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E-book Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19

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MÓDULO
FUNDAMENTOS E TECNOLOGIAS PARA
O ENFRENTAMENTO DA COVID-19 E
DE OUTRAS DOENÇAS VIRAIS
Organizadoras:
Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
Sílvia Helena Mendonça de Moraes
Programa Educacional em Vigilância e Cuidado em Saúde
no Enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais
Aline Priscila Batista • Aline Siqueira Fogal • Cesar Augusto Orazem Favoreto • Ísis Eloah Machado
James Venturini • Larissa Fernanda Fonseca Guedes • Luciane Bresciani Salaroli
Renata Cristina Rezende Macedo do Nascimento • Olívia Maria de Paula Alves Bezerra
MÓDULO
FUNDAMENTOS E TECNOLOGIAS PARA O ENFRENTAMENTO
DA COVID-19 E DE OUTRAS DOENÇAS VIRAIS
Unidade 1
Sociedade e Trabalho Contemporâneo
em Tempos de Epidemia/Pandemia 
Unidade 2
Políticas Públicas no Enfrentamento
das Doenças Virais
Unidade 3: Tecnologias de Trabalho
na Perspectiva da Vigilância em Saúde
3.1 Territorialização em Saúde
3.2 Geoprocessamento em Saúde
3.3 Informação em Saúde
3.4 Educação em Saúde
Unidade 4
Conceitos Básicos de Virologia e Imunologia
Programa Educacional em Vigilância e Cuidado em Saúde
no Enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Í
Índice para catálogo sistemático: 
Saúde Pública 614 
 
Ficha Catalográfica elaborada por Jaqueline Ferreira de Souza CRB 1/3225 
 
F981p Fundação Oswaldo Cruz. 
Plano de contingência: dimensões para operacionalização / 
Fundação Oswaldo Cruz, Fiocruz Mato Grosso do Sul; organizadoras, Débora Dupas Gonçalves do 
Nascimento, Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira, Sílvia Helena Mendonça de Moraes – – 
Campo Grande: Fundação Oswaldo Cruz, 2021. 
Recurso digital: 126 f. il. – (Programa Educacional em Vigilância e Cuidado em Saúde no 
Enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais, mod. IV) 
 
Formato: PDF 
Inclui bibliografia 
ISBN: 978-85-66909-34-0 
 
1. Planejamento em Saúde. 2. Emergências. 3. Capacidade de Resposta ante Emergências. 4. 
Saúde Pública. 5. Pandemias. I. Fundação Oswaldo Cruz. Fiocruz Mato Grosso do Sul II. 
Nascimento, Débora Dupas Gonçalves do III. Oliveira, Sandra Maria do Valle Leone de. IV. 
Moraes, Sílvia Helena Mendonça de. V. Título. VI Série. 
 
CDD: 614 
 CDU: 614.4 
 
FICHA TÉCNICA
Ministério da Saúde
Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes 
Ministro
Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS
Arnaldo Correia de Medeiros
Secretário
Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e 
Vigilância das Emergências em Saúde Pública
Daniela Buosi Rohlfs
Diretora 
Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz
Nísia Trindade Lima
Presidente
Fundação Oswaldo Cruz Mato Grosso do Sul – Fiocruz MS
Jislaine de Fátima Guilhermino
Coordenadora
Coordenação de Educação da Fiocruz MS
Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
Vice- coordenadora de Educação
Secretaria-Executiva da Universidade Aberta do SUS – 
UNA-SUS
Maria Fabiana Damásio Passos
Secretária-executiva
© 2021. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em 
Saúde. Fundação Oswaldo Cruz Mato Grosso do Sul.
Alguns direitos reservados. É permitida a reprodução, 
disseminação e utilização dessa obra, em parte ou em sua 
totalidade, nos Termos de uso do ARES. Deve ser citada a 
fonte e é vedada sua utilização comercial. 
Fundação Oswaldo Cruz Mato Grosso do Sul (Fiocruz MS)
Rua Gabriel Abrão, 92 – Jardim das Nações, Campo Grande/MS
CEP 79081-746
Telefone: (67) 3346-7220
E-mail: educacao.ms@fiocruz.br
Site: www.matogrossodosul.fiocruz.br
CRÉDITOS
Coordenação Geral 
Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
Sílvia Helena Mendonça de Moraes
Coordenador Acadêmico
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Coordenadora Pedagógica 
Adélia Delfina da Motta Silva
Autores 
Alberto Mesaque Martins
Aline Priscila Batista
Aline Siqueira Fogal 
Celina Maria Modena
Cesar Augusto Orazem Favoreto
Isis Eloah Machado
James Venturini
Larissa Fernanda Fonseca Guedes
Luciane Bresciani Salaroli
Olivia Maria de Paula Alves Bezerra
Renata Cristina Rezende Macedo do Nascimento
Consultora 
Janaína Sallas
Avaliadores Técnico-científicos 
Janaína Sallas
Jonas Lotufo Brant de Carvalho
Conteudista (questões de avaliação) 
James Venturini
Apoio técnico-administrativo 
Isabela Pereira da Cunha
Coordenador de Produção 
Marcos Paulo de Souza
Designers Instrucionais
Felipe Vieira Pacheco
Margeci Leal de Freitas
Designers Gráficos 
Hélder Rafael Regina Nunes Dias
Humberto Nadeu Bijos
Renato Silva Garcia
Coordenadoras de Desenvolvimento
Janaína Rolan Loureiro
Regina Beretta Mazaro
Desenvolvedores
Julio César Coimbra de Oliveira
Larissa Mendes Ribeiro
Leandro Koiti Oguro
Marcos Felipe Reis Barroso 
Paulo Henrique Wosniak Franco Ferreira
Rebeca Beatriz Lopes Cruz
Thiago Fernandes de Oliveira
Editor de Audiovisual
Luciana Ferreira Nantes
Ilustrador da capa
Everton Ferreira Lemos
Revisor 
Davi Bagnatori Tavares
Assessoria de Comunicação
Bruna Karla Bezerra da Cruz
Thayssa Maluff de Mello
Apoio acadêmico 
Claudia Stutz Zubieta
Gisela Maria Azambuja de Oliveira
Ficha técnica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Apresentação do módulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Unidade 1: Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Apresentação da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Objetivos de aprendizagem da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2 Conceitos de saúde: reflexões sobre a determinação social e biológica da saúde-doença . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.3 Contextualização da sociedade brasileira no período pré-pandemia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.4 A pandemia de COVID-19: histórico, contexto global e brasileiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.5 O mundo do trabalho na pandemia de COVID-19: novas configurações do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.6 As condições de saúde da população brasileira no pós-pandemia: COVID-19 crônica ou COVID-19 longa, e sequelas da 
doença como desafios ao SUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.7 Reconhecimento da importância do SUS pela população brasileira: desafios e perspectivas das políticas públicas e do 
SUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Encerramento da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Minicurrículo das autoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
SUMÁRIO
MÓDULO FUNDAMENTOS E TECNOLOGIAS PARA O ENFRENTAMENTO DA COVID-19 E DE OUTRAS DOENÇAS VIRAIS
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SUMÁRIO
Unidade 2: Políticas públicas no enfrentamento das doenças virais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Apresentação da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Objetivos de aprendizagem da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.2 Momentos-chave na formação das políticas de saúde pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.3 Trabalho em saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.4 Política Nacional de Vigilância em Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.5 Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.6 Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: marco regulatório, aspectos conceituais e desafios para sua 
implementação e atualização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.7 Programa Nacional de Imunizações: marco regulatório, aspectos conceituais, trajetória até o reconhecimento 
internacional e pontos importantes para seu fortalecimento no SUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.8 Políticas públicas da assistência social no enfrentamento de epidemias/pandemias: histórico, diretrizes e atuação no 
contexto de doenças infecciosas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Encerramento da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Minicurrículo da autora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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MÓDULO FUNDAMENTOS E TECNOLOGIAS PARA O ENFRENTAMENTO DA COVID-19 E DE OUTRAS DOENÇAS VIRAIS
SUMÁRIO
Unidade 3: Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1 TERRITORIALIZAÇÃO EM SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Apresentação da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Objetivos de aprendizagem da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1.1 Introdução ao conceito de territorialização em saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1.1.1 Os indicadores epidemiológicos e as desigualdades sociais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1.1.2 Conceito Ampliado de Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1.1.3 Os Determinantes Sociais da Saúde (DSS) e sua importância na vigilância em saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1.1.4 Compreensão e ação territorializada em saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1.1.5 Diagnóstico do território . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1.2 A vigilância em saúde com base nos territórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1.2.1 A pandemia de COVID-19 e a potencialidade das intervenções comunitárias na prevenção de agravos e 
promoção à saúde em territórios adscritos às Unidades Básicas de Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Encerramento da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Minicurrículo do autor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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MÓDULO FUNDAMENTOS E TECNOLOGIAS PARA O ENFRENTAMENTO DA COVID-19 E DE OUTRAS DOENÇAS VIRAIS
3.2 GEOPROCESSAMENTO EM SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Apresentação da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Objetivos de aprendizagem da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.2 Geoprocessamento em saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.2.1 Introdução à unidade: a relação entre espaço geográfico e saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.2.2 Análises espaciais em saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .
3.2.3 Sistema de Informação Geográfica (SIG) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.2.4 Fontes nacionais de dados sobre saúde e ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.2.5 Espaço geográfico e seu significado político . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.2.6 Geocodificação e linguagem cartográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Encerramento da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Minicurrículo do autor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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MÓDULO FUNDAMENTOS E TECNOLOGIAS PARA O ENFRENTAMENTO DA COVID-19 E DE OUTRAS DOENÇAS VIRAIS
SUMÁRIO
SUMÁRIO
MÓDULO FUNDAMENTOS E TECNOLOGIAS PARA O ENFRENTAMENTO DA COVID-19 E DE OUTRAS DOENÇAS VIRAIS
3.3 INFORMAÇÃO EM SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Apresentação da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Objetivos de aprendizagem da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.3.1 Introdução: vamos falar de informação em saúde? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.3.2 Informação em saúde: conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.3.3 Indicadores de saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.3.4 Análise de Situação de Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.3.5 Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Encerramento da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Minicurrículo das autoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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SUMÁRIO
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3.4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Apresentação da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Objetivos de aprendizagem da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.4.2 Educação em Saúde no Brasil: aspectos históricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.4.3 COVID-19 e suas implicações psicossociais no cotidiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.4.4 Educação em Saúde: modelo tradicional x modelo dialógico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.4.5 Afinal, por onde começar? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Encerramento da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Minicurrículo dos autores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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SUMÁRIO
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Unidade 4: Conceitos Básicos de Virologia e Imunologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Apresentação da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Objetivos de aprendizagem da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4.2 Conceitos básicos em imunologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4.3 Conceitos básicos em virologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Encerramento da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . .
Minicurrículo do autor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Encerramento do módulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Para promover a qualificação dos trabalhadores da saúde em vigilância e cuidado em saúde para o enfrentamento da COVID-19 e 
de outras epidemias de doenças transmissíveis por vírus no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), neste Módulo do Programa 
Educacional em Vigilância e Cuidado em Saúde no Enfrentamento da COVID-19 e de outras Doenças Virais, intitulado Fundamentos e 
Tecnologias para o Enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais, estudaremos as seguintes unidades: “1 Sociedade e Trabalho 
Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia”, “2 Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais”, “3 Tecnologias de 
Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde: 3.1 Territorialização em Saúde; 3.2 Geoprocessamento em Saúde; 3.3 Informação em 
Saúde; e 3.4 Educação em Saúde” e “4 Conceitos Básicos de Virologia e Imunologia”.
Nesse processo educativo, com os conteúdos programáticos propostos, esperamos que você, trabalhador estudante, possa 
compreender a sociedade contemporânea de forma articulada com os pressupostos da saúde coletiva, considerando as políticas 
públicas que incidem sobre o SUS e as tecnologias e ferramentas do campo da Vigilância em Saúde, visando a uma melhor efetividade 
das ações de enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais.
Nosso foco aqui é abordar as principais estratégias e políticas públicas que envolvem a organização do SUS em toda a sua complexidade 
e potencialidade, para que possamos entender qual é a nossa real capacidade de enfrentamento de epidemias ou pandemias, do 
ponto de vista da integralidade, da equidade, da seguridade e da justiça social.
Bons estudos!
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO
Programa Educacional em Vigilância e Cuidado em Saúde
no Enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais
Unidade 1
Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia
Olívia Maria de Paula Alves Bezerra
Luciane Bresciani Salaroli
Olá, trabalhador estudante. Seja bem-vindo à Unidade 1! Nesta unidade, você conhecerá diferentes conceitos de saúde, assim como o 
processo saúde-doença e sua determinação social e biológica, além do contexto social e econômico global e do país antes e durante 
a pandemia. Também fará parte do processo de ensino-aprendizagem um histórico da pandemia de COVID-19 no contexto global e 
no Brasil, baseado em dados epidemiológicos referentes à situação de casos, óbitos e da cobertura vacinal.
Queremos proporcionar a você a possibilidade de identificar as novas configurações do trabalho durante a pandemia e seus 
desdobramentos atuais e futuros no emprego, na saúde e na segurança da classe trabalhadora, além de refletir sobre o impacto da 
pandemia de COVID-19 nos indicadores de saúde da população brasileira durante e no pós-pandemia, com destaque aos acometidos 
por doenças, e sobre os impactos nos serviços de saúde, em especial na Atenção Primária à Saúde (APS).
Por isso, convidamos você para uma profunda reflexão sobre o reconhecimento da importância do SUS pela população brasileira, 
além dos desafios e perspectivas das políticas públicas e do SUS.
Desejamos a você um excelente aproveitamento desta unidade!
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA UNIDADE
1. Compreender diferentes conceitos de Saúde, processo saúde-doença e sua determinação social e biológica;
2. Compreender o contexto social e econômico global e do país antes e durante a pandemia;
3. Descrever o histórico da pandemia de COVID-19 no contexto global e no Brasil;
4. Identificar as novas configurações do trabalho durante a pandemia e seus desdobramentos atuais e futuros no emprego, 
na saúde e na segurança da classe trabalhadora;
5. Refletir sobre o impacto da pandemia de COVID-19 e de outras epidemias nos indicadores de saúde da população 
brasileira durante e no pós-pandemia, com destaque aos acometidos por doenças, e sobre os impactos nos serviços de 
saúde, em especial na Atenção Primária à Saúde.
Carga horária de estudos: 15 horas
1.1 INTRODUÇÃO
O presente conteúdo-base foi cuidadosamente planejado e elaborado pelas autoras visando a oferecer 
a você, trabalhador estudante, um conjunto de informações atuais, fidedignas e baseadas em evidências 
científicas, na tentativa de contribuir para a compreensão das principais transformações ocorridas na 
sociedade e, especialmente, no mundo do trabalho durante a pandemia de COVID-19 em curso. 
Não se pretendeu, contudo, esgotar o assunto proposto para essa unidade, e isso nem seria possível, pois 
a história da pandemia ainda está sendo construída por todos nós, atores sociais envolvidos, verdadeiras 
testemunhas oculares deste momento sem precedentes na história recente da saúde pública mundial e 
brasileira. Este momento histórico que estamos vivendo, e sobre o qual muito ainda temos a aprender, 
certamente representará um divisor de águas na história da humanidade. 
Portanto, aqui apresentamos tão somente o “caminho das pedras” para que você, trabalhador estudante, 
possa explorar outros caminhos e se orientar em suas reflexões e ações, guiado pelas políticas públicas que 
serão implementadas em seu trabalho cotidiano. Cabe ao coletivo de trabalhadores da saúde se empenhar 
para ampliar cada vez mais o seu conhecimento sobre essa temática tão desafiadora. Vamos em frente!
