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1 INTRODUÇÃO A CIÊNCIA FORENSE E A CRIMINALÍSTICA E AS BASES JURÍDICAS DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 3 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA FORENSE ................................... 4 Ciência, crime e sociedade .................................................. 5 Credibil idade da perícia criminal .......................................... 6 Conceitos e classificação .................................................... 7 CRIMINALÍSTICA .............................................................. 11 Princípios Fundamentais da Criminalística .......................... 13 Postulados da Criminalística ........................................... 14 INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CONSTITUCIONAL: CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO E SUA TRÍPLICE FUNÇÃO .............................. 15 MÓDULO DIDÁTICO 1: COMO INVESTIGAR – O CASO DAS IMPRESSÕES DIGITAIS NA CENA DO CRIME ............................ 21 Técnica do Pó ................................................................... 21 Produção de um Pó Orgânico............................................. 22 Técnica do Nitrato de Prata ............................................... 22 Técnica do Iodo ................................................................ 23 Técnica da Ninidrina .......................................................... 25 Técnica do DFO ................................................................ 26 MÓDULO DIDÁTICO 2: COMO INVESTIGAR – AS PEGADAS NA CENA DO CRIME ................................................................. 27 Instruções para Analisar as Pegadas .................................. 28 MÓDULO DIDÁTICO 3: COMO INVESTIGAR –AS MANCHAS DE SANGUE NA CENA DO CRIME ............................................. 29 Primeiro Passo: Como fazer para identificar se a Substância Encontrada na Cena do Crime é Sangue ou Não? ........................ 29 Prática de Identificação de Sangue Visível –Reagente de Benzidina .................................................................................. 31 Parte B: O que o Sangue Encontrado na Cena do Crime pode lhe mostrar? .............................................................................. 32 Parte C: O que os Respingos de Sangue podem lhe indi car? ................................................................................................. 33 2 Fios, Senos e Formatos dos Respingos .............................. 34 MÓDULO DIDÁTICO 4: COMO INVESTIGAR – AS EVIDÊNCIAS DE BALÍSTICA NA CENA DO CRIME ..................... 37 REFERENCIAS ................................................................. 41 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA FORENSE Este texto tem o objetivo de delinear as relações entre justiça e ciência que conformam o que se denomina ‘ciência forense’. Na concepção aqui adotada para ciência forense, ela se constitui em um sistema que engloba diversos componentes, dos quais dois se destacam, quais sejam, a justiça e a ciência (partes). Pascal se referia ao complexo todo-parte, dizendo: “só posso compreender um todo se conheço, especificamente, as partes, mas só posso compreender as partes se conhecer o todo”, denotando a importância da visão do todo ao estudar uma de suas partes e vice-versa, numa dinâmica de reciprocidade. Nessa acepção, ao identificar as relações entre justiça e ciência, fica clara a possibilidade de haver leitores que, especializados na primeira vertente de conhecimento, tenham dificuldades de se comunicar com aqueles da outra. Por certo, a um jurista não seria necessário definir ‘crime’; por outro lado, a um estudioso da filosofia ou da sociologia do conhecimento científico e tecnológico seria dispensável conceituar ‘ciência’. Dessa forma, neste texto optou-se por apresentar o conceito de termos comumente empregados no âmbito dos sistemas de segurança pública e justiça criminal, assim como no de ciência e tecnologia. Para tanto, enfoca-se a relação ciência, crime e sociedade bem como a procedência da credibilidade da perícia criminal, que é, segundo se argumenta, a operadora da ciência forense. Finalmente, consideram-se evidências de que a ciência para fins forenses possui, em sua rotina, demandas de transformações do conhecimento e tecnologia, para o que se tornam necessários a pesquisa científica e o crédito conferido pelo rigor acadêmico. 5 Ciência, crime e sociedade O século XX foi cenário de desenvolvimentos científicos e tecnológicos que ocasionaram transformações no dia-a-dia da sociedade a uma velocidade nunca vista antes. Moreira (2002, p. 11) refere-se à tecnologia como “parte integrante da vida do ser humano e como tal a influência e modifica seu modo de viver ao mesmo tempo em que é modificada por ele.” Espontaneamente, as relações sociais também sofreram transformações em função da ciência e da tecnologia terem sido incorporadas ao cotidiano da vida moderna. Por um lado, os novos conhecimento em Ciência e Tecnologia permitiram o aumento dos tipos e formas (e, por consequência, quantidade) de crimes. Nos idos de 1950, quantas pessoas imaginariam que observaríamos, no momento atual, a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação como meio para prática de crimes como o de pedofilia? Por outro lado, o desenvolvimento descomunal que se verificou na ciência dos últimos 100 anos forneceu ferramentas e técnicas de uso potencial para a investigação criminal em nossos dias. Na mesma década de 50, seria possível supor que, a partir de um chiclete mastigado poderiam ser coletadas células descamadas da mucosa da boca, anteriormente contidas na saliva que, submetida a análises comparativas de DNA pode levar à identificação do autor de um crime? Bruno Latour (2000, p.14) esclarece que a expressão caixa-preta é usada em cibernética sempre que uma máquina ou um conjunto de comandos se revela complexo demais. Em seu lugar, é desenhada uma caixinha preta, a respeito da qual não é preciso saber nada, senão o que nela entra e o que dela sai. Em conformidade, a expressão caixa-preta pode ser utilizada para se referir à ciência, em razão da alta complexidade que vem acumulando. Por seu turno, estariam habilitados, os operadores do direito a formular acusações e julgamentos sem que alguém abra esta caixa-preta? Isto significa dizer que, no tocante ao espaço tecnológico de algum fato investigado, alguém, dotado de 6 credibilidade e que entenda o processo pelo qual se desenvolve a informática, a genética, e outros campos científicos, deve indicar aos operadores do direito, o que e como algo ocorreu e, quandopossível, por quem foi executado. Credibilidade da perícia criminal No âmbito do sistema de segurança pública e justiça criminal os integrantes da perícia oficial são os mais constantes porta-vozes da ciência. Ao representarem-na, herdam o seu prestígio e a sua credibilidade. Então, diante disso, o laudo pericial muitas vezes poderá ser a peça elementar e primordial para condenar ou inocentar um réu, uma base decisória que direciona a investigação policial, o processo criminal e o julgamento. Um dos princípios em que se fundamenta o poder judiciário na condução do processo penal é o da verdade real. Roland Omnès (1996, p. 264-270) discute que a questão do realismo parte de uma interrogação: “que nos ensina, então, a ciência, sobre a realidade das coisas?”