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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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386 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
319 
 
TÍTULO XI 
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES PRATICADOS 
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
CRIME FUNCIONAL 
PRÓPRIO 
 
 A qualidade de servidor público É ESSENCIAL À SUA CONFIGURAÇÃO; SEM ELA, NÃO 
HÁ SEQUER OUTRO DELITO (o fato será atípico). 
 
 HAVERÁ UMA ATIPICIDADE ABSOLUTA, tal como ocorre nos crimes de concussão, 
corrupção passiva. 
 
CRIME FUNCIONAL 
IMPRÓPRIO 
 
 Tanto pode ser cometido por servidor público como por quem não detém essa condição. 
 
 Podem revestir-se de parcial atipicidade. 
 
 A ausência da condição de funcionário público DESCLASSIFICA A INFRAÇÃO PARA 
OUTRO TIPO. HAVERÁ UMA ATIPICIDADE RELATIVA, tal como ocorre nos crimes de 
peculato-apropriação (art. 312, caput, cp) para apropriação indébita (art. 168, cp). 
 
 
 
 
320 
PECULATO (PECULATO PRÓPRIO) 
Art. 312 – 
 
APROPRIAR-SE 
 (funcionário público) 
 Dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou 
particular, de que tem a posse em razão do cargo. 
 
PECULATO-
APROPRIAÇÃO 
 
DESVIAR 
(funcionário público) 
 Dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou 
particular, de que tem a posse em razão do cargo. 
 Proveito próprio ou alheio. 
 
PECULATO-DESVIO 
 
 
 
 
Pena - e multa. 
 
O PECULATO APROPRIAÇÃO É UM TIPO ESPECIAL DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA. 
 
 
 
 
 
NÃO INCLUI “SERVIÇOS PÚBLICOS” 
ATENÇÃO !!! 
 
321 
 
 
1. O STJ NÃO ADMITE PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA PARA O CRIME DE PECULATO (2016): (...) 3. pois o bem jurídico 
tutelado pelo tipo penal incriminador É A MORALIDADE ADMINISTRATIVA, INSUSCETÍVEL DE VALORAÇÃO 
ECONÔMICA. 
 
2. O STJ - A CONSUMAÇÃO DO CRIME DE PECULATO-APROPRIAÇÃO (art. 312, caput, 1.ª parte, do CP), OCORRE NO 
MOMENTO EM QUE O FUNCIONÁRIO PÚBLICO, EM VIRTUDE DO CARGO, COMEÇA A DISPOR DO DINHEIRO, VALORES 
OU QUALQUER OUTRO BEM MÓVEL APROPRIADO, COMO SE PROPRIETÁRIO FOSSE. 
 
 Dispondo do objeto material como se dono fosse (retendo-o, alienando-o, etc.). 
 
 A CARACTERIZAÇÃO DO CRIME NÃO RECLAMA LUCRO EFETIVO POR PARTE DO 
AGENTE, POUCO IMPORTANDO SE A VANTAGEM VISADA É ALCANÇADA OU NÃO. 
 
3. O STJ - COMETE O CRIME DE PECULATO, NA MODALIDADE DESVIO (art. 312, caput, 2ª parte do CP), em continuidade 
delitiva (art. 71, CP) O SERVIDOR PÚBLICO QUE SE UTILIZA ILEGALMENTE DE PASSAGENS E DIÁRIAS PAGAS PELOS 
COFRES PÚBLICOS. 
 
 
 
 
322 
 
 
 
QUADRO - RESUMOS 
 
ERRO DE TIPO 
INEVITÁVEL 
 
 
Sobre elementos objetivos do tipo de PECULATO 
(cp, art. 312, caput) 
 
EXCLUI QUALQUER RESPONSABILIDADE 
PENAL. 
(EXCLUI DOLO E CULPA). 
 
ERRO DE TIPO 
EVITÁVEL 
 
Sobre elementos objetivos do tipo de LESÕES 
CORPORAIS SIMPLES 
(cp, art. 129, caput) 
 
PERMITE PUNIÇÃO PELA MODALIDADE 
CULPOSA (CP, art. 129, § 6º). 
(EXCLUI APENAS O DOLO, podendo o autor 
ser punido na modalidade culposa se houver 
previsão legal, ver art. 20 do CP). 
 
ERRO DE TIPO 
EVITÁVEL 
 
Sobre elementos objetivos do tipo de 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA 
(cp, art. 168, caput) 
 
EXCLUI QUALQUER RESPONSABILIDADE 
PENAL. 
(EXCLUI APENAS O DOLO, podendo o autor 
ser punido na modalidade culposa se houver 
previsão legal, como não há apropriação 
indébita culposa, não há de se falar em 
responsabilidade penal, ver art. 20 do CP). 
 
323 
 
 
1. Profissional nomeado pela assistência judiciária para atuar como defensor dativo ingressa com ação contra o INSS, em 
favor da parte para a qual foi constituído, e posteriormente faz o levantamento do valor devido. Contudo, não repassou 
o dinheiro à parte, cometendo o delito de peculato, tendo em vista apropriar-se de dinheiro ou valor de que tem a posse 
em razão do cargo. CERTO 
 
Há entendimento recente do STJ de que tendo sido O DEFENSOR DATIVO NOMEADO PARA O EXERCÍCIO DE UM MÚNUS 
PÚBLICO, estaria ele exercendo uma função pública, encaixando-se no conceito de funcionário público descrito no artigo 
327 do Código Penal. Assim, AO NÃO REPASSAR O DINHEIRO, TENDO DELE SE APROPRIADO EM RAZÃO DO CARGO, 
O DEFENSOR DATIVO PRATICOU O CRIME DE PECULATO, (art. 312 do CP). 
 
2. A incidência da agravante genérica relativa à prática de delito com abuso de poder ou violação de dever inerente a 
cargo, ofício, ministério ou profissão É INCOMPATÍVEL COM O PECULATO, pois este pressupõe abuso de poder ou violação 
de dever inerente ao cargo. CERTO (art. 312, CP e art. 61, II, “g”, CP e Entend. STJ). 
 
Nos termos do art. 61, caput, do CP, SOMENTE SE ADMITE O RECONHECIMENTO DAS AGRAVANTES PREVISTAS EM UM 
DE SEUS INCISOS QUANDO ELAS NÃO CONSTITUEM OU QUALIFICAM O CRIME: daí a jurisprudência deste STJ, firme no 
sentido de que A INCIDÊNCIA DA AGRAVANTE prevista no artigo 61, II, g, do CP SE MOSTRA INCOMPATÍVEL COM O 
DELITO DE PECULATO (Código Penal, art. 312), pois a prática deste pressupõe, sempre, 
 
 
 
324 
3. OS CRIMES FUNCIONAIS IMPRÓPRIOS são identificáveis porque o fato punível é incriminado, MESMO QUANDO NÃO 
PRATICADO POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO, como acontece com o delito de peculato. CERTO 
 
 
 se o funcionário público, EMBORA NÃO TENDO A POSSE DO 
DINHEIRO, VALOR OU BEM, O SUBTRAI, OU CONCORRE PARA QUE SEJA SUBTRAÍDO, em 
proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de 
funcionário [PECULATO-FURTO]. 
 
4. Tício, funcionário público, convida Mévio, que trabalha em empresa privada, para ajudá-lo a subtrair um computador, 
pertencente à repartição, que se encontra na sala de trabalho de Tício, para seu uso diário, e que se acha sob sua guarda. 
Ciente da condição de funcionário público de Tício, Mévio ajuda-o a transportar esse bem até sua casa. Nessa situação 
hipotética, É CORRETO AFIRMAR-SE QUE TÍCIO E MÉVIO RESPONDEM POR PECULATO. CERTO ( Art. 312 c/c Art. 30, 
CP). 
 
O PECULATO somente pode ser cometido por funcionário público, entendido este no sentido mais amplo trazido pelo art. 
327, CP. MESMO O SERVIDOR PÚBLICO APOSENTADO, se conserva consigo a posse de bem ilegalmente apropriado 
durante o exercício e em razão do cargo antes ocupado, RESPONDERÁ PELO CRIME DE PECULATO. 
 
Denominado PECULATO IMPRÓPRIO, O PECULATO FURTO previsto no §1º do art. 312 do CP CARACTERIZA-SE NÃO 
PELA APROPRIAÇÃO OU DESVIO, MAS SUBTRAÇÃO DE COISA SOB GUARDA OU CUSTÓDIA DA ADMINISTRAÇÃO. 
 
325 
Aqui, o agente, também servidor público típico ou atípico, não tem a posse, mas, valendo-se da facilidade que a condição 
de funcionário lhe concede, subtrai (ou concorre para que seja subtraída) coisa do ente público ou de particular sob 
custódia da administração. 
Parece ser pressuposto do crime que o agente se valha, para galgar a subtração, de alguma facilidade proporcionada 
pelo seu cargo, emprego ou função. SEM ESSE REQUISITO, HAVERÁ APENAS FURTO (art. 155, CP). 
 
PECULATO CULPOSO 
§ 2º - Se o FUNCIONÁRIO CONCORRE CULPOSAMENTE para o crime de outrem: 
( PREVALECE QUE ESSE “CRIME DE OUTREM” É O PECULATO PRÓPRIO OU IMPRÓPRIO ) 
Pena - 
 
5. QUANTO AO CRIME DE PECULATO, é correto afirmar: Admite-se nas FORMAS DOLOSA E CULPOSA e é possível 
concurso de agentes com quem não é funcionário público. CERTO (Art. 312, §2º, CP). 
 
