabalhava diretamente com Acabe. Era o homem que providenciava alimento, roupas e alojamento para a família real, assim como para todos os servos e animais do palácio. Podemos dizer que era homem de confiança do rei. Por isso é que ele entra em cena. Acabe o chama para que percorram a terra a fim de encontrarem “erva, para que salvemos a vida aos cavalos e mulos e não percamos todos os animais” (1Rs 18.5). Mas temos outra informação sobre Obadias. “temia muito ao Senhor” (1Rs 18.3). A prova disso foi o fato de esconder e alimentar cem profetas do Senhor, a fim de não serem mortos por Jezabel (1Rs 18.4). “Com a escassez de pão e água, não seria fácil que Obadias obtivesse o suficiente para sustentar cem profetas sem ser notado. Mas fez isso, embora pudesse ser descoberto a qualquer momento” (Petersen). Você pode perguntar. “Como alguém consegue temer ao Senhor e, ao mesmo tempo, ser mordomo de um rei idólatra?” A resposta está na própria história bíblica. Isto é, da mesma forma como Noé foi homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos, que estavam dominados pela maldade (Gn 6.5,9); como José serviu a Faraó do Egito e foi reconhecido homem de Deus (Gn 41.37- 45); e também da maneira que Daniel foi fiel ao Senhor no palácio de Nabucodonosor (Dn 1.8). Também havia cristãos na casa de César (Fp 4.22), a serviço do imperador de Roma, o mesmo que perseguia cristãos. Onde nossa luz deve brilhar? É claro que deve ser nas trevas. “Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Fp 2.15). aplicação Você consegue temer ao Senhor no seu trabalho, na sua escola e em seu lar? E com amigos não crentes? Mas o que significa temer ao Senhor? A ideia básica é reverência, respeito. É tremer da Sua palavra (Is 66.2).É também medo, no sentido de pensar nas consequências de desobedecer a Deus. Provérbios é um livro que exalta muito o temor do Senhor (veja Pv 15.16; 16.6; 28.14). III. O encontro de Elias com Obadias (1Rs 18.7-16) A primeira atitude de Obadias para com Elias foi de respeito. “Prostrou-se com o rosto em terra e disse. És tu meu senhor Elias?” (1Rs 18.7). Eles já se conheciam, mas para Obadias, o profeta Elias já estava morto havia muito tempo (1Rs 18.10). Para Obadias foi uma surpresa encontrar o profeta, mesmo porque ele estava procurando erva e não um homem. A palavra de Elias foi um peso para Obadias. “Vai e dize a teu senhor. Eis que aí está Elias” (1Rs 18.8). E ele viu nessas palavras o anúncio de sua própria morte (1Rs 18.9). E de onde vinha esse medo? Obadias achava que o Espírito do Senhor poderia arrebatar Elias a qualquer momento para outro lugar (1Rs 18.12). Então, se ele dissesse a Acabe que Elias estava em tal lugar e, ao verificar, o profeta já não se encontrasse, o rei poderia ver nisso uma grande mentira; e Obadias pagaria com a própria vida. “Disse Elias. Tão certo como vive o Senhor dos Exércitos, perante cuja face estou, deveras, hoje, me apresentarei a ele” (1Rs 18.15). Essa palavra foi uma espécie de “juramento” por parte do profeta. Ele empenhou sua palavra fazendo uso do nome do Senhor. Obadias precisava dessa garantia. Mas aqui temos algo novo. É a primeira vez que Elias se refere a Deus como “Senhor dos Exércitos”. O que há por trás desse nome? No hebraico a expressão Jeová Sabaoth aparece 247 vezes no Antigo Testamento e apenas duas vezes no Novo Testamento (Rm 9.29; Tg 5.4), sendo que uma delas é citação direta de Isaías. Foi um nome muito usado por Isaías, Jeremias, Ageu, Zacarias e Malaquias, mas não é tão frequente nos primeiros livros do Antigo Testamento. Qual é a importância de dar destaque a esse nome divino nesta lição? Ele revela duas facetas importantíssimas do caráter de Deus. 1. Poder “Exércitos” se refere principalmente aos exércitos celestiais de anjos que servem ao Deus Todo-Poderoso. O salmo 24 menciona que Deus é“forte e poderoso... poderoso nas batalhas” (Sl 24.8,10). As frequentes guerras de Israel para conquistar Suas promessas e preservar o que foi conquistado fizeram com que uma verdade fosse revelada: “Um só homem dentre vós perseguirá mil, pois o Senhor , vosso Deus, é quem peleja por vós, como já vos prometeu” (Js 23.10). Isso significa que Ele sempre foi o comandante supremo de todo poder militar em Israel. E mais, Ele entra na batalha, Ele está na batalha. Você se lembra do que Davi disse a Golias? “Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome doSenhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado” (1Sm 17.45). Em outras palavras, o segredo das vitórias de Israel nas batalhas sempre foi este: Seu Comandante é muito bom! Resumindo, Deus tem um exército, Ele comanda esse exército para pelejar no céu e na terra, em favor do Seu povo. 2. Santidade A visão que Isaías teve de Deus no capítulo seis é mais que suficiente para a nossa segunda afirmativa. “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono... Serafins estavam por cima dele... E clamavam uns para os outros, dizendo. Santo, santo, santo é oSenhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6.1-3). Alguém já disse que a santidade de Deus é Seu principal atributo. Por isso, o Deus que nos protege é o mesmo que pede de nós santidade de vida (1Pe 1.16). É um desafio constante! Elias, então, estava dizendo a Obadias estas duas verdades acerca do Deus que ambos serviam. Deus está nos guardando e nos protegendo com Seu exército; Ele é um Deus santo, por isso não posso mentir na presença Dele, pois estou “perante Sua face”. Não temas, Obadias, Elias não sumirá. aplicação Reflita com sua classe: O seu Deus é o Senhor dos Exércitos? Que implicações isso tem em sua vida diária? Poder e santidade andam juntos mesmo? IV. Elias perante Acabe (1Rs 18.17-19) “És tu, ó perturbador de Israel?” (1Rs 18.17) Que maneira mais estranha de tratar um profeta! Entretanto, como é Acabe, a gente entende! Afinal, o rei estava perante o homem que havia profetizado três anos de seca e fome. Há uma nota de rodapé na Bíblia Vida Nova para esse versículo que é formidável, e não podemos deixar de mencioná-la aqui. “O pecador nunca reconhece que é ele mesmo quem perturba o seu próprio íntimo, sua própria saúde, e seu próprio ambiente social. Sempre