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Maturacao_da_Ostra_Nativa_Crassostrea_rh

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R E P E S C A 
ISSN 
1980-587X 
Revista Brasileira de 
Engenharia de Pesca 
Volume 3, edição especial, setembro de 2008 
Foto Haroldo Gomes Barroso 
� Expediente � Catalografia � Editorial � Artigos 
São Luís, MA - 1 a 5 de setembro de 2008 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 2 
REVISTA BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE PESCA 
VOLUME 3, EDIÇÃO ESPECIAL, SETEMBRO DE 2008 
 
COLETÂNEA DE TRABALHOS 
I SEMANA NORDESTINA DE ENGENHARIA DE PESCA (I SENEP) 
(SÃO LUÍS, 1 A 5 DE SETEMBRO DE 2008) 
PROMOÇÃO 
CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA, UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO 
COORDENADOR DA I SENEP 
HAROLDO GOMES BARROSO (UEMA) 
EDITOR 
José Milton Barbosa - UFRPE 
EDITOR ADJUNTO 
Adierson Erasmo de Azevedo - UFRPE 
Assistentes de Edição 
Adriana Ferreira Lima - UFRPE 
Chirleide Marcelino do Nascimento - UFRPE 
Ebenezer José da Silva Oliveira - UFRPE 
Joana Angélica Lyra Vogeley de Carvalho - UFRPE 
Kelly de Souza Ferraz - UFRPE 
Larissa Neves Simões de Souza - UFRPE 
Renata Maria Medeiros de Alencar - UFRPE 
Roberta Maria Cavalcanti Nery – UFRPE 
Webmaster 
Junior Baldez - UEMA 
 
Curso de Engenharia de Pesca 
Universidade Estadual do Maranhão 
 
Departamento de Pesca e Aqüicultura 
Universidade Federal Rural de Pernambuco 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 3 
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 Publicada em setembro de 2008 
 
 
Todos os direitos reservados a Editora da Universidade Federal do Maranhão. 
Proibida a reprodução, por qualquer meio, 
sem autorização dos Editores. 
 
 
Impresso no Brasil 
Printed in Brazil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha catalográfica 
Setor de Processos Técnicos da Biblioteca Central - UFRPE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
R454 Revista Brasileira de Engenharia de Pesca 
 Nacional / editores: José Milton Barbosa, Haroldo Gomes 
Barroso -- São Luís, Ed. UEMA, 2008. 
 V.3, edição especial: 96p. : il. 
 
 
Semestral 
 
 
1. Pesca 2. Aqüicultura 3. Ecossistemas Aquáticos, 
 4. Pescados – Tecnologia I. Barbosa, José Milton II. Barroso 
 Haroldo Gomes III. Universidade Estadual do Maranhão 
 
 
 
 CDD 639 
 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 4 
A 
ISSN-1980-587X 
 
REVISTA BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE PESCA 
 
Volume 3 setembro, 2008 Edição Especial 
 
 
EDITORIAL 
 
 
 
 
Revista Brasileira de Engeharia de Pesca sente-se 
honrada em publicar, em Edição Especial, a Coletânea de 
Trabalhos da I Semana Nordestina de Engenharia de 
Pesca. Importante Evento que reunirá os atores dos cursos 
de Engenharia de Pesca do Nordeste num conclave magno, 
onde serão abordados os novos paradigmas da profissão no 
Nordeste e no Brasil, na certeza que a troca de experiências 
e predisposição de cooperação e amizade, estreitará nossos 
laços de irmandade e respeito mútuo. 
 
Por fim não poderia deixar de exaltar a espírito supremo 
do Programa de Educação Tutorial do Departamento de 
Pesca e Aqüicultura da UFRPE (PET/Pesca), cujo 
trabalho de dedicação exemplar e correção de atitudes, 
possibilitaram a realização desta Edição Especial. E ao 
Prof. Adierson Erasmo de Azevedo nosso exemplar 
pioneiro que dedicou sua sapiência e disposição na revisão 
desta Edição. 
 
 
José Milton Barbosa 
 Editor 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 5 
Sumário 
Atenção: Para abrir click em “�” 
 
TRABALHOS 
� Diário de Bordo: Um Informativo do PET/Pesca da Universidade Federal Rural de 
Pernambuco 
Joana Angélica Lyra Vogeley de CARVALHO; Adriana Ferreira LIMA; Roberta Maria 
Cavalcanti NERY; Antony Evangelista de LIMA; Tiago Vandevelde TORRES; Marcelo 
Augusto Soares REGO; Larissa Neves Simões de SOUZA; Ivan Alves de FARIAS 
JUNIOR 
7 
� Diferentes Métodos de Indução a Reprodução da Ostra Nativa Crassostrea rhizophorae 
(Guilding, 1828) em Laboratório 
Henrique David LAVANDER; Leônidas de Oliveira CARDOSO JUNIOR; Ricardo Luís 
Mendes de OLIVEIRA; Leilane Bruna Gomes dos SANTOS; Sérgio Rodrigues da SILVA 
NETO; Andre Batista de SOUZA; Wanessa de Melo COSTA; Alfredo Olivera GÁLVEZ 
12 
� Maturação da Ostra Nativa Crassostrea rhizophorae (Guilding, 1828) em Laboratório 
Henrique David LAVANDER; Leônidas de Oliveira CARDOSO JUNIOR; Ricardo Luís 
Mendes de OLIVEIRA; Leilane Bruna Gomes dos SANTOS; Sérgio Rodrigues da SILVA 
NETO; André Batista de SOUZA; Wanessa de Melo COSTA; Alfredo Olivera GÁLVEZ 
15 
� Avaliação Limnológica Nictimeral no Cultivo de Tilápia (Oreochromis niloticos) em 
Tanque-rede 
Elaine Cristina SANTOS; Samuel Herculano de FREITAS; Vinicius Augusto DIAS 
FILHO; Athiê Jorge dos Santos GUERRA 
18 
� Rendimento do Filé de Pirarucu 
Samanta Eulles Quixaba de CARVALHO; Fabíola Helena dos Santos FOGAÇA; 
Francisco José de Seixas SANTOS; Elenise Gonçalves de OLIVEIRA 
21 
� Alometria do Guaiamum, Cardisoma guanhumi LATREILLE, 1828 (Decapoda: 
Gecarcinidae) no Estuário do Rio Jaguaribe, Ceará, Brasil 
Renata Akemi SHINOZAKI-MENDES; Jones SANTANDER-NETO; Fábio H. V. 
HAZIN; José Roberto F. SILVA 
23 
� Sazonalidade da Proporção Sexual do Guaiamum, Cardisoma guanhumi LATREILLE, 1828 
(Decapoda: Gecarcinidae) no Estuário do Rio Jaguaribe, Ceará, Brasil 
Renata Akemi SHINOZAKI-MENDES; Jones SANTANDER-NETO; José Roberto F. 
SILVA; Fábio H. V. HAZIN 
27 
� Influência do Ciclo Hidrológico do Reservatório de Sobradinho sobre a Carga de Fósforo 
Total 
Bruno Dourado Fernandes da COSTA; Maurício Nogueira da Cruz PESSÔA; Antony 
Evangelista de LIMA; Márcia Darcilene Correia do PRADO; Teresa Cristina Paiva 
SANTOS; Michelle Miranda Biondi ANTONELLO; Aureliano de Vilela CALADO NETO; 
Anderson ANTONELLO; William SEVERI 
31 
� Abundância da Ictiofauna Capturada com Rede de Arrasto na Praia do Pesqueiro, Ilha de 
Marajó (Pará, Brasil) 
Jean Michel CORRÊA; Eurivaldo Santos da COSTA; Francisco Carlos Alberto Fonteles 
HOLANDA 
35 
� Zooplâncton de Barra de Jangada, Pernambuco, Brasil 
Valdylene Tavares PESSOA; Pedro Augusto Mendes de Castro MELO; Fernando 
Figueiredo PORTO NETO; Sigrid NEUMANN-LEITÃO; Fábio Hissa Vieira HAZIN 
38 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 6 
� Análise Preliminar da Dinâmica Populacional do Camarão-Rosa Farfantepenaeus subtilis 
(Pérez-Farfante, 1967) junto a Região Litorânea do Município de Sirinhaém, PE, Brasil 
Euclides Pereira e SILVA; Freddy Vogeley de CARVALHO; Joana Angelica Lyra Vogeley 
de CARVALHO; Roberta Maria Cavalcanti NERY; Roberta Borda SOARES; Sílvio 
Ricardo Maurano PEIXOTO 
43 
� Cultivo do Camarão Marinho Litopenaeus vannamei, Submetido a Diversas Densidades de 
Estocagem, Quando em Água Doce 
Sthelio Braga da FONSECA; Paulo de Paula MENDES; Cândida Juliana de Lyra 
ALBERTIM; Cláudio Figueiroa BITTENCOURT; Yuri Vinicius de Andrade LOPES 
47 
� Cultivo do Camarão Litopenaeus vannamei, em Meio Heterotrófico, com Adição de 
Substrato 
Yuri Vinicius de Andrade LOPES; Paulo de Paula MENDES; Dijaci Araujo FERREIRA; 
Sâmia Regia Rocha MONTEIRO; Josélia Karolline dos Santos CORREIA 
50 
� Mapeamento da Pesca Artesanal no Reservatório Billings (Alto Tietê, SP) 
Paula M. G. de CASTRO; Maria Eugênia P. ALVES DA SILVA; Lídia S. MARUYAMA; 
Patrícia de PAIVA 
53 
� Avaliação do Crescimento Populacional do Rotífero Brachionus plicatilis com a Utilização 
de Microalga e Probiótico na Dieta 
Joana Angélica Lyra Vogeley de CARVALHO; Isabela Bacalhau de OLIVEIRA; 
Wanessa de Melo COSTA; Roberta Maria Cavalcanti NERY; Roberta Borda SOARES; 
Alfredo Olivera GALVEZ; Sílvio Ricardo Maurano PEIXOTO 
58 
� Sistematização de Nomes Vulgares de Peixes Comerciais do Brasil: 1. Espécies 
Dulciaqüícolas 
José Milton BARBOSA; Kelly de Souza FERRAZ 
64 
� Sistematizaçãode Nomes Vulgares de Peixes Comerciais do Brasil: 2. Espécies Marinhas 
José Milton BARBOSA; Chirleide Marcelino do NASCIMENTO 
� Mortalidade no transporte de curimatã-pacu (Prochilodus argentus) 
Genilson Maurício dos ANJOS; André da Silva MARTINS; Emerson Carlos SOARES; 
Jonnhy de MELO; Eduardo Jorge Santana SANTOS; Luiz Henrique Nunes DANTAS 
 
76 
 
91 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 7 
DIÁRIO DE BORDO: UM INFORMATIVO DO PET/PESCA DA UNIVERSIDADE FEDERAL 
RURAL DE PERNAMBUCO 
 
DIÁRIO DE BORDO: AN INFORMATIVE OF PET/PESCA OF THE UNIVERSITY FEDERAL RURAL OF 
PERNAMBUCO 
 
Joana Angélica Lyra Vogeley de CARVALHO; Adriana Ferreira LIMA; Roberta Maria Cavalcanti 
NERY; Antony Evangelista de LIMA; Tiago Vandevelde TORRES; Marcelo Augusto Soares 
REGO; Larissa Neves Simões de SOUZA; Ivan Alves de FARIAS JUNIOR. 
 