. Omnès expõe qual a resposta dada pelo senso comum: “é que a ciência permite conhecer a realidade e saber o que esta última é verdadeiramente”. Doravante, um hiato para trazer a explicação formulada para a verdade por Marilena Chauí (2001, p. 90): “um valor, é o verdadeiro que confere às coisas, aos seres humanos, ao mundo um sentido que não teriam se fossem considerados indiferentes à verdade e à falsidade”. Já, a não consciência sobre o estado de ignorância (o de não saber) acarreta que nada mais há para saber. Por outro lado, a incerteza é a percepção da ignorância, a confiança e as opiniões não abarcam a realidade e surgem as dúvidas e então, a insegurança. Assim, se busca a verdade para superar a incerteza. A autora nos revela que: “o desejo da verdade aparece como o desejo de confiar nas coisas e nas pessoas, isto é, de acreditar que as coisas são 7 exatamente tais como as percebemos e o que as pessoas nos dizem é digno de confiança e crédito” (2001, p. 91). Três concepções da verdade são apresentadas pela filósofa (Chauí, 2001, p. 99), provenientes da língua grega, da latina e da hebraica: verdade, em grego (aletheia) se refere ao que as coisas são, o verdadeiro é o evidente ou plenamente visível para a razão; em latim (veritas) se refere ao que os fatos foram, o verdadeiro é a narrativa dos fatos acontecidos; e em hebraico (emunah) se refere ao que as ações e coisas serão e significa confiança de que aquilo que foi pactuado aconteça. A autora considera que a evidência é a marca do conhecimento verdadeiro e que uma ideia é verdadeira quando corresponde à coisa que é seu conteúdo e que existe fora de nosso espírito ou de nosso pensamento. Com base no exposto argumenta-se aqui que a teoria da evidência e da correspondência traça um conjunto de relações entre o mundo e a consciência: a ciência (seus ramos), portanto, é uma representação da realidade, abstrata, mas digna de confiança. Sob essa perspectiva, a perícia criminal utiliza-se de ciência e tecnologia no processamento de evidências oriundas de supostos crimes, e esse resultado (expresso em um laudo) faz a correspondência, faz a narrativa dos fatos investigados. Lacan (1998, p. 890) indica que “a incidência da verdade como causa da ciência deve ser reconhecida sob o aspecto da causa formal”. Em torno da busca da verdade, no momento da elucidação dos crimes, encontram-se, filosoficamente, a justiça e a ciência: a verdade como a causa para ciência e a finalidade para justiça. Conceitos e classificação Ciência forense é a classificação dada aos esforços de geração e transferência de tecnologia e ciência com a finalidade de elucidar questões relativas ao âmbito do sistema de segurança pública e justiça criminal. 8 Já, perícia criminal é a busca da veracidade real das circunstâncias do crime a partir de evidências materiais geradas pelo fato criminoso, em função de conhecimento tecnológico e científico ratificado, com a finalidade de fundamentar os procedimentos legais até o julgamento. Constituem objetos de estudo perseguidos pelos peritos criminais, ilustrativamente: fios de cabelos; manchas de sangue, esperma, saliva; tecidos biológicos; fragmentos de impressões digitais, de objetos (vidro, plástico, etc.); vestes; cartuchos; projéteis; entre outros. Atualmente, as séries televisivas que abordam a ciência forense têm tornado o campo mais conhecida para a população, assim como os vários ramos da ciência que contribuem para ela. Compete à perícia oficial Criminal, enquanto operadores da ciência forense, a execução de exames em algumas áreas, sem a intenção de esgotá-las; exemplifica-se abaixo: i) Balística: verificação e análise de eficiência de armas e de munições, confronto de projetil balístico, reprodução simulada de crimes envolvendo disparo de arma de fogo. ii) Grafoscopia e documentoscopia: confronto de grafismos; identificação de falsificação em documentos, em papel moeda, em selos, em rótulos, em cédulas, respectivamente. iii) Fonética forense: confronto e identificação de vozes. iv) Papiloscopia forense: confronto de impressões digitais latentes, fragmentadas ou não, relacionadas a cenas e objetos de supostos crimes. v) Identificação de veículos: verificação e análise de adulteração, remarcação e implante de chassi, de motor e outros componentes dos veículos. vi) Química forense: identificação e/ou quantificação de substâncias em amostras químicas, como combustíveis, resíduos metálicos. 9 vii) Toxicologia forense: identificação e/ou quantificação de substâncias em amostras biológicas, como: venenos, entorpecentes e drogas em geral. viii) Genética de identificação humana: exame comparativo de material genético (DNA). ix) Entomologia forense: elucidação de aspectos relacionados à morte por meio do estudo de insetos e artrópodes que atuam na decomposição cadavérica. x) Computação Forense: verificação e análise de conteúdo e/ou pirataria, etc. em hardware e software. xi) Meio ambiente forense: verificação e análise em desmatamentos, em produtos da pesca e/ou caça ilegais, diferenciação de incêndio ambiental criminal ou acidental. xii) Engenharia legal: verificação e análise de causas de desabamento, diferenciação de incêndio criminal ou acidental, verificação e análise em furto de energia elétrica, de água, de sinal de TV por assinatura. xiii) Contabilidade forense: verificação e análise em documentos visando identificar falsificação de demonstrações financeiras, fraudes em seguros. xiv) Cenas relacionadas a crime contra a vida: levantamento de evidências e análise em local de morte violenta – homicídio, suicídio, aborto, infanticídio. xv) Cenas relacionadas a crimes contra o patrimônio: levantamento de evidências e análise em local de furto, arrombamento, constatação de danos. 