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Manual do Advogado O Ecl11ora Manolt l.&da.. 2017, por mdo dt contrato com o autor. CAPA: Danid ~ NOJOTO GÚnc:o: LeolWdo S.IJI Mlyahan o.doo !Jlt<madonals dt Catalopçlo D1 J>ublinçi<> (ClP) (C&mon llrlllldn do l.Mo.SP. 8tull) l.m, \'alcl<mat P. ela Mamw cio &d~ &d\"'*8 pritlca - mil. tnMtblsta e crimlmll V.idamr P. da l.m, - 29. td. - Bo.ruM. SP: M""'*, 2017 Bíbl'°SrW- ISBN 978-85-204-5345-2 1. Ad\'Oll•cb - Brull - Manuais 2. Pritlca l'ortnK - Bra.<il 1. TJ111!0. 17-01605 CDV-347.965 lncllce pora cat4logo sistunJtko: 1. Pritlca formu: Manuais 347.965 Todos o• dlttltoo .....,.vado1. Nenhuma part• dcou livro poderá ur reprodu.tida, por qualqu.cr processo, sem a ptmlildO expmsa de>S td.itorn e proibida 1 rq><Oduçlo por UrC>l. Ourantt e> pTOC<$S6 dt edlção dt$bl obra. foram tomados todos os cuidados para use- gurar a publlcaçlo de lnformaçó<f prttb.u •de p"'tlcu ~nte aedw. Do ma- mo modo, foram unprtpdoc todos os .. fo~ot para garantir a autorização das ima· gms aqui ttpre>duzldu. 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Aquele que innse em st afastar dos outros vai se dar mal CARLOS DRUMMOND oe ANDllADB XX VAlD!MAR P DA WZ. • MANUAi. DO ADVOGADO Concluído o combate, esquece tão prontamente tua vitória como tua derrota. 10. Ama a tua profissão. Trata de considerar a advocacia de tal maneira que, no dia em que teu filho pedir conselho sobre seu destino, consideres uma honra para ti propor-lhe que seja advogado. EDUARDOJ.CouTURB 1 Exercício da advocacia A PROFISSÃO DE ADVOGADO O direito ao exercício da advocacia não se funda somente na existência do certificado de conclusão do curso universitário. Vale dizer: para alguém se tornar advogado não basta a conclusão do curso de Direito. Assim, por exigência da lei (Estatuto da Advocacia). os bacharéis pretendentes ao exercício da profissão de advogado devem, obrigatoriamente, submeter-se ao Exame de Ordem, aplicado pela própria Ordem dos Advogados, e nele ser aprova- dos. ~o que determina o art. 8° do Estatuto da Advocacia (Lei n. 8.906/94), que também exige o preenchimento de outros requisitos: Art. 8° Para inscrição como advogado é necessário: 1 - capacidade civil; II - diploma ou cenidão de graduação em direito, obtido em instituição de en- sino oficialmente autorizada e credenciada; III - título de eleitor e qui.tação do serviço militar, se brasileiro; IV - aprovação em Exame de Ordem; V - não exercer atividade incompatível com a advocacia; VI - idoneidade moral; VII - prestar compromisso perante o conselho.1 O advogado dC>-e pratar o sqiuinte compromisso: ~Prometo exe.rcu a advocacia com dignidade e independência, observar a ética, os deveres e prerrogativas profissionais e defender a Constituição, a ordem jurldlca do Estado Democ.rátlco, os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das VAU)U.IAll P. JlA 1.Vl • t.tANUAl- ()U Al>VOOADO As regras para a realização do Exame de Ordem estão previstas no Provimen· to n. 144, de 13.06.2011, expedido pelo Conselho Federal da OAB, que assim dispõe: Provimento n. l 44, de 13 de junho de 20 l l Dispõe sobre o Exame de Ordm1. O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelos arts. 8°, § 1°, e 54, V, da Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994 - Estatuto da Advocacia e da OAB, tendo em vista o de- cidido nos autos da Proposição n. 2011.19.02371-02, RESOLVE: CAPfTULOI DO EX.AME DE ORDEM Art. 1• O Exame de Ordem é preparado e realizado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - CFOAB, mediante delegação dos Conselhos Sec- cíonais. § 1 •A preparação e a realização do Exame de Ordem poderão ser total ou par- cialmente terceirizadas, ficando a cargo do CFOAB sua coordenação e fiscalização. § 2° Serão realizados 03 (três) Exames de Ordem por ano. CAP(TULO ll DA COORDENAÇÃO NACIONAL DE EXAME DE ORDEM Art. 2° e criada 11 Coorden11ção Nacional de Exame de Ordem, competindo-lhe organizar o Exame de Ordem, elaborar-lhe o edital e zelar por sua boa aplicação, acompanhando e supervisionando todas as etapas de sua preparação e realização. Parágrafo único. (Revogado.) Art. 2°-A. A Coordenação Nacional de Exame de Ordem será desígnada pela Diretoria do Conselho Federal e será composta por: 1- 03 (tr~) Conselheiros Federais da OAB; U - 03 (três) Presidentes de Conselhos Seccionais da OAB; m - OI (um) membro da Escola Nacional da Advocacia; IV - OI (um) membro da Comissão Nacional de Exame de Ordem; V - 01 (um) membro da Comissão Na.cional de Educação Jurídica; VI - 02 (dois) Presidentes de Comissão de Estágio e Exame de Ordem de Con- selhos Seccionais da OAB. leis, a rápida administração da justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas" (art. 20 do R~amento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB). 3 Parágrafo único. A Coordenação Nacional de Exame de Ordem contará com ao menos 02 (dois) membros por região do País e ser.\ presidída por um dos seus mem· bros, por designação da Diretoria do Conselho Federal. CAPfTULO Ili DA COMISSÃO NACIONAL DE EXAME DE ORDBM, DA COMISSÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO )UR1DICA, DO COÚGIO DE PRESIDENTES DE COMISSÕES DE ESTÁGIO E EXAM.E DE ORDEM E DAS COMISSÕES DE ESTÁGIO E EXAME DE ORDEM Art. 3° A Comissão Nacional de Exame de Ordem e à Comissão Nacional de Educação Jurídica compete atuar como órgãos consultivos e de assessoramento da Diretoria do CFOAB. Art. 4° Ao Colégio de Presidentes de Comissões de .Est4gio e Exame de Ordem compete atuar como órgão consultivo e de assessoramento da Coordenação Nacio- nal de Exame de Ordem. Art. 5° As Comissões de .Estágio e Exame de Ordem dos Conselhos Seccionais compete fisca liz:ar a aplicação da prova e verificar o preenchimento dos requisitos exigidos dos examinandos quando dos pedídos de inscrição, assim como difundir as diretrizes e defender a necessidade do Exame de Ordem. CAP(TULOIV DOS EXAMlNANDOS Art. 6° A aprovação no Exame de Ordem é requisito necessário para a inscrição nos quadros da OAB como advogado, nos termos do art. 8°, lV, da Lei n. 8.906/1994. § 1° Ficam dispensados do Exame de Ordem os postulantes oriundos da Magis- tratura e do Ministério Público e os bacharéis alcançados pelo art. 7° da Resolução n. 2/1994, da Diretoria do CFOAB. S 2° Ficam dispensados do Exame de Ordem, igualmente, os advogados públi- cos aprovados em concurso público de provas e títulos realizado com a efetiva par- ticipação da OAB até a data da publicação do Provimento n. 174/2016 - CFOAB. S 3° Os advogados enquadrados no § 2° do presente artigo terão o prazo de 06 (seis) meses, contados a partir da data da publicação do Provimento n. 174/2016 - CFOAB, para regularização de suas inscrições perante a Ordem dos Advogados do Brasil. Art. 7° O Exame de Ordem é prestado por bacharel em Direito, ainda que pen- dente sua colação de grau, formado em instituição regularmente credenciada. § 1 •~facultado ao bacharel em Direito que detenha cargo ou exerça função in· compatível com a advocacia prestar o Exame de Ordem, ainda que vedada a sua im· criçãona OAB. § 2• Poderá prestar o Exame de Ordem o portador de diploma estrangeiro que te.nha sido revalidado na forma prevista no art. 48, § 2°, da Lei n. 9.394, de 20 de de- zembro de 1996. VAU)U.IAll P. JlA 1.Vl • t.tANUAl- ()U Al>VOOADO As regras para a realização do Exame de Ordem estão previstas no Provimen· to n. 144, de 13.06.2011, expedido pelo Conselho Federal da OAB, que assim dispõe: Provimento n. l 44, de 13 de junho de 20 l l Dispõe sobre o Exame de Ordm1. O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelos arts. 8°, § 1°, e 54, V, da Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994 - Estatuto da Advocacia e da OAB, tendo em vista o de- cidido nos autos da Proposição n. 2011.19.02371-02, RESOLVE: CAPfTULOI DO EX.AME DE ORDEM Art. 1• O Exame de Ordem é preparado e realizado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - CFOAB, mediante delegação dos Conselhos Sec- cíonais. § 1 •A preparação e a realização do Exame de Ordem poderão ser total ou par- cialmente terceirizadas, ficando a cargo do CFOAB sua coordenação e fiscalização. § 2° Serão realizados 03 (três) Exames de Ordem por ano. CAP(TULO ll DA COORDENAÇÃO NACIONAL DE EXAME DE ORDEM Art. 2° e criada 11 Coorden11ção Nacional de Exame de Ordem, competindo-lhe organizar o Exame de Ordem, elaborar-lhe o edital e zelar por sua boa aplicação, acompanhando e supervisionando todas as etapas de sua preparação e realização. Parágrafo único. (Revogado.) Art. 2°-A. A Coordenação Nacional de Exame de Ordem será desígnada pela Diretoria do Conselho Federal e será composta por: 1- 03 (tr~) Conselheiros Federais da OAB; U - 03 (três) Presidentes de Conselhos Seccionais da OAB; m - OI (um) membro da Escola Nacional da Advocacia; IV - OI (um) membro da Comissão Nacional de Exame de Ordem; V - 01 (um) membro da Comissão Na.cional de Educação Jurídica; VI - 02 (dois) Presidentes de Comissão de Estágio e Exame de Ordem de Con- selhos Seccionais da OAB. leis, a rápida administração da justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas" (art. 20 do R~amento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB). 