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edicao_52 brasiliano prevençao de perdas

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GESTÃOdeRISCOS
Fevereiro 2010 | edição 52
ISSN 1678-2496N
PREVENÇÃO 
DE PERDAS
PREVENÇÃO 
DE PERDAS
Antonio Celso Ribeiro Brasiliano 
A segurança da Informação e o Exercício da Advocacia 
ENTREVISTA
Antonio Celso Ribeiro Brasiliano 
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
A segurança da Informação e o Exercício da Advocacia 
A revista Gestão de Riscos é uma publicação eletrônica mensal da Sicurezza Editora. 
Rua Barão de Jaceguai, 1768. Campo Belo - São Paulo - SP, 04606-004, BRASIL
Diretores | Antonio Celso Ribeiro Brasiliano e Enza Cirelli. Edição e Revisão | Mariana Fernandez. Arte e Diagramação | Agencia BM Design
Colunistas | Mariana Fernandez e Álvaro Takei. Colaboradores desta edição |Camilla do Vale Jimene, Nino Ricardo Meireles, Renato Opice 
Blum e Rosângela Aparecida Stringher
Brasiliano & Associados Online | www.brasiliano.com.br Blog da Brasiliano & Associados | www.brasiliano.com.br/blog
Ponto de vista
Editorial 
Entrevista
“Solução tem” .....................................................................7
Análise
Área da Prevenção de Perdas: enfoque estratégico ................15
segurança da Informação
A segurança da informação e o exercício da advocacia ..........17
treinamento
Ensino à Distância: presencial digital X estudo dirigido ..........20
Carreira
Motivação: a chave para o sucesso 
do gestor da Segurança Empresarial ....................................23
Ler&saber
Pensar “FORA DA CAixA”: 
exigência Da Visão ProsPectiVa 
Para o gestor De riscos
A inovação é a capacidade de imaginar conceitos drasticamente diferentes ou maneiras completamente novas 
de diferenciar conceitos já existentes. Assim, a inovação é a chave para a criação da nova riqueza. A competição 
se desenvolve, nestes tempos modernos, não mais entre produtos e empresas, mas entre modelos e conceitos!
Isso significa, fazendo uma comparação, que os gestores de riscos, devem possuir uma visão holística, 
devem ter a capacidade de pensar de forma prospectiva, FORA DA CAIXA. O pensar fora da caixa obriga o 
gestor de riscos enxergar coisas além do alcance comum, obriga o gestor de riscos a não dogmatizar pro-
cessos e estratégias de segurança empresarial, obriga o gestor a raciocinar em termos de novos conceitos, 
capazes de suportar os riscos corporativos que hoje são de extrema dinamicidade. 
A área de riscos corporativos tem de ser capaz de imaginar formas não ortodoxas de revigorar o conceito 
preventivo. Esse enfoque é estratégico, pois além de mitigar condições inseguras em inúmeros processos, 
possui também como alavanca estratégica o gerenciamento de situações de contingência. O grande proble-
ma da contingência é a aceitação de que o risco existe e que pode acontecer.
Esse é inevitável e imprevisível, apesar de todo e qualquer esforço para evitar ou até mesmo diminuir a chance e pro-
babilidade de ocorrência. É uma dificuldade encarar que a empresa pode enfrentar uma crise. O Plano de Continuidade 
de Negócio - PCN orienta a empresa, através de uma ação refletida e apropriada, tendo como suporte a visão de futuro. 
Visão de futuro significa antecipação, a qual não é amplamente praticada pelos gestores de riscos porque quando 
as coisas estão indo bem, o gerenciamento caminha sem isso e quando as coisas estão indo mal, é muito tarde para 
reagir. Nesse caso é necessária uma ação rápida, em regime de urgência. No entanto, a reação não é um fim em si 
mesmo. Ainda que desejável em curto prazo, essa leva a nenhum lugar se não está direcionada. Como disse Sêneca, 
“não existe vento favorável para o homem que não sabe para onde ele está indo”. Somente a antecipação aponta 
o caminho para a ação e dá, duplamente, sentido e direção. O que significa ter visão prospectiva!! 
A incerteza do futuro pode ser apreciada através do número de cenários possíveis dentro do campo dos 
prováveis. Em princípio, quanto maior é o número, maior é a incerteza. Isso é somente a princípio, porque a 
diferença em conteúdo entre os cenários também deve ser considerada: a mais provável pode ser bem similar 
ou altamente contrastante. A experiência mostra que, em geral, um terço do total de cenários possíveis são 
suficientes para cobrir oitenta por cento do campo dos cenários prováveis. 
Minha mensagem é que os gestores de riscos reflitam, no intuito de buscar, através de processos estrutu-
rados, a visão prospectiva!!
Boa leitura e sorte!!! 
Antonio Celso Ribeiro Brasiliano
Publisher
abrasiliano@brasiliano.com.br
Fim Dos temPos 
ou Fim Da linha Para a Falta De Planejamento?
Fechando o verão a Gestão de Riscos de fevereiro também fecha o cerco da Gestão de Crises nos desastres 
naturais. Por que tanta falta de planejamento, organização e treinamento em situações de anormalidade? 
O que faz com que o risco iminente de terremotos, inundações, maremotos, deslizamentos sejam tão negli-
genciados? Por dinheiro não se investiu em plano de emergência no Haiti, por dinheiro não se comunica os 
riscos de zonas turísticas. Mas será somente o dinheiro a causa de tanta negligência? O estado hollywoo-
diano da Califórnia, a maior concentração de milionários do mundo, tem 99% de chances de sofrer um 
terremoto de grande magnitude em 30 anos mas nada se faz em termos de planejamento de emergência e 
contingência.
Na última edição trouxemos a você um artigo de Antonio Brasiliano mostrando que Não há gestão de crise 
sem análise de riscos e nesta preenchemos as lacunas do assunto numa entrevista exclusiva mostrando que 
há solução para minimizar os impactos de eventos como as últimas catástrofes.
Do mais, artigos especiais completam as diferentes esferas do saber da área da Gestão de Riscos:
- a importância da gestão de riscos se faz presente no artigo de João Carlos da Silva, Gerenciamen-
to de Risco no Transporte Rodoviário, resultado de um MBA em Logística Empresarial e Supply 
Chain Management;
- a área de Prevenção de Perdas das empresas é abordada nesta edição, em seu enfoque estratégi-
co por Rosangela Stringer, que mostra que um programa bem feito pode fazer com que o lucro 
da empresa aumente sem ser preciso que se aumente as vendas e, ainda de forma muito mais 
fácil, rápida e barata;
- em Carreira, o consultor Nino Meireles explica a importância da motivação para o sucesso do ges-
tor de segurança empresarial;
- na seção Treinamento, Álvaro Takei explana duas facetas da EAD: o ensino presencial digital e o 
estudo dirigido;
- em Segurança da Informação, Camilla do Valle Jimene traz o binômio A Segurança da Informação 
e o Exercício da Advocacia;
- a coluna Ler & Saber traz os últimos lançamentos da Sicurezza Editora e um livro-chave para a 
segurança privada.