Bolsistas do Programa de Educação Tutorial do curso de Engenharia de Pesca da UFRPE. 
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n, 33206525. 
 
E-mail: petpesca@yahoo.com.br 
 
Resumo - O jornal Diário de Bordo faz parte de uma ação contínua de extensão promovida pelo 
PET/Pesca, estando no seu XIV ano e 36ª edição, sendo organizado por membros do 
programa, recebendo artigos de alunos, professores e profissionais da área. O presente 
estudo teve por objetivo relatar a trajetória da publicação do Diário de Bordo. Para 
efeito do estudo, foram analisadas todas as edições do jornal. Atualmente, o informativo 
é publicado trimestralmente, com tiragem de 500 exemplares, divulgado na forma 
impressa, em papel A4 e contendo quatro páginas em digital. Durante a trajetória do 
jornal, aconteceram interrupções na veiculação do mesmo entre os anos de 2000 e 2002, 
devido às tentativas de extinção dos grupos PET pelo Governo Federal. O informativo 
recebe matérias de autoria própria e contribuições publicadas em outros meios de 
informação. 
Palavras–chave: jornal, leitura, Programa de Educação Tutorial, extensão. 
 
Abstract - The newspaper “Diário de Bordo” is part of a continuous action of extension promoted 
by PET / Pesca, and being in its XIV year and 36th edition, being organized by members 
of the program, receiving articles of students, teachers and professionals in the area. This 
study aimed at to report the trajectory of the publication of the “Diário de Bordo”. For 
the purpose of the study were analyzed all editions of the newspaper. Currently, the 
information is published quarterly, with a print run of 500 copies, published in printed 
form, on A4 paper and containing four pages, and digital. During the trajectory of the 
newspaper happened interruptions in running between 2000 and 2002 years, due to 
attempts to extinguish the groups PET by the Federal Government. The information 
received materials of owon authorship itself and contributions published in other media 
of information. 
Key-words: newspaper, reading, Tutorial Program of Education, extension. 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 8 
INTRODUÇÃO 
O Diário de Bordo é um jornal que faz parte de uma ação contínua de extensão promovida 
pelo Programa de Educação Tutorial do curso de Engenharia de Pesca – PET/Pesca da Universidade 
Federal Rural de Pernambuco - UFRPE. Esse informativo está no seu XIV ano e, durante toda a sua 
trajetória, vem abordando temas referentes às ciências pesqueiras, à pesca e à aqüicultura e temas de 
áreas afins pertinentes à Engenharia de Pesca, além de economia e política que envolve a profissão. 
É inquestionável a responsabilidade da leitura em uma educação de qualidade, mas as 
evidências apontam que diversos alunos saem do ensino fundamental e médio sem essa habilidade. 
Tais alunos ingressam no ensino superior com sérias deficiências no comportamento de leitura 
(Garrido, 1988). Dessa forma, o Diário de Bordo enriquece e contribui para a formação do discente 
de graduação, uma vez que os mesmos exercitam a escrita, a leitura, o senso crítico e a capacidade 
de concatenar idéias. 
 Essa publicação é organizada pelos integrantes do PET/Pesca e encontra-se em sua 36ª 
edição, sempre com jovens editores à frente de sua elaboração. O Diário de Bordo recebe artigos de 
estudantes, professores e profissionais da área que a cada edição enriquecem a leitura com artigos 
científicos, informativos, curiosidades, eventos, entrevistas, concursos, dentre outros. 
 O objetivo do presente estudo foi relatar a trajetória da publicação Diário de Bordo durante 
os 14 anos de veiculação. 
METODOLOGIA 
Para efeito desse estudo, foram analisadas todas as edições do Diário de Bordo e 
contabilizado o número de matérias já publicadas e edições ao longo dos 14 anos do informativo, 
além do número de editores que já contribuíram para o jornal. Foi observada também a evolução do 
layout, a disposição das matérias, tamanho e número de páginas, além dos locais de veiculação do 
informativo. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Atualmente, o informativo é publicado trimestralmente e impresso pela Imprensa 
Universitária da UFRPE, com uma tiragem de 500 exemplares para cada edição, sendo divulgado 
também na forma digital, disponível na homepage do Departamento de Pesca e Aqüicultura da 
UFRPE, www.ep.ufrpe.br. Os textos enviados para publicação são revisados pelos editores do 
jornal. 
O Diário de Bordo é publicado desde 1995 (Figura 1), realizando a veiculação gratuita de 
informações para a comunidade acadêmica da UFRPE, demais cursos de Engenharia de Pesca do 
Brasil, órgãos de áreas afins e profissionais da área. Durante a trajetória do informativo, 
aconteceram interrupções na veiculação deste entre 2000 e 2002, devido aos processos de tentativa 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 9 
de extinção dos grupos PET promovido pelo Governo Federal, desarticulando o trabalho dos 
editores do jornal, que são alunos vinculados ao programa. 
No ano de 1995, o jornal era bimestral, apresentado em papel tamanho A5 (148 X 210 mm), 
contando com uma média de quatro folhas e tinha cinco editores. Em 1997, ampliou-se o tamanho 
do informativo para folha de papel A4 (210 X 297 mm) e reduziu-se o número de folhas para duas, 
continuando bimestral e editado por quatro alunos. De 1997 a 1999, o DB passou a ser semestral, 
mas continuou com as características já citadas anteriormente. No ano de 2003, passado o período 
de tentativa do governo de extinguir o programa, retomaram-se as publicações, com edição de três 
números. A partir de 2004 o jornal passou a ter publicação trimestral, preservando características 
como: papel tamanho A4, sob responsabilidade de quatro editores. Em 2006, ampliou-se o número 
de folhas para quatro. Ao longo desses anos, o jornal já contou com a contribuição de 37 editores. 
 
 
Figura 1. Trajetória do número de edições e renovação dos editores do 
Diário de Bordo desde a sua implantação. 
 
As matérias publicadas no jornal podem ser de dois tipos: contribuição, que é uma matéria 
transcrita total ou parcialmente, já publicada em outro veículo de comunicação, sendo a matéria 
relevante para as áreas de Recursos Pesqueiros e Aqüicultura e preservando os direitos autorais do 
artigo original, com citação da fonte; outra forma é o artigo de autoria própria, devendo este 
também ser pertinente para área de conhecimento do público-alvo do jornal. A figura 2 representa o 
número de matérias publicadas no Diário de Bordo. 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
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20
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20
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20
07
20
08
Ano 
Figura 2. Número de matérias veiculadas pelo Diário 
de Bordo a cada ano. 
 
O Diário Bordo conta ainda com colunas que vem acompanhando toda sua trajetória, como a 
denominada “Peixes de nossas águas”; algumas colunas marcarampresença num determinado 
período e outras colunas foram criadas recentemente como a denominada “Há... anos”. Esta última 
traz matérias relacionadas à área que foram publicadas a um determinado tempo, o qual nomeia a 
coluna. Este paradigma demonstra a dinâmica do informativo. 
Desde 2005, o Diário de Bordo conta com artigos regulares da direção do Departamento de 
Pesca e Aqüicultura e coordenação do curso de Engenharia de Pesca da UFRPE. Os principais 
contribuintes para o informativo são alunos vinculados ao programa, o que auxilia na formação 
holística dos mesmos. 
Atualmente, o Diário de bordo é distribuído na UFRPE, entre estudantes, professores e a 
comunidade acadêmica, e é enviado para as instituições de ensino superior que oferecem o curso de 
Engenharia de Pesca, profissionais da área, bibliotecas, empresas e órgãos relacionados à atividade, 
totalizando mais de 50 destinatários. 
É sabido que a leitura representa um grande passo para aquisição de conhecimento, pois é 
por meio dela que se adquire uma percepção singular do mundo. Além disso, oferece também uma 
contribuição no funcionamento e desenvolvimento do pensamento crítico, levando o leitor a avaliar 
e questionar o texto lido, dentro de um referencial próprio de seus conhecimentos, conceitos e 
valores (Gregoire e Piérart, 1997). 
 Considerando esse contexto, a universidade tem o dever de proporcionar ao estudante uma 
formação que lhe propicie condições de desenvolver uma leitura eficaz, principalmente no que 
tange à leitura técnico-científica, que é primordial ao futuro desempenho profissional desse 
estudante (Witter, 1996,1997). A habilidade de leitura é essencial para o estudante universitário, 
conforme observa Santos (1991), pois seu sucesso no ensino superior está associado à sua 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 11 
maturidade em leitura, que pode ser melhorada, se diagnosticada apropriadamente. Assim, o papel 
da universidade é planejar, desenvolver e administrar programas de superação das limitações 
relacionadas à dificuldade de leitura. 
REFERÊNCIAS 
Garrido, E. (1988).O ensino da filosofia no 2º grau e a compreensão de textos: Um levantamento 
em São Paulo e uma aplicação da técnica Cloze. Tese Doutorado não-publicada, Faculdade de 
Educação,Universidade de São Paulo.São Paulo,SP. 
Gregoire,J.& Piérart,B.(1997). Avaliação problemas de leitura: Os novos modelos teóricos e suas 
implicações (M. R. B. Osório, Trad.). Porto Alegre: Artes Médicas. 
Oliveira, K. L. e Santos, A. A. A. (2005). Compreensão em leitura e avaliação da aprendizagem em 
universitários. Psicologia Reflexão e Crítica, Porto Alegre, 18(1): 118-124. 
Santos, A. A. A. (l991). Desempenho em leitura: Um estudo diagnóstico da compreensão e hábitos 
de leitura entre universitário.Estudos de Psicologia, 8(1): 6-19. 
Witter,G.P. (1996). Avaliação da produção científica sobre leitura na universidade. Psicologia 
Escolar e Educacional, 1: 31-37. 
Witter, G. P. (1997). Leitura e universidade. Em G. P. Witter (Org.), Leitura e universidade (pp. 9-
18). Campinas, SP: Alínea.� 
 
 
 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 12 
DIFERENTES MÉTODOS DE INDUÇÃO A REPRODUÇÃO DA OSTRA NATIVA Crassostrea 
rhizophorae (GUILDING, 1828) EM LABORATÓRIO 
 
DIFFERENT METHODS FOR THE INDUCTION OF REPRODUCTION OF NATIVE OYSTER Crassostrea 
rhizophorae (GUILDING, 1828) IN LABORATORY 
 
Henrique David LAVANDER*; Leônidas de Oliveira CARDOSO JUNIOR; Ricardo Luís Mendes 
de OLIVEIRA; Leilane Bruna Gomes dos SANTOS; Sérgio Rodrigues da SILVA NETO; Andre 
Batista de SOUZA; Wanessa de Melo COSTA; Alfredo Olivera GÁLVEZ. 
 