culpa quem lhe desperta a consciência. É por isso que a psicologia pagã, vendo as pessoas perturbadas por um senso de culpa, admite abolir toda a moralidade, julgando que com a ausência da lei moral o pecado jamais preocuparia, uma vez que o ilícito passaria a ser lícito. Mas sendo Deus justo e o homem pecador, tal inversão seria uma aberração moral.” Entretanto, a resposta de Elias no verso 18 mostra que ele fora preparado pelo Senhor para este memorável encontro. Porque ao invés de sentir medo e tremer, ele ousadamente retrucou. “Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins.” Os baalins Era o nome coletivo para Baal, que no paganismo de Canaã era considerado o deus das chuvas e do fogo. Havia santuários construídos para adorar esse “deus da fertilidade”. Essa adoração incluía os piores abusos sexuais e o sacrifício de crianças (veja Jr 19.5). E quem foi a grande incentivadora do culto a Baal? Jezabel, a esposa do homem que está culpando o profeta pela calamidade em Israel. A dimensão dessa terrível idolatria era tamanha que Elias, ao lançar o desafio, que será estudado na próxima lição, mencionou quatrocentos e cinquenta profetas de Baal (1Rs 18.19). É muita gente! Por aí podemos perceber a influência do paganismo em Israel e a necessidade de um castigo divino, e também a necessidade do desafio público e final de Elias aos “profetas do poste-ídolo que comem da mesa de Jezabel” (1Rs 18.19). Conclusão No palácio, Acabe convivia com Obadias, que temia muito ao Senhor, e com Jezabel, adoradora de Baal. Concluímos que desse rei poderia se dizer que ele “acendia uma vela para Deus e outra para o diabo”. Mas ninguém pode servir a dois senhores (Mt 6.24). Deus não quer concorrente; mesmo porque não existe concorrente. Há um só Deus. aplicação Sejamos como Obadias, e colheremos os frutos da fidelidade a Deus, mesmo morando no meio de uma geração má e idólatra. 5 O desafio no monte Carmelo texto básico 1Reis 18.20-40 versículo-chave 1Reis 18.37 “Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu, Senhor, és Deus e que a ti fizeste retroceder o coração deles." alvo da lição Mostrar que o verdadeiro Deus é um Deus que intervém e acode os Seus filhos quando estes clamam por Ele. leia a Bíblia diariamente seg Rm 12.1-21 ter Ef 4.17-24 qua Am 5.21-27 qui Hb 10.19-25 sex Jl 2.12-27 sáb 1Rs 18.1-19 dom 2Cr 29.1-11 Este trecho da palavra de Deus (1Rs 18.20-40) relata um incidente dramático e impressionante, que poderíamos chamar aqui de “uma prova de fogo”. Um só homem de Deus enfrenta uma multidão de idólatras, e os vence completamente. Fazendo uma leitura cuidadosa do texto, podemos notar a diferença entre a conduta dos adoradores de Baal (v.26-29) e a do profeta Elias (v.30-37). • adoradores de Baal - fanatismo, histeria, esforço físico e descontrole emocional; • Elias - serenidade, confiança, desprezo pelos recursos dos idólatras, ao mesmo tempo não hesita em tornar ainda mais difíceis as condições em que o Senhor Deus vai vencer. Como povo de Deus, buscamos quase sempre o caminho mais fácil e mais curto para alcançarmos uma graça de Deus, mas não foi assim com Elias: ele dificultou os meios naturais para alcançar uma bênção sobrenatural. O que levou Elias a desafiar publicamente os profetas de Baal no monte Carmelo? Gostaria de destacar pelo menos três preocupações de Elias. I. A idolatria que Acabe promoveu em Israel (1Rs 18.18-20)Há vários aspectos que devemos notar. 1. Elias entendeu que Acabe era responsável por aquele momento de apostasia em que a nação de Israel estava vivendo. “Porque deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins” (1Rs 18.18). 2. O culto a Baal estava em plena ascensão A família real sustentava aqueles homens (profetas de Baal), que tinham assim liberdade de atender ao culto a Baal, com suas muitas ramificações e manifestações locais (1Rs 18.19; Jr 2.8). 3. Acabe estava muito confiante em seu falso culto Ele tinha abandonado os mandamentos do Deus Eterno e estava adorando as imagens de Baal (2Cr 28.22-23). 4. Acabe pensava que Jeová era uma fraude e que Baal era o verdadeiro Senhor Ele não hesitou em reunir todos os sacerdotes para demonstrar isso na presença de Elias (1Rs 18.20). Acabe estava ansioso por armar o palco e estava estupidamente seguro de sua vitória (Jd 10-12). aplicação Elias não podia concordar com o que estava acontecendo em seus dias. Ainda hoje, Deus deseja que homens verdadeiramente cristãos se levantem para denunciar a idolatria dominante em nosso país. Homens que não se curvem diante de uma falsa proposta de cristianismo (2Co 2.17). II. A indecisão do povo de Deus (1Rs 18.21-29) O Asno de Buridan é uma pequena parábola que Jean Buridan inventou para falar da dificuldade de tomar uma decisão quando somos forçados a escolher entre duas alternativas que parecem igualmente boas. Como escolher entre duas possibilidades igualmente prováveis? A parábola nos conta que o pequeno animal foi colocado diante de dois montes de feno. Eram ambos muito atraentes e de aparência deliciosa. Ele olhava ora para um, ora para o outro, mas não se decidia. A lição aprendida é que ele não conseguiu se decidir por nenhum deles e acabou morrendo de fome. Assim estava o povo de Israel, como o asno de Buridan, “coxeando entre dois senhores”. Elias, portanto, convocou o povo a tomar uma decisão (1Rs 18.21). “Até quando coxeareis entre dois senhores?” A versão inglesa da Bíblia King James diz. “ficareis estacionados entre duas possibilidades?” Deus já não podia suportar tamanha indecisão por parte do povo, por isso mandara o profeta Elias para pôr fim àquela situação incômoda (1Rs 18.24). O povo de Israel estava aleijado por causa de sua hesitação. R. N. Champlin, em seu comentário “O Antigo Testamento Interpretado”, apresenta lições morais nos versos 21-29. 1. Deus é um Deus de poder e de mudanças súbitas. Ele é um Deus de intervenção. 