3 Parágrafo único. A Coordenação Nacional de Exame de Ordem contará com ao menos 02 (dois) membros por região do País e ser.\ presidída por um dos seus mem· bros, por designação da Diretoria do Conselho Federal. CAPfTULO Ili DA COMISSÃO NACIONAL DE EXAME DE ORDBM, DA COMISSÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO )UR1DICA, DO COÚGIO DE PRESIDENTES DE COMISSÕES DE ESTÁGIO E EXAM.E DE ORDEM E DAS COMISSÕES DE ESTÁGIO E EXAME DE ORDEM Art. 3° A Comissão Nacional de Exame de Ordem e à Comissão Nacional de Educação Jurídica compete atuar como órgãos consultivos e de assessoramento da Diretoria do CFOAB. Art. 4° Ao Colégio de Presidentes de Comissões de .Est4gio e Exame de Ordem compete atuar como órgão consultivo e de assessoramento da Coordenação Nacio- nal de Exame de Ordem. Art. 5° As Comissões de .Estágio e Exame de Ordem dos Conselhos Seccionais compete fisca liz:ar a aplicação da prova e verificar o preenchimento dos requisitos exigidos dos examinandos quando dos pedídos de inscrição, assim como difundir as diretrizes e defender a necessidade do Exame de Ordem. CAP(TULOIV DOS EXAMlNANDOS Art. 6° A aprovação no Exame de Ordem é requisito necessário para a inscrição nos quadros da OAB como advogado, nos termos do art. 8°, lV, da Lei n. 8.906/1994. § 1° Ficam dispensados do Exame de Ordem os postulantes oriundos da Magis- tratura e do Ministério Público e os bacharéis alcançados pelo art. 7° da Resolução n. 2/1994, da Diretoria do CFOAB. S 2° Ficam dispensados do Exame de Ordem, igualmente, os advogados públi- cos aprovados em concurso público de provas e títulos realizado com a efetiva par- ticipação da OAB até a data da publicação do Provimento n. 174/2016 - CFOAB. S 3° Os advogados enquadrados no § 2° do presente artigo terão o prazo de 06 (seis) meses, contados a partir da data da publicação do Provimento n. 174/2016 - CFOAB, para regularização de suas inscrições perante a Ordem dos Advogados do Brasil. Art. 7° O Exame de Ordem é prestado por bacharel em Direito, ainda que pen- dente sua colação de grau, formado em instituição regularmente credenciada. § 1 •~facultado ao bacharel em Direito que detenha cargo ou exerça função in· compatível com a advocacia prestar o Exame de Ordem, ainda que vedada a sua im· crição na OAB. § 2• Poderá prestar o Exame de Ordem o portador de diploma estrangeiro que te.nha sido revalidado na forma prevista no art. 48, § 2°, da Lei n. 9.394, de 20 de de- zembro de 1996. 4 VALOU1AA P. l)A LUZ. • MANUAL DO AlJVOOAJ>O § 3° Poderão prestar o Exame de Ordem os estudantes de Direito dos últimos dois semestres ou do último ano do curso. CAP1TULOV DA BANCA EXAMINADORA E DA BANCA RECURSAL Art. 8° A Banca Examinadora da OAB será designada pelo Coordenador Nacio- nal do Exame de Ordem. Parágrafo único. Compete à Banca Examinadora elaborar o Exame de Ordem ou atuar em conjunto com a pessoa jurídica contratada pam a preparação, realiza- ção e correção das provas, bem como homologar os respectivos gabaritos. Art. 9° À Banca Recursai da OAB, designada pelo Coordenador Nacional do Exame de Ordem, compete decidir a respeito de recursos acerca de nulidade de ques- tões, impugnação de gabaritos e pedidos de revisão de notas, em decisões de caráter irrecorrível, na forma do disposto em edital. § 1° J; vedada, no mesmo certame, a participação de menlbro da Banca Exami- nadora na Banca Recursal. § 2° Aos Conselhos Seccionais da OA B são vedadas a correção e a revisão das provas. § 3° Apenas o interessado inscrito no certame ou seu advogado regularmente constituldo poderá apresentar impugna9ões e recursos sobre o Exame de Ordem. Art. 10. Serão publicados os nomes e nomes sociais daqueles que integram as Bancas Examinadora e Recursal designadas. bem como os dos coordenadores da pes- soa jurídica contratada, mediante forma de divulgação definida pela Coordenação Nacional do Exame de Ordem. § 1° A publicação dos nomes referidos neste artigo ocorrerá até OS (cinco) dias antes da efetiva aplicação das provas da primeira e da segunda fases. § 2° t vedada a participação de professores de cursos preparatórios para Exame de Ordem, bem como de parentes de examinandos. até o quarto grau, na Coordena- ção Nacional, na Banca Examinadora e na Banca Recursai CAPfTULOVI DAS PROVAS Art. 1 1. O Exame de Ordem, conforme estabelecido no edital do certame, será composto de 02 (duas) provas: I - prova objetiva, sem consulta, de caráter eliminatório; II - prova prático-profissional. permitida, exclusivamente, a consulta a legisla- ção. súmulas, enunciados, orientações jurisprudenciaís e precedentes normativos sem qualquer anotação ou comentário, na área de opção do examinando, composta de 02 (duas) partes distintas: a) redação de peça profissional; b) questões práticas, sob a forma de situações-problema. 1 UEKCICIO DA ADVOCACIA 5 § 1° A prova objetiva conterá no máximo 80 (oitenta) questões de múltipla es- colha, sendo exigido o mínimo de 50% (cinquenta por cento) de acertos para habi· litação à prova prático-profissional, vedado o aproveitamento do resultado nos exa- mes seguintes. § 2° Será considerado aprovado o examinando que obtiver, na prova prático- -profissional, nota igual ou superior a 06 (seis) inteiros, vedado o arredondamento. § 3° Ao examinando que não lograr aprovação na prova prático-profissional será facultado computar o resultado obtido na prova objetiva apenas quando se subme- ter ao Exame de Ordem imediatamente subsequente. O valor da taxa devida, em tal hipótese, será definido em edital, atendendo a essa peculiaridade. § 4° O conteúdo das provas do Exame de Ordem contemplará as disciplinas do Eixo de Formação Profissional, de Direitos Humanos, do Estatuto da Advocacia e da OAB e seu Regulamento Geral e do Código de -etica e Disciplina, podendocontem- plar disciplinas do Eixo de Formação Fundamental. § 5° A prova objetiva conterá, no mínimo, 15% (quinze por cento) de questões versando sobre Estatuto da Advocacia e seu Regulamento Geral. Código de ~t:ica e Disciplina, Filosofia do Direito e Direitos Humanos. ( ... ) Após o recebimento da Carteira da Ordem, que o credencia ao exercício da profissão, o advogado é obrigado a cumprir rigorosamente os deveres consigna- dos no Código de :btica e Disciplina. O cometimento de infrações ao referido Có- digo sujeita o advogado às penas de multa, censura, suspensão temporária de suas atividades ou exclusão dos quadros da OAB, conforme o caso. Desse modo, constituem infrações disciplinares (art. 34 do Estatuto da Ad- vocacia): 1 - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exerdcio aos não inscritos, proibidos ou impedidos; II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nes- ta lei; Ul - valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber; IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros; V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extraju- dicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado; Vl - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior; vn - violar, sem justa causa, sigilo profissional; VIU - estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do clien- te ou ciência do advogado contrário; 4 VALOU1AA P. l)A LUZ. • MANUAL DO AlJVOOAJ>O § 3° Poderão prestar o Exame de Ordem os estudantes de Direito dos últimos dois semestres ou do último ano do curso. CAP1TULOV DA BANCA EXAMINADORA E DA BANCA RECURSAL Art. 8° A Banca Examinadora da OAB será designada pelo Coordenador Nacio- nal do Exame de Ordem. Parágrafo único. Compete à Banca Examinadora elaborar o Exame de Ordem ou atuar em conjunto com a pessoa jurídica contratada pam a preparação, realiza- ção e correção das provas, bem como homologar os respectivos gabaritos. Art. 9° À Banca Recursai da OAB, designada pelo Coordenador Nacional do Exame de Ordem, compete decidir a respeito de recursos acerca de nulidade de ques- tões, impugnação de gabaritos e pedidos de revisão de notas, em decisões de caráter irrecorrível, na forma do disposto em edital. § 1° J; vedada, no mesmo certame, a participação de menlbro da Banca Exami- nadora na Banca Recursal. § 2° Aos Conselhos Seccionais da OA B são vedadas a correção e a revisão das provas. § 3° Apenas o interessado inscrito no certame ou seu advogado regularmente constituldo poderá apresentar impugna9ões e recursos sobre o Exame de Ordem. Art. 10. Serão publicados os nomes e nomes sociais daqueles que integram as Bancas Examinadora e Recursal designadas. bem como os dos coordenadores da pes- soa jurídica contratada, mediante forma de divulgação definida pela Coordenação Nacional do Exame de Ordem. § 1° A publicação dos nomes referidos neste artigo ocorrerá até OS (cinco) dias antes da efetiva aplicação das provas da primeira e da segunda fases. § 2° t vedada a participação de professores de cursos preparatórios para Exame de Ordem, bem como de parentes de examinandos. até o quarto grau, na Coordena- ção Nacional, na Banca Examinadora e na Banca Recursai CAPfTULOVI DAS PROVAS Art. 1 1. O Exame de Ordem, conforme estabelecido no edital do certame, será composto de 02 (duas) provas: I - prova objetiva, sem consulta, de caráter eliminatório; II - prova prático-profissional. permitida, exclusivamente, a consulta a legisla- ção. súmulas, enunciados, orientações jurisprudenciaís e precedentes normativos sem qualquer anotação ou comentário, na área de opção do examinando, composta de 02 (duas) partes distintas: a) redação de peça profissional; b) questões práticas, sob a forma de situações-problema. 