Departamento de Pesca e Aqüicultura, Universidade Federal Rural de Pernambuco. 
 
*E-mail: anzolhdl@hotmail.com 
 
Resumo - Para o processo de produção de sementes das ostras ocorra continuamente, é necessário 
ter reprodutores maturos sexualmente e aptos a desovarem durante o ano inteiro. Devido 
a isso, esta pesquisa pretendeu analisar os diferentes métodos de obtenção de gametas 
da ostra nativa Crassostrea rhizophorae em laboratório. Foram capturadas 240 ostras 
nos estuários do rio Formoso e do rio Timbó, ambas situadas no litoral do Estado de 
Pernambuco. As do rio Timbó foram maturadas com dieta algal baseada em 5% do peso 
seco das ostras durante 35 dias, já as do rio Formoso não passaram por este processo. 
Os métodos de indução à reprodução utilizados foram variação de salinidade, “seco-
molhado” (exposição ao ar com imersão) e variação de temperatura. As ostras 
maturadas em laboratório responderam positivamente, a todos os estímulos. E as ostras 
advindas diretamente do campo por outro lado não apresentaram nenhum resposta, 
apresentando apenas espasmos. 
Palavras–chave: ostra nativa; Crassostrea rhizophorae; reprodução induzida. 
 
Abstract - For the production of seed oysters occur continuously, it is necessary to have breeding 
couples and sexually capable of spawning during the entire year. Hence, this research 
indended to examine the different methods of obtaining gametes of the native oyster 
Crassostrea rhizophorae in the laboratory. Were captured 240 oysters in the estuaries of 
the river Timbó and Formoso, both located in the coastal of the Pernambuco state. 
Oysters from the Timbó river were maturared with diet algae, based on 5% of the dry 
weight, for 35 days. Oysters from Formoso river didn't go to this process. The methods 
by induction to the reproduction used were variation to the salinity, "dry-wet" (an 
exposere to the air with immersion) and to the temperature’s variation. The oysters ripen 
in laboratory answered the positively, to all stimuli, and the oysters proceeding directly 
from of the field on the other hand didn't answer, the any just presenting spasms. 
Key-words: native oyster, Crassostrea rhizophorae. induction, reproduction. 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 13 
INTRODUÇÃO 
Diante da decrescente disponibilidade de alimentos e a crescente demanda populacional, a 
aqüicultura é apontada como a principal alternativa para incrementar a oferta de pescado no mundo, 
considerada uma importante fonte de produção de alimento (FAO, 2002), sendo a ostreicultura um 
dos seus principais ramos FAO (2004). 
Um dos entraves para o desenvolvimento da ostreicultura na região nordeste é a 
disponibilidade de sementes. A captação de sementes de ostras nativas no ambiente natural se dá 
através do uso de diversos tipos de coletores artificiais, no entanto atende apenas a demanda em 
nível artesanal, sendo necessária uma produção em laboratório para suprir a necessidade em escala 
comercial da atividade. 
Segundo Rios (1994), o pico reprodutivo para moluscos bivalves de maneira geral ocorre na 
primavera, no entanto desovas parciais ocorrem ao longo do ano. Desta forma, para que o processo 
de produção de sementes ocorra continuamente é necessário ter reprodutores maturos sexualmente 
provenientes do ambiente natural, ou maturados em laboratório. 
METODOLOGIA 
Os organismos utilizados no estudo foram selecionados em ambiente natural e coletados 
durante o verão. Foram capturadas 120 ostras no estuário do rio Formoso e 120 no estuário do rio 
Timbó, localizados respectivamente no litoral sul e norte do estado de Pernambuco. 
As ostras foram coletadas em diferentes pontos e em diferentes substratos (rocha, lama e 
raízes) de cada estuário. Analisou-se a salinidade do local e em seguida os indivíduos foram 
armazenados em caixas térmicas e conduzidos para o Laboratório de Maricultura Sustentável 
(LAMARSU) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). 
Os indivíduos capturados no estuário do rio Formoso apresentavam gônada em estágio 
maturacional avançado e características morfométricas desejáveis. Por outro lado, os capturados no 
estuário do rio Timbó não apresentavam características desejáveis e passaram por uma maturação 
em laboratóriodurando 35 dias. 
A maturação dos indivíduos foi realizada com alimentação diária, ofertada em duas porções, 
e taxa de alimentação utilizada foi de 5%, baseada no peso seco e as espécies de microalgas 
ministradas na dieta foram: Isochrysis galbana, Tetraselmis tetrathele e Chaetoceros calcitrans. 
Ambos os lotes do estuário do rio Formoso e do rio Timbó, foram distribuídos em três 
caixas plásticas (unidades experimentais) com 20 indivíduos cada. Os estímulos foram aplicados em 
06 caixas com capacidade para 50 litros, sendo utilizado um volume de 15 litros para cada caixa. 
Os métodos de indução à reprodução utilizados foram variação de salinidade, “seco-
molhado” (exposição ao ar com imersão) e variação de temperatura. 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 14 
O tempo de imersão em água de cada tratamento foi de 20 minutos sendo o primeiro com 
variação crescente da salinidade (15, 20, 25, 30 e 35), o segundo com variação crescente de 
temperatura (20° C, 24° C, 28° C, 32° C e 35° C) e o último apenas com imersão e exposição ao ar 
(10 minutos para todos os métodos). As variáveis foram mensuradas através de um equipamento 
multiparâmetro modelo YSI-incorporeted 556 mps e refratômetro ATAGO S10E. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
As ostras maturadas em laboratório advindas do rio Timbó responderam ao estímulo de 
indução à desova nos três tratamentos. No método de variação na salinidade, apenas 02 machos 
liberaram gametas na água. Com o método de variação de temperatura, 03 machos liberaram 
gametas. E o método ”seco e molhado”, 02 machos responderam ao estímulo. 
O lote das ostras do rio Timbó, maturadas em laboratório, apresentavam pouco 
desenvolvimento das gônadas com exceção de alguns indivíduos que estavam aptos para desova. As 
ostras provenientes do estuário do rio Formoso, que não foram maturadas, em nenhum dos 
tratamentos responderam aos estímulos. Os indivíduos que receberam o método com variação de 
salinidade, responderam melhor ao estímulo, com espasmos constantes das valvas, devido aos 
valores das variáveis encontrados em campo como salinidade de 15. 
É de fundamental importância a realização de futuros estudos, que testem novamente os 
métodos escolhidos, com indivíduos melhores maturados em laboratório e capturados em campo em 
épocas distintas ao longo do ano. 
REFERÊNCIAS 
FAO. El estado mundial de la pesca y la acuicultura 2002. Roma: Food and Agriculture 
Organization of the United Nations FAO, 2002. 
FAO. El estado mundial de la pesca y la acuicultura 2004. Roma: Food and Agriculture 
Organization of the United Nations, 2004. 
Rios, E. C. Seashells of Brasil. Fundação cidade do Rio Grande. Museu Oceanográfico, 1994. 
328p.� 
 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 15 
MATURAÇÃO DA OSTRA NATIVA Crassostrea rhizophorae (GUILDING, 1828) 
EM LABORATÓRIO 
MATURITY OF NATIVE OYSTER Crassostrea rhizophorae (GUILDING, 1828) IN LABORATORY 
 
Henrique David LAVANDER; Leônidas de Oliveira CARDOSO JUNIOR; Ricardo Luís Mendes 
de OLIVEIRA*; Leilane Bruna Gomes dos SANTOS; Sérgio Rodrigues da SILVA NETO; André 
Batista de SOUZA; Wanessa de Melo COSTA; Alfredo Olivera GÁLVEZ 
 
Departamento de Pesca e Aqüicultura, Universidade Federal Rural de Pernambuco. 
 