10 xvi) Cenas relacionadas a acidente de tráfego: levantamento de evidências e análise em local de atropelamento, de colisão, de capotamento, realização de reprodução simulada. xvii) Medicina legal: verificação e análise em lesões corporais, determinando sua natureza, extensão e determinação a relação causal de eventual incapacidade física; verificação e análise em cadáveres, determinando a causa mortis e, em alguns casos, o tempo de morte decorrido. xviii) Psiquiatria forense: exames de sanidade mental. xix) Odontologia legal: exames para verificação de traumas, para análise da idade, para identificação humana por análise de arcos dentários ou mordedura. xx) Antropologia forense: convergem Peritos Oficiais Médicos e Odontólogos legistas na realização de exumações e realização de levantamentos antropométricos (estatura, envergadura, dentes e crânio) e se prestam a identificar um cadáver ou um indivíduo vivo. Os profissionais que trabalham nas atividades acima relacionadas conformam a perícia criminal. Argumenta-se aqui, pelos motivos acima apresentados, relativos à importância do laudo pericial baseado em ciência e aos reflexosna sociedade acarretados pela dinâmica do progresso científico e tecnológico, que os serviços prestados pela perícia criminal, tida como auxiliar da justiça no Brasil, adentram em um plano de imprescindibilidade para o sistema de segurança pública e justiça criminal brasileiro no período contemporâneo. 11 CRIMINALÍSTICA A e exposição midiática sobre o trabalho investigativo e da perícia criminal, como demonstram os seriados televisivos e documentários, produziram o “Efeito CSI”, aumentando a curiosidade e o interesse do público brasileiro para ingressar e atuar em carreiras das áreas forenses. Então, para iniciarmos o nosso estudo, precisamos saber primeiramente do que se tratam as Ciências Forenses. A palavra FORENSE é proveniente do latim e significa “respeitante ao fórum judicial”. Portanto, toda Ciência a qual seus conhecimentos podem ser utilizados para a elucidação de questões de interesse judicial recebe essa terminologia, como por exemplo, Biologia Forense, Entomologia Forense, Botânica Forense, Engenharia Forense, Química Forense, Balística Forense, e assim por diante. Dessa forma, as Ciências Forenses relacionam a Ciência e a Justiça, sendo de inegável contribuição para a sociedade na resolução de crimes e na busca pela verdade dos fatos. É justamente neste contexto que se insere a Criminalística, um dos princípios das Ciências Forenses, sendo uma ciência autônoma, alimentada pelas mais diversas áreas do conhecimento. A Criminalística é uma ciência autônoma que surgiu a partir da medicina legal, recebendo a contribuição principalmente das ciências naturais (Biologia, Química, Física, Matemática). 12 Recebeu inúmeras definições ao longo de sua história, sempre sendo correlacionada como uma ciência de importante contribuição para a investigação criminal, de desenvolvimento de métodos científicos no combate e esclarecimento de crimes. Uma das primeiras definições da Criminalística foi de ninguém menos do que HANS GROSS (1893), considerado o pai dessa Ciência pelas suas contribuições, obras e ao utilizar o nome pela primeira vez na história: “Criminalística é o estudo da fenomenologia do crime e dos métodos práticos de sua investigação”. Em 1947, criminalística foi conceituada no 1° Congresso Nacional de Polícia Técnica, ocorrido em São Paulo, como sendo a “Disciplina que tem como objetivo o reconhecimento e a interpretação dos indícios materiais extrínsecos, relativos ao crime ou à identidade do criminoso”. Portanto, a Criminalística estuda os vestígios/indícios materiais extrínsecos (o exame dos vestígios intrínsecos, na pessoa, são da área Médico Legal), objetivando também, segundo as palavras de Stumvoll (2010), além da análise dos vestígios materiais, “as interligações entre eles, bem como dos fatos geradores, a origem e a interpretação dos vestígios, os meios e modos como foram perpetrados os delitos”. Em outra definição recente do mestre JOSÉ LOPES ZARZUELA (1995), “a Criminalística constituiu o conjunto de conhecimentos científicos, técnicos, artísticos, destinados à apreciação, interpretação e descrição escrita dos elementos de ordem material encontrados no local do fato, no instrumento de crime e na peça de exame, de modo a relacionar uma ou mais pessoas envolvidas em um evento, às circunstâncias que deram margem a uma ocorrência, de presumível ou de evidente interesse judiciário”. Fique atento Em resumo, a Criminalística é considerada uma disciplina autônoma, regida por princípios, postulados, métodos próprios, alimentada por diversas áreas do conhecimento (multidisciplinar), com independência das demais, voltada para o estudo (observação, análise, interpretação) dos elementos materiais extrínsecos relacionados a um fato criminoso. 13 Fique atento CRIMINALÍSTICA ≠ CRIMINOLOGIA A Criminologia (crimen=delito + logo=tratado, estudo) pode ser considerada como uma ciência que estuda o crime, o criminoso, a vítima (Vitimologia) e o controle social dos delitos, buscando compreender os fatores causais e as interações entre esses objetos e todos os fenômenos relacionados. A Criminalística é uma ciência que tem por objetivos: dar a materialidade do fato típico, constatando a ocorrência do ilícito penal; verificar os meios e os modos como foi praticado um delito, visando fornecer a dinâmica do fenômeno; O reconhecimento e a interpretação dos indícios materiais extrínsecas; indicar a autoria do delito, quando possível; Interpretar os elementos que conduzam à identificação do agente; elaborar a prova técnica, através da indiciologia material. Princípios Fundamentais da Criminalística PRINCÍPIO DA OBSERVAÇÃO: conhecido também como Princípio da Troca de Locard. “Todo contato deixa uma marca”. PRINCÍPIO DA ANÁLISE: Metodologia científica -> “a análise pericial deve sempre seguir o método cientifico”; PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO (INDIVIDUALIDADE): “dois objetos podem ser indistinguíveis, mas nunca idênticos” (também conhecido como Princípio de Kirk); PRINCÍPIO DA DESCRIÇÃO: “o resultado de um exame pericial é constante com relação ao tempo e deve ser exposto em linguagem ética e juridicamente perfeita”; 14 PRINCÍPIO DA DOCUMENTAÇÃO: Cadeia de custódia da prova material. “Toda amostra deve ser documentada, desde seu nascimento na cena do crime até sua análise e descrição final, de forma a se estabelecer um histórico completo e fiel de sua origem”. Postulados da Criminalística I) O conteúdo de um LAUDO PERICIAL É INVARIANTE COM RELAÇÃO AO PERITO CRIMINAL QUE O PRODUZIU. Como o perito possui um compromisso com a verdade e a verdade é uma só, peritos diferentes não podem se desentender em suas conclusões, pois o resultado deve ser imparcial e não depender de opiniões pessoais. “A perícia vale o que vale o perito”, como bem ilustra o grande mestre Nerio Rojas