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 17
SAIBA MAIS
Convidamos você para conhecer um pouco as ideias do médico 
Georges Canguilhem. Em seu clássico livro O Normal e o Patológico, 
publicado em 1943, ele considera a saúde e a doença de uma 
perspectiva mais ampla e crítica, contribuindo para a compreensão 
dos dois estados não como opostos um ao outro – a doença como 
uma derivação quantitativa de um estado de normalidade – mas 
como condições que podem adquirir diferentes significados de 
acordo com a realidade e a capacidade de adaptação de cada 
indivíduo. O saber médico, portanto, precisa estar associado ao 
conhecimento da realidade dos sujeitos, para além do conhecimento 
da doença propriamente dita, e o seu olhar deve se voltar também 
para o doente, e não apenas para a doença. Canguilhem considera 
que, antes da existência da doença, existe um doente (indivíduo) 
no qual é preciso que o médico foque a sua atenção. Na visão do 
autor, o “estar doente” (o patológico) não pressupõe uma situação 
de anormalidade, assim como o “estar com saúde” também não 
pressupõe uma condição de normalidade, pois tudo depende do 
indivíduo e da sua capacidade de se adaptar ao seu contexto de 
vida: o que é tido como “normal” para um pode não ser considerado 
“normal” para outro, e vice-versa. Conforme o autor, “o normal 
é viver num meio onde flutuações e novos acontecimentos são 
possíveis” (CANGUILHEM, 2009, p. 59).
Se você quiser se aprofundar nas ideias de Canguilhem, sugerimos 
a leitura do livro O Normal e o Patológico (CANGUILHEM, 2009).
1.2 CONCEITOS DE SAÚDE: REFLEXÕES SOBRE A DETERMINAÇÃO SOCIAL E BIOLÓGICA DA SAÚDE-DOENÇA
Você sabe ou já ouviu falar sobre o que é o processo saúde-doença? Se 
sim, já deve ter percebido que conceituar saúde e doença não é uma tarefa 
simples como pode parecer à primeira vista, pois envolve diversos aspectos 
relacionados ao contexto social local/regional, ao momento histórico e 
à subjetividade de quem o faz. Diversos autores vêm contribuindo com 
a construção desse debate ao longo da história, na tentativa de, cadavez mais, se aproximar de um conceito que seja capaz de expressar 
adequadamente toda a complexidade que o tema envolve. Portanto, é 
fundamental que você compreenda que é um conceito permanentemente 
em construção, sobre o qual precisamos refletir e para o qual devemos 
contribuir com as nossas experiências, tendo em vista a realidade em que 
estamos inseridos. Nesse sentido, faremos um recorte no tempo, trazendo 
a nossa reflexão para mais perto do momento histórico e para a realidade 
brasileira (ALMEIDA FILHO, 2000).
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 18
Falar em saúde no Brasil passa inevitavelmente pela VIII Conferência Nacional da 
Saúde, realizada em 1986, considerada um marco na história da saúde no Brasil. 
Das amplas discussões e reflexões coletivas realizadas naquela conferência, que 
contou com mais de 4000 participantes, emergiu um novo conceito de saúde, mais 
abrangente e de acordo com a nossa realidade, baseado na determinação social do 
processo saúde-doença. Na nova concepção, a saúde seria não apenas um “estado 
de completo bem-estar físico, mental e social” (e não a ausência de enfermidades), 
como havia preconizado a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1946, mas, 
sim, “a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio 
ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e 
acesso a serviços de saúde”. Esse conceito foi ratificado na Constituição Federal de 
1988 e, junto com outras importantes diretrizes elaboradas durante a VIII Conferência, 
constituiu a base para a criação do Sistema Único de Saúde, o SUS (BRASIL, 2019).
Um conceito que ganhou e vem ganhando maior destaque 
a partir do início da pandemia de COVID-19 é o de Saúde 
Única (One Health). Trata-se de um conceito elaborado em 
2008 que foi definido conjuntamente no âmbito da proposta 
One World, One Health (Um Mundo, uma Saúde) pela OMS, 
pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e 
Alimentação (FAO) e pela Organização Mundial de Saúde 
Animal (OIE) (WORLD ORGANISATION FOR ANIMAL HEALTH, 
2013; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2018; ARAÚJO; 
SILVA; LEAL, 2020).
Esse conceito, bastante utilizado na medicina veterinária, busca 
contribuir para o desvelamento da complexa causalidade de algumas 
doenças, em especial as zoonóticas, e, assim, promover a saúde coletiva 
(ONE HEALTH COMMISSION, 2019; ARAÚJO; SILVA; LEAL, 2020). Na 
concepção da Saúde Única, está implícita a indissociável relação entre 
saúde humana, saúde animal e ecossistemas e seus desdobramentos no 
campo da saúde coletiva. Parte-se da premissa de que seres humanos 
e animais afetam e são afetados pelos ecossistemas, ocasionando 
desequilíbrios que podem desencadear doenças de alcance epidêmico 
ou pandêmico (LIMONGI; OLIVEIRA, 2020).
A interação entre as três dimensões – humana, animal e ecossistêmica – 
constitui, nesse conceito, a base para a compreensão da história natural 
de algumas condições ou doenças, como a insegurança alimentar, 
as doenças alimentares e nutricionais, as zoonoses, as parasitoses 
(CIRNE; CABRERA, 2020), algumas doenças crônicas não transmissíveis, 
entre outras, e também a base da elaboração e promoção de políticas 
públicas de mitigação e controle delas (UNIVERSIDADE FEDERAL DE 
SANTA MARIA, 2021).
O conceito ampliado de saúde traz em si o potencial 
de orientar as políticas públicas em diferentes 
níveis e setores de governo (como educação, 
saúde, habitação, saneamento básico, segurança, 
alimentação, meio ambiente, entre outros), de 
modo que sua implementação promova melhores 
condições de saúde e melhor qualidade de vida 
para toda a população.
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 19
A pandemia de COVID-19 em curso, cujo agente etiológico, o vírus SARS-CoV-2, 
foi identificado pela primeira vez em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, na 
China, adequa-se ao escopo da Saúde Única, na medida em que, ao que parece, 
a doença teria origem no consumo humano de animais silvestres, gerando 
episódios de transbordamento zoonótico (agente etiológico de origem animal 
que passa a infectar humanos) (LIMONGI; OLIVEIRA, 2020).
No entanto, é importante que você considere que o conceito de Saúde Única, 
embora contribua positivamente com a tentativa de explicar o surgimento 
da pandemia, o faz do ponto de vista estritamente biológico/ecológico, não 
explicitando as necessárias reflexões críticas acerca da determinação social da 
saúde-doença. Por isso, queremos propor a você algumas reflexões para além 
das causas biológicas e ecológicas da doença, como: 
Por ultrapassar as fronteiras de distintos campos do conhecimento e 
atuar nas interfaces entre elas, é fundamental que você entenda que 
a abordagem da Saúde Única requer, necessariamente, uma visão 
multiprofissional e inter-transdisciplinar, que envolve saberes e 
profissionais de diferentes áreas do conhecimento, como a medicina 
veterinária, a zootecnia, a medicina, a enfermagem, a nutrição, 
a biologia, a engenharia ambiental, a engenharia agrícola, entre 
outras (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, 2021).
Por que a insegurança alimentar 
tem afetado de forma tão drástica 
esses mesmos grupos durante 
a pandemia, a ponto de eles 
dependerem de doações de 
alimentos feitas por redes locais 
de apoio e solidariedade?
Nesse sentido, somos desafiados a refletir: 
O que leva pessoas a consumir 
carnes de animais silvestres, como 
a do morcego, comercializada 
nos mercados de Wuhan, e 
do pangolim, considerado 
um possível hospedeiro 
intermediário do vírus SARS-
CoV-2 (o novo coronavírus)?
Por que no Brasil a doença tem 
se proliferado mais rápido e 
causado mais vítimas graves e 
fatais entre as populações mais 
vulneráveis do ponto de vista 
socioeconômico, especialmente 
entre os trabalhadores informais, 
os trabalhadores assalariados mal 
remunerados, os desempregados, 
os moradores de rua, a 
população negra, os indígenas 
e quilombolas, a população em 
privação de liberdade, os idosos 
albergados em instituições de 
longa permanência? 
Seria apenas a expressão da 
cultura alimentar local ou a 
consequência da falta de acesso 
a alternativas alimentares mais 
seguras e confiáveis?
O que está por trás do consumo 
de animais não convencionais 
vendidos ilegalmente para 
diferentes países do mundo? 
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 20
FIGURA 1 – USO DE MÁSCARA INADEQUADA DURANTE A PANDEMIA
Fonte: AP (2020).