*Email: rickpesca@hotmail.com 
 
Resumo - A maturação é o processo pelo qual os organismos realizam a formação de gametas e 
inicia quando a energia armazenada na forma de glicogênio, que é um carboidrato de 
reserva, é transformada em material reprodutivo. Segundo Illanes (1997), a seleção dos 
reprodutores se orienta, basicamente, na obtenção de exemplares adultos com 
características desejáveis e condicionados para liberar gametas de boa qualidade. Tendo 
isto em vista, o estudo pretendeu avaliar a metodologia para a maturação da ostra nativa 
Crassostrea rhizophorae em laboratório. Foram coletados 170 indivíduos no estuário do 
rio Timbó, situado no litoral do Estado de Pernambuco, onde permaneceram durante 45 
dias em processo de maturação, com temperatura controlada. A alimentação foi 
composta por três espécies de microalgas e baseada em 5% do peso seco das ostras. A 
determinação do estágio maturacional focou-se em amostras iniciais e finais para 
análise visual e microscópica da gônada. Os resultados obtidos foram satisfatórios, 
devido à maior proporção dos indivíduos que se apresentaram maduros e outra 
proporção em maturação, encontrando-se poucos indivíduos esvaziados demonstrando 
assim, a viabilidade da maturação de indivíduos adultos em laboratório. 
Palavra-chave: ostra nativa; Crassostrea rhizophorae; maturação gonadal. 
Abstract - Maturation is the process by which organisms carry out the formation of gametes and 
begins when the stored energy in the form of glycogen, a reserve of carbohydrates, is 
transformed into reproductive material. In accordance with Illanes (1997), the selection 
of breeding is oriented mainly to obtain copies of adults with desirable characteristics 
and conditioned to make gametes of good quality. In view of this, this study assessed 
the methodology for maturation of the native oyster Crassostrea rhizophorae in the 
laboratory. Were collected 170 individuals in the estuary of the river Timbó, located on 
the coast of the state of Pernambuco, and he remained for 45 days in the process of 
maturing, with temperature control. The diet was composed of three species of 
microalgae and based on 5% of the dry weight of oysters. The determination of 
maturational stage focused on the initial and final visual and microscopic analysis of 
samples for the gonads. The results were satisfactory, due to higher proportion of 
individuals showed up and mature a certain proportion being in maturity, finding few 
individuals emptied, thus demonstrating the feasibility of maturity of adults in a 
laboratory. 
Key-words: maturity, native oyster, Crassostrea rhizophorae. 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 16 
INTRODUÇÃO 
Maturação é um ponto de fundamental importância para a produção de sementes de ostras 
em ambiente controlado, uma vez que o período reprodutivo da maioria das espécies é restrito a 
certas épocas do ano. Segundo Rios (1994), o pico reprodutivo para moluscos bivalves de maneira 
geral ocorre na primavera, no entanto, desovas parciais ocorrem ao longo do ano. 
É conhecido que a manipulação dos fatores físicos e nutricionais pode afetar o 
desenvolvimento gonadal, atuando na aceleração da gametogênese ou no retardamento da 
maturação gonadal (GALLAGER & MANN, 1986). 
Desta forma, para que o processo de produção de sementes de ostras ocorra continuamente, 
é necessário ter reprodutores maturos sexualmente aptos a desovarem durante o ano inteiro. Para 
realização do processo de maturação deve-se manter controladas as variáveis determinantes para 
maturação das gônadas. 
METODOLOGIA 
As ostras utilizadas no estudo foram obtidas no estuário do rio Timbó, localizado no litoral 
norte do estado de Pernambuco. Os 170 indivíduos coletados foram conduzidos para o Laboratório 
de Maricultura Sustentável (LAMARSU) localizado na Universidade Federal Rural de Pernambuco 
(UFRPE) onde permaneceram por um período de 45 dias em processo de maturação. 
As ostras foram coletadas nas raízes do mangue, durante a maré baixa, com auxílio de facas 
e luvas, e em seguida foram armazenadas em caixas térmicas e transportadas até o laboratório. Após 
a chegada ao LAMARSU, procedeu-se a limpeza das ostras as quais foram escovadas 
manualmente, lavadas, separadas e foram removidos os organismos incrustantes, como esponjas, 
cracas, poliquetas e outras ostras menores. A seguir, as ostras foram colocadas em um recipiente de 
50 litros contendo solução de cloro a 25 ppm, durante 30 minutos para eliminação de poliquetas que 
ficam entre as valvas dos indivíduos. 
 Após a limpeza, os indivíduos foram medidos com paquímetro de precisãode 0,005 mm e 
pesados em balança analítica (modelo Marte AL-500) e em seguida colocados em uma calha de 
fibra retangular com 450 litros de água salgada, aeração constante e um sistema de biofiltro com 
air-lift para recirculação da água. 
O estudo foi conduzido em uma na sala com controle de temperatura. Diariamente foram 
aferidas as variáveis físicas como temperatura (°C), oxigênio dissolvido (mg/L-1), oxigênio em 
saturação (%), salinidade, condutividade (ms/cm) e pH. 
A alimentação foi composta por três espécies de microalgas: Chaetoceros muelleri, 
Isochrysis galbana e Tetraselmis tetrathele produzidas no Laboratório de Produção de Alimento 
Vivo (LAPAVI) e no LAMARSU. A taxa de alimentação baseou-se em 5% do peso seco das ostras 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 17 
(540,5 g). O alimento foi ofertado duas vezes ao dia: pela manhã, após sifonagem do tanque, e à 
tarde, após aferição das variáveis. 
Para determinação do estágio maturacional das ostras foram retiradas amostras iniciais e 
finais de exemplares para análises visual e microscópica da gônada. Na análise visual observou-se a 
coloração e o tamanho da gônada, classificando-a em imatura, em maturação, maduras ou 
esvaziadas. A análise microscópica objetivou a identificação do sexo. Nas fêmeas, observou-se o 
formato e o tamanho dos ovócitos e, nos machos, a mobilidade e quantidade de espermatozóides. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
As médias dos valores de temperatura (ºC), oxigênio dissolvido (mg.L-1), saturação de 
oxigênio (%), pH e salinidade são 22,28 ºC, 5,94 mg/L ,67,6 %, 8,05 , 32 respectivamente. 
 Para análise inicial das gônadas, foram utilizados 50 indivíduos, onde se observou que 38% 
destes encontrava-se em maturação, 8% maduros e 54% esvaziados. 
 Dentre os 120 indivíduos utilizados para maturação, 15 exemplares morreram, apresentando 
uma sobrevivência de 87,5%. O lote obteve médias de 55,523 mm e 36,722 mm de comprimento e 
largura respectivamente. A proporção de machos e fêmeas foi respectivamente de 68,57% e 
31,43%. Dentre esses indivíduos 33,33% apresentaram-se em maturação, 44,76% maduros, 21,90% 
esvaziados e nenhum imaturo. 
Os resultados obtidos foram satisfatórios devido a maior proporção dos indivíduos 
apresentaram-se maduros e uma certa proporção estarem em maturação, encontrando-se poucos 
indivíduos esvaziados demonstrando assim a viabilidade da maturação de indivíduos adultos em 
laboratório. Contudo existe a necessidade da realização de novos trabalhos que testem novas dietas 
de microalgas e em concentrações distintas durante a maturação das ostras. 
REFERÊNCIAS 
ILLANES, Juan E.. Manejo de reproductores. Curso Internacional en Cultivos de Moluscos, 
Coquimbo, Chile, 1997, p 89–98. 
GALLAGER, S. M.; MANN, R. 1986. Growth and survival of larvae of Mercenaria mercenaria 
(L.) and Crassostrea virginica (Gmelin) relative to broodstock conditioning and lipid content of 
eggs. Aquaculture 56, p 105– 121. 
RIOS, E. C. Seashells of Brasil. Fundação cidade do Rio Grande. Museu Oceanográfico, 1994. 
328p.� 
 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 18 
AVALIAÇÃO LIMNOLÓGICA NICTIMERAL NO CULTIVO DE TILÁPIA 
(Oreochromis niloticos) EM TANQUE-REDE 
 
LIMNOLOGICAL NICTIMERAL EVALUATION IN CULTURE OF TILÁPIA (Oreochromis niloticus) IN CAGE 
 
Elaine Cristina SANTOS*; Samuel Herculano de FREITAS; Vinicius Augusto DIAS FILHO; Athiê 
Jorge dos Santos GUERRA 
 
Departamento de Pesca e Aqüicultura – UFRPE 
 
*E-mail: elainepesca@gmail.com 
 
Resumo - O cultivo de tilápia em tanque-rede vem crescendo de forma acelerada nos últimos anos, 
e uma boa produção depende das características ambientais. Neste estudo objetivou-se 
avaliar a qualidade da água em um cultivo. As análises de água in situ foram medidas 
com aparelho multiparamêtros e as variáveis químicas em laboratório. Os parâmetros 
físico-químicos da água estão dentro dos valores estabelecidos pela resolução 
CONAMA nº357/2005, comprovando assim a viabilidade do cultivo sem causar 
alterações significativas ao ambiente aquático. 
Palavras-chave: nictimeral, tilápia (Oreochromis niloticus), qualidade da água. 
 
Abstract - The culture of tilapia in pond-net is growing so quickly in recent years, and a good 
production depends on the environmental characteristics. This study purposed to evaluate the water 
quality. The analyses of water were measured in situ with multiparameters equipament and the 
others variables in laboratory. The parameters physiciochemical of the water are inside of the values 
established for CONAMA resolution nº357/2005, proving the viability of the culture without 
causing significant alterations in the aquatic environment. 
Key-words: nictimeral, tilapia (Oreochromis niloticus), water quality. 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 19 
INTRODUÇÃO 
Com o crescimento da tilapicultura em tanque-rede faz necessário o monitoramento da 
qualidade da água nos arredores das instalações de cultivo, através da compreensão de variáveis 
limnológicas, que permite reconhecer alterações ocorridas e efeitos sobre as comunidades naturais, 
possibilitando o gerenciamento sustentável dos recursos hídricos. 
O reservatório de Moxotó apresenta condições ambientais adequadas à implantação de 
projetos de piscicultura em tanques-rede. Esse tipo de criação introduz diretamente no corpo d’água 
uma grande quantidade de matéria orgânica, o que pode contribuir para acelerar os processos de 
eutrofização do meio devido aos aportes de nutrientes e materiais em suspensão provenientes, 
principalmente, do excedente de alimentos, fezes e excretas dos peixes. Estudos sobre os impactos 
causados por essa atividade podem fornecer dados para uma gestão ambiental que permita 
maximizar o uso múltiplo dos recursos hídricos sem que haja maiores danos ao ambiente aquático. 
Este estudo teve como objetivo, avaliar os efeitos do cultivo de tilápia em tanque-rede na qualidade 
de água. 
MATERIAL E MÉTODOS 
Amostras da água foram obtidas de oito estações pré-estabelecidas, próximas ao local de 
cultivo, no município de Jatobá-PE, no período de 24h, com intervalos de 3h entre as coletas. 
As variáveis temperatura, pH, condutividade elétrica, salinidade, oxigênio dissolvido da 
água, e sólidos totais dissolvidos, foram determinadas in sito, com analisador multiparâmetro. As 
demais variáveis, foram efetuadas com amostras de superfície e analisadas em laboratório. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
As variações encontradas foram: temperatura 27,1 a 27,7ºC. O OD de 4,64 a 5,73mg/L. O 
pH de 7,3 a 7,6. A alcalinidade total variou entre 29,75 a 31,00 mg/L CaCO3. A dureza de 24,95 a 
26,35 mg/L CaCO3, cálcio de 6,09 a 6,32mg/L Ca e o magnésio de 2,37 a 2,69 mg/L Mg. Os 
parâmetros de condutividade elétrica (0,056 µS/cm), salinidade (0,02 psl), o STD (0,036 g/L), não 
apresentaram variações. Resultados semelhantes foram descritos pela FADURPE (2000) 
A concentração de cloreto e turbidez apresentaram valores inferiores aos recomendados pelo 
CONAMA, a saber, 250 mg/L(cloreto), 100 UNT(turbidez). 
A concentração dos nutrientes fosfatados foi expressa na forma de fosfato inorgânico, 
fosfato total e fósforo total, porém apenas o fósforo total tem valores limites estabelecidos, cujo os 
níveis apresentaram-se acima do limite 30,0 µg estabelecido pelo CONAMA (Tabela 1). 
Os parâmetros físico-químicos da água em sua maioria estão dentro dos valores 
estabelecidos pela resolução CONAMA nº357/2005, não apresentando alterações significativas na 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 20 
qualidade da água durante a análise nictimeral, havendo, enfim, viabilidade técnica para o cultivo 
da espécie com menor impacto ambiental. 
 