Fim da linha para a ignorância na área de gestão de riscos. Para quem busca a prospectividade.
Boa leitura!
Mariana Fernandez
Editora
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EntREvIstA
Análise
“SOluÇÃO tEm”
Mariana Fernandez
“Culpa da natureza”, “obra de Deus”, “fatalidade”, tais explicações são 
ainda suficientes para explicar o enorme número de vítimas de terremo-
tos, deslizamentos, alagamentos, entre outros fenômenos naturais?
Para completar o último artigo de Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, 
Não existe gestão de crise sem análise de riscos, trazemos para você, este 
mês, uma entrevista especial, para melhor compreender os Planos de 
Emergência e Contingência necessários à série de catástrofes naturais 
ocorridas no Brasil e no mundo desde o início do ano.
A Brasiliano tem pessoal especializado para fazer análise 
de riscos ambientais? 
Quando você fala risco ambiental você está falando de que? De inun-
dação, catástrofe naturais
É isso...
Enquadramos essas situações como mitigação ou redução de desas-
tres. Esse é o termo técnico utilizado inclusive pela ONU, que tem uma 
divisão só disso, para conter os grandes desastres naturais: terremoto, 
maremoto, tsunami, grandes enchentes, etc. E nós da Brasiliano somos 
especialistas em análise de risco, seja ele qual for. Não existe foco em 
um ou outro. E, por exemplo,quando se fala nisso pode-se citar o 
que aconteceu na Ilha da Madeira que é o mesmo caso que aconteceu 
em Angra dos Reis, igualzinho. Teve chuva, alagou, soterrou, caiu o 
barranco, caiu o morro e em função disso a ilha está debaixo dá água, 
está soterrada praticamente e lá eles vivem praticamente do turismo. 
Como é que fica uma situação dessa? Existe esse tipo de preocupação 
hoje até em algumas universidades. Na Europa, se não me engano em 
Bruxelas, tem um curso de especialização em Gerenciamento de Crises 
focado em desastres, onde o foco de preocupação dele é a análise de 
risco, as ações que podem reduzir ou diminuir o impacto.
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B&A Entrevista | 8www.brasiliano.com.br
Que profissionais fazem parte de uma equipe destinada à avaliação deste tipo de riscos?
A base é uma equipe multidisciplinar, que vai contar com um técnico da área. Vamos, por 
exemplo, verificar o nível de risco de deslizamento de encosta. Vamos contar com pro-
fissionais da área de geologia, de geografia e junto com eles nós vamos dar o processo 
e a metodologia de análise de risco. Mesma coisa vale para risco de inundação, para 
níveis de rios e por aí afora. A grande sacada do desastre é você estar monitorando as 
variáveis e os fatores de risco, que é o que não acontece hoje no mundo. Embora tenha 
centros de estudos no mundo especializados nisso, a monitoração não existe. A maior 
prova disso é o que aconteceu no Haiti. Um território que está sobre uma placa tectô-
nica, onde a chance de ocorrência de um terremoto era grande, apenas uma questão 
de tempo. A pergunta é: o que é que o mundo estava fazendo em função disso? Nada. 
Estava esperando acontecer. Essa é a grande sacada da análise de riscos. A chance de 
acontecer é grande? É. É iminente? Não. O que vamos fazer se vier a acontecer? Nesse tipo 
de terremoto não dá para se trabalhar preventivamente, mas dá para trabalhar para se reduzir 
o impacto: tirar as pessoas do local, reforçar as construções, exigir que no país existam somente 
construções reforçadas.
Como no caso de algumas regiões no sul do Brasil onde não se dá mais para se ter 
construções pré-fabricadas...
É isso aí. É um case bastante legal para se avaliar. Existe também um caso legal que ocorreu no Japão, 
no livro Do risco à oportunidade. Nesse livro tem um case de um arquiteto que ganhou um concurso 
para construir um hotel e, nesse concurso de arquitetura, ele foi o único que propôs estruturas refor-
çadas em função do nível de terremoto no local. O hotel foi inaugurado e depois de doze dias teve um 
terremoto em Tóquio em 1923 e o hotel foi o único prédio que ficou em pé. Esse é um case real, onde 
o arquiteto agiu preventivamente, pois achou que como o nível de terremotos na região era grande, 
toda construção deveria ser feita com reforço para aguentar os abalos. Mas no mundo, hoje, não se 
sabe por quê, não se preocupam muito com isso. O Haiti é um caso típico disso
Mas não seria porque se trata de um país de terceiro mundo?
É um país pobre mas a ONU estava lá, e a ONU é que estava gerenciando o país, praticamente. A 
ONU precisa ter um plano. A pergunta que eu faço é: a tropa sabia disso? O comandante que estava 
lá, que era um brasileiro, sabia daquele risco? Ele nunca poderia prever o dia que aconteceria aquilo 
ali mas ele tinha que ter um plano estruturado para uma situação daquela. Deveria ter isso pelo 
menos. Igual nós temos que ter aqui os planos de enchente , que nós não temos, para poder mitigar 
os riscos. Se pegarmos São Paulo, por exemplo, é um caso típico. Se analisarmos 2006, 2007, 2008, 
2009, 2010 vamos verificar sempre as mesmas fotografias, as mesmas ocorrências.
É prejuízo para todo mundo. 
Sim os prejuízos são enormes mesmo, o caso vale para todo o mundo. O assunto é complicado? É. 
Como é que você faz , por exemplo, se você não tem dinheiro para reconstruir tudo? Reconstroem-
se primeiro hospitais com reforço, escolas... Esse é o mínimo e o pessoal não prevê, acha que é 
muito caro, acha que não compensa. Mas se você está em cima de uma placa tectônica como essa 
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é isso que se tem que fazer, igual a Falha de Santo Andre no estado norte-americano da Califórnia: 
apenas uma questão de tempo.
(O Estado da Califórnia tem “mais de 99% de chances” de ser atingido nos próximos 30 anos por um 
terremoto de magnitude superior a 6,7, capaz de provocar grande destruição. O anúncio foi feito em 14 
de abril de 2008 pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS)).
Por que os riscos de desastres ambientais como os que vêm ocorrendo no Brasil neste 
início de ano (enchentes, deslizamentos, etc) são tão negligenciados pelas autoridades?
Na minha ótica é porque não tem uma atenção especial para isso. Teoricamente, só da “ibope” 
quando tem a ocorrência do evento. Se não tem, então, nem pense em gastar dinheiro preventi-
vamente. Tem que ter um planejamento, tem que trabalhar isso de maneira que se possa reduzir 
esse impacto. Só trabalha contingencialmente, igual ao que nós vivenciamos aqui na cidade. Não 
tem porque não existe, inclusive, uma lei de reponsabilidade das autoridades, porque se todo ano 
acontece e tem esse problema...