2. Nas questões morais, a estrada do meio nem sempre é a correta. Os homens espirituais devem ser homens de convicções inarredáveis (ver Mt 12.25). aplicação Quando olho para o nosso povo, vejo quase que a mesma indecisão. Vejo um povo desesperado correndo de um lado para outro à procura de novidades (Js 24.14,15). Há uma urgente necessidade dos cristãos escolherem de que lado vão ficar. Deus ou Baal; com a Palavra ou com os pregadores de novidades; com o Senhor Jesus ou com o mundo (Mt 6.24; 1Jo 2.15). III. A restauração do altar do Senhor (1Rs 18.30-40) A necessidade de restabelecer o verdadeiro culto a Deus em Israel talvez tenha sido a maior preocupação do profeta do Senhor. 1. Elias não podia se conformar com aquela situação Ver o altar do Senhor derrubado (sem sacrifício, sem holocausto, sem culto...), outros deuses sendo objetos de adoração em Israel (1Rs 18.26-31). Quem estamos cultuando em terras brasileiras? A quem estamos oferecendo o nosso culto? 2. Elias queria que tudo acontecesse dentro da mais perfeita transparência O profeta do Senhor preparou o altar com o maior cuidado, à plena vista de todos, aos quais ele pediu que se aproximassem e observassem (1Rs 18.30- 35). 3. Elias restaurou o altar do Senhor na presença de todos Não houve fraude, nem truque, nem obra mágica que pudesse fazer alguma coisa surpreendente (ilusória). Não podemos nos esquecer que no monte Carmelo havia um altar sagrado que havia sido quebrado pelos pagãos e, assim, caíra em desuso (Is 30.29). aplicação E nós? Estamos testemunhando publicamente a restauração da nossa vida como templo da habitação de Deus? (1Co 3.16). 4. O milagre aconteceu para que o povo soubesse que Deus é o Senhor “Ouve-me, ó Deus! Convence este povo!” Essa foi a petição de Elias. Ele era um profeta de Deus, em favor do povo. Se o coração deles tivesse de ser atraído para os antigos caminhos somente o Senhor poderia permiti-lo (1Rs 18.36- 38). aplicação Há um contraste entre a oração dos profetas de Baal e a de Elias. Eles mostravam a estupidez da fé religiosa por meio do absurdo dos seus atos; por outro lado vimos a oração de Elias tão simples, sem ruído, sem frenesi. Há nisso, por certo, uma lição preciosa para alguns segmentos da igreja cristã, que dependem tanto de cultos caracterizados pelo frenesi a fim de chamar a atenção do Espírito Santo. Conclusão Deus tinha fortes razões para permitir aquele episódio no monte Carmelo. 1. Precisava ficar claro que Ele não divide a Sua honra com ninguém. 2. Deus não pode usar um povo ou uma nação que ainda não decidiu de que lado vai ficar. “Escolhei, hoje, a quem sirvais” (Js 24.15). 3. Para se conviver com o Deus Santo é preciso viver uma vida de santidade, afastando-se de todo tipo de idolatria. 4. Deus precisava mostrar para mim e para você que ousadia, determinação, coragem, convicção de fé e obediência à sua Palavra são qualidades indispensáveis a todos aqueles que querem servi-Lo fielmente. 6 Elias, um homem poderoso na oração texto básico 1Reis 18.41-46 versículo-chave 1Reis 18.36 “Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, fique, hoje, sabido que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo e que, segundo a tua palavra, fiz todas estas coisas.” alvo da lição Mostrar que a oração é tão importante para os nossos dias como fora para os dias dos profetas e que é por meio dela que chegamos à presença do Pai. leia a Bíblia diariamente seg 2Cr 7.1-22 ter Ne 1.1-11 qua At 4.23-31 qui Dn 9.1-19 sex Mt 7.7-12 sáb Ef 3.14-21 dom Tg 5.12-20 Quais são os motivos que têm levado o nosso povo para os cultos de oração em nossas igrejas? Com a devida permissão, gostaria de relacionar alguns pedidos de oração que têm chegado até mim, para interceder por eles. • Peço oração pelo (...) que está necessitando de uma cirurgia e também por mim, para que eu tenha uma vida cada vez mais consagrada ao Senhor. E, ainda, pelo crescimento espiritual de toda minha família. • Peço oração especial por minha vida e por minha filha (...), para que estejamos mais firmes na fé e para que tenhamos forças espirituais. Para que Deus me dê sabedoria nos atos e palavras, humildade e paciência, para que eu possa educá-la da melhor maneira possível. • Peço oração para que o Senhor abençoe a (...), para que ela encontre paz no seu lar e entre a sua família e para que ela possa encontrar uma nova casa para mudar até outubro. Quero agradecer a Deus pela bolsa de estudo que o Senhor concedeu a (...), impedindo-a de trancar a matrícula na faculdade. Para compreendermos a amplitude e relevância do tema oração, se faz necessário responder a algumas questões preliminares. 1. O que é orar? É falar com Deus. “É declarar lealdade a uma realidade espiritual que está acima e além do terreno humano, do autoesforço e do controle”. 2. Já aprendemos a orar como convém? A Bíblia diz que o Espírito Santo intercede por nós (ora por nós), porque ainda não sabemos orar como convém (Rm 8.26). Nossa primeira oração precisa simplesmente dizer a Deus. “O, Deus, ajuda-me a orar, porque não sei orar por mim mesmo”. 3. Toda oração é sincera? A oração pode ser idólatra, como a adoração de falsos deuses. Por exemplo, os profetas de Baal. Portanto, quando falamos em oração, precisamos qualificar o que queremos dizer, ligando-a ao caráter do próprio Deus (1Cr 29.17). A título de melhor compreensão da vida e ministério de oração do profeta Elias, destaco quatro aspectos interessantes. I. Elias manda o rei Acabe comer (1Rs 18.41) 1. O convite feito a Acabe tinha como motivocelebrar com comida e bebida o fim daquele período de três anos e meio de seca e fome. 2. A chuva já vinha à distância, rugindo com grande força. A palavra hebraica usada aqui é a que expressa pesadas chuvas sazonais (Ed 10.9). 3. A chuva que estava para cair foi a prova final de que o Senhor era o Deus de Israel. Ele tinha respondido à petição de Seu profeta (1Rs 17.24). II. Elias se retira para orar (1Rs 18.42) Dois detalhes nos chamam a atenção na oração do profeta do Senhor. 1. Um lugar estranho Enquanto o rei Acabe comeu e expressou a sua alegria, Elias subiu para o topo do monte Carmelo (v.42). Faz-nos lembrar como Moisés tinha o hábito de falar com Deus no topo do monte Sinai (Êx 31.18 e 32.1) e como Jesus gostava de subir ao monte das Oliveiras para Seus momentos a sós com Deus (Jo 8.1 e Mc 1.35). aplicação Qual é o seu lugar preferido para oração? A igreja, sua casa ou um lugar deserto onde você possa abrir o seu coração e derramar a sua alma perante o Senhor? 