Esses e outros questionamentos nos levam a compreender que, para além 
da causa biológica concreta da doença (a exposição ao vírus), também é 
preciso considerar que os grupos sociais mais vulneráveis não conseguem 
se proteger adequadamente por meio das medidas não farmacológicas 
consideradas eficazes – como o isolamento, o distanciamento social, a 
higienização frequente das mãos e dos ambientes e o uso de máscaras 
de boa qualidade (Figura 1) – da mesma forma que os grupos mais 
privilegiados conseguem, e os grupos em maior vulnerabilidade social 
também encontram maior dificuldade de acesso ao sistema de saúde para 
o tratamento adequado da COVID-19, pois não têm a possibilidade de 
recorrer ao sistema privado de saúde, sendo a única opção os leitos para 
tratamento no SUS, em colapso por longos meses no país.
Assim, percebe-se que o vírus SARS-CoV-2 (determinante biológico) 
encontra melhores condições para se disseminar e causar vítimas graves e 
fatais entre pessoas mais pobres e vulneráveis, com a saúde já comprometida 
antes de se infectar, que vivem nas ruas ou em habitações precárias, sem 
condições adequadas de higiene e saneamento básico, aglomeradas em 
pequenosespaços domiciliares, em situação de insegurança alimentar e 
nutricional, sem acesso a informações seguras, dependentes do transporte 
público para se deslocar, entre outros (determinantes sociais).
Você já ouviu falar em Determinação 
Social do Processo Saúde-Doença?
A respeito da determinação social da COVID-19, é imprescindível 
destacar o papel do trabalho sobre os indicadores de saúde da 
classe trabalhadora: a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras 
com contrato formal de trabalho (carteira assinada ou outros) teve, 
em alguma medida, a possibilidade de trabalhar por certo tempo, 
ou ainda está trabalhando, em isolamento domiciliar e em sistema 
de home office, ou permaneceu trabalhando em locais em que as 
medidas não farmacológicas de proteção e controle foram, por força 
da lei, adotadas pelos empregadores, o que representou uma condição 
de maior proteção e segurança. Porém, um imenso contingente de 
trabalhadores e trabalhadoras de serviços considerados essenciais ou 
do setor informal não teve acesso adequado às mesmas condições de 
proteção, tornando-se ainda mais vulnerável à doença.
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 21
Vale lembrar que a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras 
brasileiros depende do transporte público, geralmente 
superlotado e em condições precárias de higienização e 
ventilação, para acessar diariamente o seu local de trabalho, 
especialmente nos grandes centros urbanos. Essa necessidade 
torna ainda mais grave o risco de contrair a COVID-19, pois nessas 
condições é praticamente impossível evitar aglomerações. Além 
disso, você não pode esquecer que muitos desses trabalhadores 
exercem seus ofícios nas ruas, em condições precárias de 
segurança, expostos a intempéries e em contato direto com 
grande quantidade de transeuntes. Eles estão impedidos de 
permanecer em isolamento domiciliar, pois necessitam manter 
o seu trabalho ativo para sobreviver, ainda que em condições de 
risco elevado para a doença.
Nesse contexto, visando a minimizar os impactos 
socioeconômicos da pandemia e viabilizar o isolamento e o 
distanciamento social, o governo federal instituiu, em abril de 
2020, o Programa Emergencial de Preservação do Emprego e da 
Renda (Medida Provisória – MP nº 936/2020) e o da Renda Básica 
Emergencial (RBE) (Lei nº 13.982/2020). O auxílio financeiro 
emergencial, inicialmente no valor de R$ 600,00 mensais, foi 
direcionado à população de baixa renda que teve o cadastro 
aprovado para se tornar beneficiária do programa (BARBOSA; 
PRATES, 2020).
Inicialmente, o auxílio emergencial abrangeu um contingente 
de 68,2 milhões de brasileiros. No entanto, boa parte da 
massa trabalhadora não teve acesso a esse auxílio. Além 
disso, o montante autorizado pelo Congresso Nacional para 
o auxílio emergencial, que em 2020 foi de R$ 295 bilhões, em 
2021 foi reduzido para R$ 44 bilhões (Figura 2). O valor pago 
inicialmente, que consistia em três parcelas de R$ 600,00, foi 
alterado em 2021 para quatro parcelas com valor médio de 
R$ 250,00 (R$ 150,00 para pessoas que moravam sozinhas, R$ 
250,00 para domicílios com mais de uma pessoa e R$ 375,00 
para mães solo), instituído pela Medida Provisória nº 1.039, de 
18 de março de 2021 (BRASIL, 2021a). 
Tudo isso, associado à exclusão, em 2021, de 22,6 milhões de beneficiários iniciais do 
programa, dificultou ainda mais a obtenção das condições mínimas de sobrevivência 
para que os trabalhadores pudessem permanecer em isolamento domiciliar, e vimos, 
assim, a doença atingir níveis alarmantes no país (BRASIL, 2021a).
A pandemia de COVID-19 explicitou e agravou ainda mais as já profundas e persistentes 
desigualdades sociais presentes no Brasil: em agosto de 2021, cerca de 61 milhões de 
habitantes se encontravam em situação de pobreza e 19,3 milhões em situação de 
extrema pobreza (SANTOS, 2021), em um país que volta, nesse momento, a fazer parte 
do Mapa da Fome.
SAIBA MAIS
Para você saber mais sobre o Mapa da Fome, elaborado pela 
Organização das Nações Unidas (ONU), e o risco que o Brasil corre 
de retornar a ele, acesse o vídeo Brasil pode voltar para o mapa 
da fome da ONU, do Jornal da Cultura. Nele, temas importantes 
como o da insegurança alimentar e nutricional e a produção de 
alimentos no Brasil e no mundo são abordados. Disponível em: 
https://youtu.be/GTbHYF7yv7M.
2020
295
bilhões
44
bilhões
2021
Montante autorizado (em R$)
Montante autorizado (em R$)
Valor inicial em 2020: 3 parcelas de 600 reais.
Valor médio em 2021: 4 parcelas de 250 reais.
FIGURA 2 – COMPARAÇÃO DOS VALORES ANUAIS DO AUXÍLIO EMERGENCIAL 
ENTRE 2020 E 2021
Fonte: elaboração das autoras.
Nota dos Autores: Os vídeos de YouTube indicados neste módulo são complementares ao conteúdo e podem ser retirados do 
ar a qualquer momento e sem aviso prévio, não havendo qualquer responsabilidade das instituições envolvidas.
https://youtu.be/GTbHYF7yv7M
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 22
1.3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA NO PERÍODO PRÉ-PANDEMIA
Nas últimas décadas, o mundo vem vivenciando profundas transformações 
geopolíticas, sociais, econômicas, tecnológicas, ambientais e culturais que têm 
impactado diretamente a existência do homem no planeta, tanto no sentido 
de propiciar melhores condições de vida, alternativas mais eficazes e velozes de 
comunicação e informação, maior liberdade nos costumes, quanto, e principalmente, 
no sentido de impactar negativamente os ambientes ecológico, de vida e de trabalho, 
aprofundando as desigualdades econômicas e sociais.
Esse movimento adquire maior visibilidade a partir da década de 1980, com o 
fortalecimento da chamada globalização, um processo de integração econômica 
entre países, geralmente (mas não necessariamente) próximos em termos 
geográficos. Esses países passaram a se organizar em blocos econômicos e a integrar 
os seus mercados para que pudessem se tornar mais competitivos em âmbito global 
e fortalecer seus mercados consumidores internos e externos, e, em decorrência, as 
suas economias. Alguns tratados de livre comércio foram estabelecidos entre países 
de um mesmo bloco econômico, permitindo que os produtos circulassem entre eles 
em maior intensidade e com preços mais baixos em virtude da abertura de mercados 
e da redução de tarifas alfandegárias. São exemplos de blocos econômicos a União 
Europeia, o NAFTA (North American Free Trade Agreement) e o Mercosul (Mercado 
Comum do Sul), do qual o Brasil faz parte.