Você acha que isso é uma questão cultural, também, do país?
É uma questão cultural mas também é uma falta de crescimento, de amadurecimento das admi-
nistrações públicas. Em norma, por exemplo, existe regulação obrigatória em que o Estado, as pre-
feituras, os municípios, são obrigados a ter os planos montados e escritos, 
caso contrário o prefeito senta no banco do réu. Ele é obrigado a ter aquele 
plano e precisa ser operacional. Se ele não tiver o plano... o que uma pessoa 
faz se tiver uma inundação nessa área aqui? É previsto? Mesma coisa no caso 
de uma represa. Se a represa estourar, o que é que o município vai dar de 
suporte para a população aqui? Passa um rio na cidade e pode inundar as 
marginais porque pode chover muito. Isso é factivel? É viável? É. Se inundar e 
subir três, cinco metros, o que é que se faz? Tem que ter um plano montado 
pra isso não tem como você escapar. O rio está alí, se chover demais não tem 
como se controlar a chuva. Nesse caso tem que se ter o que? O controle e 
o monitoramento: subiu hoje um centímetro e está chovendo muito, aciona 
o plano um, evacua a área... tem que ter um processo em cima disso. Existe 
toda uma preparação e isso exige dinheiro. Tem que fazer folheteria, tem que 
dar aula, tem que sentar com as pessoas, explicar o que é e o que não é. E 
no caso de uma área de turismo, não tem esse interesse para não afugentar 
o turismo da área, então se encobre o problema e isso é no mundo inteiro. 
Vai visitar uma área da Europa que tem um vulcão que está parado. Qual é 
o risco do vulcão voltar à ativa? Ah! É médio mas não fala nada porque tem 
turismo senão vai matar o turismo da cidade. Então isso é no mundo inteiro 
mas a negligência nossa é muito grande. Eu não consigo entender o por quê 
que as coisas acontecem ano a ano e a gente não faz (um planejamento) 
ou se faz não se aplica como deve. Tem uma apresentação que eu sempre 
mostro e agora passo desde 2006 a 2010: as mesmas áreas alagadas, os 
mesmos problemas... parece uma foto que se tirou ontem, mas tem uma 
www.brasiliano.com.br B&A Entrevista
sequência de fotos de quatro anos de jornal do mesmo local. Aquela área do Shopping Morumbi 
que sempre inunda. Todo mundo sabe que tem o problema e ninguém faz nada. A prefeitura não 
faz, não tem como fazer. É questão de negligência mas falta ter também um profissionalismo na 
área. O bombeiro é preparado para dar suporte de contingência. Quem tem que planejar isso? A 
Defesa Civil? É. Quem são os técnicos da Defesa Civil? Eles têm curso, eles são qualificados? Eles 
estão habilitados a isso? Existe responsabilidade para isso. Quer dizer, se tem um órgão específico 
para isso, que é a Defesa Civil da São Paulo, uma secretaria para isso, cadê a responsabilidadecivil 
e criminal dela? Pessoas não morreram nas enchentes? Quem paga a conta? É Deus que paga a 
conta? Isso é um ponto crucial, por isso que tem que ter uma nova estrutura. E não é difícil montar. 
São estruturas que têm que estar formatadas.
O custo de reestruturação de infraestrutura de áreas extensas, urbanas ou não, 
com base numa prévia análise de riscos de impactos ambientais pode sair mais caro 
que o custo de reconstrução ou que as possíveis perdas numa situação de perigo? 
Resumindo: neste caso de riscos de desastres ambientais, quando o investimento sai 
mais barato que “correr o risco”?
A análise de risco é a base de qualquer tipo de plano, seja ele preventivo ou contingencial. A 
análise de risco vai mostrar para o planejador qual é a chance daquele evento vir a acontecer e quais 
são suas consequências. Com base nisso é que se vai montar o plano, o plano pode ser preventivo. 
O que é o plano preventivo? “Escuta pessoal vamos sair do morro senão vocês vão morrer aqui”, e 
aí não tem conversa, não é um pedido, a polícia pode tirar a população à força se for necessário. Se 
não vão morrer alí. É função do Estado isso. O plano pode ser também contingencial quando o risco 
é baixo, nunca aconteceu, mas se vier a acontecer tem que ter uma estrutura para dar um suporte 
rápido. Então tem que ter um plano pra isso. Numa área de turismo como aconteceu em Angra 
ou na Ilha da Madeira, precisa ter uma infraestrutura muito maior, uma atitude de resposta muito 
maior. Por que? Porque o turismo tem que continuar depois do acidente, depois da emergência. 
Você perguntou em relação a ficar mais caro reconstruir ou não, a reconstrução, como aconteceu 
aqui em São Paulo no Vale do Paraíba que caiu o centro histórico da cidadezinha de São Luis do Pa-
raitinga, é um absurdo, porque a cidade vai ter que ser reconstruída, tecnicamente falando. Poderia 
se fazer alguma coisa? Não sei, tem que estudar. Poderia ter comporta? Poderia ter suspensão? 
Compensaria fazer isso? Quanto custa você reconstruir em função daquilo? Qual é a chance de subir 
o nível da água daquele rio em função das condições climáticas? Porque nada acontece por acaso, 
nada vem de repente, dão-se sinais. Então o erro que eu vejo que acontece muito no Brasil é o de 
não se monitorar esse tipo de situação. Não acompanhar. Que, hoje, pela ISO 31000 deveria estar 
num processo retro-alimentativo. Se esse processo de avaliação, de monitoramento falha, se falha 
constantemente. Por isso que a ISO é uma norma guarda-chuva, serve pra tudo, inclusive para a 
gestão de riscos na administração pública. Tem que ter essa reavaliação constante, como não tem, 
faz-se planos e fica lá um, dois, três, quatro, cinco anos parado. Daí quando ai retirar do arquivo 
está completamente desatualizado.
(No dia 1o. de janeiro deste ano, uma enchente de grandes proporções deixou em estado de calamida-
de pública a cidade histórica de São Luiz do Paraitinga, situada no Vale do Paraíba. Autoridades, técnicos 
e especialistas de todo o País se reuniram com a Prefeita da cidade no último mês para discutirem as 
ações que devem ser encampadas no processo de reconstrução da cidade.)
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B&A Entrevista | 11www.brasiliano.com.br
Como uma melhor infraestrutura de transporte (mais ferrovias e rodovias) pode 
auxiliar a mitigar este tipo de risco?
Para a nossa infraestrutura de transporte tem que se pensar em modais alternativos. No Brasil, 
onde quase que 90% do modal é rodoviário, tem que se pensar no modal aéreo, fluvial, por exemplo, 
tem que se pensar nessas alternativas obrigatoriamente. Se a estrada é destruída ou ficar bloqueada 
como é que vai se manter o fluxo de alimentos para aquela região? Não tem que pedir pelo amor 
de Deus que o avião da FAB faça isso, tem que ter um processo montado e estruturado. Por isso 
que os modais não deveriam estar tão concentrados somente no rodoviário. Esse seria um plano de 
reestruturação para o governo estar pensando,o que também não acontece. O transporte ferroviário 
quase não existe, a navegação de cabotagem é muito insatisfatória e as linhas aéreas no interior no 
país também é insuficiente.