2. Uma postura estranha Encurvado para a terra, meteu o rosto entre os joelhos. “Ele se ajoelhou e então se inclinou com a cabeça em terra, de tal modo que, enquanto seu rosto estava entre os joelhos, sua testa tocava o solo” (Adam Clark). Tal postura provava a intensidade de seu espírito de oração e devoção a Deus (Js 7.6-11; Tg 5.17- 18). III. Elias enviou seu servo a espiar (1Rs 18.43) Depois de orar fervorosamente, Elias esperava ansiosamente pela resposta de sua oração (uma espécie de indicação de que seria respondida). Por isso, ele pediu ao seu servo que fosse e olhasse na direção do mar Mediterrâneo, em busca de algum sinal de chuva. O rapaz foi e nada viu. Elias o enviou por sete vezes, mas mesmo na sexta vez ele nada viu. “Quão humana é essa cena. Continuamos buscando e esperando sinais e indicações que nos digam se as nossas orações foram ouvidas e respondidas” (George Croly). A oração de Elias continuava sem resposta. Contudo, ele não desistiu. Ele se mostrou persistente em sua oração, aceitando plenamente as condições demonstradas em Tiago 5.16, que diz. “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” e Tiagou 5.17. “E orou, com instância”. As respostas às nossas orações são dadas no tempo de Deus e não no nosso. A nós, só nos cabe esperar. IV. Elias experimenta as bênçãos da chuva (1Rs 18.44-46) A oração repetida e o sétimo exame revelaram a existência de uma pequena nuvem. E a pequena nuvem produziu uma poderosa chuva. Era a graça interventora de Deus (1Rs 18.44). Deus pode transformar pequenas coisas em grandes bênçãos. Um milagre constante. Tão cheio de poder estava Elias, da parte de Deus, tão aumentadas tinham sido as suas forças físicas, que ele pôde ultrapassar Acabe até Jezreel. Elias, o homem de Deus, foi capaz de correr mais do que os cavalos, naquela maratona de 32 quilômetros. Que surpresa para Acabe, Elias chegou na frente (1Rs 18.46). Qual o motivo da corrida de Elias para aquela cidade? 1. Elias estava transbordante de alegria. Ele obteve uma grande resposta à sua oração. Quando obtemos uma grande resposta às nossas orações, sentimos que podemos saltar até muralhas (Êx 15.1-2). 2. Ele foi até Jezreel para anunciar como o Senhor tinha feito grandes coisas (Sl 126.1-3). Ele era um mensageiro da alegria. Conclusão Uma grande lição que fica para todos nós que amamos ao Senhor e gostamos de falar com Ele por meio da oração é que “há uma força divinamente concedida e um suprimento para aqueles que oram. Grandes vitórias nos são outorgadas, ocasionalmente. E esses são dias gloriosos”. aplicação “Ter verdadeira comunicação com Deus envolve mais do que proferir palavras, mesmo quando são as belas palavras do Livro de Oração. Isso é assim, porque a verdadeira comunicação envolve dar e receber de ambas as partes, para que elas se sintonizem uma à outra”. Elias nos ensina que a oração se tornou um exercício diário para manter uma vida de transparência diante de Deus, o contrário do que se vê em nossos dias. Vivemos numa época em que a oração se tornou um exercício obrigatório de cerimônias vazias e de palavras sem sentido (1Rs 17.21-22 e 24). 7 Elias, um crente deprimido texto básico 1Reis 19.1-18 versículo-chave Salmo 4.1 “Na angústia, me tens aliviado; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração.” alvo da lição Mostrar ao aluno como o Senhor trouxe conforto e ânimo no meio da depressão e desespero. leia a Bíblia diariamente seg 1Rs 18.41-46 ter 1Rs 19.1-8 qua 1Rs 19.9-18 qui Mc 14.32-42 sex 2Tm 4.9-18 sáb Sl 139.1-6 dom Jl 2.23-27 “Elias se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse. Basta” – “Não aguento mais!”. “E eis que lhe veio a palavra do Senhor e lhe disse. Que fazes aqui, Elias?” (1Reis 19.4,9) Você já ficou desanimado? Pior ainda, você já passou por períodos de depressão? Como é bom saber que você está em boa companhia! Elias, também teve seus momentos quando “ficou na fossa” – tão deprimido, que teve tendências de “jogar a toalha” – “Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma”. Se você é semelhante a Elias, então esta lição é para você! O reino do Norte – Israel – estava numa situação triste. Acabe era um rei mole, fraco espiritualmente, e dominado pela sua esposa, Jezabel, que havia introduzido o culto ao falso deus Baal. Elias tinha um ministério de juízo. Sua fé havia sido testada no monte Carmelo, de onde ele saiu vitorioso. Ele era um gigante em oração. Mas a rainha Jezabel estava ameaçando a sua vida e mandou-lhe um aviso de morte. Elias ficou desesperado e fugiu de Israel, atravessou Judá e, desanimado, foi para Berseba, onde caiu numa grande depressão. Quem poderia imaginar esta cena? Justamente depois da grande vitória que Elias conseguiu no monte Carmelo sobre os profetas de Baal (que estudamos na última lição) e o Nome do Senhor foi vindicado, e o fogo caiu do céu! Elias pediu chuva, e voltou a chover. I. Quatro fatores da depressão 1. Elias sentiu-se fracassado “Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais” (1Rs 19.4). Apesar da vitória contra os falsos profetas, apesar da exclamação do povo – “O Senhor é Deus! O Senhor é Deus” (1Rs 18.39) – Acabe e Jezabel continuaram como antes – não houve nenhuma mudança de coração. Elias sentiu um grande fracasso. 2. Elias sentiu solidão “Eu fiquei só” (1Rs 19.10,14). Duas vezes ouvimos Elias expressando a sua solidão. Quantas vezes na obra do Senhor a gente se sente sozinho! Ninguém está nos apoiando. É exatamente nesse momento que Satanás nos derruba. Paulo teve a mesma experiência no fim da sua vida. “Na minha primeira defesa, ninguém foi a meu favor; antes, todos me abandonaram” (2Tm 4.16). E essa foi a experiência do próprio Senhor Jesus no Jardim de Getsêmani, como Isaías profetizara. “O lagar, eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo” (Is 63.3) – nem os próprios discípulos, Pedro, João e Tiago. 3. Elias sentiu cansaço (1Rs 18.46) Elias enfrentou luta, exaustão, tensão no monte Carmelo; depois, no fim do dia, correu 25 km adiante Acabe (1Rs 18.46). Podemos imaginar como ele chegou completamente exausto! Muitas vezes, apesar de ter experimentado vitória em nosso serviço para o Senhor, quando estamos exaustos fisicamente Satanás aproveita para nos derrubar. 