em sua célebre frase: “O dever de um perito é dizer a verdade; no entanto, para isso é necessário: primeiro saber encontrá-la e, depois querer dizê-la. O primeiro é um problema científico, o segundo é um problema moral”. II) As CONCLUSÕES de uma perícia criminalística SÃO INDEPENDENTES DOS MEIOS UTILIZADOS PARA ALCANÇÁ-LAS. As conclusões de uma perícia deverão ser constantes, independentemente das técnicas e/ou métodos cientificamente comprovados e aplicados para alcançar os resultados. Novamente, a verdade é uma só e deverá ser encontrada ao final mesmo seguindo por caminhos (metodologias) diferentes. Se um perito utilizar o método A e depois usar o método B, as conclusões deverão ser as mesmas (evidentemente que se deve considerar a limitação de cada metodologia, precisão e sensibilidade do método, dentre outros fatores). III) A perícia criminal É INDEPENDENTE DO TEMPO. A verdade é imutável em relação ao tempo decorrido. "O tempo que passa é a verdade que foge” diz respeito à dificuldade de realizar a perícia conforme a progressão temporal; mas independentemente da dificuldade de se 15 atingir os resultados, a verdade é uma só e sempre será a mesma com o passar do tempo. A verdade é perene! INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CONSTITUCIONAL: CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO E SUA TRÍPLICE FUNÇÃO Até o atual momento não há na legislação brasileira e nenhum dispositivo legal que defina o conceito de investigação criminal. A Constituição Federal, o Código de Processo Penal e a Lei 12.830/13, embora façam menção à atividade de investigação criminal, não dizem exatamente o que seja. Portanto, do ponto de vista normativo, não há conceito taxativo de investigação criminal. Da leitura dos dispositivos legais referidos é possível inferir-se, unicamente, que a investigação criminal tem como finalidade a apuração das infrações penais e que essa incumbência é atribuição da políciajudiciária. 16 A investigação criminal é o ponto de partida da persecução penal. É o princípio da atividade de verificação de determinado fato, supostamente criminoso. Observa-se que, mesmo fora do processo-crime, a investigação, em si, enquanto gênese do saber e do conhecimento, é o ponto de partida de todas as coisas que o homem pretende ter conhecimento. Ou seja, tudo se motiva do saber e o homem está sempre atrás do conhecimento. A investigação, assim, é a pesquisa, a atividade de busca do saber, seja por curiosidade ou satisfação do intelecto. No direito criminal, entretanto, muito além da investigação que visa o aprendizado de algo para fins de satisfação pessoal, há a necessidade dessa atividade, determinada e disciplinada por lei, objetivando a satisfação do interesse público. A investigação surge, assim, como mandamento imprescindível do sistema de justiça criminal, pois espelha a "necessidade de pesquisa da verdade real e dos meios de poder prová-la em juízo", viabilizando a correta aplicação da lei penal. A investigação criminal transpassa todo o procedimento de apuração da responsabilidade penal do sujeito praticante de um crime, pois, em um primeiro momento, inicia a busca pelo conhecimento do fato e todas as suas circunstâncias e, a posteriori, possibilita sua análise pelos atores do sistema de justiça criminal, possibilitando a experimentação da verdade provável, com base nos elementos que se obteve nesse processo. Feitas essas apurações, pretendemos fornecer a conceituação de investigação criminal sob dois aspectos: prático e jurídico. Sob o aspecto prático, classificamos a investigação criminal como o conjunto de diligências preliminares devidamente formalizadas que, nos limites da lei, se destinam a apurar a existência, materialidade, circunstâncias e autoria de uma infração penal, coletando provas e elementos de informações que poderão ser utilizadas na persecução penal. 17 Do ponto de vista jurídico, a investigação criminal é por nós definida como a atividade estatal destinada a elucidação de fatos supostamente criminosos, apresentando "tríplice funcionalidade", i.e, na apuração desses fatos, a investigação criminal possui três funções: evitar imputações infundadas (função garantidora); preservar a prova e os meios de sua obtenção (função preservadora); propiciar justa causa para a ação penal ou impedir sua inauguração (função preparatória ou inibidora do processo criminal). Destacamos que esse tríplice funcionalidade da investigação criminal, por nós sustentada, é um mandamento implícito do sistema constitucional, de modo que a "função unidirecional da investigação criminal", sustentada massivamente pela doutrina clássica, ao nosso sentir, está separada dos ideais do Estado Democrático de Direito. A oportuna investigação criminal pressupõe que o Estado respeite os postulados constitucionais e os direitos individuais, uma vez que “os direitos e garantias fundamentais atuam como disposições legais de caráter negativo, na medida em que dizem o que não se pode fazer na investigação criminal”. Nesse ponto de vista, entendemos que a investigação criminal oficial, de cunho constitucional, não pode ser percebida unicamente como preparatória do processo-crime, mas sim de acordo com a tríplice funcionalidade por nós referida. O texto constitucional é claro ao referir que, como regra, a apuração de infrações penais e a execução das funções de polícia judiciária competem à Polícia Federal e às Polícias Civis, reservando às Polícias Militares o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública. Cabe à Polícia Federal, órgão mantido pela união, “apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo dispuser em lei”, bem como “exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União”. 18 Quanto à Polícia Civil, menciona a Lei Maior o seguinte: “às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares”. As atribuições dos órgãos de segurança pública estão listadas, de forma clara, no texto constitucional, não deixando margens para dúvidas de qual é o papel de cada instituição na tarefa de prevenir e reprimir as infrações penais, de modo que a atividade de investigação criminal pertence à polícia judiciária. Nessa direção, ainda, refere o artigo 4º, caput, do Código Penal que “a polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria”. Cumpre ressaltar, também, a redação legal do artigo 2º, caput, da Lei 12.830/13, o qual refere que "as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado", bem como do seu § 2º, de onde se extrai que "ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais" . Repare que tanto a regra prevista no caput do art. 4º do Código de Processo Penal, quanto as regras inseridas no art. 2º da Lei 12.830/13 mantém um vínculo harmônico e simétrico com a Constituição Federal, ao passo que demostram a sua opção pela condução da investigação criminal pela polícia judiciária, e, para nós, nem poderia ser diferente, pois a Constituição representa o “topo hermenêutico que conformará a interpretação jurídica do restante do sistema”. É necessário reconhecer, assim, que, com base nas normas acima mencionadas, a investigação criminal é atribuição da polícia judiciária, representada por organismos sociais cuja função, por excelência, é a apuração da materialidade e autoria das infrações penais. 