1 UEKCICIO DA ADVOCACIA 5 § 1° A prova objetiva conterá no máximo 80 (oitenta) questões de múltipla es- colha, sendo exigido o mínimo de 50% (cinquenta por cento) de acertos para habi· litação à prova prático-profissional, vedado o aproveitamento do resultado nos exa- mes seguintes. § 2° Será considerado aprovado o examinando que obtiver, na prova prático- -profissional, nota igual ou superior a 06 (seis) inteiros, vedado o arredondamento. § 3° Ao examinando que não lograr aprovação na prova prático-profissional será facultado computar o resultado obtido na prova objetiva apenas quando se subme- ter ao Exame de Ordem imediatamente subsequente. O valor da taxa devida, em tal hipótese, será definido em edital, atendendo a essa peculiaridade. § 4° O conteúdo das provas do Exame de Ordem contemplará as disciplinas do Eixo de Formação Profissional, de Direitos Humanos, do Estatuto da Advocacia e da OAB e seu Regulamento Geral e do Código de -etica e Disciplina, podendo contem- plar disciplinas do Eixo de Formação Fundamental. § 5° A prova objetiva conterá, no mínimo, 15% (quinze por cento) de questões versando sobre Estatuto da Advocacia e seu Regulamento Geral. Código de ~t:ica e Disciplina, Filosofia do Direito e Direitos Humanos. ( ... ) Após o recebimento da Carteira da Ordem, que o credencia ao exercício da profissão, o advogado é obrigado a cumprir rigorosamente os deveres consigna- dos no Código de :btica e Disciplina. O cometimento de infrações ao referido Có- digo sujeita o advogado às penas de multa, censura, suspensão temporária de suas atividades ou exclusão dos quadros da OAB, conforme o caso. Desse modo, constituem infrações disciplinares (art. 34 do Estatuto da Ad- vocacia): 1 - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exerdcio aos não inscritos, proibidos ou impedidos; II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nes- ta lei; Ul - valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber; IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros; V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extraju- dicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado; Vl - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior; vn - violar, sem justa causa, sigilo profissional; VIU - estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do clien- te ou ciência do advogado contrário; 6 VALOU1AA P. l)A LUZ. • MANUAL DO AlJVOOAJ>O IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrodnio; X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo em que funcione; XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da co- municação da renúncia; XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurldica, quando no- meado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública; XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações fo- renses ou relativas a causas pendentes; XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julga- do, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para con- fundir o adversário ou iludir o juiz da causa; XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime; XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do ór- gão ou de autoridade da Ordem, em matéria da compet~nda desta, depois de regu- larmente notificado; XV1I - prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrá- rio à lei ou destinado a fraudá-la; XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplica- ção ilícita ou desonesta; XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro,relacionados com o ob- jeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte; XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa; XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias re- cebidas dele ou de terceiros por conta dele; XXIl - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em con- fiança; XXIll - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de regularmente notificado a fa?.ê-lo; XXJV - incidir cm erros reiterados que evidenciem inépcia profissional; XXV - manter conduta incompatível com a advocacia; XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB; x:xvn - tomar-se moralmente inidôneo para o exercido da advocacia; XXVIlI - praticar crime infamante; xxrx - praticar, o estagiária, ato excedente de sua habilitação. Parágrafo único. Inclui-se na conduta iocompatlvel: a) prática reiterada de jogo de azar, nã.o autorizado por lei; b) incontinência pública e escandalosa; e) embriaguez ou toxicomania habituais. r ... J 1 UEKCICIO DA ADVOCACIA 7 MISSÃO DO ADVOGADO A palavra advogado deriva da expressão latina ad-vocatus, o que é chamado em defesa. Assim, com fundamento na história e na própria etimologia, é possí- vel definir o advogado como aquele que é chamado para defender uma causa ou uma pessoa, buscando mais a realização da justiça do que os honorários, embora estes lhe sejam legalmente devidos. Outras expressões costumam ser usadas para designar o advogado, como: causfdico, patrono, procurador. Já rábula significa in- divíduo que advoga sem possuir o diploma. Revela a História que, nos primórdios, a defesa dos necessitados era exercida por mero espírito de solidariedade, sem outra compensação que não fosse a satis- fação de ajudar os fracos e servir à justiça. Pode-se, assim, afirmar que a advocacia nasceu da necessidade moral de defender os fracos e justos e foi exercida, inicial- mente, por homens livres e bons que, desprezando a vil pecúnia, apenas se nortea- vam pelo generoso esplrito de servir à verdade, ao direito e à justiça, os três gran- des pilares em que, ainda hoje, se assenta a dignidade da profissão de advogado. No Direito brasileiro, ficou assente, pela Constituição Federal, art l33, que •o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei". Quer isso signi- ficar que, como forma de salvaguardar as melhores condições de pleitear ou de- fender seus direitos, nenhum cidadão pode prescindir do auxilio de wn advoga- do, pois somente este está efetivamente preparado para esse fim. Nem mesmo das pessoas sem recursos para contratar advogado se descurou a Constituição, propugnando, nesse caso, que a Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados que comprovarem insuficiência de recursos (art. 134 da CF). No tocante às demais autoridades judiciárias, cabe ressaltar que, no exe.rcfcio de suas funções, não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistra- dos e membros do Ministério Público, devendo todos se tratarem com conside- ração e respeito (art. 6° do Estatuto da Advocacia). Assim, se no dizer de Piero Calamandrei "o juiz é o direito tornado homerri, porque lhe cumpre aplicar a lei, o advogado deve ser a personificação da justiça, por isso lhe compete trazer ao processo a verdade e a razão do seu constituinte, e dar ao direito wn sentido hu- manista.2 Em outras palavras, como propugna o Estatuto da Advocacia, o advogado, no exercício da profissão, deve manter independência em qualquer circunstância, sem nenhum receio de desagradar ao magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade (art. 31, §§ 1° e 2°). Além disso, o advogado é invio- 2 ARNAUT, An16nío. /11id~o à advocat:ia, p. 83. 6 VALOU1AA P. l)A LUZ. • MANUAL DO AlJVOOAJ>O IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrodnio; X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo em que funcione; XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da co- municação da renúncia; XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurldica, quando no- meado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública; XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações fo- renses ou relativas a causas pendentes; XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julga- do, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para con- fundir o adversário ou iludir o juiz da causa; XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime; XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do ór- gão ou de autoridade da Ordem, em matéria da compet~nda desta, depois de regu- larmente notificado; XV1I - prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrá- rio à lei ou destinado a fraudá-la; XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplica- ção ilícita ou desonesta; XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o ob- jeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte; XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa; XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias re- cebidas dele ou de terceiros por conta dele; XXIl - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em con- fiança; XXIll - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de regularmente notificado a fa?.