Em sua opinião, por que a ocupação de zonas de risco de deslizamento, como 
encostas e marginais, não são eficientemente contidas em cidades como São Paulo e 
Rio de Janeiro?
Porque não existe fiscalização e não tem um processo claro de sensibilização da população. A pessoa 
está sem condições custear a própria residência mas tem que morar em algum lugar então ocupa uma 
área que, teoricamente, não poderia ser ocupada. Numa área bonitinha longe de favelas ela começa 
a construir o barraquinho dela. Daí não tem fiscalização e entra a questão da nossa política social 
capenga, falsa, míope, que deixa a pessoa lá porque não tem pra onde mandar, não existem progra-
mas dessa natureza e a pessoa vai ficando. Como nunca aconteceu a “bola começa a rodar”. Esse é 
um dos maiores problemas da cidade do Rio de Janeiro, a ocupação dos morros devido à favelização 
em áreas de risco. Os morros começam a deslizar e soterrar e se coloca a culpa em Deus.
O Corpo de Bombeiros está suficientemente capacitado para situações de 
emergência de grandes proporções como no deslizamento em Angra dos Reis?
Na minha opinião não está. Tem preparo para algumas emergências mas isso não quer dizer que 
o pessoal não esteja capacitado. O que falta, no meu ponto de vista, é infraestrutura e tecnologia 
para eles. A capacitação do pessoal é de primeira linha, mas falta tecnologia, suporte, mais gente. 
Você pode reparar que nos Estados Unidos, quando teve 
o atentado do dia 11 de setembro de 2001 ou o furacão 
Katrina, eles não estavam preparados para dar uma res-
posta adequada. Se eles não estão lá imagine nós aqui. 
Imagine se acontece um maremoto em Santos ou Angra 
dos Reis qual seria a dificuldade de se chegar lá. Igual acon-
teceu em Angra que caiu e até chegar a resposta, equipa-
mento... e tudo na raça, porque a equipe tem raça, tem 
vontade, porque tem gente debaixo da terra. 
Num país como o Brasil, cheio de estradas 
tortuosas e “paraísos” de difícil acesso, quais 
B&A Entrevista | 12www.brasiliano.com.br
os principais agravantes numa situação de emergência? Como deve ser o Plano 
de Resposta a Emergência nestes locais?
No Plano de Resposta a Emergência tem que estar definido quem irá atuar naquela 
região, que bombeiro que irá atuar, que estrutura que dará resposta para um evento 
de determinado tipo e aí tem que munir essa resposta. O problema é que no Brasil 
não existe essa resposta. “Quem vai dar a resposta?” “É a Secretaria Municipal da 
Defesa Civil.” Quem é a Defesa Civil? Meia-dúzia de “gato pingado”. Daí pede ajuda 
para o Corpo de Bombeiros da cidade mais próxima, que não está preparado, que 
não conhece, que não tem o estudo da planta, não sabe o que pode ter aconteci-
do. Então o Plano de Resposta a Emergência para uma situação dessa tinha que ter 
equipes preparadas e treinadas especificamente para as respectivas contingências. 
Isso é que é o ponto crucial. E não tem. Então o pessoal improvisa e vai “na raça”. 
Se você chegar no Corpo de bombeiros de Angra dos Reis e perguntar: “Quais são 
os riscos que vocês trabalham aqui?” Eles teriam que ter o mapa de riscos para saber o que poderia 
estar acontecendo e saber que tipo de infraestrutura eles podiam levar para o local do evento, e não 
tem. Se você for lá eles não têm nada. Tem que ter helicóptero, tem que ter barco, que que estar 
com tudo à mão, porque ele não vai chegar de caminhão se houve um bloqueamento da estrada 
devido ao deslizamento do morro. Tem que ter equipamento de infraestrutura pesada para levar ao 
local rapidamente, de helicóptero, igual situação de guerra. 
Então se a gente for pensar assim, nessas regiões turísticas perigosas, a infraestrutura 
sempre vai ser pequena porque o que vai ter é uma equipe municipal que vai estar alí 
dando a resposta...
É mas por erro, porque comoa nossa hierarquia do Corpo de Bombeiros é estadual, é dever do 
estado dar a infraestrutura necessária para as cidades. Por exemplo, se é uma cidade pequena, mas 
com alto impacto de turismo e com altos problemas ambientais tem que dar uma solução, agir 
preventivamente. 
Transforma em área de preservação...
É, área de preservação, o risco é grande... porque se deixa as pessoas irem, elas vão achando 
que tem uma infraestrutura mínima necessária, daí chegam lá, acontece um problema e não tem 
nenhuma, as pessoas ficam necessitadas. Igual ao que aconteceu em Machu Picchu há pouco. Se 
você sabe que não tem estrutura é diferente, você vai rezando, vai na aventura pura, mas pelo 
menos você está consciente. No caso do Haiti a ONU deveria ter uma estrutura montada. Não pode 
mais falar que foi a natureza, não tem mais como falar isso, a gente tem tecnologia pra prever isso.
(De acordo com autoridades peruanas, ocorreu na região de Cuzco a pior enchente dos últimos 15 anos. 
Diversos turistas ficaram isolados perto das ruínas de Machu Picchu, dentre eles 120 brasileiros. Houve 
desabamento de encostas com destruição de casas e fluxo de lama. Dentre os prejuízos, a linha de trem 
que liga a cidade de Cuzco até Águas Calientes, foi destruída, deixando milhares de turistas isolados na 
região. Por conta das chuvas, comuns nesta época do ano, a melhor estação para se visitar Machu Pichu 
é o inverno, época de secas.)
B&A Entrevista | 13www.brasiliano.com.br
Numa cidade como São Paulo, onde o crescimento urbano não respeitou as condições 
ambientais (de clima subtropical úmido e área de Mata Atlântica, uma zona de chuvas 
o ano inteiro e, onde a grande maioria dos rios foram canalizados e as áreas verdes são 
insuficientes para absorver toda a água da chuva), o que a análise de riscos pode fazer 
para que medidas tanto emergenciais como de longo prazo sejam tomadas para que a 
perda de vidas e patrimônio seja minimizada a um nível aceitável de vivência?