19 Veja-se que quando a Lei Maior faz essa afirmativa, de forma clara, ela está expressando que a atividade investigativa, no âmbito criminal, será realizada pelas instituições que carregam em seu bojo as atividades de polícia judiciária, i.e., a Polícia Federal e as Polícias Civis, nas suas respectivas áreas de atuação. Cumpre referir que, mesmo diante dos comandos constitucionais que definem as atribuições dos órgãos estatais, o Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que o Ministério Público pode conduzir investigações de natureza criminal, por meios próprios, sendo que, conforme demonstramos, ao nosso ver, inexiste comando legal autorizando tal inferência. Delineado o cenário constitucional em que se desenha a investigação criminal, bem como feita referência às leis infraconstitucionais que, baseadas nas disposições da Constituição Federal, disciplinam o assunto, estabelecemos que a investigação criminal, atualmente, pode ser dividida em três espécies. a) Investigação criminal autêntica ou pura: Inclui-se nesta classificação a investigação criminal autorizada e legalizada pela Constituição Federal, conduzida pela polícia judiciária, sob a presidência de um delegado de polícia de carreira. Diz-se autêntica ou pura porque se trata do modelo padrão de investigação criminal adotado pela Constituição. É a investigação criminal genuína. b) Investigação criminal derivada: Insere-se nesta classificação a investigação criminal igualmente mencionada no texto constitucional como exceção ao modelo padrão. Conforme apontamos, a Constituição não conferiu o monopólio da investigação criminal à políciajudiciária, havendo duas exceções, nas quais a atividade de investigação criminal poderá não ser desempenhada pela polícia judiciária, quais sejam: a apuração das infrações penais militares e as apurações das comissões parlamentares de inquérito. Diz-se derivada porque deriva do modelo padrão e possui, igualmente, sustentação constitucional. 20 c) Investigação criminal não autêntica ou impura: Enquadra-se nesta classificação qualquer outra forma de investigação criminal levada a cabo fora dos padrões estabelecidos pela Constituição Federal, independentemente da instituição que a realize, pois, diante da inexistência de mandamento constitucional que lhe confira legitimidade, se apresenta como forma de flexibilização negativa das garantias fundamentais. Diz-se não autêntica ou impura porque não possui previsão constitucional. 21 MÓDULO DIDÁTICO 1: COMO INVESTIGAR – O CASO DAS IMPRESSÕES DIGITAIS NA CENA DO CRIME Nesse módulo iremos debater as técnicas que podem ser usados para o reconhecimento de impressões digitais e como podemos analisa–lá. Técnica do Pó Sendo a mais utilizada entre os peritos, é usada quando as impressões localizam–se em superfícies que possibilitam o decalque da impressão, ou seja, superfícies lisas, não rugosas e não adsorventes. A adsorção é um acontecimento caracterizado pela fixação de moléculas de uma substância (o adsorvato) na superfície de outra substância (o adsorvente). Quando a impressão digital é recente, a água é o principal composto no qual as partículas de pó aderem. À medida que o tempo passa, os compostos oleosos, gordurosos ou sebáceos são os mais importantes. Esta interação entre os compostos da impressão e o pó é de caráter elétrico, tipicamente forças de van der Waals e ligações de hidrogênio. Coleta de impressões digitais I Material: um pedaço de carvão, graal e pistilo, uma folha de papel e um rolo de fita adesiva transparente. Procedimento: Pegue um pedaço de carvão e triture–o muito bem até obter um pó muito fino. Borrife o pó sobre a superfície que pode conter impressões digitais, e retire o excesso um pequeno pincel. A seguir, recolha a impressão digital com fita adesiva e cole–a em um papel branco para depois ser associada com a impressão digital de possíveis suspeitos. 22 Produção de um Pó Orgânico Material: 1 g de brometo de potássio, 25 mL de água destilada, 35 g de amido de milho, bastão de vidro, erlenmeyer de 100 mL, copo de Becker de 250 mL, graal e pistilo. Procedimento: Um deles seria dissolver 1 g de brometo de potássio em 25 mL de água destilada. Em seguida, lentamente, dissolve–se 35 g de amido de milho na solução aquosa de brometo de potássio. Esta mistura é deixada secar por setes dias e após é reduzida a pó. Este, por sua vez, é conservado em um recipiente contento sulfato de cálcio anidro como dessecante. Técnica do Nitrato de Prata O Nitrato de Prata reage com cloretos de secreções da pele, com um resultado da revelação de cor acinzentada quando exposto à luz. Após a revelação, a impressão deve ser fotografada imediatamente, pois muito frequentemente a reação acaba preenchendo a região vazia entre as cristas papilares, e assim forma–se um borrão. Indicada para superfícies porosas, plásticos e madeira não envernizada. Se manuseada com outros reagentes devem ser empregadas após aplicação do iodo e da Ninidrina. Seu resultado também é inócuo em artigos que tiverem sido expostos à água. Ao trabalhar com o iodo é necessário seguir algumas instruções: usar luvas, roupas limpas que cubram todo o corpo e óculos de proteção como forma de proteger a sua pele e seus olhos, e tomar cuidado quanto à inalação, pois o vapor de iodo é bastante irritante. Coleta de impressões digitais II Material: solução de nitrato de prata 5%, borrifador, vidro de relógio. Procedimento: Borrife a solução de nitrato de prata sobre a superfície suspeita. Outra opção é colocar a superfície suspeita em uma cuba (ou vidro de 23 relógio, ou copo de Becker de boca larga) contendo solução de AgNO3 5% durante aproximadamente 30 segundos. A reação entre o sal do suor e o reagente químico, o nitrato de prata, formará um composto, como mostra a Figura 1, que vai ter precisamente a forma das impressões digitais. Com exceção dos cloretos de prata, mercúrio e chumbo, todos os outros são solúveis em água. É exatamente uma destas exceções, o cloreto de prata, que permite a visualização da impressão. Na figura 1, "XCl(aq)" representa qualquer sal de cloro —excetuando os já mencionados—, como o cloreto