4. Elias enfrentou perigo físico (1Rs 19.2) “... e procuram tirar-me a vida” (1Rs 19.14). Jezabel ameaçou matá-lo. Mas eu não acredito que ela faria isso – ela não daria um dia de aviso – teria mandado soldados na hora para prendê-lo, em vez de enviar um mensageiro. Ela não teria coragem porque o povo agora estava ao lado dele. Entretanto era uma situação difícil para Elias. Mas é bom recordar uma declaração do grande pioneiro missionário para a Índia no século 19, Henry Martyn. “Enquanto Deus tem uma obra para eu fazer, não posso morrer”. Dificuldades vão nos cercar – muitas vezes vamos nos achar como Elias – “debaixo de um zimbro”, mas Deus está no controle. II. Como Deus tratou de Elias Deus não o abandonou. Veja como o Senhor tratou com Elias, com tantoamor e compreensão. “Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem. Pois Ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó” (Sl 103.13-14). 1. Uma boa refeição (v.6) 2. Uma boa noite de sono (v.6) 3. Mais uma boa refeição (v.7 e 8) 4. Volta para o lugar de revelação (v.8-15) Elias superou seu estado depressivo, porque Deus o mandou para o lugar de revelação no monte Horebe – “o monte de Deus” (v.8). A revelação essa vez não foi do tipo normal do seu ministério (terremoto e fogo), mas “num cicio tranquilo e suave”. Apesar de tudo, Deus não o abandonou. Ainda há muito serviço para fazer para o Senhor. III. Resultados na vida de Elias 1. Sua visão foi restaurada (v.13) 2. Sua vocação foi renovada (v.15) 3. Ele voltou para o serviço em Israel (v.15-18) “Vai, volta ao teu caminho” – para a esfera do seu serviço. Nossa peregrinação espiritual não nos leva para o monte Horebe, mas para um outro monte, o Calvário – onde a revelação suprema de Deus foi dada. Esse é o lugar onde podemos compartilhar com Cristo a Sua morte. Nosso problema maior é o nosso relacionamento com Cristo. Quando ficamos deprimidos, precisamos de uma nova visão de Cristo. 4. Seu novo colega (v.16,19-21) Agora a tarefa é mais fácil – antes Elias tinha um servo, agora tem um colega, na pessoa de Eliseu. 5. Sua nova confiança no Senhor (v.18) Elias descobriu que não estava sozinho – o Senhor deu-lhe uma palavra de conforto. “Conservei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal”. Conclusão “Vai, volta ao teu caminho” – ainda há muito serviço para fazer para o Senhor. Apesar das dificuldades, lutas, desânimo e, às vezes, desespero, vamos voltar, restaurados e com uma nova visão daquilo que o Senhor quer fazer por meio de nós. aplicação Não se esqueça da promessa do Senhor. “Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador” (Jl 2.25). 8 A chamada de um líder-servo texto básico 1Reis 19.15-21 versículo-chave 1Reis 19.21 “Voltou Eliseu de seguir a Elias, tomou a junta de bois, e os imolou, e, com os aparelhos dos bois, cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram. Então, se dispôs, e seguiu a Elias, e o servia.” alvo da lição Cooperar na compreensão da natureza do chamado ministerial e desafiar o aluno a atender o chamado de Deus para sua vida pessoal. leia a Bíblia diariamente seg 2Co 5.11-17 ter 2Co 5.18-21 qua Rm 1.14-17 qui At 1.6-11 sex Mc 16. 14-18 sáb Jo 4.31-38 dom Rm 10.9-17 Você se lembra do contexto em que a história do chamado de Eliseu aconteceu? Dois elementos bastante sérios faziam pensar que o Senhor não estava mais chamando pessoas para a obra do ministério. 1. Os tempos eram bastante difíceis, com extraordinário afastamento de Deus e influência do mundo dentro da comunidade do povo de Deus. Pense um pouco sobre a situação no reinado de Acabe e a maneira como o povo de Israel estava influenciado pelo sistema religioso e secular do mundo ao redor. 2. O profeta Elias estava cansado, desanimado e deprimido, e isso lhe fazia crer que estava de fato sozinho, que não haveria mais profetas, que era o tempo do fim. O que o Senhor faz é mostrar a Elias que Ele está no controle e que, soberanamente, continua chamando para Sua obra aqueles a quem Ele deseja usar, no lugar onde Ele os deseja colocar (veja v.15-18). Há momentos em que a igreja também parece duvidar que o Senhor continua chamando “obreiros para a seara”. Parece que chamado vocacional para ministério pastoral, ministério em educação cristã (especialmente educação infantil) ou missões é questão de moda – fase. E o mais incrível é que parece que a fase nunca é agora. A verdade é que o Senhor declara que o campo está branco para a ceifa (Jo 4.35) e que hoje é o dia de salvação (2Co 6.2). Vamos estudar na lição de hoje alguns princípios bastante importantes sobre vocação, chamado específico de Deus para Sua obra, esperando aplicá-los diretamente a nossa realidade. I. O chamado de Deus geralmente alcança pessoas ocupadas (1Rs 19.19) Quando o assunto é chamado ministerial, a ideia geral parece ser de que Deus pode chamar os outros, mas não faria isso conosco. De onde vem essa ideia? Geralmente vem do fato que estamos já ocupados. Quando somos jovens, estamos ocupados em construir nossos sonhos, estudar, arrumar bom emprego, fazer o futuro. Quando somos mais maduros, aí então não faz sentido um chamado pois estamos já no mercado de trabalho, com família estruturada, com projetos em andamento. Do ponto de vista de Deus, as coisas não são bem assim. Veja o que aconteceu com Moisés, com Isaías, com os discípulos do Senhor Jesus! Eliseu vivia numa fazenda no município de Abel-Meolá (lugar de festa). Ele devia ser de uma família rica. Suas terras eram férteis (irrigadas pelo Jordão), e quase não sofreram com a seca mencionada nos capítulos anteriores à nossa história. Elias o encontrou na companhia de outros onze homens lavrando a terra - todos estavam trabalhando - e foi entre eles que Deus chamou um para servir como profeta. Ainda hoje, as pessoas a quem o Senhor decide usar em Sua obra são trabalhadores, pessoas que vão abrir mão de seus muitos sonhos - ou da realidade construída após a fase de sonhos da adolescência. Os vocacionados podem estar num cursinho pré-vestibular, numa fábrica, numa universidade, numa fazenda. O projeto que Deus tem para nossa vida é tão