ê-lo; XXJV - incidir cm erros reiterados que evidenciem inépcia profissional; XXV - manter conduta incompatível com a advocacia; XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB; x:xvn - tomar-se moralmente inidôneo para o exercido da advocacia; XXVIlI - praticar crime infamante; xxrx - praticar, o estagiária, ato excedente de sua habilitação. Parágrafo único. Inclui-se na conduta iocompatlvel: a) prática reiterada de jogo de azar, nã.o autorizado por lei; b) incontinência pública e escandalosa; e) embriaguez ou toxicomania habituais. r ... J 1 UEKCICIO DA ADVOCACIA 7 MISSÃO DO ADVOGADO A palavra advogado deriva da expressão latina ad-vocatus, o que é chamado em defesa. Assim, com fundamento na história e na própria etimologia, é possí- vel definir o advogado como aquele que é chamado para defender uma causa ou uma pessoa, buscando mais a realização da justiça do que os honorários, embora estes lhe sejam legalmente devidos. Outras expressões costumam ser usadas para designar o advogado, como: causfdico, patrono, procurador. Já rábula significa in- divíduo que advoga sem possuir o diploma. Revela a História que, nos primórdios, a defesa dos necessitados era exercida por mero espírito de solidariedade, sem outra compensação que não fosse a satis- fação de ajudar os fracos e servir à justiça. Pode-se, assim, afirmar que a advocacia nasceu da necessidade moral de defender os fracos e justos e foi exercida, inicial- mente, por homens livres e bons que, desprezando a vil pecúnia, apenas se nortea- vam pelo generoso esplrito de servir à verdade, ao direito e à justiça, os três gran- des pilares em que, ainda hoje, se assenta a dignidade da profissão de advogado. No Direito brasileiro, ficou assente, pela Constituição Federal, art l33, que •o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei". Quer isso signi- ficar que, como forma de salvaguardar as melhores condições de pleitear ou de- fender seus direitos,nenhum cidadão pode prescindir do auxilio de wn advoga- do, pois somente este está efetivamente preparado para esse fim. Nem mesmo das pessoas sem recursos para contratar advogado se descurou a Constituição, propugnando, nesse caso, que a Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados que comprovarem insuficiência de recursos (art. 134 da CF). No tocante às demais autoridades judiciárias, cabe ressaltar que, no exe.rcfcio de suas funções, não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistra- dos e membros do Ministério Público, devendo todos se tratarem com conside- ração e respeito (art. 6° do Estatuto da Advocacia). Assim, se no dizer de Piero Calamandrei "o juiz é o direito tornado homerri, porque lhe cumpre aplicar a lei, o advogado deve ser a personificação da justiça, por isso lhe compete trazer ao processo a verdade e a razão do seu constituinte, e dar ao direito wn sentido hu- manista.2 Em outras palavras, como propugna o Estatuto da Advocacia, o advogado, no exercício da profissão, deve manter independência em qualquer circunstância, sem nenhum receio de desagradar ao magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade (art. 31, §§ 1° e 2°). Além disso, o advogado é invio- 2 ARNAUT, An16nío. /11id~o à advocat:ia, p. 83. 8 VALOU1AA P. l)A LUZ. • MANUAL DO AlJVOOAJ>O lável por seus atos e manifestações, nos limites exigidos pela ética. Significa dizer que lhe é permitido o emprego de expressões mais ou menos enérgicas e veemen- tes, condizentes com a natureza do assunto e com o seu temperamento emocio- nal, ressalvado o respeito a quem tem a função de julgar. O mesmo se pode dizer a respeito do relacionamento dos advogados entre si. Conquanto o causídico tenha de envidar todos os esforços em prol da causa do cliente, não quer isso significar que o empenho deva ser tanto que o conduza a desmedida paíxão pela causa, a ponto de levá-lo a travar batalhas de cunho pes- soal com o advogado da parte adversa. Nesse particular, é de todo pertinente lem- brar que os clientes são passageiros, eis que muitos deles jamais retornam após o término da causa. Já os colegas de profissão, estes permanecem, razão pela qual se evitam os duros embate.s, que poderão ser causa de frequentes e inevitáveis constrangimentos nas muitas vezes que ainda deverão se cruz.ar nos corredores e cartórios dos fóruns no dia a dia forense. INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS PARA O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA A questão das incompatibilidades e dos impedímentos para o exercício da ad- vocacia está diretamente relacionada com a independência e a dignidade da pró- pria advocacia. As profissões liberais são assim chamadas não apenas por exigência do título acadêmico ou pela vocação intelectual, mas também por decorrência lógica e eti- mológica, pois devem ser exercidas em plena libe.rdade. Só a liberdade alimenta a permanente rebeldia do advogado contra a injustiça, o arbítrio e a prepotência. Desse modo, qualquer circunstância que afete a liberdade e a independência deve ser impeditiva do exercício da advocacia. Não há independência sem liberdade de atuação e de expressão. O advogado não pode estar subordinado nem ao poder político, nem ao poder econômico, nem a terceiros, nem ao próprio cliente. Deve estar vinculado apenas à sua consciência. A advocacia não se compadece com hie- rarquias, nem com nenhuma forma de pressão, temor reverencial ou receio de re- presálias. 3 A incompatibilidade determina a proíbição total, e o impedimento, a proibi- ção parcial do exerdcio da advocacia. De acordo com o art. 28 do Estatuto da Advocacia, a profissão de advogado é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes funções: 1 - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais; 3 !bidei!\, p. 77 ·8. 1 UEKCICIO DA ADVOCACIA 9 Il - membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribu· nais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta e indireta; III - ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público; IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qual· quer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro; V - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a ativi· dade policial de qualquer natureza; VI - militares de qualquer natureza, na ativa; Vll - ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançam.ento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais; Vlll - ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas. A in.compatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou posto deixe de exercê-lo temporariamente (art. 28, § 1 •, do Estatuto da Advocacia). Os procuradores-gerais, advogados-gerais, defensores-gerais e dirigentes de órgãos íurídicos da Administração Pública direta, indireta e fundacional são ex- clusivamente legitimados para o exercido da advocacia vin.culada à função que exerçam, durante o período da investidura (art. 29 do Estatuto da Advocacia). As pessoas impedidas de exercer a advocacia encontram-se relacionadas no art 30 do mesmo Estatuto da Advocacia: 1 - os servidores da administração direta, indireta e fundacíonal, contra a Fa- zenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora;• Il - os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a fa- vor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de eco- nomia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessioná- rias ou permissionárias de serviço público. Todavia, é facultado aos bacharéis em Direito que exercem cargos ou funções incompatíveis com a advocacia prestar Exame de Ordem, mesmo estando veda- da sua inscrição na OAB (art. 7°, § 1°, do Provimento n. 144/2011). DIREITOS DO ADVOGADO Consoante o art. 7° do Estatuto da Advocacia, são direitos do advogado: 4 Não se Incluem aqul os docentes dos cursos Jurídicos. 