de sódio dissolvido [NaCl(aq)]. Deve–se deixar a superfície contendo a impressão secar em uma câmara escura. Após isto, ela é exposta à luz solar o tempo necessário para que o íon prata seja reduzido à prata metálica, revelando a impressão sob um fundo negro. A impressão digital revelada deve ser fotografada rapidamente antes que toda a superfície escureça. Técnica do Iodo O iodo tem como característica a sublimação, ou seja, passagem do estado sólido diretamente para o estado vapor. Para esta mudança de estado, o iodo precisa absorver calor. Este calor pode ser, por exemplo, o do ar que expiramos ou até mesmo o calor de nossas mãos direcionado sobre os cristais. Seu vapor tem coloração acastanhada e, quando em contato com a impressão, forma um produto de coloração marrom amarelada, como demonstra a Figura 2. O vapor interage com a impressão através de uma adsorção física, não havendo reação química. Um benefício que esta técnica tem em relação às demais, como a do pó, é que ela pode ser utilizada antes de outras. 24 Coleta de impressões digitais III Material: iodo (I2), saco plástico. Procedimento: Esta técnica é utilizada geralmente quando a impressão encontra–se em objetos pequenos. Colocando–se o material a ser examinado junto com os cristais em um saco plástico selado, após agitação é produzido calor suficiente para a sublimação dos cristais. 25 Técnica da Ninidrina A ninidrina reage com aminoácidos para produzir um produto de reação com coloração roxa, como mostra a Figura 3. Apropriado para superfícies porosas, o tempo de revelação médio é de 10 dias, podendo ser acelerado com aplicação de calor e umidade. Se utilizada em conjunto com outras substâncias químicas, deve ser empregada depois do iodo e antes do nitrato de prata. Muito utilizada pelas polícias técnico–científicas, seu resultado é inócuo em artigos que tiverem sido expostos à água. Preparação da solução de ninidrina Materiais: 0,5 g de ninidrina, 30 mL de etanol anidro, erlen–meyer de 100 mL. Procedimento: Dissolva a ninidrina no etanol anidro, utilizando um erlenmeyer de 100 mL. Esta mistura pode ser armazenada em um borrifador. O líquido deve ser borrifado a cerca de 15 cm da superfície. Espere alguns instantes até a evaporação do solvente, repetindo a operação quantas vezes forem necessárias. 26 Técnica do DFO O DFO (diazafluorenona) é uma substância com alta capacidade de revelação (em torno de dez vezes comparado à nini–drina). Muito aplicada em superfícies porosas (como papel e cartolina), sua reação pode ser acelerada através de aplicação de calor (requer o emprego de câmara de vaporização). Se for empregada em processos que incluam a ninidrina, o DFO deve ser utilizado antes desta. Muito útil também para revelar manchas de sangue, sua aplicação demanda a utilização de uma fonte de luz do tipo azul forense. Preparação do DFO Materiais: 50 mg de DFO, 4 mL de metanol, 2 mL de ácido acético glacial, 100 mL de freon, pipetas volumétricas de 2 mL, proveta de 100 mL, erlenmeyer de 250 mL. Procedimento: Mistura–se o DFO ao metanol e ao ácido acético. Após a dissolução do DFO, dilui–se a solução em 100 mL de freon. Instruçõespara analisar as impressões digitais Para que seja possível identificar/descobrir a quem pertence cada uma das impressões digitais recolhidas em uma cena de crime ou situação semelhante, será necessário equiparar com as digitais de uma base de dados, tentando encontrar os traços característicos de cada uma para chegar ao possível suspeito. Para isso o professor ou quem desejar realizar esse tipo de atividade deverá criar seu próprio banco de dados, recolhendo impressões digitais de diversas pessoas e as mesmas podem ser organizadas em fichas que contenham algumas informações, por exemplo, impressão digital, nome, idade, altura, data de nascimento, como se fosse uma ficha cadastral. Na análise das impressões digitais a comparação é desenvolvida a partir de 6–7 pontos–chave (intersecção, centro, bifurcação, fim de linha, ilha, delta e poro) escolhidos dentre os traços mais característicos. Se todos coincidirem temos a chamada: "Correspondência Positiva". Além desses pontos chaves para examinar as impressões digitais também são consideradas as linhas que formam nossos dedos. Por exemplo, arco, presilha interna, presilha externa e verticilo. 27 MÓDULO DIDÁTICO 2: COMO INVESTIGAR – AS PEGADAS NA CENA DO CRIME Provas por impressão – moldes de gesso Ao abordar uma cena de crime com a intenção de registrar provas por impressão – pegadas – a primeira coisa a se fazer é entrar, procurando impressões e reconstruindo os eventos do crime com todo o seu conhecimento. Desse modo, é possível indicar os fatos importantes como a direção de viagem ou o número de suspeitos na cena. Procedimento: 1) Descubra e escolha uma pegada nítida e coloque/prenda uma tira de cartolina à sua volta, de modo a formar um círculo que contorne a pegada e enterre–o no terreno. Prenda–a com um clipes ou grampeador. 2) Prepare o gesso. Ponha um pouco de água num balde, adicione o pó de gesso e mexa bem. Em seguida despeje o gesso na marca da pegada e deixe secar durante 15 minutos. 28 3) Desenterre o molde de gesso e a terra à sua volta. Envolva o molde em papel de jornal. E deixe–o durante um dia para solidificar. 4) Quando o gesso estiver duro, desprenda a cartolina e lave o molde debaixo de água corrente, utilizando uma escova de dentes velha. O molde final será uma cópia exata da pegada de uma das pessoas que esteve na cena do crime e que pode auxilia–ló a desvendar o caso. Outro tipo de análise que pode ser executada é quanto ao tipo de pegada. Dessa forma, por meio de uma pegada, usando a fórmula mostrada a seguir, é possível calcular o número do calçado/sapato de uma determinada pessoa (S) com o auxílio de uma fórmula matemática. Para isso é necessário medir (em centímetros) o tamanho da pegada (p). Instruções para Analisar as Pegadas Para que seja possível reconhecer a quem pertence os moldes das pegadas coletadas na cena do crime, será necessário conferir com os "calçados" de uma base de dados, tentando encontrar traços característicos de cada uma para chegar ao possível suspeito, assim como nas impressões digitais. Além disso, por meio das pegadas encontradas em uma cena de crime também se pode realizar outros tipos de análises. Por exemplo, fazer uma reconstrução da cena, no sentido de tentar identificar o sentido/direção dessas pegadas, a fim de compreender qual foi o caminho realizado pelo possível suspeito ou pessoas envolvidas, o que pode ajudar na análise final do caso. 29 MÓDULO DIDÁTICO 3: COMO INVESTIGAR –AS MANCHAS DE SANGUE NA CENA DO CRIME Os vestígios de sangue podem determinar várias informações importantes