Tabela 1. Valores das variáveis analisadas em laboratório, nos diferentes horários de coleta. 
Horário 7:30 10:30 13:30 16:30 19:3022:30 01:30 04:30 Desvio Amp 
Alcalinidade total (mg/L CaCO3) 29,88 29,94 29,75 30,69 30,00 31,00 30,25 30,38 0,433752 1,3 
Dureza total (mg/L CaCO3) 25,55 25,62 25,80 25,97 25,17 24,95 26,35 26,30 0,498023 0,8 
Cálcio (mg/L Ca) 6,06 6,18 6,12 6,32 6,09 6,09 6,26 6,09 0,093875 0,3 
Magnésio(mg/L Mg) 2,53 2,47 2,55 2,47 2,42 2,37 2,60 2,69 0,103265 0,3 
Cloreto (mg/L Cl) 0,60 0,60 0,60 0,61 0,60 0,62 0,61 0,61 0,00744 0 
Turbidez (UNT) 0,9 1,0 0,9 2,1 2,0 0,7 1,2 1,1 0,523552 1,4 
Nitrato (µg/l N) 9,684 7,440 8,700 7,865 10,527 11,843 8,113 14,114 2,289830 6,7 
Nitrito (µg/l N) 0,084 0,063 0,077 0,063 0,091 0,049 0,098 0,042 0,019953 0.1 
Nitrogênio amoniacal (µg/l N) 14,973 12,223 16,602 10,593 7,537 10,084 7,639 6,213 3,68978 10,4 
Fosfato inorgânico (µg/l P) 4,111 2,860 3,217 2,323 3,038 3,038 4,468 4,647 0,83809 2,3 
Fosfato total(µg/l P) 7,257 6,684 6,493 6,111 6,111 6,111 7,066 6,302 O,45011 1,1 
Fósforo total(µg/l P) 55,573 37,049 50,698 40,298 41,598 51,998 51,998 47,448 6,659028 18,5 
Clorofila-a (µg/l ) 1,150 1,155 1,303 1,301 1,469 1,143 0,973 1,409 0,162427 0,5 
Feofitina (µg/l ) 1,718 1,094 1,221 1,380 1,397 1,475 1,475 1,175 0,20011 0,6 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL, 2005. Resolução CONAMA nº. 357, de 17 de março de 2005. 
FADURPE. 2000. Zoneamento da Piscicultura em Tanques-rede nos Reservatórios do Sub-médio 
São Francisco: Zoneamento do Reservatório de Moxotó. Relatório técnico 12/2000, Recife, 
FADURPE/CHESF.� 
 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 21 
RENDIMENTO DO FILÉ DE PIRARUCU 
PIRARUCU’S FILLET YIELD 
Samanta Eulles Quixaba de CARVALHO1*; Fabíola Helena dos Santos FOGAÇA1; Francisco José 
de Seixas SANTOS1; Elenise Gonçalves de OLIVEIRA2 
 
1 Embrapa Meio-Norte, BR 343, Km 35, Caixa Postal 341, CEP 64200-970, Parnaíba, PI. 
2 Universidade Federal do Ceará, Avenida da Universidade, 2853, Benfica, CEP 60002-181, 
Fortaleza, CE 
 
*E-mail: samantaeulles@hotmail.com 
 
Resumo - Avaliou-se o rendimento do filé de pirarucu (Arapaima gigas) cultivado em canal de 
irrigação. Foram comparados três grupos com diferentes médias de peso. Os exemplares 
foram medidos, pesados, eviscerados e, após a filetagem, calculou-se o rendimento do 
filé sem pele. Para as classes de 8, 12 e 15 kg, os rendimentos foram de 47,63, 48,62 e 
49,79%, respectivamente. Com base nos resultados obtidos, não houve diferença 
significativa (P<0,05) de rendimento de filé entre as classes de pesos estudadas, 
mostrando que o peso entre 8 e 15 kg não influenciou no rendimento de filé. 
Palavras-chave: canal de irrigação, classes de peso, filetagem. 
 
Abstract - The study evaluated the fillet yield of pirarucu (Arapaima gigas) cultivated in an 
irrigation canal. Three groups containing different average weight was compared. The 
fishes were weighed, measured, eviscerated and after filleting, fillet yield was estimated 
of skinless fillet. For the classes with 8, 12 and 15 Kg the respective yields were 47.63, 
48.62 and 49.79%, respectively. The results showed no statistic difference between the 
weight groups for fillet yield, showed that the weight of the fishes between 8 and 15 kg 
didn’t influence on fillet yield. 
Key-words: filleting, irrigation canal, weight groups. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 22 
INTRODUÇÃO 
 Pirarucu é a denominação popular dada ao peixe da espécie Arapaima gigas, também 
conhecido como bacalhau-da-Amazônia, considerado um dos maiores peixes de água doce do 
mundo (Oliveira, 2007). Poucos são os estudos relacionados ao rendimento do filé do pirarucu, 
sendo importante determiná-lo para avaliar fatores críticos no processamento e visualizar seu 
potencial de industrialização, permitindo assim à indústria dimensionar sua produção e ao mercado 
saber o potencial de recursos disponíveis. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o 
rendimento do filé sem pele do pirarucu, segundo diferentes classes de pesos. 
MATERIAL E MÉTODOS 
O trabalho foi realizado na Embrapa Meio-Norte, Unidade de Execução de Pesquisa de 
Parnaíba. Foram utilizados 15 exemplares de pirarucu (Arapaima gigas), com aproximadamente 18 
meses de idade, provenientes do canal de irrigação do DITALPI (Distrito de Irrigação Tabuleiros 
Litorâneos do Piauí). Os peixes foram capturados com rede de pesca e puçás, e estocados em caixas 
de fibra de 1.000 L para serem transportados ao local de realização do trabalho. 
Os peixes foram pesados em balança digital e medidos em um ictiômetro para obter o peso e 
comprimento total. Em seguida foram abatidos por choque térmico em gelo e água (1:1), sangrados 
pelo corte das guelras, eviscerados e filetados. O rendimento (RF) foi analisado em três grupos de 
pesos: 7,99 + 0,27; 12,05 + 0,27 e 15,14 + 0,99 kg, segundo a equação: RF = (Peso do filé x 
100)/Peso Total. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
A tabela abaixo apresenta os resultados de rendimento de filé das diferentes classes de 
pesos. 
Tabela 1. Médias de rendimento do filé (RF) de pirarucu 
Grupo RF (%) 
1 47,43 + 1,46 
2 48,62 + 3,00 
3 49,79 + 3,60 
Média de 5 peixes (n=5) + DP. Grupos: 1 (7,99 + 0,27 kg), 2 (12,05 + 0,27 kg) e 3 (15,14 + 0,99 kg). 
Apesar de apresentarem difenças numéricas, não houve diferença estatística (P<0,05) entre 
os grupos. No entanto, os valores de rendimento foram superiores aos encontrados por Oliveira 
(2007) que encontrou rendimento de 41,41% para peixes com peso médio de 7,14 kg. Desta forma, 
verifica-se que o peso total de peixes entre 8 e 15 kg não tem influência no rendimento de filé no 
pirarucu. 
REFERÊNCIAS 
Oliveira, P. R. Qualidade do pirarucu (Arapaima gigas Cuvier, 1829) procedente de piscicultura, 
estocado em gelo, congelado e de seus produtos derivados. Manaus: INPA/UFAM, 2007,119 f. 
(Tese de Doutorado em Ciências Biológicas - Área de Concentração em Biologia de Água Doce e 
Pesca Interior).� 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 23 
ALOMETRIA DO GUAIAMUM, Cardisoma guanhumi LATREILLE, 1828 (DECAPODA, 
GECARCINIDAE) NO ESTUÁRIO DO RIO JAGUARIBE, CEARÁ, BRASIL 
 
ALOMETRY OF LAND CRAB, Cardisoma guanhumi LATREILLE, 1828 (DECAPODA: GECARCINIDAE) FROM 
JAGUARIBE RIVER ESTUARY, CEARÁ STATE, BRASIL 
 
Renata Akemi SHINOZAKI-MENDES1,2*; Jones SANTANDER-NETO1; Fábio H. V. HAZIN2 e 
José Roberto F. SILVA1 
 
1 Laboratório de Histologia Animal, Universidade Federal do Ceará. 
2 Laboratório de Oceanografia Pesqueira, Universidade Federal Rural de Pernambuco. 
 
*E-mail: renataasm@gmail.com 
 
Resumo - No presente trabalho, a largura do cefalotórax (LC), o comprimento do maior quelípodo 
(CQ), nos machos, e a largura do 5º segmento abdominal (L5), nas fêmeas, de 334 
indivíduos de Cardisoma guanhumi, capturados no estuário do Rio Jaguaribe, Ceará, 
Brasil, entre Dez./06 e Nov./07, foram mensurados. O tamanho da muda puberal foi 
determinado através do ponto de inflexão da curva na relação LC x CQ e LC x L5. A 
largura do cefalotórax em que ocorre a muda puberal, foi igual a 7,10 cm, nos machos, e 
6,20 cm, nas fêmeas. Foram obtidas as seguintes relações, para juvenis e adultos, 
respectivamente, dos machos: CQ = 0,0747 LC 2,2826 e CQ = 0,5148LC1,3055; e das 
fêmeas: L5 = 0,0839LC2,5744 e L5 = 0,6666LC2,0554. 
Palavras-chaves: guaiamum, alometria, manguezal, caranguejo terrestre, muda puberal. 
 
Abstract - In the present study, the width of the cephalothorax (LC), the length of the largest 
chelipod (CQ), for males, and the length of the 5thabdominal segment, for females, were 
measured from 334 specimes of Cardisoma guanhumi, caught from Dec./06 to Nov./07, 
in the Jaguaribe River Estuary, Ceara State, Brazil. The size of pubertal molting was 
determined through the inflection point of the relation LC x CQ and LC x L5. The width 
of the cephalothorax in which the pubertal molting occurs was equal to 7.1 cm, for males, 
and 6.20 cm, for females. The following equations were obtained,for juvenile and adult 
specimens, respectively, for males: CQ= 0.0747 LC2, 2826 and CQ = 0.5148 LC1, 3055, and 
for females: L5 = 0,0839LC2,5744 and L5 = 0,6666LC2,0554. 
Key-words: guaiamum, alometry, mangrove, land crab, puberal molting. 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 24 
INTRODUÇÃO 
O guaiamum, Cardisoma guanhumi, é um caranguejo terrestre que possui hábitos noturnos 
(Melo, 1996) e distribuição circumequatorial (Burggren & McMahon, 1988), cuja amplitude é, em 
grande medida, determinada pela temperatura da água, sendo a sobrevivência das larvas 
comprometida em áreas onde a mesma é inferior a 20ºC (Hill, 2001). 
O estudo da alometria no crescimento é uma importante ferramenta na determinação do 
tamanho em que a espécie atinge a maturidade funcional. Esta determinação é possível devido à 
presença de uma muda puberal que é acompanhada de bruscas modificações nas dimensões do 
corpo (Hartnol, 1978), como, por exemplo, o comprimento do quelípodo nos machos e a largura do 
abdômen nas fêmeas. 
Objetivou-se, com o presente trabalho, analisar o crescimento alométrico de machos e 
fêmeas de Cardisoma guanhumi, no estuário do Rio Jaguaribe, Ceará, Brasil. 
MATERIAL E MÉTODOS 
As coletas dos indivíduos foram realizadas na área de manguezal do estuário do Rio 
Jaguaribe, no estado do Ceará, com armadilhas artesanais, tendo sido capturados 334 exemplares no 
período entre dezembro de 2006 e novembro de 2007. Todos os indivíduos foram mensurados 
quanto à largura do cefalotórax (LC), comprimento do maior quelípodo (CQ) dos machos e largura 
do 5º segmento abdominal (L5) das fêmeas. O tamanho em que ocorre a muda puberal foi 
determinado através da determinação do ponto de inflexão da curva na relação LC x CQ e LC x L5, 
para machos e fêmeas, respectivamente. Para determinar se em cada sexo houve diferença entre os 
estágios imaturo e maturo, foi utilizada a estatística “w” de comparação de retas que utiliza a 
distribuição de qui-quadrado (Mendes, 1999). 
RESULTADOS 
Foram coletados 334 indivíduos, sendo 167 machos e 167 fêmeas. A largura do cefalotórax 
em que ocorre a muda puberal, foi igual a 7,10 cm, para os machos, e 6,20 cm, para as fêmeas. As 
curvas de regressão, para ambos os estágios (imaturo e maturo) e para ambos os sexos, 
apresentaram equações potenciais que diferiram estatisticamente (p < 0,05). 
Entre os machos, os indivíduos imaturos apresentaram uma alometria positiva, próximo à 
isometria (1,30), enquanto que os adultos apresentaram uma forte alometria positiva, com valor de 
θ= 2,28. Já em relação às fêmeas, os indivíduos maturos apresentaram uma alometria menos 
positiva que os imaturos, com valores de θ iguais a 2,57 e 2,05 cm, respectivamente. 
 