extraordinário que nem faz sentido preocupar-nos com o que estamos fazendo, ainda que aos nossos olhos e de nossos familiares e amigos pareça ser tão importante. O que importa não é o que estamos fazendo, mas o que Deus nos chama para fazer! II. O chamado de Deus é feito com autoridade e urgência (1Rs 19.19-20) Não é fácil saber exatamente o que se passava na mente de Elias quando se aproximou de Eliseu e lançou sua própria capa sobre ele. Não sabemos se eles se conheciam, e tudo leva a crer que eram pessoas bastante diferentes, mas havia uma ordem do Senhor dada a Elias que devia ser obedecida (1Rs 19.16). Por outro lado, Eliseu sabia bem o que significava o ato praticado por Elias. Isso é evidente na reação imediata de Eliseu (1Rs 19.20) e nas palavras de Elias (1Rs 19.20). A um cabia a obediência em ungir, e ao outro cabia o dever de seguir imediatamente na base do chamado (ordem) que lhe fora comunicado. Assim como Eliseu, nós sabemos bem quando Deus está nos incomodando o coração e chamando para Sua obra. Embora muitos irmãos usem a desculpa de que é difícil saber a vontade do Senhor, a verdade é que geralmente sabemos bem o que Ele quer, mas apenas não estamos prontos a obedecer. A concessão de Elias que permite a Eliseu “beijar seu pai e sua mãe” parece incoerente com o chamado de Jesus aos discípulos (Mt 8.21-22). A verdade, porém, é que, no caso do candidato a discípulo de Jesus, o que ele dizia é que Jesus não era sua prioridade – quando seus pais morressem e fossem sepultados, então ele seguiria a Jesus. O caso é de desculpa e falta de senso de urgência – algo muito parecido com o que acontece bastante em nosso meio quando pessoas que sabem que são chamadas por Deus para o ministério ficam adiando indefinidamente o dia quando finalmente irão obedecer. Isso é pecado e rebeldia contra o Senhor, e demonstra falta de compreensão da natureza da obra do ministério. No caso de Eliseu foi diferente. Tratava-se de alguém que “imediatamente” deixou os bois, “correu” após Elias, e demonstrou seu carinho e compromisso com os seus pais, justamente conforme o princípio bíblico: se alguém não é fiel com os de sua própria casa, não tem autoridade para sair por aí dizendo-se ministro de Deus. Em ambos os casos trata-se de uma ordem daquele que pode dar ordens e de imediata obediência ou evidente rebeldia contra o Senhor. III. O chamado de Deus é motivo de celebração (1Rs 19.21) Ouve-se com bastante frequência em nosso meio alguém lamentando a chamada de um irmão ou irmã para o ministério. Há casos em que a pessoa que faz comentários negativos é alguém que teve experiência pessoal difícil no ministério,ou acompanhou outros que exerciam o ministério em contexto de muito sofrimento ou murmuração. O problema com essa atitude é que fica a impressão de que Deus não é amoroso, ou que Sua vontade não é “boa, perfeita e agradável” (conf. Rm 12.2). A festa de despedida de Eliseu foi grande e não deixava dúvidas acerca de suas intenções – ele sacrificava aquilo que representava sua vida anterior ao chamado (matando mesmo!), celebrava seu chamado, e declarava a todos a mudança de rumo na sua vida. Não haveria como olhar para trás porque os bois haviam sido sacrificados, os aparelhos de trabalho haviam sido queimados, e tudo aquilo era passado – história de um outro momento em sua vida. Devemos lamentar que tantos irmãos que já “sentiram o manto de Elias” sobre os seus ombros continuam divididos, sempre temerosos de sacrificar “os seus bois”. Ainda mais triste é que a própria igreja e os pastores tão consistentemente estão aconselhando os jovens a seguirem esse caminho, justificando a atitude pelo fato de vivermos dias difíceis. Por certo nossos dias não são mais difíceis ou incertos do que os tempos do chamado de Eliseu (basta olhar o contexto para ver as evidências disso!), e ainda hoje “Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus” (Lc 9.62). IV. O chamado de Deus visa formar servos (1Rs 19.21 e 2Rs 3.11) Se o texto terminasse sem a parte final do verso 21, facilmente pensaríamos que Eliseu havia sido chamado para ser honrado (promovido) – que ir para o ministério seria coisa fácil. O texto bíblico nos informa, porém, que Eliseu inicia sua carreira numa atitude de servo (e observe-se que não é apresentado como o “famoso servo do Senhor”, mas como o servo de Elias). Elias e Eliseu andaram juntos por 10 anos (um longo período de formação que parece que as pessoas lutam muito para evitar), instruindo o povo na adoração ao Deus verdadeiro, confrontando a idolatria e opondo-se à corrupção moral e social que destruía a nação. Juntos eles abriram a Escola dos Profetas (um verdadeiro seminário!), ensinando-lhes a Lei do Senhor e preparando-os para servir ao Senhor na obra do ministério. Pessoas que sentem o chamado do Senhor devem iniciar seu preparo aprendendo a se tornarem servos – a autoridade ministerial é constituída na base de um coração de servo. Não devem precipitar-se na busca de posições honrosas ou títulos de reconhecimento humano. Depois de dez anos, então, Eliseu havia aprendido o sentido do ministério e estava pronto para assumir – e o faz numa atitude muito semelhante à de Josué, sucessor de Moisés, conforme Deuteronômio 31.1-8. O desejo de ter “porção dobrada do espírito de Elias”demonstrava que havia admiração e respeito pelo ministério daquele que era mais velho, e que o caminho que sonhava para sua vida passava exatamente pelos mesmos caminhos dele. Conclusão O solitário (e às vezes melancólico) profeta Elias não apenas é livre da morte na experiência do monte Horebe. Deus lhe dá um companheiro “festeiro” (Abel-Meolá significa lugar de festa) e ousado, e juntos acabam formando um batalhão de profetas prontos para uma mudança profunda na nação. Elias não teme investir na pessoa de Eliseu, e este dá sequência a um projeto maravilhoso que o Senhor havia passado como visão a Elias. aplicação Será que nossas igrejas (e nossos pastores) podem entender a importância de investir em candidatos ao ministério? Quem sabe há pessoas como Eliseu em nossa escola bíblica, chamadas pelo Senhor, prontas a mudar de vida radicalmente em obediência a Deus e para a glória Dele! 9 