O que a análise de risco faz é mapear os pontos de maior chance de ter alagamento. Depois vai 
analisar o que deve ser feito para evitar ou dominuir as chances dessas áreas ficaram alagadas. Vai 
ter que ter mais áreas verdes? Fazer mais piscinões? Solução tem, então tem que se buscar, porque 
a solução é técnica e tem técnico para dar a solução. Não pode é se fazer como se faz hoje em 
São Paulo onde nós temos 22 áreas mapeadas e daí? Pra quê? Pra dizer que está inundando? Se o 
túnel está inundando é tão difícil assim de evitar que os carros entrem? Só depois de três, quatro 
enchentes onde destruiu-se todos os carros que estavam lá é que resolveram fechar os túneis. Isso 
é um trabalho preventivo. As marginais que sempre alagam embaixo da ponte porque eles tiveram 
que afundá-las: não compensaria elevar a ponte e a pista? compensa elevar a ponte e a pista? Todo 
ano afunda. Então solução tem, mas tem que ver se compensa, se dá pra fazer.
mariana fernandez
Editora
sumário
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AnÁLIsE
Área da Prevenção 
de Perdas: 
Enfoque Estratégico
Rosângela Aparecida Stringher
A constante luta por vantagens competitivas em meio ao atual contexto con-
correncial corporativo e às mudanças de comportamento dos consumidores, 
faz com que as organizações invistam no profissionalismo de suas atividades, a 
fim de satisfazer o consumidor final e alcançar seus objetivos. Nesse contexto, a 
Prevenção de Perdas se faz cada vez mais presente na estrutura organizacional. 
É importante saber que “perda”, em uma visão global é todo e qual-
quer efeito que reduza de forma direta ou indireta o lucro da empresa, 
ou seja, é todo lucro ou resultado não alcançado, é a redução não 
planejada dos ativos da empresa. 
As perdas podem ser provenientes de extravios, desperdícios, quebra 
ou administração ineficiente (perdas estratégicas).
A ação de prevenir perdas tem início na identificação do valor e das causas 
das perdas (furtos internos e externos, fraudes internas e de terceiros, erros 
administrativos, quebras operacionais, etc.). Uma vez apurados os indicado-
res das perdas é possível traçar respectivas metas, a fim de reduzi-las. 
O termo “Prevenção de Perdas” surgiu no Brasil em meados da década 
de 90. Desde então, os grandes varejistas nacionais, liderados pelo GPP 
(Grupo de Prevenção de Perdas) da FIA (Fundação Instituto de Administra-
ção), realizam benchmark, a fim de aplicar as melhores práticas das maiores 
redes de varejo norte-americanas para prevenir suas perdas, incluindo: 
novas técnicas, ferramentas, tecnologia, processos e até comportamentos.
Para se ter uma idéia da extensão do problema, as perdas nos EUA giram 
em torno de US$ 30 bilhões por ano, isso porque é o país onde mais se uti-
lizam ferramentas e técnicas para preveni-las. Aqui no Brasil a gestão em 
perdas tem pouco mais de oito anos, e ainda temos muito que aprender. 
Segundo o consultor e palestrante especializado em varejo Marco 
Antonio G. Geraigire, “o empresário brasileiro começará a investir mais 
em prevenção de perdas, no momento em que começar a medi-las.” 
www.brasiliano.com.br Análise
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Evitar danos ao resultado da empresa é 
o principal objetivo, porém, atualmente, a 
Prevenção de Perdas é tratada e respeitada 
pelos gestores como uma importante fer-
ramenta estratégica, já que seus resultados 
orientam em melhor tomada de decisão.
Empresas dos Estados Unidos já tem até 
cargos de vice-presidente de Prevenção de 
Perdas em seu organograma, o que demons-
tra o quanto esse assunto vem sendo tratado 
como parte da estratégia competitiva.
Nas organizações que dispõem de pro-
cessos de prevenção de perdas, em geral, 
contemplam as áreas de Gerenciamento de 
Riscos, Controladoria e/ou Custos, Financei-
ra, Seguros e até Auditoria Interna (Fraudes).
Realizar a Prevenção de Perdas requer pro-
fissionais especializados e com visão holística 
do negócio. Geralmente, são gestores que 
possuem vivência nas áreas de Auditoria, 
Segurança ou Desenvolvimento Organiza-
cional/Novos Negócios. Manter-se informa-
do de técnicas e critérios regulamentados, é 
indispensável ao profissional para realizar de 
forma adequada suas análises, e tomadas de 
decisão com respectivas ações.
Quanto ao enfoque e na estrutura da 
Prevenção de Perdas, há diferença entre o 
segmento do varejo e demais corporações, 
pois, a perda no segmento do varejo de 
lojas de departamento, desconto e vestuá-
rio possui duas vertentes, sendo:
•	 Perdas de Inventário: resultado 
pertinente aos produtos desapa-
recidos de lojas e centros de dis-
tribuição (em geral ninguém sabe 
o motivo real). Impactam direta-
mente no resultado da empresa e 
na sua imagem junto aos clientes.
•	 Quebras Operacionais: débitos 
contábeis do estoque da organi-
zação oriundos de produtos fora 
das condições de comercializa-
ção (prazo de validade expirado, 
embalagens violadas ou danifi-
cadas, etc.).
Entretanto, além das perdas supracitadas, 
há no contexto empresarial outras espé-
cies de perdas, como: perdas financeiras, 
perdas creditícias, perdas por produtivi-
dade, perdas logísticas, perdas no ato da 
compra, entre outras.
Por isso que, no atual ambiente corpora-
tivo agressivo, a busca por eficiência e por 
diferenciais competitivos, são preocupa-
ções constantes das organizações. 
Quando implantada e utilizada de forma 
correta, a Prevenção de Perdas faz com que 
o lucro da empresa aumente, contando 
apenas com: gestão correta de suas normas 
e procedimentos, treinamento de seu cola-
boradores, utilização de tecnologia e ins-
trumentos para monitorar os resultados.
O programa de Prevenção de Perdas 
pode ser implantado com a ajuda de 
uma consultoria externa, apenas 
com recursos internos, ou 
ainda com a combinação 
de ambos. 
A Brasiliano & Associa-
dos conta com profissio-
nais especializados e excelência 
de resultados devido, principalmente, 
ao embasamento técnico deseus serviços. 
Esses fatores propiciam demonstrarmos 
aos nossos clientes, com clareza e agilida-
de, que é muito mais fácil, rápido e barato, 
prevenir perdas do que aumentar vendas.
Rosângela Aparecida stringher
Consultora da Brasiliano & Associados
rstringher@brasiliano.com.br
sumário
Análise
 | 17www.brasiliano.com.br
sEguRAnçA dA InfoRmAçãosEguRAnçA dA InfoRmAção
segurança da Informação
A Segurança da informação e 
o Exercício da Advocacia 
Dr. Renato M. e Dra. Camilla do Vale Jimene
A era digital revolucionou a Justiça Brasileira e, consequentemente, o exercício da advocacia. Nos 
dias atuais, a rotina do advogado inclui a consulta de seus processos on-line, o peticionamento 
com certificado digital, a orientação dos clientes via e-mail, a pesquisa de jurisprudência nos sites 
dos Tribunais e mais uma infinidade de atividades que envolvem recursos computacionais.