FORMA DOLOSA FORMA CULPOSA 
 
Peculato-Apropriação 
 
Quando o funcionário público CONCORRE CULPOSAMENTE 
PARA O CRIME DE OUTREM. 
Peculato-Desvio 
 
Peculato-Furto 
 
326 
 
§ 3º - NO CASO DO PARÁGRAFO ANTERIOR: ( PECULATO CULPOSO) 
 
 A REPARAÇÃO DO DANO 
 
SE PRECEDE À SENTENÇA IRRECORRÍVEL 
 
EXTINGUE A PUNIBILIDADE 
 
SE É POSTERIOR À SENTENÇA IRRECORRÍVEL 
 
REDUZ DE METADE A PENA IMPOSTA 
 
6. É CAUSA DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE A REPARAÇÃO DE DANO decorrente de peculato culposo por funcionário 
público, CERTO (Art. 312, §3º, CP). 
 
7. Sobre o crime de peculato culposo tipificado no CP: A REPARAÇÃO DO DANO SOMENTE EXTINGUE A PUNIBILIDADE 
 CERTO (Art. 312, §3º, CP). 
 
 
 
ATENÇÃO !!!327 
 
 
1. PECULATO DE USO 
O STF considerou ATÍPICA A CONDUTA DE “PECULATO DE USO” de um veículo para a realização de deslocamentos por 
interesse particular. 
 
2. DEPOSITÁRIO JUDICIAL QUE VENDE OS BENS NÃO PRATICA PECULATO. 
O DEPOSITÁRIO JUDICIAL QUE VENDE OS BENS SOB SUA GUARDA NÃO COMETE O CRIME DE PECULATO (art. 312 do 
CP). 
O CRIME DE PECULATO exige, para a sua consumação, que o funcionário público se aproprie de dinheiro, valor ou outro 
bem móvel EM VIRTUDE DO “CARGO”. 
 
 porque não ocupa cargo público, mas a 
ele é atribuído um munus, pelo juízo, em razão do fato de que determinados bens ficam sob sua guarda e zelo. 
 
Obs: vale ressaltar que o STJ decidiu apenas que a conduta do depositário judicial que vende os bens sob sua guarda não 
comete o crime de peculato, pois não é funcionário público e não ocupa cargo público. No entanto, a depender das 
peculiaridades do caso concreto, a conduta pode configurar, em tese, os tipos penais dos arts. 168, § 1º, II, 171 ou 179 do 
Código Penal. 
 
 
 
328 
3. OS VALORES APROPRIADOS POSSUEM NATUREZA SEMELHANTE A DE TRIBUTOS, DEVENDO SER SUSPENSA A AÇÃO 
PENAL ENQUANTO PERDURAR O PARCELAMENTO DA DÍVIDA. 
A ação penal que apura a prática de crime de peculato de quantia de natureza sui generis com estreita derivação 
tributária, por suposta apropriação, por Tabelião, de valores públicos pertencentes a Fundo de Desenvolvimento do 
Judiciário DEVE SER SUSPENSA enquanto o débito estiver pendente de deliberação na esfera administrativa em razão de 
parcelamento perante a Procuradoria do Estado. 
 
4. STF RECEBEU DENÚNCIA CONTRA O SENADOR RENAN CALHEIROS EM RAZÃO DE TER DESVIADO RECURSOS 
PÚBLICOS DA VERBA PARLAMENTAR PARA PAGAMENTO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA À FILHA. 
O Ministério Público ofereceu denúncia contra o Senador Renan Calheiros pelas seguintes condutas: 
 
 O DENUNCIADO TERIA DESVIADO RECURSOS PÚBLICOS DA CHAMADA VERBA INDENIZATÓRIA (destinada a 
despesas relacionadas ao exercício do mandato parlamentar) PARA PAGAR PENSÃO ALIMENTÍCIA À FILHA. Com 
isso, teria praticado PECULATO (art. 312 do cp). 
 
 além disso, ele TERIA INSERIDO E FEITO INSERIR, EM DOCUMENTOS PÚBLICOS E PARTICULARES, INFORMAÇÕES 
DIVERSAS DAS QUE DEVERIAM SER ESCRITAS, COM O PROPÓSITO DE ALTERAR A VERDADE SOBRE FATO 
JURIDICAMENTE RELEVANTE (sua capacidade financeira para custear despesas da referida pensão). 
Por conta desses fatos, foi denunciado pelos CRIMES DE FALSIDADE IDEOLÓGICA (art. 299) e de USO DE DOCUMENTO 
FALSO (art. 304). 
Quanto ao art. 312 do CP, a denúncia foi recebida porque o STF entendeu estarem presentes indícios de autoria e 
materialidade minimamente suficientes. 
 
329 
No que tange aos arts. 299 e 304 do CP, a denúncia foi rejeitada em virtude de os delitos imputados estarem prescritos. 
 
5. DEPUTADO FEDERAL QUE UTILIZA DO TRABALHO DE ASSESSOR PARLAMENTAR PARA SERVIÇOS PARTICULARES 
PRATICA CRIME DE PECULATO? 
 
 Situação 1. Servidor público que se utiliza da mão-de-obra de outro servidor público (normalmente seu 
subordinado) para, em determinados momentos, fazer com que este preste serviços particulares a ele. 
 
Atenção: se o indivíduo que se utilizou do servidor público for Prefeito, ele cometerá o delito do art. 1º, II, do DL 201/67. 
 
 Situação 2. Servidor público que utiliza a Administração Pública para pagar o salário de empregado particular. 
 
Aqui o chefe contrata um indivíduo supostamente para ser servidor público (cargo comissionado), mas, na verdade, ele 
manda que a pessoa contratada preste exclusivamente serviços particulares ao seu superior. 
 
Isso porque o dinheiro público está sendo desviado para o pagamento de um "servidor" que, formalmente está vinculado 
à Administração Pública, mas que, na prática, apenas executa serviços para outro servidor público no interesse particular 
deste último. 
Caso concreto: o Deputado Federal Celso Russomanno (PRB-SP) contratou para o cargo de secretária parlamentar, com 
remuneração paga pela Câmara dos Deputados, a senhora "SJ". Ocorre que, de acordo com a acusação, "SJ" trabalhava, 
na verdade, não na Câmara, mas sim na produtora de vídeo do Deputado, em São Paulo. 
 
330 
Assim, para o MP, o Deputado utilizou a assessora para o exercício de atividade privada, embora recebendo pelos cofres 
públicos. A 2ª Turma do STF absolveu o réu. 
Segundo ficou decidido, "SJ", ainda que tenha exercido algumas atividades de interesse particular do Deputado na 
produtora, dedicou-se preponderantemente ao cargo de secretária parlamentar no escritório político de Celso Russomano 
em São Paulo, atendendo cidadãos que se sentiam lesados em suas relações de consumo. 
Assim, a prova dos autos demonstrou que “SJ” exercia as atribuições inerentes ao cargo de assessora parlamentar, ainda 
que também, algumas vezes, desempenhasse outras atividades no estrito interesse particular do parlamentar. 
Dessa forma, pela prova colhida, A CONDUTA DO DEPUTADO FOI PENALMENTE ATÍPICA, uma vez que consistiu no uso 
de funcionário público que, de fato, exercia as atribuições inerentes ao seu cargo para, TAMBÉM, PRESTAR OUTROS 
SERVIÇOS DE NATUREZA PRIVADA. 
Em outras palavras, o caso de Russomano se enquadrou na situação 1 acima explicada. 
 
 
6. EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS RETIDOS PELO MUNICÍPIO E DINHEIRO UTILIZADO PARA PAGAMENTO DE DESPESAS 
DA ADMINISTRAÇÃO, SEM REPASSE AO BANCO MUTUANTE. 
DIVERSOS SERVIDORES MUNICIPAIS TINHAM EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS CUJOS VALORES ERAM DESCONTADOS DA 
FOLHA DE PAGAMENTO. 
O Prefeito ordenou que fosse feita a retenção, mas que tais valores não fossem repassados à instituição e sim gastos com 
o pagamento de despesas do Município. 
Isso foi feito no último ano do mandato do Prefeito, quando não havia mais recursos para pagar o banco, o que só foi 
feito no mandato seguinte. 
 
331 
O STF entendeu que, nesta situação, restou configurada a prática de dois delitos: arts. 312 e 359-C do Código Penal. 
 
 
PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM (PECULATO ESTELIONATO) 
Art. 313 – 
 
APROPRIAR-SE DE DINHEIRO OU QUALQUER UTILIDADE que, no exercício do cargo, RECEBEU POR ERRO DE OUTREM: 
 
Pena - e multa. 
 
 
1. SERVIDOR PÚBLICO que se apropriar de dinheiro ou qualquer utilidade que tiver recebido, no exercício do cargo, POR 
ERRO DE OUTREM responderá pela prática do CRIME DE PECULATO-ESTELIONATO. CERTO (arts. 313 do CP). 
 
 
 
 
ATENÇÃO !!! 
 
332 
 
INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES (PECULATO ELETRÔNICO) 
Art. 313-A. 
 
