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BRAVERMAN, _TRABALHO E CAPITAL MONOPOLISTA - Copia

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BRAVERMAN, H.; CAIXEIRO, N. C. Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no século XX. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara, 1987. 3ª Ed.
Sumário
1	Resumo	1
Parte IV: A Crescente Diversificação da Classe Trabalhadora	1
Capítulo 15. Trabalhadores em Escritório. p.249-303.	1
Capítulo 16 - Prestação de Serviços e Comércio Menor. p.303-317.	2
Parte V – A Classe Trabalhadora	4
Capítulo 17 – A Estrutura da Classe Trabalhadora e seus Exércitos de Reserva. p.319-340.	4
Capítulo 18. As Camadas “Médias” do Emprego. p.319-341.	5
Capítulo 19 – Trabalho Produtivo e Trabalho Improdutivo. p.347-359.	6
2	Comentários	7
3	Ideias	9
4	Citações	9
5	Local onde se encontra a bibliografia	9
Resumo
Parte IV: A Crescente Diversificação da Classe Trabalhadora
Capítulo 15. Trabalhadores em Escritório. p.249-303.
O trabalhador do escritório é produto do capitalismo da fase monopolista (p.294)
Até o século XIX concentrava-se no segmento de funções burocráticas, tomadas como privilegiadas e associadas a cargos de confidência/sigilo. Diferenciam-se da categoria de “White Collar” do W. Mills, incluindo-se nessa contador, secretária, caixa, arquivo, recepcionistas.
Em 1851, na Inglaterra, correspondia à 0,8 % da população. Em 1900 a 4% e 1961 dispara para 13%. Os escritórios surgem paralelos as fabricas, sendo os complementos da produção, como Finança e Marketing. 
“A função do capitalista é representar o capital e ampliá-lo. Isso é feito pelo controle da produção do valor excedente nas indústrias e atividades produtivas, ou pela apropriação dele de fora daquelas industrias e atividades.” (p.255). O capitalista industrial se insere no primeiro caso, enquanto o banqueiro no segundo.
 As funções gerenciais tornam-se processo de trabalho, pois são controladas da mesma forma pelo capital.
A forma fantasmagórica do processo de produção assume importância nas formas sociais do capitalismo, onde todos os produtos do trabalho carregam marcas invisíveis da propriedade, ademais de suas características físicas (p.256)
Assim a representação do valor torna-se mais importante que sua forma física ou propriedade útil.
O descolamento dos escritórios da indústria exigiu o aperfeiçoamento das técnicas de controle, aprofundando princípios da “gerência científica”, tal como a racionalização (tornando tudo ao alcance da mesa, mais fácil de adaptar do que a própria linha de produção na indústria).
Os princípios de “gerência cientifica” cederam o monopólio da concepção ao escritório (p.267). No entanto, com a racionalização do trabalho, o próprio escritório assumiu caráter de manualidade. 
O trabalho mental é feito no cérebro e executado manualmente, sendo possível sua separação por meio da integração da escala produtiva.
O trabalho abstrato desconsidera forma do produto ou processo.
Na página 272, aponta várias estatísticas da organização dos processos de trabalho por minuto (métodos de gerência científica herdados do taylorismo), por exemplo levantar (fração de 0,33 min). Objetivo não é apenas o controle sobre o processo produtivo, mas a expropriação do saber intelectual do trabalho do trabalhador.
No mundo moderno não há distinção entre manual e escritório, burocrata torna-se operário (p.276).
A mecanização do escritório é protagonizada pela introdução dos computadores. O escritório logo transforma-se em uma fábrica com gravata. (p.296)
Na primeira divisão do trabalho, há a especialização do trabalho, contudo com a mecanização e fragmentação ocorre uma divisão estreita de certas faculdades mentais, tornando os indivíduos autômatos. (p.297).
Capítulo 16 - Prestação de Serviços e Comércio Menor. p.303-317.
Presenciamos o inexorável crescimento das necessidades de serviços à medida que a nova forma de sociedade destrói as antigas formas de cooperação mutua social, comunitária e familiar.