8 VALOU1AA P. l)A LUZ. • MANUAL DO AlJVOOAJ>O lável por seus atos e manifestações, nos limites exigidos pela ética. Significa dizer que lhe é permitido o emprego de expressões mais ou menos enérgicas e veemen- tes, condizentes com a natureza do assunto e com o seu temperamento emocio- nal, ressalvado o respeito a quem tem a função de julgar. O mesmo se pode dizer a respeito do relacionamento dos advogados entre si. Conquanto o causídico tenha de envidar todos os esforços em prol da causa do cliente, não quer isso significar que o empenho deva ser tanto que o conduza a desmedida paíxão pela causa, a ponto de levá-lo a travar batalhas de cunho pes- soal com o advogado da parte adversa. Nesse particular, é de todo pertinente lem- brar que os clientes são passageiros, eis que muitos deles jamais retornam após o término da causa. Já os colegas de profissão, estes permanecem, razão pela qual se evitam os duros embate.s, que poderão ser causa de frequentes e inevitáveis constrangimentos nas muitas vezes que ainda deverão se cruz.ar nos corredores e cartórios dos fóruns no dia a dia forense. INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS PARA O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA A questão das incompatibilidades e dos impedímentos para o exercício da ad- vocacia está diretamente relacionada com a independência e a dignidade da pró- pria advocacia. As profissões liberais são assim chamadas não apenas por exigência do título acadêmico ou pela vocação intelectual, mas também por decorrência lógica e eti- mológica, pois devem ser exercidas em plena libe.rdade.Só a liberdade alimenta a permanente rebeldia do advogado contra a injustiça, o arbítrio e a prepotência. Desse modo, qualquer circunstância que afete a liberdade e a independência deve ser impeditiva do exercício da advocacia. Não há independência sem liberdade de atuação e de expressão. O advogado não pode estar subordinado nem ao poder político, nem ao poder econômico, nem a terceiros, nem ao próprio cliente. Deve estar vinculado apenas à sua consciência. A advocacia não se compadece com hie- rarquias, nem com nenhuma forma de pressão, temor reverencial ou receio de re- presálias. 3 A incompatibilidade determina a proíbição total, e o impedimento, a proibi- ção parcial do exerdcio da advocacia. De acordo com o art. 28 do Estatuto da Advocacia, a profissão de advogado é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes funções: 1 - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais; 3 !bidei!\, p. 77 ·8. 1 UEKCICIO DA ADVOCACIA 9 Il - membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribu· nais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta e indireta; III - ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público; IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qual· quer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro; V - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a ativi· dade policial de qualquer natureza; VI - militares de qualquer natureza, na ativa; Vll - ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançam.ento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais; Vlll - ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas. A in.compatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou posto deixe de exercê-lo temporariamente (art. 28, § 1 •, do Estatuto da Advocacia). Os procuradores-gerais, advogados-gerais, defensores-gerais e dirigentes de órgãos íurídicos da Administração Pública direta, indireta e fundacional são ex- clusivamente legitimados para o exercido da advocacia vin.culada à função que exerçam, durante o período da investidura (art. 29 do Estatuto da Advocacia). As pessoas impedidas de exercer a advocacia encontram-se relacionadas no art 30 do mesmo Estatuto da Advocacia: 1 - os servidores da administração direta, indireta e fundacíonal, contra a Fa- zenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora;• Il - os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a fa- vor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de eco- nomia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessioná- rias ou permissionárias de serviço público. Todavia, é facultado aos bacharéis em Direito que exercem cargos ou funções incompatíveis com a advocacia prestar Exame de Ordem, mesmo estando veda- da sua inscrição na OAB (art. 7°, § 1°, do Provimento n. 144/2011). DIREITOS DO ADVOGADO Consoante o art. 7° do Estatuto da Advocacia, são direitos do advogado: 4 Não se Incluem aqul os docentes dos cursos Jurídicos. 10 VALI>U'l.AA P. l)A LUZ • MANUAL no AC>VOOtJ>O 1 - exercer, com Liberdade, a profissão em todo o território nacional; II - a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e te- lemática, desde que rdativas ao exercício da advocacia; IIl - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabeleci- mentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis; IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em Bagrante, por motivo ligado ao exerclcio da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB; V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala do Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, e, na sua falta, em prisão domiciliar; [redação de acordo com a ADln n. 1.127-8] VI - ingressar livremente: a) nas salas de sessões dos tríbunaís, mesmo além dos cancelos que separam a pa.rte reservada aos magistrados; b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, of!cios de jus- tiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares; e) em qualquer edificio ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado; d) em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de podereses- peciais; V1J - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso anterior, independentemente de licença; Vlll - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição. observan- do-se a ordem de chegada; IX - sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou processo, nas sessões de julgamento, após o voto do relator, em instância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze minutos, salvo se prazo maior for concedido; [a ADin n. 1.127-8 de- clarou a inconstitucionalidade deste inciso] X - usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante inter- venção sumária, para esclarecer equivoco ou dúvida surgida em relação a fatos, do- cumentos ou afirmações que inftuam no julgamento, bem como para replicar acu- sação ou censura que lhe forem feitas; X1 - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo. tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento; 1 Ufil<CfCIO DA ADVOCACIA li Xl1 - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coleti- va da Administração Pública ou do Poder Legislativo; XIIl - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mes- mo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos; XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investiga- ção, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natu- reza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais; XVI - retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias; XVII - ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercfcio da profis- são ou em razão dela; XVIH - usar os símbolos privativos da profissão de advogado; XIX - recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advoga- do, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional; XX - retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado eao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juú.o; XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequente- mente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou deri- vados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: a) apresentar razões e quesitos; b) (Vetado.) § 1° Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI: 1} aos processos sob regime de segredo de justiça; 2) quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, pro- ferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada; 3) até o encerramento do processo, ao advogado que houver deixado de devol- ver os respectivos autos no prazo legal, e só o fizer depois de intimado. § 2° O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difama- ção puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejufao das sanções disciplinares perante a OAB, pelos ex- cessos que cometer. [redação de acordo com a AD ln n. 1.127-8] 10 VALI>U'l.AA P. l)A LUZ • MANUAL no AC>VOOtJ>O 1 - exercer, com Liberdade, a profissão em todo o território nacional; II - a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e te- lemática, desde que rdativas ao exercício da advocacia; IIl - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabeleci- mentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis; IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em Bagrante, por motivo ligado ao exerclcio da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB; V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala do Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, e, na sua falta, em prisão domiciliar; [redação de acordo com a ADln n. 1.127-8] VI - ingressar livremente: a) nas salas de