FUNCIONÁRIO AUTORIZADO 
 
 INSERIR 
 FACILITAR 
 
A INSERÇÃO DE DADOS FALSOS 
 
 
 ALTERAR 
 EXCLUIR INDEVIDAMENTE 
 
DADOS CORRETOS nos sistemas informatizados ou bancos de dados 
da Administração Pública 
 
OBJETIVO: 
 OBTER VANTAGEM INDEVIDA PARA SI OU PARA OUTREM 
 CAUSAR DANO 
 
Pena – e multa. 
 
 
ATENÇÃO !!! 
 
333 
MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES 
Art. 313-B. 
 
 FUNCIONÁRIO 
 
 MODIFICAR 
 ALTERAR 
 
 
 SISTEMA DE INFORMAÇÕES 
 PROGRAMA DE INFORMÁTICA 
 
As penas são se da MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO RESULTA DANO PARA: 
 A Administração Pública 
 O Administrado 
 
Pena – e multa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
334 
EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO 
Art. 314 – 
 
 EXTRAVIAR 
 
 
 
LIVRO OFICIAL OU QUALQUER DOCUMENTO, de que tem a guarda 
em razão do cargo 
 
 SONEGAR 
 INUTILIZAR 
 
 
 
 
Pena - SE O FATO NÃO CONSTITUI CRIME MAIS GRAVE. 
 
 
 
EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS 
Art. 315 – DAR ÀS VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS APLICAÇÃO DIVERSA DA ESTABELECIDA EM LEI: 
Pena - ou multa. 
 
 
TOTAL OU PARCIALMENTE 
ATENÇÃO !!! 
 
335 
 
O QUE CARACTERIZA ESSE DELITO É QUE A VERBA OU RENDA PÚBLICA É APLICADA EM FAVOR 
DA PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO, PORÉM DE FORMA DIVERSA DAQUELA PREVISTA NA LEI. 
Ex.: O prefeito ganhou uma verba para construir uma escolae desviou-a para a construção de 
uma praça. 
 
 
O EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS PÚBLICAS É CRIME PRÓPRIO, QUE SOMENTE PODERÁ SER PRATICADO PELO 
PRÓPRIO GESTOR PÚBLICO. Via de regra, O DELITO É PRATICADO POR PREFEITOS. 
 
 
 
1. DESVIO DE RECURSOS DE CONVÊNIO E SUA APLICAÇÃO EM FINALIDADE DIVERSA 
SECRETÁRIA DE ESTADO QUE DESVIA VERBAS DE CONVÊNIO FEDERAL QUE TINHA DESTINAÇÃO ESPECÍFICA E AS 
UTILIZA PARA PAGAMENTO DA FOLHA DE SERVIDORES NÃO PRATICA O CRIME DE PECULATO (art. 312 do CP), MAS 
SIM O DELITO DE EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS (art. 315). 
 
 
 
 
336 
 
CONCUSSÃO (MODALIDADE DE EXTORSÃO PRATICADA POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO) 
Art. 316. EXIGIR, PARA SI OU PARA OUTREM, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, 
MAS EM RAZÃO DELA, VANTAGEM INDEVIDA: 
Pena - e multa. 
 
 
 
1. O DELITO É FORMAL, ou seja, consuma-se no momento da exigência da vantagem indevida. 
 
2. É LEGÍTIMA A UTILIZAÇÃO DA CONDIÇÃO PESSOAL DE POLICIAL CIVIL como circunstância judicial desfavorável para 
fins de exasperação da pena-base aplicada a acusado pela prática do CRIME DE CONCUSSÃO. 
Aquele que está investido de parcela de autoridade pública — como é o caso de um juiz, um membro do Ministério Público 
ou uma autoridade policial — deve ser avaliado, no desempenho da sua função, com maior rigor do que as demais pessoas 
não ocupantes de tais cargos. 
 
3. NÃO HÁ CARACTERIZAÇÃO DO FLAGRANTE PREPARADO NO CRIME DE CONCUSSÃO QUANDO A INTERVENÇÃO 
POLICIAL OCORRE APENAS NA FASE DE PAGAMENTO DA VANTAGEM INDEVIDA, 
 
 
IMPORTANTE !!! 
 
337 
 
 
1. Joaquim, fiscal de vigilância sanitária de determinado município brasileiro, estava licenciado do seu cargo público 
quando exigiu de Paulo determinada vantagem econômica indevida para si, em função do seu cargo público, a fim de 
evitar a ação da fiscalização no estabelecimento comercial de Paulo. Nessa situação hipotética, Joaquim praticou O 
DELITO DE CONCUSSÃO. CERTO 
 
2. A conduta do funcionário público que, fora do exercício de sua função, mas em razão dela, exige o pagamento de uma 
verba indevida, alegando a necessidade de uma “taxa de urgência” para a aprovação de uma obra que sabe irregular, 
configura O CRIME DE CONCUSSÃO. CERTO 
 
O funcionário público EXIGIU O PAGAMENTO DE UMA VERBA INDEVIDA para a aprovação de uma obra que sabe 
irregular. Ao fazer tal EXIGÊNCIA INDEVIDA, o funcionário alegou a necessidade de uma “taxa de urgência” para a 
aprovação de uma obra que sabe ser irregular. 
 
É EVIDENTE QUE A EXIGÊNCIA DE UMA VERBA INDEVIDA PARA UMA APROVAÇÃO QUE SABE SER IRREGULAR 
CARACTERIZA O CRIME DE CONCUSSÃO. 
 
NÃO HÁ QUE SE FALAR EM EXCESSO DE EXAÇÃO, POIS NÃO FOI EXIGIDA A COBRANÇA DE QUALQUER TAXA LEGAL. 
A propósito, não há no mundo jurídico “taxa de urgência” para aprovação de obra irregular. É certo que a mera alegação 
do funcionário não muda em nada o contexto da concussão cometida. Também restou caracterizado na questão proposta 
o dolo do agente, uma vez que este fez exigência indevida para aprovar uma obra que sabe ser irregular, sendo que nos 
permite inferir que o benefício auferido com a "taxa de urgência" correria em benefício do funcionário público. 
 
338 
3. Antônio, funcionário público, EXIGE DE PEDRO, para si, EM RAZÃO DA FUNÇÃO, VANTAGEM INDEVIDA, consistente 
em certa quantia em dinheiro. Pedro concorda com a exigência e combina com Antônio um local para a entrega do 
dinheiro, mas Antônio é preso por policiais, previamente avisados do ocorrido, no momento em que ia recebê-lo. Antônio 
cometeu CRIME DE CONCUSSÃO CONSUMADO. CERTO 
 
Muito embora a vítima tenha deixado de entregar a vantagem em razão da intervenção policial, O CRIME ESTÁ 
CONSUMADO, pois, consistindo a conduta criminosa em ”EXIGIR”, fica claro, tratar-se de (de 
consumação antecipada), perfazendo-se com a mera coação, INDEPENDENTE DA OBTENÇÃO DA VANTAGEM. O seu 
recebimento espelha simples exaurimento (interferindo na pena) e NÃO ELEMENTO CONSTITUTIVO DO CRIME. 
 
4. No CRIME DE CONCUSSÃO, a circunstância de ser um dos agentes funcionário público é elementar, comunicando-se ao 
concorrente particular, SE ESTE CONHECIA A CONDIÇÃO DAQUELE. CERTO (Art. 316 c/c art. 29, CP). 
 
 
 
 
 
 
 
 
339 
EXCESSO DE EXAÇÃO 
 
§ 1º - SE O FUNCIONÁRIO EXIGE TRIBUTO OU CONTRIBUIÇÃO SOCIAL QUE SABE OU 
DEVERIA SABER INDEVIDO, OU, QUANDO DEVIDO, EMPREGA NA COBRANÇA MEIO 
VEXATÓRIO OU GRAVOSO, QUE A LEI NÃO AUTORIZA: 
 
Pena - e multa. 
 
 
 
§ 2º - SE O FUNCIONÁRIO DESVIA, EM PROVEITO PRÓPRIO OU DE OUTREM, O QUE 
RECEBEU INDEVIDAMENTE PARA RECOLHER AOS COFRES PÚBLICOS: 
 
Pena - e multa. 
 
 
 SUJEITO ATIVO DOS §§1º E 2º: FUNCIONÁRIO PÚBLICO, AINDA QUE NÃO ENCARREGADO 
DA ARRECADAÇÃO. 
 
 NO §1º, O TRIBUTO, DEPOIS DE EXIGIDO, É ENCAMINHADO AOS COFRES PÚBLICOS 
(DIVERSAMENTE DO QUE OCORRE NO §2º). 
 
 
 
340 
 
 
1. CONCUSSÃO (ART. 316) E MOMENTO DA CONSUMAÇÃO. 
NO CRIME DE CONCUSSÃO, A SITUAÇÃO DE FLAGRANTE DELITO CONFIGURA-SE NO MOMENTO DA EXIGÊNCIA DA 
VANTAGEM INDEVIDA (E NÃO NO INSTANTE DA ENTREGA). 
A CONCUSSÃO É CRIME FORMAL, que se consuma com a exigência da vantagem indevida. Assim, a entrega da 
vantagem indevida representa mero exaurimento do crime que já se consumou anteriormente. 
 
Ex: funcionário público exige, em razão de sua função, vantagem indevida da vítima; dois dias depois, quando a vítima 
entrega a quantia exigida, não há mais situação de flagrância considerando que o crime se consumou no momento da 
exigência, ou seja, dois dias antes. 
 