de um crime, de acordo com o lugar onde ele cai, da maneira como cai, da consistência, do tamanho e do formato das gotas ou pingos de sangue. Primeiro Passo: Como fazer para identificar se a Substância Encontrada na Cena do Crime é Sangue ou Não? Quando uma provável mancha de sangue é coletada, a mesma é levada a testes de presunção. Esses são geralmente catalíticos e envolvem o uso de agente oxidante. Um exemplo é o reagente de Kastle–Meyer, um indicador que pode mudar de cor (ou luminescente) e que sinaliza a oxidação catalisada pela hemoglobina. Se a amostra for de sangue, esta terá, necessariamente, hemoglobina, a qual possui a característica de decompor o peróxido de hidrogênio (comportamento de per–oxidase) em água e oxigênio nascente. Então, este oxigênio promoverá a forma colorida (rosa) do reagente fenolftaleína, 30 como mostra a Figura 4, evidenciando ao perito que a amostra pode conter sangue. A Figura 5 mostra o esquema das reações envolvidas nesse processo. Da mesma forma que o reagente de Kastle–Meyer, o reagente de benzidina baseia–se na catálise da decomposição do peróxido de hidrogênio em água e oxigênio pela hemoglobina presente no sangue. O oxigênio formado irá 31 oxidar a benzidina, alterando–lhe sua estrutura, fenômeno que é perceptível, sob o ponto de vista experimental, com o aparecimento da coloração azul da solução. No entanto, há casos em que a mancha não é explicita ou que o criminoso limpe a cena do crime a fim de ocultar o acontecido. Como detectar rastros de sangue, se estes não são visíveis a olho nu? Para estes casos, utiliza–se o luminol, que reage com quantidades muito diminutas de sangue. É um composto que, sob determinadas condições, pode fazer parte de uma reação quimiluminescente. Sua sensibilidade pode chegar aos impressionantes 1/1.000.000.000, mesmo em locais com azulejos, pisos cerâmicos ou de madeira, os quais tenham sido lavados. Ele é indicado para locais onde há suspeita de homicídio e superfícies que, aparentemente, não exibem traços de sangue. Prática de Identificação de Sangue Visível –Reagente de Benzidina Materiais: 2 vidros de relógio; 2 hastes flexíveis com algodão; 2 espátulas; 0,16 g de benzidina cristalizada, 4 mL de ácido acético glacial e 4 mL de peróxido de hidrogênio de 3 a 5%, 1 frasco lavador; 50 mL de água deionizada. Procedimentos: Coletar duas amostras usando os vidros de relógio. Molhar as amostras coletadas com água deionizada, em seguida misturar cada uma das amostras de forma a ter uma mistura homogênea e colocar um pouco de cada amostra nas hastes flexíveis. Pingar duas gotas de reagente sobre cada 32 amostra contida nas hastes e anotar o que ocorreu. Pingar duas gotas de peróxido de hidrogênio em cada haste e anotar o que aconteceu. Parte B: O que o Sangue Encontrado na Cena do Crime pode lhe mostrar? As manchas podem auxiliar a recriar um crime por causa da maneira como o sangue se comporta. Ele deixa o corpo como um líquido, seguindo as leis do movimento, do atrito e da gravidade. Ao se movimentarem, as gotas assumem a forma esférica por causa da tensão superficial. As moléculas do sangue são muito coesas, ou seja, atraem umas às outras, pressionando até ficarem de um formato com a menor área possível. Assim, por causa das leis anteriores, as gotas se comportam de maneiras previsíveis quando caem sobre uma superfície ou quando uma força age sobre elas. Lembre–se do que acontece quando você derrama gotas de água sobre o chão. O líquido cai devagar formando uma poça circular. O formato e o tamanho dependem da quantidade de água derramada, da altura em que estava o copo e se você derrubou sobre o carpete, madeira, ou alguma outra superfície. Uma grande quantidade de água forma uma poça maior. E se cair de uma longa altura terá um diâmetro menor. Em uma superfície dura irá manter uma forma circular, enquanto o carpete absorve um pouco da água e faz as margens aumentarem. O mesmo ocorre com o sangue, ou seja, a circunferência de uma mancha de sangue ela tende a aumentar conforme aumenta a altura, como mostra a Figura 7. 33 Desta forma, podemos determinar a que distância da evidênciade sangue e onde possivelmente a pessoa se encontrava quando foi alvejada (deitada, sentada ou em pé). Parte C: O que os Respingos de Sangue podem lhe indicar? O sangue se comporta de maneira muito semelhante com as gotas de água derramadas. Um respingo de baixa velocidade geralmente é o resultado de gotas de sangue pingando, se a vítima é esfaqueada e anda pelo local sangrando. A força do impacto é de 1,5 metros por segundo ou menos e o tamanho dos pingos fica entre 4 e 8 mm. Respingos de sangue podem identificar como a vítima estava na hora em que foi ferida. Um respingo de média velocidade tem uma força entre 1,5 e 30,5 metros por segundo e o seu diâmetro geralmente não é maior do que 4 mm. Esse tipo de respingo pode ser causado 34 por um objeto sem ponta, como um bastão, ou pode ocorrer quando a pessoa é espancada ou golpeada com faca. Os respingos de alta velocidade geralmente são provocados por ferimentos à bala, embora também possam ser causados por outras armas se o agressor aplicar muita força. Eles se movimentam com uma velocidade maior do que 30,5 metros por segundo e geralmente parecem com um borrifo formado por gotas pequenas, com menos de 1 mm de diâmetro. O tamanho e a força do impacto são apenas dois aspectos usados para conseguir informações sobre os respingos de sangue. A seguir, vamos ver os formatos e como os analistas usam fios, e funções para mapear uma cena do crime. Fios, Senos e Formatos dos Respingos A técnica de colocar fios sobre cada respingo é apenas um modo de determinar a área de convergência ou a fonte de sangue. Nesse método, que é usado por vários analistas, o especialista documenta a localização de cada respingo usando o sistema de coordenadas. A seguir, ele estabelece uma base para demonstrar para onde o pingo está voltado em relação ao chão e ao teto. Usando fios elásticos, o profissional coloca linhas a partir de cada respingo até a base. Depois, usa um transferidor na base da área onde os fios convergem para determinar o ângulo de lançamento de cada gota. Se estiverem principalmente na parede, é provável medir a distância entre a área de convergência e o objeto para descobrir onde a vítima estava. Alguns analistas usam cálculos trigonométricos para descobrir a área de convergência. As medidas da mancha de sangue se tornam os lados de um triângulo retângulo: seu comprimento é a hipotenusa e a largura fica do lado oposto ao ângulo que o analista está tentando descobrir, como mostra a Figura 8. Para isso, primeiramente é necessário descobrir cada mancha e medir o comprimento e a largura delas usando