Ao mesmo tempo que os bens econômicos passaram a circular em 
maior intensidade mundialmente e a economia se tornou cada vez mais 
globalizada, uma série de outros aspectos da vida humana também foram 
se tornando “globais”: o mercado financeiro, os padrões de consumo e de 
qualidade, a cultura, os costumes, a ciência, o trabalho, as comunicações e 
a saúde, por exemplo. Mas também se globalizaram a violência, o tráfico de 
pessoas e de drogas ilícitas, as injustiças, o preconceito, as desigualdades 
sociais, a destruição do meio ambiente, entre outros.
Nesse contexto, você já notou que, no que concerne à saúde-doença 
coletiva, é inquestionável, especialmente nos dias atuais, que se trata de um 
problema global: as doenças se manifestam de forma semelhante em âmbito 
global, e, nesse aspecto, temos como bons exemplos a obesidade (que é uma 
doença pandêmica), as doenças cardiovasculares, o câncer e, no campo das 
causas externas, a violência. No entanto, foi a pandemia de COVID-19 que, 
pela sua elevada transmissibilidade, gravidade, capacidade de sobrecarregar 
os serviços de saúde e gerar tantos óbitos em tão pouco tempo, escancarou 
para o mundo a forma e a velocidade com que uma doença infecciosa grave 
é capaz de se propagar em decorrência do deslocamento de pessoaspelo 
mundo. Nesse contexto, o SUS, apesar dos inegáveis avanços e das diversas 
experiências exitosas alcançadas no âmbito das políticas públicas nas últimas 
décadas, se tornou ainda mais sobrecarregado, e muitos serviços de saúde 
chegaram a colapsar em alguns momentos.
SAIBA MAIS
Se você quiser conhecer mais sobre a história 
do SUS, seus fundamentos e organização, 
bem como seus avanços e impactos, 
sugerimos a leitura do livro Desafios do 
SUS, de autoria do Professor Eugênio Vilaça 
Mendes (2019), disponível em: 
https://www.conass.org.br/biblioteca/
desafios-do-sus/
Blocos econômicos mundiais. Fonte: Wikimedia Commons
https://www.conass.org.br/biblioteca/desafios-do-sus/
https://www.conass.org.br/biblioteca/desafios-do-sus/
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 23
A pandemia nos obrigou a refletir sobre os impactos das nossas ações 
(especialmente as corporativas) no planeta e sobre a necessidade de fortalecer “a 
consciência de que a saúde é um bem indivisível, e de que o gênero humano está 
vinculado por um destino comum” (BERLINGUER, 1999, p. 23). 
Ou seja, você pode perceber que estamos "sentindo na carne" como um vírus novo 
que surge em algum lugar no mundo é capaz de, em poucos meses, se espalhar 
e causar grande destruição e sofrimento em praticamente todos os cantos do 
planeta, a ponto de alterar totalmente os rumos da história da humanidade e 
fazer o planeta literalmente parar, como cantou Raul Seixas.
Convidamos você a ouvir a música O dia em que a Terra 
Parou, de Raul Seixas. Nela, o compositor imagina 
uma situação futura de caos planetário, em que as 
pessoas não podem sair de suas casas e interrompem 
as suas atividades cotidianas. Para ouvir a música, 
clique no link: 
https://youtu.be/H8zbYY41Vus
Você já parou para pensar que um 
dos principais problemas atuais 
que exercem impactos muito 
negativos sobre as condições de 
vida e de saúde das populações 
e está diretamente relacionado 
à atual crise sanitária causada 
pela pandemia de COVID-19 é 
a acelerada destruição do meio 
ambiente? As gerações atuais estão 
vivenciando um intenso processo 
de exploração e esgotamento dos 
recursos naturais do planeta, como 
as águas, as florestas e o solo, que 
levam a uma série de impactos 
que caracterizam uma situação de 
colapso ambiental (Figura 3).
FIGURA 3 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A PRODUÇÃO DO 
COLAPSO SOCIOAMBIENTAL
Fonte: elaboração das autoras.
Degelo de calota polar
Eventos climáticos 
extremos
Enchentes/secas
Desertificação
Mineração
Garimpo
Aquecimento global
Ondas migratórias
Esgotamento de 
mananciais
Escassez de água
Agronegócio
Padrões de consumo/
Consumismo
Colapso
socioambiental
Aumento da miséria, 
pobreza e fome
Aumento do preconceito 
e da violência
Furacões, tornados, 
tremores de terra
Contaminação 
ambiental (agrotóxicos/metais 
pesados)
Desmatamento/
queimadas
Epidemias/pandemias
https://youtu.be/H8zbYY41Vus
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 24
Recentemente, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) 
divulgou dados alarmantes sobre o aquecimento global. No relatório do Grupo de 
Trabalho 1 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC – ONU) 
(INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE, 2021), especialistas constataram 
que, se o aquecimento global causado pela emissão de gases responsáveis pelo efeito 
estufa não for limitado a 1,5 grau centígrado até 2030, o planeta sofrerá impactos sem 
precedentes, como calor e frio extremos, degelo do Ártico, aumento do nível do mar, 
redução de corais e cardumes, extinção de vertebrados, insetos e espécies vegetais, 
escassez de alimentos, aprofundamento da miséria, da pobreza e da fome, entre outros. 
É importante que você perceba que já estamos vivenciando algumas dessas 
transformações na atualidade. No Brasil, atividades como o agronegócio, a mineração, o 
garimpo e a extração ilegal de madeira vêm gerando fortes impactos ambientais e têm sido 
responsáveis pela destruição de importantes biomas, como o cerrado, as florestas tropicais 
e a mata atlântica. A destruição desses biomas pela ação humana causa desequilíbrios no 
meio ambiente que podem se tornar irreversíveis, a ponto de comprometer a vida no 
planeta para as gerações futuras. Além disso, muitos recursos naturais não renováveis, 
como os bens minerais, vêm sendo explorados de forma intensiva, provocando não só os 
impactos ambientais citados, mas também o esgotamento desses recursos, o que deverá 
causar, em médio e longo prazos, impactos econômicos, com redução da geração de 
empregos e de renda para a população trabalhadora. 
Conforme nos vem alertando o líder indígena e ativista 
socioambiental Ailton Krenak, precisamos perceber a Terra como 
um único organismo vivo, do qual nós, humanos, somos parte e 
não o centro. No livro Ideias para adiar o fim do mundo (KRENAK, 
2020a), o autor nos lembra: 
Fomos, durante muito tempo, embalados com a 
história de que somos a humanidade. Enquanto isso 
- enquanto seu lobo não vem -, fomos nos alienando 
desse organismo de que somos parte, a Terra, e 
passamos a pensar que ele é uma coisa e nós outra: 
a Terra e a humanidade. Eu não percebo onde tem 
alguma coisa que não seja natureza. Tudo é natureza. 
O cosmos é natureza. Tudo em que eu consigo 
pensar é natureza [...] Enquanto isso, a humanidade 
vai sendo descolada de uma maneira tão absurda 
desse organismo que é a terra. Os únicos núcleos 
que ainda consideram que precisam ficar agarrados 
nessa terra são aqueles que ficaram meio esquecidos 
pelas bordas do planeta, nas margens dos rios, nas 
beiras dos oceanos, na África, na Ásia ou na América 
Latina. São caiçaras, índios, quilombolas, aborígenes 
- a sub-humanidade. Porque tem uma humanidade, 
vamos dizer, bacana. E tem uma camada mais bruta, 
rústica, orgânica, uma sub-humanidade, uma gente 
que fica agarrada na terra. [...] A organicidade dessa 
gente é uma coisa que incomoda, tanto que as 
corporações têm criado cada vez mais mecanismos 
para separar esses filhotes da terra de sua mãe 
(KRENAK, 2020a, p. 72). 
Fonte: https://www.pxfuel.com/pt/free-photo-encuv / https://www.pxfuel.com/pt/free-photo-ikrvz / https://
www.flickr.com/photos/amazoniareal/50446231782 / https://www.pxfuel.com/pt/free-photo-oskou
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 25
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela 
Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948, estabelece a saúde 
como um dos direitos universais inalienáveis de todo ser humano, sem 
distinção de qualquer espécie, junto com o direito à vida, à liberdade, 
à dignidade, à justiça, à segurança, à proteção da lei, à liberdade de 
pensamento, ao trabalho justamente remunerado, à alimentação 
adequada, à instrução, à cultura, entre outros (ORGANIZAÇÃO DAS 
NAÇÕES UNIDAS, 1948). A realização desse conjunto de direitos é 
uma meta a ser alcançada, pois concorre para o fortalecimento do 
desenvolvimento humano, da democracia e da cidadania. Por isso 
tudo, sugerimos a leitura da Declaração (https://www.unicef.org/
brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos).