2. AUMENTO DA PENA-BASE PELO FATO DE A CONCUSSÃO TER SIDO PRATICADA POR POLICIAL 
Em caso de condenação do réu por concussão, na dosimetria da pena o juiz pode (e deve) aumentar a pena-base pelo 
fato de O RÉU SER POLICIAL. 
Para cometer o crime, basta ser funcionário público, MAS O GRAU DE REPROVABILIDADE DO RÉU É MAIOR, TENDO EM 
VISTA QUE SE TRATA DE POLICIAL, agente público responsável pelo combate à criminalidade. 
 
Assim, NÃO É POSSÍVEL NIVELAR A CONCUSSÃO DE UM FUNCIONÁRIO PÚBLICO COMUM COM A DE UM POLICIAL, DE 
UM PARLAMENTAR, DE UM JUIZ ETC. 
 
341 
Aquele que está investido de parcela de autoridade pública — como é o caso de um juiz, um membro do Ministério Público 
ou uma autoridade policial — deve ser avaliado, no desempenho da sua função, com maior rigor do que as demais pessoas 
não ocupantes de tais cargos. 
 
 
1. O EXCESSO DE EXAÇÃO É SUBTIPO DO DELITO DE CONCUSSÃO que implica pena mínima mais grave que a prevista 
no tipo principal. CERTO (Art. 316, §1º, CP). 
 
O DELITO DE CONCUSSÃO é previsto pelo caput do art. 316 do CP e prevê pena de e multa; 
O CRIME DE EXCESSO DE EXAÇÃO está no art. 316, §1º, e possui pena e multa. 
 
2. Determinado auditor fiscal EXIGIU DO CONTRIBUINTE O PAGAMENTO DE TRIBUTO QUE SABIA SER INDEVIDO, 
afirmando que iria recolher o valor aos cofres públicos. Nessa situação, o auditor deverá responder pelo cometimento do 
CRIME DE EXCESSO DE EXAÇÃO. CERTO (art. 316, §1º, CP). 
 
3. NO CRIME DE EXCESSO DE EXAÇÃO, quando o funcionário emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso para 
exigir o tributo ou contribuição social devida, NÃO SE ADMITE A MODALIDADE CULPOSA. CERTO (Art. 316, §1º, CP). 
 
 
 
 
342 
 
 
 
 
 EXCESSO DE EXAÇÃO 
“TRIBUTO ou CONTRIBUIÇÃO SOCIAL" 
(contribuição, imposto, taxa) 
 
 EXIGE VANTAGEM INDEVIDA de tributo, contribuição social, custas e 
emolumentos, ou 
 
 QUANDO DEVIDO, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, 
ou 
 
 DESVIA, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu 
indevidamente para recolher aos cofres públicos 
 
 CRIME CONTRA A ORDEM 
TRIBUTÁRIA 
 
 EXIGIR, SOLICITAR OU RECEBER, para deixar de lançar ou cobrar 
tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. 
 
 CONCUSSÃO (CAPUT): 
 
 " VERBA INDEVIDA" (quantia em dinheiro) 
 
 
 
 
 
 
 
343 
CORRUPÇÃO PASSIVA1. É POSSÍVEL QUE SE CONFIGURE O CRIME DE CORRUPÇÃO PASSIVA (art. 317 do CP) Deputado Federal
RECEBA VANTAGEM INDEVIDA para dar sustentação política e apoiar a permanência de 
determinada pessoa no cargo de PRESIDENTE DE EMPRESA PÚBLICA FEDERAL.
PARA SI OU PARA OUTREM, DIRETA OU INDIRETAMENTE, 
AINDA QUE FORA DA FUNÇÃO OU ANTES DE ASSUMI-LA, 
MAS EM RAZÃO DELA. 
SOLICITAR (CRIME FORMAL) OU RECEBER (CRIME MATERIAL), VANTAGEM INDEVIDA
ACEITAR PROMESSA DE TAL VANTAGEM
 
344 
2. A OBTENÇÃO DE LUCRO FÁCIL E A COBIÇA constituem elementares dos tipos de CONCUSSÃO E CORRUPÇÃO PASSIVA
(arts. 316 e 317 do CP), SENDO INDEVIDO UTILIZÁ-LAS PARA AUMENTAR A PENA-BASE
3. RECEBER PROPINA sob o disfarce de DOAÇÕES ELEITORAIS OFICIAIS e TIPIFICAÇÃO PENAL. 
Senador SOLICITOU E RECEBEU de uma construtora R$ 500 mil,
MAS SIM AO PARTIDO POLÍTICO, COMO SE 
FOSSEM DOAÇÕES ELEITORAIS OFICIAIS.
Ao pedir o valor, o Senador teria se comprometido com a construtora a manter João como DIRETOR DA PETROBRÁS.
COM SUA INFLUÊNCIA DECORRENTE DO CARGO, CONSEGUIU MANTER JOÃO NA DIRETORIA.
O STF ENTENDEU QUE A CONDUTA DO SENADOR,
CORRUPÇÃO PASSIVA
LAVAGEM DE DINHEIRO
4. AUMENTO DA PENA PELO FATO DE A CORRUPÇÃO TER SIDO PRATICADA POR PROMOTOR OU POLICIAL. 
O CRIME DE CORRUPÇÃO PASSIVA PROMOTOR DE JUSTIÇA NO EXERCÍCIO DE SUAS 
ATRIBUIÇÕES INSTITUCIONAIS pode configurar 
 
345 
MAIOR GRAU DE REPROVABILIDADE DA CONDUTA,
ATRIBUIÇÕES DO PROMOTOR DE JUSTIÇA, as quais são distintas e incomuns se 
equiparadas aos demais servidores públicos
 
1. deixou de dar andamento a inquérito no qual Francisco estava 
sendo investigado. TER 
PAGADO AO POLICIAL, VOLUNTARIAMENTE, A QUANTIA DE DOIS MIL REAIS. LUIZ 
COMETEU, em tese, O CRIME DE CORRUPÇÃO PASSIVA.
2. A OCORRÊNCIA DO CRIME DE CORRUPÇÃO ATIVA SEM 
QUE EXISTA SIMULTANEAMENTE O COMETIMENTO DA CORRUPÇÃO PASSIVA, condutas são independentes.
 
3. OS CRIMES FUNCIONAIS PRÓPRIOS a qualidade de 
funcionário público do agente é ELEMENTAR DO TIPO LEGAL DE DELITO, CONCUSSÃO OU NA 
CORRUPÇÃO PASSIVA.
4. A CORRUPÇÃO PASSIVA É CRIME FORMAL, DE CONSUMAÇÃO ANTECIPADA OU DE RESULTADO CORTADO.
mera fase de exaurimento do delito.
 
346 
CONSEQÜÊNCIA DA VANTAGEM 
OU PROMESSA, O FUNCIONÁRIO: 
 
AUMENTO DE PENA 
5. MIGUEL, DELEGADO DE POLÍCIA, PEDIU AO ADVOGADO DE PEDRO,
O PAGAMENTO DE DETERMINADA QUANTIA EM DINHEIRO PARA NÃO LAVRAR O AUTO 
DE PRISÃO EM FLAGRANTE. E O AUTO, CONFORME O ACORDADO, NÃO 
FOI LAVRADO.
O DELEGADO DEVE RESPONDER POR CORRUPÇÃO PASSIVA EXAURIDA,
É AUMENTADA DE 1/3 
RETARDA / DEIXA DE PRATICAR
 PRATICA 
ATENÇÃO !!! 
 
347 
(com infração de dever funcional)
 O ADVOGADO NÃO OFERECE E NEM PROMETE. NÃO 
INCORRE EM CRIME.
 DELITO DE CORRUPÇÃO PASSIVA (art. 333 do CP) NÃO POSSUI O VERBO “PAGAR”.
É atípica a conduta do particular (vítima) que efetivamente entregou o dinheiro pedido 
pelo funcionário público,
 NÃO INEXISTE UMA NECESSÁRIA BILATERALIDADE CRIMES DE CORRUPÇÃO 
ATIVA E PASSIVA.
CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
348 
O DELITO DE CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA, não é composto pela elementar “VANTAGEM INDEVIDA”. 
O AGENTE, SEM VISAR SATISFAZER INTERESSE PRÓPRIO, CEDE A PEDIDO, PRESSÃO OU INFLUÊNCIA DE OUTREM; 
SÃO OS “FAVORES ADMINISTRATIVOS”
 
 
 
1. O CRIME DE CORRUPÇÃO PASSIVA consuma-se ainda que a vantagem indevida esteja relacionada com ATOS QUE 
FORMALMENTE NÃO SE INSEREM NAS ATRIBUIÇÕES DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO. 
O CRIME DE CORRUPÇÃO PASSIVA consuma-se ainda que a solicitação ou recebimento de vantagem indevida, ou a 
aceitação da promessa de tal vantagem, esteja relacionada com ATOS QUE FORMALMENTE NÃO SE INSEREM NAS 
ATRIBUIÇÕES DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO, mas que, em razão da função pública, MATERIALMENTE IMPLICAM 
ALGUMA FORMA DE FACILITAÇÃO DA PRÁTICA DA CONDUTA ALMEJADA.
CRIME DE CORRUPÇÃO PASSIVA NÃO EXIGE A COMPROVAÇÃO de que a vantagem indevida solicitada, recebida ou 
aceita pelo funcionário público
 
349 
(com infração de dever funcional)
A expressão “ato de ofício” aparece apenas no caput do art. 333 do CP, como um elemento normativo do tipo de
CORRUPÇÃO ATIVA, e não no caput do art. 317 do CP, como um elemento normativo do tipo de CORRUPÇÃO PASSIVA.
Ao contrário, no que se refere a este último delito, a expressão “ato de ofício” figura apenas na MAJORANTE do art. 317, 
§ 1.º, do CP e na MODALIDADE PRIVILEGIADA do § 2.º do mesmo dispositivo.
 
FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(art. 334) 
 
350 
 É CRIME FORMAL COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 
 
 O SUJEITO ATIVO FUNCIONÁRIO INCUMBIDO DE IMPEDIR A PRÁTICA DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO.
CASO NÃO OSTENTE ESSA ATRIBUIÇÃO FUNCIONAL, RESPONDERÁ PELO DELITO DE CONTRABANDO OU 
DESCAMINHO NA CONDIÇÃO DE PARTÍCIPE. 
 
PREVARICAÇÃO 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO !!! 
RETARDAR / DEIXAR DE PRATICAR INDEVIDAMENTE 
ATO DE OFÍCIO 
PRATICAR O ATO CONTRA DISPOSIÇÃO DE LEI 
 
351 
CRIME DE PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA 
 É Crime Omissivo Puro 
 Crime De Mera Conduta 
 Não Admite Tentativa. 
 
DEIXAR O DIRETOR DE PENITENCIÁRIA / AGENTE PÚBLICO 
DE CUMPRIR SEU DEVER DE VEDAR AO PRESO O ACESSO A: 
Aparelho Telefônico
 Aparelho De Rádio ou Similar 
COM OUTROS 
PRESOS / COM O AMBIENTE EXTERNO. 
 
352 
CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 É CRIME FORMAL E INSTANTÂNEO. 
 O ATO DE NÃO ABRIR O PROCEDIMENTO PARA APURAÇÃO DA INFRAÇÃO NÃO 
COM A VERIFICAÇÃO DA OCORRÊNCIA DA TRANSGRESSÃO.
O CRIME JÁ ESTÁ CONFIGURADO.
 
DEIXAR O FUNCIONÁRIO INDULGÊNCIA DE RESPONSABILIZAR SUBORDINADO QUE COMETEU 
INFRAÇÃO NO EXERCÍCIO DO CARGO 
QUANDO LHE FALTAR COMPETÊNCIA NÃO LEVAR AO CONHECIMENTO DA 
AUTORIDADE COMPETENTE 
 
353 
 
ADVOCACIA ADMINISTRATIVA (REFERE-SE A INTERESSE DE TERCEIRO) 
 
 
 
 
 
É ILEGÍTIMO
 
 
1. NÃO CONSTITUI CRIME PRATICADO POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL A ADVOCACIA 
ADMINISTRATIVA.
2. PATROCINA INTERESSE PRIVADO PERANTE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, VALENDO-SE DE SUA 
QUALIDADE, CRIME DE ADVOCACIA ADMINISTRATIVA. 
 
PATROCINAR INTERESSE PRIVADO 
(direta ou indiretamente) 
PERANTE 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
VALENDO-SE DA QUALIDADE DE 
FUNCIONÁRIO 
ATENÇÃO !!! 
 
354 
VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA 
Art. 322 – 
 
 
 
 
Pena - ALÉM DA PENA CORRESPONDENTE À VIOLÊNCIA. 
 
ABANDONO DE FUNÇÃO 
Art. 323 – ABANDONAR CARGO PÚBLICO, fora dos casos permitidos em lei: 
Pena - ou multa. 
 
 
 
Se do fato RESULTA PREJUÍZO PÚBLICO 
 
 
 de 03 meses a 01 ano, e multa. 
 
Se o fato OCORRE EM LUGAR COMPREENDIDO NA 
FAIXA DE FRONTEIRA 
 
 de 01 a 03 anos, e multa. 
A PRETEXTO DE EXERCÊ-LA 
PRATICAR VIOLÊNCIA 
EXERCÍCIO DE FUNÇÃO 
 
355 
 
 
 
HÁ CRIME, AINDA QUE EXISTA ALGUÉM PARA SUBSTITUIR AQUELE QUE ABANDONOU O CARGO, POIS O TIPO PENAL 
NÃO EXIGE QUE HAJA DANO À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
 
 
EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU PROLONGADO 
Art. 324 – 
 
 
 
 
 
 
 
Pena - ou multa. 
 
ENTRAR NO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO PÚBLICA ANTES DE SATISFEITAS AS EXIGÊNCIAS LEGAIS 
CONTINUAR A EXERCER FUNÇÃO PÚBLICA, SEM AUTORIZAÇÃO, DEPOIS DE OFICIALMENTE : 
 EXONERADO 
 REMOVIDO 
 SUBSTITUÍDO 
 SUSPENSO 
 
356 
VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL 
Art. 325 – 
 
 
 
Pena - ou multa, SE O FATO NÃO CONSTITUI CRIME MAIS GRAVE. 
 
 
 
MESMAS PENAS INCORRE QUEM 
 
PERMITE OU FACILITA, mediante atribuição, FORNECIMENTO E EMPRÉSTIMO DE SENHA 
OU QUALQUER OUTRA FORMA, O ACESSO DE PESSOAS NÃO AUTORIZADAS A SISTEMAS 
DE INFORMAÇÕES OU BANCO DE DADOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
 
SE UTILIZA, INDEVIDAMENTE, DO ACESSO RESTRITO. 
 
 
REVELAR / FACILITAR A REVELAÇÃO DE FATO DE QUE TEM CIÊNCIA EM RAZÃO DO CARGO 
( DEVA PERMANECER EM SEGREDO ) 
ATENÇÃO !!! 
 
357 
 
 
 
SE DA AÇÃO OU OMISSÃO RESULTA DANO À ADMINISTRAÇÃOPÚBLICA OU A OUTREM. 
 
Pena – e multa. 
 
VIOLAÇÃO DO SIGILO DE PROPOSTA DE CONCORRÊNCIA 
Art. 326 – 
 
 
 
 
Pena - e multa. 
 
TAL DISPOSITIVO FOI TACITAMENTE REVOGADO pelo art. 94 da Lei 8666/93 – LEI DE 
LICITAÇÕES, punindo com e multa, QUALQUER DEVASSA 
EM SIGILO ENVOLVENDO PROCEDIMENTO. 
PROPORCIONAR A TERCEIRO O ENSEJO DE DEVASSÁ-LO 
DEVASSAR O SIGILO DE PROPOSTA DE CONCORRÊNCIA PÚBLICA 
 
358 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
Art. 327 – 
CONSIDERA-SE FUNCIONÁRIO PÚBLICO, para os EFEITOS PENAIS, quem, EMBORA TRANSITORIAMENTE OU SEM 
REMUNERAÇÃO, exerce: 
 Cargo 
 Emprego 
 Função Pública 
 
 
 
1. PARA FINS PENAIS, considera-se funcionário(a) público(a): O ESTAGIÁRIO DE DEFENSORIA PÚBLICA. 
 
 
 
 
Equipara-se a FUNCIONÁRIO PÚBLICO quem: 
 Exerce CARGO, EMPREGO OU FUNÇÃO em ENTIDADE PARAESTATAL. 
 
 Trabalha para EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO CONTRATADA OU CONVENIADA para a EXECUÇÃO DE 
ATIVIDADE TÍPICA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
 
359 
 
 
1. O DIRETOR DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL PODE SER CONSIDERADO FUNCIONÁRIO PÚBLICO POR EQUIPARAÇÃO 
PARA FINS PENAIS (art. 327, § 1º do CP). Isso porque AS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS que celebram CONTRATOS DE GESTÃO 
COM O PODER PÚBLICO devem ser consideradas “ENTIDADES PARAESTATAIS”, nos termos do art. 327, § 1º do CP. 
 
2. ADMINISTRADOR DE LOTERIA É EQUIPARADO A FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA FINS PENAIS porque A LOTERIA 
EXECUTA ATIVIDADE TÍPICA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA que lhe foi DELEGADA POR REGIME DE PERMISSÃO. 
 
3. ADVOGADOS DATIVOS: O advogado que, por força de CONVÊNIO CELEBRADO COM O PODER PÚBLICO, ATUA DE 
FORMA REMUNERADA EM DEFESA DOS HIPOSSUFICIENTES AGRACIADOS COM O BENEFÍCIO DA ASSISTÊNCIA 
JUDICIÁRIA GRATUITA, ENQUADRA-SE NO CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA FINS PENAIS. 
Sendo equiparado a funcionário público, É POSSÍVEL QUE RESPONDA POR CORRUPÇÃO PASSIVA (art. 317 do CP). 
 
4. MÉDICO DE HOSPITAL PARTICULAR CREDENCIADO/CONVENIADO AO SUS: Depois da Lei 9.983/00, que alterou o § 
1º do art. 327 do CP, O MÉDICO CREDENCIADO AO SUS PODE SER EQUIPARADO A FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA 
EFEITOS PENAIS. 
 
ATENÇÃO !!! 
ATENÇÃO !!! 
 