A gigantesca massa de trabalhadores relativamente homogênea quanto à falta de qualificações, baixos salários e intercambialidade de pessoa e função (embora heterogênea quanto ao local e natureza do trabalho que executam) não se limita a escritórios e fábricas (p.303).
Junção de reservas de trabalho e capital em novas industrias justifica o crescimento de novas formas de sociedade.
“Um serviço”, observou Marx, “é nada mais que o efeito útil de um valor de uso, seja ele mercadoria ou trabalho.” 
Efeitos uteis que não produzam uma mercadoria quando não oferece diretamente ao usuário os seus efeitos, mas ao capitalista que revende no mercado de bens, cultivando o modo de produção capitalista no setor de serviços. (Coincide com a própria definição de trabalho produtivo). 
Estas são apenas algumas das dificuldades surgidas de se pretender classificações estritas do trabalho na sociedade capitalista com base em sua forma determinada – as operações a que ele visa. Elas simplesmente ilustram o princípio que para o capitalismo o que importa não é determinada forma de trabalho, mas sua forma social, sua capacidade de produzir, como trabalho assalariado, um lucro para o capitalista. O capitalista é indiferente a determinada forma de trabalho; não lhe interessa, em última análise, se emprega trabalhadores para produzir automóveis, lavá-los, consertá-los, repintá-los, abastecê-los de gasolina e óleo, aluga-los por dia, dirigi-los como contratado, estacioná-los ou convertê-los em sucata. O que lhe interessa é a diferença entre o preço que ele paga por um agregado de trabalho e outras mercadorias, e o preço que recebe pelas mercadorias – sejam bens ou “serviços” – produzidas ou prestada. (p.305, grifo do autor)
Desse ponto de vista, a distinção entre mercadorias sob a forma de bens e mercadorias sob a forma de serviços só é importante para o economista ou estatístico, não para o capitalista. O que vale para ele não é determinada forma de trabalho, mas se foi obtido na rede de relações sociais capitalistas, se o trabalhador que o executa foi transformado em homem pago e se o trabalho assim feito foi transformado em trabalho produtivo – isto é, trabalho que produz lucro para o capital. Arrumavam-se camas, limpava-se chão, preparavam-se e serviam-se refeições, crianças eram cuidadas, doentes eram atendidos muito antes que pessoas fossem contratadas para fazer todas essas coisas. E mesmo depois que se contrataram empregados para fazer isso, essas atividades não eram de interesse para o capitalista, exceto em termos de seu conforto e despesas domésticas. Tornaram-se de seu interesse como capitalista quando ele começou a pagar pessoas para efetuar serviços como atividade lucrativa, como parte de eu negócio, como forma de produção no modo capitalista. E isto só começou em larga escala com a era do capitalismo monopolista que criou o mercado universal e transformou em mercadoria toda forma de atividade do ser humano, inclusive o que até então as pessoas faziam para si mesmas e não para as outras. Com isto começou a atitude modificada do capitalista quanto à prestação de serviços, modificação que pode ser percebida tanto em suas maciças aventuras no setor como no aspecto ideológico, na mudança de opinião quanto à prestação de serviços por parte dos economistas. 