No Brasil, como você sabe, a Constituição Federal (BRASIL, 1988), que 
é baseada nos princípios fundamentais da soberania, da cidadania, da 
dignidade da pessoa humana, dos valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa e do pluralismo político, estabelece, em seu Art. 6º, os direitos 
sociais de todos os brasileiros, sem qualquer distinção. 
Por sua vez, a Emenda Constitucional nº 42, de 19 de dezembro de 2003, 
que altera o Inciso VI do Art. 170 da Carta Magna, estabelece adefesa do 
meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o 
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seu processo de elaboração 
e prestação (BRASIL, 2003). Cumprir os direitos humanos e de cidadania é 
tarefa urgente que se coloca como um grande desafio no atual momento.
SAIBA MAIS
Se você quiser conhecer um pouco mais sobre os impactos ambientais e suas consequências nas condições 
de vida e de saúde das populações, sugerimos a leitura da entrevista realizada com o líder indígena Ailton 
Krenak, publicada no jornal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) (KRENAK, 2020c). Nela, 
o autor expressa suas ideias a respeito da crise ambiental global e a ocorrência de epidemias e pandemias 
como a que estamos vivenciando no momento: 
https://www.ufrgs.br/jornal/ailton-krenak-a-terra-pode-nos-deixar-para-tras-e-seguir-o-seu-caminho/
Abdicar da visão antropocêntrica e cuidar bem da Mãe Terra e de tudo que nela habita ou existe, como nos ensinaram nossos ancestrais, é 
também evitar novas epidemias e pandemias, é cuidar de nossa saúde e a das gerações futuras (KRENAK, 2020b). A esse respeito, o Grupo 
de Trabalho 2 do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC – ONU) está preparando um documento a ser divulgado em 
breve, no qual alertará fortemente para a relação entre os impactos das mudanças climáticas, da exploração da vida selvagem e da perda 
de habitats naturais e a emergência de epidemias e pandemias. Alertará também para o risco de ruptura social caso o cenário de destruição 
dos ecossistemas não seja radicalmente modificado (INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE, 2019).
São eles: “a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a 
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência 
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência 
aos desamparados” (nova redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 90, de 2015) (BRASIL, 2015a).
https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos
https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos
https://www.ufrgs.br/jornal/ailton-krenak-a-terra-pode-nos-deixar-para-tras-e-seguir-o-seu-caminho/
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1.4 A PANDEMIA DE COVID-19: HISTÓRICO, CONTEXTO GLOBAL E BRASILEIRO
Nesse momento, você já deve ter compreendido 
que a pandemia de COVID-19, causada pelo 
novo coronavírus (SARS-CoV-2), se apresenta 
como um grave problema sanitário mundial 
e, nesse cenário, o mundo atravessa uma crise 
de saúde, social e econômica sem precedentes 
(UNITED NATIONS, 2020). 
Em dezembro de 2019, a OMS foi comunicada 
sobre a ocorrência de casos de pneumonia na 
cidade de Wuhan, na China, referente à infecção 
de uma nova cepa de coronavírus, até então 
desconhecida, confirmada pelos chineses em 7 
de janeiro de 2020 (LIU; KUO; SHIH, 2020).
Ao todo, sete tipos de coronavírus humano 
(HCoVs) já foram identificados, a saber: HCoV-
229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, 
SARS-CoV (que causa síndrome respiratória 
aguda grave), MERS-CoV (que causa síndrome 
respiratória do Oriente Médio) e o mais recente, 
o novo coronavírus, que, em fevereiro de 2020, 
foi denominado de SARS-CoV-2, responsável 
por causar a doença (LIU; KUO; SHIH, 2020).
Em janeiro de 2020, a OMS declarou que o 
surto do novo coronavírus se tratava de uma 
Emergência de Saúde Pública de Importância 
Internacional, o mais alto nível de alerta da 
Organização. Já em 11 de março de 2020, 
a COVID-19 foi classificada pela OMS como 
uma pandemia, ou seja, naquele momento 
existiam epidemias de COVID-19 em vários 
países e regiões do mundo. No mesmo 
momento, a OMS recomendou aos países a 
adoção das medidas previstas no Regulamento 
Sanitário Internacional (RSI) (WORLD HEALTH 
ORGANIZATION, 2021a). 
A COVID-19 tem como principais sintomas cansaço, tosse seca e febre. Contudo, alguns 
indivíduos podem apresentar congestão nasal, dor de cabeça, conjuntivite, dor de garganta, 
diarreia, perda de paladar e/ou olfato, erupção cutânea ou descoloração dos dedos das 
mãos ou dos pés. Esses sintomas geralmente são leves e começam gradualmente. Grande 
parte dos indivíduos se recupera sem precisar de internação ou cuidados intensivos. 
Entretanto, aproximadamente um em cada seis indivíduos infectados pela COVID-19 fica 
gravemente doente e desenvolve dificuldades respiratórias, sobretudo os idosos e aqueles 
com comorbidades como hipertensão, doenças cardiovasculares e pulmonares, diabetes ou 
câncer, que podem em alguns casos se agravar (FLEITAS et al., 2021; ELLIOTT et al., 2021).
No início do enfrentamento da pandemia, em diferentes partes do mundo o maior obstáculo 
era o desconhecimento científico sobre essa nova cepa de coronavírus, que é altamente 
transmissível e potencialmente fatal, especialmente em populações vulneráveis. No mundo, 
as medidas de Saúde Pública necessárias ao enfrentamento da pandemia tiveram maior 
impacto em determinados grupos sociais e territórios, o que revelou ainda mais desigualdades 
sociais, econômicas e de saúde preexistentes (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020).
Em se tratando de pandemias, quando não há vacinas disponíveis para imunização em 
massa para conter a disseminação e há ausência de medicamentos para prevenir e tratar a 
doença, como é o caso da COVID-19, não há medida que supere em eficácia a separação dos 
indivíduos sadios dos enfermos. 
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 27
Você, caro trabalhador estudante, saberia dizer quais medidas de saúde pública devem 
ser adotadas quando estamos vivenciando uma pandemia como a da COVID-19?
A seguir apresentamos algumas medidas de saúde pública a serem adotadas no atual 
contexto de pandemia.
• Isolamento: separação de pessoas doentes ou contaminadas, ou de bagagens, 
meios de transporte, mercadorias ou encomendas postais afetadas, de outros, de 
maneira a evitar a contaminação ou a propagação do coronavírus (BRASIL, 2020);
• Quarentena: restrição de atividades ou separação de pessoas suspeitas de 
contaminação das pessoas que não estejam doentes, ou de bagagens, contêineres, 
animais, meios de transporte ou mercadorias suspeitos de contaminação, de 
maneira a evitar a possível contaminação ou a propagação do coronavírus 
(BRASIL, 2020);
• Distanciamento social: limitar o contato próximo entre pessoas infectadas e outras 
pessoas para reduzir as chances de transmissão do SARS-CoV-2 (BRASIL, 2021b).
SAIBA MAIS
Caro trabalhador estudante, para saber mais sobre as medidas 
de proteção da COVID-19, consulte o Guia de Vigilância 
Epidemiológica COVID-19 (BRASIL, 2021b) do Ministério da 
Saúde do Brasil, que está disponível no link a seguir.
https://w w w.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/
publicacoes-tecnicas/guias-e-planos/guia-de-vigilancia-
epidemiologica-covid-19/view
SAIBA MAIS
Se você tem interesse, pode acessar o link disponibilizado pelo 
Ministério da Saúde do Brasil para acompanhar a síntese de 
casos, óbitos, incidência e mortalidade pelo novo coronavírus 
no país (BRASIL, 2021c). Disponível em: 
https://COVID.saude.gov.br/
O número elevado de infectados pela COVID-19 e de óbitos decorrentes 
da doença provocou colapsos pontuais nos sistemas de saúde. Problemas 
de saúde mental se tornaram mais frequentes devido às medidas de 
confinamento, ao medo de se contaminar e adoecer gravemente ou mesmo 
de falecer ou perder entes queridos em decorrência da doença. Assim, como 
trabalhador estudante, você deve ter percebido o impacto ocupacional e 
psicológico dos envolvidos diretamente no enfrentamento da COVID-19, 
quanto às mudanças introduzidas na rotina de trabalho, como aumento 
da jornada de trabalho, criação de espaços de isolamento e reforço das 
recomendações para uso dos Equipamentos ProteçãoIndividual (EPI). 