360 
5. ESTAGIÁRIO DE ÓRGÃO PÚBLICO que, valendo-se das prerrogativas de sua função, APROPRIA-SE DE VALORES 
SUBTRAÍDOS DO PROGRAMA BOLSA-FAMÍLIA subsume-se perfeitamente ao tipo penal descrito no art. 312, § 1º, do 
Código Penal (PECULATO-FURTO), porquanto ESTAGIÁRIO DE EMPRESA PÚBLICA OU DE ENTIDADES CONGÊNERES 
SE EQUIPARA, PARA FINS PENAIS, A SERVIDOR OU FUNCIONÁRIO PÚBLICO, em decorrência do disposto no art. 327, § 
1º, do Código Penal. 
 
6. DEPOSITÁRIO JUDICIAL NÃO É FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA FINS PENAIS, PORQUE NÃO OCUPA CARGO 
PÚBLICO, mas a ele é atribuído um munus, pelo juízo, em razão do fato de que determinados bens ficam sob sua guarda 
e zelo. 
 
 
 
 
A pena será quando os AUTORES DOS CRIMES DESTE CAPÍTULO FOREM OCUPANTES DE: 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO !!! 
 ÓRGÃO DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA 
 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
 EMPRESA PÚBLICA 
 FUNDAÇÃO INSTITUÍDA PELO PODER PÚBLICO 
 CARGOS EM COMISSÃO 
 FUNÇÃO DE DIREÇÃO 
 FUNÇÃO DE ASSESSORAMENTO 
 
361 
 
 
1. A CAUSA DE AUMENTO prevista no § 2º do art. 327 do CP NÃO PODE SER APLICADA AOS DIRIGENTES DE 
AUTARQUIAS porque esse dispositivo menciona apenas ÓRGÃOS, SOCIEDADES DE 
ECONOMIA MISTA, EMPRESAS PÚBLICAS e FUNDAÇÕES. 
 
2. A CAUSA DE AUMENTO prevista no § 2º do art. 327 do CP É APLICADA AOS AGENTES DETENTORES DE MANDATO 
ELETIVO 
3. O SIMPLES FATO DE O RÉU EXERCER MANDATO ELETIVO NÃO É SUFICIENTE PARA A CAUSA DE AUMENTO DO ART. 
327, § 2º, DO CP 
O SIMPLES FATO DE O RÉU EXERCER UM MANDATO POPULAR NÃO É SUFICIENTE PARA FAZER INCIDIR A CAUSA DE 
AUMENTO DO ART. 327, § 2º, DO CP. É NECESSÁRIO QUE ELE OCUPE UMA POSIÇÃO DE SUPERIOR HIERÁRQUICO 
(o STF chamou de ). 
 
 
 
 
ATENÇÃO !!! 
ATENÇÃO !!! 
IMPORTANTE !!! 
 
362 
4. CAUSA DE AUMENTO DO § 2º DO ART. 327 APLICA-SE AO CHEFE DO EXECUTIVO 
A CAUSA DE AUMENTO prevista no § 2º do art. 327 do Código Penal PODE SER APLICADA AOS AGENTES DETENTORES 
DE MANDATO ELETIVO QUE EXERCEM, CUMULATIVAMENTE, AS FUNÇÕES POLÍTICA E 
ADMINISTRATIVA. 
O SIMPLES FATO DE O RÉU EXERCER UM MANDATO POPULAR NÃO É SUFICIENTE PARA FAZER INCIDIR A CAUSA DE 
AUMENTO DO ART. 327, § 2º, DO CP. É NECESSÁRIO QUE ELE OCUPE UMA POSIÇÃO DE SUPERIOR HIERÁRQUICO 
(o STF chamou de ). 
 
5. SÃO CONSIDERADOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS PARA FINS PENAIS 
 Diretor De Organização Social 
 Administrador De Loteria 
 Advogados Dativos 
 Médico De Hospital Particular Credenciado/Conveniado Ao Sus (Após A Lei 9.983/2000) 
 Estagiário De Órgão Ou Entidade Públicos 
 
 
 
 
 
 
363 
CAPÍTULO II 
DOS CRIMES PRATICADOS POR 
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
 
USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA 
Art. 328 - USURPAR O EXERCÍCIO DE FUNÇÃO PÚBLICA: 
Pena - e multa. 
 
 
SE DO FATO O AGENTE AUFERE VANTAGEM: 
Pena - e multa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
364 
 
 
 
A conduta daquele que SIMPLES E FALSAMENTE SE INTITULA FUNCIONÁRIO PÚBLICO perante terceiros, SEM, NO 
ENTANTO, PRATICAR ATOS INERENTES AO OFÍCIO , NÃO SE AJUSTA AO 
DISPOSTO NO ART. 328 DO CP. 
 NÃO É SUFICIENTE QUE O AUTOR ASSUMA, INDEVIDAMENTE, A FUNÇÃO PÚBLICA, sendo igualmente necessário 
que PRATIQUE PELO MENOS UM ATO OFICIAL. 
 
 A MERA SIMULAÇÃO DA QUALIDADE DE FUNCIONÁRIO, SEM A PRÁTICA DE ATO OFICIAL, configura-se a 
CONTRAVENÇÃO do art. 45 da LCP ( ), ou 
ainda, a depender da situação, O CRIME DE ESTELIONATO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
365 
RESISTÊNCIA (CRIME FORMAL) 
Art. 329 – 
 
 
 
 
 
Pena - [CABE JECRIM] 
 
 
SE O ATO, EM RAZÃO DA RESISTÊNCIA, NÃO SE EXECUTA: 
Pena - [NÃO CABE JECRIM] 
 
 
AS PENAS DESTE ARTIGO SÃO APLICÁVEIS SEM PREJUÍZO DAS CORRESPONDENTES À 
VIOLÊNCIA. 
 
 
 
OPOR-SE
 
 
IMPORTANTE !!! 
 
366 
 
1. O DELITO DE USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA admite uma FORMA QUALIFICADA, qual seja, SE DO FATO O 
AGENTE AUFERE VANTAGEM, cuja pena é de reclusão de dois a cinco anos. O DELITO DE RESISTÊNCIA, estabelecido no 
art. 329 do CP, admite uma FORMA QUALIFICADA, qual seja, SE O ATO, EM RAZÃO DA RESISTÊNCIA, NÃO SE EXECUTA. 
 
 
No art. 329, §1º do CP vamos ter uma vez que O LEGISLADOR INSTITUIU PENA PRÓPRIA E 
AUTÔNOMA DE MAIOR GRAVIDADE, NÃO HAVENDO QUE SE FALAR EM SIMPLES MAJORANTE. 
 
 
PARA SE CONFIGURAR O CRIME: 
1. Ato deve ser LEGAL 
2. Tem que ter a FIGURA DA VIOLÊNCIA OU AMEAÇA 
3. O FUNCIONÁRIO TEM QUE SER COMPETENTE para manifestar a ordem. 
 
 
 
 
367 
 DESOBEDIÊNCIA (CRIME FORMAL) 
Art. 330 - DESOBEDECER A ORDEM LEGAL DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO: (NÃO SE TEM A FIGURA DA VIOLÊNCIA) 
 
Pena - e multa. 
 
 
 
1. Para a CONFIGURAÇÃO DO CRIME DE DESOBEDIÊNCIA, NÃO É NECESSÁRIO O RESULTADO NATURALÍSTICO. 
 
2. O FUNCIONÁRIO PÚBLICO PODE COMETER CRIME DE DESOBEDIÊNCIA, SE DESTINATÁRIO DE ORDEM JUDICIAL, e, 
considerando A INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA, TEM O DEVER DE CUMPRI-LA. 
Desde que a ORDEM RECEBIDA NÃO SE REFIRA A FUNÇÕES SUAS, pois, em tal situação, poderá configurar o DELITO DE 
PREVARICAÇÃO. 
 
 Se o agente devia cumprir a ordem, por dever de ofício, tipifica-se, em tese, O CRIME DE PREVARICAÇÃO. 
 
 Se o agente devia acatá-la, sem que o fosse em virtude de sua função, ocorre O CRIME DE DESOBEDIÊNCIA. 
 
 
 
 
368 
 
Para a caracterização do CRIME DE DESOBEDIÊNCIA, NÃO É NECESSÁRIO QUE O AGENTE ATUE DE FORMA COMISSIVA. 
 
Poderá ser praticado: 
a) POR AÇÃO, quando a ordem emanada dita uma ABSTENÇÃO DE AGIR. 
b) POR OMISSÃO, quando a ordem desobedecida IMPÕE UMA AÇÃO. 
 
 
 
 
1. (art. 330 do CP) A CONDUTA DE DEFENSOR PÚBLICO GERAL que 
DEIXA DE ATENDER À REQUISIÇÃO JUDICIAL DE NOMEAÇÃO DE DEFENSOR PÚBLICO para atuar em determinada 
ação penal. 
 
A Constituição Federal assegura às DEFENSORIAS PÚBLICAS AUTONOMIA FUNCIONAL E ADMINISTRATIVA (art. 134,§ 
2º). A AUTONOMIA ADMINISTRATIVA E A INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL ASSEGURADAS CONSTITUCIONALMENTE ÀS 
DEFENSORIAS PÚBLICAS NÃO PERMITEM QUE O PODER JUDICIÁRIO INTERFIRA NAS ESCOLHAS E NOS CRITÉRIOS DE 
ATUAÇÃO DOS DEFENSORES PÚBLICOS QUE FORAM DEFINIDOS PELO DEFENSOR PÚBLICO-GERAL. 
 