 
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 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Relação entre Largura do cefalotórax (cm) e comprimento da quela (CQ), de 
machos de C. guanhumi, no estuário do Rio Jaguaribe, no período entre Dez/06 e 
Nov/07. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Relação entre Largura do cefalotórax (cm) e largura do abdômen (L5), de 
fêmeas de C. guanhumi, no estuário do Rio Jaguaribe, no período entre Dez/06 e 
Nov/07. 
 
DISCUSSÃO 
O crescimento mais acelerado do quelípodo dos machos maturos, em relação aos imaturos, 
encontrado para a população de C. guanhumi no estuário do Rio Jaguaribe, Ceará, é uma 
característica comum aos decápodes que está associada à defesa e competição pelas fêmeas 
(Hartnol, 1978). 
CQ(imaturo) = 0,5148LC1,3055
R2 = 0,8662
CQ(maturo) = 0,0747LC2,2826
R2 = 0,5883
0
2
4
6
8
10
12
2 3 4 5 6 7 8 9 10
Largura do cefalotórax - LC (cm)
C
o
m
p
ri
m
e
n
to
 d
a
 q
u
e
la
 -
 C
Q
 (
c
m
)
L5(imaturo) = 0,0839LC2,5744
R2 = 0,7271
L5(maturo) = 0,2218LC2,0554
R2 = 0,6666
2
4
6
8
10
12
14
16
4 5 6 7 8
Largura do cefalotórax - LC (cm)
L
a
rg
u
ra
 d
o
 a
b
d
ô
m
e
n
 -
 L
5
 (
c
m
)
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 26 
O incremento da largura do abdômen das fêmeas é limitado à coxa, sendo este, o valor de 
largura máxima para o abdômen. É provável que o crescimento alométrico menos positivo para 
fêmeas maturas esteja associado a esta característica. Trabalhos de fecundidade podem corroborar 
esta hipótese, uma vez que o desenvolvimento do abdômen está diretamente relacionado à 
incubação dos ovos. 
A legislação vigente determina o tamanho mínimo de captura de machos de guaiamum 
(IBAMA, 2006), para o estado do Ceará, de 6,00 cm de LC. Em comparação com os resultados 
obtidos, este valor é inferior ao tamanho em que ocorre a muda puberal. 
É importante ressaltar que o ponto de inflexão da curva não representa, necessariamente, o 
tamanho em que 50% da população está apta à reprodução, embora seja um ótimo indicativo das 
mudanças no crescimento. Os dados obtidos no presente trabalho podem ser um indício do início da 
atividade reprodutiva na população de C. guanhumi para a referida região. 
Desta maneira, ressalta-se a importância de trabalhos complementares que realizem estudos 
de maturidade (L50) fisiológica e morfométrica para se conhecer o tamanho de primeira maturação 
funcional, e assim, determinar a relação entre a muda puberal e aptidão reprodutiva. 
REFERÊNCIAS 
BURGGREN W.W.; MCMAHON B.R. Biology of the land crabs. Cambridge University 
Press.United States of America. 479p, 1988. 
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281-293. 1978. 
HILL, K. "Cardisoma guanhumi". 2001. Disponível em: <http://www.sms.si.edu/IRLSpec/ 
Cardis_guanhu.htm.>. Acesso em: 20 de outubro de 2007. 
IBAMA. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais. Instrução Normativa n° 
90, de 02 de fevereiro de 2006. 2006. 
MENDES, P.P. Estatística aplicada à Aqüicultura. Recife-PE. Ed. Bargaço, 1999. 265p. � 
 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 27 
SAZONALIDADE DA PROPORÇÃO SEXUAL DO GUAIAMUM, Cardisoma guanhumi 
LATREILLE, 1828 (DECAPODA: GECARCINIDAE) NO ESTUÁRIO DO RIO 
JAGUARIBE, CEARÁ, BRASIL 
 
SEX RATIO SEASONALITY OF LAND CRAB, Cardisoma guanhumi LATREILLE, 1828 (DECAPODA: 
GECARCINIDAE) FROM JAGUARIBE RIVER ESTUARY, CEARÁ STATE, BRASIL 
 
Renata Akemi SHINOZAKI-MENDES1,2*; Jones SANTANDER-NETO1; José Roberto F. 
SILVA1; Fábio H. V. HAZIN2 
 
1Laboratório de Histologia Animal, Universidade Federal do Ceará. 
2Laboratório de Oceanografia Pesqueira, Universidade Federal Rural de Pernambuco. 
*E-mail: renataasm@gmail.com 
 
Resumo - No período entre Dez/06 e Nov/07, a variação sazonal na proporção sexual de 334 
indivíduos de C. guanhumi capturados no estuário do Rio Jaguaribe, Estado do Ceará, 
foi avaliada. A proporção sexual foi igual a 1:1, não apresentando diferença estatística 
significativa (Chi-quadrado, p ≥ 0,05) ao longo dos meses. Apesar das classes 
periféricas terem sido exclusivamente representadas por machos, nas classes em que se 
observaram ambos os sexos, não houve diferença estatística (p ≥ 0,05) na proporção. 
Palavras-chaves: manguezal, proporção sexual, população. 
 
Abstract - From Dec/06 to Nov/07, the seasonal changes of sex ratio of 334 specimes of C. 
guanhumi, caught in the Jaguaribe River Estuary, were examined. The ratio between the 
sexes over the months did not differ statistically (Chi-square, p ≥ 0.05). Although only 
males were observed in the marginal size classes, there was no statistical difference (p ≥ 
0.05) in those classes where both sexes were present. 
Key-words: mangroove, sexy rate, population. 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 28 
INTRODUÇÃO 
Cardisoma guanhumi é um caranguejo terrestre com significantes adaptações 
comportamentais, morfológicas, fisiológicas e bioquímicas, que constrói galerias perto do mar, 
sempre onde a água pode ser alcançada (Melo, 1996). Apresenta distribuiçãocircumequatorial, 
ocorrendo no Atlântico Oeste desde os Estados Unidos (Burggren & McMahon, 1988) até o sudeste 
do Brasil (Melo, op. cit). Estudos acerca da estrutura populacional são importantes para um 
adequado gerenciamento do recurso, garantindo uma explotação sustentável. Desta forma, 
objetivou-se, com o presente trabalho, analisar a variação sazonal da proporção sexual do 
Cardisoma guanhumi capturado no estuário do Rio Jaguaribe, Estado do Ceará. 
MATERIAL E MÉTODOS 
Os 334 indivíduos examinados foram capturados com armadilhas artesanais, distribuídas de 
forma inteiramente aleatória, no período entre dezembro de 2006 e novembro de 2007, na área de 
manguezal do estuário do Rio Jaguaribe (04º26’S a 04º32’S e 037°46’W a 037°48’W), no estado do 
Ceará. Todos os indivíduos foram sexados e mensurados quanto à largura do cefalotórax (LC). As 
diferenças mensais e por classe de comprimento na freqüência de machos e fêmeas foram avaliadas 
por meio do teste de qui-quadrado (p ≥ 0,05). 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Entre os indivíduos capturados, 167 eram machos, e 167 fêmeas, com razão sexual de 1:1. A 
variância máxima da proporção sexual mensal durante o período de amostragem foi de 28% (Fig. 
1), não tendo sido observadas, entretanto, diferenças estatísticas significativas (p ≥ 0,05) (Tab. 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Proporção entre machos e fêmeas de C. guanhumi, ao longo 
dos meses, no período entre Dez./06 e Nov./07. 
 
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
fêmeas machos
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 29 
Uma proporção sexual equilibrada ao longo dos meses é um bom indicativo de equilíbrio 
natural da população. Resultados semelhantes foram encontrados para C. guanhumi no México 
(Bozada e Chávez, 1986) e no sudeste do Brasil (Silva e Oshiro, 2002). 
Tabela 1. Freqüência mensal de fêmeas e machos de C. guanhumi, capturados no estuário do Rio 
Jaguaribe, no período entre Dez./06 e Nov./07 e valores do teste de qui-quadrado para análise mensal 
(GL=1) e total (GL=11). 
 fêmeas machos χ2 
Jan. 16 14 0,13NS 
Fev. 9 10 0,05 NS 
Mar. 11 20 2,61 NS 
Abr. 12 19 1,58 NS 
Mai. 19 11 2,13 NS 
Jun. 14 8 1,64 NS 
Jul. 15 17 0,13 NS 
Ago. 13 16 0,31 NS 
Set. 8 11 0,47 NS 
Out. 15 10 1,00 NS 
Nov. 21 19 0,10 NS 
Dez. 14 12 0,15 NS 
TOTAL 167 167 10,31 NS 
NS: diferença estatística não significativa (p ≥ 0,05). 
A largura do cefalotórax das fêmeas variou de 4,34 a 8,56 cm, com uma moda no intervalo 
entre 5,0 e 7,0 cm. Os machos apresentaram uma maior amplitude, entre 2,84 e 9,22 cm, exibindo, 
porém, uma moda menos ampla que as fêmeas, entre 5,0 e 6,5 cm (Tab. 2). Apesar das três 
primeiras e as três últimas classes de tamanho terem sido exclusivamente representadas por machos, 
não houve diferença estatística (p ≥ 0,05) na proporção entre os sexos por classe de tamanho, para 
nenhuma das classes em que ambos os sexos ocorreram (Tab. 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Proporção entre machos e fêmeas de C. guanhumi para cada classe de 
largura do cefalotórax, no período entre Dez./06 e Nov./07. 
 