Controlando os desejos do coração texto básico 1Reis 21.1-29 versículo-chave Salmo 37.4 “Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração.” alvo da lição Alertar o aluno para a importância de alegrar-se no Senhor e cuidar para que os desejos do coração sejam santos e agradáveis a Deus. leia a Bíblia diariamente seg 2Sm 12.1-14 ter Hb 11.23-29 qua Hb 10.26-31 qui Gn 4.1-7 sex Êx 20.17 sáb Tg 4.1-7 dom Tg 1.13-15 Há pessoas que passam pela vida e deixam marcas positivas que serão sempre lembradas – gente como os “heróis da fé” registrados em Hebreus 11, pessoas que mesmo depois de mortas ainda falam (Hb 11.4). Há outras pessoas que passam pela vida para sua própria perdição – são pessoas que quando morrem não deixam de si saudades, à semelhança do rei Jeorão, cuja história é contada em 2Crônicas 21.1-20. Acabe e Jezabel formam um casal de história lamentável, tanto pelos pecados que cometeram como pelo mal que fizeram o povo de Israel cometer. A história de Acabe e Jezabel toma um considerável espaço na Bíblia, mas é no capítulo que estudamos na lição de hoje que podemos conhecer mais claramente a fonte de todo o pecado. Nesse texto conhecemos o coração de Acabe, e no coração é que são definidas as atitudes das pessoas. Aqui somos informados de que nossos desejos controlam nossas ações, e por isso devemos tomar alguns importantes cuidados com os desejos do nosso coração. I. Fonte de pecado e crueldade (1Rs 21.1-4) Os desejos de nosso coração podem tornar-se fonte de pecado e crueldade. Não é pecado ter planos e sonhos – desejos para ser realizados. Na verdade, os sonhos são evidências de que há vida e há futuro. Quando sonhamos de modo saudável, estamos na verdade fazendo uma declaração de fé, acreditando no futuro e esperando no cuidado constante de nosso Deus. Do outro lado, nossos desejos demonstram exatamente nossa escala de valores e nossa proximidade ou distância dos desejos do nosso Deus. Por essa razão, temos de tomar cuidados constantes com o que desejamos, avaliando e trabalhando para que se aproxime mais e mais da vontade do nosso Deus. No livro de Tiago, aprendemos que podemos “pedir mal, para esbanjar em nossos deleites” e que devemos“sujeitar-nos a Deus” (Tg 4.1-7). Olhando para o texto base de nossa lição, vemos situações claras em que nossos desejos ficam em desacordo com o coração de Deus. Devemos aprender com essas situações para a proteção de nosso coração e de nossa vida cristã. 1. Quando temos muito, mas não estamos satisfeitos (1Rs 21.1-2) Acabe possuía terrenos melhores do que aquele que agora cobiçava, mas seu coração pecaminoso lhe fazia desejar exatamente o que o outro possuía. Para reflexão em sala – Vale a pena lembrar a história desastrada de Davi com Bate-Seba (2Sm 11 e 12) e o mandamento bíblico. “Não cobiçarás” (Êx 20.17). 2. Quando nossos desejos são maiores do que princípios importantes (1Rs 21.3) Exatamente para evitar um sistema em que os ricos ficariam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres foi que o Senhor estabeleceu princípios na Lei de Moisés para evitar que uma herança passasse de uma família para outra (veja Nm 36.7-9). Entre esses princípios estava uma grande reforma agrária que devia acontecer de tempos em tempos (estudos adicionais sobre o ano do jubileu em Lv 25). Nabote se lembra desses princípios e decide não “tirar vantagem” da oportunidade e zelar pela herança de seus pais. Acabe já não mais tinha escrúpulos e colocava seus desejos acima de princípios. Para reflexão em sala – Vale a pena lembrar quais são os princípios de que abrimos mão quando nossos sonhos de consumo se tornam grandes dentro de nós. 3. Quando nossos desejos nos dominam de modo absoluto (1Rs 21.4) Acabe ficou literalmente “doente de vontade” de possuir aquilo que pertencia a outro. Veja como o desejo foi mais forte que o homem, e Acabe se entregou ao desejo de seu coração. A palavra do Senhor a Caim cabe bem nesse momento. “Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo” (Gn 4.7). Aqui “o seu desejo” refere-se ao desejo dominador do pecado, que “jaz à porta”. Nossos desastres espirituais geralmente acontecem em momentos como esses. Sobre tudo o que se deve guardar, devemos guardar o nosso coração, para que não pequemos contra o Senhor. A lição desse texto precisa fazer parte de nossa vida como cristãos. II. Usado pelo inimigo (1Rs 21.5-16) Os desejosde nosso coração podem ser usados pelo inimigo de forma perniciosa e maligna. Veja alguns passos tão comuns que são dados na direção do pecado. 1. “Caindo na conversa” do inimigo (1Rs 21.5-7) Por favor, leia Tiago 1.13-15. Nele observamos que a cobiça do coração humano é ninho confortável para a geração do pecado e da morte. A concupiscência dos olhos, inimiga perigosa do crente, produz a cobiça e abre caminho para o inimigo. Foi assim com Acabe – assim é também conosco tantas vezes! No caso de Acabe, sua esposa, uma mulher maligna e perigosa, foi o instrumento usado para convencê-lo da viabilidade de realização dos desejos pecaminosos. Ainda que o instrumento possa ser variado, certamente Satanás encontrará alternativas para tentar nos “enredar” e nos envolver em alguma prática pecaminosa. 2. Permitindo que o inimigo decida e atue em nosso lugar (1Rs 21.8-14) O que acontece a Acabe a partir desse momento (1Rs 21.7) é realmente lamentável! Geralmente damos a esse fato o nome de “alienação” – um louco é “alienado mental”. Acabe deixa de ter o controle de sua vida e a entrega a Jezabel – e ela usa esse controle sem qualquer escrúpulo! Sua ação tem aparência de legalidade (1Rs 21.8-10), cheira religiosidade(1Rs 21.10- 12), tem apoio do povo (1Rs 21.13), e inclui mentira, maquinação e engano de toda sorte. Quantas vezes você e eu já fizemos uma análise de algum de nossos erros e fizemos essa pergunta. “Como eu pude fazer isso?” Sabemos que nossa atitude foi estranha - maligna mesmo, mas somos responsáveis pelo ocorrido! Ainda que quiséssemos culpar “a serpente que me enganou”. O fato é que é nosso dever viver uma vida santa, não dando lugar ao inimigo. Na linguagem bíblica. “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). 