 
 
369 
2. DESOBEDIÊNCIA (art. 330 do CP) E ORDEM ENCAMINHADA VIA POSTAL 
 na hipótese em que as notificações do responsável pelo cumprimento 
da ordem foram encaminhadas por via postal, SENDO OS AVISOS DE RECEBIMENTO SUBSCRITOS POR TERCEIROS. 
 
Para caracterizar O DELITO DE DESOBEDIÊNCIA, EXIGE-SE A NOTIFICAÇÃO PESSOAL DO 
RESPONSÁVEL PELO CUMPRIMENTO DA ORDEM, DEMONSTRANDO A CIÊNCIA INEQUÍVOCA 
DA SUA EXISTÊNCIA E, APÓS, A INTENÇÃO DELIBERADA DE NÃO CUMPRI-LA. 
 
 
DESACATO 
Art. 331 – 
 
 
 
 
Pena - ou multa. [CABE JECRIM] 
 
 
 
 
EXERCÍCIO DA FUNÇÃO 
DESACATAR FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
RAZÃO DELA 
 
370 
 
 
1. No CRIME DE DESACATO EXIGE-SE A PRESENÇA DO DOLO DE OFENDER, HUMILHAR OU DESPRESTIGIAR, com o fim 
de ATINGIR A DIGNIDADE DA FUNÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. 
 
 
1. NÃO POSSUI VIOLÊNCIA, TEM QUE SER EM PRATICADO CONTRA FUNCIONÁRIO NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO OU EM 
RAZÃO DESTA. 
 
2. DESACATO CONTINUA SENDO CRIME. 
O CRIME DE DESACATO é compatível com a CONSTITUIÇÃO FEDERAL E COM O PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA. 
Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela CONTINUA A SER CRIME, (Art. 331 do CP). 
 
 
 
 
 
 
 
 
371 
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA 
Art.332º - SOLICITAR, EXIGIR, COBRAR OU OBTER, para si ou para outrem, VANTAGEM OU PROMESSA DE VANTAGEM:
Pena - e multa.
 
 
O CRIME DE TRÁFICO DE INFLUÊNCIA, se consuma INDEPENDENTEMENTE DO RESULTADO CONCRETO,
A pretexto de INFLUIR EM ATO PRATICADO POR 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO no exercício da função. 
 
372 
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA (art. 332) EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO (art. 357) 
O que vai diferenciar é o sujeito passivo que será “INFLUENCIADO” 
Tráfico De Influência: 
 INFLUIR em ato praticado por FUNCIONÁRIO PÚBLICO no exercício da função. 
 Crime contra a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
 vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato 
praticado por funcionário público. 
 
Exploração De Prestígio: 
 INFLUIR em Juiz, Jurado, Órgão Do Ministério Público, Funcionário De Justiça, Perito, Tradutor, Intérprete Ou 
Testemunha. 
 Crime contra a ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA. 
 Consiste em (dinheiro ou utilidade) a pretexto de INFLUIR em JUIZ, JURADO, MP, 
FUNCIONÁRIO DA JUSTIÇA, PERITO, TRADUTOR, INTÉRPRETE ou TESTEMUNHA. 
 
 
 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: 
 
O momento consumativo do DELITO DE TRÁFICO DE INFLUÊNCIA PODE VARIAR:
1. Nas modalidades “SOLICITAR”, “EXIGIR” E “COBRAR”, o crime se consuma com a simples ação do sujeito ativo,
(CONSUMA-SE INDEPENDENTE DA OBTENÇÃO DE VANTAGEM - CRIME FORMAL).
 
373 
2. Na modalidade “OBTER”, o crime se consuma no momento em que o sujeito ativo obtém a vantagem ou a promessa,
(pela natureza do núcleo do tipo, torna-se a NECESSÁRIA A VANTAGEM - CRIME MATERIAL).
3.QUANTO À TENTATIVA, APENAS SERÁ POSSÍVEL NA FORMA PLURISSUBSISTENTE DO DELITO, A 
SOLICITAÇÃO, A EXIGÊNCIA OU A COBRANÇA OCORRER POR MEIO ESCRITO,
 
CAUSA DE AUMENTO DA PENA - MAJORANTE
 
 
 
PENA É AUMENTADA ALEGA ou INSINUA que a vantagem é 
também destinada ao 
 
CORRUPÇÃO ATIVA 
Art. 333. OFERECER OU PROMETER vantagem indevida a funcionário público, PARA DETERMINÁ-LO A PRATICAR, 
OMITIR OU RETARDAR ATO DE OFÍCIO: 
Pena – e multa. 
 
 
 
 
374 
 
 SE, EM RAZÃO DA VANTAGEM OU PROMESSA, o funcionário: 
 Retarda ato de ofício 
 Omite ato de ofício 
 Pratica o ato de ofício infringindo dever funcional 
 
 
 
1. É POSSÍVEL, A OCORRÊNCIA DO CRIME DE CORRUPÇÃO ATIVA SEM QUE EXISTA SIMULTANEAMENTE O 
COMETIMENTO DA CORRUPÇÃO PASSIVA, pois as CONDUTAS SÃO INDEPENDENTES. 
 
2. O CRIME DE CORRUPÇÃO ATIVA é de NATUREZA FORMAL. Logo, a sua consumação se perfaz com a simples promessa 
ou oferta de vantagem indevida. 
 
3. A EXISTÊNCIA DA CORRUPÇÃO ATIVA INDEPENDE DA PASSIVA (a bilateralidade não é requisito indispensável). 
A corrupção ativa se consuma no momento em que o funcionário público toma conhecimento da oferta ou sua promessa, 
AINDA QUE A RECUSE (CRIME FORMAL). Mas, se em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite 
ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional, a pena é aumentada de 1/3. 
 
 
ATENÇÃO !!! 
 
375 
 
 
1. INÉPCIA DA DENÚNCIA DE CORRUPÇÃO ATIVA E O QUE ACONTECE COM A CORRUPÇÃO PASSIVA. 
O reconhecimento da inépcia da denúncia em relação ao acusado de CORRUPÇÃO ATIVA (art. 333 do CP) não induz, por 
si só, ao trancamento da ação penal em relação ao denunciado, no mesmo processo, por CORRUPÇÃO PASSIVA (art. 317 
do CP). 
Prevalece o entendimento de que, via de regra, OS CRIMES DE CORRUPÇÃO PASSIVA E ATIVA, por estarem previstos em 
tipos penais distintos e autônomos, SÃO INDEPENDENTES, de modo que a comprovação de um deles não pressupõe a do 
outro. 
 
DESCAMINHO 
Art. 334. 
ILUDIR [= frustrar], NO TODO OU EM PARTE, O PAGAMENTO DE DIREITO ou IMPOSTO DEVIDO: 
 ENTRADA 
 SAÍDA 
 CONSUMO 
 
Pena - 
MERCADORIA 
 
376 
 
 
INCORRE NA MESMA PENA QUEM: [DESCAMINHO POR ASSIMILAÇÃO] 
 
I - PRATICA NAVEGAÇÃO DE CABOTAGEM, fora dos casos permitidos em lei; 
II - PRATICA FATO ASSIMILADO, EM LEI ESPECIAL, A DESCAMINHO; 
III - VENDE, EXPÕE À VENDA, MANTÉM EM DEPÓSITO OU, DE QUALQUER FORMA, UTILIZA EM PROVEITO PRÓPRIO 
OU ALHEIO, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu 
clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território 
nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem; 
IV - ADQUIRE, RECEBE OU OCULTA, EM PROVEITO PRÓPRIO OU ALHEIO, no exercício de atividade comercial ou 
industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de 
documentos que sabe serem falsos. 
 
 
 
 
 
 
377 
 
 
EQUIPARA-SE ÀS ATIVIDADES COMERCIAIS, QUALQUER FORMA DE COMÉRCIO 
IRREGULAR OU CLANDESTINO DE MERCADORIAS ESTRANGEIRAS, INCLUSIVE O 
EXERCIDO EM RESIDÊNCIAS. 
 
 SE PRATICADO EM TRANSPORTE: 
 AÉREO 
 MARÍTIMO 
 FLUVIAL 
 
 
 
 
1. COMPETE À JUSTIÇA FEDERAL a condução do inquérito que investiga o cometimento do delito previsto no art. 334, § 
1º, IV, do CP, NA HIPÓTESE DE VENDA DE MERCADORIA ESTRANGEIRA, permitida pela anvisa, DESACOMPANHADA 
DE NOTA FISCAL E SEM COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO DE IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. 
 
2. O DESCAMINHO É CRIME TRIBUTÁRIO FORMAL. Logo, para que seja proposta ação penal 
 Não se aplica a Súmula Vinculante 24 do STF. 
 
O crime se consuma com a simples conduta de iludir o Estado QUANTO AO PAGAMENTO DOS TRIBUTOS DEVIDOS 
QUANDO DA IMPORTAÇÃO OU EXPORTAÇÃO DE MERCADORIAS. 
 
378 
3. É DISPENSADA A EXISTÊNCIA DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL com a posterior constituição do crédito 
tributário para a CONFIGURAÇÃO DO CRIME DE DESCAMINHO (art. 334 do CP), tendo sua NATUREZA FORMAL. 
 
4. O FALSO PODE SER ABSORVIDO PELO DESCAMINHO: Quando o falso se exaure no descaminho, sem mais 
potencialidade lesiva, é por este absorvido, como crime-fim, condição que não se altera por ser menor a pena a este 
cominada. 
 