No Brasil, um país com dimensões continentais, uma desigualdade social 
acentuada, com populações vivendo em condições precárias de habitação e 
saneamento, sem acesso sistemático à água e em situação de aglomeração, e 
altos índices de desemprego, os desafios foram e ainda são maiores (OLIVEIRA 
et al., 2020; WERNECK; CARVALHO, 2020). Assim, o conceito físico de onda 
se tornou uma ferramenta importante para análise do desenvolvimento da 
pandemia, caracterizado pelo número de casos e óbitos.
No link a seguir, que está dentro do site da OMS, você pode observar o 
comportamento da pandemia no Brasil, com destaque para as ondas 
epidemiológicas ocorridas ao longo do seu desenvolvimento e o surgimento 
de novas variantes do novo coronavírus (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 
2021b): https://COVID19.who.int/region/amro/country/br.
https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/publicacoes-tecnicas/guias-e-planos/guia-de-vigilancia-epidemiologica-covid-19/view
https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/publicacoes-tecnicas/guias-e-planos/guia-de-vigilancia-epidemiologica-covid-19/view
https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/publicacoes-tecnicas/guias-e-planos/guia-de-vigilancia-epidemiologica-covid-19/view
https://COVID.saude.gov.br/
https://COVID19.who.int/region/amro/country/br
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A necessidade de contenção da pandemia com 
medidas não farmacológicas, como isolamento 
social, uso de álcool em gel, higiene e uso de 
máscara, tendo em vista a cobertura vacinal ainda 
em andamento diante das ondas de contaminação 
e novas variantes do vírus, revela ainda mais a 
exposição de grupos vulneráveis, como motoristas 
de ônibus, caixas de supermercados, profissionais da 
limpeza urbana, profissionais de saúde envolvidos 
diretamente no enfrentamento da doença, além dos 
povos indígenas e quilombolas. Além disso, verifica-
se o incremento de adoecimento mental das pessoas 
em confinamento, indivíduos em home office e temor 
pelo risco de adoecimento e morte.
SAIBA MAIS
Se você, trabalhador estudante, quiser saber mais sobre a evolução da vacinação no Brasil, 
basta acessar o link a seguir. Nele você pode selecionar o estado ou clicar no mapa do Brasil 
para acompanhar o número de doses aplicadas em cada unidade da federação (BRASIL, 2021d). 
Disponível em: 
https://www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao/
Você pode acompanhar a situação epidemiológica atual de número de casos, óbitos e cobertura 
vacinal no Brasil e no mundo. Basta clicar no mapa disponibilizado pela OMS (WORLD HEALTH 
ORGANIZATION, 2021c). Disponível em:
https://COVID19.who.int/
No início da pandemia, permanecemos em isolamento social, esperando que a 
rotina normal fosse restabelecida em poucos meses. No entanto, ao longo do 
tempo percebemos a necessidade de nos adaptar às medidas de segurança e 
de enfrentar os desafios e as possibilidades dessa nova forma de viver, que se 
prolonga por mais tempo.
Mesmo com a vacinação avançando no país, é importante replicar para o público 
a importância de manter as medidas não farmacológicas de proteção.
A evolução do Plano Nacional de Vacinação tem alcançado êxito no enfrentamento 
da COVID-19. Porém, já são conhecidas variantes do coronavírus que podem 
provocar novas ondas da doença, e o reforço das medidas de isolamento, 
distanciamento social, uso de máscara e higiene pessoal impactam fortemente a 
redução da disseminação do novo coronavírus.
Estabelecer esses cuidados na rotina de trabalho e na orientação dos usuários dos 
serviços de saúde é fundamental para o enfrentamento da pandemia.
Destaca-se também a importância das redes de apoio e solidariedade no 
enfrentamento de emergências e catástrofes. Essas redes, geralmente formadas 
por Organizações Não Governamentais (ONGs), movimentos sociais, organizações 
da sociedade civil, empresas, universidades e grupos de indivíduos, são capazes 
de responder em momentos de crise, ainda que parcialmente, às demandas 
emergenciais dos atingidos relacionadas, por exemplo, à alimentação, vestuário, 
medicamentos, água, higiene pessoal e ambiental, até que o poder público possa 
se organizar minimamente para assumir o provimento e coordenação das ações 
(HE; HARRIS, 2020). A estruturação de redes de apoio e solidariedade como as 
citadas pode ser considerada um dos indicadores de desenvolvimento de uma 
sociedade, pois revela uma cultura participativa e organizativa local e o grau de 
empoderamento e autonomia de seus membros, o que contribui sobremaneira 
para a melhoria dos indicadores de saúde e de qualidade de vida (ANDRADE; 
VAITSMAN, 2002). 
Assim, podemos afirmar que, quanto maior a quantidade e o alcance das redes de 
solidariedade, mais organizada e mobilizada uma sociedade se encontra, o que é 
indicativo da participação voluntária (individual ou coletiva) enquanto exercício 
da democracia, da autonomia e da cidadania. Você deve ter verificado que, tanto 
no Brasil quanto em outros países, no momento de enfrentamento do novo 
coronavírus, a solidariedade se tornou um instrumento importante para ajudar 
indivíduos em estado de vulnerabilidade, o que certamente garantiu a eles maior 
conforto, segurança e tranquilidade do que teriam na ausência dessas redes.
SAIBA MAIS
Se você quiser saber mais sobre as redes de solidariedade, 
sugerimos a leitura do boletim disponível no link: https://
w w w.unicamp.br/unicamp/sites/default/fi les/
Boletim%20Covid-19%20do%20DPCT-IG%20n19%20
(2).pdf
Nele, você poderá se informar sobre o funcionamento, durante 
a pandemia, de algumas dessas redes em comunidades 
indígenas, quilombolas e de outros povos tradicionais (SILVA; 
GITAHY; BALDASSA, 2020).
https://www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao/
https://COVID19.who.int/
https://www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/Boletim%20Covid-19%20do%20DPCT-IG%20n19%20(2).pdf
https://www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/Boletim%20Covid-19%20do%20DPCT-IG%20n19%20(2).pdf
https://www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/Boletim%20Covid-19%20do%20DPCT-IG%20n19%20(2).pdf
https://www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/Boletim%20Covid-19%20do%20DPCT-IG%20n19%20(2).pdf
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1.5 O MUNDO DO TRABALHO NA PANDEMIA DE COVID-19: NOVAS CONFIGURAÇÕES DO TRABALHO
Vimos, nas seções anteriores, a forma como 
a COVID-19 impactou os aspectos sociais e 
econômicos. E o trabalho? Será que o mundo do 
trabalho foi impactado pela pandemia?
Com o advento da pandemia de COVID-19, o mundo, que já se 
encontrava em grave crise econômica e social, deparou-se com 
situações até então inimagináveis: na tentativa de conter o avanço do 
vírus, fronteiras internacionais foram fechadas, o trabalho presencial foi 
interrompido e populações inteiras foram colocadas em confinamento e 
quarentena. A circulação doméstica de pessoas foi restringida, eventos 
internacionais foram suspensos ou adiados, os comércios fecharam as 
portas, férias individuais e feriados foram antecipados e férias coletivas 
foram concedidas a grupos de trabalhadores, postos de trabalho foram 
sumariamente eliminados, os serviços de saúde ficaram sobrecarregados 
e até mesmo itens básicos de consumo, como alimentos, produtos de 
higiene e medicamentos, se tornaram muito caros ou começaram a 
escassear nas prateleiras de supermercados e farmácias (RAICHELIS; 
ARREGUI, 2021). 