Desse modo, os serviços constituíram grande parcela da divisão social do trabalho por toda a era capitalista – para não falar nos primeiros tempos – mas não constituíram uma parte “produtiva” ou lucrativa senão recentemente. (p.306, grifo do autor)
Importa a diferença que paga pelo trabalho e recebe em mercadoria produzida ou prestada. Se o trabalho for transformado em produtivo torna-se interesse do capital enquanto atividade lucrativa. Portanto, ser trabalhador produtivo, reafirma Marx em O Capital, não é uma sorte, mas um azar, pois é o centro de toda exploração. A sociedade vive às custas do trabalhador produtivo. (p.347)
Para Smith, os serviços não implicavam um acréscimo a riqueza não pelo seu conteúdo ou natureza do trabalho, mas por não decorrer em mercadoria tangível 
· Marx desmistifica isso no Cap. VI inédito ao afirmar as ilusões ou equívocos a respeito do trabalhador produtivo quando prestado por contaprópria (autônomo)
· Virada do século prestadores de serviços correspondiam a nove partes dos trabalhadores, sendo serviço e comercio menor 12 milhões. Porém a média salarial muito inferior. Em 1971 era de 90 dólares, enquanto escritório era 115 dólares e 120 para operários
Lado inverso da economia de serviço que pretende isentar trabalhadores da tirania da indústria, porém não pede pra ver diploma, contracheque, processos trabalhistas ou outras estatísticas que revelam a precariedade no setor (p.315)
Parte V – A Classe Trabalhadora
Capítulo 17 – A Estrutura da Classe Trabalhadora e seus Exércitos de Reserva. p.319-340.
A mecanização da indústria produz um excedente relativo da população disponível para emprego a taxas inferior de salário que caracterizam essas amplas ocupações. Em outras palavras, à medida que o capital transita para novos setores à busca de investimento lucrativo, as leis da acumulação do capital nos setores antigos operam para produzir a “força de trabalho” exigida pelo trabalho em suas novas encarnações. Esse processo recebeu formulação clássica por Marx no capítulo do primeiro volume de O Capital intitulado “A Lei Geral da Acumulação Capitalista”, na seção em que ele estuda a formação continuada na produção capitalista, após sair de sua “infância”, da “população excedente relativa”. (p.323, grifo do autor) 
Aquelas industrias e processos de trabalho sujeitas a mecanização liberam as massas de trabalho para exploração em outras, em geral menos mecanizadas, áreas de acumulação de capital. Com as repetidas manifestações deste ciclo, o trabalho tende a acumular-se nas indústrias e ocupações que são menos suscetíveis de aperfeiçoamento na engenharia de produtividade do trabalho. As taxas de salário nessas “novas” industrias e ocupações são mantidas baixas pela continua disponibilidade de população excedente relativa criada ela produtividade incessantemente crescente do trabalho em ocupações mecanizadas. Isto por sua vez estimula o investimento de capital m formas de trabalho que exigem massas de trabalho manual a baixo custo. Em consequência, vemos na indústria capitalista uma tendência secular ao acumulo de trabalho naqueles segmentos da indústria e do comercio menos afetado pela revolução técnico-científica: o setor de serviços, vendas e outras formas de comercialização e trabalho escritoral na medida em que não sejam mecanizados etc. O paradoxo de que o crescimento mais rápido das ocupações junta as ocupações em setores numa era de revolução técnico-cientifica, que menos tem a ver com ciência e tecnologia não nos surpreende. O propósito da maquinaria não é o aumento, mas a diminuição do número de trabalhadores ligados a ela. Assim, não é absolutamente ilógico que com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia o número dos disponíveis a preços baixos continue a crescer em timo rápido par atender aos caprichos do capital em suas forma funcionais minimamente mecanizadas. (p.325)
Exército de reserva de trabalho ou população excedente relativa – flutuante, latente e estagnária (Marx) (p.326)
Desse modo, a massa de emprego não pode ser separada de sua correlata massa de desemprego. Nas condições do capitalismo, o desemprego não é uma aberração, mas uma parte necessária do mecanismo de trabalho do modo capitalista de produção. É continuamente produzido e absorvido pela energia do próprio processo de acumulação. E o desemprego é apenas a parte contada oficialmente do excedente relativo da população trabalhadora necessária para a cumulação do capital e que por sua vez é produzida por ele. Essa população excedente relativa, o exército de reserva industrial, assume formas variadas na sociedade moderna, inclusive os desempregados; os temporariamente empregados, os empregados em tempo parcial; a massa de mulheres que, como donas-de-casa ou domésticas constituem uma reserva para as “ocupações femininas”; os exércitos e imigrantes tanto agrícolas como fabris; a população negra com suas taxas extraordinariamente elevadas de desemprego; e as reservas estrangeiras de trabalho. (p.327)
Flutuante: intermitentes “atraídos de função em função pelos movimentos da tecnologia e do capital”. Com a simplificação das operações d trabalho e difusão de variadas funções aumentou esse segmento da população".
