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Poemas com rima – A menopausa APG – 28 | Ana Beatriz Rodrigues 1 OBJETIVOS 1. Compreender o climatério e suas manifestações clínicas (possíveis tratamentos); 2. Descrever a menopausa (manifestações menstruais, neurogênicas, psicogênicas, metabólicas, urogenitais, tegumentares e sexuais) CLIMATÉRIO O climatério é uma fase biológica do ciclo vital feminino que se caracteriza em ser um período de transição entre os anos reprodutivos e não reprodutivos da mulher, o qual tem inicio normalmente por volta dos 40 anos de idade, podendo se estender até os 65. É determinado pela queda de produção dos hormônios estrogênio e progesterona pelos ovários, de forma que marca um declínio de duas principais funções ovarianas: produzir óvulos para a fecundação e sintetizar hormônios que garantam o desenvolvimento do embrião em seus estágios iniciais. É importante frisar que o climatério é um período abrangente da vida da mulher e não significa unicamente a última menstruação – menopausa, mas sim um processo amplo de transformações de âmbito físico, social, espiritual e emocional, o qual pode ser mais ou menos extenso para cada sujeito. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O climatério nem sempre é sintomático. Quando presentes, os sintomas constituem a síndrome climatérica. Os sintomas do climatério sofrem influência de inúmeros fatores: · Ordem biológica (ligados à queda dos níveis de estrógenos ou em decorrência da senilidade), · Aspectos psicológicos (envolvendo a autopercepção da mulher, ou seja, como essa mulher enfrenta esse momento da sua vida) · Aspectos sociais (relacionados à interação da mulher com os familiares, amigos e comunidade). Este último tem uma forte relação com os aspectos socioculturais, tais como os mitos, crenças e preconceitos que a sociedade constitui, dissemina e vivencia em cada época. A queda dos níveis hormonais, neste período da existência feminina, pode acontecer de forma absolutamente silenciosa e assintomática. Para a maioria das mulheres, este fato é acompanhado por uma série de desconfortos físicos e psicológicos, como: ondas de calor no tórax, pescoço e face; suores noturnos; insônia; secura vaginal; palpitações; dores nas articulações; tontura; dores de cabeça; aumento da irritabilidade; dificuldade de concentração; falhas de memória ou esquecimento; ansiedade e depressão. Em longo prazo, a deficiência estrogênica também pode ter repercussões sobre o sistema ósseo, cardiovascular e urinário. Os principais problemas que são apresentados pelas mulheres no climatério são: irregularidades menstruais, sintomas vasomotores, insônia, depressão, hipertensão arterial, instabilidade do humor, atrofia urogenital, osteoporose, doenças cardiovasculares, câncer e problemas cognitivos, além de alterações na sua sexualidade. As alterações fisiológicas que ocorrem na mulher que vivencia o climatério, mesmo com sintomas de intensidades diferentes, geram consequências que podem afetar o seu bem-estar geral. Essas modificações não necessariamente irão provocar a diminuição do prazer, mas poderá influenciar diretamente na sua resposta sexual, tornando-a mais lenta e menos prazerosa podendo causar insatisfação sexual. A dispareunia (dor durante o ato sexual) como consequência do ressecamento vaginal, devido ao hipoestrogenismo é um dos principais causadores do desconforto sexual que pode causar alterações sexuais na vida da mulher. POSSÍVEIS TRATAMENTOS Durante o climatério, a diminuição dos hormônios faz com que os ciclos menstruais se tornem irregulares, até cessarem completamente. Nesta fase de transição, ocorrem alterações físicas e psíquicas importantes, que prejudicam a qualidade de vida da mulher, que pode ou não potencializar problemas de saúde. Essas alterações podem e devem ser tratadas, por meio de terapêutica de reposição hormonal (TRH). É imprescindível, também, que a mulher climatérica e sua família saibam que, além do tratamento medicamentoso, a adoção de uma dieta equilibrada, com baixo teor de gordura, rica em fibras e em cálcio, e a prática regular de atividade física, como caminhadas diárias, são hábitos saudáveis que devem ser cultivados nesta fase de vida. MENOPAUSA A menopausa é um evento dentro do climatério que representa o último ciclo menstrual da vida da mulher. Não existe idade pré-determinada para a menopausa. Geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos. No entanto, pode ocorrer a partir dos 40 anos sem que isso seja um problema. Em alguns casos, se a menopausa ocorre antes dos 35 anos, se denomina menopausa prematura ou precoce, a qual tende a obedecer a influências genéticas ou a intervenções cirúrgicas (remoção de ovários), infecções, doenças auto-imunizantes, radiações (químio ou radioterapia), drogas e entre outros fatores. Quando a mulher sofre esse tipo de menopausa, pode ter os sintomas mais intensos que a menopausa natural, e precisa imediatamente de tratamento à base de hormônios MANIFESTAÇÕES MENSTRUAIS NEUROGÊNICAS A carência estrogénica, embora por