 A nova realidade assustava – ainda assusta – e impôs 
uma nova forma de organização global da vida em 
sociedade, que causou impactos individuais e coleti-
vos muito preocupantes do ponto de vista da saúde 
física e mental: a população foi gravemente afetada 
pela necessidade de isolamento e distanciamento de 
familiares e amigos, especialmente crianças e idosos, 
e pela perda de entes queridospara a doença, ao mes-
mo tempo que passou a conviver com a sobrecarga 
e até mesmo com o colapso dos sistemas de saúde 
pública e privada. As escolas e universidades fecha-
ram as portas e o ensino presencial foi substituído por 
atividades remotas que têm causado grande desgaste 
físico e mental a educadores, estudantes, cuidadores, 
pais e familiares. Até para ver, velar e sepultar os mor-
tos está sendo necessário seguir critérios específicos 
de tempo e número máximo de pessoas, impedindo 
que esse ritual ocorra como habitualmente ocorria e 
tornando o luto ainda mais difícil.
A emergência sanitária mundial causada pela 
pandemia de COVID-19 expôs ainda mais a crise 
global do capitalismo. O mundo do trabalho, que já 
vinha, nas últimas décadas, passando por radicais 
transformações sociais, organizacionais e tecnológicas 
que caracterizam a chamada “reestruturação 
produtiva” e que, mais recentemente, incorporou 
uma “nova morfologia do trabalho” (ANTUNES, 2018), 
precisou se adaptar à nova realidade que se impunha 
em velocidade assustadora. Obviamente esse não tem 
sido um processo fácil para a classe trabalhadora, que, 
como parte mais frágil na relação capital-trabalho, 
é quem mais sofre as consequências de tantas 
mudanças ao mesmo tempo. 
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No Brasil, a crescente desregulamentação da legislação trabalhista já vinha alterando 
profundamente as formas de organização, contratação, remuneração e gestão do 
trabalho, com o agravamento do desemprego, da pobreza e da fome, associado à 
fragilização das condições de trabalho, à superexploração da força de trabalho e à 
desproteção previdenciária aos trabalhadores e trabalhadoras, essencial em casos 
de afastamentos por acidentes e adoecimentos relacionados ao trabalho (ANTUNES, 
2018). Porém, a pandemia explicitou e aprofundou ainda mais as desigualdades 
econômicas e sociais, que já eram alarmantes.
A reestruturação produtiva, delineada a partir da década de 1990 e intensificada 
nos anos recentes, ganhou impulso no cenário pandêmico, no qual o trabalho 
humano presencial, considerado importante fator de risco para a COVID-19, passou 
a ser percebido em determinados contextos não apenas como perfeitamente 
substituível por novas tecnologias de informação e comunicação, mas também 
como desnecessário ou até mesmo indesejável. A “nova morfologia do trabalho” é 
baseada nos chamados “sistemas flexíveis” de produção capitalista (ANTUNES, 2012), 
que incluem novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) e de produção 
(Indústria 4.0: inteligência artificial, robótica, internet das coisas e computação em 
nuvem), redução numérica da força de trabalho, exigência de maior qualificação do 
trabalhador, reorganização do controle social do trabalho (terceirização, flexibilização 
da forma e duração dos contratos, trabalho intermitente, remuneração por horas 
trabalhadas ou por produção, entre outras), e, ao mesmo tempo, na superexploração 
do trabalhador e da trabalhadora, com perda de direitos sociais e baixíssimos níveis 
de remuneração.
SAIBA MAIS
Se você quiser saber mais sobre como 
essa forma de organização do trabalho 
impacta a saúde dos trabalhadores 
e trabalhadoras, sugerimos que 
leia o artigo de Uchôa-de-Oliveira 
(2020), disponível em: https://doi.
org/10.1590/2317-6369000012520
SAIBA MAIS
Se você quiser saber mais sobre a nova organização da 
produção, o que é a indústria 4.0 e como ela vem ocorrendo 
no Brasil, sugerimos que acesse os links a seguir (PORTAL DA 
INDÚSTRIA, 2020; ANTUNES, 2012):
http://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/
industria-4-0/
https://nuso.org/articulo/a-nova-morfologia-do-
trabalho-no-brasil-reestruturacao-e-precariedade/
Nesse contexto, destacam-se os processos conhecidos como 
“uberização” e “pejotização” do trabalho. Na uberização, o 
trabalhador, geralmente denominado de empreendedor, 
parceiro ou prestador de serviços, cadastra-se em plataformas 
digitais e oferece o seu trabalho. A função dessas plataformas 
é conectar o prestador de serviços aos consumidores. Se 
aprovado, o trabalho passa a ser executado conforme a 
demanda dos consumidores, porém sem qualquer vínculo 
formal de trabalho e de forma totalmente independente, 
com horários e jornadas de trabalho variáveis, remuneração 
imediata e sem qualquer tipo de responsabilidade por parte 
da empresa em caso de acidentes ou adoecimentos dos 
trabalhadores. Já são bem conhecidas do público as atividades 
“uberizadas” de transporte, alimentação e segurança 
patrimonial, por exemplo, mas esse processo vem ocorrendo 
em vários segmentos, inclusive na área da saúde (UCHÔA-DE-
OLIVEIRA, 2020).
https://doi.org/10.1590/2317-6369000012520
https://doi.org/10.1590/2317-6369000012520
http://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/industria-4-0/
http://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/industria-4-0/
https://nuso.org/articulo/a-nova-morfologia-do-trabalho-no-brasil-reestruturacao-e-precariedade/
https://nuso.org/articulo/a-nova-morfologia-do-trabalho-no-brasil-reestruturacao-e-precariedade/
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Já a pejotização deriva do termo Pessoa Jurídica (ou PJ) e, como o próprio 
nome indica, refere-se à contratação do trabalhador não como pessoa 
física, mas como empresa, constituída por ele (pessoa jurídica), que será 
denominada de prestadora de serviços. Assim, a relação contratual 
passa a ocorrer entre duas empresas, não mais entre uma empresa 
contratante e o trabalhador físico por ela contratado. O trabalhador, 
agora transformado em PJ, trabalhará mediante demanda, perdendo 
não só parte do valor da sua remuneração, mas também direitos 
trabalhistas essenciais, como férias, décimo terceiro salário, cobertura 
previdenciária, FGTS, remuneração por horas extras, auxílio-transporte 
e auxílio-alimentação, assistência à saúde e todos os demais direitos 
trabalhistas. Mas, no discurso empresarial, passa a ser “independente”, 
“seu próprio chefe”, uma empresa “parceira”, um “empreendedor”, dando 
ao trabalhador a impressão de que está sendo reconhecido e valorizado, 
e não explorado (ANTUNES, 2018).
Essas novas formas de organização do trabalho ditas “flexíveis”, além de 
agravarem o subemprego e aprofundarem ainda mais as desigualdades 
sociais, também provocam impactos muito negativos no setor Saúde, pois 
remetem ao SUS toda a responsabilidade pelo acolhimento, prevenção, 
cuidado, tratamento e reabilitação dos trabalhadores e trabalhadoras 
acidentados e cada vez mais adoecidos física e mentalmente no exercício 
do trabalho dito “flexível”.
Como mencionado anteriormente, durante a pandemia muitos trabalhadores passaram 
a trabalhar de forma remota, em sistema de home office, e, para garantir a execução 
ágil e segura desse processo, novas tecnologias de informação e comunicação para 
utilização simultânea de grande número de usuários foram aperfeiçoadas e passaram 
a ser amplamente utilizadas. Os aparelhos celulares e notebooks particulares se 
transformaram em ferramentas essenciais de trabalho a serviço dos empregadores, e o 
espaço domiciliar se transformou em espaço laboral. Houve uma invasão do trabalho 
nos horários de cuidados com os filhos, de refeições e de descanso, aumentando as 
despesas domiciliares e trazendo para dentro de casa fatores de risco relacionados ao 
trabalho, como os riscos ergonômicos e psíquicos.
As reuniões de trabalho passaram a ocorrer de forma remota em praticamente todos os 
setores; as aulas e atividades escolares passaram a ocorrer da mesma forma, trazendo 
grande desgaste e sofrimento para estudantes, professores e pais; consultas médicas 
remotas, quando possível, passaram a ser incentivadas; as compras pela internet e por 
aplicativos

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