Latente: agrícola, não existem contra-movimentos
Estagnataria: irregular, eventual. Hospital do exército de reserva de trabalho e o peso morto do exército industrial de reserva. 
“Essa população, irregular e ocasionalmente empregada, “fornece ao capital”, nas palavras de Marx, “um reservatório inexaurível de força de trabalho disponível. Suas condições de vida afundam-se abaixo do nível normal da classe trabalhadora; isto faz dela ao mesmo tempo a ampla base de ramos especiais de exploração”. A importância desse ramo de população excedente para os tipos de emprego que têm aumentado rapidamente é clara. Vamos considera-la mais detidamente a seguir.” (p.328)
Capítulo 18. As Camadas “Médias” do Emprego. p.319-341.
Capitalismo monopolista gera outra classe média que passa a se aproximar da definição de classe trabalhadora (aquela que não tem independência econômica ou controle dos meios de produção, devendo vender sua força de trab. ao capital) atualizando-se constantemente.
Engenheiros técnicos, níveis inferiores de gerencia e supervisão, profissional “liberal”, desenhistas (p.344), correspondendo a 20% do emprego total nos EUA.
A velha classe média não era nem capitalista nem trabalhadora. 
“Essa “nova classe média”, em contraste, ocupa sua posição intermediária não porque esteja fora do processo de aumento do capital, mas porque, como parte desse processo, ela assume as características de ambos os lados.” (p.344)
Recebe prerrogativas e recompensas do capital, assim como carrega marcas das condições proletárias. 
1 – Exercito de reserva de desempregados com baixa salarial 2- Passa pela racionalização, sendo classe uma relação e não uma coisa, “estruturas sociais não são entidades físicas mas processos em curso, altamente mutáveis em transição (p.346 em referência a Thompson).
“Em primeiro lugar, eles se tornaram parte de um mercado de trabalho que “assume características de todos os mercados de trabalho, inclusive a existência necessária e um exército de reserva de desempregados que exerce pressão no sentido de baixa dos níveis salariais. Em segundo lugar, o capital, tão logo dispõe de certa massa de trabalho em qualquer especialidade – adequada em dimensão para reembolsar a aplicação de seus princípios da divisão técnica do trabalho e controle hierárquico execução por meio de apreensão firma dos vínculos de concepção – sujeita essa especialidade a algumas das formas de “racionalização” características do modo capitalista de produção.” (p.345)
Capítulo 19 – Trabalho Produtivo e Trabalho Improdutivo. p.347-359.
As várias formas de trabalho que produzem mercadorias para o capitalista devem todas ser consideradas como trabalho produtivo. O operário que constrói um edifício de escritórios e o servente que o limpa toda noite produzem do mesmo modo valor e mais valia. (p.347)
· Contestável, Marx afirma no Capítulo VI Inédito que depende da forma que é apropriada na criação de valor, se é pago em “dinheiro” ou “renda. (Debatido também por Antunes)
Trabalhadores improdutivos devem ser omitidos do proletariado moderno?
Trabalho produtivo e improdutivo decorre de longa discussão de economistas clássicos analisado por Marx em Teorias da mais-valia, trabalho inconcluso rascunho de O capital. Para Marx, não implicava julgamento quanto a natureza ou utilidade para a sociedade em geral, mas interessava especificadamente o papel do trabalho no modo capitalista de produção. 	Comment by Daniele: Qual o papel do professor de design? Forma uma mercadoria (aluno) enquanto mao de obra que valoriza o capital. Presta serviço gratuito a empresa que se apropria do seu conhecimento para gerar lucro. Relação muito abstrata, pois não produz diretamente mais valia ou está imersa no modo capitalista de produção! Empresanão paga diretamente ao trabalhador, não é portanto pago em capital, mas em renda? Critica equivocada!Porém, se assumir que os conglomerados econômicos estão por trás das ações do governo e financiam a própria educação (como sugere neoliberais a respeito da verdadeira responsabilidade de retorno das pesquisas nas universidades), os professores formam mão de obra que retornará com um custo mais baixo para trabalhar nas mesmas empresas. Nesse sentido, seria produtivo.