O barateamento das novas tecnologias vem propiciando a utilização de dispositivos móveis, 
como notebooks, smartphones e pen-drives, capazes de armazenar dados em forma de texto, 
imagem, vídeo e som, em larga escala. 
Os profissionais do direito já se habituaram a transportar grande quantidade de informação 
em pequenos dispositivos móveis, facilitadores da movimentação de seus estudos e de sua 
agenda. Com tais ferramentas, não é mais necessário voltar ao escritório para fazer download 
dos e-mails ou alterar petições, vez que a mobilidade possibilitou o trabalho remoto.
De outro lado, o uso de soluções móveis deixou em situação bastante vulnerável as informa-
ções que estão sob a tutela do operador do direito. Isto porque os dispositivos móveis podem 
ser perdidos, furtados ou roubados com enorme facilidade e, usualmente, não contam com o 
mesmo aparato de segurança que as estações de trabalho fixas. 
 | 18segurança da Informação
Certamente, há certos dados que 
não desejamos compartilhar 
com desconhecidos, como por 
exemplo, fotografias de nossa 
família. Porém, quando nos refe-
rimos à atividade da advocacia, 
é ainda mais grave o comparti-
lhamento indesejado de dados, 
vez que o Código de Ética e Dis-
ciplina da OAB impõe o sigilo ao 
profissional1 e o Estatuto da Ad-
vocacia (Lei n.º 8.906/94), tipifica 
como infração disciplinar a violação 
do sigilo profissional2. 
É cada vez mais comum casos de va-
zamento de informações relacionados 
ao uso de dispositivos móveis. Para con-
textualizar esta preocupação, vale citar 
a notícia que circulou recentemente: a 
Polícia Civil de São Bernardo do Campo 
prendeu dois homens acusados de extor-
quir um jovem, sob ameaça de divulgar 
dados sigilosos da empresa em que ele 
trabalhava, contidos em seu notebook, 
aos concorrentes. A vítima procurou a 
polícia, após ter sido roubado (http://
www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/
ult95u645871.shtml) e conseguiu obter 
seu equipamento de volta.
Assim, é recomendável que os advoga-
dos, antes de utilizarem indiscriminada-
mente a tecnologia, ponderem sobre o 
quão seguros estão os dados dos clientes 
armazenados em seus dispositivos móveis 
e quais medidas devem observar para pre-
venir o risco de vazamento de informações.
1 Art. 25. O sigilo profissional é inerente à profis-
são, impondo-se o seu respeito, salvo grave ameaça ao 
direito à vida, à honra, ou quando o advogado se veja 
afrontado pelo próprio cliente e, em defesa própria, 
tenha que revelar segredo, porém sempre restrito ao in-
teresse da causa. 
2 Art. 34. Constitui infração disciplinar: VII – violar, 
sem justa causa, sigilo profissional;
Uma recomendação técnica é a adoção 
de metodologias de criptografia, que em 
síntese, consiste na utilização de uma senha 
(chave) para embaralhar (encriptar, cifrar ou 
codificar) a forma original de um documen-
to, que somente pode ser decifrado com a 
utilização da mesma senha (chave privada) 
ou de outra senha (chave pública).
Assim, se não é possível evitar por completo a 
perda dos dispositivos móveis e o conseqüen-
te vazamento das informações, ao menos é 
possível assegurar que informações indevida-
mente divulgadas estejam ininteligíveis. 
Tão importante é a questão do sigilo sobre 
as informações em suporte eletrônico que 
alguns estados americanos como Nevada 
e Massachusetts, instituíram a obrigato-
riedade da criptografia para aqueles que 
guardam dados de terceiros3.
É indiscutível que a era digital chegou 
trazendo benefícios à atividade profissio-
nal do advogado, em especial as soluções 
móveis, excelentes ferramentas para oti-
mização do trabalho, porém, é necessário 
cautela no momento de pensar em segu-
rança dos dados em suporte eletrônico.
Renato opice Blum: 
Advogado e economista. Coordenador do curso de 
MBA em Direito Eletrônico da Escola Paulista de Direito. 
 dra. Camilla do vale Jimene
Advogada associada à Opice Blum Advogados e 
Professora de Direito Eletrônico em diversas instituições.
3 NRS 597.970 (Nevada) e CMR 17.00 (Massachusetts).
sumário
Consulte – nos!!!
Serviços de
Outsourcing
Tire o peso de suas costas ! 
Deixe para quem é ESPECIALISTA!!
Outsourcing é a terceirização do processo de gestão de riscos e da segurança 
empresarial. O escopo inclui o planejamento, a implantação e a administração de 
todos os serviços e processos terceirizados. 
Vantagens do outsourcing:
• Mão-de-obra especializada
• Melhoria da qualidade do serviço
• Otimização de recursos
• Aumento da produtividade
• Liberação da estrutura da 
empresa para sua atividade fim
• Simplificação da 
estrutura interna
• Redução de 
ação trabalhista
• Agiliza decisões 
e ações
 | 20www.brasiliano.com.br
tREInAmEnto
treinamento
Ensino a Distância: 
Presencial Digital x 
Estudo Dirigido
Álvaro Takei
Conhecimento é o grande diferencial competitivo do novo milênio. 
Torna-se, então, um grande desafio adquiri-lo.
Uma das maneiras mais usuais de buscar conhecimento é a educação 
continuada, entretanto, o panorama organizacional atual exige dedica-
ção dos profissionais que, muitas vezes, acaba inviabilizando a possibi-
lidade de estudar. São vários os motivos, os mais usuais são:
•	 Falta de tempo;
•	 Dificuldade de deslocamento;
•	 Custos de viagens;
•	 Investimentos nos treinamentos;
•	 Etc.
Nesse cenário, o ensino a distância, surge como excelente opção, uma 
vez que o interessado pode assistir aulas em sua residência ou empresa, 
o que resolve a questão do deslocamento e os custos de viagem, além 
de não tirá-lo da rotina profissional. Resta a questão dos investimentos, 
este quesito também é melhorado, tendo em vista que os promotores de 
cursos não incorrem em uma série de despesas, por exemplo transporte 
e estadia dos professores, locação de salas de aula, dentre outros.
Agora, considerando o ensino a distância tradicional, em que o aluno 
a qualquer hora e em qualquer lugar assiste às aulas, há, ainda, pre-
conceito em relação a esse tipo de ensino, bem como algumas queixas, 
assim, o grau de aderência costuma ser muito baixo, enquanto a evasão 
costuma ser muito alta. Os alunos reclamam que, por ser completa-
mente à distância, exigindo isolamento, o interesse é pequeno.
Isso parece ser verdade, pois é sabido que a maior parte das iniciativas 
de e-learning com foco no varejo ainda não deu certo. Por mais que 
seja um mercado gigantesco, as melhores iniciativas são in company e 
 | 21www.brasiliano.com.br treinamento
customizadas - cursos fechados para empre-
sas -, normalmente grandes organizações.