 
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
largura do cefalotórax (cm)
fêmeas machos
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 30 
 
Tabela 2. Freqüência de classes de largura do cefalotórax (LC) para fêmeas e machos de C. guanhumi 
capturados no estuário do Rio Jaguaribe, no período entre Dez./06 e Nov./07 e valores do teste de qui-
quadrado para por classe de tamanho (GL=1) e total (GL=13). 
 Fêmeas (n) Machos (n) χ2 
2,5├3,0 0 1 1,00 NS 
3,0├3,5 0 1 1,00 NS 
3,5├4,0 0 1 1,00 NS 
4,0├4,5 1 6 3,57 NS 
4,5├5,0 12 8 0,80 NS 
5,0├5,5 28 30 0,07 NS 
5,5├6,0 57 47 0,96 NS 
6,0├6,5 28 31 0,15 NS 
6,5├7,0 23 17 0,90 NS 
7,0├7,5 14 11 0,36 NS 
7,5├8,0 4 10 2,57 NS 
8,0├8,5 0 2 2,00 NS 
8,5├9,0 0 1 1,00 NS 
9,0├9,5 0 1 1,00 NS 
TOTAL 167 167 16,39 NS 
 NS: diferença estatística não significativa (p ≥ 0,05). 
Classes periféricas representadas por apenas um sexo podem indicar diferentes taxas ou 
tamanhos de recrutamento e de mortalidade. Machos de C. guanhumi com maior amplitude de 
tamanho em relação às fêmeas também foi encontrada por Rivera (2005), em Cuba (6,5 a 10,5 cm 
para machos e 4,2 a 7,9 cm para fêmeas); por Bozada e Chávez (1986), no México (2,7 a 10,5 cm 
para machos e 7,0 a 9,0 cm para fêmeas); e por Silva e Oshiro (2002), no Brasil (2,7 a 8,5 cm para 
machos e 3,1 a 8,3 para fêmeas). Esses resultados parecem indicar que esta é uma característica 
intrínseca das populações de C. guanhumi, independentemente da localidade. 
REFERÊNCIAS 
BOZADA, L e CHÁVEZ, Z. La fauna acuatica de la laguna del ostion. Centro de Ecodesarrollo. 
México. 1986. 
BURGGREN W.W.; MCMAHON B.R. Biology of the land crabs. Cambridge University Press. 
United States of America. 479p, 1988. 
MELO, G. A. S. Família Gecarcinidea. In: Manual de identificação dos brachyura (caranguejos e 
siris) do litoral brasileiro. São Paulo, Ed. Plêiade. P-480 a 481. 1996. 
RIVERA, J. J. El cangrejo terrestre C. guanhumi ¿Un recurso pesquero?. Ecofronteiras. No25. 2005. 
SILVA, R. da & OSHIRO, L. M. Y. Aspectos reprodutivos do caranguejo Guaiamum, Cardisoma 
guanhumi Latreille, 1828 (Crustacea, Decapoda, Brachyura) da Baía de Sepetiba, RJ. Revista 
Brasileira de Zoologia, Curitiba/PR. 2002. � 
 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 31 
INFLUÊNCIA DO CICLO HIDROLÓGICO DO RESERVATÓRIO DE SOBRADINHO SOBRE 
A CARGA DE FÓSFORO TOTAL 
 
INFLUENCE OF THE HYDROLOGICAL CYCLE OF THE SOBRADINHO RESERVOIR ON THE LOAD OF 
TOTAL PHOSPHORUS 
 
Bruno Dourado Fernandes da COSTA1*, Maurício Nogueira da Cruz PESSÔA2, Antony 
Evangelista de LIMA2, Márcia Darcilene Correia do PRADO2, Teresa Cristina Paiva SANTOS2, 
Michelle Miranda Biondi ANTONELLO1, Aureliano de Vilela CALADO NETO1, Anderson 
ANTONELLO1 e William SEVERI2 
1 Fundação de Desenvolvimento Educacional Apolônio Sales 
2 Universidade Federal Rural de Pernambuco 
*E-mail: bdfc@click21.com.br 
Resumo - O monitoramento continuado dos parâmetros físicos, químicos e biológicos da água de 
reservatórios serve como ferramenta de avaliação do seu estado trófico. Dentre os 
diversos parâmetros monitorados, o fósforo total pode ser considerado o nutriente mais 
importante, já que o mesmo é o principal nutriente responsável pela eutrofização de 
ambientes lacustres. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência do ciclo 
hidrológico do reservatório de Sobradinho, localizado no Médio São Francisco, entre os 
municípios de Barra/BA e Sobradinho/BA, sobre as concentrações de fósforo total nos 
diferentes ambientes no trecho estudado. Análises trimestrais entre janeiro de 2007 e 
janeiro de 2008, permitiram avaliar a influência do ciclo hidrológico sobre as 
concentrações do fósforo total em três estações, localizadas em ambientes distintos na 
área de estudo (lótico, transição rio-reservatório, lêntico). Pode se observar que as 
concentrações de fósforo total diminuíram com o aumento de volume do reservatório, 
com níveis mais elevados no início do período de enchimento, e menores após atingir a 
cota máxima. Foi demonstrado no presente trabalho que a água de afluência ao 
reservatório de Sobradinho é responsável pela elevação da concentração dos níveis de 
fósforo total e que, após o enchimento do reservatório, existe uma estabilização natural 
do ambiente, favorecendo a diminuição das concentrações do fósforo total. 
Palavras-chaves: fósforo, reservatório, monitoramento. 
Abstract - The continuous monitoring of the physical, chemical and biological parameters of water 
in reservoirs serves as a tool to evaluate its trophic state. Among the various parameters 
monitored, total phosphorus can be considered as the most important nutrient, since it is 
the main nutrient responsible for the eutrophicationof lake environments. The objective 
of this study was to evaluate the influence of the hydrological cycle of the Sobradinho 
reservoir, located in the Medium São Francisco, between the towns of Barra/BA and 
Sobradinho/BA, on total phosphorus concentration in different environments of the 
stretch studied. Quarterly analyses between January 2007 and January 2008, have 
assessed the influence of the hydrological cycle on total phosphorus concentration in 
three stations located within the different environments of the study area (lotic, 
transition river-reservoir, lenthic). It may be noted that total phosphorus concentrations 
decreased with an increase in the reservoir’s volume, presenting higher levels at the 
beginning of the period of filling and lower ones after reaching its maximum level. It 
was determined in this work that inflowing water to the Sobradinho reservoir is 
responsible for raising the levels of total phosphorus concentrations and that after its 
fulfilling, there is a stabilization of the natural environment which favors the reduction 
of total phosphorus concentrations. 
key-words: phosphorus, reservoirs, monitoring. 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 32 
INTRODUÇÃO 
 Os reservatórios têm um importante papel econômico, ecológico e social, produzindo muitas 
mudanças em bacias e rios. Um reservatório causa uma série de impactos significantes na bacia 
onde é construído. O entendimento dos impactos causados por grandes ou pequenas represas, requer 
o conhecimento prévio das condições originais dos sistemas terrestre e aquático, da diversidade e 
mecanismo de funcionamento da flora e fauna, da hidrogeoquímica e flutuações sazonais 
(TUNDISI, 1987). 
 De acordo com Tundisi e Straškraba (1999), as características mais importantes de um 
reservatório relacionam-se com a sua morfometria, tempo de retenção, padrões térmicos de 
estratificação e circulação, flutuações no nível de água, tipo e tamanho da área. 
O fósforo é reconhecidamente um dos elementos limitantes da produtividade primária de 
lagos e reservatórios (WETZEL, 1983; ESTEVES, 1998). A eutrofização de ambientes lênticos 
(reservatórios) está diretamente relacionada ao aporte de fósforo, resultante de contribuição 
alóctone, como escoamento superficial de áreas agrícolas ou florestadas, esgoto municipal e 
efluentes industriais (ESTEVES, 1998). 
O monitoramento sazonal do aporte de fósforo em um reservatório gera informações que, se 
bem utilizadas, podem servir como indicadoras das atividades poluidoras a montante e no entorno 
do reservatório, possibilitando a avaliação anual das medidas mitigadoras executadas, como por 
exemplo, o tratamento de esgoto de uma cidade a montante do reservatório, o reflorestamento da 
mata auxiliar ao longo do rio, ou a diminuição na utilização de fertilizantes agrícolas fosfatados em 
torno do reservatório. Fazendo uma relação anual entre as concentrações do fósforo e o volume 
afluente anual, pode-se determinar se as medidas de controle ambiental surtiram efeito. 
O presente trabalho teve como finalidade caracterizar a dinâmica do aporte do fósforo total 
do reservatório de Sobradinho em função da variação da sua cota. 
MATERIAL E MÉTODOS 
A área de estudo foi o reservatório de Sobradinho (Figura 1), localizado no trecho do rio São 
Francisco, compreendido entre os municípios de Barra/BA e Sobradinho/BA, tendo 
aproximadamente 320 km de extensão, uma superfície de espelho d’água de 4.214 km2 e uma 
capacidade de armazenamento de 34,1 bilhões de metros cúbicos em sua cota nominal de 393,50 m. A 
manutenção de uma vazão regularizada de 2.060 m3.s-1 nos períodos de estiagem, permite a operação de 
todas as usinas da CHESF situadas à jusante da barragem de Sobradinho no submédio São Francisco. 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 33 
Foram distribuídas três estações de amostragem a 
montante da Usina Hidrelétrica de Sobradinho, 
contemplando os trechos: lótico, transição e lêntico. 
As estações foram denominadas SF1, SF2 e SF3, e 
possuem, respectivamente, as seguintes coordenadas: 
10º 44` 36``S e 042º 43` 02``W; 09º 40` 01``S e 042º 
01` 14``W; 09º 25` 59``S e 040º 50` 06``W. A 
periodicidade das coletas foi trimestral, entre 
janeiro/2007 e janeiro/2008. As análises de fósforo 
total foram realizadas no Laboratório de Limnologia 
da Universidade Federal Rural de Pernambuco, utilizando o método proposto por Strickland & 
Parsons (1960). Os dados de cota do reservatório foram fornecidos pela Divisão de Gestão de 
Recursos Hídricos - DORH (CHESF). 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 Durante o período de estudo, a cota do reservatório teve seu maior nível em abril de 2007 e 
o menor volume em dezembro de 2007. Visto que a época de chuva na região e de aporte de água 
ao reservatório ocorre entre os meses de dezembro e março de cada ano, é estabelecido um período 
cíclico de enchente e seca. Esse período acarreta uma relação inversa entre o volume e a 
concentração de fósforo total nas estações do reservatório de Sobrinho (Figura 2). No período de 
enchente, a carga de nutrientes carreada pelo rio elevou os níveis de fósforo, em especial em janeiro 
de 2008, quando o reservatório apresentou a menor cota. A elevação dos teores de fósforo e 
inversão da quantidade entre os trechos é possivelmente ocasionada pelo material carreado para 
próximo da barragem, devido a cota neste momento ter sido de aproximadamente 20% da cota 
máxima. 
A estação lótica apresentou concentrações superiores a 100 µg.L-1 P, valor acima do limite 
de 50 µg.L-1 P, estabelecido pela resolução CONAMA 357/05 para trechos de rio, apenas nas 
campanhas de janeiro. Já a estação de transição não apresentou valores de fósforo total acima deste 
limite, exceto em abril e julho de 2007, quando o reservatório apresentou as maiores cotas durante 
todo o período de estudo. Também nos meses de abril e julho, a estação lêntica apresentou 
concentrações de fósforo total inferior a 30 µg.L-1 P, limite estabelecido na resolução do CONAMA 
357/05 para esse tipo de ambiente. O aporte de fósforo total no trecho estudado está relacionado 
com o escoamento superficial das águas de chuvas na região. Segundo Haygarth & Sharpley (2000), 
o fósforo é removido do solo principalmente por erosão, dependendo da quantidade de material 
sólido no escoamento superficial, da intensidade e quantidade de chuva. 
Figura 1. Mapa contemplando as diferentes 
áreas do reservatório de Sobradinho 
(Modificado de PETRERE, 1996). 
Rev. Bras. Eng. Pesca 3[esp], Coletânea de Trabalhos da I SENEP 
 