Para os economistas clássicos, época em que viviam o trabalho improdutivo ocorria somente fora do âmbito do capital.
Proprietários por conta própria são improdutivos porque seu trabalho não é trocado por capital, mas por renda. Tem a ver com a forma social.
Para os economistas atuais, a produtividade e improdutividade perdeu o grande interesse que tinha para os economistas clássicos burgueses, assim como para a própria gerência capitalista. (p.352)	Comment by Daniele: Visão criticada por Antunes. Não perde interesse, pois é ela que reproduz o capital, o alvo da exploração capitalista. Ser produtivo, é portanto, não uma felicidade mas uma desgraça (Cap. XIV, p.707, MARX)
Todos os processos de trabalho são considerados igualmente uteis, inclusive aqueles que produzem, concretizam, ou desviam o valor excedente. 
As formas de trabalho produtivo e improdutivo estão confundidas pois ocorreram mudanças nas relações no interior da empresa, torna-se uma massa indiferenciada.
 Volta a defender sua visão do surgimento de uma nova classe sem distinção entre produtivo e improdutivo, que assume ambos os lados enquanto privilégios dos capitalistas e as marcas do proletariado. Isso pois de um lado o o trabalhador produtivo que perde suas características de produtor de mercadoria, e o trabalhador improdutivo foi criada uma massa que compartilha da sujeição e opressão que caracterizava a vida dos trabalhadores produtivos. São tecnicamente distintas, não devem ser contrapostas.
As condições improdutivas também produziram exércitos de assalariados de reserva. Perderam suas posições privilegiadas para se tornar mero alvo da exploração. 
Assim, o aforismo de Marx deve ser modificado, e, agora se deve dizer que ser um trabalhador assalariado é uma desventura. (p.354)
Teria o próprio Marx não estabelecido uma distinção clara entre as duas classes de trabalhador produtivo/improdutivo.
O trabalhador comercial é semelhante ao trabalhador produtivo em aspectos básicos, isto é, na venda do trabalhador e na compra da força de trabalho pelo capitalista. (p.356)
São semelhantes em muitos aspectos, exceto um, o trabalhador comercial (improdutivo) não produz valor e valor excedente, por isso, não aumenta como causa mas como consequência da expansão do valor excedente. Improdutivo não é a causa do aumento do valor excedente, mas uma consequência, pois o lucro é uma condição previa da disponibilidade de seus salários mais do que uma consequência das verbas para contrata-lo. A forma do concreta do trabalho é diferenciada, sendo trabalhador comercial pertence à classe mais bem paga dos assalariados, aquele cujo trabalho é qualificado acima da média.
Comentários
Alguns autores apontam lacunas interpretativas na matriz interpretativa apresentada por Braverman.
Braverman considerava que a degradação do trabalho ocorria somente pela separação do trabalho intelectual do manual. Potencializada pela divisão do trabalho e a mecanização que afastava o trabalhador do controle intelectual do seu trabalho. Um aprofundamento da reificação do trabalhador que não reconhece mais o produto do seu esforço. Porém, desconsiderava as técnicas de gestão toyotista que expropriam o saber nas linhas de produção, exigindo um trabalhador cada vez mais qualificado, polivalente, porém degradado. Portanto, não se trata apenas da simplificação da tarefa, mas de um acumulo de funções. Além disso, acrescenta na Resenha: 
Wolff (2005) aponta para a importância que o savoir-faire ganha para o empresariado, na busca por vantagens competitivas no mercado. Ou seja, o conhecimento do trabalhador já não é mais separado da sua atividade manual e isto inclui os saberes desenvolvidos na operação da máquina. Para o mundo atual, informatizado, esse conhecimento precisa ser valorizado, porém, expropriado.