uma régua ou compasso de calibre. Em 35 seguida, calcular o ângulo usando essa fórmula: ângulo de impacto = arco seno (lado oposto/hipotenusa). Para que a fórmula funcione é preciso medir o comprimento e a largura da mancha; dividir a largura da mancha pelo comprimento e determinar o arco seno desse número (usando uma calculadora). Uma gota de sangue que cai perfeitamente na vertical ou formando um ângulo de 90° com a horizontal deixa uma mancha redonda. À medida que o ângulo de impacto com a horizontal diminui, a mancha fica cada vez mais longa e desenvolve uma "ponta" que indica a direção de lançamento da gota, como mostra a Figura 9. Quanto maior a diferença entre a largura e o comprimento, mais agudo será o ângulo de impacto. Por exemplo, imagine uma mancha de sangue com 2 m de largura e 4 mm de comprimento. A largura dividida pelo comprimento seria igual a 0,5. O arco seno de 0,5 é 30°, então o sangue caiu na superfície formando um ângulo de 30° com a horizontal. Em uma mancha com a largura de 1 mm e comprimento de 4 mm, o coeficiente seria de 0,25. Nesse caso, o sangue caiu na superfície formando um ângulo com cerca de 14° com a horizontal. 36 37 MÓDULO DIDÁTICO 4: COMO INVESTIGAR – AS EVIDÊNCIAS DE BALÍSTICA NA CENA DO CRIME Nesse módulo iremos examinar um pouco sobre alguns procedimentos que podem ser usados quanto a evidências de balísticas e como podemos examinar. Contudo, seria conveniente, primeiro estudar o que vem a ser uma arma de fogo, do que ela é constituída, como é o seu funcionamento (mecanismo de disparo), assim como, o cartucho. Instruções para Análise São inúmeros os procedimentos e as técnicas que podem ser utilizadas na interligação entre a arma e o crime, algumas mais simples e outras de ordem mais complexas, como mostraremos a seguir. Identificação do Atirador pela Arma A identificação do atirador pela arma baseia–se no encontro de impressões digitais deixadas nas armas (conforme detalhado no módulo 1). Identificação da Arma pelo Projétil Em primeiro lugar é necessário achar o projétil, em seguida, é necessário examinar o projétil, verificando seu peso, formato, comprimento, diâmetro, composição, calibre, raiamento, estriações laterais finas e deformações. Para se obter a identificação da arma deve–se realizar tiros de prova, produzindo projéteis da mesma forma, calibre, dimensões, constituição, do mesmo fabricante, da mesma série que o projétil suspeito. Esses tiros de prova serão disparados em saco de algodão ou em uma caixa d’água. 38 Os projéteis assim colhidos serão comparados com aqueles a serem identificados, com o auxílio de lentes de aumento, do microscópio binocular e do microscópio comparador. Confronto Balístico Quando um disparo é efetuado por uma arma de fogo, o projétil é expelido pelo cano e sai na direção do alvo. Este projétil, por estar em contato direto com a superfície interna do cano, passa a incorporar marcas e micro–estriamentos em sua superfície. Sendo assim, uma alternativa para ligar a arma de fogo ao crime é uma técnica utilizada pelos peritos chamada de Confronto Microbalístico. Obtém–se, no caso, o projétil, após, faz–se testes com a(s) arma(s) de fogo suspeita(s), disparando- a(s) em tanques de água, por exemplo, a fim de obter o projétil sem deformações, a não ser as inerentes ao contato com as raias ou superfície interna do cano. Após, com a ajuda de um microscópio óptico, observa–se as micro–estrias dos dois projéteis (o retirado da vítima e o produzido no tanque de água) e, através desta observação, pode–se ligar ou não a arma ao crime. O confronto microbalístico não se delimita apenas aos projéteis. Se houver cápsulas de cartuchos deflagradas na cena do crime, é possível analisar as marcas do percutor e as ranhuras produzidas na culatra. Seria como uma análise de impressão digital, onde cada arma produz um conjunto de micro– estrias único. E esses, assim obtidos serão comparados com aqueles a serem identificados, com o auxílio de lentes de aumento, do microscópio binocular e do microscópio comparador. Identificação da Arma pela Pólvora A pólvora pode apresentar–se queimada ou não e pode ser encontrada na cápsula, na arma ou no corpo ou vestes da vítima. O seu exame se faz através do exame do sarro, que permite verificar se o disparo foi feito com pólvora negra ou com pólvora piroxilada. Primeiramente, observa–se o aspecto da pólvora, macroscópica e microscopicamente. A pólvora negra deixa no interior do cano 39 abundante resíduo preto, que passa em poucos dias a uma cor cinzento– esbranquiçada, para depois tomar o aspecto avermelhado de ferrugem. A pólvora piroxilada deixa pouco resíduo, de cor cinza escura, que não se altera a não ser muito depois com a ferrugem. Em seguida, se realiza o exame químico do sarro, no qual a parte interna do cano ou outro objeto qualquer é lavado com água quente, sendo essa água de lavagem submetida à análise. O líquido é filtrado e sua reação é verificada com a fenolftaleína: a pólvora negra dá reação fortemente alcalina; a pólvora sem fumaça dá reação neutra. A análise mostrará, no caso da pólvora negra,a presença de sulfetos, sulfatos, tiossulfatos, carbonatos, tiocianatos, e também de carvão e enxofre. Com relação à pólvora piroxilada, encontrar-se nitritos e nitratos. Distância e Direção do Tiro A determinação da distância do tiro pode ser calculada usando as fórmulas mostradas na Figura 10, com as respectivas especificações e usando as unidades do Sistema Internacional de Unidades. Com o objetivo de descobrir a posição do atirador no momento do disparo, é necessário traçar uma circunferência com centro no alvo e raio igual à distância calculada anteriormente. Em seguida, fazer uma reconstrução da cena levando em conta a posição do corpo (alvo) e o local onde o projétil se encontra. 40 Resíduos de Arma de Fogo No momento do tiro são expelidos, além do projétil, diversos resíduos sólidos (provenientes do projétil, da detonação da mistura iniciadora e da pólvora) e produtos gasosos (monóxido e dióxido de carbono, vapor d'água, óxidos de nitrogênio e outros). Também integram a parte sólida dos resíduos partículas constituídas pelos elementos antimônio (Sb), bário (Ba) e chumbo (Pb), provenientes de explosivos como sais de chumbo, bário e antimônio, além da composição da liga de projéteis e cartuchos. Parte desses resíduos sólidos permanecem dentro do cano, ao redor do tambor e da câmara de percussão da própria arma. Porém, o restante é projetado para fora, atingindo mãos, braços, cabelos e roupas do atirador, além de se espalharem pela cena do crime. 41 REFERENCIAS BONFIM, E. M. Curso de processo penal. São Paulo: Saraiva, 2006. 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