 34 
No período de abril a julho, os níveis de nutrientes estão dentro dos valores de referência da 
legislação vigente, evidenciando a diluição da carga de fósforo e caracterizando as estações quanto 
aos trechos de rio pela quantidade do nutriente. Já em outubro, em conseqüência da redução do 
volume, houve uma elevação da concentração deste nutriente. A análise dos componentes principais 
(Figura 3) demonstra a relação entre a cota e as concentrações de fósforo total nas estações, 
evidenciando que as estações localizadas no trecho lêntico e de transição são influenciadas 
diretamente pelo aumento de volume e uma maior capacidade de diluição do nutriente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, Resolução 357/05. 
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459. Acesso em: 03/08/2008. 
ESTEVES, F. A., 1998. Fundamentos da Limnologia. Rio de Janeiro: Interciência, 602p. 
HAYGARTH, P.M. & SHARPLEY, A.N. 2000. Terminology for phosphorus transfer. J. Environ. 
Qual., 29:10-15. 
STRICKLAND, J.D.H. & PARSONS, T.R. 1965. A manual of sea water analysis. Ottawa, Fish. 
Res. Borad Canada, 202p. 
TUNDISI, JOSÉ GALIZIA, 1987. Ecologia, limnologia e aspectos socioeconômicos da construção 
de hidrelétricas nos trópicos. In: Encontro de Tropicologia,4, Recife. Anais: Universidade de 
Brasília; CNPq. 1990. p. 47-85. http://www.tropicologia.org.br/conferencia/1987ecologia_ 
limnologia.html. Acesso em: 28/05/2004. 
TUNDISI, J. G. E STRAŠKRABA, M., 1999. Theoretical Reservoir Ecology and its Applications. 
São Carlos. 592p. 
WETZEL, R.G. 1983. Limnology. Philadelphia, Saunders College Pub.� 
O
ut
/0
6
N
ov
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6
D
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ot
a 
(m
)
 SF 1 SF 2 SF 3 ___ Cota (m)
Figura 2. Resultados do fósforo total nos meses amostrados e 
a cota do reservatório para o periodo do estudo. As linhas 
pontilhada indicam os valores de referência do CONAMA 
357/05 para os trecho lótico, transição e lêntico, com 
respectivamente 100, 50 e 30 µg.L-1 P. 
*Cota (m)
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
Eixo 1 : 84,80%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
E
ix
o
 2
 :
 1
3,
46
%
SF 1
SF 2
SF 3
Figura 3. Análise de componentes 
principais/ACP, entre as estações e 
cotas para todo o período analisado. 
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ABUNDÂNCIA DA ICTIOFAUNA CAPTURADA COM REDE DE ARRASTO NA PRAIA DO 
PESQUEIRO, ILHA DE MARAJÓ (PARÁ, BRASIL) 
 
ABUNDANCE OF THE ICHTHYOFAUNA CAPTURED WITH NET TOWING ON THE PESQUEIRO BEACH, 
ISLAND OF MARAJO (PARÁ, BRAZIL) 
 
Jean Michel CORRÊA1*; Eurivaldo Santos da COSTA1; Francisco Carlos Alberto Fonteles 
HOLANDA2 
 
1 Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará 
2 Instituto de Estudos Costeiros, Universidade Federal do Pará 
 
*Email: jeanoceano@yahoo.com.br 
 
Resumo - A ilha de Marajó é tida como uma região que propicia pescarias em águas continentais e 
marinhas, devido à elevada diversidade da ictiofauna proveniente desses dois sistemas. 
Foram realizados quatro arrastos experimentais na praia do Pesqueiro. Foi coletado um total 
de 10 peixes, distribuídos em quatro espécies e três famílias. A espécie mais abundante em 
todos os arrastos foi Mugil curema, com sete indivíduos. A espécie Strongylura timucu 
apresentou os maiores valores de comprimento total e zoológico, enquanto Plagioscion 
squamosissimus apresentou o maior valor de altura. 
Palavras-chave: peixes, Mugil curema, comprimento total. 
 
Abstract - The island of Marajó is regarded as a region that provides fisheries on continental and 
marine waters because of its high diversity of the ichthyofauna from these two systems. 
Four experimental fisheries were carried out on the Pesqueiro beach. It were collected a 
total of ten fishes, distributed in four species and three families. The most abundant 
species was Mugil curema, with seven individuals. The species Strongylura timucu 
presented the higher values of total and zoological length, while Plagioscion 
squamosissimus presented the higher values of height. 
Key-words: fishes, Mugil curema, total length. 
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 36 
INTRODUÇÃO 
O arquipélago do Marajó possui localização estratégica e privilegiada, sendo o maior 
arquipélago flúvio-marinho do mundo. Em sua porção noroeste, recebe águas doces, barrentas e 
cheias de nutrientes do rio Amazonas; ao norte, as águas marinhas do Oceano Atlântico; a nordeste, 
as águas doces e barrentas da Baía do Marajó; ao sul, as águas doces e barrentas do Rio Pará, 
propiciando pescarias em áreas continentais e marinhas, com elevada diversidade de peixes 
provenientes destes dois sistemas (CASA CIVIL, 2007). 
Muitos peixes compõem a grande riqueza do arquipélago, sendo os mais conhecidos o 
tucunaré (Cichla ocellaris), o pirarucu (Arapaima gigas), as piranhas (Serrasalmus sp.), o candiru 
(Vandellia cirrhosa), entre outros (CASA CIVIL, op. cit.). 
MATERIAL E MÉTODOS 
Foram efetuados quatro arrastos experimentais na Praia do Pesqueiro, localizada a 8 km do 
município de Soure. Em cada arrasto foi utilizado como apetrecho de pesca uma rede de arrasto 
com as seguintes especificações: comprimento de 48,12 m; altura de 2,37 m; malha de 25 mm; 
distância entre nós opostos de 50 mm; distância entre bóias de 94 cm e distância entre chumbadas 
de 94 cm. Os arrastos foram efetuados na maré vazante, sendo o último realizado na maré enchente. 
Depois, os peixes foram transportados até a margem para serem realizadas as análises biométricas. 
Na biometria foram obtidas medidas de comprimento total (CT), comprimento furcal ou zoológico 
(CF) e altura (ALT). O instrumento utilizado para a tomada dessas medidas foi uma trena. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
O número total de indivíduos capturados nos arrastos foi de dez. Ao todo foram 
identificadas quatro espécies pertencentes a três famílias: Mugilidae, Belonidae e Sciaenidae. Esses 
resultados corroboram com estudo realizado por Barthem (1985) que definiu para a Baía do Marajó, 
as seguintes famílias como sendo as mais diversificadas: Ariidae, Sciaenidae e Pimelodidae, 
possuindo nove, sete e cinco espécies respectivamente. 
A espécie Mugil curema foi a mais abundante, com sete indivíduos. As espécies Cynoscion 
acoupa, Plagioscion squamosissimus e Strongylura timucu contribuíram com um indivíduo cada. 
Para o comprimento total, o maior indivíduo foi um exemplar de Strongylura timucu com 56,2 
cm e o menor foi um exemplar de Mugil curema com 25,0 cm. Em termos de comprimento furcal, o 
maior indivíduo capturado foi um exemplar de S. timucu com 56,0 cm e o menor foi um exemplar de 
M. curema com 24,0 cm. Com relação à altura, a maior espécime foi um exemplar de Plagioscion 
squamosissimus com 10,0 cm e o menor foi um exemplar de S. timucu com 5,0 cm (Tabela 1). 
 
 
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 37 
Tabela 1. Nome científico das espécies, nome vulgar, número de indivíduos (N) e amplitude do 
comprimento total (CT), comprimento furcal (CF) e altura (ALT). 
Nome Científico Nome Vulgar N CT (cm) CF (cm) ALT (cm) 
Mugil curema Pratiqueira 7 25,0 – 29,0 24,0 – 28,0 5,3 – 7,0 
Cynoscion acoupa Pescada amarela 1 31,1 - 7,1 
Plagioscion squamosissimus Pescada branca 1 38,0 - 10,0 
Strongylura timucu Peixe-agulha 1 56,2 56,0 5,0 
Total - 10 25,0 – 56,2 24,0 – 56,0 5 – 10,0 
 
REFERÊNCIAS 
BARTHEM, R. B. Ocorrência, distribuição e biologia dos peixes da Baía de Marajó, Estuário 
Amazônico. Bol. Mus. Par. Emílio Goeldi, série zoologia. v. 2, n.1, p. 49-69. 1985. 
CASA CIVIL. Plano de desenvolvimento territorial sustentável do arquipélago do Marajó. Out. 
2007. Disponível em: http://www.integracao.gov.br/download/ download.asp?endereco=/pdf/ 
desenvolvimentoregional/plano_marajo.pdf&nome_arquivo=plano_marajo.pdf. Acesso em 04 ago. 
2008. � 
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ZOOPLÂNCTON DE BARRA DE JANGADA, PERNAMBUCO, BRASIL 
ZOOPLANKTON FROM BARRA DE JANGADA, PERNAMBUCO, BRAZIL 
Valdylene Tavares PESSOA1; Pedro Augusto Mendes de Castro MELO1; Fernando Figueiredo 
PORTO NETO2; Sigrid NEUMANN-LEITÃO1*; Fábio Hissa Vieira HAZIN3 
 
1 Departamento de Oceanografia, Universidade Federal de Pernambuco 
 2 Departamento de Zootecnia, Universidade Federal Rural de Pernambuco 
 3 Departamento de Pesca, Universidade Federal Rural de Pernambuco 
 
*E-mail: sigrid@terra.com.br 
 
Resumo - Estudos foram desenvolvidos visando conhecer a composição do zooplâncton e seu papel 
como indicador da qualidade ambiental no sistema estuarino de Barra de Jangada. As 
amostras foram coletadas com redes com 300 µm de abertura de malha, em arrastos 
horizontais sub-superficiais. Foram identificados 29 taxa, destacando-se Copepoda com 
as espécies Pseudodiaptomus acutus e P. marshi, as quais são indicadoras de sistemas 
eutrofizados, evidenciando forte poluição orgânica neste ecossistema. 
Palavras-chaves: Poluição, Zooplâncton, Barra de Jangada (Jaboatão

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