 Degradação não é apenas simplificação, mas expropriação. Posso realizar muitas tarefas intelectuais, tal como as que exigem habilidades criativas e projetuais no design, mas ser degradado mesmo assim.
A abordagem de Marx põe a nu a peculiar desvantagem em que se
encontra o trabalhador frente ao capital. O trabalhador, no entanto, não é
visto por ele como vítima passiva ou escravo da dinâmica do capitalismo.
A estrutura da relação capital-trabalho apresenta oportunidades para explorar a dependência do capital em relação ao trabalho. Isso fica evidente na
possibilidade de transformação social nutrida por Marx. Seria impreciso
depreender da obra de Marx uma percepção do trabalhador como um ser
impotente frente aos acontecimentos na esfera da produção. As ideias de
resistência ao capital são evidentes em sua obra, assim como as ações empresariais para frear essa resistência.
 Não é apenas um estado de imobilismo, que não há como lutar contra. Existe fissuras emancipatórias que podem e devem ser apropriadas pelo trabalhador enquanto classe potencialmente revolucionária.
 O processo de trabalho deixou de ser discutido devido a experiência autoritária na URSS e pela prosperidade do estado de bem estar social em contraposição. Cenário esse que muda com a crise de inflação e sobreacumulação na década de 60.
Conforme Braverman, a organização do processo de trabalho nas
sociedades industriais reflete o antagonismo inerente ao capitalismo,
expresso na exploração do trabalho pelo capital. Para ele, as gerências –
que representam o capital nas modernas empresas – não podem confiar
que os trabalhadores exerçam suas atividades de forma voluntária, diligente e produtiva para produzir a mais-valia. As “gerências científicas”
buscam formas de maximizar o controle sobre o processo de trabalho e
de minimizar o controle que os trabalhadores possuem, convertendo-se
em uma máquina de degradação e repressão. Os princípios essenciais do
taylorismo, seja na indústria ou nos serviços, são: a dissociação do processo de trabalho do conhecimento dos trabalhadores; a separação entre
concepção e execução e o monopólio do conhecimento para controlar cada
passo do processo de trabalho e sua forma de execução (BRAVERMAN,
p. 112-134). Nesse sentido, explica Braverman, a evolução da tecnologia
e da organização do trabalho está determinada pela necessidade do capital
de dominar o processo de trabalho e de debilitar o poder de resistência
da mão de obra. Para ele, os gerentes assim procedem, introduzindo os
“princípios de administração científica” na organização do trabalho, bem
como tecnologias que dependem menos da qualificação dos trabalhadores. Tudo isso, conjuntamente, quebraria a unidade natural do trabalho,
separando concepção e execução e desqualificando a mão de obra, o que,
no futuro, poderia reduzir totalmente a dependência do capital em relação
aos trabalhadores (SPENCER, 2000)
A crítica mais recorrente afirma que o autor de Trabalho e capital
monopolista atribui ao capital uma intencionalidade imanente para subordinar e degradar o trabalho, alienando-o, expropriando o saber operário, oprimindo-o através do controle das gerências e dos aparatos de supervisão
do trabalho (THOMPSON, P. e SMITH, C. 2010)
Suas opções metodológicas foram também criticadas pela ausência de
um quadro teórico que possibilitasse perceber e compreender os processos
microssociológicos da luta de resistência no interior das empresas, permitindo
conceber os operários como agentes sociais
Concordamos com Thompson (1983), Storey (1985) e Knights e Willmott (1990), que, em linhas gerais, afirmam que o equívoco de Braverman
foi o de considerar as estratégias de gerenciamento – sobretudo do taylorismo – como algo onipotente e onisciente, sem relacioná-las, analiticamente,com outras contingências internas e externas à empresa.
Contribuições analíticas posteriores procuraram mostrar que o processo de trabalho não é modificado exclusivamente com a finalidade de se
controlar e disciplinar o trabalho.