Estamos, então, frente a um paradoxo, de um 
lado o ensino a distância surge como uma al-
ternativa de solução para obtenção de conheci-
mento, de outro os problemas alegados desse 
tipo de ensino. Como resolver esse paradoxo?
A solução está na utilização equilibrada de 
tecnologia e método de ensino. Para melhor 
entendimento são necessárias algumas con-
siderações. Inicialmente, ensino a distância 
não significa que o aluno precise, necessa-
riamente, estar isolado, significaapenas que 
a barreira geográfica deve ser ultrapassada. 
Matar a interação entre alunos é o mesmo 
que deixar o processo de aula cansativo e 
aborrecido, como resultado, verificam-se 
altas taxas de evasão
Dessa forma, constata-se que deve ser 
promovida a interação. Quanto maior a in-
teração, melhores os indicadores do curso:
•	 Taxas de evasão mínimas;
•	 Satisfação alta;
•	 Notas altas;
•	 Participação alta.
Ao interagir com outros alunos, conse-
gue-se trabalhar redes de troca de conhe-
cimento e de relacionamento profissional, 
portanto, a experiência fica melhor.
Colocando de outra forma, devemos, 
então, utilizar a tecnologia para vencer as 
barreiras geográficas e aplicar um método 
de ensino que privilegie a interação entre 
os alunos, bem como entre os alunos e o 
professor, de maneira que exista:
•	 Foco no aluno;
•	 Participação ativa do estudante;
•	 Criação de rede de relaciona-
mento (networking);
•	 Criação de conhecimento.
Sempre utilizando técnicas de ensino 
adequadas, como a Andragogia (ensino 
de adultos) e o estudo dirigido, em que 
o professor não ensina, ele é o facilita-
dor da aprendizagem, ajuda o aluno a 
aprender. É o organizador, incentivador 
e ativador do processo de aprendizagem.
É nessa linha de raciocínio que a 
Brasiliano & Associados, em 
sua área de treinamentos 
digitais, tem oferecido 
cursos a distância. Uti-
lizando o que foi deno-
minado internamente de EID 
– Ensino Integrado a Distância e o 
EPI – Ensino Presencial via Internet.
O EID/EPI, utilizando transmissão de aulas 
pela Internet, mescla o ensino presencial com o 
e-learning, ou seja, aproveita o melhor das duas 
técnicas. Isso quer dizer que o aluno tem data 
e hora para assistir aulas, mas o faz na comodi-
dade de seu lar ou empresa, não importando a 
localização. Ao marcar dia e hora para as aulas, 
os alunos do curso estarão todos, no mesmo 
momento, virtualmente juntos, trazendo com 
isso a pretendida interação e integração.
Para garantia da qualidade das aulas, os 
professores são orientados, tanto no uso 
da tecnologia, quanto nos métodos didá-
ticos a serem aplicados. Com esses cui-
dados, já foram realizados, com sucesso, 
vários cursos e treinamentos.
Concluindo, é possível oferecer cursos 
efetivos e de qualidade, vencendo barreiras 
geográficas e os problemas relacionados a 
custos, proporcionando a oportunidade da 
almejada aquisição de conhecimento.
Álvaro takei
Diretor de Ensino Digital da Brasiliano & Associados
takei@brasiliano.com.br
* Texto original do autor
sumário
 | 22www.brasiliano.com.br
 | 23www.brasiliano.com.br Carreira
CARREIRA
motivação, a Chave para 
o Sucesso do Gestor da 
Segurança Empresarial
Nino Ricardo Meireles
Nossa sociedade valoriza em demasia a inteligência. As pessoas querem conhecer pessoas in-
teligentes, querem casar com pessoas inteligentes, querem ter chefes inteligentes, querem ter 
colegas inteligentes, querem ter amigos inteligentes. A inteligência é fundamental para nos dar 
a capacidade de discernir, o que é muito importante para qualquer gestor, mas alguns filósofos 
afirmam que a inteligência é “um farol que ilumina o caminho, porém não faz caminhar”.
O que nos faz caminhar é a vontade, o querer e a vontade é potencializada quando gostamos 
do que fazemos. Quando gostamos da nossa profissão, não medimos esforços. Os problemas 
são encarados de frente, como simples desafios a serem superados e não como barreiras in-
transponíveis. Podemos afirmar que é muito importante sermos inteligentes, mas precisamos 
desenvolver a nossa vontade, o nosso querer.
Os desafios pessoais e profissionais estão cada vez maiores. Na área de segurança empresarial 
essa realidade se potencializa, pois as empresas estão sendo a cada dia mais desafiadas pelos seus 
ambientes de tarefa. Ambientes extremamente mutáveis e exigentes. Os resultados positivos nas 
www.brasiliano.com.br | 24
empresas serão potencializados pelo geren-
ciamento de riscos e gestão de perdas, pois 
o resultado positivo virá a partir da melhoria 
dos processos. As empresas não podem mais 
ditar o preço de seus produtos ou serviços, 
pois é o mercado quem dita a regra do jogo.
O crescimento da importância da segu-
rança para as empresas tem levado os ges-
tores de segurança empresarial a desafios 
cada vez maiores. A gestão da segurança 
tem que estar alinhada com as metas es-
tratégicas da empresa. Tem que ser uma 
gestão baseada em diretrizes, ou seja, em 
metas mais as medidas necessárias para al-
cançá-las. Para esse fim, o gestor tem que 
utilizar com maestria o ciclo PDCA (plane-
jar, executar, controlar e agir).
Nesse contexto corporativo, o gestor, para 
ter sucesso, tem que ser um profissional al-
tamente preparado, com uma forte base 
acadêmica. Mas somente essa formação 
não é suficiente. O profissional ter que ser 
altamente motivado, pois a busca pela me-
lhoria contínua das competências (conhe-
cimentos, habilidades e comportamentos) 
exige determinação, vontade.
O gestor não pode esquecer que a mo-
tivação é gerada dentro de cada um de 
nós. É lógico que existem ambientes favo-
ráveis à motivação, mas a motivação é in-
dividual. O gestor precisa estar motivado, 
pois o mundo corporativo é extremamente 
mutável e não acompanhar suas mudanças 
significa ficar obsoleto rapidamente, ou 
seja: perder empregabilidade. 
E perder empregabilidade é estar fora do 
mercado.
O gestor não pode ficar vivendo o passado, 
pois esse não nos pertence. Da mesma 
forma, não podemos nos guardar para 
o futuro. Devemos sim, planejar o nosso 
futuro. Diante disso, podemos afirmar que 
somos inteligentes, que existimos no presen-
te. Temos que viver intensamente cada dia. 
Tão importante quanto a motivação e o 
viver intensamente cada dia é a capacidade 
de organizar a vida pessoal e profissional. 
