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A crise da monarquia no Brasil - resumo

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A crise da monarquia no Brasil
Capítulo 1 - Uma república em construção
 A república como forma de governo, nasceu na Roma antiga. Com ela surgiu a noção de um governo visto como res pública (“coisa pública”), que deveria servir aos interesses dos cidadãos.
No caso brasileiro a república surgiu como resultado de uma aliança entre setores do exército e das elites econômicas e políticas do país no final do século XIX.
- O movimento republicano –
Antes da independência do Brasil, muitos grupos sociais e políticos já defendiam a implantação de uma república. De maneira difusa, a proposta republicana apareceu, por exemplo, nas conjurações Baiana e Mineira, na revolução pernambucana de 1817 e na confederação do Equador, em 1824. Mas apenas no século XIX, com a expansão da lavoura cafeeira e a formação de uma rica camada de fazendeiros no sudeste, o projeto republicano ganhou força no país.
O acontecimento que assinalou a arrancada desse movimento no Brasil foi a publicação do Manifesto republicano, em 1870. O documento criticava o caráter centralizador e hereditário da monarquia, defendia o princípio federativo do regime republicano e declarava a república como o caminho para aproximar o Brasil das demais nações americanas.
Havia grandes divergências entre os republicanos. O grupo dominante, liderado pelo jornalista Quintino Bocaiuva, pregava que a república deveria ser instalada sem agitações sociais que ameaçassem a ordem estabelecida. Outros, como o advogado Silva Jardim, defendiam uma ampla mobilização popular para derrubar a monarquia.
O movimento republicano, mesmo sendo antigo no Brasil, só se transformou em força política decisiva com a modernização dos principais núcleos urbanos do Centro-Sul do país e o crescimento das camadas médias e da burguesia cafeeira. Essas mudanças levaram ao declínio da monarquia e ao enfraquecimento dos grupos que tradicionalmente a sustentavam: os antigos proprietários rurais do Nordeste e do vale do Paraíba, a igreja católica e setores do exército.
- Os antigos e os novos cafeicultores –
Na segunda metade do século XIX, o setor cafeeiro no Brasil se dividia em dois grupos principais . O mais antigo era constituído de cafeicultores do Vale do Paraíba fluminense e paulista. Eles tinham fortes vínculos com a corte imperial, que lhes facilitava a concessão de créditos por meio das praças financeiras do Rio de Janeiro.
O segundo setor, mais novo, era formado pelos cafeicultores do Oeste Paulista. Ao contrário dos cafeicultores tradicionais, os do Oeste Paulista desenvolveram uma autonomia financeira em relação às praças bancárias ligadas à corte imperial.
- Os conflitos com a igreja –
Desde o período colonial, o poder civil e o religioso estavam unidos por meio do Padroado, uma instituição que submetia a igreja ao controle da Coroa portuguesa e, após a independência da Coroa brasileira.
Ao longo do século XIX, inspirados nas ideias iluministas, setores letrados da sociedade passaram a criticar a interferência da igreja nas instituições políticas do país e a defender um Estado laico. A igreja, por sua vez, buscando recuperar sua influência, adotou medidas contrárias ao governo imperial, proibindo, por exemplo, a admissão de eclesiásticos maçons. 
O ápice da crise entre o governo e a igreja ocorreu quando o imperador D. Pedro II deu ordens para que a medida do papa não fosse cumprida e, na década de 1870, prendeu dois bispos que se recusaram a seguir as ordens imperiais. Situações como essa caracterizaram a questão religiosa, que marcou afastamento entre setores do clero católico e a monarquia.
Maçom: aquele que faz parte da maçonaria, sociedade secreta em que se exerce a fraternidade e ajuda mútua entre seus membros.
- A questão militar – 
Durante o governo de D. Pedro II, o exército ocupou uma posição marginal na política brasileira. Os baixos soldos, a rígida disciplina da corporação e a lentidão nas promoções desencorajavam os filhos das elites a seguir a carreira militar.
Soldo: salário ou remuneração dos militares.
- O golpe de 15 de novembro –
Na manhã do dia 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca marchou com as tropas para o ministério da guerra. Há diferentes versões sobre os planos de Deodoro. É possível que ele não quisesse derrubar a moto. Porém, uma vez iniciado o movimento, foi difícil revertê-lo. A república foi proclamada, e o imperador, diante dos fatos, preferiu não resistir.

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