A compreensão da dinâmica do processo de trabalho situa-se, pois,
num campo mais amplo e complexo, em que interferem outras variáveis
necessidade de perceber que não há automatismo ou determinismos
rígidos na relação entre processo de trabalho, classe, dinâmica de classe e
transformação social. Os processos de trabalho são construções históricas,
e faz-se necessário que se demonstre o processo de sua constituição a partir
dos agentes sociais
Retomando as análises de Braverman (1977), Brinhosa entende que as transformações do capitalismo têm levado à simplificação da produção e do trabalho, minimizando a qualificação do trabalhador. Com o parcelamento do trabalho, a qualificação do trabalhador não precisa ser sofisticada: é necessário somente um conhecimento geral para uma posterior formação ligeira na própria fábrica. Contraditoriamente, ao mesmo tempo em que ocorre a simplificação do trabalho e a minimização dos conhecimentos necessários ao trabalhador, o capital propugna pelo aumento da produtividade e da competitividade. O estado passa a ser responsabilizado por todos os males econômicos e sociais e a ele é atribuído novo papel: de simples coordenador das estratégias que garantam a liberdade de mercado. (LOMBARDI, globalização, pós modernidade, p. xix)
· Semelhante ao processo de uberização, qualquer um pode ser motorista cadastrado
Ideias
 Citações
Extraído de: MATIAS, Iraldo. Projeto e revolução: do fetichismo à gestão, uma crítica à teoria do design. Florianópolis: Editoria Em Debate (UFSC), 2014. 404p.
Em Ergonomia, área onde se estuda o trabalho mecânica e cognitivamente, pude mostrar sua origem taylorista e as transformações que a reestruturação produtiva trouxeram para a área. Autores como Braverman (1987), Antunes (2001), Bernardo (2004) e outros, permitiram evidenciar as contradições que estão no cerne dos estudos ergonômicos, a relação entre tarefa (o que se manda fazer) e atividade (aquilo que realmente se faz), isto é, o controle do capital sobre o trabalho. (MATIAS, 2015, p.8)
	A importância deste procedimento foi retomar o contato com fatos e reflexões que a teoria do design insiste em ignorar, em desvalorizar, ou mesmo em distorcer, principalmente os pontos de contato entre projeto e socialismo/comunismo. É sobre isto que versa a seguinte indagação de Pagotto (2009, p.37): “Ora, quando a teoria passa a prever apenas a possibilidade da análise sistêmica, varre-se do terreno da política a subjetividade antagonista. O resultado é a naturalização das relações de subalternidade histórica e determinada da produção capitalista”. Ou, como afirma Braverman (1987, p.25), é uma tendência a “(...) aceitar tudo que é real como necessário, tudo que existe como inevitável e, portanto, o atual modo de produção como eterno” (itálico no original). Quem leciona em cursos de design a partir de uma abordagem crítica, entende bem a que se referem Pagotto (2009) e Braverman (1987). (MATIAS, 2015, p.23)
Neste sentido, convergindo com os interesses desta pesquisa, Marx e Engels (2007, p.35, grifei) são precisos: “A divisão do trabalho só se torna realmente divisão a
partir do momento em que surge uma divisão entre trabalho material e [trabalho]
espiritual”. Conforme Braverman (1987), tal separação é decorrente da objetividade do
trabalho, processo pelo qual o labor humano se materializa em coisas exteriores a si.