sessões dos tríbunaís, mesmo além dos cancelos que separam a pa.rte reservada aos magistrados; b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, of!cios de jus- tiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares; e) em qualquer edificio ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado; d) em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de podereses- peciais; V1J - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso anterior, independentemente de licença; Vlll - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição. observan- do-se a ordem de chegada; IX - sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou processo, nas sessões de julgamento, após o voto do relator, em instância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze minutos, salvo se prazo maior for concedido; [a ADin n. 1.127-8 de- clarou a inconstitucionalidade deste inciso] X - usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante inter- venção sumária, para esclarecer equivoco ou dúvida surgida em relação a fatos, do- cumentos ou afirmações que inftuam no julgamento, bem como para replicar acu- sação ou censura que lhe forem feitas; X1 - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo. tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento; 1 Ufil<CfCIO DA ADVOCACIA li Xl1 - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coleti- va da Administração Pública ou do Poder Legislativo; XIIl - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mes- mo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos; XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investiga- ção, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natu- reza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais; XVI - retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias; XVII - ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercfcio da profis- são ou em razão dela; XVIH - usar os símbolos privativos da profissão de advogado; XIX - recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advoga- do, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional; XX - retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juú.o; XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequente- mente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou deri- vados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: a) apresentar razões e quesitos; b) (Vetado.) § 1° Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI: 1} aos processos sob regime de segredo de justiça; 2) quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, pro- ferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada; 3) até o encerramento do processo, ao advogado que houver deixado de devol- ver os respectivos autos no prazo legal, e só o fizer depois de intimado. § 2° O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difama- ção puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejufao das sanções disciplinares perante a OAB, pelos ex- cessos que cometer. [redação de acordo com a AD ln n. 1.127-8] VALOU1AA P. l)A LUZ. • MANUAL DO AlJVOOAJ>O § 3° O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exerci- do da profissão, em caso de crime inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste artigo. § 4° O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juiza- dos, fóruns, tribunais, delegacias de policia e presldios, salas especiais permanentes para os advogados, com uso assegurado à OAB. [redação de acordo com a ADin n. 1.127-8) § 5° No caso de ofensa a inscrito na OA.B, no exerdclo da profissão ou de cargo ou função de órgão da OAB, o conselho competente deve promover o desagravo público do ofendido, sem prejuízo da responsabilidadecriminal em que incorrer o infrator. § 6° Presentes ind{dos de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da invio- labilidade de que trata o inciso ll do caput deste artigo, em decisão motivada, expe· dindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB. sendo, em qualquer hipótese, vedada a utili - zação dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advoga- do averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham in· formações sobre clientes. § 7° A ressalva constante do§ 6° deste artigo não se estende a clientes do advoga· do averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus participes ou coautores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade. §§ 8° e 9" (Vetados.) DEVERES DO ADVOGADO Deontologia, que deriva do grego deon, deontos/logos, significa estudo dos de- veres.5 Em outras palavras, indica o conjunto de regras ético-jurídicas pelas quais o advogado deve pautar o seu comportamento profissional Para os advogados brasileiros, as regras deontológicas, às quais devem sub- meter-se, encontram-se elencadas no Código de .ttica e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Entre outras regras, o referido Código, no parágra- fo único do art. 2°, prescreve que são deveres do advogado: T - preservar, em sua conduta, a honra, a nobre1.a e a dignidade da profissão, 1.e- lando pelo caráter de essencialidade e indispensabilidade da advocacia; II - atuar com destemor, independência, honestidade, decoro. veracidade, leal- dade, dignidade e boa-fé; S O surgi.mento da palavra deu-se em 1834, quando Bentham atribuiu à sua •Sciena of Morulity• o titulo •oeomology". Com o passar do tempo. passou-se a utilizar o termo como oposição a ontclogia, ou seja, como antitese enttt o ser e o dever-ser. 1 UEKCICIO DA ADVOCACIA 13 Ili - velar por sua reputação pessoal e profissional; IV - empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e profissional; V - contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis; VI - estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litigios; vn - desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de viabi· tidade jurídica; VID - abster-se de: a) utilizar de influência indevida, em seu beneficio ou do cliente; b) vincular seu nome a empreendimentos sabidamente escusos; e) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana; d) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste; e) ingressar ou atuar em pleítos administrativos ou judiciais perante autorida- des com as quais tenha vínculos negociais ou famWare.s; f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes. IX - pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos dj. reitos individuais, coletivos e difusos; X - adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à ad- lllÍlli8tração da Justiça; XI - cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil ou na representação da classe; XII - zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia; XIIl - ater-se, quando no exercício da função de defensor público, à defesa dos necessitados. FERRAMENTAS DA PROFISSÃO Acervo jurídico O meio de que se utiliza o advogado para exercer sua profissão e fazer valer os díreitos do seu constituído é, sem dúvida, a palavra. A palavra oral ou escrita deve ter como embasamento, como suporte, não só a lei, mas também a doutrina e a jurisprudência . .t justamente neste particular que reside a importância de o advogado cercar-se de urna boa biblioteca. de um bom acervo jurídíco. No que diz respeito às leis, mostram-se imprescindíveis na estante do caus{- dico o Estatuto da OAB, a Consolidação das Leis do Trabalho, a Consolidação das Leis da Previdência Social, o Código Comercial, o Código Penal, o Código Civil, o Código de Processo Penal, o Código de Processo Civil, o Código Tributário Na- cional e a Constituição Federal. Outras leis de relevância são o Código de Orga- nização Judiciária do estado em que o advogado atua, o Estatuto da Terra, a Lei VALOU1AA P. l)A LUZ. • MANUAL DO AlJVOOAJ>O § 3° O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exerci- do da profissão, em caso de crime inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste artigo. § 4° O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juiza- dos, fóruns, tribunais, delegacias de policia e presldios, salas especiais permanentes para os advogados, com uso assegurado à OAB. [redação de acordo com a ADin n. 1.127-8) § 5° No caso de ofensa a inscrito na OA.B, no exerdclo da profissão ou de cargo ou função de órgão da OAB, o conselho competente deve promover o desagravo público do ofendido, sem prejuízo da responsabilidade criminal em que incorrer o infrator. § 6° Presentes ind{dos de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da invio- labilidade de que trata o inciso ll do caput deste artigo, em decisão motivada, expe· dindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB. sendo, em qualquer hipótese, vedada a utili - zação dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advoga- do averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham in· formações sobre clientes. § 7° A ressalva constante do§ 6° deste artigo