Para essa organização, temos que entender 
claramente o que é essencial, importante 
e acidental. Essencial é tudo que devemos 
fazer imediatamente, que nos faz caminhar 
na direção dos nossos objetivos. Importan-
te são as coisas que nos fazem caminhar na 
direção dos objetivos, mas não tem pressão 
temporal, logo devem ser feitas após o que é 
essencial. Acidental não tem pressão tempo-
ral nem nos leva, neste momento, ao alcance 
de nossos objetivos. Infelizmente, muitos 
profissionais confundem esses conceitos e 
não conseguem administrar o tempo.
O gestor da segurança empresarial tem que 
ser um empreendedor. Estudos mostram 
que para ter sucesso, devemos ter:
•	 Comprometimento e persistência.
•	 Grande habilidade no relaciona-
mento interpessoal.
•	 Grande habilidade em comunicação.
•	 Alto nível de conhecimento 
técnico.
Vamos buscar a motivação que existe dentro 
de cada um de nós e despertar a pessoa 
cansada que existe dentro de nós. O ditado 
popular já diz que querer é poder. Quando 
queremos, caminhamos e superamos os desa-
fios. Gestores da segurança empresarial sejam 
motivados e alcancem suas metas pessoais e 
profissionais e sejam nas organizações, um 
vetor para o crescimento empresarial.
nino Ricardo meireles
Professor, consultor, Especialista em Gestao de Riscos Corporati-
vos e Autor de vários livros na área de segurança empresarial.
Carreira
sumário
Ler e saber | 25
Mariana FernandezMariana Fernandez
Já estão à venda no site da Sicurezza os títulos Gestão e Análise de Risco Corporativo- Método 
Brasiliano Avançado, As Formas do Crime, Guia Prático para elaboração de Fluxograma, Gestão 
de Riscos Operacionais para um sistema de abastecimento de água, Guia Prático do Agente de 
Segurança e Dicas de Segurança.
Todos fazem parte da Coleção Gestão de Riscos da Sicurezza Editora, que está promovendo lança-
mentos inéditos todos os meses para completar um compêndio de 50 títulos. A CGR será a primei-
ra coleção de livros da área de riscos, preenchendo uma lacuna no mercado de Gestão de Riscos.
Trazendo informação técnica e competentena abordagem de assuntos pouco discutidos por via 
editorial, a coleção traz, temas como: Sistemas de Informação, Incêndio, Investigação, Segurança 
Pessoal, Segurança Patrimonial, GRC, Inteligência e Gestão Pura.
A PEçA-ChAvE dA sEguRAnçA PRIvAdA
Mestre e doutorando em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), o atual douto-
rando sobre o impacto da segurança privada sobre o policiamento, André Zanetic é o autor do 
mais novo lançamento da Sicurezza Editora A Questão da Segurança Privada: estudo do marco 
regulatório dos serviços particulares de segurança (Sicurezza, 2010). 
Além de ser tratar de um estudo embasado na tese de doutorado de Zanetic, dentro do universo 
das políticas de segurança e de prevenção e controle do crime e da violência, conforme 
denota o próprio autor, o livro configura um recorte privilegiado, “por ser 
ainda uma novidade e uma necessidade, sobre o desafio da or-
ganização da vida institucional e comunitária, pela qual interage 
uma ampla rede de pessoas, organizações, conceitos e interesses 
distintos.”
Além da obra, Zanetic possui excelente bagagem no tema, 
havendo desenvolvido outros estudos e pesquisas nas áreas de se-
gurança pública, crime e violência. O autor foi visiting scholar no 
Criminal Justice Program em Rutgers-Camden, The State University 
of New Jersey (2009), consultor do Programa das Nações Unidas 
para o Desenvolvimento (PNUD) no desenvolvimento do estudo 
“Análise de Incidência Criminal durante os Jogos Pan-America-
nos (Rio/2007)”, pesquisador pela Secretaria Nacional 
de Segurança Pública (SENASP) / Ministério da Justiça 
no desenvolvimento da pesquisa “O Papel dos Muni-
cípios na Segurança Pública” (2005), coordenador da 
Ler e saber | 26www.brasiliano.com.br
Pesquisa de Vitimização Empresarial – 2003 (Brasiliano/ SENASP), pesquisador associado ao Insti-
tuto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente 
– ILANUD e Gerente de Pesquisa e Referência do Instituto Sou da Paz (2000 – 2002).
O objetivo de A Questão da Segurança é o de “trazer uma contribuição específica sobre a forma 
como se organiza o setor da segurança privada no Brasil, tendo como foco a análise do marco 
regulatório desses serviços, a partir do panorama teórico encontrado na literatura e dos dados 
disponíveis sobre o contingente, a legislação e os mecanismos de regulamentação e controle exis-
tentes”, conforme explica o autor.
Em quatro capítulos bem demarcados, o autor traz um histórico da segurança privada no Brasil e 
no mundo passando para a formação do mercado de segurança no Brasil, um capítulo de tabelas 
enriquecedoras, continua com a regulação do mercado e fechando com a regulação dos serviços 
no país.
Na opinião, do sociólogo Túlio Kahn, autor de As Formas do Crime (Sicurezza, 2009), “entre os 
muitos méritos da obra, o autor não cai na visão simplista de que ‘interesses privados’, ‘lucro’, 
‘mercado’, ‘livre iniciativa’ e outros valores da sociedade liberal sejam intrinsecamente ruins e ne-
cessariamente antagônicos aos interesses públicos, como advogam muitos dos que analisaram a 
questão da segurança privada e seu papel na sociedade. Ao contrário, o pressuposto adotado pelo 
autor é de que (...) segurança pública e privada podem conviver pacificamente e exercer funções 
complementares, em benefício da sociedade.”
De forma bastante clara, o autor também explica as concepções equivocadas de muitos brasilei-
ros, de que o mercado de segurança privada, no Brasil, cresce, apenas porque a segurança pública 
é ineficaz ou insufuciente. Zanitec demonstra que a demanda nada tem a ver com a crise de segu-
rança pública, através de exemplos de países que não passam por esse problema.
Dentre tantas conclusões explanadas na obra, vale ressaltar nesta breve resenha a que “a segu-
rança privada por si não representa uma ameaça à garantia dos direitos, mas sim a ausência de 
controle e regulamentação efetivos e sua devida fiscalização”. O autor explica dizendo que “o 
grande problema que se coloca quanto à disseminação desses serviços [de segurança privada] está 
na configuração de uma estrutura regulatória e de controle capaz de organizar os serviços parti-
culares de segurança para que se garanta, por um lado, a eficiência e otimização dos recursos e 
por outro a garantia dos direitos individuais contra atos arbitrários das firmas e seus funcionários”. 
Confira em breve no Blog da Brasiliano & Associados a data da noite de autógrafos da obra. Pré-
lançamento no site da Sicurezza Editora.
Ler e saber | 27www.brasiliano.com.br
LIvRos LAnçAdos
sumário
para comprar acesse: www.sicurezzaeditora.com.br

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