Neste caso, “a concepção pode ainda continuar a governar a execução, mas a idéia
concebida por uma pessoa pode [e deve] ser executada por outra” (BRAVERMAN,
1987, p.53) (grifado no original) (MATIAS, 2015, p.49)
Segundo Braverman (1987, p.118), a profissão de engenheiro é
relativamente recente. Neste caso, a do designer é ainda mais jovem. Antes deles, “as
funções conceptuais e de projeto eram de competência do profissional do ofício, do
mesmo modo como as funções de estimular as artes industriais mediante inovação”. Portanto: “O profissional estava vinculado ao conhecimento técnico e científico de seu
tempo na prática diária de seu ofício. (...) o ofício proporcionava um vínculo
diário entre a ciência e o trabalho, visto que o profissional estava
constantemente obrigado ao emprego do conhecimento rudimentar científico, de Matemática, Desenho, etc. na sua prática (idem, p.119) (MATIAS, 2015, p.53)
Em sentido oposto, em obra clássica Braverman (1987) elenca os três
princípios que orientam a doutrina taylorista: 1) princípio de “dissociação do processo
de trabalho das especialidades dos trabalhadores”; 2) de “separação entre concepção e
execução” (diretamente ligado ao design); 3) de “utilização do monopólio do
conhecimento para controlar cada fase do processo de trabalho e seu modo de
execução”. Estas normativas têm como objetivo a expropriação da iniciativa e da
possibilidade de gestão do processo produtivo pelos próprios trabalhadores,
significando uma subordinação total do trabalho ao capital. Para Taylor, “todo possível
trabalho cerebral deve ser banido da oficina e centrado no departamento de
planejamento ou projeto (...)” (1987, p.103). De acordo com Braverman (idem, p.104),
“esta é a chave da administração científica”. O autor ainda enfatiza que,
Taylor elevou o conceito de controle a um plano inteiramente novo quando
asseverou como uma necessidade absoluta para a gerência adequada a
60
imposição ao trabalhador da maneira rigorosa pela qual o trabalho deve ser
executado (idem, p.86, itálico no original).
Braverman lembra também que, devido ao caráter capitalista da divisão
social do trabalho, “num local, são executados os processos físicos da produção; num
outro estão concentrados o projeto, planejamento, cálculo e arquivo” (idem, p.112,
grifei). Não resta dúvida sobre a importância desta discussão para explicar o surgimento
do que se conhece hoje por design.
Em decorrência de todo este processo surgem as modalidades de
“participação”, “coparticipação”, “colaboração” dos trabalhadores nos sistemas de
gestão das empresas. Isto é, “(...) ao menos no plano discursivo, o ‘envolvimento
participativo’ dos trabalhadores, em verdade uma participação manipuladora e que
preserva, na essência, as condições do trabalho alienado e estranhado” (ANTUNES,
2001, p.52). Braverman (1987, p.43) já em 1974 precocemente alertava para este
problema, afirmando que estas estratégias empresariais,
São caracterizadas por uma estudada pretensão de “participação” do
trabalhador, uma graciosa liberalidade ao permitir ao trabalhador um
ajustamento da máquina, a troca de uma lâmpada, mudar de uma função
fracionada a outra e ter a ilusão de tomar decisões ao escolher entre
alternativas fixas e limitadas, projetadas pela administração, que
deliberadamente deixa coisas insignificantes para escolha. (MATIAS, 2015, p.65)
Mesmo Braverman (1987), que não chegou a apresentar uma teoria
sistemática da classe dos gestores, formulou uma densa crítica à “gerência científica”,
enquanto controle capitalista da força de trabalho156. E “o controle é, de fato, o conceito
fundamental de todos os sistemas gerenciais, como foi reconhecido implícita ou
explicitamente por todos os teóricos da gerência” (1987, p.68). Este sociólogo do
trabalho considera que, em virtude das suas múltiplas cisões no processo de produção e
reprodução social, o capitalismo “(...) insejou uma arte inteiramente nova de
administrar, que mesmo em suas primitivas manifestações era muito mais completa,
autoconsciente, esmerada e calculista do que qualquer coisa anterior” (idem, p.66). (MATIAS, 2015, p.219)
Local onde se encontra a bibliografia
Biblioteca FE
PARA UMA REVISÃO DO CONCEITO DE “DEGRADAÇÃO DO TRABALHO”: RESENHA DE “TRABALHO E CAPITAL MONOPOLISTA” DE HARRY BRAVERMAN
https://periodicos.fclar.unesp.br/redd/article/viewFile/1736/1415
Os 40 anos de Trabalho e capital monopolista, de Harry Braverman: a persistente fragilidade sindicalnos assuntos relacionados ao processo de trabalho.
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/149152/001004506.pdf?sequence=1

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