mecanismo desconhecido, parece estar associada a um aumento da incidência de doença de Alzheimer e de acidentes vasculares cerebrais. PSICOGÊNICAS Caracteriza-se pela dificuldade em adormecer e em manter a continuidade do sono, bem como insónia matinal. Estas queixas podem depender, diretamente, da carência estrogénica, mas também da existência das perturbações vasomotoras, que alteram a qualidade do sono. METABÓLICAS UROGENITAIS E SEXUAIS A mucosa da vagina, da uretra, e do terço inferior da bexiga têm origem embrionária comum, estrogênio-dependente. Assim, a diminuição dos estrogénios circulantes leva a atrofia da mucosa vaginal, aumento do pH e diminuição da secreção vaginal. Estas consistem em secura vaginal, com irritação local, dispareunia e aumento da frequência de infecções urinárias, bem como o aparecimento da síndrome ureteral. A diminuição dos níveis de estrogénios causa uma diminuição da pressão ureteral, levando a incontinência urinária, inicialmente de esforço e com agravamento progressivo. Tal sintomatologia interfere muitas vezes na atividade sexual da mulher, diminuindo a líbido e a auto-estima, perturbando o relacionamento com o parceiro. TEGUMENTARES A diminuição de estrogénios causa uma perda progressiva do colágeno cutâneo, causando uma diminuição da tonicidade a nível da pele, com um aparecimento acelerado das rugas. PERTURBAÇÕES VASOMOTORAS As perturbações vasomotoras, que incluem os «afrontamentos» e os suores, constituem a sintomatologia mais frequente da mulher menopáusica, atingindo cerca de 60-80% das mulheres. São mais intensos nos dois primeiros anos da menopausa. Em geral, cessam espontaneamente aos cinco anos de menopausa. O seu mecanismo fisiopatológico parece relacionar-se com uma alteração a nível dos neurotransmissores cerebrais, provocada pela diminuição de estrogénios, ocorrendo uma maior libertação de Gn-Rh e uma perturbação do equilíbrio térmico. Manifestam-se como uma onda de calor, por norma bastante intensa, que atinge predominantemente a metade superior do corpo, a que se segue, em poucos minutos, suores frios. São acompanhadas por um aumento da frequência cardíaca e do fluxo sanguíneo periférico. Por vezes associam-se a vertigens. Não são controláveis pela mulher nem previsíveis. ALTERAÇÕES A NÍVEL ARTICULAR Embora não seja consensual, diversos estudos parecem demonstrar que a diminuição de estrogénios induz um aumento das queixas associadas a doenças reumáticas, como a artrite reumatóide, nomeadamente a nível das articulações das mãos. ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES A diminuição dos estrogénios circulares causa um aumento da incidência de infarto agudo do miocárdio em mulheres a partir dos 50 anos, tornando-se a principal causa de morte. Nesta faixa etária, a mortalidade por doenças cardiovasculares ultrapassa, mesmo, a mortalidade associada àsneoplasias. Os estrogénios conferem uma proteção cardiovascular muito importante: apresentam um efeito benéfico a nível do perfil lipídico, com diminuição do colesterol total, diminuição das LDL e aumento das HDL, tornando-os mais próximos do perfil lipídico ideal. Para além dos efeitos a nível do perfil lipídico, vários estudos demonstraram, ainda, que os estrogéneos favorecem a vasodilatação, diminuem o nível de homocisteína, têm um efeito neutro sobre a proteína C reactiva e diminuem o nível de fibrinogénio. Também diminui a lipoproteína A e parecem ter efeitos positivos a nível do desenvolvimento da aterosclerose. Diversos estudos mostraram que as alterações do perfil lipídico são responsáveis por apenas 30% dos efeitos benéficos dos estrogêneos a nível cardiovascular; os outros mecanismos, referidos atrás, serão os responsáveis pelos restantes 70%. ALTERAÇÕES ÓSSEAS – OSTEOPOROSE A carência estrogénica traduz-se por um aumento precoce da incidência de osteoporose, com uma diminuição acentuada da densidade mineral óssea, em cerca de 20-30%, na primeira década após a menopausa. Tal deve-se a um aumento do metabolismo de reabsorção óssea e diminuição da fixação de cálcio no osso. O impacto da osteoporose é enorme: por exemplo, nos EUA, mais de 1,5 milhões de pessoas já sofreram fraturas osteoporóticas. Após uma fractura da anca, apenas 50% dos doentes recuperam o mesmo grau de independência que apresentam antes da lesão, e 12 a 40% dos doentes com fractura da anca morrem em 6 meses. ALTERAÇÕES NO METABOLISMO – GANHO DE PESO Embora exista uma ideia generalizada que a mulher menopáusica tem tendência a aumentar de peso, tal não parece depender da carência estrogénica. Vários estudos demonstraram que o aumento de peso em mulheres na menopausa, parece estar relacionado, mais intímamente, com alterações fisiológicas e comportamentais associadas ao envelhecimento, do que com a privação estrogénica. Outros estudos parecem demonstrar que a menopausa aumenta a adiposidade central, mas não o ganho global de peso. Este apresenta uma relação direta com a diminuição da atividade física que se verifica nesta faixa etária.
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