3. Usufruindo dos prazeres resultantes do pecado (1Rs 21.15-16) A face mais lamentável de todo o processo de queda de Acabe é que, talvez por sua formação religiosa, ele não tenha tido coragem de “fazer certas coisas”, mas se deleitava com seus resultados. A ideia é conhecida. “eu não faria isso jamais, mas se você fizer eu vou achar muito bom!” Novamente na linguagem bíblica, Moisés preferiu ser maltratado junto ao povo de Deus, “a usufruir prazeres transitórios do pecado”(Hb 11.25). Não adianta culpar Satanás, se na verdade estamos nos deliciando com os resultados do pecado. As perguntas que ficam para mim e para você são: Quantas vezes nos deleitamos em coisas sabidamente mundanas? De que maneira podemos nos proteger dessa prática tão perigosa? Será que podemos juntos, o grupo de estudo em escola bíblica, encontrar atitudes bíblicas que nos ajudem a prevenir esses pecados? III. Conhecidos e julgados por Deus (1Rs 21.17-29) Os desejos de nosso coração são conhecidos e julgados por Deus, que não tolera o pecado, ainda que ame o pecador. 1. Ele sabe todas as coisas (1Rs 21.17-18) Diversos versículos desse texto são iniciados com a palavra “então”(1Rs 21.4,7,8,14,17), sempre anunciando uma nova ação. No versículo 17, o texto é especialmente interessante porque anuncia uma ação de Deus. Deus resolve intervir e atua no meio daquela situação. O fato de o Senhor permitir que certas coisas ruins aconteçam não significa que Ele está fora do processo. Ele sabe de todas as coisas e atua segundo Sua soberania no tempo por Ele mesmo determinado. O Senhor sabe quando somos injustiçados, à semelhança de Nabote. O Senhor sabe também quais são os desejos do nosso coração, e de que maneira lidamos com esses desejos mais profundos. No Seu tempo, Ele vai agir! 2. Ele não tolera o pecado (1Rs 21.19-26) A dura profecia anunciada por Elias apresenta um retrato da maneira como Deus encara o pecado. Para Acabe, parecia que as coisas já estavam decididas, mas Deus não via do mesmo modo. Ele é o Deus santo que não tolera a injustiça. Ele é quem defende os fracos e os oprimidos, o órfão e a viúva. Ele é o vingador contra toda forma de pecado. A Bíblia não deixa sombra de dúvida. “horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo”(Hb 10.31). 3. Ele se interessa por nossa restauração e mudança de atitude (1Rs 21.27-29) Os versos finais do nosso texto são surpreendentes, primeiro pelo arrependimento de Acabe, depois pela benevolência de Deus. Sempre devemos lembrar que o Espírito Santo de Deus nos convence do pecado visando arrependimento e restauração. O problema não está em quão pecador alguém possa ser, mas se de fato há uma experiência de arrependimento. Podemos lembrar-nos do incidente entre Jonas e os ninivitas (Jn 4) quando vemos a reação de Deus diante do arrependimento de Acabe. Deus usa de misericórdia! Devemos conhecer a natureza de Deus – Ele é longânimo e pronto para perdoar aqueles que se humilham diante de Seu julgamento. Quando estamos em pecado, é muito bom saber que o caminho continua o mesmo: confessar o pecado, arrepender-se de verdade, e mudar de vida. Conclusão Conhecemos hoje um pouco mais acerca de Acabe. O que chama a atenção nesse estudo é que a história dele se parece muito com certos momentos em nossa vida. Todos devemos nos cuidar nessa difícil área de controlar nossos desejos pecaminosos e procurar uma vida de santidade na presença de Deus. Além de estudar a história de Acabe, devemos louvar a Deus por Sua retidão, justiça e amor – qualidades de Deus tão presentes no texto da palavra de Deus. 10 O arrebatamento de Elias e a igreja texto básico 2Reis 2.1-14 versículo-chave 2 Reis 2.11 “Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.” alvo da lição Despertar os alunos para o grande encontro com Cristo que se dará com o arrebatamento da igreja, quando todos os santos se unirão com Ele para a vida eterna. leia a Bíblia diariamente seg 1Rs 19.1-8 ter 1Rs 19.9-14 qua 1Rs 19.15-18 qui 2Rs 2.1-8 sex 2Rs 2.9-14 sáb 1Ts 4.13-18 dom 1Ts 3.11-13 Como seriam os noticiários no mundo se porventura o arrebatamento da igreja acontecesse hoje? Do ponto de vista da ciência talvez uma desintegração em massa de seres humanos por um vírus desconhecido a ser pesquisado. Para os ufologistas, um rapto por invasores extraterrestres. Mas, sem dúvida, no meio dos conflitos em busca de respostas, os que conhecerem a Palavra e que ficarem saberão a verdade. ”Eles foram e nós ficamos” (Mt 22.14). I. A trasladação de Elias A trasladação de Elias deve ser uma mensagem atual para a igreja (2Rs 2.11- 12). Como a criação do homem foi uma ideia de Deus, assim Ele também é soberano para escolher como tomar os que Lhe pertencem. No caso de Moisés Ele mesmo o sepultou. Já Enoque e Elias foram exceções a óbitos e funerais, apontando para o dia da grande colheita (Ap 5.11; 7.13-14). O arrebatamento de Elias pode servir como advertência para os pregadores que acham que falar do arrebatamento da igreja hoje é pregar ficção. “Sabes que o Senhor, hoje, tomará o teu senhor, elevando-o por sobre a tua cabeça? Respondeu ele. Também eu o sei; calai-vos” (2Rs 2.3,5). Verifique estas referências bíblicas: 1Ts 2.19; 3.13; 4.15; 5.23, 2Tm 4.8. aplicação Quantas vezes você ouviu ou falou sobre essa mensagem? II. A tomada de Elias A tomada de Elias poderá exemplificar o arrebatamento da igreja na volta de Cristo.(2Rs 2.1-6; Jo 14.1-3,18) Por que Elias ousou se despedir na expectativa de subir? 1. Porque sabia que tinha uma reunião na agenda de Deus (Ef 5.16) Apesar de não sabermos o dia e a hora (Mt 25.13), nossa reunião já está marcada com Ele e ocorrerá por meio do arrebatamento, ocasião na qual receberemos corpos transformados (1Co 15.51-52). É bom lembrar que todos os santos que morreram estão com o Senhor em espírito (2Co 5.8), mas quando formos arrebatados com eles, tanto eles como nós receberemos corpos glorificados para esta reunião que será no céu (2Ts 2.1; 1Ts 4.16,17; 1Co 15.35-44). 2. Porque tinha convicção da promessa a qual revelava “Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti” (2Rs 2.9). Faz- nos lembrar daquilo que Pedro disse. “Não retarda o Senhor a sua promessa, como
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