não se estende a clientes do advoga· do averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus participes ou coautores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade. §§ 8° e 9" (Vetados.) DEVERES DO ADVOGADO Deontologia, que deriva do grego deon, deontos/logos, significa estudo dos de- veres.5 Em outras palavras, indica o conjunto de regras ético-jurídicas pelas quais o advogado deve pautar o seu comportamento profissional Para os advogados brasileiros, as regras deontológicas, às quais devem sub- meter-se, encontram-se elencadas no Código de .ttica e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Entre outras regras, o referido Código, no parágra- fo único do art. 2°, prescreve que são deveres do advogado: T - preservar, em sua conduta, a honra, a nobre1.a e a dignidade da profissão, 1.e- lando pelo caráter de essencialidade e indispensabilidade da advocacia; II - atuar com destemor, independência, honestidade, decoro. veracidade, leal- dade, dignidade e boa-fé; S O surgi.mento da palavra deu-se em 1834, quando Bentham atribuiu à sua •Sciena of Morulity• o titulo •oeomology". Com o passar do tempo. passou-se a utilizar o termo como oposição a ontclogia, ou seja, como antitese enttt o ser e o dever-ser. 1 UEKCICIO DA ADVOCACIA 13 Ili - velar por sua reputação pessoal e profissional; IV - empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e profissional; V - contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis; VI - estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litigios; vn - desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de viabi· tidade jurídica; VID - abster-se de: a) utilizar de influência indevida, em seu beneficio ou do cliente; b) vincular seu nome a empreendimentos sabidamente escusos; e) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana; d) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste; e) ingressar ou atuar em pleítos administrativos ou judiciais perante autorida-des com as quais tenha vínculos negociais ou famWare.s; f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes. IX - pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos dj. reitos individuais, coletivos e difusos; X - adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à ad- lllÍlli8tração da Justiça; XI - cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil ou na representação da classe; XII - zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia; XIIl - ater-se, quando no exercício da função de defensor público, à defesa dos necessitados. FERRAMENTAS DA PROFISSÃO Acervo jurídico O meio de que se utiliza o advogado para exercer sua profissão e fazer valer os díreitos do seu constituído é, sem dúvida, a palavra. A palavra oral ou escrita deve ter como embasamento, como suporte, não só a lei, mas também a doutrina e a jurisprudência . .t justamente neste particular que reside a importância de o advogado cercar-se de urna boa biblioteca. de um bom acervo jurídíco. No que diz respeito às leis, mostram-se imprescindíveis na estante do caus{- dico o Estatuto da OAB, a Consolidação das Leis do Trabalho, a Consolidação das Leis da Previdência Social, o Código Comercial, o Código Penal, o Código Civil, o Código de Processo Penal, o Código de Processo Civil, o Código Tributário Na- cional e a Constituição Federal. Outras leis de relevância são o Código de Orga- nização Judiciária do estado em que o advogado atua, o Estatuto da Terra, a Lei '" VALI>U'l.AA P. l)A LUZ • MANUAL no AC>VOOtJ>O do Inquilinato, a Lei do Divórcio, a Lei dos Registros Públicos, o Código de De- fesa do Consumidor, o Código de Trânsito Brasileiro e o Estatuto da Criança e do Adolescente. Doutrina A doutrina jurídica é representada pelo conjunto de princípios originados de comentários, pareceres, opiniões e ensinamentos de autores ou juristas, de iliba- do saber jurídico, constantes de obras jurídicas diversas. A doutrina representa, antes de tudo, a obra dos grandes mestres, dos grandes tratadistas do direito, que fornecem ao profissional do direito, seja ele advogado, juiz ou promotor, a inter- pretação extratribunal de assuntos jurídicos, muitas vezes controvertidos. Na dou- trina nacional, embora já falecidos, ainda costumam ser consultadas obras de re- levantes juristas, como Clóvis Beviláqua, Pontes de Miranda, Orlando Gomes, Silvio Rodrigues, Washington de Barros Monteiro e Caio Mário da Silva Pereira (Direito Civil); Aliomar Baleeiro (Direito Tributário); Hely Lopes Meirelles, João Eunápio Borges, Fran Martins e Rubens Requião (Direito Administrativo); Nél- son Hungria, Magalhães Noronha e Heleno Fragoso (Direito Penaf); Celso A. Bar- bi, Ovídio Batista da Silva e J. J. Calmon de Passos (Direito Processual Civil). Em relação a autores contemporâneos, merecem destaque, entre outras, as obras de J. C. Barbosa Moreira, Adroaldo Furtado Fabrício, Athos Gusmão Carneiro e Hum- berto Theodoro Júnior (Direito Processual Civil). Os autores supracitados destacaram-se principalmente pelo comentário aos diversos Códigos brasileiros. Entretanto, proliferam, a cada dia, as edições de mo- nografias que esgotam temas jurídicos específicos ou comentam seções ou capí- tulos de um Código, ou mesmo uma nova lei. Fazem parte dessa coletânea de mo- nografias temas como o procedimento sumaríssimo, as ações cautelares, a ação de alimentos, a ação de usucapião, a ação de divórcio, a responsabilidade civil, a ação de execução etc. Jurisprudência A jurisprud2ncia, assim como a lei e a doutrina, também constitui fonte de direito de fundamental importância nas lides forenses. Ela representa o conjunto de soluções uniformes proferidas pelos tribunais às questões de direito que resul- tam de interpretações diferentes das sentenças oriundas de tribunais inferiores ou da Justiça de I• ou 2• instância. Em outras palavras, a jurisprudência é o conjun- to de decisões proferidas por tribunais de 2• ou 3• instância Quízo ad quem), ou seja, Tribunais de Justiça de um estado e Tribunal Regional Federal (2• instância) ou Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça (última instância), reformando ou confirmando sentenças exaradas por juízes das instâncias inferio- res ( i •ou 2• instâncias) ou juízo a quo. 1 Ufil<CfCIO DA ADVOCACIA 15 A importância da jurisprudência reside no fato de que ela representa o enten- dimento de uma turma, câmara ou grupo de juízes experimentados e dotados de elevado saber jurídico (denominados desembargadores em Tribunal de Justiça Es- tadual e na Justiça Federal ou ministros no Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça e Tribunal Superior do Trabalho) e não apenas de um único magistrado, como ocorre na Justiça comum ou em outra de l • instância. Antigamente, o acesso à jurisprudência somente era possível consultando-se os "repertórios jurisprudenciais" - publicações oficiais dos tribunais - ou obras específicas com jurisprudência coletada dos diversos tribunais ou, ainda, a juris- prudência armazenada em CD-ROM. Hoje, todavia, a consulta à jurisprudência tomou-se facilitada em razão da disponibilidade propiciada pelos tribunais em seus sites, os quais permitem a consulta por assunto. Evidentemente, num primei- ro momento, a jurisprudência que mais interessa ao advogado é a do Tribunal de Justiça do Estado em que atua, uma vez que lhe servirá de embasamento em ca- sos de interposição ou de apresentação de defesa em recursos perante os mesmos tribunais. Por meio dessa jurisprudência pode-se saber, com antecedência, o en- tendimento predominante em cada tribunal sobre determinada questão jurídica e, consequentemente, a chance que o advogado terá quando pensar em interpor determinado recurso em favor do seu cliente. SOCIEDADE DE ADVOGADOS .e facultado aos advogados reunirem-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituírem sociedade unipessoal de advocacia, desde que seja a sociedade regularmente registrada no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede (art 15 da Lei n. 8.906/94). No caso de sociedade unipes- soal de advocacia a sociedade deve ser obrigatoriamente formada pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão "Sociedade Individual de Advocacia''. A Lei Complementar n. 147/2014 incluiu as sociedades de advogados no Sim- ples Nacional, ou "Supersimples: sistema de tributação diferenciado para as mi- cro e pequenas empresas que unifica oito iro.postos em um único boleto e reduz a carga tributária (Lei Complementar n. 123/2006, art. 18, § 5°-C. VII). No regime simplificado, as bancas com faturamento até R$ 3,6 milhões poderão pagar alí- quota única de 4,5 a 16,85% de tributos. Já o Provimento n. 170/2016 contém normas a respeito das Sociedades Uni- pessoais de Advocacia, mediante o uso da expressão "Sociedade Individual de Ad- vocacia: vedada a utilização de sigla ou expressão de fantasia. A seguir, após o Pro- vimento n. 112/2006, o