 
5. A REITERAÇÃO CRIMINOSA INVIABILIZA A APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NOS CRIMES DE 
DESCAMINHO, RESSALVADA A POSSIBILIDADE de, no caso concreto, as instâncias ordinárias verificarem que a medida 
é 
 
6. É CRIME FORMAL CUJA COMPETÊNCIA É DA JUSTIÇA FEDERAL DO LOCAL DA APREENSÃO DOS BENS. 
 
7. COMPETE À JUSTIÇA FEDERAL o julgamento dos CRIMES DE CONTRABANDO E DE DESCAMINHO, ainda que 
INEXISTENTES INDÍCIOS DE TRANSNACIONALIDADE NA CONDUTA. 
 
 
 
 
IMPORTANTE !!! 
ATENÇÃO !!! 
 
379 
8. PAGAMENTO INTEGRAL DA DÍVIDA TRIBUTÁRIA 
 NÃO. 
A posiçãoatual do STJ, 
 
 
9. DECISÃO ADMINISTRATIVA OU JUDICIAL FAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE CARACTERIZA QUESTÃO PREJUDICIAL. 
Sendo O DESCAMINHO UM CRIME FORMAL, E SENDO DESNECESSÁRIA A CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA, a ação penal 
imputando o descaminho PODE SER PROPOSTA MESMO QUE AINDA NÃO TENHA SIDO CONCLUÍDO O PROCESSO 
ADMINISTRATIVO OU A EXECUÇÃO FISCAL ACERCA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. As instâncias administrativa, cível e 
penal são independentes. 
No entanto, imagine que, antes de ser julgado o processo criminal, chega ao fim o processo administrativo ou o processo 
cível e Nesse caso, 
a decisão administrativa ou do processo cível irá repercutir no processo criminal? 
Ainda que o descaminho seja delito de natureza formal, a existência de decisão administrativa ou judicial favorável ao 
contribuinte — ANULANDO O AUTO DE INFRAÇÃO, O RELATÓRIO DE PERDIMENTO E O PROCESSO ADMINISTRATIVO 
FISCAL — 
ATENÇÃO !!! 
 
380 
10. FALSIDADE IDEOLÓGICA É ABSORVIDA PELO DESCAMINHO. 
RESPONDERÁ APENAS PELO CRIME DE DESCAMINHO, E NÃO POR ESTE EM CONCURSO COM O DE FALSIDADE 
IDEOLÓGICA, o agente que, com o fim exclusivo de iludir o pagamento de tributo devido pela entrada de mercadoria no 
território nacional, ALTERAR A VERDADE SOBRE O PREÇO DESTA. 
 
 
CONTRABANDO 
Art. 334-A. 
 
 
 
 
Pena - 
 
 
 
 
 
 
IMPORTAR 
EXPORTAR 
MERCADORIA PROIBIDA 
 
381 
 
 
MESMAS PENAS INCORRE QUEM 
 
PRATICA FATO ASSIMILADO, em lei especial, A CONTRABANDO. 
 
IMPORTA OU EXPORTA CLANDESTINAMENTE mercadoria que dependa de registro, 
análise ou autorização de órgão público competente. 
 
REINSERE NO TERRITÓRIO NACIONAL MERCADORIA BRASILEIRA DESTINADA À 
EXPORTAÇÃO. 
 
VENDE, EXPÕE À VENDA, MANTÉM EM DEPÓSITO OU, DE QUALQUER FORMA, UTILIZA 
em proveito próprio ou alheio, no EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COMERCIAL OU INDUSTRIAL, 
MERCADORIA PROIBIDA PELA LEI BRASILEIRA. 
 
ADQUIRE, RECEBE OU OCULTA, em proveito próprio ou alheio, no EXERCÍCIO DE 
ATIVIDADE COMERCIAL OU INDUSTRIAL, MERCADORIA PROIBIDA PELA LEI 
BRASILEIRA. 
 
 
 
ATENÇÃO !!! 
 
382 
 
EQUIPARA-SE ÀS ATIVIDADES COMERCIAIS, QUALQUER FORMA DE COMÉRCIO 
IRREGULAR OU CLANDESTINO DE MERCADORIAS ESTRANGEIRAS, INCLUSIVE O 
EXERCIDO EM RESIDÊNCIAS. 
 
 SE PRATICADO EM TRANSPORTE: 
 AÉREO 
 MARÍTIMO 
 FLUVIAL 
 
 
 COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 
 NÃO CABE O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. 
 MERCADORIA PROIBIDA (RELATIVA OU ABSOLUTAMENTE). 
 
 
 
1. A IMPORTAÇÃO DE ARMA DE AR COMPRIMIDO CONFIGURA CONTRABANDO (E NÃO DESCAMINHO) a conduta de 
importar, à margem da disciplina legal, arma de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola, ainda que 
se trate de artefato de calibre inferior a 6 mm. 
A IMPORTAÇÃO DE ARMA DE PRESSÃO está sujeita à autorização prévia da Diretoria de Fiscalização de Produtos 
Controlados do Exército Brasileiro, e só pode ser feita por colecionadores, atiradores e caçadores registrados no Exército. 
CUIDADO !!! 
 
383 
2. Trata-se de 
 
3. NÃO É POSSÍVEL APLICAR O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, já que É INCABÍVEL PARA CONTRABANDO. 
 
 
4. IMPORTAÇÃO DE COLETE À PROVA DE BALAS CONFIGURA CONTRABANDO 
Configura crime de contrabando (art. 334-A do CP) A IMPORTAÇÃO DE COLETE À PROVA DE BALAS SEM PRÉVIA 
AUTORIZAÇÃO DO COMANDO DO EXÉRCITO. 
 
5. É INAPLICÁVEL O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA AO CRIME DE CONTRABANDO, uma vez que o bem 
juridicamente tutelado vai além do mero valor pecuniário do imposto elidido, alcançando também o interesse estatal de 
impedir a entrada e a comercialização de produtos proibidos em território nacional. Trata-se de um DELITO 
PLURIOFENSIVO. 
 
6. No entanto, O STJ POSSUI ALGUNS PRECEDENTES ADMITINDO, A APLICAÇÃO DESTE 
PRINCÍPIO PARA O CASO DE CONTRABANDO DE PEQUENA QUANTIDADE DE MEDICAMENTO PARA USO PRÓPRIO. 
 
A importação de pequena quantidade de medicamento destinada a uso próprio denota a mínima ofensividade da 
conduta do agente, a ausência de periculosidade social da ação, o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do 
ATENÇÃO !!! 
IMPORTANTE !!! 
 
384 
comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada, TUDO A AUTORIZAR A EXCEPCIONAL APLICAÇÃO 
DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. 
 
7. A IMPORTAÇÃO DE ARMA DE PRESSÃO POR AÇÃO DE GÁS COMPRIMIDO, AINDA QUE DE CALIBRE INFERIOR A 6 
MM, CONFIGURA O CRIME DE CONTRABANDO (NÃO DESCAMINHO), SENDO INAPLICÁVEL O PRINCÍPIO DA 
INSIGNIFICÂNCIA. 
NÃO É POSSÍVEL APLICAR O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA mesmo que a arma de ar comprimido importada seja de 
CALIBRE INFERIOR A 6 MM, já que este postulado é incabível para contrabando. 
 
8. IMPORTAÇÃO DE COLETE À PROVA DE BALAS CONFIGURA CONTRABANDO. 
Configura crime de contrabando a importação de colete à prova de balas SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO COMANDO 
DO EXÉRCITO. 
 
A IMPORTAÇÃO DE COLETE À PROVA DE BALAS NÃO SE ENQUADRA EM NENHUM TIPO PENAL PREVISTO NO 
ESTATUTO DO DESARMAMENTO. 
 
Aquele que poderia gerar algum tipo de dúvida seria justamente o art. 18. Ocorre que COLETE À PROVA DE BALAS NÃO 
PODE SER CONSIDERADO ACESSÓRIO. A palavra "acessório" mencionada no art. 18 
 
Exs: etc. O colete à prova de balas é uma proteção contra armas de fogo e NÃO UM 
ACESSÓRIO DESTA. 
IMPORTANTE !!! 
 
385 
 DIFERENÇAS ENTRE CONTRABANDO E DESCAMINHO 
CONTRABANDO DESCAMINHO 
 
Conduta de IMPORTAR OU EXPORTAR MERCADORIA PROIBIDA. 
Obs: essa proibição pode ser ABSOLUTA OU RELATIVA. 
 
ENTRADA OU SAÍDA de PRODUTOS PERMITIDOS, todavia elidindo 
o pagamento do imposto devido. 
É utilizada para iludir o pagamento de impostos 
relacionados com a importação ou exportação de produtos. 
 
 
Bem jurídico: 
 Moralidade Administrativa, Saúde , Segurança Pública. 
 
 O bem juridicamente vai além do mero valor pecuniário do 
imposto elidido, alcançando também o interesse estatal de 
impedir a entrada e a comercialização de produtos proibidos 
em território nacional. 
 
Bem jurídico: 
 Interesse do Estado na arrecadação dos tributos. 
 
 Proteger o controle estatal das importações e das exportações. 
 
É INAPLICÁVEL O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. 
Exceção: 
 
 
APLICA-SE O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA se o valor do tributo 
não superar R$ 20 mil (posição majoritária).

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