Provimento na mtegra. O Provimento n. 112/2006 prescreve os requisitos necessários à elaboração do contrato social de constituição da sociedade de advogados, facultando a sua celebração por instrumento público ou particular, porém vedando a adoção de '" VALI>U'l.AA P. l)A LUZ • MANUAL no AC>VOOtJ>O do Inquilinato, a Lei do Divórcio, a Lei dos Registros Públicos, o Código de De- fesa do Consumidor, o Código de Trânsito Brasileiro e o Estatuto da Criança e do Adolescente. Doutrina A doutrina jurídica é representada pelo conjunto de princípios originados de comentários, pareceres, opiniões e ensinamentos de autores ou juristas, de iliba- do saber jurídico, constantes de obras jurídicas diversas. A doutrina representa, antes de tudo, a obra dos grandes mestres, dos grandes tratadistas do direito, que fornecem ao profissional do direito, seja ele advogado, juiz ou promotor, a inter- pretação extratribunal de assuntos jurídicos, muitas vezes controvertidos. Na dou-trina nacional, embora já falecidos, ainda costumam ser consultadas obras de re- levantes juristas, como Clóvis Beviláqua, Pontes de Miranda, Orlando Gomes, Silvio Rodrigues, Washington de Barros Monteiro e Caio Mário da Silva Pereira (Direito Civil); Aliomar Baleeiro (Direito Tributário); Hely Lopes Meirelles, João Eunápio Borges, Fran Martins e Rubens Requião (Direito Administrativo); Nél- son Hungria, Magalhães Noronha e Heleno Fragoso (Direito Penaf); Celso A. Bar- bi, Ovídio Batista da Silva e J. J. Calmon de Passos (Direito Processual Civil). Em relação a autores contemporâneos, merecem destaque, entre outras, as obras de J. C. Barbosa Moreira, Adroaldo Furtado Fabrício, Athos Gusmão Carneiro e Hum- berto Theodoro Júnior (Direito Processual Civil). Os autores supracitados destacaram-se principalmente pelo comentário aos diversos Códigos brasileiros. Entretanto, proliferam, a cada dia, as edições de mo- nografias que esgotam temas jurídicos específicos ou comentam seções ou capí- tulos de um Código, ou mesmo uma nova lei. Fazem parte dessa coletânea de mo- nografias temas como o procedimento sumaríssimo, as ações cautelares, a ação de alimentos, a ação de usucapião, a ação de divórcio, a responsabilidade civil, a ação de execução etc. Jurisprudência A jurisprud2ncia, assim como a lei e a doutrina, também constitui fonte de direito de fundamental importância nas lides forenses. Ela representa o conjunto de soluções uniformes proferidas pelos tribunais às questões de direito que resul- tam de interpretações diferentes das sentenças oriundas de tribunais inferiores ou da Justiça de I• ou 2• instância. Em outras palavras, a jurisprudência é o conjun- to de decisões proferidas por tribunais de 2• ou 3• instância Quízo ad quem), ou seja, Tribunais de Justiça de um estado e Tribunal Regional Federal (2• instância) ou Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça (última instância), reformando ou confirmando sentenças exaradas por juízes das instâncias inferio- res ( i •ou 2• instâncias) ou juízo a quo. 1 Ufil<CfCIO DA ADVOCACIA 15 A importância da jurisprudência reside no fato de que ela representa o enten- dimento de uma turma, câmara ou grupo de juízes experimentados e dotados de elevado saber jurídico (denominados desembargadores em Tribunal de Justiça Es- tadual e na Justiça Federal ou ministros no Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça e Tribunal Superior do Trabalho) e não apenas de um único magistrado, como ocorre na Justiça comum ou em outra de l • instância. Antigamente, o acesso à jurisprudência somente era possível consultando-se os "repertórios jurisprudenciais" - publicações oficiais dos tribunais - ou obras específicas com jurisprudência coletada dos diversos tribunais ou, ainda, a juris- prudência armazenada em CD-ROM. Hoje, todavia, a consulta à jurisprudência tomou-se facilitada em razão da disponibilidade propiciada pelos tribunais em seus sites, os quais permitem a consulta por assunto. Evidentemente, num primei- ro momento, a jurisprudência que mais interessa ao advogado é a do Tribunal de Justiça do Estado em que atua, uma vez que lhe servirá de embasamento em ca- sos de interposição ou de apresentação de defesa em recursos perante os mesmos tribunais. Por meio dessa jurisprudência pode-se saber, com antecedência, o en- tendimento predominante em cada tribunal sobre determinada questão jurídica e, consequentemente, a chance que o advogado terá quando pensar em interpor determinado recurso em favor do seu cliente. SOCIEDADE DE ADVOGADOS .e facultado aos advogados reunirem-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituírem sociedade unipessoal de advocacia, desde que seja a sociedade regularmente registrada no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede (art 15 da Lei n. 8.906/94). No caso de sociedade unipes- soal de advocacia a sociedade deve ser obrigatoriamente formada pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão "Sociedade Individual de Advocacia''. A Lei Complementar n. 147/2014 incluiu as sociedades de advogados no Sim- ples Nacional, ou "Supersimples: sistema de tributação diferenciado para as mi- cro e pequenas empresas que unifica oito iro.postos em um único boleto e reduz a carga tributária (Lei Complementar n. 123/2006, art. 18, § 5°-C. VII). No regime simplificado, as bancas com faturamento até R$ 3,6 milhões poderão pagar alí- quota única de 4,5 a 16,85% de tributos. Já o Provimento n. 170/2016 contém normas a respeito das Sociedades Uni- pessoais de Advocacia, mediante o uso da expressão "Sociedade Individual de Ad- vocacia: vedada a utilização de sigla ou expressão de fantasia. A seguir, após o Pro- vimento n. 112/2006, o Provimento na mtegra. O Provimento n. 112/2006 prescreve os requisitos necessários à elaboração do contrato social de constituição da sociedade de advogados, facultando a sua celebração por instrumento público ou particular, porém vedando a adoção de 16 VALl)lMAl. l>A 1.vz • ..1ANUAL uo Al)VOOADO qualquer das espécies de sociedade mercantil, inclusive na composição social. Abaixo reproduzimos, na integra, o referido Provimento, com os requisitos e nor- mas atinentes à criação de uma soc.iedade de advogados. Provimento n. 112, de 10 de setembro de 2006 Dispõe sobre as Sociedades de Advogadcs. O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 54, V, da Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994 - Esta- tuto da Advocacia e da OAB, tendo em vista o que foi decidido na Sessão Extraordi- nária do Conselho Pleno, realizada no dia 10 de setembro de 2006, ao apreciar a Pro- posição n. 0024/2003/COP, RESOLVE: Art. 1° As Sociedades de Advogados são constituídas e reguladas segundo os arts. 15 a 17 do Estatuto da Advocacia ea Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - EAOAB, os arts. 37 a 43 do seu Regulamento Geral e as disposições deste Provimento. Art. 2° O Contrato Social deve conter os elementos e atender aos requisitos e di- retrizes indicados a seguir: l - a razão social, constituída pelo nome completo, nome social ou patroními- co, dos sócios ou, pelo menos, de um deles, responsáveis pela administração, assim como a previsão de sua alteração ou manutenção, por falecimento de sócio que lhe tenha dado o nome, observado, ainda, o disposto no parágrafo único deste artigo; 11 - o objeto social, que consistirá, exclusivamente, no exercido da advocacia, podendo especificar o ramo do direito a que a sociedade se dedicará; lll - o prazo de duração; TV - o endereço em que irá atuar; V - o valor do capital social, sua subscrição por todos os sócios, com a especi- ficação da participação de cada qual, e a forma de sua integralização; VI - o critério de distribuição dos resultados e dos prejulros verificados nos pe- ríodos que indicar; V U - a forma de cálculo e o modo de pagamento dos haveres e de eventuais ho- norários pendentes, devidos ao sócio falecido, assim como ao que se retirar da so- ciedade ou que dela for excluído; VTTI - a possibilidade, ou não, de o sócio exercer a advocacia autonomamente e de auferir, ou não, os respectivos honorários como receita pessoal; IX - é permitido o uso do símbolo "&"; como conjuntivo dos nomes ou nomes sociais de sócios que constarem da denominação social; X - não são admitidas a registro, nem podem funcionar, Sociedades de Advoga- dos que revistam a forma de sociedade empresária ou cooperativa, ou qualquer ou- tra modalidade de cunho mercantil; 1 lXt tttl(..:10 fJA "nvot:At:IA 17 X1 - é imprescindível a adoção de cláusula com a previsão expressa de que, além da sociedade, o sócio ou associado responderá subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes, por ação ou omissão, no exercido da advocacia. XII - será admitida cláusula de mediação, conciliação e arbitragem, inclusive com a indicação do Tribunal de l!tica e Disciplina da OAB; Xlll - não se admitirá o registro